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AULA 3 A gestão de tesouraria

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DISCIPLINA: 
GESTÃO DO FLUXO DE CAIXA E 
TESOURARIA 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Kessyane Novaes Horbucz 
 
 
2 
 
 
CONVERSA INICIAL 
Até o momento, foi apresentada, de uma maneira holística, a estrutura 
da gestão financeira, sendo possível entender a importância da tomada de 
decisão. Para isso, analisaram-se os riscos e retornos de tais opções de forma 
a compreender como a contabilidade e os mercados auxiliam nesse processo. 
Assim, a partir desta aula, adentraremos na disciplina: a Gestão de Tesouraria. 
Estudaremos a dinâmica da tesouraria, suas áreas de conexão, seu 
sistema, os controles necessários para manter a veracidade das informações, 
as vantagens e dificuldades em centralizar o caixa e como manter um 
relacionamento equilibrado com os bancos. 
Tem-se por objetivo expor as funções e atividades executadas pela 
tesouraria, enfatizando a importância de seguir processos com o aporte de 
sistemas alimentados pelas áreas de apoio. 
Bons estudos! 
 
CONTEXTUALIZANDO 
A gestão de tesouraria passou a ser estudada há pouco tempo, pois, até 
então, não se dava grande importância ao tema. Com a evolução da gestão 
empresarial, observou-se que a capacidade de uma empresa gerar caixa era 
um dos mais importantes indicadores financeiros a serem analisados, 
obrigando a realização de uma gestão eficiente da tesouraria, uma vez que 
isso implica redução de custos em todas áreas da empresa, imprescindível à 
eficácia dos processos e produtos bancários. 
O termo “tesouraria” significa o local onde se guarda o tesouro, ou seja, 
é a área que exerce a guarda, a manutenção e a proteção de toda a riqueza de 
uma empresa. 
As principais atividades desempenhadas pela tesouraria são: contas a 
receber, contas a pagar, administração de fluxo de caixa, captação e aplicação 
 
 
3 
de recursos financeiros, não obstante, para que tudo isso funcione, faz-se 
necessária a interação de todas as áreas de uma empresa. 
Essa interação vai demandar um sistema bem elaborado e, para uma 
comunicação instantânea, exigirá um rigoroso controle interno, acompanhado 
de manuais de procedimentos e de planilhas agregadas de informações 
financeiras, as quais são primordiais nas tomadas de decisões, além de aliar as 
instituições financeiras com o intuito de manter as melhores negociações. 
 
PESQUISE 
Qual é a importância da gestão de tesouraria para as empresas? Por 
que se torna essencial criar mecanismos de controles internos na tesouraria? E 
os sistemas, em que contribuem? Por que se propõe ao tesoureiro manter 
vínculos com várias instituições financeiras? Quais vantagens são obtidas com 
a centralização de caixa? 
 
TEMA 1 – A GESTÃO DE TESOURARIA 
Dentro de uma empresa, todas as áreas são importantes e contribuem, 
com suas especificidades, para a sobrevivência das organizações. Na 
tesouraria, não é diferente, porém todas as outras áreas de uma empresa 
necessitam reportar à tesouraria quando se trata de recursos financeiros, ou 
seja, todo o disponível que gira por uma empresa obrigatoriamente passa pela 
tesouraria. 
No decorrer de nossas aulas, será possível compreender que a 
administração financeira é a disciplina responsável por avaliar as condições de 
investimento e financiamento das organizações, no entanto, existe um 
departamento dentro da administração financeira chamado de tesouraria, cuja 
função é controlar as receitas e as despesas das organizações, sendo 
responsável por alimentar o banco de dados, juntamente com o departamento 
de contabilidade. 
A tesouraria e a contabilidade são setores separados dentro da 
empresa, pois, enquanto a contabilidade é responsável por controlar o 
patrimônio total da empresa, registrando toda a movimentação dela, a 
 
 
4 
tesouraria trabalha com as finanças em espécie, administração do caixa, 
planejamento financeiro, conciliação bancária, captação de recursos, 
financiamento de curto prazo, ou seja, todo o fluxo monetário da empresa. 
Ambas as áreas são subordinadas à diretoria financeira, mas trabalham 
com regimes distintos, sendo o contador focado no regime de competência, 
enquanto o tesoureiro se foca no regime de caixa. 
 
Fonte: Sá. 2012. 
 
O regime de competência contempla registros e análises das 
movimentações financeiras de uma determinada empresa de acordo com o 
período em que elas deveriam ter sido concretizadas, independentemente do 
momento em que de fato ocorreram, ou seja, serão registradas na data e no 
mês exato da transação efetuada. 
 Registro de receitas: O registro das receitas ocorre no período em 
que as transações com terceiros foram realizadas, independentemente de o 
pagamento ter sido efetivado no dia ou em data anterior/posterior, sendo assim, 
o reconhecimento da receita ocorre no dia em que foi firmado um contrato ou 
forte comprometimento em relação à compra ou à contratação do serviço. (Sá, 
1998) 
 
 
5 
 
Por exemplo: Se foi acordado com o cliente o pagamento parcelado, o 
registro deverá ser realizado de acordo com as datas de vencimento, mesmo 
que o cliente não honre as datas acordadas. 
 Registro de despesas: As despesas são registradas quando os 
valores que constam como ativos deixam de existir, podendo ser transferidos 
para terceiros ou pelo surgimento de um determinado passivo, que não 
corresponda a qualquer ativo antes registrado. (Sá, 1998) 
Por exemplo: uma despesa como um seguro deve ser reconhecida 
de acordo com seus períodos contábeis. Se tiver vigência de um ano, por 
exemplo, seu valor deverá ser reconhecido a cada mês durante esse 
período, independentemente de pagamento à vista ou a prazo. 
Já o regime de caixa, como o próprio nome diz, considera as 
negociações no momento em que há transação financeira. Aproveitando o 
exemplo utilizado, os pagamentos do cliente seriam registrados no ato do 
pagamento independentemente da data acordada, ou seja, caso ele atrasasse 
o pagamento, o registro da entrada de caixa seria realizado quando este 
honrasse efetivamente com o compromisso. 
Conforme Gitman (2010), o regime de caixa costuma ser o mais usado 
pelos gestores com a finalidade de avaliar a situação financeira de uma 
empresa, haja vista que ele está diretamente ligado ao fluxo de caixa. 
Quando se observa somente a movimentação financeira, é o regime de 
caixa que está sendo adotado, pois permite uma visualização exata do que se 
tem naquele momento, assemelhando-se a um extrato bancário. 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Adaptado de Hoji, 2004. 
DRE 31/dez 
Vendas: R$................... 100.000,00 
Custo: R$....................... 70.000,00 
Lucro líquido: R$....... 30.000,00 
Fluxo de Caixa 31/dez 
Entrada de caixa: R$............................0 
Saída de caixa: R$............. 70.000,00 
Fluxo de caixa líquido: (R$70.000,00) 
Visão do Tesoureiro 
Regime de Caixa 
Visão do Contador 
Regime de Competência 
https://blog.contaazul.com/o-que-e-fluxo-de-caixa/
 
 
6 
 
O contador detém como principal ferramenta de trabalho a 
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); enquanto a do tesoureiro é o 
Fluxo de Caixa, que tem grande importância na realização de suas análises e 
controle financeiro. 
Dessa maneira, cabe ao tesoureiro administrar a gestão da tesouraria, 
alinhando as informações fornecidas nas operações contas a pagar e contas a 
receber, com o objetivo de elaborar um fluxo de caixa eficiente. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2016. 
 
O contas a receber repassa à tesouraria todas as informações sobre as 
receitas realizadas e previstas, ao passo que o contas a pagar transmite as 
informações sobre os pagamentos aos fornecedores, dados financeiros que 
alimentam o fluxo de caixa, o qual é controlado pela tesouraria. 
De acordo com Shan Anwar (2015), algumas barreiras limitam o trabalho 
da tesouraria, tais como: 
 Falta de recursos – as tesourarias já têm funçõesenxutas em suas 
empresas. De acordo com uma pesquisa da AFP de 2014, 54% das 
tesourarias contam com menos de cinco funcionários em tempo 
integral. Dadas as atuais restrições de recursos, cobrar dos tesoureiros 
mais produtividade, exigirá o realinhamento dos recursos existentes 
para a tesouraria. 
 Falta de estrutura – uma abordagem holística da gestão de tesouraria 
requer uma estrutura para identificar as várias funções que precisam 
ser centralizadas, além de identificar funções e responsabilidades para 
a forma como elas devem ser gerenciadas. 
 
 
7 
 
 Falta de dados – relacionados às limitações de sistema mencionadas 
acima. Para gerenciar essas funções de forma eficaz, as tesourarias 
precisam de dados consolidados. 
 
A empresa que consegue derrubar essas barreiras e implantar uma 
gestão de tesouraria eficiente garante a “saúde” financeira de seus 
negócios, estabelecendo-se com possibilidades de folga de capital de giro, 
saldos positivos de fluxo de caixa e ciclos alinhados. 
 
Saiba Mais: 
Inteire-se sobre o primeiro tema com a leitura do artigo a seguir, que 
aborda a importância da gestão da tesouraria, disponível em: 
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/19151/000734280.pdf 
 
 
TEMA 2 – FUNÇÕES E ATIVIDADES DE TESOURARIA 
As funções e atividades da tesouraria não se limitam apenas à 
salvaguarda de valores, para Hoji (2004, p. 144), a “finalidade básica da 
tesouraria é assegurar os recursos e os instrumentos financeiros necessários 
para a manutenção e viabilização dos negócios da empresa”. 
Dessa maneira, Hoji (2004) elenca as seguintes funções e atividades da 
tesouraria: 
 Planejamento financeiro: Elaborar projeção do fluxo de 
caixa; analisar a estrutura de capital e propor alternativas de 
financiamento; estabelecer políticas de financiamento do capital de giro e 
de aplicação financeira. 
 Administração do fluxo de caixa: Controlar os recursos 
disponíveis no caixa e em bancos; elaborar e analisar o fluxo de caixa 
realizado; fazer conciliação bancária; planejar e executar ações para 
suprir insuficiências de caixa; planejar e executar ações para maximizar 
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/19151/000734280.pdf
 
 
8 
as sobras de caixa; analisar alternativas de financiamento de capital de 
giro; analisar antecipações de recebimentos e pagamentos. 
 Negociação e controle de aplicações financeiras: 
Analisar os aspectos legais e financeiros das aplicações; negociar e 
controlar as aplicações financeiras; conceder limite de crédito para 
instituições financeiras; controlar e analisar a rentabilidade das aplicações 
financeiras. 
 Negociação e controle de empréstimos e 
financiamentos: Analisar os aspectos legais e financeiros das 
modalidades de empréstimos e dos financiamentos; negociar linhas de 
crédito com instituições financeiras; negociar e controlar empréstimos e 
financiamentos bancários; negociar e controlar operações de leasing; 
controlar e analisar os custos de empréstimos e financiamentos. 
 Negociação e controle de garantias e seguros: Negociar 
linhas de crédito para fianças bancárias e seguros-garantia; controlar os 
instrumentos de garantia entregues a terceiros; negociar comissões de 
fianças bancárias e previsões; controlar e manter a guarda dos 
instrumentos de garantia recebidos de fornecedores. 
 Administração de riscos de flutuação de preços e taxas: 
Avaliar a necessidade de fazer operações de hedge contra a flutuação de 
preços e taxas de juros e câmbio; analisar alternativas e custos de hedge; 
propor ao órgão competente à realização, ou não, de operações de hedge 
custos; negociar e controlar as operações de hedge. 
Hedge: são operações com a finalidade de proteção. A palavra hedge vem do 
inglês que significa cerca, ou seja, proteção. 
 
 Operações de câmbio: Controlar operações financeiras em 
moeda estrangeira; registrar operações financeiras em moeda estrangeira 
no Banco Central; fazer fechamento de câmbio das operações de 
exportação e importação; negociar taxas de fechamento de câmbio; 
providenciar remessas de numerários ao exterior. 
 Crédito e cobrança: Analisar os cadastros dos clientes para 
concessão de crédito; cobrar e receber as duplicatas nos respectivos 
vencimentos; cobrar e receber saques de exportação; controlar as 
 
 
9 
duplicatas em carteira e em cobrança bancária; controlar eventos 
financeiros contratuais; negociar novação de crédito. 
 Contas a pagar: Estabelecer políticas de pagamentos; 
controlar adiantamentos a fornecedores; controlar abatimentos e 
devoluções de mercadorias; controlar cobranças bancárias e cobranças 
em carteira; liberar duplicatas para pagamento. 
Todas essas atividades contemplam a tesouraria, porém não significa 
que seja responsabilidade única e exclusivamente dela, pois tais funções 
podem ser compartilhadas com outras áreas de uma empresa. 
 
 
TEMA 3 – SISTEMA DE TESOURARIA 
Atualmente, a tecnologia possibilita uma otimização nas trocas de 
informações entre os setores de uma organização, proporcionando facilidade 
nas previsões, nos ajustes e nas análises dos dados registrados no sistema. 
Para Hoji (2004), o sistema de tesouraria compreende o registro dos 
fluxos financeiros da organização. Permite gerir contas-correntes, efetuar 
pagamentos e recebimentos, executar operações relacionadas com caixa e 
bancos. Todo sistema de tesouraria se centraliza no controle do fluxo de caixa, 
o qual é alimentado com as informações advindas do contas a pagar, contas a 
receber, previsão de fluxo de caixa, controle de financiamentos e controle de 
investimentos financeiros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
Fonte: Hoji, 2004. 
 
Com isso, todas as áreas da empresa passam a se comunicar com a 
tesouraria, fornecendo dados importantes para construção de instrumentos 
financeiros capazes de prever cenários futuros. 
A integração com a contabilidade eleva a eficiência da organização, 
sendo, assim, possível eliminar duplicidade de informações, tornando-as mais 
confiáveis, contribuindo para a melhoria da análise das decisões estratégicas, 
sem deixar de observar o processo de entradas e saídas de caixa efetuadas 
por cobranças e pagamentos. Por tudo isso, é fundamental ter na tesouraria 
um sistema que defina um alto padrão de trabalho, com os registros 
simultâneos das informações. 
A integração e a automatização de um sistema propiciam que esse 
mesmo sistema no qual se inserem as transações realize a contabilização e a 
analise referentes ao gerenciamento de riscos. 
 
 
 
 
 
11 
 
TEMA 4 – CONTROLES INTERNOS DA TESOURARIA 
Sabemos que cabe ao contador contabilizar, e ao tesoureiro, pagar, mas 
as dinâmicas dos negócios modernos exigem que os relatórios gerenciais, 
provenientes dos registros contábeis, sejam emitidos a tempo de possibilitar 
aos administradores utilizar esses instrumentos na tomada de decisão. Nesse 
caso, a empresa precisaria criar mecanismos de controles internos que 
possibilitem a verificação da exatidão dos registros. 
Segundo Sá (1998, p. 106): 
O controle interno é formado pelo plano de organização e de todos os 
métodos e procedimentos adotados internamente pela empresa para 
proteger seus ativos, controlar a validade dos dados fornecidos pela 
contabilidade, ampliar a eficácia e assegurar a boa aplicação das 
instruções da direção. 
 
Por isso, é sugerido que as empresas elaborem manuais de controles 
internos, com intento de orientar a simetria de informações entre áreas; mesmo 
possuindo um sistema de tesouraria devidamente informatizado, é válido 
realçar a responsabilidade de todos os envolvidos no processo, caso seja 
necessário implantar auditorias internas e compliance. 
Compliance: estar em conformidade com leis e regulamentos externos e 
internos. 
 
Nesses manuais, devem constar as políticas de controle interno e seus 
comitês, as informações pertinentesao monitoramento, as formas de 
comunicação e postura ética seguida pela organização, englobando os 
principais controles internos realizados. 
Os principais controles internos de tesouraria são: 
 fluxo de caixa; 
 disponibilidades; 
 aplicações financeiras; 
 empréstimos e financiamentos; 
 contas a receber e a pagar; 
12 
 controle de talões de cheque;
 guarda e cobrança de cheques devolvidos dos clientes;
 tarifas bancárias;
 fundos fixos de caixa;
 títulos enviados para empresas de cobrança.
Para Anwar (2015), os tesoureiros devem procurar eliminar, ou pelo 
menos padronizar, operações manuais, usando planilhas e consolidando vários 
processos que, historicamente, foram desempenhados no nível de negócio. Da 
mesma forma, a consolidação e a padronização de dados são peça central na 
equação da centralização. Uma solução integral de gestão de tesouraria é 
fundamental para possibilitar a transformação da centralização. 
Saiba Mais 
Segue um manual de tesouraria, como exemplo, para conhecimento do 
aluno. Disponível em: 
http://www.arsnorte.min-saude.pt/wp-content/uploads/sites/3/2019/04/
MCI_Tesouraria.pdf
TEMA 5 – RELACIONAMENTO BANCÁRIO E CENTRALIZAÇÃO DE CAIXA 
Dificilmente uma instituição financeira realizará operações para um 
cliente sem que obtenha um spread significativo, ou seja, uma instituição 
financeira não está disposta a se descapitalizar para oferecer benefícios 
financeiros a seus clientes, pois existe uma relação de reciprocidade bancária e 
mercantil, o que difere de concessões e favorecimentos por parte das 
instituições financeiras. 
Spread: é a diferença entre o que os bancos pagam na captação de recursos e o que 
eles cobram ao conceder um empréstimo. 
Quando uma empresa concentra suas operações em uma instituição 
financeira, não terá opções de barganha, correndo o risco de mercado e 
financeiro, dessa maneira, o tesoureiro deverá analisar com cautela todas as 
http://www3.eliteccvm.com.br/novo/upload/misc/file/fae4c5e4d80f3debed093d27e75b7ecd.pdf
http://www.arsnorte.min-saude.pt/wp-content/uploads/sites/3/2019/04/MCI_Tesouraria.pdf
 
 
13 
operações oferecidas pelos bancos e pesquisar taxas, limites e linhas de 
créditos para evitar custos desnecessários. 
Segundo Hoji (2004, p. 157): 
A empresa deve concentrar suas transações em menor número 
possível de instituições financeiras, o que não significa que deva 
manter distância de outras instituições desse tipo. A possibilidade de 
consultar maior número de instituições financeiras para determinadas 
operações traz vantagens significativas à empresa, pois nem todas são 
competitivas em todos os tipos de operações financeiras. 
 
Para Anwar (2015), a gestão de caixa centralizada também oferece 
algumas vantagens, pois a relação com os bancos pode ser otimizada em 
regiões e parceiros com os quais a empresa negocia. A administração 
centralizada dos pagamentos interbancários aumenta o controle sobre essas 
transações, principalmente com a redução de juros. 
Conforme exposto por Shan Anwar (2015), na plataforma de indicadores 
financeiros bloomberg, 
o modelo de tesouraria centralizado permite que os tesoureiros 
agreguem cada vez mais valor aos seus negócios e, por sua vez, 
tornem-se parceiros dos negócios subjacentes aos quais atendem. Em 
alguns casos, esse modelo pode até somar no resultado final. Por 
exemplo, a centralização de todos os aspectos da gestão de caixa na 
tesouraria permite que os tesoureiros otimizem seu perfil de 
financiamento. 
A centralização é um processo iterativo – uma jornada contínua. Onde 
quer que a organização esteja nessa jornada, ela pode aproveitar a 
oportunidade para refletir se suas operações foram otimizadas e estão 
em vigor, transformando-as de operações de negócios a parceiras de 
negócios. 
 
 
 
 
 
14 
 
Fonte: Bloomberg. Disponível em: 
<https://www.bloomberg.com.br/2015/08/06/tesouraria-centralizada-uma-justificativa-para-dar-
a-tesouraria-ainda-mais-responsabilidades/>. 
 
A gestão de caixa centralizada pode oferecer eficiências semelhantes. A 
relação com os bancos precisa ser otimizada em regiões e parceiros com os 
quais a empresa negocia. 
A administração centralizada dos pagamentos interbancários aumenta o 
controle sobre essas transações, reduzindo juros e outras reivindicações contra 
a empresa. O financiamento interno é sempre mais barato do que o externo, de 
forma que a centralização do caixa na tesouraria permite à organização 
aproveitar fundos ocultos que podem estar disponíveis nas operações internas. 
(Anwar, 2015) 
Os obstáculos mais comuns à centralização do caixa são os custos 
tecnológicos que acabam limitando as operações de uma empresa. Segundo 
Anwar (2015), embora as atividades da tesouraria estejam vinculadas umas às 
outras, poucos sistemas oferecem a capacidade integral de conectar gestão de 
caixa e gestão de hedge, exigindo pontos ou interfaces de contato manual e 
manipulação de dados. 
Com isso, na maioria das vezes, os tesoureiros gerenciam suas 
tesourarias por meio de planilhas extensas e complexas, o que torna o 
processo demorado e frágil – suscetível a erros – pelo fato de a implantação de 
um novo sistema ser demorado e caro para a empresa. 
 
Saiba mais 
Assista ao vídeo a seguir que expõe resumidamente a vantagem da 
centralização de caixa. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=f3gMuhpLUPo 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=f3gMuhpLUPo
 
 
15 
 
Leitura obrigatória 
Leia mais sobre a gestão de tesouraria no livro Finanças sem 
complicação, capítulo 1, páginas 21 a 33, disponível em: 
http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788582127681/pages
/21 
 
TROCANDO IDEIAS 
Nova lei anticorrupção no Brasil 
No fim de 2013, o Brasil aprovou uma nova lei anticorrupção, unindo-se 
a uma tendência internacional entre os países que buscam reprimir a 
corrupção. 
As novas regras, que preveem, por exemplo, multa de até 20% da 
receita anual, estão aumentando a demanda por especialistas em compliance 
mesmo em empresas de pequeno e médio porte, disse Leonardo Theon de 
Moraes, chefe de legislação corporativa e de falências da Theon de Moraes 
Britto Sociedade de Advogados. 
“Oito anos atrás ninguém falava em compliance”, disse Jae Kim, 47, sócio da TozziniFreire 
Advogados, que tem uma equipe de cerca de 30 advogados trabalhando em processos 
antitruste para clientes que incluem algumas das empresas citadas no escândalo. Agora, as 
investigações “geraram um grande movimento nos escritórios de advocacia”. 
 
Fonte: UOL. Disponível em: <http://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2015/01/20/apos-
escandalos-compliance-e-a-nova-palavra-de-ordem-no-brasil.htm>. 
 
Caro aluno, reflita sobre o texto acima e compartilhe com os colegas por 
que houve um aumento na demanda por especialistas em compliance? 
 
 
 
 
http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788582127681/pages/21
http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788582127681/pages/21
16 
NA PRÁTICA 
Caso de centralização (Magazine Luiza) 
Disponível em <https://www.amcham.com.br/noticias/gestao/gestao-
centralizada-de-recursos-no-magazine-luiza-gera-eficiencia-e-reduz-
custos-3270.html>.
Analisando o caso acima (Magazine Luiza), como você avalia esse novo 
modelo de negócio em que a empresa – Magazine Luiza – atua como 
fornecedor de recursos financeiros a seus fornecedores? 
FINALIZANDO 
Além de zelar pela riqueza da empresa, a tesouraria propicia a redução 
dos riscos financeira da empresa; utilizando métodos de organização e controle 
adequado, a tesouraria ganha cada vez mais espaço, tornando-se a 
protagonista na administração financeira ao traçar diretrizes de rentabilização 
de capital e redução de custos. 
REFERÊNCIAS 
AMCHAM BRASIL. Gestão centralizada de recursos no Magazine 
Luiza gera eficiência e reduz custos. Disponível em: 
<http://www.amcham.com.br/gestao-empresarial/noticias/gestao-centralizada-de-recursos-no-magazine-luiza-gera-eficiencia-e-reduz-custos-3270.html>. 
Acesso em: 17 ago. 2016. 
ANWAR, S. Tesouraria centralizada. Disponível em: 
<http://www.bloombe rg.com.br/2015/08/06/tesouraria-centralizada-uma-
justificativa-para-dar-a-tesouraria-ainda-mais-responsabilidades/>. 
http://www.amcham.com.br/gestao-empresarial/noticias/gestao-centralizada-de-recursos-no-magazine-luiza-gera-eficiencia-e-reduz-custos-3270.html
http://www.amcham.com.br/gestao-empresarial/noticias/gestao-centralizada-de-recursos-no-magazine-luiza-gera-eficiencia-e-reduz-custos-3270.html
http://www.amcham.com.br/gestao-empresarial/noticias/gestao-centralizada-de-recursos-no-magazine-luiza-gera-eficiencia-e-reduz-custos-3270.html
http://www/
https://www.amcham.com.br/noticias/gestao/gestao-centralizada-de-recursos-no-magazine-luiza-gera-eficiencia-e-reduz-custos-3270.html
 
 
17 
 
BLOOMBERG. Disponível em: 
<http://www.bloomberg.com.br/2015/08/06/tesouraria-centralizada-uma-
justificativa-para-dar-a-tesouraria-ainda-mais-responsabilidades/>. Acesso em: 
16 ago. 2016. 
HOJI, M. Administração financeira: uma abordagem prática: 
matemática financeira aplicada, estratégias financeiras, análise, planejamento 
e controle financeiro. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2004. 
SÁ, A. L. de. Curso de auditoria. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1998. 
______. Fluxo de caixa: a visão da tesouraria e da controladoria. 4. ed. 
São Paulo: Atlas, 2012. 
SELEME, L. D. B. Finanças sem complicações. Curitiba: Intersaberes, 
2012.

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