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1 Beatriz Machado de Almeida Emergências obstétricas – Aula 4 DIAGNÓSTICO DO TRABALHO DE PARTO • Contrações regulares: Embora o útero contraia a gravidez toda, no momento que tem os pródomos, ou seja, o momento que vai anteceder essa fase que vai ser mais rápida do parto, chamada de fase ativa, o útero começa a ter contrações mais regulares, porém não adianta só ter ritmo de regularidade, mas também intensidade. O útero é um músculo e é visível a sua contração, logo, quando se percebe que o útero está contraindo é necessário que se faça a medição, a qual pode ser feita de duas formas: 1 - tocografia (mede a intensidade) ou 2 - a mão do médico (percebe aquela rigidez da musculatura contraída). Na gravidez, a mulher começa a perceber a contração em torno do 7º/8º mês, depende do volume de útero, que quanto mais a fibra distende, mais ela vai contrair pelo mecanismo de frank- starlin. Porém, essas contrações não são rítmicas e não são fortes, por isso que ela não entra em trabalho de parto. A partir do momento em que as contrações são rítmicas (regulares) e tem força, pode modificar colo e entrar em trabalho de parto. Isso é medido e registrado em partograma. • Esvaecimento do colo: Essas contrações, a depender da força, mudam o padrão de colo. • Dilatação cervical: Hoje, a OMS preconiza a dilatação de, mais ou menos, 4cm (mesma dilatação que o manual de assistência a boas práticas do parto preconiza). Isso pode variar de protocolo, mas, a partir de 4cm tem que pensar em trabalho de parto. Resumo: contração de ritmo regular e intensidade forte + dilatação do colo de + ou – 4cm → fase ativa. Antes dessa fase, quando ela só está com contrações fracas, irregulares, é o chamado pródomos. Nessa fase, a paciente não é internada, mas pode ser avaliada ou voltar pra casa com a orientação de voltar para o hospital caso a dor piore. A dor nem sempre vai ter contração! • Formação da bolsa das águas. FASES CLÍNICAS DO PARTO • Período premonitório: contrações irregulares, fracas, arrítmicas. Não dilata colo. • 1º período ou Período de dilatação: 2 momentos: Fase latente - contrações regulares, não tão fortes. Fase mais ativa. Às vezes, pra passar de 1cm pra 2cm, leva horas ou até dias (em algumas pacientes). • 2º período ou Período expulsivo: é quando adentra os 10 cm (o diâmetro do bebê tem mais ou menos 9,5 de diâmetro). • 3º período ou Secundamento: momento de liberação da placenta. • 4º período ou Período de Greenberg: Maior chance de sangramento ou reação adversa nas primeiras horas do parto. Os protocolos passaram por várias mudanças, isso porque atualmente, nos anos 2000, as mulheres parem mais tarde, não fazem mais tanto exercícios, agachamentos e, com isso, foram aparecendo vários estudos novos. Um desses estudos alega que em 2010, em uma população muito maior que a de frishman, as mulheres eram muito parecidas na evolução do parto em determinado momento, tanto a do primeiro filho quanto aquela que já tinha parido mais filhos. Logo, caso se estude por livros mais antigos é esperado que se encontre a classificação de frishman em que ele coloca o trabalho de parto, no período de início da dilatação como 2 contrações fortes em 10 minutos e um colo na primigesta a partir de 2cm e em uma multípara de 3 a 4 cm. Isso, quando teve o último estudo, ficou para a latência e, com isso, unificou para todas as mulheres a dilatação de 4cm. DIAGNÓSTICO DA FASE ATIVA • Há contrações uterinas e dilatação cervical progressiva a partir dos 4cm. Assistência ao Parto Eutócico 2 Beatriz Machado de Almeida Emergências obstétricas – Aula 4 • Contrações uterinas regulares que causam esvaecimento e dilatação cervical, a partir de 5cm de dilatação. • No Brasil cerca de 3 milhões de nascimentos, envolvendo quase 6 milhões de pessoas. • O nascimento no ambiente hospitalar se caracteriza pela adoção de várias tecnologias e procedimentos com o objetivo de torna-lo mais seguro para a mulher e o recém-nascido. • Atualmente, o parto mobiliza uma rede de profissionais muito grande. Exemplo: maternidade Climério de Oliveira – enfermeira, obstetra, fisioterapeuta. A depender do hospital, tem a doula, e o médico obstetra obviamente, que, por sua vez, acaba ficando no parto de alto risco ou no caso de alguma complicação dessa paciente. PRINCÍPIOS DA PROGRAMAÇÃO E HUMANIZAÇÃO NO PRÉ-NATAL E NASCIMENTO BOAS PRÁTICAS No componente Parto e Nascimento da Rede Cegonha figura como ação e adoção de práticas de atenção à saúde. Princípios do programa de humanização no pré-natal e nascimento. • Toda gestante tem direito ao acesso a atendimento digno e de qualidade no decorrer da gestação, parto e puerpério; • Toda gestante tem direito de saber e ter assegurado o acesso à maternidade em que será atendida no momento do parto; • Toda gestante tem direito à assistência ao parto e ao puerpério e que esta seja realizada de forma humanizada e segura, de acordo com os princípios gerais e condições estabelecidas na prática médica; • Todo recém-nascido tem direito à assistência neonatal de forma humanizada e segura. QUALIFICAÇÃO DA ATENÇÃO AO PARTO E NASCIMENTO BOAS PRÁTICAS DE ATENÇÃO E GESTÃO • Acolhimento com classificação de risco; • Direito e acompanhante durante a internação; • Apoio durante o parto; • Oferta de métodos de alívio da dor: quais medicamentos ela quer que sejam utilizados. • Liberdade de posição no parto, privacidade; • Restrição de episiotomia, amniotomia, ocitocinas e outras: não são proibidos. • Contato pele e pele mãe-bebê – proteção do período sensível; • Acolhimento adequado às especificidades étnico-culturais; • Equipes horizontais do cuidado; • Presença de enfermeiro obstetra/obstetriz na assistência ao parto; • Colegiados gestores materno-infantis; • Discussão e publicização dos resultados. ASSISTÊNCIA AO PRIMEIRO PERÍODO • Internar → fase ativa. • Pra entrar na fase ativa tem que ter contrações rítmicas, regulares, fortes, que modifiquem o colo e que esteja acima da dilatação citada anteriormente. INTERNAMENTO • Exames Pré-natal; • Medicações em uso: Exemplos: AAS, metildopa, sulfato ferroso (risco habitual). • Avaliar risco: atual e em gestação anterior; • Exames admissionais: pedir em 3 momentos (início da gravidez, meados, final). ❖ Tipagem sanguínea e fator Rh: se o Rh for negativo, no pós parto é preciso fazer imunoglobulina, caso o bebê seja positivo. ❖ Teste rápido para HIV: medicações pra evitar transmissão intraparto (fazer umas 3 horas antes do parto; Zidovudina). ❖ Vírus da hepatite B (AgHbs): existem momentos da janela que pode ter contaminação, o que envolve imunoglobulina quando o bebê nascer. ❖ TR sífilis/VDRL: a medicação de tratamento é benzetacil. 3 Beatriz Machado de Almeida Emergências obstétricas – Aula 4 *HPV e Herpes são patologias que se pode encontrar. Por exemplo, se tiver a lesão ativa de herpes encontrado em vulva, é contraindicado o parto natural, partindo para cesárea. HPV só se tiver uma lesão que obstrua o canal de parto; se tiver algumas verrugas, poucas, que não atrapalham a saída do bebê, pode ser feito parto normal. Lembrando: paciente chegou para internamento, deve-se perceber quais exames ela traz consigo, vendo positividade e negatividade, o que está faltando para acrescentar e lembrar que ela só vai receber alta se tiver esses exames citados, que é obrigatório pelo MS. No momento do parto, a paciente precisa ter os exames solicitados. ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO HPP Nesse momento também se faz a classificação do risco hemorrágico dessa paciente. É obrigatório que no momento em que a paciente adentre na unidade, consiga-se triá-la colocando por esses critérios acima em qual posição ela se encaixa. Dois critériosde médio risco fazem com que ela seja jogada para alto risco. Essa identificação e classificação é o que vai nortear a conduta. Por exemplo, verde é baixo risco, amarelo é médio e vermelho é alto; o que se fazer com cada um? Como forma de prevenir a hemorragia, já se tenta chegar antes desse evento. Deve-se ter esse pensamento para aquelas pacientes de médio e alto risco, podendo fazer uma reserva de sangue no alto risco, por exemplo, que geralmente é um pouco demorado. Uma coisa é solicitar sangue na hora que a paciente está sangrando, outra coisa é já saber que existe a possibilidade de sangrar, deixando sangue reservado para essa paciente. O momento que a paciente tem mais chance de sangrar é no quarto período, o pós-parto. Dessa forma, essa prevenção começa no terceiro período, na hora que a placenta (o delivramento – secundamento placentário) está soltando. Nessa hora se faz o manejo ativo do terceiro período. Depois, deve-se observar rigorosamente essa paciente por mais tempo (duas horas) para ver se vai evoluir com alguma coisa; além disso, deve-se pedir ao acompanhante para ajudar também. Todas as etapas citadas envolvem o baixo risco. Quando é o médio risco, deve-se acrescentar além daqueles exames já citados, o hemograma. Na alto risco, além de manejar ativamente todas as etapas já citadas, acrescenta-se a reserva de sangue. A importância da classificação é justamente para saber o que vai ser feito. ASSISTÊNCIA AO PRIMEIRO PERÍODO • Ausculta fetal a cada 15 a 30 minutos: Em gravidez de alto risco, faz a ausculta de 15 em 15 minutos. • Pulso materno a cada hora; • Temperatura e pressão arterial a cada 4 horas; • Frequência de diurese; • Exame vaginal a cada 4 horas; • Abrir partograma: Em um processo médico, em uma avaliação de auditoria, se não tiver o partograma no prontuário, o médico vai responder por isso. 4 Beatriz Machado de Almeida Emergências obstétricas – Aula 4 Estudar: Diretriz nacional ao Parto Normal. Comissão nacional de Incorporação de tecnologia no SUS. AUSCULTA FETAL BAIXO RISCO • Período de dilatação → 30 em 30 minutos; • Período expulsivo → 15 em 15 minutos. ALTO RISCO • Período de dilatação → 15 em 15 minutos; • Período expulsivo → 05 em 05 minutos. PERMITIR A INGESTÃO DE LÍQUIDOS E ALIMENTOS A paciente pode comer durante o trabalho de parto; a dieta é livre. O que pode restringir em alguns momentos durante uma dieta líquida é alguma suspeita de distorce que o médico acha que vai mudar a conduta do parto normal para um parto cirúrgico. Mas, mesmo assim, existe uma discordância, pois para alguns anestesistas a paciente tem que estar de barriga cheia o tempo todo, então o risco de broncoaspiração é real. Só que o que Ministério coloca é que pode permitir alimentos; a questão é que com dor, naquele momento nem sempre ela vai querer se alimentar. Observação sobre os exames: O exame do estreptococos no grupo B é realizado no pré-Natal entre 35 e 37 semanas, não chegando a ser solicitado na hora da assistência ao parto. PRESENÇA DE ACOMPANHANTE EM TODO O TRABALHO DE PARTO O repouso dessa paciente é o relativo, ou seja, ela pode ficar na posição que ela quiser: em pé, dançando, na bola. O acompanhante faz parte da presença. NÃO RECOMENDAMOS DE ROTINA • Fazer oxitocina, amniotomia, episiotomia. • Acesso venoso está restrito para o risco médio e alto de hemorragia (baixo risco não é necessário colocar acesso venoso). • Fleet (lavagem intestinal) também não se recomenda mais. ENCORAJAR POSIÇÕES VERTICAIS/CONFORTÁVEIS Quando a paciente chega na maternidade, geralmente a fisioterapeuta imprime um papel semelhante a esse de cima mostrando que ela pode ficar em várias posições que ela quiser. • Medidas farmacológicas: ❖ Analgesia epidural; ❖ Opioides parenterais (fentanil, diamorfina e pepdina). • Medidas não farmacológicas: ❖ Técnicas de relaxamento; ❖ Musicoterapia; ❖ Massagens; ❖ Banhos (imersão em banheiras - raro na assistência pública); ❖ Compressas mornas. A opção não farmacológica é feita aproximadamente no período inicial do trabalho de parto, da fase ativa. Quando acentua um pouco mais, em torno de 8-9 cm, onde o padrão de dor pode aumentar um pouco, aí pode sugerir a farmacológica (antes da epidural pode fazer morfina primeiro). No caso da paciente que já quer fazer a epidural com 7 cm, não está contraindicado, depende do nível de dor e o que é possível fazer para aliviá-la. Deve-se quebrar um pouco essa ideia de que o parto normal tem dor (pois podem ser feitas medicações). A cesárea também tem dor depois. A vantagem no parto normal é que ela sangra menos, tem um risco menor de trombose e infecções quando comparadas com a cesárea, mas tudo tem situações em que se pode ajudar. DURAÇÃO DA FASE ATIVA • Primíparas: média 8 horas e é pouco provável que dure mais que 18 horas; 5 Beatriz Machado de Almeida Emergências obstétricas – Aula 4 • Multíparas: dura em média 5 horas e é pouco provável que dure mais que 12 horas. No momento que a paciente é internada, ela pode levar um tempo para parir. Isso varia muito. Hoje um partograma muito utilizado é o partograma de Zang e é observado na tabela quanto tempo leva para ela mudar de uma dilatação para outra, por exemplo, de 5 para 6 quantos minutos/horas em média? Desde o percentil 50, que seria a média até o percentil 95, para ter uma noção de quanto tempo pode levar. No livro é visto mais o conceito de Friedman, que é 1cm - 1,5cm na primigesta por hora de dilatação. Isso pode variar. PERÍODO EXPULSIVO • Período expulsivo e orientar respiração e puxo, segundo seu próprio impulso. Evitar puxos dirigidos: • Puxo espontâneo ineficaz: suporte emocional, mudança de posição, esvaziamento vesical. • Não realizar manobra de Kristeller (considerado violência). • Ausculta intermitente. • A cada 5 (alto risco) a 15 minutos (risco habitual). Quando a gestante tiver com bebê no plano +3, +4 que ela sentir vontade de fazer o puxo deve-se deixar que ela faça esse movimento. Evitar pedir que ela coloque força. Desencorajar posições supina, decúbito dorsal horizontal ou posição semi- supina. A mãe que define qual postura ela quer parir. Quando não faz nenhuma manobra de retirada do bebê é chamado de Hands Off, ou seja, não coloca a mão e deixa livre. Proteção do períneo feita com a mão previne lacerações grau III e IV. Nas lacerações I e II tanto faz colocar a mão ou não colocar. Isso vai muito de quem está assistindo, a não ser que no plano de parto ela colocasse: eu gostaria que fosse feito o Hands Off OU que gente veja que tem um risco aumentado para laceração maior, sendo necessário comunicar a gestante. Na manobra de Ritgen o que diferencia em relação a hoje é que não é mais feita a introdução do dedo no ânus (imagem circulada) Na manobra Finlandesa é colocada a mão na região marcada em azul na segunda imagem e quando o bebê vai saindo vai deslizando. DURAÇÃO DO PERÍODO EXPULSIVO • Primíparas: 0,5 a 2,5h (sem peridural) e 1 a 3h (com peridural). • Multíparas: 1h (sem peridural) e 2h (com peridural). E o tempo de esperar quando entrou os 10cm também vai variar. É importante saber esse tempo porque se é visto que essa paciente está se arrastando muito no trabalho de parto, é necessário entrar com alguma intervenção, deixando de ser um parto eutócico para ser um parto distócico. O líquido do bebê deve estar normal e a frequência de 5 em 5 min deve ser normal. Caso isso não ocorra, um dos instrumentos que podem ser utilizados é o vácuo (se ela tiver puxo) ou fórceps (caso não tenha puxo). É importante saber o tempo para se ter uma noção em relação a ser uma questão fisiológica e não precisar intervir e quando se tornar uma questãopatológica/distórcica. CONTATO PELE A PELE No momento que o bebê nasce é feito o contato pele a pele, fazendo isso, parte das boas práticas. Se houver um teste de HIV negativo e tiver os outros exames negativos também, estimular também a amamentação naquele momento. 6 Beatriz Machado de Almeida Emergências obstétricas – Aula 4 MANEJO ATIVO DA TERCEIRA FASE DO PARTO • Uso de uterotônicos (utiliza-se ocitocina IM para prevenção de hemorragia). • Clampeamento oportuno (o clampeamento normalmente é tardio, com demora de 1 a 3 min, não passar de 3min porque aumenta o risco de icterícia para esse bebê). • Tração controlada do cordão. Manobra de Brand-Andrews para tração do cordão (puxa o cordão e empurra o útero por dentro dele com um dispositivo - como visto na imagem ao lado -, evitando que o útero vá junto com a placenta, que é a inversão, ou seja o útero ao seguir junto com a placenta pode gerar a inversão uterina). EXPULSÃO DA PLACENTA Assim que a placenta sai, o médico não vai puxar e sim aparar ela (sustentando). Nesse momento já deixou o cordão de lado, e começa a fazer o movimento de rodar (manobra de Jacob Dublin - rotação da placenta repetidas vezes, até ela sair em modo de Shultze), Manobra de delivramento: Na assistência ao terceiro período de forma passiva não são feitas as manobras citadas, de Brand-Andrews e Jacob Dublin, deixando a placenta delivrar sozinha. No entanto, há maiores chances de aumentar a hemorragia, então, é indicado que a paciente faça esse manejo ativo. Então, uma paciente em risco habitual que a chance é de ter hemorragia pequena pode até permitir o manejo passivo, ou seja, não fazer nada, isso até dar 30min, passou de 30min é necessário informar a paciente que já tem um tempo fisiológico e que se der mais 30min se torna patológico, sendo necessária a indução com manobras. O parto de Lotus é não ligar o cordão do bebê, deixar a placenta sair espontaneamente. No entanto, há um aumento da chance de infecção para o bebê, sendo importante ter a conversa com a mãe, para não permitir que fique uma parte da bolsa, do amnio. Com a finalização da manobra deve-se verificar como está a placenta, contar cotilédones. ASSISTÊNCIA AO QUARTO PERÍODO LACERAÇÕES PERINEAIS O quarto período é o momento do sangramento, ou seja, será que vai ter algum trauma nessa vagina? Será que teve alguma laceração? Será que foi preciso fazer uma episiotomia? Se tem essa laceração ou foi cortada ativamente ou espontaneamente, é necessário visualizar se está sangrando e suturar. Laceração 1º grau é a laceração só da mucosa, a de 2º grau acomete músculo superficial também e a de 3º grau pega mucosa, musculatura superficial e esfíncter. A lacerações grau 1 e 2 é feita sutura tanto pelo interno como pelo médico generalista e pelo enfermeiro obstétrico. A partir da laceração grau 3 é feita pelo médico obstetra, mas, obviamente numa situação em que se está no interior, sozinho e pegar uma laceração 3 e 4, tampona com ponto mesmo, para parar esse sangramento até enviar ela para uma instituição mais preparada. Mesmo que não se saiba o que ligar, dos músculos, só tamponando o sangramento já ajuda, envia um relatório informando que foi dado um ponto para estabilizar o sangramento. O obstetra vai desfazer os pontos e vai refazer corretamente. A laceração de 4º grau é composta por mucosa, músculos mais superficiais, esfíncter retal e mucosa retal. Normalmente a sutura feita é a contínua ancorada. 7 Beatriz Machado de Almeida Emergências obstétricas – Aula 4 Evitar retirada de coágulos de rotina. Avaliação do tônus do útero (avaliar se está na altura da cicatriz umbilical que é o globo de Pinard), pressão arterial, sangramento vaginal, contração uterina, altura uterina, temperatura, frequência cardíaca, durante as primeiras 24h. ASSISTÊNCIA AO PUERPÉRIO • Cuidados e controles. • Queixas frequentes. • Dieta e deambulação. • Alterações urinárias. • Doenças hemorroidárias. • Cuidados com as mamas. O puerpério começa nesse quarto período desde a vigilância da hemorragia, mas no primeiro dia de internamento pós parto, segundo dia, geralmente elas têm alta com 36 a 48h no parto normal, na cesárea é um pouco mais de tempo (48 -60h). O globo de Pinar (forma logo após parir) é percebido logo após o parto, o útero fica em média na altura da cicatriz umbilical, passados os dias ele involui em média 1cm por dia nos primeiros 7 dias e 0,5cm daí em diante até voltar a cavidade da pelve menor. Isso é vigiado durante o internamento até ter alta e na revisão de pós parto geralmente é com 15-20 dias. Nessa revisão é buscado hemorroidas, o estado na mama, se não está tendo ingurgitação. • Exames laboratoriais; • Vacinação: se precisa de alguma vacina, como a rubéola, por exemplo. • Depressão: principalmente pacientes que perderam o bebê, que algum bebê tenha tido malformação, mãe em que bebê está internado no berçário. • Anticoncepção. • Licença maternidade e licença paternidade. • Alta hospitalar. • Atividade sexual: não pode ter nos primeiro 45 dias. • Retorno ambulatorial. Verificar a pega na hora da amamentação, a fim de ver se está correta. Há duas linhas no partograma: ação (4h depois da de alerta) e alerta.
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