Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Pedro Lucas Cariri Moura – 2º Período FMIT – Faculdade de Medicina de Itajubá, 2020/1. Semana 1 – 03/02/2020 Sistemas Orgânicos Integrados II – SOI II, TICs. TICs 1 – Neurônios Fórum da Semana • Como age um anestésico local? Anestésicos locais bloqueiam a ação de canais iônicos na membrana celular neuronal, impedindo a neuro- transmissão do potencial de ação. A forma ionizada do anestésico local liga-se de modo específico aos canais de sódio, inativando-os e impedindo a propagação da despolarização celular. • Graus de Injúria Neural: quais as diferenças? O que é Degeneração Walleriana? Neurapraxia: lesão de um nervo, acompanhada de paralisia sem degenerescência periférica. Axonotmesis: ocorre quando há rompimento dos axônios, mas a bainha epineural se mantém intacta. Como resultado, os estímulos elétricos deixam de ser transmitidos, causando paralisia sensorial e motora. Neurotmese é um trauma físico envolvendo o sistema nervoso periférico, com ruptura parcial ou completa do axônio e das fibras nervosas e nervos vinculadas. Degeneração Walleriana é um processo resultante do corte ou esmagamento de uma fibra nervosa, no qual a parte do axônio que é separada do corpo do neurônio degenera distalmente em relação à lesão. Tarefa da Semana • Qual a importância do revestimento mielínico dos neurônios? As bainhas de mielina, seja ela no sistema nervoso central (oligodendrócitos), seja ela no sistema nervoso periférico (células de Schwann), têm duas funções principais: propagar corretamente os impulsos nervosos do sistema nervoso central para o periférico e vice-versa, além de aumentar a velocidade da propa- gação do impulso. Portanto, a ausência do revestimento mielínico pode afetar significativamente o funcionamento do Sistema Nervoso, dificultando a propagação dos impulsos, podendo gerar sequelas permanentes, como ocorre na Esclerose Múltipla. Pedro Lucas Cariri Moura – 2º Período FMIT – Faculdade de Medicina de Itajubá, 2020/1. Semana 2 – 10/02/2020 Sistemas Orgânicos Integrados II – SOI II, TICs. TICs 2 – Acidente Vascular Cerebral Fórum da Semana • Acidentes Vasculares Cerebrais: como podem se manifestar? O AVC decorre da alteração do fluxo de sangue ao cérebro. Responsável pela morte de células nervosas da região cerebral atingida, o AVC pode se originar de uma obstrução de vasos sanguíneos, o chamado acidente vascular isquêmico, ou de uma ruptura do vaso, conhecido por acidente vascular hemorrágico. OS sintomas de um acidente vascular cerebral ou acidente isquêmico transitório ocorrem de repente. Eles variam dependendo da localização exata da obstrução ou sangramento no cérebro, mas nas maioria das vezes se manifesta com fraqueza ou formigamento em face, braços ou pernas; alterações na visão (uni ou bilateral); confusão, alterações na fala e/ou compreensão; alteração do equilíbrio e/ou coordenação; tontura; alterações na marcha; cefaleia súbita e intensa (mais relacionada com AVCh). • Pergunta Desafio: Qual a diferença da apresentação clínica de uma PARALISIA FACIAL causada por um "Acidente Vascular Cerebral" e por uma "Paralisia Facial Periférica"? Qual a explicação anatomo- funcional dessa diferença? A paralisia facial periférica refere-se ao acometimento do nervo facial (VII nervo craniano) em qualquer ponto de seu trajeto, que se inicia a partir de seu núcleo, localizado na ponte, e vai até as suas ramificações mais distais. Em disfunção total, a musculatura facial está completamente paralisada, com presença de boca caída e incapacidade de fechar o olho do lado afetado. Já no AVC, pode haver a chamada paralisia facial central. Nesse caso, há uma lesão por falta de irrigação sanguínea na parte do cérebro responsável pela movimentação do rosto. Clinicamente a paralisia facial manifestar-se-á apenas como dificuldade de mexer a boca ou sorriso torto. A movimentação da testa e fechar os olhos mantêm-se normais. Além disso, muito provavelmente outros sintomas estarão associados: dormência ou fraqueza em braços ou pernas; dificuldade de enxergar; alteração para andar ou equilibrar-se; confusão mental; dificuldade de fala; etc. Tarefa da Semana • Por que os acidentes vasculares cerebrais isquêmicos podem se manifestar de diferentes formas? Quais são as correlações anatomo-funcionais? O acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico é a ocorrência súbita de déficits neurológicos focais que geralmente estão relacionados à diminuição do fluxo sanguíneo cerebral. Um AVC isquêmico geralmente é causado por embolia em uma artéria cerebral calibrosa. A principal característica de um AVC é o início súbito de sintomas neurológicos. O círculo arterial do cérebro é um importante recurso para a circulação colateral no caso de obstrução gradual de uma das principais artérias que formam o círculo. A oclusão súbita, mesmo que apenas parcial, acarreta déficits neurológicos. Em pessoas idosas, muitas vezes as anastomoses do círculo arterial são inadequadas quando há oclusão de uma grande artéria (p. ex., a artéria carótida interna), mesmo que a oclusão seja gradual (quando há algum comprometimento funcional). Os AVC espontâneos, como trombose cerebral, hemorragia cerebral, embolia cerebral e hemorragia subaracnóidea são os mais comuns. • Referências • 1. MOORE, K. L.; DALEY II, A. F. Anatomia orientada para a clínica. 7ª.edição. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2014. Pedro Lucas Cariri Moura – 2º Período FMIT – Faculdade de Medicina de Itajubá, 2020/1. Semana 3 – 17/02/2020 Sistemas Orgânicos Integrados II – SOI II, TICs. TICs 3 – Tétano Fórum da Semana • Como podemos evitar o tétano neonatal? Uma das melhorias mais impressionantes relaciona- das com a saúde infantil tem sido a vacinação ge- neralizada para as principais doenças transmissíveis na infância, incluindo difteria, coqueluche, tétano, poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola, hepatite B e infecção pelo vírus Haemophilus influenzae tipo B. A imunização contra doenças infecciosas tem redu- zido de modo significativo as taxas de morbidade e mortalidade em recém-nascidos e lactentes. Estas vacinas são administradas de acordo com um ca- lendário regular, como parte da promoção da sa- úde para recém-nascidos, lactentes e crianças. • O tétano pode matar? O tétano, também conhecido como mandíbula rí- gida (trismo), é uma doença devastadora causada pela bactéria Clostridium tetani. Essas bactérias são comumente encontradas no solo e entram no corpo humano através de um corte ou ferida. À medida que as bactérias se reproduzem nos tecidos, elas liberam uma proteína neurotóxica. Esta toxina, cha- mada de tetanospasmina, é captada pelas termi- nações axonais de neurônios motores somáticos. A tetanospamina segue, então, ao longo dos axônios até atingir o corpo celular neuronal na medula es- pinal. Uma vez na medula espinal, a tetanospamina é li- berada pelo neurônio motor. Esta, então, bloqueia seletivamente a liberação de neurotransmissor nas sinapses inibidoras. Os pacientes com tétano sofrem espasmos musculares que começam na mandíbula e podem chegar a afetar o corpo inteiro. Quando envolve as extremidades, os braços e as pernas po- dem sofrer espasmos de rigidez dolorosos. O tétano é uma paralisia rígida, portanto ele pode atingir alguns dos principais sistemas do corpo hu- mano como o sistema nervoso central e o sistema respiratório, por conta disso, a longo prazo, ele pode levar ao óbito, geralmente por falhas respira- tórias, por conta da contração patológica do di- afragma. Tarefa da Semana • Quais as manifestações clínicas do tétano e sua relação com as alterações no Sistema Nervoso? Tétano acidental - O tétano acidental (decor- rente de acidentes) é, geralmente, é adquirido atra- vés da contaminação de ferimentos (mesmo peque- nos) com esporos do Clostridium tetani, que são encontrados no ambiente (solo,poeira, esterco, su- perfície de objetos - principalmente quando metáli- cos e enferrujados). O Clostridium tetani, quando contamina ferimentos, sob condições favoráveis (presença de tecidos mortos, corpos estranhos e su- jeira), torna-se capaz de multiplicar-se e produzir tetanospasmina, que atua em terminais nervosos, in- duzindo contraturas musculares intensas. Tétano neonatal - As gestantes que nunca foram vacinadas, além de estarem desprotegidas não passam anticorpos protetores para o filho, o que acarreta risco de tétano neonatal para o recém- nato (criança com até 28 dias de idade). O tétano neonatal (tétano umbilical, "mal dos sete dias") é adquirido quando ocorre contaminação do cor- dão umbilical com esporos do Clostridium tetani. A contaminação pode ocorrer durante a secção do cordão com instrumentos não esterilizados ou pela utilização subsequente de substâncias contamina- das para realização de curativo no coto umbilical (esterco, fumo, pó de café, teia de aranha etc). • Qual o mecanismo de ação da toxina tetâ- nica no Sistema Nervoso Central e Sistema Nervoso Periférico? Essas bactérias são comumente encontradas no solo e entram no corpo humano através de um corte ou ferida. À medida que as bactérias se reproduzem nos tecidos, elas liberam uma proteína neurotóxica. Esta toxina, chamada de tetanospasmina, é cap- tada pelas terminações axonais de neurônios moto- res somáticos. A tetanospamina segue, então, ao longo dos axônios até atingir o corpo celular neu- ronal na medula espinal. Uma vez na medula espinal, a tetanospamina é li- berada pelo neurônio motor. Esta, então, bloqueia seletivamente a liberação de neurotransmissor nas sinapses inibidoras. Referências 1. PORTH, C.M.; MATFIN, G. Fisiopatologia. 8ª ed. Guanabara Koogan, 2010. 2. SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: Ar- tmed, 2017. 3. CIVES. Centro de Informação em Saúde para Vi- ajantes. Pedro Lucas Cariri Moura – 2º Período FMIT – Faculdade de Medicina de Itajubá, 2020/1. Semana 4 – 24/02/2020 Sistemas Orgânicos Integrados II – SOI II, TICs. TICs 4 – Síndrome de Brown-Séquard Fórum da Semana A cocaína inibe a enzima MAO (monoamina oxidase), neuronal da recaptação e é estimulante da liberação de noradrenalina e dopamina. Ela é um bloqueador dos canais de sódio nos neurônios dos nervos periféricos. O influxo de sódio desencadeia o potencial de ação e sem esse influxo são incapazes de enviar os seus impulsos. A dopamina e a noradrenalina, secretados para a sinapse, e o seu consumo aumenta a concentração e duração desses neurotransmissores na fenda sináptica e nos receptores pós sinápticos. A cocaína também é um eficaz anestésico local simpatomimético, tendo sido o primeiro do grupo a ser usado, e ainda em uso hoje em algumas cirurgias respiratórias. O mecanismo desta ação é totalmente diferente da ação psicotrópica. Os nervos sensitivos são geralmente os primeiros a serem bloqueados. Tarefa da Semana • O que ocorre com a motricidade voluntária, o tato discriminativo e a sensibilidade termo-algésica neste tipo de lesão medular? A Síndrome de Brown-Séquard é uma entidade classicamente encontrada nas lesões traumáticas da coluna. O quadro clínico reflete uma hemissecção do cordão medular, com perda de função motora ipsilateral associada a um déficits da sensibilidade dolorosa e térmica contra-lateral1. As causas mais frequentes da síndrome são as lesões traumáticas ou tumorais (metastáticas ou intrínsecas). No entanto, estão descritas outras etiologias como a isquemia do cordão medular; patologia infecciosa ou inflamatória incluindo esclerose múltipla; hemorragia incluindo hematomielia e hematoma sub ou epidural; e doença degenerativa. A hérnia discal cervical é uma causa pouco frequente da síndrome. O quadro clínico comum se resume em: 1. *Perda da motricidade voluntária ipsilateral; 2. *Perda do tato discriminativo, da sensibilidade proprioceptiva e vibratória ipsilateral; 3. *Perda da sensibilidade termo-algésica contralateral; 4. *Lesão das raízes nervosas no nível e ipsilateral à lesão. Referências 1. Barreira, Antunes Amilton. Síndromes Medulares. Departamento de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia Médica – FMRP – USP. Pedro Lucas Cariri Moura – 2º Período FMIT – Faculdade de Medicina de Itajubá, 2020/1. Semana 5 – 02/03/2020 Sistemas Orgânicos Integrados II – SOI II, TICs. TICs – Parkinson Fórum da Semana • O que sente um paciente com Doença de Parkinson? Os principais sintomas da doença de Parkinson são a lentidão motora (bradicinesia), a rigidez entre as articulações do punho, cotovelo, ombro, coxa e tornozelo, os tremores de repouso notadamente nos mem- bros superiores e geralmente predominantes em um lado do corpo quando comparado com o outro e, finalmente, o desequilíbrio. Estes são os chamados “sintomas motores” da doença, mas podem ocorrer também “sintomas não-motores” como diminuição do olfato, alterações intestinais e do sono. • Qual é a doença que acometeu Stephen Hawking? E o que ela causa? ELA ou Esclerose Lateral Amiotrófica é uma doença que afeta o sistema nervoso de forma degenerativa e progressiva e acarreta em paralisia motora irreversível. Pacientes com a doença sofrem paralisia gradual e morte precoce como resultado da perda de capacidades cruciais, como falar, movimentar, engolir e até mesmo respirar. O físico britânico Stephen Hawking, morto em 2018, foi um dos portadores mais conhecidos mundialmente da ELA. Não há cura para a Esclerose Lateral Amiotrófica. Com o tempo, as pessoas com doença perdem progressivamente a capacidade funcional e de cuidar de si mesmas. O óbito, em geral, ocorre entre três e cinco anos após o diagnóstico. Cerca de 25% dos pacientes sobrevivem por mais de cinco anos depois do diagnóstico. • Neurotransmissores na ELA: O que acontece na fenda sináptica? Na doença ELA, há o acumulo de glutamato nas fendas sinápticas graças a uma mutação nas enzimas que realizam a reciclagem desse neurotransmissor. Dessa forma, há uma superestimação dos receptores de íons Ca2+ localizados no terminal pós-sináptico. Quando a concentração de íons cálcio acaba superando o limiar de ativação dos mecanismos que realizam a regulação, ocorre a excitotoxidade e a consequente morte do neurônio. Na ELA, esse distúrbio acontece de forma progressiva. Tarefa da Semana • Qual a causa dos tremores na Doença de Parkinson? Os distúrbios dos núcleos da base afetam os movimentos corporais, a cognição e o comportamento. Tremores incontroláveis e rigidez muscular são características distintas da doença de Parkinson (DP) . Neste distúrbio, neurônios liberadores de dopamina, que se estendem desde a substância negra até o putame e núcleo caudado, sofrem degeneração. Na DP há a degeneração progressiva dos núcleos da base e da substância negra do encéfalo que causa diminuição na síntese de dopamina e se manifesta com tremor, alentecimento dos movimentos voluntários (bradicinesia) e fraqueza muscular. Referências 1. TORTORA, G. J. Princípios de anatomia humana. 12ª. edição. Guanabara Koogan . Rio de Janeiro, 2013. Pedro Lucas Cariri Moura – 2º Período FMIT – Faculdade de Medicina de Itajubá, 2020/1. Semana 6 – 09/03/2020 Sistemas Orgânicos Integrados II – SOI II, TICs. TICs 6 - Fisiologia do Susto Fórum da Semana Ao levarmos um susto, o sistema límbico, região cerebral que regula as emoções e relaciona-se com a memória e aprendizado, responsabiliza-se pela reação. A reação gerada pelos reflexos após a surpresa serve como mecanismo de defesa, para enfrentarmos ou fugirmos da ameaça. O cérebro comanda as suprarrenais para que liberem adrenalina, hormônio que prepara o corpo contra o perigo, diretamente na corrente san- guínea. A descarga adrenérgica provoca alguns acontecimentos, sendo o primeiro a aceleração dos bati- mentoscardíacos, elevando a pressão arterial. Assim, aumenta-se o fluxo sanguíneo nos músculos de forma que fiquem aptos para enfrentar qualquer situação. Tarefa da Semana A Reação de Alarme subdivide-se em dois tempos: choque e contrachoque. Parte dessa reação assemelha-se à Reação de Emergência de Cannon. Ele percebeu que quando um animal era submetido a estímulos agudos ameaçadores da homeostase, inclusive medo, raiva, fome e dor, o animal apresentava uma reação em que se preparava para a luta ou fuga. Esta reação caracteriza-se por: a) aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, para permitir que o sangue circule mais rapidamente e, portanto, para chegar aos músculos esqueléticos e cérebro mais oxigênio e nutrientes e facilite a mobili- dade e o movimento; b) contração do baço, levando mais glóbulos vermelhos à corrente sanguínea, acarretando mais oxigênio para o organismo particularmente nas áreas estrategicamente favorecidas; c) o fígado libera glicose armazenado na corrente sanguínea para que seja utilizado como alimento e, con- sequentemente, mais energia para os músculos e cérebro; d) redistribuição sanguínea, diminuindo o fluxo para a pele e vísceras, aumentando para músculos e cérebro; e) aumento da frequência respiratória e dilatação dos brônquios, para que o organismo possa captar e receber mais oxigênio; f) dilatação pupilar e exoftalmia, isto é, a protuberância do olho para fora do globo ocular, para aumentar a eficiência visual; g) aumento do número de linfócitos na corrente sanguínea, para reparar possíveis danos aos tecidos por agentes externos agressores. TICS 7 Alicia da Mota Silva CATARATA 1. Qual a causa deste problema de saúde? A catarata é caracterizada pela perda progressiva da transparência do cristalino (lente dos olhos), tornando-se opaco a medida em que o envelhece, e dificultando a visão de quem a possui. A causa mais frequente de catarata ocular é o processo natural de envelhecimento que ocorre, normalmente, a partir dos 45 anos e o aparecimento de sintomas de hipovisão a partir dos 60 anos. Outrossim, outras causas podem estar na sua origem a saber: cirurgias intra-oculares (vitrectomia, cirurgia de glaucoma, etc), medicamentos (corticosteróides ou mióticos), doenças (diabetes, galactosemia, doenças renais), infeções e inflamações oculares (uveítes), etc. 2. Como enxerga um paciente com catarata? No início do problema, a pessoa vê como se a lente dos óculos estivesse embaçada ou como se houvesse uma névoa diante dos olhos. Com o avanço da doença, porém, a dificuldade aumenta progressivamente e a pessoa passa a enxergar apenas vultos, evoluindo, às vezes, até a cegueira. Outros sintomas que podem ocorrer são visão dupla, sensibilidade à luz ou imagens distorcidas. Referências: https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e- sintomas/catarata/ TICS 8 Alicia da Mota Silva TIREOIDECTOMIA 1. O que orientar a um paciente candidato a tireoidectomia total? necessidade de um tratamento contínuo com base na reposição dos hormônios produzidos pela tireoide, tiroxina (T3) e triiodotironina (T4), pois a ausência desses hormônios alteram diretamente o metabolismo celular, sendo uma condição fisiológica obrigatória e pelo resto da vida do indivíduo. Orientar sobre o controle de sintomas relacionados ao tratamento, principalmente, sobre a reposição hormonal. É importante destacar que deve incluir a família nas orientações do tratamento, pois ela pode ajudar na promoção de uma assistência personalizada e de modo adequado às necessidades desses pacientes. 2. Quais os riscos? O procedimento pode acarretar riscos e consequências, tais como: • Formação de quelóide no local da cicatriz; • Infecção local; • Hipoparatireoidismo e consequente hipocalcemia (queda dos níveis de cálcio no sangue); • Paralisia transitória das cordas vocais com alteração temporária da voz; • Necessidade do uso de hormônio tireoidiano; • Hematoma no local da cirurgia; • Dor e desconforto na região cervical. Alícia da Mota Silva – 0006293 TICS - 11 DESCREVA O FUNCIONAMENTO / REGULAÇÃO DO SISTEMA RENINA- ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA A participação do sistema renina-angiotensina-aldosterona se dá no controle a longo prazo da pressão arterial e sabidamente envolve vasoconstrição, modulação da atividade simpática e do manuseio de sal e água pelo rim. Quando a pressão arterial cai (no caso da pressão sistólica, para 100 mm Hg ou menos), os rins liberam a enzima renina na corrente sanguínea → A renina se divide o angiotensinogênio, uma grande proteína que circula na corrente sanguínea, em partes. Uma parte é a angiotensina. → A angiotensina I, que se mantém relativamente inativa, é dividida em partes pela enzima de conversão da angiotensina (ECA). Uma parte é a angiotensina II, um hormônio que é muito ativo → A angiotensina II faz com que as paredes musculares das pequenas artérias (arteríolas) se contraiam, aumentando a pressão arterial. A angiotensina II também provoca a liberação do hormônio aldosterona pelas glândulas adrenais e da vasopressina (hormônio antidiurético) pela hipófise → A aldosterona e a vasopressina fazem com que os rins retenham sódio (sal) → A aldosterona também faz com que os rins excretem potássio. O aumento de sódio faz com que a água seja retida, aumentando, assim, o volume de sangue e a pressão arterial. Alícia da Mota Silva – 0006293 TICS - 12 COMO O SÊMEN É FORMADO? Durante a formação do embrião, as células germinativas primordiais migram para os testículos e tornam-se células germinativas imaturas, chamadas espermatogônias, que se situam em duas ou três camadas das superfícies internas dos túbulos seminíferos. Na puberdade, as espermatogônias passam por divisões mitóticas, proliferando e se diferenciando continuamente através de estágios definidos de desenvolvimento para formar o esperma. A espermatogênese ocorre nos túbulos seminíferos, durante a vida sexual ativa, como resultado da estimulação pelos hormônios gonadotrópicos da glândula hipófise anterior, começando, aproximadamente, aos 13 anos de idade e continuando pela maior parte do restante da vida, mas reduzindo- se, acentuadamente, na velhice. No primeiro estágio da espermatogênese, as espermatogônias migram entre as células de Sertoli em direção ao lúmen central dos túbulos seminíferos. As células de Sertoli envolve a espermatogônia em desenvolvimento, durante todo o trajeto até o lúmen central do túbulo. Meiose. A espermatogônia que cruza a barreira até a camada das células de Sertoli é, progressivamente, modificada e alargada, para formar os grandes espermatócitos primários. Cada um deles, por sua vez, passa por divisão meiótica para formar dois espermatócitos secundários. Poucos dias depois, estes também se dividem, formando espermátides, que são, finalmente, modificadas, transformando-se em espermatozoides (esperma). Durante as transformações do estágio de espermatócitos para o de espermátides, os 46 cromossomos (23 pares de cromossomos) do espermatócito se dividem, e então 23 cromossomos vão para uma espermátide e os outros 23 para a outra espermátide. Os genes cromossômicos também se dividem, e, assim, somente metade das características genéticas do possível feto é fornecida pelo pai, enquanto a outra metade provém do oócito fornecido pela mãe. Todo o período de espermatogênese, da espermatogônia ao espermatozoide, dura, aproximadamente, 74 dias. A VASECTOMIA REDUZ O VOLUME DO EJACULADO? Apenas 5 % do sêmen (material ejaculado) é proveniente dos testículos, e o volume seminal não é modificado de maneira significativa (em torno de 0,1 ml). A maior parte do sêmen vem da próstata e das vesículas seminais que continuam produzindo normalmente após o procedimento. Quanto maior for a frequência de ejaculação,menor será o volume do ejaculado. ALICIA DA MOTA SILVA – 0006293 MEDICINA – 2º PERÍODO TICS 13 POR QUE A REPOSIÇÃO HORMONAL NAS MULHERES NA MENOPAUSA PODE SER UMA BOA ALTERNATIVA? Quando a mulher chega na fase de climatério, seu corpo passa a produzir bem menos hormônios, com diminuição, principalmente dos folículos ovarianos, onde são fabricados os androgênios. Com isso, os tratamentos nessa fase de menopausa são voltados à prevenção, como orientações dietéticas, uso de bebidas alcoólicas e tabagismo, a terapia hormonal (TH). A terapia hormonal tem indicação para alivio sintomatológico e na prevenção de hipoestrogenismo, prevenção da oesteoporose, porém, há contraindicações para esse tipo de tratamento, como câncer de mama e endométrio, hepatopatia, diabetes mellitus, entre outros. ALICIA DA MOTA SILVA – 0006293 MEDICINA – 2º PERÍODO TICS 14 QUAIS OS EFEITOS DO PARATORMÔNIO, CALCITRIOL E CALCITONINA NA ATIVIDADE OSTEOBLÁSTICA, OSTEOCLÁSTICA E NA ABSORÇÃO DE CÁLCIO? 1. PARATORMÔNIO o PTH estimula a atividade dos osteoclastos e a reabsorção óssea, mas isso ocorre por meio de mecanismo indireto. As células osteoclásticas de reabsorção óssea não apresentam receptores de PTH. Pelo contrário, os osteoblastos indicam aos precursores osteoclastos que formem osteoblastos maduros. Duas proteínas de osteoblastos responsáveis por essa sinalização são o ativador de receptor para o ligante B do fator nuclear k (RANKL) e o fator estimulador de colônias de macrófagos, que parecem necessários para a formação de osteoclastos maduros. O PTH se liga a receptores nos osteoblastos adjacentes, que estimulam a síntese de RANKL, também chamado ligante de osteoprotegerina (OPGL). O RANKL se liga aos seus receptores RANK nas células pré-osteoclastos, fazendo com que eles se diferenciem em osteoclastos multinucleados maduros. Os osteoclastos maduros, então, desenvolvem uma borda pregueada e liberam enzimas e ácidos que promovem a ressorção óssea. PTH: (1) aumenta a absorção de cálcio e de fosfato a partir do osso; e (2) diminui com rapidez a excreção de cálcio pelos rins. A redução da concentração de fosfato é provocada pelo intenso efeito do PTH em elevar a excreção renal desse elemento — efeito amplo o suficiente, a ponto de superar o aumento da absorção óssea do fosfato. 2. CALCITRIOL Trabalha junto ao Paratormônio, estimulando a produção de osteoclastos maduros através de uma dupla ação, inibindo a produção de OPG e estimulando a formação de RANKL. A vitamina D tem potente efeito de aumentar a absorção de cálcio no trato intestinal; além disso, apresenta efeitos significativos na deposição e absorção ósseas, como será discutido adiante. Contudo, essa vitamina, em si, não é a substância ativa real indutora desses efeitos. Em vez disso, a vitamina D deve passar por uma série de reações no fígado e nos rins, convertendo-se no produto final ativo, o 1,25-di-hidroxicolecalciferol, também conhecido como 1,25(OH2)D3. 3. CALCITONINA A calcitonina, hormônio peptídico secretado pela glândula tireoide, tende a diminuir a concentração plasmática do cálcio e, em geral, tem efeitos opostos aos do PTH. No entanto, o papel quantitativo da calcitonina nos seres humanos é bem menor que o do PTH na regulação da concentração do cálcio iônico. Diminui a concentração de Cálcio: • O efeito imediato consiste na redução das atividades absortivas dos osteoclastos e possivelmente do efeito osteolítico da membrana osteocítica por todo o osso, desviando o equilíbrio em favor da deposição de cálcio nos sais cálcicos ósseos intercambiáveis. • Diminuição da formação de novos osteoclastos. como a ressorção osteoclástica do osso leva, secundariamente, à atividade osteoblástica, o declínio da quantidade de osteoclastos é seguido pela queda do número de osteoblastos. Por essa razão, o resultado efetivo é a redução nas atividades osteoclástica e osteoblástica, por longo período, e, portanto, efeito pouco prolongado na concentração plasmática do cálcio iônico. Ou seja, o efeito no cálcio do plasma é basicamente transitório, durando, no máximo, algumas horas ou alguns dias. ALICIA DA MOTA SILVA – 0006293 MEDICINA – 2º PERÍODO TICS 15 QUAIS SÃO OS LIGAMENTOS DO JOELHO? 1. Ligamentos cruzados (anterior e posterior): ligamentos de tecido fibroso que cruzam na articulação do joelho e unem a tíbia e o fêmur. Eles se cruzam dentro da articulação formando um “X”, com o ligamento cruzado anterior na frente e o ligamento cruzado posterior nas costas. Sua função conjunta é estabilizar a tíbia quanto aos movimentos de flexão e extensão. 1.1. Ligamento cruzado anterior: corre à frente da tíbia, impedindo seu movimento de hiperextensão perante o fêmur. 1.2. Ligamento cruzado posterior: corre atrás da tíbia, para frente e ligeiramente para dentro, até a base do fêmur, impedindo seu movimento de hiperflexão perante o fêmur. 2. Ligamentos colaterais (lateral e medial): são constituídos por ligamento colateral lateral (LCL) na região externa do joelho e o ligamento colateral medial (LCM) na região interna do joelho fortalece a articulação do joelho no lado externo do joelho. 2.1. Ligamento colateral lateral (LCL): une o fêmur ao topo da fíbula . 2.2. Ligamento colateral medial (LCM): fortalece internamente a articulação do joelho. Corre entre o fêmur e a parte superior interna da tíbia. O QUE OCORRE COM O PACIENTE COM LESÃO TOTAL DE CADA UM DESSES LIGAMENTOS? As lesões de ligamentos do joelho são divididas em graus: I. Grau: O ligamento é levemente danificado em uma entorse leve. Significa que foi ligeiramente esticado, mas ainda é capaz de ajudar a manter a articulação do joelho estável. Causa bastante dor. II. Grau: Um entorse de grau 2 estira o ligamento até o ponto em que haja uma ruptura parcial do ligamento. Frouxamento de tendão. III. Grau: ruptura completa do ligamento. O ligamento se rompe completamente e fica dividido em duas partes, chamadas de cotos, e a articulação do joelho ou parte dela torna-se instável. Em lesão total de algum ligamento, o paciente apresenta os seguintes sintomas: • Dor e inchaço. Em até 24 horas depois da lesão, o joelho inchará. Se não forem tratados, o inchaço e a dor passam sozinhos. Mas, se tentar retomar as atividades físicas, o joelho estará provavelmente instável, o que pode causar novos danos na cartilagem de amortecimento (menisco) do joelho. • Amplitude de movimento reduzida • Sensibilidade a longo da linha da articulação • Desconforto ao caminhar ALICIA DA MOTA SILVA – 0006293 MEDICINA – 2º PERÍODO TICS 16 QUAL O MOTIVO DO RISCO DE NECROSE DA CABEÇA DO FÊMUR APÓS FRATURA DO COLO DO FÊMUR? A fratura do colo do fêmur é mais comum em idosos, em que, maiores de 65 anos acometem 90% dos relatos de caso, assim como raça branca, história de osteoporose, entre outros. A sintomatologia caracteriza-se por dor no quadril acometido, que pode irradiar-se para a coxa e o joelho. Podem ser observados, em alguns casos, rotação externa e encurtamento do membro inferior acometido. O diagnóstico baseia-se na história e na radiografia simples do quadril. O tratamento é cirúrgico na maioria dos casos, podendo variar de colocação de pinos e parafusos até substituição da articulação com colocação de próteses. Quanto mais tempo o paciente permanece acamado, maiores são as chances de ter complicações como trombose venosa profunda e embolia pulmonar. A Osteonecrose da cabeça femoral, também conhecida por necrose avascular da cabeça femoral é causada por distúrbio de sua vascularização (circulação vascular), em que o tratamento, ou até mesmo a recuperação de um paciente que obteve fratura do colo de fêmur, poderá acometer essa patologia no fêmur. Alicia da Mota Silva Medicina – 2º períodoTICS 17 QUAL É A CAUSA DAS LUXAÇÕES RECIDIVANTES DO OMBRO EM ALGUNS ACIDENTES? A luxação do ombro ocorre quando uma força extrema supera os mecanismos estabilizadores (lábio, cápsula e manguito) e desloca a cabeça do úmero para fora da cavidade glenoidea. Já a Luxação recidivante, novos deslocamentos podem ocorrer com maior facilidade. Em algumas pessoas, a nova luxação acontece apenas durante o esporte. Em outros, pode ocorrer em atividades diárias ou até mesmo dormindo. Os principais fatores que predispõem uma luxação redicivante no ombro são: • Acidentes: Um trauma de grande impacto pode levar a alterações ósseas, tendinosas, ligamentares e/ou articulares. • Hiperelasticidade articular generalizada: Há pacientes que nascem com frouxidão articular, apresentando um movimento acima do normal. • Alterações anatômicas congênitas: A ausência de alguns ligamentos do ombro pode ocorrer por má formação desde o nascimento. QUAL TIPO DE ACIDENTE MAIS COMUMENTE CAUSA LUXAÇÃO DO OMBRO? O ombro é a grande articulação mais comumente deslocada. Em mais de 95% das luxações do ombro, o osso do braço é empurrado para frente, ficando para fora da articulação (luxação anterior). Alicia da Mota Silva Medicina – 2º período TICS 18 MÃO EM GARRA A compressão do NERVO ULNAR é o segundo entrapment mais comum da extremidade superior; entretanto, a neuropatia aguda do nervo ulnar, localizada distalmente, é uma condição pouco comum. No canal de Guyon, o nervo ulnar pode ser comprimido ao longo de seu trajeto, promovendo déficits sensitivos, motores ou mistos. O ramo profundo inerva os músculos hipotenares, inclusive o abdutor do quinto dedo, e trafega pela palma até os interósseos dorsais e palmares, o terceiro e quarto lumbricais, o adutor do polegar e uma parte do flexor curto do polegar. O flexor curto do quinto dedo, músculo hipotenar, tem duas fixações separadas, no gancho do unciforme e no osso pisiforme. Estas fixações musculocutâneas formam um arco fibroso e criam os limites superficiais do hiato pisounciforme, local da lesão do paciente. Militares em treinamento físico são os principais acometidos com a lesão, pois a atividade “cabo de guerra” culmina com o aparecimento da lesão. SINAL DA BENÇÃO O nervo mediano pode ser lesado em qualquer região de seu trajeto. Depois da lesão acontece perda da sensibilidade da sua região de inervação e pode ocorrer a deformidade da mão conhecida como “mão simiesca”. Quando a lesão se encontra nos ramos que inervam o punho acarreta em: • Mecanismo comum: Laceração do punho. • Déficit motor: • Fraqueza na flexão da metade radial dos dígitos e o polegar, perda de abdução e oponência do polegar. • Presença de "mão de bispo" ou "mão em bênção" quando tentar formar um punho, devido à perda de flexão da metade radial dos dígitos. • Déficit sensorial: perda de sensibilidade nas laterais de 31⁄2 dígitos, incluindo os respectivos leitos ungueais, e a área tenar.
Compartilhar