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Questão 1: Considere um recipiente de volume V que contém um gás ideal monoatômico. O recipiente é dividido ao meio por uma parede adiabática, que é removida repentinamente. O gás, inicialmente a uma temperatura T1, se expande rapidamente e preenche todo o volume V sob uma pressão constante P . Quando o gás atinge o equiĺıbrio térmico novamente, sua temperatura é T2. (a) (1,0) Calcule a variação de energia interna do gás durante a expansão. (b) (1,5) Calcule a variação da entropia do gás durante a expansão. Dado: A constante dos gases ideais R = 8,31 J/mol.K. Considere também que durante a rápida expansão o gás permanece com temperatura constante, ou seja, a temperatura só muda após o gás ocupar todo o volume. Nesta questão, você pode assumir que o gás se comporta como um gás ideal durante todo o processo. Resolução: (a) Sabemos que a energia interna de um gás U é dada em função da temperatura T do gás, e temos que ∆U = nCV∆T . Para um gás monoatômico, CV = 3R/2. Neste caso, a variação de temperatura no processo é nula, ou seja, ∆T = 0, e ∆U = 0 . (b) Para calcular a variação da entropia do gás durante a expansão, como sabemos que a temperatura permanece constante, usamos a equação para a entropia de um gás ideal monoatômico: ∆S = nCV ln ( TfV γ−1 f TiV γ−1 i ) = nCV (γ − 1) ln ( Vf Vi ) = nR ln ( Vf Vi ) , onde usamos que γ = Cp/CV e que CV (γ − 1) = R para um gás ideal. Como temos que Vf = V e Vi = V/2, temos ∆S = nR ln(V/(V/2)) = nR ln 2 . Questão 2: Um cilindro de 1 litro contém um gás ideal diatômico a uma pressão de 2 atm e uma temperatura de 300 K. O cilindro é equipado com um pistão sem massa que pode se mover livremente. O pistão é então liberado e o gás se expande adiabaticamente até que sua pressão caia para 1 atm. A expansão ocorre em duas etapas: Na primeira etapa, a pressão cai de 2 atm para 1,5 atm enquanto o volume aumenta de 1 litro para 2 litros. Na segunda etapa, a pressão cai de 1,5 atm para 1 atm enquanto o volume aumenta de 2 litros para 3 litros. Qual é a temperatura final do gás? Resolução: Como o gás no cilindro é ideal e todas as informações dos estados inicial e final de cada etapa, podemos utilizar que PV = nRT , onde a quantidade que permanece a mesma é o número de moles do gás n. Com isso, temos PV T = constante ⇒ PfVf Tf = PiVi Ti . Pelos dados do problema, os valores iniciais são Ti = 300 K, Pi = 2 atm, Vi = 1 ℓ, e que sabemos do estado final: Pf = 1 atm e Vf = 3 ℓ. Assim, Tf = 300 K · (1 atm · 3ℓ/(2 atm · 1ℓ) = 450 K . 1 Questão 3: (2,5) Uma esfera oca de chumbo de raio externo 10 cm e espessura da parede 1 cm é mergulhada em um tanque com água, de densidade 1000 kg/m3, até que metade do seu volume esteja submerso. Qual é a densidade do chumbo em kg/m3? Considere a aceleração da gravidade g = 10 m/s2 e que o volume de uma esfera é dado por V = (4/3)πr3. Resolução: Pelo prinćıpio de Arquimedes, o empuxo E é dado por E = ρfVdg, onde ρf é a densidade do fluido, Vd é o volume do fluido deslocado e g é a aceleração da gravidade. No nosso caso, a esfera oca de chumbo está submersa até a metade, então o volume de fluido deslocado será igual à metade do volume externo da esfera. Ou seja, Vd = 1 2 4π 3 R3 = 2π 3 (10 cm)3 = 2000π 3 cm3. Agora precisamos determinar o peso da esfera: P = Mg, sendo M sua massa. A massa será dada através do produto de sua densidade pelo seu volume, ou seja, M = dV . No entanto, como a esfera é oca, o volume da esfera é V = 4π 3 R3 − 4π 3 r3 = 4π 3 [(10 cm)3 − (9 cm)3] = 1084π 3 cm3. Finalmente, podemos utilizar a condição de equiĺıbrio para determinar a densidade do chumbo E = P , onde obtemos: ρfVdg = dV g ⇒ d = ρfVd V = 1000 · 2000π/3 1084π/3 kg/m3 ≈ 1845 kg/m3 . Questão 4 (2,5) Um motor térmico opera com um ciclo de Carnot reverśıvel entre duas fontes de calor, a uma temperatura de 800 K e 200 K, respectivamente. Durante um ciclo completo, o motor recebe 4000 J de calor da fonte quente e realiza 3000 J de trabalho. Suponha que a expansão seja adiabática e que o gás seja diatômico. Determine a variação da entropia do gás no ciclo e a eficiência do motor. Resolução: Para a eficiência da máquina, podemos utilizar duas formas: η = |W | |Qrecebido| , sendo W o trabalho realizado pelo máquina durante um ciclo e Qrecebido o calor recebido para operação da máquina. Ou podemos também usar η = 1 − Tf Tq para uma máquina que opera no ciclo de Carnot. Temos: η = |W | |Qrecebido| = 3000 J 4000 J = 3/4 = 75%. ou η = 1− 200 K 800 K = 1− 1 4 = 3/4 = 75%. A eficiência do motor é então de 75% . Agora para o cálculo da variação de entropia: um ciclo de Carnot opera sobre 4 processos: dois isotérmicos e dois adiabáticos (reverśıveis). O calor cedido à fonte fria é obtido de Qcedido = W −Qrecebido = −1000J. Sabemos que em processos adiabáticos (reverśıveis) não há trocas de calor nem há variação de entropia, assim a variação total de entropia do gás será dada apenas pelas trocas nos processo isotérmicos: ∆S = Qrecebido Tq + Qcedido Tf = 4000 J 800 K − 1000 J 200 K = ∆S = 0 . 2