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cirurgia Oral I II resumo

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CirurgiaCirurgia
2022.1
7º SEMESTRE
 
 
Avaliação do estado de saúde pré-operatório 
História médica 
 Um histórico médico preciso é a informação mais útil 
que um clínico pode ter enquanto decide se um paciente 
pode passar por um tratamento dentário planejado de 
modo seguro. 
Dados 
o Dados biográficos 
o Principal queixa e seu histórico 
o História médica 
o Históricos social e médico da família 
o Revisão de sistemas 
o Exame físico 
o Resultados laboratoriais e de imagenologia 
Histórico de saúde 
É útil investigar especificamente sobre problemas 
médicos comuns que tendem a alterar o tratamento 
odontológico do paciente. Esses problemas incluem 
angina, infarto do miocárdio, sopros cardíacos, cardiopatia 
reumática, distúrbios hemorrágicos (incluindo uso de 
anticoagulantes), asma, doença pulmonar crônica, 
hepatite, doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), 
diabetes, uso de corticosteroide, distúrbio convulsivo, 
derrame e qualquer prótese implantada como articulação 
artificial e válvulas cardíacas. 
Os pacientes devem ser perguntados especificamente 
sobre alergias a anestésicos locais, Aspirina® e penicilina. 
Pacientes do sexo feminino, pertencentes a uma faixa 
etária apropriada, devem também ser indagadas, em 
cada visita, sobre a possibilidade de estarem grávidas. 
Um breve histórico familiar pode ser útil e deve 
considerar doenças hereditárias relevantes como 
hemofilia. O histórico médico deve ser atualizado 
regularmente. 
o Internações anteriores, operações, lesões 
traumáticas e doenças graves 
o Doenças leves recentes ou sintomas 
o Medicações usadas no momento ou recentemente 
e alergias (em especial, alergias a drogas) 
o Descrição de hábitos relacionados à saúde ou vícios 
como o uso de álcool, tabaco e drogas ilícitas, e a 
quantidade e tipo de exercício diário 
o Data e resultado do último checkup médico ou visita 
ao clínico 
Os resultados da avaliação médica são usados para 
atribuir uma classificação ao estado físico. Existem alguns 
sistemas de classificação, mas, geralmente, o mais usado 
é o sistema classificatório da American Society of 
Anesthesiologists (ASA) 
 
ASA I: Paciente normal, saudável 
ASA II: Paciente com doença sistêmica leve ou com um 
significante risco de saúde 
ASA III: Paciente com doença sistêmica grave que não 
é incapacitante 
ASA IV: Paciente com doença sistêmica grave que 
oferece risco de vida constante 
ASA V: Paciente moribundo que provavelmente não 
sobreviverá sem a operação 
ASA VI: Paciente com morte cerebral declarada que 
está passando por remoção de órgãos para doá-los. 
Adaptação para consultório odontológico 
ASA I: pacientes saudáveis 
Asa II: paciente extremamente ansionso, com história 
de episódios de mal-estar ou desmaio na clínica 
odontológica; paciente acima de 65 anos; obesidade 
moderada; gestantes nos 2 primeiros semestres de 
gestação. 
Hipertensos controlados com medicação, diabéticos 
tipo II, controlados com dieta e/ou medicação; portadores 
de distúrbios convulsivos, controlados com medicação; 
asmático, que ocasionalmente usa broncodilatador em 
aeressol e tabagistas, sem DPOC. Angina estável, 
assintomática e pacientes com história de infarto com 
mais de 6 meses. 
 
 
ASA III: Paciente com doença sistêmica severa, que 
limita suas atividades, obesidade mórbida, ultimo trimestre 
da gestação, diabético tipo I com doença controlada, 
hipertenso descontrolado, insuficiência cardíaca 
congestiva; doença pulmonar obstrutiva crônica; 
episódios frequentes de convulsão ou crise asmática; 
hemofilia. Paciente sob quimioterapia; infarto em menos 
de 6 meses. 
Exame físico 
Qualquer exame físico deve começar com a medição 
dos sinais vitais. Isto serve como um dispositivo para 
detectar problemas médicos que não foram previstos e 
como uma base para medições futuras. 
A avaliação física de várias partes do corpo geralmente 
envolve um ou mais dos seguintes meios primários de 
avaliação: (1) inspeção, (2) palpação, (3) percussão e (4) 
auscultação. 
Nas regiões oral e maxilofacial, a inspeção deve ser 
sempre realizada. O médico deve notar a distribuição dos 
pelos e sua textura, a simetria facial e a proporção, os 
movimentos oculares e a cor da conjuntiva, a 
permeabilidade nasal em cada lado, a presença ou a 
ausência de lesões cutâneas ou descoloração e as 
massas na face e pescoço. 
o Pulso arterial- carotídeo ou radial (verificar qualidade, 
ritmo, frequência, volume) 
o Frequência respiratória 
o Pressão arterial 
o Temperatura 
o Altura e peso 
o Solicitar exames complementares 
Tratamento de pacientes com condições 
médicas comprometidas 
Problemas Cardiovasculares 
Cardiopatia isquêmica 
Angina pectoris 
O estreitamento das artérias do miocárdio é um dos 
problemas de saúde mais comuns que os cirurgiões-
dentistas encontram. O processo básico da doença é um 
estreitamento progressivo ou espasmo (ou ambos) de 
uma ou mais artérias coronárias. Isso leva a um 
descompasso entre a demanda miocárdica de oxigênio 
e a habilidade das artérias coronárias de abastecer o 
sangue arterial (que carrega oxigênio). A demanda de 
oxigênio do miocárdio pode ser aumentada, por 
exemplo, pelo esforço ou pela ansiedade. A angina é um 
sintoma de cardiopatia isquêmica produzida quando o 
abastecimento de sangue do miocárdio não é 
suficientemente aumentado para alcançar as altas 
exigências de oxigênio que resultam de uma doença 
arterial coronária. O miocárdio se torna isquêmico, 
produzindo pressão alta e sensação de aperto na região 
subesternal que pode se propagar ao ombro e braço 
esquerdo e até à região mandibular. O paciente pode 
reclamar de uma intensa sensação de dificuldade de 
respirar adequadamente. 
Embora existam algumas controvérsias sobre o uso de 
anestésicos locais contendo epinefrina em pacientes com 
angina, os benefícios (p. ex., anestesia prolongada e 
acentuada) compensam os riscos. No entanto, se deve 
tomar cuidado para evitar administração excessiva de 
epinefrina por meio do uso de técnicas de injeção 
apropriadas. 
Alguns médicos também aconselham não dar mais que 
4 mL de uma solução anestésica local com uma 
concentração de epinefrina de 1:100.000 em uma dose 
total para adultos de 0,04 mg em cada período de 30 
minutos. 
Angina mediante a esforço mediano, responde ao 
descanso e à nitroglicerina, pode ser operado 
normalmente. Já pacientes com angina mediante a 
esforço mínimo (instável) ou repouso, é recomendado 
postergar cirurgias programadas. 
Infarto agudo do miocárdio 
O IAM ocorre quando a isquemia (resultante de um 
descompasso entre a demanda de oxigênio e seu 
abastecimento) causa disfunção celular miocárdica e 
morte. O infarto agudo do miocárdio normalmente 
acontece quando uma área estreita de uma artéria 
coronária possui um coágulo que bloqueia todo ou a 
maior parte do fluxo sanguíneo. É a morte celular de 
uma parte do miocárdio, devido a isquemia prolongada 
da região. 
 O tratamento de um problema cirúrgico bucal em um 
paciente que tenha tido um IAM começa com uma 
consulta ao seu médico. Geralmente, é recomendado 
que os principais procedimentos cirúrgicos programados 
sejam adiados até pelo menos 6 meses após o infarto. 
 
 
 Pacientes que tiveram um IAM tomam Aspirina® e 
outros anticoagulantes para diminuir a trombogênese 
coronária; detalhes sobre isso devem ser procurados, 
pois podem afetar a tomada de decisões cirúrgicas. 
 A utilização de anestésicos locais contendo epinefrina 
é segura, se dados em quantidades adequadas usando 
uma técnica de aspiração. Os sinais vitais devem ser 
monitorados durante o período transoperatório. 
Acidente vascular cerebral (derrame) 
Pacientes que sofreram um acidente vascular cerebral 
(AVC) são sempre suscetíveis a mais acidentes 
neurovasculares. Frequentemente, são prescritos 
anticoagulantes a esses pacientes e, se forem 
hipertensos, eles também tomam remédios para abaixar 
a pressão. Se um paciente desse tipo precisar de cirurgia, 
é desejável que o mesmoesteja liberado por seu 
médico, assim como um adiamento até as tendências 
hipertensivas importantes estiverem controladas. 
 O estado neurológico básico do paciente deve ser 
avaliado e registrado no pré-operatório. O paciente deve 
ser tratado por um protocolo de redução de ansiedade 
não farmacológico e ter seus sinais vitais cuidadosamente 
monitorados durante a cirurgia. Se a sedação 
farmacológica for necessária, baixas concentrações de 
óxido nitroso podem ser utilizadas. 
Disritmias 
Pacientes que são propensos ou sofrem de disritmias 
cardíacas geralmente possuem um histórico de 
cardiopatia isquêmica que requer modificações no 
tratamento odontológico. 
Muitos defendem que se deve limitar a administração 
de epinefrina à quantidade de 0,04 mg. No entanto, além 
disso, esses pacientes podem estar tomando 
anticoagulantes ou ter um marcapasso cardíaco 
permanente. Marca-passos não apresentam 
contraindicações à cirurgia bucal e não há evidências que 
mostrem a necessidade de profilaxia antibiótica em 
pacientes com marca-passos. Equipamentos elétricos 
como o eletrocautério e micro-ondas não devem ser 
usados perto do paciente. 
Distúrbios renais 
 Normalmente paciente com distúrbios renais 
apresentam anorexia, fraqueza, prurido, náuseas e 
letargia, dispneia, hipertensão arterial e edemas 
periféricos. 
É necessário solicitar exames complementares como: 
hemograma completo, coagulograma, IMR, ureia, 
creatinina e eletrólitos. Em casos de diálise, verificar qual 
tipo de diálise e sempre adiar o tratamento para o dia 
posterior a sessão de diálise 
É importante avaliar drogas nefrotóxicas (antibióticos, 
anti-virais, AINES) e a necessidade de suplementação 
com esteroides e profilaxia antibiótica 
Distúrbios hepáticos 
O paciente com danos severos no fígado resultantes 
de doença infecciosa, abuso de álcool, ou congestão biliar 
ou vascular precisa de atenção especial antes da 
realização da cirurgia bucal. Uma alteração de dose ou 
evitar drogas que necessitam de metabolismo 
hepáticopode ser necessário. 
A produção de vitamina K – fatores de coagulação 
vitamina K-dependentes (II, VII, IX, X) podem ser 
reduzidos em doenças hepáticas severas; portanto, 
obter uma Relação Normalizada Internacional (INR, do 
inglês, international normalized ratio tempo de 
protrombina [TP]) ou tempo de tromboplastina parcial 
(TTP) pode ser útil antes da cirurgia em pacientes com 
doenças hepáticas mais severas. A hipertensão portal 
causada por doença hepática pode também acarretar 
em hiperesplenismo – uma captura de plaquetas que 
causa trombocitopenia. Detectar um tempo de 
sangramento prolongado ou contagem baixa de 
plaquetas revela esse problema. 
Deve haver precauções contra a hepatite B e evitar 
drogas com metabolismo hepático, como Tilenol e 
tetraciclina. É necessário pedir coagulograma, avaliando 
deficiência de vitamina K e contagem de plaquetas e 
alterações no TGO e TGP. 
Diabetes Mellitus 
Pacientes diabéticos relatam polidipsia, poliúria, polifagia 
e perda de peso. Deve-se avaliar a glicemia em jejum 
acima de 120mg/dl (lembrando que pode ser falha- avaliar 
hemoglobina glicada). 
o Glicose em jeju, (até 180- 200mg/dl pode ser 
tolerável) 
 
 
o Hemglobina glicada: níveis glicêmicos de 3-6 meses 
(menor de 5,7% normal) - tratamento cirúrgico ideal 
menor de 7% 
Gravidez 
Embora não seja uma doença, a gravidez ainda é uma 
situação em que são necessárias considerações especiais 
para proteger a mãe e o feto em desenvolvimento 
quando uma cirurgia bucal é pedida. A preocupação 
primária, quando se trata de fornecer tratamento para 
uma paciente grávida, é a prevenção de danos genéticos 
ao feto. 
É praticamente impossível realizar um procedimento 
cirúrgico oral com sucesso sem o uso de radiografias ou 
medicamentos; portanto, uma opção é adiar qualquer 
cirurgia bucal programada até depois do parto para evitar 
riscos ao feto. 
Se a cirurgia durante a gravidez não puder ser adiada, 
devem ser realizados esforços para diminuir a exposição 
fetal aos fatores teratogênicos. No que diz respeito à 
imagenologia, o uso de forras de proteção e a realização 
de exame radiográfico periapical digital somente nas 
áreas que requerem cirurgia podem diminuir essa 
exposição. 
 A lista de drogas que se acredita oferecerem pouco 
risco ao feto é pequena. Para cirurgias bucais, acredita-se 
que as seguintes drogas são menos prováveis de causar 
danos ao feto quando usadas em quantidades moderadas: 
lidocaína, bupivacaína, acetaminofeno, codeína, penicilina 
e cefalosporinas. Embora a Aspirina® seja segura, não 
deve ser dada no final do terceiro trimestre por causa 
de sua propriedade anticoagulante. É melhor que todas 
as drogas sedativas sejam evitadas em pacientes 
grávidas. 
O departamento americano de controle de alimentos e 
drogas (FDA) criou um sistema de categorização de 
drogas baseado no conhecido grau de risco ao feto 
humano causado por drogas específicas. Quando é 
preciso dar uma medicação a uma paciente grávida, o 
médico deve checar se a droga está em uma categoria 
de risco aceitável antes de dá-la à paciente. 
 
A gravidez pode ser estressante emocional e 
psicologicamente; portanto, é recomendado um 
protocolo de redução de ansiedade. Os sinais vitais da 
paciente devem ser obtidos, com atenção particular a 
qualquer elevação na pressão sanguínea (um possível 
sinal de pré-eclâmpsia). 
Uma paciente que está prestes a dar à luz pode 
precisar de um posicionamento especial da cadeira 
durante o tratamento porque se for colocada totalmente 
na posição supina, o conteúdo uterino pode causar 
compressão na veia cava inferior, comprometendo o 
retorno venoso ao coração e, consequentemente, o 
débito cardíaco. A paciente pode precisar estar em uma 
posição mais reta ou ter seu tronco levemente virado 
para um lado durante a cirurgia. 
Pausas frequentes para permitir que a paciente urine 
são normalmente necessárias no final da gravidez por 
conta da pressão fetal na bexiga. 
Complicações sistêmicas e emergências médicas 
Urgência X emergência 
Procedimento de emergência é aquele que necessita 
ser realizado prontamente, sem exames ou explicações 
prévias. 
Procedimento de urgência é aquele que necessita ser 
realizado dentro de no máximo 24 horas para não levar 
a um prejuízo permanente ao paciente ou até mesmo 
leva-lo a óbito. 
Prevenção 
Estudos revelam que a hiperventilação, as convulsões 
e a suspeita de hipoglicemia são as situações de 
emergência mais comuns de ocorrer nos pacientes 
antes, durante, ou logo após o tratamento dentário. 
Frequentemente são seguidas de síncope vasovagal, 
angina de peito, hipotensão ortostática, e reações de 
hipersensibilidade (alergias). 
 
 
A prevenção é a base do gerenciamento de 
emergências médicas. O primeiro passo é a avaliação do 
risco. Começa com uma cuidadosa avaliação médica no 
consultório dentário, o que requer um levantamento 
preciso do histórico médico do paciente, incluindo uma 
revisão orientada por respostas positivas relevantes ao 
histórico. Os sinais vitais devem ser registrados, assim 
como é preciso realizar um exame físico (adaptado ao 
histórico médico e problemas atuais de cada paciente). 
Protocolo de redução de ansiedade 
O protocolo não farmacológico inclui consultas de 
condicionamento, local fresco e calmo, música suave, 
evitar comentários sobre o procedimento, evitar 
instrumentais no campo de visão do paciente e dar 
preferência por consultas no período da manhã. 
Sedação em odontologia 
Indicada para pacientes intolerantes, para redução de 
distúrbios motores, procedimentos longos, redução de 
riscos em paciente sistemicamente comprometidos. 
 
Sedação oral: utiliza-se os benzodiazepínicos (diazepan, 
lorazepan, midazolan...) 
Emergências medicas normalmente provocadas por 
ansiedade 
o Angina pectoris 
o Crise de tireoide 
o Infarto do miocárdio 
o Choque de insulina (hipoglicemia) 
o Broncoespasmo asmático 
o Hiperventilação 
o Insuficiênciaadrenal (aguda) 
o Epilepsia 
o Hipertensão grave 
Preparação 
 A preparação é o segundo fator mais importante na 
gestão das emergências médicas. A preparação para lidar 
com emergências inclui quatro ações específicas: 
o Assegurar que o próprio conhecimento do 
cirurgião-dentista sobre gestão de emergência é 
adequada e atualizada 
o Ter a equipe de apoio do consultório treinada para 
auxiliar nas emergências médicas, 
o Estabelecer um sistema de acesso imediato à 
prestadores de cuidados médicos capazes de auxiliar em 
situações de emergência 
o Equipar o consultório com equipamentos e 
suprimentos necessários para tratar inicialmente dos 
pacientes com problemas graves 
Educação continuada 
Na faculdade de odontologia, cirurgiões-dentistas são 
treinados de forma a avaliar o risco do paciente e a lidar 
com emergências médicas. Uma característica 
importante da educação continuada é manter 
certificação em Suporte Básico de Vida (SBV), incluindo 
o uso de unidades de Desfibrilador Externo Automático. 
Alguns especialistas recomendam que anualmente se 
mantenha uma educação continuada sobre o 
gerenciamento de emergências, ao passo que a 
atualização das habilidades em Suporte Básico de Vida 
(SBV) deve ser revista a cada dois anos. 
Suporye básico de vida (ABC da vida) 
o A airway (passagem de ar) 
o B breathing (respiração) 
o C circulation (circulação) 
A- Passagem de Ar é obtida e mantida pela 
combinação do seguinte 
1. Estendendo a cabeça ao empurrar o queixo para 
cima com uma das mãos e empurrando a testa para trás 
com a outra mão 
2. Empurrando a mandíbula para a frente, 
pressionando os ângulos mandibulares 
3. Puxando a mandíbula para frente pela parte anterior 
4. Puxando a língua para a frente, usando material de 
sutura ou instrumento para segurar a parte anterior da 
língua 
B-Respiração é fornecida por uma das seguintes 
opções 
1. Ventilação boca-máscara 
2. Bolsa de ventilação para ressuscitação 
 
 
C- Circulação é realizada por compressões cardíacas 
externas 
 
 
 
Emergências médicas 
 
Reações de Hipersensibilidade 
Muitos medicamentos administrados a pacientes 
submetidos à cirurgia oral podem atuar como estímulos 
antigênicos, provocando reações alérgicas. Dos quatro 
tipos básicos de reações de hipersensibilidade, apenas o 
tipo I (hipersensibilidade imediata) pode causar uma 
condição grave, potencialmente fatal. As reações 
alérgicas tipo I são mediadas principalmente por 
anticorpos imunoglobulina E (IgE). Tal como acontece 
com todas as alergias, a iniciação de uma resposta de 
tipo I exige a exposição a um antígeno encontrado 
previamente pelo sistema imunitário. A nova exposição 
ao antígeno desencadeia uma série de eventos que são, 
então, expostas localmente, sistemicamente, ou de 
ambas as formas, em diferentes graus de severidade. 
As manifestações clinicas de uma reação de 
hipersensibilidade incluem eritemas, urticarias, prurido, 
angiodema, sibilo, dispneia e em casos mais graves 
anafilaxia, cianose, taquicardia, hipotensão, arritmias 
cardíacas e parada cardíaca. 
Paramentação cirúrgica 
o Gorro 
o Máscara 
o Luvas cirúrgicas 
o Óculos de proteção 
o Campos e capotes 
Passo a passo: 
1. EPI completo (máscaras, gorro, óculos de proteção e 
face shield); 
2. Antissepsia intra oral do paciente (clorexidina 0,12% - 
bochechar por 1 minuto); 
3. Degermação das mãos (com clorexidina 2% com 
tensoativos ou PVPI degermante- iodopovidona); 
4. Vestimenta do capote; 
5. Calças luvas; 
6. Campo liso de bancadas; 
7. Montagem da mesa; 
8. Antissepsia extra oral do paciente (com clorexidina a 
2% ou PVPI); 
9. Campo fenestrado para paciente; 
10. Protetor de sugadores e motores. 
Bases e princípios cirúrgicos 
Antes de iniciar qualquer procedimento cirúrgico, é 
necessária uma avaliação previa, na qual se coleta dados 
pertinentes e precisos. 
Realiza-se essa etapa por meio de entrevistas com o 
paciente e exames físicos, laboratoriais e de imagem. Isso 
pode incluir o encaminhamento para consultas com 
outros profissionais da saúde. Consultas com o paciente 
e exames físicos devem ser realizados sem pressa e de 
maneira cuidadosa. 
Necessidades básicas para cirurgia 
As necessidades básicas para a realização de um 
procedimento cirúrgico são: visibilidade, acesso adequado, 
iluminação, campo operatório limpo, organização, 
materiais estéreis, manutenção do campo, conhecimento 
dos pontos anatômicos, auxilio, manuseio atraumático do 
retalho. 
O acesso adequado requer, além da capacidade do 
paciente de abrir bem a boca, uma exposição cirúrgica 
suficientemente ampla. A retração dos tecidos a distância 
do campo operatório proporciona bem o acesso 
necessário. (A retração apropriada também protege os 
tecidos afastados de acidentalmente sofrer danos, como 
por instrumentos afiados.) 
Um campo cirúrgico livre de fluidos e debris também é 
necessário para uma visibilidade adequada. 
Atos operatórios fundamentais 
Diérese: é o ato de separar ou dividir os tecidos ou 
planos anatômicos para acesso cirúrgico. Pode ser feita 
por punção, incisão e divulsão ou descolamento. 
 
 
 
 
o Divulsão: é a cuidadosa separação dos tecidos, 
aproveitando o plano de clivagem ou sua constituição 
fascicula, como ocorre no tecido muscular. Realizada com 
instrumentos de ponta romba. Pode ser feita com 
descolador ou cureta de Molt, pinça hemostática, 
tesouras e afastadores. 
o Incisão: procedimento através do qual o bisturi 
comunica o meio externo com o interno. Pode ser feita 
com bisturi, gengivótomo de Kirkland e Orban 
 
Muitos procedimentos cirúrgicos orais e maxilofaciais 
precisam de incisões. É importante lembrar alguns 
princípios básicos ao realizar incisões. 
O primeiro princípio é que deve ser usada uma lâmina 
afiada de tamanho apropriado. Uma lâmina afiada permite 
que as incisões sejam feitas de forma limpa, sem dano 
desnecessário causado por golpes repetidos. 
O segundo princípio é que um golpe firme e contínuo 
deve ser usado ao fazer uma incisão. Golpes repetidos e 
experimentais aumentam a quantidade de tecidos 
danificados em um corte e quantidade de sangramento, 
impedindo assim a cicatrização e a visibilidade do corte. 
Golpes longos e contínuos são preferíveis a golpes 
curtos e intermitentes. 
 
O terceiro princípio é que o cirurgião-dentista deve 
cuidadosamente evitar cortar estruturas vitais ao fazer 
uma incisão. Portanto, para evitar o corte de grandes 
vasos ou nervos acidentalmente quando fizer incisões 
próximas ao local em que os principais vasos, dutos e 
nervos correm, o cirurgião-dentista deve fazer uma 
incisão profunda, o suficiente para definir a próxima 
camada principal. 
O quarto princípio é que incisões em superfícies 
epiteliais, que o cirurgião-dentista planeja reaproximar, 
devem ser feitas com a lâmina em posição perpendicular 
à superfície epitelial. Este ângulo produz bordas 
quadradas no corte, que são mais fáceis de reorientar 
propriamente durante a sutura, e é menos suscetível a 
necrose nas bordas do corte como resultado da isquemia 
das mesmas 
 
O quinto princípio é que incisões na cavidade oral 
devem ser devidamente aplicadas. Incisões em gengivas 
inseridas e sobre ossos saudáveis são mais desejáveis 
que aquelas em gengivas não inseridas, e ossos doentes 
e ausentes. Incisões aplicadas propriamente permitem 
que as margens do corte sejam suturadas intactas, que 
o osso saudável esteja pelo menos a alguns milímetros 
de distância do osso danificado, oferecendo assim 
suporte para a cicatrização do corte. 
Incisões aplicadas próximo ao dente a ser extraído 
devem ser feitas no sulco gengival, a não ser que pense 
ser necessário extirpar a gengiva marginal ou deixar a 
gengiva marginal intocada 
Planejamento do retalho 
Retalhos cirúrgicos são feitos para conseguir acesso 
cirúrgico a uma área ou para mover o tecido de um local 
para outro. Vários princípios básicos de projeto de 
retalho devem ser seguidos para prevenir as 
complicações da cirurgiade retalho: necrose, deiscência 
e dilaceração. 
Prevenção de Necrose no Retalho 
A necrose no retalho pode ser evitada se o cirurgião-
dentista atender a quatro princípios básicos do projeto 
de retalho: 
o O cume (ponta) do retalho não deve nunca ser 
maior que a base, a não ser que a artéria principal esteja 
presente na base. Retalhos devem ter lados paralelos um 
ao outro ou, preferencialmente, convergir movendo da 
base para o cume do retalho. 
Diérese
incisão divulsão 
 
 
 
o Geralmente, o comprimento de um retalho deve ter 
não mais que duas vezes a largura da base. 
Preferencialmente, a largura da base deve ser maior que 
o comprimento do retalho. A adesão estrita a este 
princípio é menos crítica na cavidade oral, mas em geral, 
o comprimento do retalho não deve jamais exceder a 
largura. 
o Quando possível, um fornecimento de sangue axial 
deve ser incluído na base do retalho. Por exemplo, um 
retalho no palato deve ser feito em relação à maior 
artéria palatina, quando possível. 
 
 
 
 
o A base dos retalhos não deve ser excessivamente 
torcida, esticada ou apertada com qualquer coisa que 
possa danificar os vasos, pois essas manobras podem 
comprometer a alimentação de suprimento de sangue e 
drenar o retalho, assim como os delicados linfáticos. 
 
 
Prevenção de Deiscência do Retalho 
A deiscência (separação) da margem do retalho é 
prevenida pela aproximação das bordas do retalho sobre 
o osso saudável, ao manusear gentilmente as bordas do 
retalho, e não colocando o retalho sobre pressão. Não 
deverá ser necessário usar nenhuma força significativa 
para unir os tecidos enquanto se sutura um corte. A 
deiscência expõe o osso subjacente e outros tecidos, 
produzindo dor, perda óssea e aumento da cicatriz. 
Prevenção da Dilaceração do Retalho 
A dilaceração de um retalho é uma complicação 
comum do cirurgião-dentista inexperiente que tenta 
realizar um procedimento usando um retalho que 
ofereça acesso insuficiente. Porque uma incisão longa 
devidamente reparada cicatriza tão rápido quanto uma 
incisão curta, é preferível criar um retalho no começo da 
cirurgia que seja grande o suficiente para o cirurgião-
dentista evitar rompimento forçado ou interromper a 
cirurgia para estender a incisão. 
Retalhos de envelope são aqueles criados por incisões 
que produzem um retalho de uma face. Um exemplo é 
uma incisão feita ao redor do colo de vários dentes para 
expor o osso alveolar sem quaisquer incisões de 
liberação verticais. No entanto, se um retalho de envelope 
não oferecer acesso suficiente, outra incisão (relaxante) 
deve ser feita para prevenir a dilaceração do retalho. 
 
Incisões de liberação verticais (oblíquas) devem 
geralmente ser colocadas no espaço de um dente inteiro 
anteior à área de qualquer remoção óssea antecipada. A 
incisão é geralmente iniciada no ângulo da linha de um 
dente ou na papila interdental adjacente e é realizada 
obliquamente apical na gengiva retirada. A necessidade 
por mais de uma incisão de liberação é incomum quando 
usa um retalho para ganhar acesso cirúrgico oral de 
rotina. 
 
Exérese 
Tempo cirúrgico em que é realizada a remoção de 
uma parte ou totalidade de um órgão ou tecido, visando 
o diagnóstico, o controle ou a resolução da intercorrência. 
Cirurgia propriamente dita, sem necessidade de remoção 
de algum órgão ou estrutura. 
 
Hemostasia 
Prevenção de perda excessiva de sangue durante a 
cirurgia é importante para preservar a capacidade de 
armazenar oxigênio do paciente. No entanto, manter a 
hemostasia meticulosa durante a cirurgia é necessário 
por outras razões importantes. Uma é a diminuição da 
 
 
 
visibilidade criada por sangramento incontrolável. Mesmo 
uma sucção de alto volume não pode manter um campo 
cirúrgico completamente seco, particularmente nas 
regiões bem vascularizadas oral e maxilofacial. 
Outro problema que causa sangramento é a formação 
de hematomas. Esses colocam pressão nos cortes, 
diminuindo a vascularidade. Eles aumentam a tensão nas 
bordas do corte. E eles agem como meios de cultura, 
potencializando o desenvolvimento de infecções no 
corte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Meios para Promover Hemostasia do Corte 
Hemostasia do corte pode ser obtida por quatro meios. 
O primeiro é auxiliando mecanismos hemostáticos 
naturais. Geralmente realizado utilizando uma esponja de 
tecido para colocar pressão nos vasos que estão 
sangrando ou colocando um hemostático em um vaso. 
Ambos os métodos causam estagnação do sangue nos 
vasos, o que promove coagulação. 
Um segundo meio de obter hemostasia é pelo uso do 
calor para fundir a ponta dos vasos cortados (coagulação 
térmica). O calor é geralmente aplicado por uma corrente 
elétrica que o cirurgião-dentista concentra no vaso em 
sangramento, segurando o vaso com um instrumento de 
metal, tal como, um hemostato, ou tocando o vaso 
diretamente com a ponta do bisturi elétrico. 
O terceiro meio de ministrar hemostase cirúrgica é 
através de ligadura. Se um vaso de tamanho considerável 
for cortado, cada ponta é segurada com um hemostato. 
O cirurgião dentista então amarra suturas não 
absorvíveis ao redor do vaso. Se um vaso pode ser 
dissecado livre do tecido conjuntivo ao redor, antes que 
seja cortado, duas pinças hemostáticas podem ser 
colocados no vaso com espaço suficiente entre elas para 
cortar o vaso. Uma vez que o vaso seja cortado, suturas 
são amarradas em volta de cada ponta e as pinças 
hemostáticas são removidas. 
O quarto meio para ministrar hemostase é colocar no 
corte substâncias de vasoconstrição, tais como, 
epinefrina, ou aplicar pró-coagulantes, tais como trombina 
ou colágeno no corte. A epinefrina funciona como um 
vasoconstritor mais efetivamente quando colocada no 
local em que deseja a vasoconstrição por pelo menos 7 
minutos antes da cirurgia começar. 
Forma de obter hemostasia: 
o Temporária: compressão digital; pinçar o vaso, 
tamponamento com gaze e uso de vasoconstritores. 
o Definitiva.: anastomose do vaso ou cauterização do 
mesmo. 
 
Síntese 
É o conjunto de manobras para união dos tecidos com 
finalidade de restituir o seu estado anatômico e funcional 
Agulha para sutura: possuem diferentes tamanhos e 
estes estão relacionados com um semi-circulo. Todas –
possuem 3 componentes básicos: a conexão final, o 
corpo e a extremidade (triangular ou cilíndrica). 
Sutura não absorvível: seda- trançada; 
Nylonmonofilamentar; poliéster-trancado; 
Sutura absorvível: Categute simples- de origem animal; 
Vicryl; Poliglicóica-trançado; monocrylmonofilamentar. 
Forma e espessura do fio: a forma pode ser 
monofilamentar, composto apenas por um único fio, ou 
miltifilamentar, composto pela união de vários fios. Dentro 
dos multifilamentares, podemos classifica-los em torcido, 
trançado e trançado revertido 
 
Já a espessura do fio está relacionada a espessura do 
fio em milímetros e se encontra de forma decrescente, 
sendo o 2-0 um fio mais calibroso que o fio 6-0. 
Tipos de sutura: sutura simples, em X, colchoeiro 
vertical, continua, colchoeiro horizontal ou em U. 
 
 
 
 
 
 
Estado geral da saúde e cicatrização de 
feridas do paciente 
A cicatrização apropriada do corte depende da 
capacidade do paciente de resistir a infecções, de 
fornecer nutrientes essenciais para usar como materiais 
de construção, e executar processos celulares 
reparadores. Inúmeras condições médicas prejudicam a 
capacidade do paciente de resistir a infecções e cicatrizar 
cortes. Isto inclui condições que estabelecem um estado 
catabólico de metabolismo que impede entrega de 
oxigênio ou nutrientes aos tecidos, ou que requerem 
administração de drogas ou agentes físicos que 
interferem com células imunológicas ou cicatrização de 
cortes. 
 Exemplos de doenças que induzem um estado 
metabólico catabólico inclui: 
o Tipo I de diabetes melitus mal controlada, 
o Doença hepática ou renal em estágio final 
o Doenças malignas. 
Condições que interferem na entrega de oxigênio ou 
nutrientes a tecidos lesionadosincluem doença pulmonar 
obstrutiva crônica (DPOC) grave, insuficiência cardíaca 
congestiva (ICC) descompensada, e toxicodependências 
tais como alcoolismo. 
Doenças que requerem a administração de 
medicamentos que interferem com as defesas do 
hospedeiro ou capacidade de cicatrizar cortes incluem 
doenças autoimunes para as quais é dada uma terapia de 
corticosteroides a longo prazo e malignidades para as 
quais são usados agentes citotóxicos e irradiação. 
Técnicas específicas para remoção de cada 
dente 
Dentes Maxilares 
Incisivos 
Os incisivos maxilares são extraídos com o fórceps 
universal superior (nº 150), apesar de outros fórceps 
poderem ser usados. Incisivos maxilares geralmente têm 
raízes cônicas, com os laterais sendo levemente mais 
longos e mais delgados. O incisivo lateral é mais provável 
de também ter uma curvatura distal no terço apical da 
raiz, então isso deve ser conferido radiograficamente 
antes de o dente ser extraído. O osso alveolar é fino no 
lado vestibular e mais denso no lado palatino, o que indica 
que a maior expansão do processo alveolar será na 
direção vestibular. O movimento inicial é lento, constante, 
e firme na direção vestibular, o que expande a crista 
óssea vestibular. Uma força palatina menos vigorosa é 
usada então, seguida de uma força rotacional lenta e 
firme. Movimentos rotacionais devem ser minimizados 
para o incisivo lateral, especialmente se a curvatura existe 
no dente. O dente é removido na direção labioincisal com 
pequena quantidade de força de tração. 
 
Caninos 
O canino maxilar é normalmente o dente mais longo da 
boca. A raiz é oblonga em seção transversal e 
normalmente produz uma protuberância chamada 
eminência canina na superfície anterior da maxila. O 
resultado é que o osso sobre o aspecto labial dos caninos 
maxilares é usualmente fino. Apesar do osso labial fino, 
esse dente pode ser difícil de extrair simplesmente por 
causa da sua longa raiz e área superficial larga para a 
presença de ligamento periodontal. Além disso, não é 
incomum um segmento de osso alveolar vestibular 
fraturar da lâmina labial e ser removida com o dente. 
O fórceps universal superior (nº 150) é o instrumento 
preferido para remover o canino superior, após elevação. 
Como todas as extrações a colocação inicial das pontas 
do fórceps no canino deve ser o mais apical possível. O 
movimento inicial é apical e depois para o lado vestibular, 
com retorno da pressão para o lado palatino. Enquanto o 
osso expande e o dente fica com mobilidade o fórceps 
deve ser reposicionado apicalmente. Uma pequena 
quantidade de força rotacional pode ser usada na 
 
 
expansão do alvéolo dentário, especialmente se dentes 
adjacentes estão ausentes ou acabam de ser extraídos. 
Após o dente ter sido bem luxado, é removido do alvéolo 
na direção labioincisal com forças de tração labiais 
. 
Primeiro pré-molar 
O primeiro pré-molar maxilar é unirradicular nos 
primeiros dois terços, com a bifurcação na raiz 
vestíbulo-lingual normalmente ocorrendo do terço apical 
até a metade. Essas raízes podem ser extremamente 
finas e sujeitas a fratura, especialmente em pacientes 
mais velhos nos quais a densidade óssea é grande e a 
elasticidade óssea está diminuída. Talvez a fratura de raiz 
mais comum durante a extração de dentes em adultos 
ocorra com este dente. Quanto aos outros dentes 
maxilares, o osso vestibular é fino comparado com o 
osso palatino. 
O fórceps superior universal (nº 150) é instrumento de 
escolha. Como alternativa, o fórceps nº 150 pode ser 
usado para a remoção do primeiro pré-molar maxilar. 
Devido à grande probabilidade de fratura radicular, o 
dente deve ser luxado o máximo possível com a 
alavanca reta. Se ocorrer fratura de raiz, uma ponta de 
raiz solta pode ser removida mais facilmente que uma 
que não tenha sido bem luxada. 
Devido à bifurcação do dente em duas raízes de 
pontas finas, as forças de extração devem ser 
cuidadosamente controladas durante a remoção do 
primeiro pré-molar superior. Movimentos iniciais devem 
ser vestibulares. Movimentos palatinos são feitos com 
pequenas quantidades de força para prevenir fratura da 
ponta palatina da raiz, que é mais difícil de recuperar. 
Quando o dente é luxado vestibularmente, é mais 
provável que a raiz que se quebre seja a palatina. Das 
duas pontas da raiz, a vestibular é mais fácil de recuperar 
devido ao osso fino que a recobre. Assim, como em 
outros dentes maxilares, pressões vestibulares devem 
ser maiores que pressões palatinas. Qualquer força 
rotacional deve ser evitada. Remoção final do dente do 
alvéolo é feita com força tradicional em direção oclusal 
e levemente vestibular. 
 
Segundo pré-molar 
O segundo pré-molar superior é unirradicular no 
completo comprimento da raiz. A raiz é grossa e tem 
uma extremidade romba. Consequentemente, a raiz do 
segundo pré-molar raramente se quebra. O osso 
alveolar que o cobre é similar ao de outros dentes 
maxilares sendo fino no aspecto vestibular, com lâmina 
alveolopalatina densa. 
O fórceps recomendado é o universal maxilar, ou o nº 
150; alguns cirurgiões preferem o fórceps nº 150A. Os 
fórceps são forçados o mais apicalmente possível para 
que ganhem maior vantagem mecânica na remoção 
desse dente. Como a raiz do dente é forte e robusta, a 
extração requer movimentos fortes de vestibular de 
volta para o palato, e depois na direção vestíbulo-oclusal 
tracionando com força rotacional. 
 
Molares 
O primeiro molar maxilar tem três raízes grandes e 
fortes. Raízes vestibulares são normalmente mais 
próximas, e as raízes palatinas divergem largamente na 
direção do palato. Se as duas raízes vestibulares também 
forem muito divergentes, torna-se difícil remover este 
dente por extração fechada. Mais uma vez, o osso 
alveolar que o cobre é similar aos outros dentes na 
maxila; a lâmina vestibular é fina e a lâmina cortical 
palatina é grossa e densa 
 
 
Se o seio está próximo às raízes e estas forem muito 
divergentes, perfuração sinusal causada pela remoção 
de uma porção do assoalho do seio durante a remoção 
do dente é bastante provável. Se isso parece ser 
provável após a avaliação pré-operatória, o 
cirurgiãodentista deve considerar fortemente uma 
extração cirúrgica. 
Os fórceps pareados nº 53R e nº 53L são 
normalmente usados para extração dos molares 
maxilares. Esses dois fórceps têm projeções nas pontas 
vestibulares para caber na bifurcação vestibular. Alguns 
cirurgiões preferem usar o fórceps nº 89 e nº 90. Esses 
dois fórceps são especialmente úteis se a coroa do 
molar tem cáries extensas ou grandes restaurações. 
Os fórceps para molares superiores são adaptados ao 
dente e ajustados o mais apicalmente possível da 
maneira usual. O movimento básico de extração é usar 
pressões vestibulares e palatinas fortes, com maiores 
forças na direção vestibular em vez da palatina. Forças 
rotacionais não são úteis para extração deste dente 
devido às suas três raízes. Assim, se o dente tem raízes 
muito divergentes e o cirurgião-dentista suspeita que 
uma raiz pode estar fraturada, o dente deve ser luxado 
de tal forma que previna fratura da raiz palatina. O 
cirurgião-dentista deve minimizar a força palatina porque 
esta força fratura a raiz palatina. Pressão vestibular forte, 
lenta e constante expande a lamina vestibulocortical e 
rompe as fibras do ligamento periodontal que seguram 
a raiz palatina em posição. Forças palatinas devem ser 
usadas, mas mantidas no mínimo. 
 
A anatomia do segundo molar maxilar é similar à do 
primeiro molar maxilar exceto pelo fato de que as raízes 
tendem a ser menores e menos divergentes, com as 
raízes vestibulares mais comumente fusionadas em uma 
única raiz. Isso significa que o dente é mais facilmente 
extraído pela mesma técnica descrita para o primeiro 
molar. 
O terceiro molar irrompido frequentemente tem 
raízes cônicas e é usualmente extraído com os fórceps 
nº 210S, que é o fórceps universal usado para o lado 
direito e esquerdo. O dente é normalmente removidofacilmente porque o osso vestibular é fino e as raízes 
são normalmente fusionadas e cônicas. O terceiro molar 
irrompido também é frequentemente extraído com o 
uso apenas de alavancas. Visualização clara dos terceiros 
molares maxilares na radiografia pré-operatória é 
importante porque a anatomia das raízes deste dente é 
variável e frequentemente raízes pequenas dilaceradas 
e com ganchos existem nesta região. A recuperação de 
raízes fraturadas nesta região é difícil devido a maior 
limitação do acesso. 
Dentes Mandibulares 
Dentes anteriores 
Incisivos mandibulares e caninos são similares em 
formato, com os incisivos sendo menores e levemente 
mais finos, e as raízes dos caninos sendo maiores e mais 
densas. As raízes dos incisivos são mais passíveis de 
fratura, porque elas são finas, e assim, elas devem ser 
removidas apenas após adequada luxação pré-extração. 
O osso alveolar que cobre os incisivos e os caninos é 
fino nos lados labial e lingual. O osso sobre o canino pode 
ser mais grosso, especialmente no aspecto lingual. 
O fórceps universal inferior (nº 151) é normalmente 
usado para remover esses dentes. As pontas dos 
fórceps são posicionadas no dente e ajustadas 
apicalmente com grande força. Os movimentos de 
extração são geralmente em direção vestibular e lingual, 
com igual pressão em ambos os sentidos. Uma vez que 
o dente esteja luxado e móvel, movimentos rotacionais 
podem ser usados para expandir mais o osso alveolar. O 
dente é removido do alvéolo com forças tradicionais na 
direção labioincisal. 
 
Pré-molares 
Pré-molares mandibulares estão entre os dentes mais 
fáceis de remover. As raízes tendem a ser retas e 
 
 
cônicas, embora algumas vezes finas. O osso alveolar 
que o cobre é fino no aspecto bucal e mais denso no 
lado lingual. 
O fórceps universal inferior (nº 151) é normalmente 
escolhido para a extração dos prémolares mandibulares. 
O fórceps nº 151A e o fórceps estilo inglês são 
alternativas populares para extração desses dentes. 
Os fórceps são forçados apicalmente o mais longe 
possível, com os movimentos básicos na direção 
vestibular, retornando ao aspecto lingual, e finalmente, 
rodando. Movimento rotacional é usado mais na 
extração desses dentes do que em quaisquer outros, 
exceto, talvez, pelos incisivos centrais maxilares. Os 
dentes são então removidos na direção oclusovestibular. 
Se existir alguma curvatura de raiz, o movimento 
rotacional deve ser reduzido ou eliminado no 
procedimento de extração. 
 
Molares 
Molares mandibulares normalmente têm duas raízes, 
com as raízes do primeiro molar mais amplamente 
divergentes que as do segundo molar. Adicionalmente, 
as raízes podem convergir no ápice. 
Os fórceps nº 17 são normalmente usados para 
extração dos molares mandibulares; esses fórceps têm 
pequenas projeções nas pontas e ambos os bicos para 
caber na bifurcação das raízes dos dentes. Os fórceps 
são adaptados à raiz do dente na forma usual, e a 
pressão apical é aplicada para ajustar os fórceps o mais 
apicalmente possível. Movimento vestíbulo-lingual forte 
é usado para expandir o alvéolo ósseo e permitir que o 
dente seja extraído na direção vestíbulo-oclusal. O osso 
alveolar lingual ao redor do segundo molar é mais fino 
que a lâmina vestibular, para que o segundo molar possa 
ser removido mais facilmente com pressão lingual em 
vez de pressão vestibular. 
 
 
 
 
Se as raízes forem claramente bifurcadas, o fórceps 
nº 23, ou fórceps chifre de vaca, pode ser usado. Este 
instrumento é desenhado para ser forçado com as alças 
apertando assim as pontas dentro da bifurcação. Isso cria 
uma força contra a crista alveolar no aspecto 
vestibulolingual e literalmente força os dentes para cima 
e diretamente para fora do alvéolo. Se isso não obtiver 
sucesso inicialmente, os fórceps são usados em 
movimentos vestibulolinguais para expandir o osso 
alveolar, e as alças do fórceps são movidas para cima e 
para baixo para ajustar as pontas mais profundamente 
na furca. Maior pressão das alças do fórceps é feita. 
 
Terceiros molares mandibulares irrompidos 
normalmente têm raízes cônicas. Como a bifurcação 
não é comum, o fórceps nº 222 – de pontas curtas, 
angulado – é usado para extrair esses dentes. A lâmina 
óssea lingual é definitivamente mais fina que a lâmina 
cortical vestibular, então a maioria das forças de 
extração deve ser feita para a lingual. O terceiro molar 
é removido na direção oclusolingual. Os terceiros 
molares mandibulares irrompidos que estão em função 
podem ser decepcionantemente difíceis de extrair. O 
cirurgião-dentista deve levar em consideração usar a 
alavanca reta e alcançar determinado grau de luxação 
antes da aplicação do fórceps. A pressão deve ser 
aumentada gradualmente, e tentativas de mover o 
dente devem ser feitas antes que fortes pressões finais 
sejam feitas. 
 
 
 
 
Terapêutica medicamentosa em cirurgia 
oral 
Na clínica odontológica, a dor invariavelmente é de 
caráter inflamatório, e pode ser classificada como aguda, 
quando é de curta duração, ou crônica, de curso mais 
prolongado, em geral relacionada a certos tipos de 
distúrbios da articulação temporomandibular. 
Toda intervenção cirúrgica odontológica provoca 
destruição tecidual, gerando respostas inflamatórias 
agudas. Essas reações se caracterizam pela presença de 
dor, que pode ser acompanhada por edema (inchaço) e 
limitação da função mastigatória. 
A defesa do nosso organismo é feita de diferentes 
formas, imunidade inata e adaptativa. Ambos são ativadas 
igualmente mediante a uma agressão tecidual, sendo a 
imunidade inata atualmente de forma mais rápida. 
 
Os sinais cardinais ocorrem em casos de inflamação 
aguda, na qual tem duração de até 3 dias. São o calor, 
tumor, rubor, dor e perda de função. Esses sinais ocorrer 
a partir da falha do sistema imune inato. 
o Alterações vasculares: vasoconstrição periférica 
imediata, vasodilatação mediata (hiperemia), aumento da 
permeabilidade vascular, queda acentuada do fluxo 
sanguíneo, marginação leucocitária (leucodiapedese) 
o Mediadores químicos: histamina (dilatação de 
pequenos vasos, aumento da permeabilidade vascular) e 
prostaglandinas (derivadas do ácido araquidônico, COX-1 
e 2, ação agregante plaquetaria e vasodilatadora), 
Leocutrienos 
 
Seguindo com o fracasso do sistema imunológico, ativa-
se o sistema complemento. 
 
Mecanismos da dor inflamatória 
Nociceptores são receptores sensoriais que enviam 
sinais que causam a percepção da dor. Não captam, 
respondem ou sentem estímulos normais, ou seja, 
somente desencadeiam o reflexo da dor quando 
estimulados por uma ameaça em potencial ao organismo. 
Os nociceptores envolvidos no processo da dor 
inflamatória são polimodais (sensíveis a diferentes tipos 
de estímulos) e de alto limiar de excitabilidade. Isso 
significa que um mínimo estímulo nociceptivo (mecânico, 
térmico ou químico) é incapaz de ativá-los caso se 
encontrem em seu estado normal.1 
Entretanto, os nociceptores podem se tornar sensíveis 
ao receber um estímulo que normalmente não provoca 
dor, condição está denominada alodinia. Os nociceptores 
também podem se tornar ainda mais sensíveis aos 
estímulos nociceptivos (que causam dor), estado que 
recebe o nome de hiperalgesia. 
Basicamente, a hiperalgesia é decorrente de dois 
eventos bioquímicos: a maior entrada de íons cálcio nos 
nociceptores e a estimulação da adenilato ciclase no 
tecido neuronal, que propicia o aumento dos níveis de 
AMPc (monofosfato de adenosina cíclico). 
Como consequência, são gerados impulsos nervosos 
que chegam ao sistema nervoso central (SNC), 
amplificando e mantendo a sensação dolorosa. 
Tais alterações bioquímicas são decorrentes da síntese 
contínua de mediadores químicos originários das células 
envolvidas no processo inflamatório (residentes ou que 
migraram dos vasos sanguíneos). 
Tais mediadores são genericamente chamados de 
autacoides, substâncias naturais do organismo com 
 
 
estruturas químicas e distintas atividades fisiológicase 
farmacológicas. 
 
Produtos do metabolismo do ácido 
araquidônico 
As prostaglandinas e os leucotrienos (produtos do 
metabolismo do ácido araquidônico), além de outros 
autacoides, tornam os nociceptores mais permeáveis à 
entrada de íons cálcio. Esse evento dá início à 
sensibilização dos nociceptores, tornando-os suscetíveis 
ao menor estímulo. 
O ácido araquidônico é um derivado do ácido linoleico, 
proveniente da dieta, que após sua ingestão é 
esterificado como componente dos fosfolipídeos das 
membranas celulares e outros complexos lipídicos. 
Toda vez que ocorre lesão tecidual (p. ex., na remoção 
de um terceiro molar incluso), o organismo dá início à 
resposta inflamatória. O “disparo do gatilho” é dado pela 
ativação de uma enzima chamada fosfolipase A2, que irá 
atuar nos fosfolipídeos das membranas das células 
envolvidas no processo inflamatório, liberando ácido 
araquidônico no citosol. 
Por ser muito instável, o ácido araquidônico sofre a 
ação de dois outros sistemas enzimáticos, o sistema da 
cicloxigenase e o da 5-lipoxigenase, produzindo 
autacoides, responsáveis pelo estado de hiperalgesia. 
 
 
A via cicloxigenase (COX) 
Pela ação da enzima cicloxigenase, o ácido araquidônico 
irá gerar substâncias que produzem diferentes efeitos, 
em função do tipo celular envolvido. 
A COX-1 é encontrada em grandes quantidades nas 
plaquetas, nos rins e na mucosa gástrica, na forma de 
enzima constitutiva (ou seja, sempre presente). 
Pela ação dessa enzima, as prostaglandinas são geradas 
de forma lenta e estão envolvidas com processos 
fisiológicos, como a proteção da mucosa gástrica, a 
regulação da função renal e a agregação plaquetária. Em 
outras palavras, pela ação da COX-1 as prostaglandinas 
são formadas em condições de normalidade, sem 
precisar de estímulos inflamatórios. 
A COX-2, por sua vez, está presente em pequenas 
quantidades nos tecidos. Sua concentração é 
drasticamente aumentada em até 80 vezes após um 
estímulo inflamatório, daí ser chamada de cicloxigenase 
pró-inflamatória. 
Portanto, em função do tipo celular envolvido, e 
dependendo da ação enzimática da COX-1 ou da COX-2, 
o ácido araquidônico irá produzir metabólitos ativos com 
efeitos diferentes. 
Como exemplo, as células injuriadas do local inflamado 
irão produzir prostaglandinas; as células endoteliais, que 
revestem as paredes dos capilares sanguíneos, irão gerar 
prostaciclina; as plaquetas, por sua vez, irão liberar 
tromboxanas. 
As prostaglandinas irão promover aumento na 
permeabilidade vascular, gerando edema. Além disso, 
potencializam os efeitos de outros autacoides, como a 
histamina e a bradicinina. 
Convém lembrar que a lesão tecidual também irá servir 
de sinalizador para que as células fagocitárias (macrófagos 
e neutrófilos) produzam mais prostaglandinas 
diretamente no local inflamado, estimulando a liberação 
de outras substâncias que também possuem 
propriedades pró-inflamatórias, com destaque para a 
interleucina-1 (IL-1) e o fator ativador de plaquetas (PAF). 
A via 5-lipoxigenase (LOX) 
Por esta via de metabolização do ácido araquidônico, 
são gerados autacoides denominados leucotrienos (LT), 
como produtos finais. Dentre eles, o leucotrieno B4 
(LTB4) parece estar envolvido no processo de 
 
 
hiperalgesia, sendo também considerado como um dos 
mais potentes agentes quimiotáticos para neutrófilos.1 
Portanto, entende-se que o LTB4 atrai os neutrófilos 
e outras células de defesa para o sítio inflamado, as quais 
se encarregam de fagocitar e neutralizar corpos 
estranhos ao organismo. Tal ação poderá resultar em 
mais lesão tecidual, que novamente dispara o gatilho para 
a formação de mais autacoides, e assim por diante.1 
Além do LTB4, a somatória de outros leucotrienos 
(LTC4, LTD4 e LTE4), também formados pela via 5-
lipoxigenase, parece constituir a substância de reação 
lenta da anafilaxia (SRS-A). 
 
 
A participação dos neutrófilos no processo de 
hiperalgesia 
Os neutrófilos são as principais células efetoras da 
resposta inflamatória aguda. Imediatamente após a lesão 
tecidual, ocorre a migração e o acúmulo dessas células 
no local injuriado, participando diretamente da 
nocicepção. 
Regime analgésico para uso em clínicas 
odontológicas 
o Analgesia preemptiva: tem início antes do estímulo 
nocivo, ou seja, previamente ao trauma tecidual. Neste 
regime, são empregados fármacos que previnem a 
hiperalgesia, que pode ser complementada pelo uso de 
anestésicos locais de longa duração. 
o Analgesia preventiva: o regime tem início 
imediatamente após a lesão tecidual, porém antes do 
início da sensação dolorosa. Em termos práticos, a 
primeira dose do fármaco é administrada ao final do 
procedimento (com o paciente ainda sob os efeitos da 
anestesia local), seguida pelas doses de manutenção no 
pós-operatório, por curto prazo. 
o Analgesia perioperatória: o regime é iniciado antes 
da lesão tecidual e mantido no período pós-operatório 
imediato. A justificativa para isso é de que os mediadores 
pró-inflamatórios devem manter-se inibidos por um 
tempo mais prolongado, pois a sensibilização central 
pode não ser prevenida se o tratamento for 
interrompido durante a fase aguda da inflamação. 
Classificação dos analgésicos e anti-
inflamatórios 
Dos critérios de classificação dos analgésicos e anti-
inflamatórios, o mais importante é o que se baseia nos 
mecanismos de ação farmacológica. 
Fármacos que inibem a síntese da cicloxigenase (COX) 
Deste grupo faz parte uma importante família de anti-
inflamatórios não esteroides (ou AINEs). 
A substância-padrão do grupo é o ácido acetilsalicílico 
(AAS), que tem atividade analgésica e antitérmica quando 
empregado nas doses de 500-650 mg, em adultos. Para 
se obter uma ação anti-inflamatória, são necessários 4-5 
g diários. 
Ao contrário, em pequenas doses (40-100 mg), o AAS 
inibe a agregação plaquetária, sendo muito empregado 
na prevenção ou reincidência de fenômenos 
tromboembólicos, em portadores de doenças do sistema 
cardiovascular. 
A potência anti-inflamatória dos AINEs varia de acordo 
com sua meia-vida plasmática e com a dose empregada. 
 
 A indometacina, por exemplo, um dos primeiros AINEs 
introduzidos no mercado farmacêutico, inibe igualmente 
a COX-1 e a COX-2. Isso resulta em uma boa eficácia, por 
sua ação na COX-2, porém com efeitos adversos 
inaceitáveis, por sua ação na COX-1, principalmente se 
empregada por tempo prolongado. 
O interesse científico e clínico pela síntese desses 
novos fármacos dependia do equilíbrio de sua atividade 
inibidora sobre as duas formas de cicloxigenase. 
 
 
De fato, pensava-se que quanto mais potente fosse a 
inibição exercida sobre a COX-1 em relação à COX-2, 
maiores seriam as reações adversas do medicamento, 
como a irritação da mucosa gastrintestinal ou alterações 
da função renal, entre outras. O contrário aconteceria 
quando prevalecesse a inibição sobre a COX2. O 
raciocínio lógico levaria à conclusão de que o AINE ideal 
seria aquele que apresentasse 100% de atividade inibidora 
da COX-2 e nenhuma da COX-1. 
 
Deu-se início, então, à era dos chamados coxibes 
(celecoxibe, rofecoxibe, valdecoxibe, parecoxibe, 
etoricoxibe e lumiracoxibe), que reuniam as duas 
qualidades ideais de um AINE: alta eficácia e baixa 
toxicidade, por inibirem a COX-2 de forma seletiva ou 
praticamente específica. 
Porém, o desenvolvimento desses fármacos não levou 
em conta outros riscos trazidos pela inibição seletiva da 
COX-2, uma vez que esta enzima também desempenha 
papel importante em alguns processos fisiológicos, como 
a regulação renal da excreção de sal através da renina, 
a homeostasia da pressão arterial e o controle da 
agregação plaquetária pelo endotélio vascular. 
Conforme o papel fisiológico das prostaglandinas foi 
sendo mais bem entendido, tornou-se evidente que a 
ativação da COX-1 também tem participação no início da 
resposta inflamatória e, por outro lado, a ativação da 
COX-2 nem sempre está associada somente a 
processospatológicos. 
Ficou demonstrado que, por inibirem a síntese de 
prostaciclina, os coxibes reduzem uma das defesas 
preliminares do endotélio vascular contra a hipertensão, 
a aterosclerose e a agregação plaquetária, além de 
promoverem um desequilíbrio a favor da vasoconstrição. 
Assim, o uso crônico dos coxibes pode aumentar o risco 
de eventos cardiovasculares como infarto do miocárdio, 
acidentes vasculares encefálicos, hipertensão arterial e 
falência cardíaca. 
Por esse motivo, os coxibes devem ser evitados em 
pacientes portadores de hipertensão arterial, doença 
cardíaca isquêmica ou com história de acidentes 
vasculares encefálicos. Nas demais situações, deve-se 
empregar a menor dose eficaz pelo menor tempo de 
duração possível. 
Tem um custo alto para o paciente e meia vida 
reduzida na presença de alimento. Bextra, Celebra e 
Arcoxia são exemplos de medicamentos da família 
coxibe, e necessitam de receituário especial. 
 
Coxibes: contraindicados para portadores de 
hipertensão arterial, doença cardíaca isquêmica ou com 
história de acidentes vasculares encefálicos 
 
Ação farmacológica Nome genérico 
Inibidores não seletivos 
para a COX-2 
Ibuprofeno, cetoprofeno, 
diclofenaco, cetorolaco, 
piroxicam e tenoxicam 
Inibidores seletivos para a 
COX-2 
Etoricoxibe, celecoxibe, 
meloxicam e nimesulida 
Quando e como empregar os AINEs 
Os AINEs são indicados para o controle da dor aguda 
de intensidade moderada a severa, no período pós-
operatório de intervenções odontológicas eletivas, como 
a exodontia de inclusos, as cirurgias periodontais, a 
colocação de implantes múltiplos, os procedimentos de 
enxertias ósseas, etc. 
O regime mais eficaz com os AINEs é o de analgesia 
preventiva, introduzido imediatamente após a lesão 
tecidual, porém antes do início da sensação dolorosa. Em 
termos práticos, a primeira dose é administrada ao final 
do procedimento (paciente ainda sob os efeitos da 
anestesia local), seguida das doses de manutenção, por 
curto período de tempo. 
Os AINEs também podem ser úteis no controle da dor 
já instalada, decorrente de processos inflamatórios 
agudos (p. ex., pericementites), como complemento dos 
procedimentos de ordem local (remoção da causa). 
 
 
 
Nome genérico 
 
Dose 
Intervalo entre as 
doses de 
manutenção 
Cetorolaco 
(sublingual) 
10 mg 8 hr 
Diclofenaco de 
potássio 
50 mg 8-12 hr 
Ibuprofeno 400-600 mg 8-12 hr 
Nimesulida 100 mg 12 hr 
Cetoprofeno 150 mg 24hr 
Piroxicam 20 mg 24 hr 
Tenoxicam 20 mg 24 hr 
Meloxicam 15 mg 24 hr 
Celecoxibe 200 mg 12- 24 hr 
Etoricoxibe 60 – 90 mg 24 hr 
Diclofenacos 
É um anti-inflamatório não esteroidal muito utilizado 
para dores agudas, tanto o diclofenaco sódico ou o 
potássico. Suas vantagens incluem baixo custo, potente 
ação anti-inflamatória, porém apresenta graves efeitos 
colaterais gastrointestinais. 
Nimesulida 
É um AINE, que inibe seletivamente a ação da COX 2 
e atinge outras vias de modulação da inflamação 
(histamina e fosfolipase tipo IV) 
 Toragesic – Trometamol cetorolaco 
É um AINE de uso sublingual, indicado para dores 
agudas por ter uma rápida ação analgésica, porém não 
deve ser utilizado com outro AINE. Tem ação anti-
agregante plaquetária. 
 
Duração do tratamento 
A dor decorrente de procedimentos odontológicos 
cirúrgicos eletivos perdura, em geral, por um período de 
24 h, com o pico de intensidade sendo atingido entre 6 
e 8 h pós-cirúrgicas. Da mesma forma, o edema 
inflamatório atinge seu ápice após 36 h do procedimento. 
Com base nesse conceito, a duração do tratamento 
com os AINEs deve ser estabelecida por um período 
máximo de 48 a 72 h. Se o paciente acusar dor intensa 
e exacerbação do edema após esse período, o 
profissional deverá suspeitar de alguma complicação de 
ordem local e agendar uma nova consulta para reavaliar 
o quadro clínico. 
AINEs: precauções e contraindicações 
A duração do tratamento com AINEs na clínica 
odontológica quase sempre é restrita. Por isso, a 
incidência de efeitos adversos clinicamente significativos 
é muito mais rara do que na clínica médica. 
Apesar disso, a Anvisa faz algumas considerações 
gerais a respeito da prescrição dos AINEs, que 
encontram suporte científico na literatura e também 
interessam ao cirurgião-dentista. 
o A ação analgésica e anti-inflamatória dos inibidores 
seletivos da COX-2 não é superior àquela apresentada 
pelos inibidores não seletivos (que atuam na COX-1 e na 
COX-2). 
o O uso dos coxibes (celecoxibe e etoricoxibe, no 
Brasil) deve ser considerado exclusivamente para 
pacientes com risco aumentado de sangramento 
gastrintestinal, mas sem risco simultâneo de doença 
cardiovascular. 
o Não há estudos que demonstrem a segurança da 
utilização dos inibidores seletivos da COX2 em pacientes 
< 18 anos. 
o Na prescrição de qualquer inibidor da COX-2, deve-
se usar a menor dose efetiva pelo menor tempo 
necessário de tratamento. 
o É contraindicado o uso de inibidores seletivos da 
COX-2 em pacientes que fazem uso contínuo de 
antiagregantes plaquetários, como a aspirina ou o 
clopidogrel. 
o O uso concomitante de piroxicam, ibuprofeno (e 
provavelmente outros AINEs) com a varfarina, um 
anticoagulante, pode potencializar o efeito anticoagulante 
desta e provocar hemorragia. 
o O uso concomitante dos AINEs com certos anti-
hipertensivos pode precipitar uma elevação brusca da 
pressão arterial sanguínea. 
o Deve-se evitar a prescrição dos inibidores da COX 
a pacientes com história de infarto do miocárdio, angina 
ou stents nas artérias coronárias, pelo risco aumentado 
de trombose, especialmente em idosos. 
o Todos os AINEs podem causar retenção de sódio 
e água, diminuição da taxa de filtração glomerular e 
 
 
aumento da pressão arterial sanguínea, particularmente 
em idosos. 
Paracetamol 
Além do ácido acetilsalicílico e dos AINEs, o paracetamol 
também é classificado como um inibidor da cicloxigenase, 
apesar de quase não apresentar atividade anti-inflamatória 
(é um fraco inibidor da COX-1 e da COX-2). Por esse 
motivo, é empregado apenas como analgésico em 
procedimentos odontológicos em que há expectativa ou 
presença de dor de intensidade leve a moderada, não 
interferindo na produção de edema. 
Há evidências mais recentes de que o efeito analgésico 
do paracetamol pode ser atribuído a uma ação direta no 
SNC, pela ativação das vias serotoninérgicas 
descendentes. 
Paracetamol não é considerado um AINE mas exerce 
função inibindo a COX-1 e COX-2. Tem função analgésica 
leve a moderada e é indicado em casos onde não há 
produção de edema 
 
Fármacos que inibem a ação da fosfolipase A2- 
Corticosteroides. 
Como agem os corticosteroides 
Já foram propostos vários mecanismos de ação anti-
inflamatória para os corticosteroides, porém sua ação 
inibitória da enzima fosfolipase A2 (“o disparo do gatilho”) 
talvez seja o principal deles. 
 
 
Após a lesão tecidual, a inativação da enzima fosfolipase 
A2 reduz a disponibilidade de ácido araquidônico liberado 
das membranas das células que participam da resposta 
inflamatória. Com menor quantidade de substrato, a 
subsequente ação enzimática da COX-2 e da 5-
lipoxigenase fica prejudicada, ou seja, haverá menor 
produção de prostaglandinas e leucotrienos. 
A ação dos corticosteroides é conseguida de maneira 
indireta. De forma simplificada, primeiramente eles 
induzem a síntese de lipocortinas, um grupo de proteínas 
responsáveis pela inibição da fosfolipase A2. Com isso, 
irão reduzir a disponibilidade do ácido araquidônico e, por 
consequência, a síntese de substâncias pró-inflamatórias. 
A maioria dos efeitos anti-inflamatórios somente é 
evidenciada após 1 a 2 h. 
Um mecanismo anti-inflamatório dos corticosteroides 
que deve ser levado em consideração é o controle da 
migração de neutrófilos, pois esta ação, mesmo que 
indiretamente, resulta na menor produção de 
mediadores hipernociceptivos, minimizando a dor 
inflamatória. 
Uso dos corticosteroides na clínica odontológica 
De formasimilar aos AINEs, os corticosteroides são 
indicados para prevenir a hiperalgesia e controlar o 
edema inflamatório, decorrentes de intervenções 
odontológicas eletivas, como a exodontia de inclusos, as 
cirurgias periodontais, a colocação de implantes múltiplos, 
as enxertias ósseas, etc. 
Para essa finalidade, a dexametasona ou a 
betametasona são os fármacos de escolha, pela maior 
potência anti-inflamatória e duração de ação, o que 
permite muitas vezes seu emprego em dose única ou 
por tempo muito restrito. 
Pela necessidade de tempo biológico para exercerem 
sua ação, como explicado anteriormente, o regime 
analgésico mais adequado para empregar os 
corticosteroides é o de analgesia preemptiva (introduzido 
antes da lesão tecidual). 
Em adultos, essa dose é, em geral, de 4 a 8 mg, 
administrada 1 h antes do início da intervenção. 
Em crianças, no caso de intervenções mais invasivas, 
emprega-se a solução oral “gotas” de betametasona (0,5 
mg/mL), obedecendo à regra prática de 1 gota/kg/peso 
corporal, em dose única, 1 h antes do procedimento. 
Corticosteroides: possuem efeito clínico após 1-2 
horas, ação anti reação de hipersensibilidade e são mais 
seguros quando se trata de paciente gestantes, lactantes, 
hepatopatas e nefropatas controlados 
 
 
Vantagens do uso dos corticosteroides em relação aos 
AINEs 
Quando empregados em dose única pré-operatória ou 
por tempo restrito, podem ser feitas as seguintes 
 
 
considerações quanto à prescrição dos corticosteroides, 
comparada ao uso dos AINEs: 
o Não produzem efeitos adversos clinicamente 
significativos. 
o Não interferem nos mecanismos de hemostasia, ao 
contrário de alguns AINEs, que pela ação antiagregante 
plaquetária aumentam o risco de hemorragia pós-
operatória. 
o Reduzem a síntese dos leucotrienos C4, D4 e E4, 
que constituem a substância de reação lenta da anafilaxia 
(SRS-A), liberada em muitas das reações alérgicas. Ao 
contrário, a ação inibitória dos AINEs na via cicloxigenase, 
de forma exclusiva, desvia o metabolismo do ácido 
araquidônico para a via 5-lipoxigenase, acarretando maior 
produção de SRS-A e, por consequência, reações de 
hipersensibilidade. 
o Muitas das reações adversas dos AINEs ainda não 
são bem conhecidas (basta lembrar o caso recente com 
os coxibes), o que não acontece com os 
corticosteroides, cujo uso clínico teve início na década de 
1950. 
o Os corticosteroides são mais seguros para serem 
empregados em gestantes ou lactantes, bem como em 
pacientes hipertensos, diabéticos, nefropatas ou 
hepatopatas, com a doença controlada. 
o A relação custo/benefício do tratamento é muito 
menor quando se usam os corticosteroides. 
Usos com precaução e contraindicações dos 
corticosteroides 
São contraindicações absolutas ao uso dos 
corticosteroides: pacientes portadores de doenças 
fúngicas sistêmicas, herpes simples ocular, doenças 
psicóticas, tuberculose ativa ou os que apresentam 
história de alergia aos fármacos deste grupo. Outra 
consideração importante diz respeito à interferência dos 
corticosteroides na homeostasia do eixo hipotálamo-
hipófise-adrenal (HHA). 
Analgésicos 
São medicamentos utilizados para alivou ou profilaxia da 
dor. São analgesicos anti-inflamatorios não esteroidais, 
possuem propriedade analgesica, antipiretica e 
antiinflamatoria. 
 
Uso clínico dos analgésicos 
Os analgésicos rotineiramente empregados na clínica 
odontológica são a dipirona e o paracetamol. Como 
alternativa a ambos, pode-se optar pelo ibuprofeno, que 
em doses menores (200 mg, em adultos) tem ação 
analgésica similar à da dipirona, sem praticamente 
exercer atividade anti-inflamatória. 
Quanto ao ácido acetilsalicílico (AAS), apesar da sua boa 
atividade analgésica, é empregado com menos 
frequência em função de sua ação antiagregante 
plaquetária. No caso de cirurgias, pode eventualmente 
causar maior sangramento, por aumentar o tempo de 
sangria. 
Na clínica odontológica, esses analgésicos são 
geralmente empregados por períodos curtos, em 24 a 
48 h, uma vez que o objetivo é controlar a dor aguda 
de baixa intensidade. 
Dipirona 
É um analgésico eficaz e seguro para uso em 
odontologia. Por via IM ou IV, deve ser administrada com 
cautela a pacientes com condições circulatórias instáveis 
(pressão arterial sistólica < 100 mmHg). 
O uso da dipirona deve ser evitado nos três primeiros 
meses e nas últimas seis semanas da gestação e, mesmo 
fora desses períodos, somente administrar em gestantes 
em casos de extrema necessidade. 
A dipirona é contraindicada para pacientes com 
hipersensibilidade aos derivados da pirazolona, pelo risco 
de alergia cruzada, ou para portadores de doenças 
metabólicas como a porfiria hepática ou a deficiência 
congênita da glicose-6-fosfato-desidrogenase. Também 
deve ser evitada em pacientes com história de anemia 
ou leucopenia, embora o risco de agranulocitose e 
anemia aplástica atribuível à dipirona seja, quando muito, 
de 1 caso por 1.000.000 de pessoas expostas. 
 
Analgésicos
Opióides Não opióides Analgésicos combinados 
 
 
Paracetamol 
É o analgésico de escolha seguro para uso em 
gestantes e lactantes. Pode causar danos ao fígado. 
Recentemente, o FDA recomendou que as doses 
máximas diárias de paracetamol, em adultos, fossem 
reduzidas de 4 g para 3,25 g., pelo mesmo motivo deve-
se evitar o uso concomitante do medicamento com 
alccol ou substancias hepatotoxicas (como eritromicina). 
É contraindicado para pacientes fazendo uso contínuo 
da varfarina sódica, pelo risco de aumentar o efeito 
anticoagulante e provocar hemorragia., pacientes com 
história de alergia ao medicamento ou de alergia aos 
sulfitos, se empregada a solução oral “gotas” de 
paracetamol, que contém metabissulfito de sódio em sua 
composição. 
Ibuprofeno 
É contraindicado para pacientes com história de gastrite 
ou úlcera péptica, hipertensão arterial ou doença renal. 
Deve-se evitar em pacientes com história de 
hipersensibilidade ao ácido acetilsalicílico, pelo risco 
potencial de alergia cruzada. 
Além da dipirona, do paracetamol e do ibuprofeno, o 
cirurgião-dentista pode ainda optar pelos analgésicos de 
ação predominantemente central, chamados de opioides 
fracos. No Brasil, estão disponíveis para uso clínico a 
codeína (comercializada em associação com o 
paracetamol) e o tramadol, ambos indicados no 
tratamento de dores moderadas a intensas, que não 
respondem ao tratamento com outros analgésicos. 
Tramadol 
O cloridrato de tramadol possui potência analgésica 5 a 
10 vezes menor do que a morfina e seu mecanismo de 
ação ainda não é completamente conhecido. Sabe-se 
apenas que ele pode se ligar aos receptores opioides μ 
e inibir a recaptação da norepinefrina e da serotonina. 
Atua da mesma forma que as endorfinas e as 
encefalinas, ativando, com suas moléculas, receptores em 
células nervosas, o que leva à diminuição da dor. 
Seu início de ação ocorre, em geral, 1 h após a 
administração de uma dose de 50 mg. Não é indicado 
para pacientes < 16 anos, pela falta de estudos clínicos 
controlados. 
Efeitos adversos, como náuseas e constipação 
intestinal, vômito, alterações de humor, sonolência e 
depressão respiratória, limitam a utilização da codeína e 
do tramadol em larga escala na clínica odontológica. 
Devem ser utilizados com cautela em pacientes idosos, 
debilitados, com insuficiência hepática ou renal, hipertrofia 
prostática e portadores de depressão respiratória. 
A administração repetida destes fármacos possibilita o 
aparecimento de efeitos de tolerância, dependência física 
e psíquica, em graus variados. 
 
Tolerância É a necessidade de aumento de 
dose para obtenção do mesmo 
efeito analgésico 
Dependência É um fenômeno caracterizado 
pelo aparecimento de síndrome 
de abstinência quando a droga é 
descontinuada de modo abrupto 
ou quando um antagonista é 
administrado 
Síndrome de 
abstinência 
Causa irritabilidade, perda de peso, 
tremores e mudanças de 
comportamento 
 
Analgésicos combinados 
Algunsanalgésicos combinam, num único comprimido, 
medicamentos não opióides, tais como aspirina ou o 
paracetamol, com substâncias opióides. Estes analgésicos 
combinados são frequentemente receitados a indivíduos 
nos quais o efeito de um não opióide isolado não é 
suficiente. Alguns exemplos de analgésicos combinados: 
o Diclofenaco sódico com codeína 
o Paracetamol com codeína 
o Paracetamol com tramadol 
Infecções odontogênicas 
Cáries, doença periodontal e pulpite são as infecções 
iniciais que podem disseminar-se além dos dentes para o 
processo alveolar e os tecidos profundos da face, 
cavidade oral, cabeça e pescoço. 
Microbiologia das infecções odontogênicas 
As infecções odontogênicas são causadas por bactérias 
que fazem parte da flora oral normal: aquelas que 
integram a placa bacteriana, aquelas encontradas nas 
superfícies mucosas e aquelas encontradas no sulco 
gengival. Tais bactérias são principalmente cocos 
aeróbios gram-positivos, cocos anaeróbios gram-positivos 
e bastonetes anaeróbios gram-negativos. 
 
 
 Essas bactérias causam uma variedade de doenças 
comuns, como cáries dentárias, gengivite e periodontite. 
Quando ganham acesso aos tecidos profundos 
subjacentes, através da polpa dentária necrosada ou de 
uma bolsa periodontal profunda, elas causam infecções 
odontogênicas. Conforme a infecção progride mais 
profundamente, diferentes membros da flora infectante 
podem encontrar melhores condições de crescimento e 
começam a exceder em número as espécies 
previamente dominantes. 
Alguns pontos importantes devem ser observados: 
o Quase todas as infecções odontogênicas são 
causadas por múltiplas bactérias. A natureza 
polimicrobiana dessas infecções torna importante que o 
clínico compreenda a variedade de bactérias prováveis 
de causar infecção. 
o Um segundo fator importante é a tolerância ao 
oxigênio das bactérias que causam as infecções 
odontogênicas. Como a flora da boca é uma associação 
de bactérias aeróbias e anaeróbias não é surpreendente 
constatar que a maioria das infecções odontogênicas é 
causada por bactérias anaeróbias e aeróbias. 
 
 
 Porcentagem 
Somente anaeróbias 50% 
Anaeróbias e aeróbias 
mistas 
44% 
Aeróbias somente 6% 
O método pelo qual bactérias aeróbias e anaeróbias 
mistas causam infecções é conhecido com alguma 
precisão. Após a inoculação inicial nos tecidos profundos, 
os organismos facultativos do grupo S.milleri podem 
sintetizar hialuronidase, a qual permite que os organismos 
infectantes disseminem-se pelos tecidos conjuntivos, 
iniciando o estágio de celulite da infecção. Os 
subprodutos metabólicos oriundos dos estreptococos 
criam um ambiente favorável para o crescimento dos 
anaeróbios: liberação de nutrientes essenciais, pH 
reduzido nos tecidos e consumo do suprimento local de 
oxigênio. As bactérias anaeróbias são, então, capazes de 
crescer, e, conforme o potencial local de oxidação-
redução é reduzido posteriormente, as bactérias 
anaeróbias predominam e causam a necrose de 
liquefação dos tecidos por meio da síntese de 
colagenases. Conforme o colágeno é sintetizado e os 
glóbulos brancos invasores necrosam e sofrem lise, 
microabscessos se formam e podem coalescer em 
abscessos clinicamente reconhecíveis. 
No estágio de abscesso, as bactérias anaeróbias 
predominam e podem eventualmente se tornar os 
únicos organismos encontrados na cultura. Infecções que 
aparecem inicialmente como uma celulite podem se 
caracterizar como infecções estreptocócicas aeróbicas, 
e, mais tarde, abscessos crônicos podem ser 
caracterizados como infecções anaeróbicas. Clinicamente, 
essa progressão da flora infectante de aeróbia para 
anaeróbia parece estar correlacionada com o tipo de 
edema que pode ser encontrado na região infectada. 
Portanto, as infecções odontogênicas parecem passar 
por quatro estágios. Nos primeiros três dias dos sintomas, 
um edema mole, pastoso, levemente sensível representa 
o estágio de inoculação, no qual os estreptococos 
invasores estão começando a colonizar o hospedeiro. 
Após três a cinco dias, o edema torna-se endurecido, 
vermelho e altamente sensível, já que a flora mista 
infectante estimula a resposta inflamatória intensa do 
estágio de celulite. Após cinco a sete dias após o início 
do edema, os anaeróbios começam a predominar, 
causando abscesso liquefeito no centro da área 
edemaciada. Esse é o estágio de abscesso. Finalmente, 
quando o abscesso drena espontaneamente pela pele ou 
mucosa, ou é cirurgicamente drenado, o estágio de 
resolução inicia conforme o sistema imune destrói as 
bactérias infectantes e o processo de cicatrização e 
reparo acontece. 
 Edema 
(inoculação) 
Celulite Abscesso 
Duração 0-3 dias 1-5 dias 4-10 dias 
Dor, bordas Leve, difusa Difusa Localizada 
Tamanho Variável Grande Pequeno 
Coloração 
 
Normal 
 
Vermelha Centro 
brilhante 
Consistência Gelatinosa Endurecida Centro mole 
Progressão Aumentada Aumentada Reduzida 
Secreção 
purulenta 
Ausente Ausente Presente 
Bactérias Aeróbia Ausente Anaeróbia 
Gravidade baixa Maior Menor 
 
 
 
 
História natural da progressão das 
infecções odontogênicas 
As infecções odontogênicas têm duas origens 
principais: (1) periapical, como resultado da necrose pulpar 
e invasão bacteriana subsequente do tecido periapical, e 
(2) periodontal, como resultado da bolsa periodontal 
profunda que possibilita a inoculação da bactéria nos 
tecidos moles subjacentes. 
A necrose da polpa dental como resultado da cárie 
profunda cria uma via para as bactérias penetrarem nos 
tecidos periapicais. Uma vez que o tecido torna-se 
inoculado pela bactéria e uma infecção ativa é 
estabelecida, está se dissemina igualmente em todas as 
direções, mas preferencialmente ao longo das linhas de 
menor resistência. A infecção se dissemina pelo osso 
esponjoso até encontrar uma lâmina cortical. Se a lâmina 
cortical for fina, a infecção perfurará o osso e penetrará 
nos tecidos moles circunjacentes. 
Quando a infecção perfura a lâmina cortical do 
processo alveolar, ela se dissemina por localizações 
anatômicas previsíveis. A localização da infecção oriunda 
de um dente específico é determinada por dois fatores 
principais: (1) a espessura do osso que cobre o ápice do 
dente e (2) a relação do local da perfuração no osso 
com as inserções musculares na maxila e mandíbula. 
 
Infecções oriundas da maioria dos dentes superiores 
perfuram a lâmina cortical vestibular. Tais infecções 
também perfuram através do osso abaixo da inserção 
dos músculos que se inserem na maxila, o que significa 
que a maioria dos abscessos dos dentes superiores 
aparece inicialmente como abscessos vestibulares. 
Ocasionalmente, um abscesso palatino surge do ápice de 
um incisivo lateral gravemente inclinado ou da raiz palatina 
de um primeiro molar ou pré-molar superior. Mais 
comumente, os molares superiores causam infecções 
que perfuram o osso superior à inserção do músculo 
bucinador, o que resulta em infecção do espaço bucal. 
Igualmente, de vez em quando, uma raiz longa do canino 
superior permite que a infecção perfure o osso superior 
à inserção do músculo elevador do ângulo da boca e 
cause infecção do espaço infraorbitário (canino). 
 
Na mandíbula, as infecções dos incisivos, caninos e pré-
molares usualmente perfuram o osso pela lâmina cortical 
vestibular superior à inserção dos músculos do lábio 
inferior, resultando em abscessos vestibulares. As 
infecções nos molares inferiores drenarão pela cortical 
lingual com mais frequência do que os dentes anteriores. 
As infecções nos primeiros molares vão drenar pela 
vestibular ou lingual 
. Infecções no segundo molar podem perfurar a cortical 
vestibular ou lingual (mas usualmente a lingual), e as 
infecções no terceiro molar quase sempre perfuram a 
lâmina cortical lingual. O músculo milo-hióideo determina 
se as infecções que drenam lingualmente vão se dirigir 
superiormente a esse músculo para o espaço sublingual 
ou abaixo dele para o espaço submandibular. 
A infecção odontogênica

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