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Apostila_Seguros_de_Transportes_2023

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SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA
DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO
ASSESSORIA TÉCNICA
GIUSEPPE CALABRO FILHO – 2023/ 2022
RICARDO DE LIMA ARMOND – 2022
VANDERLEI ASSAF MOGHETTI - 2021
DIAGRAMAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DE CONTEÚDO E PLANEJAMENTO 
PICTORAMA DESIGN
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros
 E73s Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico. 
 Seguros de transportes / Supervisão e coordenação metodológica da 
 Diretoria de Ensino Técnico / Assessoria técnica de Giuseppe Calabro Filho. 
 -- 5.ed. -- Rio de Janeiro: ENS, 2023.
 22,8 Mb ; PDF
 
 1. Seguros transportes. I. Calabro Filho, Giuseppe. II. Título. 
 
 0022-2675 CDU 368.2(072) 
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele, 
sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.
5a EDIÇÃO
RIO DE JANEIRO
2023
A 
ENS, promove, desde 1971, diversas iniciativas no âmbito 
 educacional, que contribuem para um mercado de seguros, 
previdência complementar, capitalização e resseguro cada 
vez mais qualificado.
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oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e 
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SEGUROS DE TRANSPORTES
 1. ASPECTOS GERAIS DE SEGUROS 
 DE TRANSPORTES 10 
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 11
Conhecendo os personagens 12
 DIVISÃO DA CARTEIRA DE SEGUROS DE TRANSPORTES 19
Seguros de Transportes 20
Seguros de Responsabilidade Civil do Transportador 21
 CONTRATO DE SEGURO DE TRANSPORTES 21
 INTERESSE SEGURÁVEL 22
 CONTRATOS DE COMPRA E VENDA E INCOTERMS 24
Obrigatoriedade da Contratação do Seguro de Transportes de Bens 29
 INSTRUMENTOS DE UM CONTRATO DE SEGUROS DE TRANSPORTES 30
Questionário 31
Proposta 31
Apólice 32
Averbação 34
Endosso 35
Fatura ou Conta Mensal 35
Certificado de Seguro 36
 CONCEITOS UTILIZADOS EM SEGUROS DE TRANSPORTES 36
Limite Máximo de Garantia (LMG) 37
Prazo para Pagamento do Prêmio 38
Franquia e Participação Obrigatória do Segurado (POS) 38
Critérios de Taxação 40
SUMÁRIO
INTERATIVO
SEGUROS DE TRANSPORTES
Importância Segurada 40
Moeda do Seguro 41
Vistoria 42
 FIXANDO CONCEITOS 1 43
 2. CONDIÇÕES GERAIS E COBERTURAS 
 BÁSICAS DOS SEGUROS DE TRANSPORTES 46 
 CONDIÇÕES GERAIS 47
Condições contratuais padronizadas 47
Prejuízos Não Indenizáveis 48
Bens e/ou Mercadorias Não Compreendidos no Seguro 48
Pagamento do Prêmio 49
Prazo do Seguro 49
Regulação e Liquidação de Sinistros 50
 CONCORRÊNCIA DE APÓLICES 50
 SUB-ROGAÇÃO DE DIREITOS 50
 RESCISÃO E CANCELAMENTO 51
 OBRIGAÇÕES DO SEGURADO 51
 PERDA DE DIREITOS 53
 COBERTURAS BÁSICAS 54
 COBERTURA BÁSICA RESTRITA C 56
 COBERTURA RESTRITA B 57
 COBERTURA BÁSICA AMPLA A 57
 PREJUÍZOS NÃO INDENIZÁVEIS (RISCOS NÃO COBERTOS) 58
 RISCOS SUJEITOS À CONSULTA PRÉVIA E ESTIPULAÇÃO NA APÓLICE 
(COBERTURAS A, B E C) 59
Início e Fim dos Riscos (Coberturas Básicas A, B e C) 60
 FIXANDO CONCEITOS 2 62
SEGUROS DE TRANSPORTES
 3. COBERTURAS ADICIONAIS DOS 
 SEGUROS DE TRANSPORTES 65 
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 66
 COBERTURA ADICIONAL DE FRETE E/OU SEGURO 67
 COBERTURA ADICIONAL DE DESPESAS 67
 COBERTURAS 
 ADICIONAIS DE TRIBUTOS (MERCADORIAS IMPORTADAS) 68
 COBERTURA ADICIONAL DE LUCROS ESPERADOS 69
 COBERTURA ADICIONAL PARA EMBARQUES AÉREOS SEM VALOR DECLARADO 70
 COBERTURA ADICIONAL PARA CLASSIFICAÇÃO 
 DE NAVIOS EM VIAGENS INTERNACIONAIS 70
 COBERTURA ADICIONAL DE RISCOS DE GREVES 71
 COBERTURA ADICIONAL DE RISCOS DE GUERRA 
 PARA EMBARQUES AQUAVIÁRIOS E AÉREOS 72
 FIXANDO CONCEITOS 3 74
 4. SEGURO OBRIGATÓRIO DE RESPONSABILIDADE 
 CIVIL DO TRANSPORTADOR RODOVIÁRIO DE 
 CARGA (RCTR-C) 76 
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 77
 RISCOS COBERTOS 78
 RISCOS NÃO COBERTOS 79
 BENS OU MERCADORIAS NÃO COMPREENDIDOS NO SEGURO 81
 COBERTURAS DE BENS OU MERCADORIAS SUJEITOS A CONDIÇÕES PRÓPRIAS 82
 COMEÇO E FIM DOS RISCOS 82
 APÓLICE DE RCTR-C 83
 AVERBAÇÕES 83
Averbação Simples 83
SEGUROS DE TRANSPORTES
 IMPORTÂNCIA SEGURADA E LIMITE MÁXIMO DE GARANTIA 84
 ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE 85
 COBERTURAS ADICIONAIS DO SEGURO DE RCTR-C 86
Cobertura Adicional de Operações de Carga/Descarga/Içamento 86
Cobertura Adicional para Viagem Rodoviária com Percurso Complementar Fluvial 86
Cobertura Adicional para Extensão de Cobertura ao Valor dos Impostos Suspensos e/ou Benefícios 
Internos 87
Cobertura Adicional para o Transporte de Cargas Excepcionais/Especiais 87
 CLÁUSULAS ESPECÍFICAS DO SEGURO OBRIGATÓRIO DE RCTR-C 87
 CRITÉRIOS DE TAXAÇÃO 90
 FRANQUIA E PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA DO SEGURADO 92
 PRÊMIO 92
 FIXANDO CONCEITOS 4 94
 5. SEGURO FACULTATIVO DE RESPONSABILIDADE 
 CIVIL DO TRANSPORTADOR RODOVIÁRIO POR 
 DESAPARECIMENTO DE CARGA (RCF-DC) 97 
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 98
 RISCOS COBERTOS 99
 RISCOS NÃO COBERTOS 100
 BENS NÃO COMPREENDIDOS NO SEGURO 100
 COBERTURA DE BENS OU MERCADORIAS SUJEITOS A CONDIÇÕES PRÓPRIAS 101
 COMEÇO E FIM DOS RISCOS 101
 APÓLICE DE RCF-DC 102
 IMPORTÂNCIA SEGURADA E LIMITE MÁXIMO DE GARANTIA 102
 CRITÉRIOS DE TAXAÇÃO 102
 PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA DO SEGURADO (POS) 103
 AVERBAÇÕES 104
 PRÊMIO 104
SEGUROS DE TRANSPORTES
 COBERTURAS ADICIONAIS DO SEGURO DE RCF-DC 105
Cobertura Adicional de Roubo no Depósito do Transportador 105
 CLÁUSULAS ESPECÍFICAS DO SEGURO DE RCF-DC 105
 FIXANDO CONCEITOS 5 108
 6. PROCESSOS DE SINISTROS NOS SEGUROS 
 DE TRANSPORTES 111 
 CONCEITO BÁSICO DE SINISTROS 112
 APURAÇÃO DE DANOS 113
Tipos de Vistoria 114
 REGULAÇÃO 116
Perda Total 116
Salvados 117
 LIQUIDAÇÃO 118
 FIXANDO CONCEITOS 6 120
 7. GERENCIAMENTO DE RISCOS 122 
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 123
 GERENCIAMENTO DE RISCO 124
Tipos de Gerenciamento de Riscos 124
Principais Mecanismos 125
Consulta a Cadastro de Motoristas e Proprietários de Veículos de Transportes Terrestres de 
Cargas 125
Rastreamento, Monitoramento e Roteirização 125
Escolta 126
 FIXANDO CONCEITOS 7 129
 ESTUDOS DE CASO 131 
 GLOSSÁRIO 134 
SEGUROS DE TRANSPORTES
 ANEXOS 139 
Anexo 1 – Modelo de proposta de seguro de transportes 139
Anexo 2 – Modelo de apólice avulsa de seguro de transporte internacional 140
Anexo 3 – Exemplo de de Avaria Grossa 143
Anexo 4 – Modelo de apólice de seguro RCTR-C 146
Anexo 6 – Certificado de Seguro de Transportes 152
Anexo 7 – Coberturas básicas dos Seguros de Transportes 153
Anexo 8 – Coberturas adicionais dos Seguros de Transportes 154
Anexo 9 – Cláusulas específicas para Seguros de Transportes 155
Anexo 10 – Tarifa nacional – Terrestre (rodoviário/ferroviário) – Cobertura C 156
Anexo 11 – Modelo de questionário para análise de aceitação – RCTR-C e RCF-DC 157
 GABARITO 160 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 163 
10
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
01
 ■ Refletir sobre os modais 
de transportes e os 
elementos que precedem 
a demanda por seguros 
de transportes, que irão 
gerar a necessidade e/ou 
obrigação de seguro, bem 
como influenciar na tomada 
de decisão quanto à sua 
contratação, considerando 
as cláusulas contratuais 
aplicadas em transações 
de compra e venda. 
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
 ■ Compreender os conceitos 
utilizados nos seguros de 
transportes e seus ramos, 
analisando situações 
práticas e considerandoos principais elementos 
de uma operação de 
transporte.
⊲ CONSIDERAÇÕES INICIAIS
⊲ DIVISÃO DA CARTEIRA 
DE SEGUROS DE TRANSPORTES
⊲ CONTRATO DE SEGURO 
DE TRANSPORTES
⊲ INTERESSE SEGURÁVEL
⊲ CONTRATOS DE COMPRA 
E VENDA E INCOTERMS
⊲ INSTRUMENTOS DE UM 
CONTRATO DE SEGUROS 
DE TRANSPORTES
⊲ CONCEITOS UTILIZADOS 
EM SEGUROS DE TRANSPORTES
⊲ FIXANDO CONCEITOS 1
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
ASPECTOS GERAIS 
de SEGUROS
de TRANSPORTES
11
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Por definição, o Seguro de Transportes é um contrato pelo qual a segura-
dora se obriga a indenizar o segurado quanto aos prejuízos decorrentes 
de danos materiais causados à carga durante o transporte. 
Antes de começarmos, que tal você dar uma olhada no esquema a seguir?
Ele vai te mostrar, de forma bem simplificada, um esquema global com 
os principais elementos de uma operação que, normalmente, precede e 
demanda um Seguro de Transportes.
FIGURA 1: PRINCIPAIS ELEMENTOS DE UMA OPERAÇÃO 
Necessidade e 
Obrigação de Seguro 
Seguro do Transportador (RC) 
COMPRA
VENDA OU
TRANSFERÊNCIA
CONTRATO DE 
COMPRA E VENDA
NOTA FISCAL OU 
DOCUMENTO EQUIVALENTE
Ato desencadeador 
da Operação
TRANSPORTE
Define as condições da Transação
Estabelece, entre outros, o 
INCOTERM a ser aplicado (ou
seja, quem tem responsabilidade 
por frete, seguro, entre outros) 
Definição do 
tipo de MODAL 
VEÍCULO PRÓPRIO
TRANSPORTADOR 
(PF/PJ)
Necessidade de Seguro
Seguro de Embarcador
Terceirização da 
etapa de transporte
CONTRATO DE TRANSPORTE/
CONHECIMENTO DE EMBARQUE
Fonte: os autores (2019).
12
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
A carteira de Transportes reúne todos os seguros que visam cobrir os 
riscos relacionados às viagens nacionais e internacionais, por quaisquer 
modais de transportes e também os Seguros de Responsabilidade Civil 
dos Transportadores de Carga.
Nesse material trataremos basicamente, dos dois principais ramos da 
carteira de transporte que se relacionam com as figuras do embarcador 
e transportador.
Já em relação aos Seguros de Responsabilidade Civil dos Transportado-
res, falaremos apenas sobre os seguros mais comercializados, que são:
 ■ Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviá-
rio de Cargas, comumente denominado pela sigla “RCTR-C”, de 
contratação obrigatória.
 ■ Seguro de Responsabilidade Civil Facultativo por Desapare-
cimento de Carga, conhecido como “RCF-DC”, destinado aos 
transportadores rodoviários de carga.
 — Conhecendo os personagens:
Embarcador
Normalmente, é o dono das mercadorias que necessita do desloca-
mento dos produtos entre dois pontos da cadeia de suprimentos. 
Operador Logístico
É o responsável por promover os recursos a fim de realizar as ati-
vidades de logística de forma eficiente, como a gestão de trans-
porte, o armazenamento das mercadorias/produtos e o controle 
de estoque.
Gestão de transportes
O operador logístico atua fortemente no setor de transportes. Entre 
suas principais funções nesse segmento, é possível destacar:
 » Prestação de serviço de transportes para terceiros;
 » Capacitação de transportadoras;
 » Sistematização técnica à chamada de transportadoras;
 » Monitoramento das atividades realizadas pelas transpor-
tadoras frente aos parâmetros estabelecidos;
 » Análise e efetivação de pagamentos de fretes;
 » Formulação e expedição de relatórios de acompanha-
mento na prática dos serviços.
13
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
Despachante Aduaneiro
É o profissional, com poder outorgado pelo exportador ou importa-
dor, que se encarrega de apresentar, para Alfândega, a documen-
tação estabelecida nas normas tributárias, relativas ao despacho 
aduaneiro de importação ou exportação.
Transportadoras
Empresas que fazem as entregas de cargas e de encomendas. 
Além disso, essas empresas atuam em diversos locais de uma 
cidade, estado ou país, sendo responsáveis por fazer o envio de 
cargas de um ponto para outro no território nacional.
Comissários de Avarias
Profissional preparado para atender o responsável pela carga 
segurada, sendo contratado, na maioria dos casos, pelas segura-
doras. Além disso, pode também trabalhar em nome do embarca-
dor, destinatário ou transportador.
Modal
Modal é o meio de transporte que será utilizado no transporte de cargas.
É importante que você perceba que uma operação pode envolver mais de um modal.
Os modais mais comuns são:
 ■ Aquaviário – Todos aqueles em que os meios de transportes se deslocam por água, 
podendo ser:
 » Marítimo de longo curso (pelo mar);
 » Cabotagem, pelo mar, entre portos nacionais ao longo da costa;
 » Fluvial (por rios navegáveis); e
 » Lacustre (por lagos/lagoas navegáveis).
 ■ Aéreo – Todos aqueles em que os meios de transportes se deslocam pelo ar.
Basicamente, estamos falando de aeronaves, devidamente regulamentadas pelos 
órgãos nacionais e internacionais de aviação.
 ■ Terrestres – Todos aqueles em que os meios de transportes se deslocam por terra, 
podendo ser:
 » Rodoviário; e
 » Ferroviário.
No Brasil, por razões de políticas de infraestrutura, o modal mais utilizado é o rodoviário.
14
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
65%
TKU: tonaladas quilômetros úteis
15%
11%
5%
0%
Distribuição do sistema logístico brasileiro
Veja como é formado o panorama de movimentação de cargas no Brasil
Rodoviário
1.548 bilhões de TKU
Ferroviário
356,8 bilhões de TKU
Cabotagem
249,9 bilhões de TKU
Hidroviário
125,3 bilhões de TKU
Dutoviário
106,1 bilhões de TKU
Aeroviário
106,1 bilhões de TKU
4%
Agência Brasil
Total
bilhões de TKU
2.386,7
 Fonte: Plano Nacional de Logística – PNL / Ministério da Infraestrutura.
Importante
Diferença entre transporte multimodal e intermodal
O termo multimodal refere-se a um transporte combinado, ou seja, é a utilização de 
mais de um modo de transporte, com operações de transbordo realizadas por um único 
prestador de serviço, por meio de um documento único emitido pelo operador de trans-
porte multimodal (OTM). No processo de transporte multimodal que utiliza contêiner, a 
carga permanece no mesmo contêiner durante toda a viagem. Ou seja, nessa forma de 
transporte, não há manuseio da mercadoria durante a operação.
Já no processo intermodal, o transporte é feito por pelo menos dois meios diferentes e 
com a emissão de vários documentos de transporte. Ou seja, caracteriza-se pela emis-
são individual de documento de transporte para cada modal, bem como pela divisão de 
responsabilidade entre os transportadores.
15
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
Os ramos de seguro abrangidos por toda a carteira de transportes estão 
demonstrados no esquema a seguir: 
FIGURA 2: RAMOS DE SEGUROS 
Visto que a estrutura de modais em nossa país é predominantemente rodoviá-
rio, estudaremos, nos capítulos 4 e 5, respectivamente, o RCTR-C e RCF-DC. É 
importante ressaltar que o RCA-C (Responsabilidade Civil do Armador-Carga) 
e o RCTF-C (Responsabilidade Civil do Transportador Ferroviário de Carga) 
vêm ganhando importância em nossa economia, e precisamos acompanhar o 
ritmo desse crescimento.
Aquaviário
TRANSPORTES
Terrestre Aéreo Terrestre Aéreo Aquaviário Terrestre Aéreo
Responsabilidade 
Civil do Operador 
de Transporte 
Multimodal – 
Carga (RCOTM-C) 
Responsabilidade 
Civil do 
Transportador 
Ferroviário – 
Carga (RCTF-C) 
Responsabilidade 
Civil do 
Transportador 
Intermodal – 
Carga (RCTI-C)
Responsabilidade 
Civil do 
Transportador 
Rodoviário – Carga 
(RCTR-C)
Responsabilidade 
Civil do 
Transportador 
Rodoviário – Carga 
Viagem Internacional 
(RCTR-VI)
Responsabilidade 
Civil do 
Transportador 
Aquaviário 
de Carga (RCA-C)
Responsabilidade 
Civil do 
 Transportador 
Aéreo – 
Carga (RCTA-C)
Responsabilidade 
Civil Facultativa por 
Desaparecimento 
de Carga (RCF-DC)
Transportes
Responsabilidade
do Transportador
InternacionaisNacionais
Exportação
Aquaviário
Importação
16
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
ImportanteOs Seguros de Transportes Internacionais referem-se às viagens realizadas do Brasil 
para o exterior (exportações) e do exterior para o Brasil (importações).
O tipo de Seguro de Transporte a ser contratado depende basicamente de três fatores:
 ■ Responsável pela Contratação
 » Embarcador,
 » Transportador.
 ■ Natureza da Operação
 » Nacional,
 » Internacional.
 ■ Modais Utilizados
 » Aquaviário,
 » Terrestre, e
 » Aéreo.
Considerando ainda o processo logístico, é importante ressaltar alguns 
pontos relevantes para o estudo das operações realizados no mercado:
Embalagem
Protege o que vende, e vende o que protege.
A embalagem: acondiciona, protege, conserva, transporta e armazena pro-
dutos ao longo das diversas cadeias de suprimentos. 
A embalagem é a reunião de quatro competências: Marketing, Design, 
Logística e Meio Ambiente.
A logística trata a questão das embalagens da forma que ela merece, trata-
-se de um recipiente de proteção, agrupamento e facilitador no transporte.
Primárias
Envolvem diretamente o produto; é aquela que os clientes tocam e 
da qual extraem as informações contidas acerca do produto.
Secundárias
Protegem a primária; geralmente, são embalagens maiores que 
compactam poucos produtos e são utilizadas para transporte e 
manipulação manual. Por exemplo, a caixa do chocolate Bis.
17
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
Terciárias
Caixas de papelão, madeira e plástico, também muito utilizadas na 
movimentação manual e de transporte, pois compacta um maior 
número de produtos em seu interior.
Quaternárias
Facilitam a movimentação, concentram maior unidades. Por exem-
plo, os paletes. Ainda que abertos, acondicionam caixas de pape-
lão e podem facilitar o deslocamento de lugares ou, até mesmo, a 
transposição de um lugar a outro.
Quinto Nível
Conteinerizadas usadas em longas distâncias. Muito utilizadas no 
transporte internacional/nacional aquaviário.
O Contêiner
O contêiner é adaptado para ser utilizado em transportes de navios, trens 
e caminhões, além de ser conhecido como cofre de carga – afinal, nele, 
estão instalados dispositivos de segurança previstos por legislações nacio-
nais e internacionais.
Quanto ao transporte marítimo, é importante entender que o contêiner 
não é uma embalagem. O contêiner utilizado no transporte marítimo é 
parte da embarcação.
Dimensões do modelo 20 pés são:
Tamanho externo é de 6.069 m de comprimento X 2.380 m de lar-
gura X 2.591 m de altura, com capacidade máxima de 34.000 kg. 
Dimensões do modelo de 40 pés são:
Externa: 12.192 m de comprimento X 2.230 m de largura X 2.591 m 
de altura, com capacidade máxima de 45.000 kg e 67m³. Os con-
têineres podem ser utilizados em cargas secas, frigorificadas, 
líquidas, gasosas, em transportes de máquinas, entre outros.
Amarração da Carga
Importante aspecto de segurança. A Resolução 552 (01/01/17), do Conse-
lho Nacional de Trânsito (Contran), regulamenta a amarração de cargas no 
Brasil e proíbe, entre outras coisas, a utilização de cordas para amarração, 
sendo substituídas por cintas, correntes ou cabos de aço.
18
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
Consolidação da Carga
Consiste em alocar mercadorias pequenas para formar um único e maior 
montante. Dessa forma, o seu armazenamento e transporte são agilizados, 
podendo ser realizada durante a coleta, armazenagem ou até na distribui-
ção dos fretes.
Cross Docking
É um tipo de preparação de pedidos em que a mercadoria é distribuída 
diretamente ao usuário sem passar por um período de armazenamento 
prévio. Pouco importa se os produtos são matérias-primas, artigos acaba-
dos ou componentes destinados a fábricas, lojas físicas ou clientes finais. 
Ad Valoren (ou Frete Valor)
É uma taxa cobrada dentro da tabela de fretes que representa o custo 
do seguro da carga. Seu cálculo é feito pela porcentagem da mercadoria 
sobre o valor da Nota Fiscal da carga transportada, agregada ao custo 
de frete.
Canais de parametrização de importação 
(Receita Federal)
I – Verde
Desembaraço automático da mercadoria, dispensados o exame 
documental e a verificação da mercadoria.
II – Amarelo
Exame documental e, não sendo constatada irregularidade, efe-
tuado o desembaraço aduaneiro, dispensada a verificação da 
mercadoria.
III – Vermelho
Desembaraçada após a realização do exame documental e da 
conferência física da mercadoria.
IV – Cinza
Verificação da mercadoria e a aplicação de procedimento espe-
cial de controle aduaneiro, para verificar elementos indiciários de 
fraude, inclusive no que se refere ao preço declarado da merca-
doria, conforme estabelecido em norma específica. A mercadoria 
poderá ficar retida por até 180 dias para que o indício de fraude 
seja investigado.
19
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
Zona Primária
É a parte interna de portos, aeroportos, recintos da alfândega e locais habi-
litados na fronteira terrestre pela autoridade aduaneira para operações de 
carga e descarga de mercadorias, ou embarque e desembarque de passa-
geiros, vindo ou indo ao exterior.
Zona Secundária
Também podem ser conhecidas como Porto Seco, EADI ou Estação Adua-
neira do Interior, que são recintos alfandegados de uso público nos quais 
são executadas operações de movimentação, armazenagem e despacho 
aduaneiro de mercadorias e de bagagem, com controle feito pela Receita 
Federal. Existem, no Brasil, cerca de 63 portos secos.
EADI (Entreposto Aduaneiro do Interior)
Também conhecido como porto seco.
 DIVISÃO DA CARTEIRA 
 DE SEGUROS DE TRANSPORTES 
A carteira de Seguros de Transportes é dividida basicamente em duas 
partes: Seguro de Transportes e Seguro de Responsabilidade Civil do 
Transportador. 
A partir de agora, vamos falar separadamente de cada uma dessas partes 
porque entender a diferença entre uma e outra é fundamental para a com-
preensão desta disciplina. 
Basicamente, o Seguro de Transportes é contratado pelo próprio embar-
cador do bem ou da mercadoria, enquanto que o Seguro de Responsabi-
lidade Civil do Transportador é contratado pela empresa transportadora 
do bem ou mercadoria de propriedade de terceiros (embarcador, empresa 
de Logística), cuja contratação é específica e atende a necessidades dife-
rentes, conforme esclarecido pela Carta Circular nº 2/2015 da Susep, cuja 
leitura recomendamos.
20
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
 — Seguros de Transportes
É o seguro contratado pelo embarcador ou destinatário (recebedor), ou 
seja, pessoa física ou jurídica que possui interesse direto na mercadoria ou 
nos bens transportados. O segurado é, em geral, o proprietário da carga, 
mas também pode ser uma empresa de logística deslocando um bem ou 
uma mercadoria de propriedade de sua contratante.
O seguro de transportes também pode ser contratado por quem tem 
algum interesse direto na mercadoria, como credores ou financiadores da 
compra da mercadoria (comum nas transações internacionais de compra e 
venda de bens e mercadorias).
Esse seguro tem por objetivo repor ao segurado os prejuízos causados aos 
seus bens e/ou mercadorias durante o processo de transporte, de acordo 
com a cobertura contratada e conforme o modal utilizado.
O segurado aqui é o embarcador ou destinatário da mercadoria.
O Seguro de Transportes pode ser:
Nacional
Para operações de compra ou venda feitas exclusivamente dentro 
do território nacional. Ou seja, com origem e destino no Brasil.
Internacional
Para operações de compra ou venda feitas com origem ou destino 
fora do território nacional.
As operações de transporte internacional, por sua vez, são subdivididas de 
acordo com sua origem:
Importação 
Quando a venda e transporte da mercadoria têm origem fora do 
território nacional e o destino é o Brasil.
Exportação 
Quando a venda e o transporte da mercadoria se originam no terri-
tório brasileiro, tendo como destino qualquer outro país.
21
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
 — Seguros de Responsabilidade 
Civil do Transportador
Esse tipo de seguroé contratado obrigatoriamente e exclusivamente pelo 
transportador e cobre a responsabilidade pelo transporte da mercadoria de 
terceiro durante o período de viagem.
Existe um tipo de seguro de responsabilidade do transportador que é 
facultativo, o RCF-DC, complementar ao RCTR-C. Mas não se preocupe, 
falaremos dele com detalhes mais adiante.
O segurado aqui é o transportador, mas o beneficiário do seguro é o Embarca-
dor ou destinatário, contratante do transporte ou seus consignatários.
Os Seguros de Responsabilidade Civil do Transportador são subdivididos 
de acordo com o modal de transporte utilizado (rodoviário, aéreo, ferroviá-
rio, aquaviário). 
O Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador mais comercializado 
no Brasil, o Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Carga, 
é conhecido por sua sigla RCTR-C e pertence ao modal Rodoviário. Falare-
mos sobre esse seguro mais à frente.
 CONTRATO DE SEGURO 
 DE TRANSPORTES 
O contrato de seguro de Transportes surge, na maioria das vezes, em 
decorrência de dois outros tipos de contratos que o antecede:
Contrato de compra e venda
Documento que formaliza a transação comercial entre um ven-
dedor e um comprador, estabelecendo as obrigações entre as 
partes contratantes.
Conhecimento de Embarque
Documento que formaliza a contratação do frete, que contém as 
características do bem ou mercadoria e o percurso do transporte 
e a confirmação da entrega daquele bem ou mercadoria ao trans-
portador pelo embarcador. 
22
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
Portanto, esse é o documento que faz prova da entrada da merca-
doria no meio de transporte, essencial para o seguro, e que será 
emitido de acordo com o modal escolhido.
A exceção à regra da existência de contrato anterior ao contrato 
de Seguro de Transporte ocorre quando, por exemplo, há simples 
transferência de mercadorias entre filiais de uma mesma empresa 
utilizando veículos próprios. Nesses casos, emite-se uma nota fis-
cal de simples remessa, inexistindo o conhecimento de embarque, 
já que não haverá a figura do transportador.
Importante 
 ■ Contrato de compra e venda: representado pela nota fiscal ou fatura comercial; e
 ■ Contrato de transporte de mercadorias: representado pelo conhecimento de 
embarque ou de frete ou de transporte.
 
 INTERESSE SEGURÁVEL 
Os Seguros de Transportes e de Responsabilidade Civil do Transportador 
se diferenciam pelo interesse segurável. 
No primeiro, o Seguro de Transportes, pode ser contratado por quem deti-
ver a propriedade ou posse direta sobre o bem ou a mercadoria transpor-
tada, pois, nessa hipótese, o segurado possui interesse em preservá-los 
contra os riscos inerentes à viagem, podendo ser:
 ■ o dono da mercadoria ou embarcador;
 ■ o credor ; ou
 ■ o agente logístico.
Portanto, os Seguros de Transportes nacionais e internacionais não 
podem, em nenhuma hipótese, ser contratados pelo transportador ou 
outro depositário, porque o Seguro de Transporte visa garantir o interes-
se da pessoa física ou jurídica que tem interesse segurável (propriedade, 
posse, entre outros) sobre a carga.
O Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador de Carga, por sua 
vez, não poderá ser contratado pelo embarcador da mercadoria, ape-
nas por empresas transportadoras devidamente legalizadas e habilitadas 
pelas normas em vigor.
Credor
É o agente financeiro que tem 
por garantia o bem/mercadoria 
objeto do transporte, podendo 
exigi-lo do devedor para 
saldar sua dívida.
23
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
O interesse segurável do embacador ou do transportador será definido 
pelo contrato que deu origem à necessidade de deslocamento do bem 
ou mercadoria, pois nele será determinada a responsabilidade das partes. 
Para que você entenda melhor, veja esse exemplo: o contrato de compra 
de um veículo importado determinará as obrigações do vendedor para o 
transporte desse bem, desde a fábrica até o local de destino final, poden-
do o comprador (proprietário) assumir parte da obrigação do transporte e 
pelo seguro desde a origem até o local final.
Para finalizarmos esta seção, observe o esquema a seguir, que represen-
ta as relações que precedem o contrato de Seguros de Transportes e o 
de Responsabilidade Civil do Transportador:
FIGURA 3: RELAÇÕES QUE PRECEDEM OS CONTRATOS
:
OPERAÇÃO
DE COMPRA E VENDA DE TRANSPORTE
Contrato de compra e venda
nota fiscal ou outro
documento equivalente
Contrato de transporte 
Conhecimento de embarque ou 
outro documento equivalente
Seguro de transporte
Único embarque ou
vários embarques
Seguro de responsabilidade
civil do transportador
Vários embarques
Fonte: os autores (2021).
O mercado não oferece coberturas de apólices avulsas aos transportado-
res rodoviários em razão da característica de operação ser dinâmica, o que 
pressupõe a cobertura para vários embarques realizados.
24
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
 CONTRATOS DE COMPRA E 
 VENDA E INCOTERMS 
Com o incremento do comércio global, houve a necessidade de padroni-
zação dos contratos de compra e venda. Nesses contratos estão definidas 
as responsabilidades pela contratação do Seguro de Transporte, sejam 
elas do vendedor ou do comprador da mercadoria. Essas cláusulas padrão 
são conhecidas pela sigla Incoterms.
Os Incoterms surgiram em 1936, quando a Câmara Internacional do Comér- 
cio – CCI –, com sede em Paris, interpretou e consolidou as diversas for- 
mas contratuais que vinham sendo utilizadas no comércio internacional.
Como as mudanças no comércio internacional evoluem com o avanço do 
comércio global, os Incoterms – International Commercial Terms ou termos do 
Comércio Internacional – são revisados e atualizados a cada 10 anos. A 
mais nova revisão ocorreu em 2020.
Os Incoterms servem para definir, na estrutura de um contrato de compra 
e venda internacional, os direitos e obrigações recíprocos do exportador/
vendedor e do importador/comprador, estabelecendo um conjunto padrão 
de definições e determinando regras e práticas neutras, como onde o 
exportador deverá entregar a mercadoria, quem pagará o frete ou quem 
será o responsável pela contratação do seguro.
É válido lembrar que os costumes e as leis variam de acordo com 
cada país, por isso, a padronização das regras de comércio evita problemas de 
interpretação das partes contratantes quanto ao custo e risco das transações. 
Assim, é possível reconhecer a necessidade de padronizar previamente o 
entendimento do vendedor e do comprador quanto às tarefas necessárias 
para deslocamento da mercadoria, desde o local de origem até o local de 
destino (zona de consumo).
Esse deslocamento de mercadorias e bens pode ser resumidos pelos pas-
sos representados a seguir:
Saiba mais
 Indicamos a leitura do livro 
Incoterms 2020, que pode ser 
obtido, gratuitamente, no sítio 
do ICC, em: 
https://2go.iccwbo.org/
incoterms-2020-eng-
config+book_version-Book/. 
Elaboração: Câmara de 
Comércio Internacional, 
https://2go.iccwbo.org/incoterms-2020-eng-config+book_version-Book/.
https://2go.iccwbo.org/incoterms-2020-eng-config+book_version-Book/.
https://2go.iccwbo.org/incoterms-2020-eng-config+book_version-Book/.
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UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
FIGURA 4: DESLOCAMENTO DE MERCADORIAS E BENS
 
1. Embalagem e marcação.
2. Carregamento.
3. Transporte interno (país do exportador).
4. Desembaraço aduaneiro na exportação (partida).
5. Movimentação em terminal (partida).
6. Seguro da viagem principal; transporte da viagem principal.
7. Movimentação em terminal (chegada).
8. Desembaraço aduaneiro na exportação (chegada); 
9. Transporte interno no destino.
10. Descarga no destino.
Fonte: os autores (2021).
No ano 2020, foi realizada uma atualização dos Incoterms. Essa atualização 
levou em consideração o crescimento das zonas de livre comércio, o aumento 
de comunicações eletrônicas em transações comerciais e as mudanças nas prá-
ticas relativas ao transporte de mercadorias,além de oferecer uma visão mais 
simples e mais clara dos 11 incoterms, que são divididos em grupos, você pode 
observar no quadro a seguir.
26
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
QUADRO 1: ATUALIZAÇÃO DOS INCOTERMS
Grupo E 
(Oigem / Partida)
EXW Ex Works
Grupo F 
(Livre no Transporte)
FCA 
FAS 
FOB
Free Carrier 
Free Alongside Ship 
Free on Board
Grupo C 
(Transporte Principal Pago)
CPT 
CIP 
CFR 
CIF
Carriage Paid to 
Carriage and Insurance Paid to 
Cost and Freight 
Cost, Insurance and Freight
Grupo D 
(Chegada)
DAP 
DPU 
DDP
Delivered at Place 
Delivered at Place Unloaded 
Delivered Duty Paid
Fonte: os autores (2021).
Neste material, iremos estudar apenas os três Incoterms mais utilizados no 
Brasil, procurando apresentar os níveis de responsabilidade de cada uma 
das partes envolvidas no contrato de compra e venda. São eles:
 ■ EX (Ex Works).
 ■ FOB (Free On Board).
 ■ CIF (Cost, Insurance and Freight).
O quadro a seguir traz a síntese da distribuição das responsabilidades na 
relação entre comprador/importador e vendedor/exportador durante o 
deslocamento das mercadorias ou bens, desde a origem até o destino.
Observe que, para cada modalidade, há diferenças entre as responsabili-
dades do vendedor, sinalizadas com a cor preta, e as responsabilidades do 
comprador, sinalizadas com a cor cinza.
27
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
QUADRO 2: TABELA INCOTERMS 2021
CUSTOS EX FOB CIF
Embalagem e marcação
Carregamento
Transporte interno 
(país do exportador)
Desembaraçado aduaneiro na exportação 
(partida)
Movimentação em 
terminal (partida)
Seguro de viagem 
principal
Transporte de viagem principal
Movimentação em 
terminal (chegada)
Desembaraçado aduaneiro na exportação 
(entrada)
Transporte interno 
no destino
Descarga no destino
Modalidade de transporte Qualquer Marítimo Marítimo
Transferência de riscos: do vendedor para 
o comprador
No local de 
origem
Ao cruzar a murada do na-
vio, no porto de embarque
Comprador Vendedor
Fonte: os autores (2021).
Preste atenção no resumo a seguir. Nele, você vai encontrar listadas as 
obrigações assumidas pelas partes do contrato de compra e venda, de 
acordo com o Incoterms especificado.
A seguir, apresentamos o resumo das obrigações assumidas pelas partes 
do contrato de compra e venda, de acordo com o Termo Internacional de 
Comércio especificado.
28
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
QUADRO 3: RESUMO DAS OBRIGAÇÕES DE CONTRATAR FRETE E SEGURO 
NOS PRINCIPAIS TIPOS DE CONTRATO DE COMPRA E VENDA
CONTRATO PROVIDÊNCIAS DO VENDEDOR Exportador
PROVIDÊNCIAS DO COMPRADOR 
Importador
EXW 
(Ex Works)
Entregar a mercadoria ao comprador 
no seu estabelecimento.
Contratar o seguro e o transporte 
(frete), a partir do estabelecimento do 
vendedor.
FOB 
(Free on Board)
Contratar o transporte interno e o 
seguro até o porto de embarque, in-
clusive a colocação da carga a bordo 
(dentro) do navio.
Contratar o transporte e o seguro, 
principais, do porto de embarque 
(com a carga já a bordo) até o local de 
destino.
CIF 
(Cost, Insurance and 
Freight)
Contratar o transporte e o seguro do 
início até o porto de destino final.
Contratar o transporte até o destino 
final.
Fonte: os autores (2021).
Você percebeu que, quando comparadas as responsabilidades atribuídas aos 
termos acima descritos, a Cláusula Ex Works é aquela que impõe a menor 
quantidade de obrigações ao vendedor e maiores obrigações ao comprador? 
Por outro lado, o Incoterm CIF é o tipo que determina ao vendedor o maior 
número de obrigações em comparação ao Incoterm anteriormente citado.
Para que não fique nenhuma dúvida, dê uma olhada no exemplo a seguir.
Considere que um exportador brasileiro de soja do Centro-Oeste tem a 
intenção de vender sua produção agrícola para Shanghai, na China, esco-
ando-a via Porto de Santos. Nesse caso, o contrato internacional celebrado 
entre o vendedor/exportador brasileiro e o comprador/importador chinês 
prevê no Contrato a aplicação do Incoterm FOB (free on board). 
Nessa hipótese, a empresa brasileira ficará responsável por contratar o 
frete em território nacional (transporte interno) desde o local da produção, 
além do seguro, até o porto de embarque (Porto de Santos), inclusive a 
colocação da carga a bordo (dentro) do navio que fará o transporte de 
Santos (SP) até o porto de Shangai, na China.
Em contrapartida, na hipótese acima descrita, o importador deverá con-
tratar o transporte principal (do Brasil até a China), além do seguro desse 
trajeto, bem como do Porto de Shanghai até o local de destino.
29
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
Saiba mais
Apesar de as bases dos contratos de Incoterms serem gerais, algumas disposições es-
peciais incluídas pelas partes no contrato prevalecem sobre as regras do Incoterm. Por-
tanto, ainda que adotem determinado Incoterm, as partes contratantes podem estipular 
variações ou adições em relação a elas, atendendo às necessidades de seus negócios 
e às conveniências do momento.
 — Obrigatoriedade da Contratação 
do Seguro de Transportes de Bens
Seguro de Transporte Nacional
As pessoas jurídicas de direito público ou privado são obrigadas a segurar 
os bens e as mercadorias de sua propriedade contra os riscos de força 
maior e caso fortuito inerentes aos transportes rodoviários, ferroviários, 
aéreos e aquaviários. 
Essa obrigatoriedade encontra-se disposta no art. 12 do capítulo VI do 
Decreto nº 61.867/1967, combinado com o inciso III do art. 2o do Decreto 
85.266/1980.
Esta modalidade de seguro é regulamentada pela Circular Susep 354, de 2007.
Mesmo considerando que os conceitos de força maior e caso fortuito são 
excludentes de responsabilidade dos transportadores, podemos dizer, 
que no campo prático, a diferenciação é de pouca relevância. Assim, o 
manual adotou a seguinte definição:
Força maior/caso fortuito
Acontecimento inevitável, irresistível, imprevisto e independente 
da vontade humana. 
Exemplo: roubo com utilização de arma, tempestade, furacão, 
inundação, queda de raio, entre outros fenômenos da natureza.
Seguro de Responsabilidade 
Civil do Transportador
O art. 10, no capítulo IV do Decreto nº 61.867/1967, também estabelece que 
as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, que se incumbi-
rem do transporte de carga e mercadorias de terceiros, são obrigadas a con-
30
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
tratar Seguro de Responsabilidade Civil em garantia contra perdas e danos 
que sobrevenham às cargas que lhes tenham sido confiadas para transporte 
em território nacional, contra a emissão de conhecimento de embarque. 
Segundo o mesmo decreto, os transportadores são obrigados a segurar 
suas responsabilidades contra riscos que não se enquadrem como força 
maior ou de caso fortuito.
.
Importante
Essas normas estão em vigor até hoje. Em 05 de janeiro de 2007, o art. 13 da Lei 11.442 
ratificou os dispositivos do Decreto nº 61.867/1967, mantendo a obrigatoriedade da 
contratação do seguro prevista no artigo 20 da Lei 73/1966.
Seguros de Importação e 
Seguros de Exportação
A contratação dessas modalidades de seguro não é obrigatória. O que 
vai determinar a necessidade de contratar o seguro para as mercadorias 
importadas ou exportadas será a modalidade do contrato de Compra e 
Venda praticado pelas partes envolvidas – Incoterms.
Estas modalidades de seguro também são regulamentadas pela circular 
Susep nº 354/ 2007.
 INSTRUMENTOS DE UM 
 CONTRATO DE SEGUROS 
 DE TRANSPORTES 
Os documentos fundamentais para efetuar o contrato de Seguros de 
Transportes são o questionário, a proposta, a apólice, o endosso, a aver-
bação e a fatura ou conta mensal. Falaremos detalhadamente sobre cada 
um deles a seguir.
Também podemos acrescentar a essa lista o certificado de seguro, usado 
em Seguros de Transportes Internacionais – Exportações.
Quando falamos em instrumentos de contratação, estamos nos referindoaos documentos oficiais de uma seguradora que irão permitir que o con- 
trato de Seguros de Transportes exista.
Saiba mais
Leia a Resolução CNSP 197, de 
16 de dezembro de 2008, que 
trata do tema contratação de 
seguro no exterior.
31
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
 — Questionário
Um dos documentos mais utilizados para iniciar uma negociação de um 
Seguro de Transportes é o Questionário para Análise de Aceitação – 
Anexo 10.
O questionário é o documento que acompanha a proposta em que o 
segurado responde a perguntas feitas pela seguradora sobre o risco. 
Cada seguradora tem o seu modelo, mas, de modo geral, as informações 
solicitadas são as mesmas.
O questionário contém todas as informações necessárias para a análise do 
risco e, ao solicitar a cotação à seguradora, ele é utilizado para acompa-
nhar a proposta de seguro. 
É a partir dos elementos desse questionário que a seguradora avalia as 
condições do risco, faz o enquadramento necessário e decide se irá ou 
não assumi-lo e qual o prêmio adequado aquela operação.
O preenchimento correto e completo do questionário, com informações pre-
cisas e claras sobre o risco, pode evitar que a seguradora venha a fazer 
outros questionamentos. Além disso, também permite que a cotação ou 
proposta a ser apresentada esteja adequada às necessidades do segurado.
Contudo, recomenda-se que o questionário, após preenchido adequada-
mente com as informações sobre o risco a ser proposto, seja assinado pelo 
segurado e corretor. Além de servir para avaliação e enquadramento do 
risco pela Seguradora trata-se de um documento oficial das informações 
fornecidas pelo segurado.
 — Proposta
A proposta (Anexo 1) é o documento que contém todas as informações 
acerca dos riscos propostos, inclusive as condições particulares, especiais 
e demais cláusulas do contrato de seguro. Normalmente, ela é emitida pela 
seguradora ou pelo corretor, mas sempre deve ser assinada pelo interes- 
sado em contratar o seguro e também pelo corretor.
A proposta precisa refletir fielmente tudo o que foi negociado com o segu-
rado, culminando na cotação que a seguradora lhe apresentou.
Ao assinar a proposta, o segurado concordará com tudo o que estiver ali 
descrito e, por esse motivo, é importante que ele se certifique de estar 
assinando a proposta que contém as condições negociadas.
Algumas seguradoras podem se recusar a apresentar uma proposta ou 
cotação por falta de informações ou informações imprecisas. Podem, ain-
Saiba Mais
A qualidade das informações 
a cerca das operações dos 
clientes serão importantes 
para definição da proposta 
em termos de condições e 
também a precificação. Dessa 
forma, deve-se observar: 
a) Tipo de mercadorias 
– tipo e aplicação;
b) Valores por embarques e 
somatório mensal (volumetria);
c) Regiões de operação 
(viagens);
d) Tipo de gerenciamento de 
risco utilizado;
e) Experiência em termos 
de sinistralidade (acidente e 
roubos) nos últimos 12 meses.
32
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
da, elaborar uma proposta com condições que não condizem com o risco 
ou não atendam às necessidades do segurado.
A proposta do Seguro de Transportes não segue um modelo específico, 
pois cada seguradora adota um critério de elaboração.
Prazo de Aceitação da Proposta pela Seguradora
A seguradora dispõe de 7 (sete) dias corridos, nos casos de propostas para 
seguros de apólices avulsas e de 15 (quinze) dias corridos, nos demais 
seguros, contados a partir da data do recebimento da proposta, para recu- 
sar, por escrito, o risco que lhe foi proposto.
Entretanto, no caso de solicitação de documentos complementares, para 
análise e aceitação do risco, ou alteração proposta, o prazo de 15 dias 
ficará suspenso e voltará a correr a partir da data em que a documentação 
solicitada for entregue.
Atenção
A ausência de manifestação da seguradora, por escrito, com relação a esses prazos 
caracteriza a aceitação tácita (automática) do risco proposto. Ou seja, caracteriza a con-
tratação da proposta de seguro apresentada.
 — Apólice 
A apólice é um instrumento básico que formaliza a contratação de um 
seguro. É na apólice que são registradas as condições e taxas dos Seguros 
de Transportes e sua forma de operação.
As apólices de Seguros de Transportes possuem uma página de capa, cha- 
mada frontispício, na qual estão dispostos: os dados do segurado, a identi-
ficação da sucursal ou filial da seguradora, além do ramo e do número da 
apólice. Quando a apólice for avulsa, constará, também, o prêmio do seguro.
Ao frontispício é anexada uma especificação de seguro, que é separada 
por itens (limite de responsabilidade, garantias/riscos cobertos, objeto do 
seguro). Também devem ser anexadas à apólice todas as cláusulas e con-
dições de cobertura que forem ratificadas em seu texto.
33
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
Nos Seguros de Transportes, são utilizados quatro tipos de apólices:
Apólice Avulsa
A apólice avulsa (Anexo 2) visa à cobertura de um único embarque, con-
templando toda a especificação da mercadoria segurada (marca, núme-
ro de série, espécie, quantidade, embalagem, valor, meio de transporte, 
locais de início e destino, cobertura, taxas, prêmio e importância segurada). 
A contratacão desta apólice é recomendada para empresas que não efetu-
am embarques com frequência. 
As apólices contêm as condições gerais, especiais e particulares aplicáveis 
ao embarque efetuado pelo segurado.
Apólice de Averbação ou Aberta
A apólice de averbação, ou aberta, é a forma mais utilizada e recomen-
dada para segurados que efetuam embarques com frequência ao longo 
da vigência, em datas incertas e imprevisíveis, com valores segurados 
variáveis e igualmente imprevisíveis. As apólices também contêm as con-
dições gerais, especiais e particulares que regem todos os embarques 
efetuados pelo segurado.
A especificação das mercadorias seguradas constará das averbações, que 
poderão ser emitidas pelo segurado em formulário impresso ou por meio 
eletrônico mediante acordo prévio com a seguradora.
Apólice Anual com Prêmio Fracionado 
(ou Apólice Ajustável)
A apólice anual com prêmio fracionado, ou simplesmente apólice ajus-
tável, é aquela destinada a cobrir diversos embarques, com prêmio fixo 
ou ajustável.
A importância segurada e o prêmio inicial serão calculados com base em esti-
mativa anual de embarques, fornecida pelo segurado. O prêmio nor- malmen-
te é cobrado em até 11 parcelas, a critério do segurador.
Em geral, o ajustamento do prêmio é feito ao final da vigência da apólice, ou 
em períodos menores, se assim for negociado, e tem base nos embarques 
efetivamente realizados pelo segurado, que se compromete a informá-los 
mensalmente à seguradora. 
Nessa apólice também poderá ser negociada a entrega, ao término da 
vigência, da relação dos embarques realizados.
34
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
Apólice Sem Averbação para Empresas de 
Pequeno Porte (micro e pequenas empresas)
Algumas seguradoras do mercado brasileiro, pensando em simplificar a con-
tratação do seguro de transportes para micro e pequenas empresas, desen-
volvem o seguro sem a necessidade de averbação. No processo de subs-
crição, as seguradoras definem um valor máximo de faturamento anual para 
definição do porte da empresa. Trata-se de relevante modelo de negócio que 
visa à inclusão de empresas que tem sua importância no cenário econômico.
 — Averbação
A averbação é o ato de o segurado informar à seguradora, por qualquer 
meio de comunicação acordado entre as partes, a realização dos seus 
embarques no caso de apólices abertas. 
Das averbações devem constar os principais dados sobre o embarque: 
data de saída, local de início e destino, identidade do veículo transportador, 
importância segurada, coberturas ou garantias pretendidas, tipo de merca-
doria, embalagem.
O mais importante a ser observado em relação às averbações são seus 
prazos de entrega. Isso porque nãoentregar a averbação dentro do prazo 
estabelecido nas condições do seguro pode acarretar perda do direito à 
indenização pelo segurado.
Nos Seguros de Transportes, geralmente, adota-se um dos seguintes tipos 
de averbação:
Simples
Deve ser entregue à seguradora antes do início do embarque. Reco-
mendada a segurados com reduzida frequência de embarques; 
Simplificada
Pode ser entregue à seguradora até o dia 15 do mês subsequente 
ao da realização ou da data de chegada das viagens, no caso de 
transportes de importação. Indicada para segurados que possuam 
considerável volume de embarques. 
A averbação simplificada é apresentada em forma de relação de 
embarques, contendo todas as informações relativas aos embar-
ques efetuados pelo segurado.
Nos Seguros de Transportes Nacionais são utilizadas averbações simples 
e/ou simplificadas.
35
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
Nos Seguros de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de 
Carta (RCTR-C), são utilizadas apenas averbações simples, estando proibi-
das as averbações simplificadas, conforme Resolução CNSP 247/2011.
Todavia, nos Seguros de Transportes Internacionais, as averbações obede- 
cem as regras um pouco diferenciadas.
 ■ Nas importações são utilizadas averbações provisórias, definitivas 
e provisórias únicas.
 ■ Nos Seguros de Transporte Internacional de Exportação são uti-
lizadas averbações do tipo simples, e a utilização da averbação 
simplificada pode ser negociada.
A maioria das seguradoras criou sistemas informatizados para que o segurado 
proceda à comunicação de embarques por meio de averbações eletrônicas. 
Esses sistemas consistem no envio às seguradoras, pelos segurados, de infor-
mações sobre os embarques às seguradoras, por meio de coletor de dados 
ou redes de informática, inclusive pela Internet. A transmissão de arquivos 
também é utilizada, agilizando a comunicação dos embarques e, consequen-
temente, o trabalho operacional dos segurados e das seguradoras.
 — Endosso
É o documento emitido pela seguradora para complementar, prorrogar, 
cancelar ou realizar qualquer tipo de alteração no contrato de seguro em 
vigor. Uma vez emitido, o endosso passa a ser parte integrante e insepa-
rável da apólice.
 — Fatura ou Conta Mensal
É o documento emitido pela seguradora para cobrança do prêmio do seguro 
nas apólices por averbação. As faturas são emitidas mensalmente e compre- 
endem o somatório dos prêmios das averbações entregues à seguradora.
 — Certificado de Seguro
É utilizado nos Seguros de Exportação e tem a finalidade de comprovar, 
junto ao importador ou bancos financiadores, que o seguro foi contratado.
O certificado é quase uma averbação, pois dele deverão constar todos os 
dados sobre o embarque, como em uma averbação. Ele deve ser solicita-
do pelo segurado, sempre antes do início do risco.
Saiba mais
Veja um modelo de averbação 
utilizado nos Seguros de 
Transportes no Anexo 4.
36
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
O certificado de seguro (Anexo 5) é usado somente em Seguros de 
exportações e tem a finalidade de comprovar a contratação do segu-
ro, por parte do exportador, a contratação do seguro para bancos finan-
ciadores, compradores de mercadorias (importadores) ou terceiros com 
algum interesse nos bens.
Essa comprovação será necessária quando o contrato de compra e venda 
estabelecer que a contratação do seguro deve ser feita pelo vendedor 
(exportador), como nos contratos na modalidade CIF.
Importante
O certificado de seguro obedece a um modelo padronizado e é acompanhado de ins-
truções em português e inglês sobre como o recebedor das mercadorias deve proce-
der em caso de sinistro. 
Se houver o pedido formal do cliente junto à seguradora/corretor, pode-se emitir o cer-
tificado também para as operações de importação.
 CONCEITOS UTILIZADOS 
 EM SEGUROS DE TRANSPORTES 
Muitos conceitos e terminologias utilizados no Seguro de Transportes 
são comuns a outros tipos de seguros, mas alguns guardam certas parti-
cularidades. Veja a seguir a definição de limite máximo de garantia (LMG), 
prazo para pagamento do prêmio, franquia e participação obrigatória do 
segurado (POS), critérios de taxação, importância segurada, moeda do 
seguro e vistoria.
 — Limite Máximo de Garantia (LMG)
Entende-se por limite máximo de garantia (LMG) de uma apólice o valor 
máximo para a qual a seguradora garante cobertura, por viagem, em 
um mesmo meio de transporte ou por acúmulo de bens ou mercadorias, 
decorrentes de uma ou mais viagens, ainda que tal acúmulo não seja do 
conhecimento do segurado.
37
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
Importante
Entende-se por Limite Máximo de Garantia (LMG) – previsto na apólice. O LMG corres-
ponde ao limite de responsabilidade da apólice em cada embarque/veículo/viagem ou 
por acúmulo em qualquer local coberto pela apólice.
Saiba mais:
Além do LMG, temos ainda o LMI e o IS. Veja o que significa cada uma dessas siglas:
Limite Máximo de Garantia (LMG): valor máximo garantido pela seguradora em um mes-
mo embarque/veículo/viagem ou por acúmulo em qualquer local coberto na apólice.
Limite Máximo de Indenização (LMI): é um valor estipulado na apólice em que, na 
hipótese de a soma das indenizações pagas atingir tal limite, a apólice será automatica-
mente cancelada.
Importância Segurada (IS): é o valor averbado pelo segurado, em conformidade com os 
conhecimentos de embarques rodoviários emitidos pelo segurado ou outro documento 
da mesma importância e conteúdo, entregues no modo de averbações à seguradora.
Para melhor compreensão, vamos considerar o seguinte exemplo em uma 
operação de transportes:
1) Mesma data de viagem;
2) Um veículo com 100 mil reais em viagem de São Paulo para Rio 
de Janeiro;
3) Outro veículo com 100 mil reais em viagem de Santa Catarina 
para Minas Gerais;
4) Outro veículo com 100 mil reais em viagem de Pernambuco para 
Fortaleza;
5) Considerando que os três veículos se envolvam em sinistros 
cobertos pelo seguro, em que o LMG ou LMI tenha sido contra-
tados em 100 mil reais;
6) No LMG, haverá cobertura para as três viagens;
7) No LMI, haverá cobertura para 100 mil, e a apólice e/ou cobertu-
ra será automaticamente cancelada.
38
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
Importante
A aceitação de eventuais embarques de valor superior ao LMG constante na apólice 
dependerá de concordância da seguradora, prévia e expressa, que deverá ser consul-
tada, por escrito, pelo menos três dias úteis antes do início da viagem ou do acúmulo.
Muitas vezes, as ampliações que são feitas por endosso referem-se apenas a deter-
minados embarques e acabam sendo chamadas de embarques esporádicos. Após a 
conclusão da viagem, a apólice retorna automaticamente aos limites anteriores.
 — Prazo para Pagamento do Prêmio
O prêmio do seguro deve ser pago até o 30º (trigésimo) dia após a emis-
são da fatura ou nota de seguro, exceto para as apólices avulsas, cujo 
prêmio deve ser pago à vista e antes do início do risco.
 — Franquia e Participação 
Obrigatória do Segurado (POS)
Em algumas modalidades são aplicadas franquias, já em outras modalida-
des são utilizadas participações obrigatórias dos segurados (POS).
Vale esclarecer que a franquia à qual estamos nos referindo corresponde 
ao valor inicial fixado no contrato, cuja responsabilidade é do segurado e 
está associada à perda parcial. Já a POS é o percentual fixado sobre even-
tual sinistro, podendo ou não ser associado a um valor mínimo.
Nesse ponto, cabe esclarecer a diferença entre franquia e POS:
A franquia é representada por um percentual definido na contratação do 
seguro e é calculada sobre o valor da IS do embarque – por exemplo, 
2% sobre o valor da Importância Segurada. Já a POS é a participação do 
segurado sobre o prejuízo – por exemplo, 10% calculado sobre o valor do 
prejuízo apurado em eventual sinistro.
Em relação à POS nos Seguros de Transportes Nacionais, temos uma situ-
ação diferente para cada tipo deviagem:
39
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
Viagens terrestres
Geralmente não se aplicam franquias, exceto quando previamen-
te negociadas com o segurado. Atualmente, o mais praticado é 
a aplicação de POS (Participação Obrigatória do Segurado), em 
especial quando o risco proposto envolver mercadorias conside-
radas de alta atratividade para o roubo, como:
 ■ Autopeças;
 ■ Aparelhos celulares, partes e acessórios;
 ■ Bebidas;
 ■ Brinquedos;
 ■ Calçados;
 ■ Charque e carnes in natura;
 ■ Confecções e tecidos;
 ■ Couro beneficiário;
 ■ Eletrodomésticos/eletrônicos;
 ■ Leite em pó ou condensado;
 ■ Medicamentos;
 ■ Óleos comestíveis;
 ■ Óleos lubrificantes;
 ■ Pneus e câmaras de ar; e
 ■ Tintas.
Essa relação de mercadorias pode variar entre as seguradoras, 
que, de modo geral, possuem um número muito maior de merca-
dorias postas sob sua cobertura.
Viagens aquaviárias
São utilizadas franquias dedutíveis, aplicáveis ao valor do embarque, 
que variam de 1% a 3% em função da mercadoria e da embalagem.
Viagens aéreas
Não são aplicadas franquias nem POS, exceto quando negociado 
com o segurado.
Já nos Seguros de Transportes Internacionais, temos:
Importação
Para as viagens terrestres, aquaviárias e aéreas são utilizadas 
franquias dedutíveis, aplicáveis ao valor total do embarque e que 
variam de 1% a 3% em função da mercadoria e da embalagem.
Comentário
Nos Seguros de Exportação, 
não são utilizadas franquias, 
pois, em geral, os beneficiários 
são compradores no exterior 
e dificilmente aceitam a 
aplicação de franquias que 
acabam por ser deduzidas de 
suas indenizações, em caso de 
verificação do risco.
40
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
Exportação
Usualmente, não são aplicadas franquias ou POS, exceto nos casos 
preestabelecidos entre seguradora e segurado.
 — Critérios de Taxação
Com o fim do monopólio do resseguro, as seguradoras passaram a poder 
firmar contratos com o ressegurador de sua preferência, o que trouxe para 
elas uma liberdade tarifária, ou seja, a possibilidade de adotarem critérios 
próprios para taxar um risco de transporte.
 — Importância Segurada
A importância segurada, estipulada pelo segurado, deve corresponder 
ao valor real do objeto segurado (custo) constante da nota fiscal, fatura 
ou outro documento hábil, mas não implica reconhecimento, por parte da 
seguradora, de prévia determinação de seu valor real.
A definição da importância segurada nos Seguros de Transportes apresen- 
ta algumas peculiaridades. Ao valor da nota fiscal podem ser adicionadas 
outras verbas seguráveis, mediante a contratação de coberturas adicio-
nais, que são:
 ■ Frete e/ou seguro.
 ■ Despesas.
 ■ Lucros esperados.
 ■ Tributos para mercadorias importadas (impostos, taxas e contribuições).
Os valores relativos às verbas seguráveis deverão ser separadamente dis-
criminados na apólice ou averbação.
Exemplo
Vejamos como seria um seguro em que o contratante optasse por todas as 
coberturas adicionais:
Custo (nota fiscal) R$ 90.000,00
Frete R$ 10.000,00
Despesas R$ 10.000,00
Lucros Esperados R$ 11.000,00
Tributos R$ 40.000,00
Importância segurada total R$ 161.000,00
41
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
Importante
O exemplo mostrado anteriormente é mais comum de se observar em Seguros de 
Transportes Internacionais de Importação, pois, para haver inclusão das coberturas de 
Lucros Esperados e Tributos nos Seguros de Exportação, é necessária a solicitação 
expressa do importador.
Nos Seguros de Transportes Nacionais também não é muito comum a contratação des-
tas coberturas adicionais, uma vez que, ao emitir a nota fiscal, o vendedor já considerou 
o seu lucro, bem como os impostos incidentes sobre o produto.
Na hipótese de contratação do seguro com importância segurada inferior ao valor real 
do objeto segurado (averbação com valor a menor), será aplicado rateio, e o segura-
do, para todos os fins e efeitos, será considerado segurador da diferença e participará 
proporcionalmente dos prejuízos verificados.
Se, por ocasião de um sinistro, a seguradora detectar que houve exagero na importân-
cia segurada (averbação com valor maior), poderá reduzi-la (IS) ao valor real do objeto 
segurado, sem a devolução de prêmio.
 — Moeda do Seguro
Os Seguros de Transportes Nacionais, seja qual for o modal de transpor-
te, e os Seguros de Responsabilidade Civil dos Transportadores deve-
rão ser sempre contratados em moeda corrente, ou seja, em reais.
A importância segurada é informada em reais, e os prêmios, pagos na mes-
ma moeda. Eventuais indenizações decorrentes de sinistros também serão 
liquidadas da mesma forma.
Seguro de Importação
O Seguro de Importação, por envolver relações comerciais com outros 
países, permite ao segurado optar por duas formas para contratar a sua 
apólice: em moeda nacional ou moeda estrangeira. Veja a diferença entre 
essas duas formas a seguir.
Em moeda nacional
Nesta opção, ocorre a conversão dos valores que se encontram em 
moeda estrangeira nos documentos de compra e venda, bem como no 
conhecimento de transporte. A conversão é realizada considerando-se 
a paridade do câmbio vigente na data de saída do meio de transporte.
42
UNIDADE 1
SEGUROS DE TRANSPORTES
Toda e qualquer indenização será sempre paga ao segurado/ 
beneficiário, no Brasil, em moeda corrente. Caso haja necessidade 
de se fazer uma substituição do bem avariado, todos os custos 
para transferência do numerário para o exterior correrão por conta 
do importador.
Nessa modalidade, não existe cobrança do IOF.
Em moeda estrangeira
Nessa opção, o segurado tem o direito de declarar a importância 
segurada na moeda estrangeira original (exemplo: dólar, euro, libra).
Nessa modalidade não existe cobrança do IOF.
A cobrança do prêmio e a liquidação de sinistros em moeda estran-
geira estarão subordinadas às normas estabelecidas pelo Banco 
Central, por meio da Circular nº 3.691/2013, que permite às segu-
radoras a manutenção de contas em moeda estrangeira, conforme 
previsto no art. 187 do normativo.
Atenção
O pagamento do prêmio do seguro em moeda estrangeira obedecerá ao previsto no 
art. 118, inciso I da Circular 3.691 do Bacen.
“O prêmio e a indenização relativos ao contrato de seguro celebrado em moeda 
estrangeira, inclusive de crédito a exportação, são pagos por transferência ban-
cária, em moeda estrangeira, com utilização de recursos disponíveis no exterior 
ou mediante celebração e liquidação de contrato de câmbio, efetivando- se a 
entrega da moeda estrangeira para crédito na conta da empresa seguradora.”
 — Vistoria
Nos Seguros de Transportes, não são realizadas vistorias prévias, pois seria 
inviável devido à grande movimentação de cargas que é realizada diariamente.
A vistoria só é realizada em caso de sinistros para apuração dos danos, 
conforme veremos adiante.
43
FIXANDO CONCEITOS
SEGUROS DE TRANSPORTES
 FIXANDO CONCEITOS 1 
Marque a alternativa correta:
1. Os seguros de transportes podem ser contratados para quaisquer 
tipos de modais utilizados no transporte de carga. O tipo de transporte 
conhecido por “cabotagem” se refere às viagens realizadas: 
(a) Em rodovias e/ou ferrovias.
(b) Entre aeroportos internacionais.
(c) Em rios e lagos ou lagoas navegáveis.
(d) Pelo mar, entre portos nacionais ao longo da costa.
(e) Em viagens internacionais marítimas.
2. O transporte de mercadorias pode envolver mais de um modal de 
transporte (terrestre, aéreo, marítimo). Assinale a alternativa que apre-
senta o tipo de transporte combinado que se caracteriza pela emissão 
individual dos documentos de transporte para cada modal utilizado, bem 
como pela divisão de responsabilidade entre os transportadores.
(a) Transporte Rodofluvial.
(b) Transporte Multimodal.
(c) Transporte Rodoaéreo.
(d) Transporte Flexível.
(e) Transporte Intermodal. 
3. Os seguros de transportes nacionais e internacionais podem ser con-
tratados por quem detiver a propriedade ou possedireta sobre o bem 
ou a mercadoria transportada, ou seja, por quem possui o interesse em 
preservar seus bens contra os riscos inerentes ao transporte, entre os 
quais podemos citar:
(a) O transportador rodoviário.
(b) O importador de uma mercadoria.
(c) O transportador marítimo.
(d) O operador portuário.
(e) O fiel depositário. 
44
FIXANDO CONCEITOS
SEGUROS DE TRANSPORTES
4. De acordo com o Decreto nº 61.867/1967, as pessoas jurídicas de direi-
to público ou privado são obrigadas a segurar os bens e as mercadorias 
de sua propriedade contra os riscos de força maior e caso fortuito ine-
rente ao transporte desses bens e mercadorias. Considerando as moda-
lidades de seguros transportes existentes, o seguro que essas pessoas 
jurídicas precisam contratar é o seguro de:
(a) Responsabilidade Civil de Transporte de Carga.
(b) Responsabilidade Civil decorrente de caso fortuito ou força maior.
(c) Transporte Nacional. 
(d) Transporte Internacional.
(e) Riscos empresariais (compreensivo).
5. Uma indústria de doces que, além de fabricá-los, também faz a distri-
buição em todo o Brasil pode ser definida, no mercado de seguros, como:
a) Embarcador.
b) Operador logístico.
c) Despachante aduaneiro.
d) Transportador.
e) Comissário de avarias.
6. Um empresário brasileiro resolveu negociar a compra de produtos ele-
trônicos da China para revender no Brasil. A operação foi realizada entre o 
Porto de Ningbo (China) e porto de Santos (Brasil). Com base nas informa-
ções, é correto afirmar que se trata de uma operação de:
a) Importação por cabotagem.
b) Exportação por cabotagem.
c) Importação marítima.
d) Exportação marítima.
e) Importação fluvial e lacustre.
7. Qual o objeto adaptado para ser utilizado em transportes de navios, 
trens e caminhões, sendo conhecido como cofre de carga, porque nele 
estão instalados dispositivos de segurança previstos por leis nacionais e 
internacionais?
a) Embalagem primária.
b) Contêiner.
c) Caixa de madeira.
d) Amarração de carga.
e) Embalagem secundária.
45
FIXANDO CONCEITOS
SEGUROS DE TRANSPORTES
8. Os embarcadores emitem notas fiscais, enquanto os transportadores 
emitem:
a) Nota promissória.
b) Termo de compromisso.
c) Nota fiscal de simples remessa.
d) Conhecimento do embarque.
e) Oferta de crédito.
9. Qual é o contrato de compra e venda em que o comprador/importador 
no Brasil assume a responsabilidade em todo o percurso, da origem até o 
destino final?
a) FOB.
b) CIF.
c) EXW.
d) FAS.
e) CFR.
10. Um dos documentos mais utilizados para iniciar a negociação de um 
seguro de transportes bem como conhecer a operação do cliente é deno-
minado:
a) Proposta.
b) Questionário.
c) Apólice.
d) Averbação.
e) Endosso.
Consulte o gabarito clicando aqui.
46
UNIDADE 2
SEGUROS DE TRANSPORTES
02
 ■ Conhecer as principais 
cláusulas das condições 
gerais e específicas dos 
Seguros de Transportes, 
considerando situações 
práticas da comercialização 
de seguros de transportes.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
 ■ Compreender o 
funcionamento e a 
aplicabilidade das 
principais coberturas 
básicas e das cláusulas 
específicas dos Seguros 
de Transportes, analisando 
situações práticas.
⊲ CONDIÇÕES GERAIS
⊲ CONCORRÊNCIA DE APÓLICES
⊲ SUB-ROGAÇÃO DE DIREITOS
⊲ RESCISÃO E CANCELAMENTO
⊲ OBRIGAÇÕES DO SEGURADO
⊲ PERDA DE DIREITOS
⊲ COBERTURAS BÁSICAS
⊲ COBERTURA BÁSICA RESTRITA C
⊲ COBERTURA RESTRITA B
⊲ COBERTURA BÁSICA AMPLA A
⊲ PREJUÍZOS NÃO INDENIZÁVEIS 
(RISCOS NÃO COBERTOS)
⊲ RISCOS SUJEITOS À CONSULTA 
PRÉVIA E ESTIPULAÇÃO 
NA APÓLICE (COBERTURAS 
A, B E C)
⊲ FIXANDO CONCEITOS 2
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
CONDIÇÕES 
GERAIS e 
COBERTURAS 
BÁSICAS dos
SEGUROS de TRANSPORTES
47
UNIDADE 2
SEGUROS DE TRANSPORTES
 CONDIÇÕES GERAIS 
As condições gerais possuem cláusulas que regulamentam os direitos e as 
obrigações do segurado e da seguradora.
Uma única condição geral aplica-se aos Seguros de Transportes nacionais 
e internacionais, independentemente da modalidade de transporte (terres-
tre, aérea ou aquaviária).
 — Condições contratuais padronizadas
Por meio da Circular Susep nº 621, de 12 de fevereiro de 2021, a Susep 
revogou a Circular Susep nº 265, de 16 de agosto de 2004, que dispunha 
sobre planos padronizados e planos não padronizados.
As condições contratuais padronizadas são de uso facultativo pelas socie-
dades seguradoras e se referem a normativos ainda vigentes, que serão 
progressivamente revisados e revogados, seguindo os objetivos estraté-
gicos de simplificar a regulação dos mercados e promover um ambiente 
favorável ao desenvolvimento de um mercado competitivo, transparente, 
inovador e com maior cobertura.
Atenção
As condições contratuais padronizadas do seguro de transporte foram originariamente 
elaboradas de forma a abranger tanto o ramo 0621 (transporte nacional) quanto o ramo 
0622 (transporte internacional). A atual legislação estipula que os planos de seguro de 
transporte contemplem apenas um desses ramos. Em consequência, as condições con-
tratuais padronizadas devem ser revisadas de forma a se adequarem a cada ramo.
Vale a pena ler
na íntegra
Circular Susep nº 354/2007, 
que disponibiliza no sítio da 
Susep as condições contratuais 
do plano padronizado para o 
Seguro de Transportes
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/circular-susep-n-621-de-12-de-fevereiro-de-2021-303756056
48
UNIDADE 2
SEGUROS DE TRANSPORTES
 — Prejuízos Não Indenizáveis
Para fins desse seguro, consideram-se prejuízos não indenizáveis aqueles 
expressamente convencionados nas condições especiais, que fazem par-
te integrante e inseparável desta apólice, bem como:
a) Medidas sanitárias, desinfecções ou fumigações, invernada, 
quarentena, demora, estadia e sobrestadia em porto, imprópria 
preparação do navio para o carregamento, flutuações de preço e 
perda de mercado.
b) Atos decorrentes de riscos políticos, de crédito e de garantia 
financeira.
 — Bens e/ou Mercadorias Não 
Compreendidos no Seguro
Este item estabelece que não podem ser segurados em Transportes os 
seguintes bens e/ou mercadorias:
 ■ Qualquer bem, quando compreender outros riscos além dos exclu-
sivamente de Transporte.
 ■ Filmes e/ou equipamentos cinematográficos, fotográficos e simi-
lares, quando abrangerem os riscos de permanência em cinemas, 
estúdios, filmotecas, depósitos ou lojas de vendedores ou locado-
res e locais de filmagens.
 ■ Bens de terceiros recebidos para transporte.
 ■ Dinheiro (em moeda ou papel), cheques, contas e comprovantes 
de débito; metais preciosos e semipreciosos e suas ligas, trabalha-
das ou não, pedras preciosas, semipreciosas e pérolas, em geral, 
engastadas ou não; notas e notas promissórias; cartões de crédito, 
cartões telefônicos, cartões de estacionamento em geral; talões 
de cheques, vales e outros assemelhados e registros; títulos, apó-
lices, diamantes industriais, documentos e obrigações de qualquer 
espécie e escrituras; bilhetes de loteria, selos e estampilhas; salvo 
pelo seu valor material (intrínseco).
 ■ Bens em exposições, quando estiver incluído o risco de perma-
nência no local de exposição.
 ■ Joias, salvo quando se tratar de bagagem, nos termos da cobertu-
ra básica para Seguros de Bagagem.
Também não poderão ser segurados em Transportes os bens e/ou mer-
cadorias listados a seguir, a não ser que haja estipulação expressa, conti-
da na especificação da apólice, mediante inclusão de cobertura adicional 
ou cláusula específica, confirmando a cobertura. São eles:
49
UNIDADE 2
SEGUROS DE TRANSPORTES
 ■ Equipamentos móveis, nos casos de autolocomoção.
 ■ Mercadorias em devolução ou redespachadas.
 ■ Mercadorias e/ou bens usados.
 ■ Mercadorias sem valor declarado no conhecimento de embarque.
 ■ Mercadorias embarcadas em navios com denominação a avisar.
 ■ Chapas galvanizadas e/ou folhas de ferro zincadas (folha de flan-
dres), sempre que o documento de compra estabelecer especifi-cações inferiores às mínimas previstas pela Associação Brasileira 
de Normas Técnicas (ABNT), quanto a peso, aderência e uniformi-
dade da camada de zinco.
 ■ Mercadorias transportadas no convés do navio.
 ■ Material radioativo.
 ■ Mercadorias embarcadas em navios com as seguintes características:
 » Estejam excluídos da 1a classe das sociedades de classificação 
reconhecidas ou de classes desconhecidas.
 » Tenham mais de 20 anos (a contar a partir do ano de constru-
ção do navio, inclusive conforme seu registro de classificação) 
ou de idade desconhecida.
 » Tenham menos de 1.000 toneladas de arqueação bruta TAB.
 » Não tenham autopropulsão.
 » Sejam construídos com outros materiais que não sejam ferro 
ou aço.
 » Sejam utilizados em linhas regulares de características des-
conhecidas.
 — Pagamento do Prêmio
A data limite para o pagamento do prêmio à vista ou da primeira parcela 
não poderá ultrapassar o 30o (trigésimo) dia da emissão da apólice, endos-
so, fatura ou conta mensal. 
 — Prazo do Seguro
Nas apólices de Transportes, deverão sempre constar as datas de início e 
fim da vigência do seguro.
No caso de apólice aberta, a vigência normalmente é de 12 (doze) meses, 
mas a seguradora pode, a seu critério, emitir apólices com vigência inferior 
a esse prazo.
50
UNIDADE 2
SEGUROS DE TRANSPORTES
As apólices terão início e término de vigência às 24 horas das datas indi-
cadas na proposta. Não havendo data especificada na proposta, valerá a 
data de entrada da proposta na seguradora.
Nas apólices do tipo avulsa, o prazo do seguro será o tempo de duração 
da viagem, o que não é possível especificar em apólice.
 — Regulação e Liquidação de Sinistros
De acordo com o disposto nas condições padronizadas estabelecidas 
pela Circular no 354/2007, a seguradora é obrigada a pagar em dinheiro 
o prejuízo resultante do risco assumido ou, caso haja concordância com o 
segurado, poderá repor o bem objeto da cobertura contratada. Importante 
observar as regras contidas na Circular 621, de 2021, da Susep.
Valor do Objeto Segurado
O valor do objeto segurado é o valor de custo constante na fatura comer-
cial ou documento equivalente.
Na falta da fatura comercial ou documento equivalente, o custo deve 
corresponder ao valor de mercado do objeto segurado no local e data 
do embarque.
 CONCORRÊNCIA DE APÓLICES 
Quando, na data da ocorrência de um sinistro, existirem outros seguros garan-
tindo os mesmos riscos previstos nesse contrato, a seguradora contribuirá 
apenas com a quota de indenização das perdas e dos danos sofridos pelo 
segurado na proporção existente entre a importância que houver garantido 
para os riscos ocorridos e a totalidade da importância segurada por todas as 
apólices em vigor naquela data.
 SUB-ROGAÇÃO DE DIREITOS 
Efetuado o pagamento da indenização, o comprovante valerá como ins-
trumento de cessão, a seguradora ficará sub-rogada, até o valor da inde-
nização paga, em todos os direitos e ações do segurado contra aqueles 
que, por ato, fato ou omissão, tenham causado os prejuízos indenizados 
pela seguradora ou para eles concorrido.
51
UNIDADE 2
SEGUROS DE TRANSPORTES
Salvo dolo, a sub-rogação não tem lugar se o dano for causado pelo côn-
juge do segurado, seus descendentes ou ascendentes, consanguíneos 
ou afins.
É ineficaz qualquer ato do segurado que diminua ou extinga, em prejuízo 
do segurador, os direitos de sub-rogação.
 RESCISÃO 
 E CANCELAMENTO 
O contrato de Seguros de Transportes pode ser rescindido, total ou par-
cialmente, a qualquer tempo, por iniciativa de quaisquer das partes contra-
tantes, mas sempre com concordância recíproca, ressalvados os riscos em 
curso, ou seja, as viagens já iniciadas.
O seguro poderá ser cancelado nas seguintes situações:
 ■ Quando ocorrer o não pagamento do prêmio.
 ■ Decorrido o prazo de seis meses sem que o segurado tenha aver-
bado qualquer embarque.
 ■ No caso de falência ou liquidação judicial ou extrajudicial da 
empresa segurada.
Na prática, as seguradoras comunicam previamente a intenção 
de cancelar uma apólice em um prazo mínimo de 30 dias.
 OBRIGAÇÕES DO SEGURADO 
São obrigações a serem cumpridas pelo segurado, seus empregados e 
agentes, em caso de sinistro coberto pelas condições do seguro:
 ■ Dar imediato aviso à seguradora, por escrito, sobre todo e qual-
quer sinistro, inclusive declaração de avaria grossa, mesmo que o 
fato seja público e notório.
 ■ Independentemente das medidas legais e administrativas a que 
está sujeito, tomar todas as providências para defesa, salvaguar-
da e preservação do objeto segurado, bem como para minorar as 
consequências do sinistro e, ainda, agir em conformidade com as 
instruções que receber da seguradora.
52
UNIDADE 2
SEGUROS DE TRANSPORTES
Os eventuais desembolsos decorrentes das providências anterior-
mente mencionadas, bem como as despesas ou custos de salva-
mento devidos a terceiros, serão de responsabilidade da segura-
dora até o limite da importância segurada.
 ■ Instruir seu pedido de indenização com os documentos compro-
batórios da causa, natureza e extensão da perda ou dano material 
sofrido pelo objeto segurado.
 ■ Assegurar que todos os direitos contra transportadores, depositá-
rios ou terceiros estejam devidamente preservados e exercidos, 
observado o disposto na legislação em vigor.
A seguradora reembolsará o segurado por quaisquer despesas que 
tenham sido efetuadas, de maneira correta e razoável, no cumpri-
mento das obrigações previstas até o limite da importância segurada.
 ■ Havendo indícios de perdas, avarias, violação, falta de peso ou qual-
quer outra forma de dano às mercadorias seguradas, antes da retira-
da dos armazéns de descarga, deverá ser efetuada a vistoria obriga-
tória para a constatação do montante da perda, roubo ou avaria.
No caso de avaria ou falta em mercadorias importadas, obriga-se 
o segurado (ou seus prepostos) a requerer, dentro do mais curto 
prazo e antes do desembaraço aduaneiro, a competente vistoria 
aduaneira, a menos que haja expressa dispensa dessa providên-
cia por parte da seguradora.
A vistoria será realizada em conjunto com o representante da segu-
radora, do transportador e da entidade responsável que detiver a 
guarda ou custódia das mercadorias. Devem ser observados prazos 
e procedimentos previstos nas condições especiais do seguro.
Nos casos de mercadorias importadas, a seguradora não se res-
ponsabilizará por despesas normais ou extraordinárias com guarda, 
vigilância, capatazias e armazenagens que venham a incidir sobre o 
objeto segurado, salvo no caso em que essas despesas sejam, direta 
e exclusivamente, decorrentes de vistoria aduaneira não dispensada.
Muito embora ainda conste das Condições Gerais como uma obriga-
ção do segurado, a Vistoria Aduaneira foi extinta pela Lei Ordinária 
12.350/2010; portanto, as seguradoras deixaram de exigir tal providência.
 ■ Agir com razoável presteza em todas as circunstâncias que esti-
verem sob seu controle. As medidas tomadas pelo segurado ou 
pela seguradora com o objetivo de salvar, proteger ou recuperar o 
objeto segurado não serão consideradas como renúncia ou acei-
tação de abandono, nem de outro modo prejudicarão os direitos 
de qualquer parte.
53
UNIDADE 2
SEGUROS DE TRANSPORTES
O segurado obriga-se, ainda, a:
 ■ Comunicar à seguradora, com exatidão, todas as circunstâncias 
que, por algum modo, direta ou indiretamente, possam influir na 
aceitação do seguro ou na fixação da taxa do prêmio, não apenas 
contemporâneas à contratação, mas também as que se tenham 
verificado, ou cuja verificação for previsível durante a vigência da 
apólice.
 ■ Dar aviso imediato à seguradora, por escrito, ao longo de toda a 
vigência da apólice, acerca de toda e qualquer alteração relati-
va às informações contidas na proposta de seguro que originou 
a emissão da apólice, bem como toda e qualquer circunstância 
que, direta ou indiretamente, possa influir

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