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DOENÇA RENAL AGUDA: • Anormalidade funcional ou estrutural do rim, que: ✓ Manifesta em 48h ✓ Aumento de creatinina de > 0,3 mg/dl ou > 50% do valor basal dentro de 48h ✓ Oligúria: < 0,5 por mais de 6h Causas: Classificação: • Pré-renal: (sangue insuficiente para os rins) ✓ Evento precipitante: hipoperfusão renal ✓ Hipovolemia real ou diminuição do volume circulante (sepse, ICC, cirrose) ✓ Resposta fisiológica: ativação SRAA → vasoconstrição eferente / vasodilatação aferente → se persistência do evento desencadeante → evolução para NTA ✓ Diminuição da excreção de sódio e água, e aumento da osmolaridade da urina. • Renal: (lesões nos rins) ✓ Causas: sepse, isquemia, toxina, doença autoimune. ✓ Sítios de lesão: túbulos, interstício, vasos, glomérulos. ✓ Síndromes: ▪ Necrose tubular aguda (NTA): dano epitelial tubular. Principal causa dessas lesões são os insultos isquêmicos (contraste, AINE) ou tóxicos (aminoglicosídeo). ▪ Nefrite intersticial: infiltrado inflamatório no interstício (linfócitos T, monócitos, macrófagos, eosinófilos). Medicamentos associados: antibióticos, diuréticos, AINE ▪ Vasculites: microvasculares clássicas (PTT, sepse, SHU) ▪ Glomerulonefrite: menos comum. Associação comum: doenças autoimunes (lúpus) • Pós-renal: (bloqueio de urina) ✓ Ocorre devido a obstrução das vias urinarias: hipertrofia prostática, CA (próstata, cérvix, bexiga), distúrbios retroperitoneais, precipitação de cálculos/cristais. ✓ É reversível de acordo com o tempo de obstrução. ✓ Obstrução ao fluxo luminal do filtrado → Elevação da pressão que o líquido exerce sobre as vias urinarias de forma ascendente → promove ação de vasodilatadores locais → lesões parenquimatosas, que variam de acordo com o tempo de duração da obstrução. Manifestações clínicas: • Oligossintomática até que a disfunção tenha se tornado grave. • Maioria: oligúria. • Inespecífico: anorexia, náusea, vomito, prurido, oligúria, pigmentação da urina. • Manifestação da doença base. • Manifestações cardiovasculares: pericardite fibrinosa (atrito pericárdico, derrame, tamponamento). Retenção hídrica, acidose/dists. HE → ICC, hipertensão, arritmias • Manifestações neurológicas: SNC é o que menos tolera uma rápida diminuição da função renal. Distúrbios de intelecto e memória → encefalopatia urêmica: alterações sensoriais, motoras (asterixes, tremores, mioclonias), convulsões. Diagnóstico: • EAS: ✓ Proteinúria, mioglobinuria, cilindros, leucócitos. ✓ Cilindros hemáticos: GN aguda ✓ Eosinófilos: nefrite intersticial aguda • Ureia, creatinina, clearence de creatinina • Osmolaridade urinaria • Na+ urinário, FE Na • Outros: hemograma; íons, gasometria, ânion gap; autoanticorpos; biopsia renal • Parâmetros diagnósticos na LRA: • Pós-renal: sem padrão característico. • Imagem: ✓ USG rins (com doppler) → tamanho, obstruções, relação parênquima/córtex → LRA x LRC ✓ Outros: cintilografia renal (avaliar perfusão), TC (avaliar obstrução) ✓ Evitar exames contrastados (nefrotoxicidade) Estadiamento: • KDIGO: parâmetros – creatinina sérica e débito urinário • Cecil: ✓ Aumento de creatinina > 0,3 mg/dl em 48h ✓ Aumento de 50% do nível basal do paciente ✓ Diurese < 0,5 mL/kg/h por mais de 6h Tratamento: • Pré-renal: ✓ Princípio: melhorar a perfusão renal ✓ Hipovolemia: reposição hidroeletrolítica ✓ ICC: inotrópicos, vasodilatadores ✓ Síndrome nefrótica: tratar doença de base. Ex: corticoides, citotóxicos ✓ Casos específicos: UTI, monitorização invasiva (PVC, Swan-ganz) • Renal: ✓ Rigoroso controle hidroeletrolítico ✓ Dieta: hipossódica (1g/dia), normocalórica, 0,5g/kg/dia de proteínas. ✓ Correção da acidose: pH < 7,2; HCO3 < 12 (grave) → bicarbonato (sobrecarga de volume, hipernatremia, disfunção miocárdica) ✓ Manter potássio sérico normal. ✓ Dialise: indicação individualizada. ✓ Hiperpotassemia: ▪ ECG: onda T pontiaguda, arritmias ventriculares. ▪ Tto: Gluconato de cálcio → Salbutamol/fenoterol → DIU de alça (furosemida EV) → Solução polarizante (glicose-insulina) → NaHCO3 (redistribuição do K+) → Resina trocadora de K+ (Sorcal) → Dialise • Pós-renal: Desobstrução (nefrostomia percutânea, cateter duplo J) DOENÇA RENAL CRÔNICA: • Resultante de doenças (intrínsecas ou sistêmicas) que danificam os rins: ✓ Nefropatia diabética ✓ Nefrosesclerose hipertensiva ✓ Doença glomerular (glomerulonefrite, amiloidose, doença cadeia leve, LES) ✓ Doença tubulointersticial (nefropatia de refluxo, pielonefrite crônica, nefropatia por analgésico, obstrutiva) ✓ Doença vascular (esclerodermia, vasculite, insuficiência renovascular, doença renal ateroembolica) ✓ Doença cística (doença renal policística autossômica dominante, doença renal cística medular) • Anormalidade de estrutura ou função renal, presente por mais de 3 meses. Critérios: • TFG < 60 mL/min/1,73 • Marcadores de dano renal (1 ou mais): ✓ Albuminúria ✓ Anormalidades no sedimento urinário ✓ Anormalidades histológica ✓ Anormalidades eletrolíticas ✓ Anormalidades estruturais detectadas por imagem Fisiopatologia: • Início é assintomática. Os sintomas aparecem em fases posteriores em associação com complicações. • Além das complicações hormonais e metabólicas comumente reconhecidas, como anemia e hiperparatireoidismo, as complicações da DRC incluem riscos aumentados de toxicidade sistêmica de drogas, DCV, infecção, comprometimento cognitivo e função física prejudicada. • Persistência do dano renal ou diminuição da função renal por pelo menos 3 meses: ✓ A diminuição da função renal refere-se a uma diminuição da TFG, que geralmente é estimada, usando a creatinina sérica e uma das várias equações disponíveis. ✓ Dano renal é anormalidades patológicas, estabelecidas por biopsia renal ou estudo de imagem, ou inferidas a partir de marcadores como anormalidades do sedimento urinário ou taxas aumentadas de excreção urinaria de albumina. • Néfrons perdidos não são regenerados. • Diminui excreção de ácidos → acidose persistente. • Néfrons remanescentes devem excretar > fração filtrada (Na+, íons...) • Balanço de Na+: • Hiperparatireoidismo secundário → Distúrbio do metabolismo mineral ósseo (DMO): • Hipertensão: ✓ Reflexo da expansão da volemia, ativação SRAA e simpático. ✓ Inibidores SRAA: retardam progressão. • Acúmulo de toxinas urêmicas: ✓ Ureia: produto do metabolismo de aminoácidos. ✓ Creatinina: produto da degradação da creatinina muscular. ✓ Retenção de ácido úrico: gota. • DRC como doença inflamatória crônica: ✓ Citocinas pró-inflamatórias: TNF-alfa, IL-1, IL-6, interferon-y → Fígado → Hepcidina: diminui maturação eritrocitária, absorção, transporte, disponibilidade de ferro, síntese de EPO. • Distúrbios endócrinos: ✓ Metabolismo da glicose: ▪ Acidose: aumenta resistência a insulina → hiperglicemia ▪ Rim normal degrada insulina. Fase avançada: hiperinsulinismo → hipoglicemia. ✓ Diminui eritropoetina, menor meia vida de hemácias, aumenta hepcidina → anemia. ✓ Distúrbio do Metabolismo Ósseo (DMO): ▪ Hiperparatireoidismo secundário: aumenta atividade osteoclástica ▪ Precipitação de fosfato de cálcio → calcificação de tecidos moles ▪ Diminui vitamina D ativa → menor absorção intestinal de Ca++ Progressão da DRC: • Círculo vicioso e progressivo, mesmo afastando agente precipitante. • HAS: lesão endotelial glomerular → microtrombos → isquemia → glomeruloesclerose. • Aumenta atividade AT-II: constrição eferente → hiperfiltração • Inibidores (IECA, BRA) na prevenção: ✓ Indicação: estágios iniciais. Após 3b: risco > benefício. ✓ Efeito hemodinâmico no glomérulo: dilatação eferente. ✓ Diminui albuminúria, uma das metas do tratamento. Estadiamento: • Tem como objetivo orientar o manejo, incluindo a estratificação do risco de progressãoe complicações da DRC. • É usada como guia para informar os tratamentos apropriados e a intensidade do monitoramento e educação do paciente. • Em pacientes diagnosticados com DRC, fazemos os estadiamento: ✓ Causa da doença: identificar a causa da doença renal (DM, HAS, toxicidade de drogas, doença autoimune, etc.) ✓ Seis categorias de TFG ✓ Três categorias de albuminúria • Como calcular a TFG? ✓ TFG medida: medida direta do clareamento de determinada substância do plasma ✓ TFG estimada: fórmulas matemáticas ▪ Creatinina: subproduto do metabolismo muscular. ▪ Creatinina sérica → faz fórmula CKD-EPI → TFG Manifestações clínicas: Diagnóstico: • EAS: inespecífico. • Essenciais: TFG, albuminúria (preferência: relação albumina/creatinina) • Fórmulas para estimar TFG: Cockcroft-Gault (em desuso); MDRD, CKD-EPI ✓ Valor normal TFG: 85-140 (mulher); 75-115 (homem) • Outros: ureia, Na+, K+, ácido úrico, gasometria, ânion gap; hemograma, perfil do ferro (anemia); PTH sérico, cálcio, fósforo (doença óssea); complemento, autoanticorpos (doença renal inflamatória) • USG: ✓ Rins diminuído, córtex contraído: doença glomerular ou intersticial crônica ✓ Rins aumentados: DM, HIV, doença infiltrativa. ✓ Assimetria de tamanhos: estenose de artéria renal Tratamento: • Multidisciplinar: clínico, nefrologista, nutricionista. • Metas: PA < 130/80; < albuminúria (menor valor possível) • Pilares: ✓ Controlar PA; ✓ Glicemia (HbA1c < 7%); ✓ Tratar doença de base, ✓ Tratar hiperparatireoidismo, anemia, acidose, sintomas urêmicos. • Mudança de estilo de vida: atividade física, tratar obesidade, cessação do tabagismo. • Nutricional: restrição de sódio (< 2g/dia) e potássio (40-70 mEq/dia); proteína 0,8g/dia, fósforo 600- 800 mg/dia • Dislipidemia/ácido úrico: ✓ Controle de triglicerídeos e LDL: estatina/fibrato (se necessário); ✓ Meta ácido úrico < 7, alopurinol (se necessário) • HAS: ✓ IECA ou BRA (retardam progressão/albuminúria). Cuidado em paciente com TFG < 30 (pois piora função renal). ✓ Diuréticos: diminui edema, mantem fluxo sanguíneo renal. Ex: furosemida. Se necessário associar tiazídico. ✓ Pode dar espironolactona para cardiopatas, associado a furosemida. • Distúrbio do metabolismo mineral ósseo: restrição de fósforo na dieta. Vitamina D (colecalciferol, calcitriol) • Anemia: ferro oral ou parenteral (noripurum). • DRCT: dialise, transplante (geralmente quando Cr sérica > 10mg/dl) SEPSE: • Resposta desregulada a uma infecção, causando danos a outros órgãos e sistemas. • Pode ser causada por bactérias, vírus, fungos, protozoários. Etiologias: • Pneumonia; Infecções no abdome; Infecções na corrente sanguínea; Infecções no trato geniturinário Manifestações clínicas: • Sinais e sintomas relacionados a infecção. • Síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SRIS): ✓ Risco elevado para sepse – Triagem ✓ Temperatura: > 38 ou < 36 ✓ FC: > 90 ✓ FR: > 20 ou PaCO2 < 32 ✓ Leucócitos: > 12.000; < 4.00 ou desvio a esquerda • Infecção sem disfunção: ✓ Paciente que possui foco infeccioso suspeito ou confirmado, sem apresentar disfunção orgânica. (ex: ITU na mulher, sem complicação). • Sepse: ✓ Infecção suspeita ou confirmada associada a disfunção orgânica. ✓ Pelo menos 1 dos seguintes sinais de disfunção orgânica: ▪ Hipotensão (PAS < 90 ou PAM < 65) ▪ Oliguria ou elevação da creatinina ▪ Relação PaCO2/FiO2 < 300 ou necessidade de O2 para sat. > 90% ▪ Plaquetopenia ▪ Lactato acima do valor de referência ▪ Rebaixamento do nível de consciência, agitação, delirium ▪ Aumento de bilirrubinas ✓ qSOFA (triagem – para maior risco de óbito fora da UTI): 2 dos critérios abaixo ▪ Rebaixamento do nível de consciência ▪ FR > 22 ▪ PAS: < 100 • Choque séptico: ✓ Evolução da sepse → Hipotensão arterial que não respondeu a infusão de fluidos, independente dos valores de lactato. Tratamento: • Protocolo deve ser feito em todos os pacientes com suspeita de sepse ou choque séptico. • A presença de pelo menos 1 das disfunções orgânicas, já se inicia o pacote de tratamento em até 1h: ✓ Coleta dos exames laboratoriais: BB total e frações, creatinina, coagulograma, gasometria com lactato, hemocultura. ✓ Antibiótico de amplo espectro por via EV: dose máxima, e deve ser feita inicialmente sem ajustes para função renal e hepática. ✓ Hipotensão: caso paciente esteja hipotenso ou com sinais de hipoperfusão → Ressuscitação volêmica 30ml/kg de cristaloides (ou SF 0,9% ou ringer lactato) administrar em bolus. ✓ Não responsivo a ressuscitação volêmica: administrar vasopressores (pois está em choque séptico), Noradrenalina (primeira escolha) ✓ Mesmo com uso de soro e noradrenalina, o paciente não estabilizar → Corticoide (hidrocortisona) ANEMIAS: • Valores de referência: ✓ Hemoglobina: < 13,5 (homem); < 12 (mulheres) ✓ Hematócrito: < 40% (homem); < 36% (mulheres) ✓ VCM: ▪ < 80: Microcítica ▪ 80-100: Normocítica ▪ > 100: Macrocítica ✓ CHCM: ▪ Hipocrômica ▪ Normocrômica ▪ Hipercrômica ✓ RDW: anisocitose ✓ Reticulócitos: hemácias jovens. (anemia com reticulócitos aumentados = Hemólise ou sangramento agudo) Anemia ferropriva: • Hipoproliferativa. • Causas: ✓ Baixa ingestão ✓ Má absorção ✓ Perda sanguínea excessiva • Manifestações clínicas: ✓ Fadiga, desmaio, pele e mucosa pálida, tontura. Glossite atrófica, pele seca, queilose, coiloníquia. • Diagnóstico: ✓ Diminuídos: ▪ Hemoglobina ▪ Hematócrito ▪ Reticulócitos ▪ VCM ▪ Ferro sérico ▪ Ferritina sérica ✓ Aumentados: ▪ CTLF ▪ Transferrina ▪ RDW (anisocitose) • Tratamento: ✓ Estabelecer a etiologia da deficiência do ferro. ✓ Preparações orais de sais ferrosos: ▪ 100mg de Fe elementar/dia ▪ Sulfato ferroso: 300mg (60mg de Fe elementar); 200mg (40mg de Fe elementar) ▪ Ingerir de estomago vazio e com substância ácida. Anemia por doença crônica: • Acomete pacientes com várias doenças inflamatórias crônicas e doenças malignas. • Resulta de defeito na reciclagem do ferro. • Aumento da secreção de hepcidina (IL6). • Causas: ✓ Infecções crônicas: enfisema, tuberculose, endocardite, doença inflamatória pélvica... ✓ Inflamações crônicas não infecciosas: artrite reumatoide, lúpus... ✓ Neoplasias: linfomas, carcinomas, mieloma ✓ Outros: cirrose, ICC, tromboflebite crônica. • Diagnostico: ✓ Anemia normocítica ou levemente microcítica. ✓ Normais: ▪ VCM/HCM ▪ CTLF ✓ Aumentados: ▪ Ferritina ▪ Deposito de Fe medular ✓ Diminuídos: ▪ Fe sérico ▪ Capacidade de ligação do Fe (ou normal) Anemia megaloblástica: • Deficiência de folato e/ou cianocobalamina (B12). • Anemia macrocítica. • Reticulócitos diminuídos. • Bilirrubina indireta e DHL alto (devido a hemólise) • Vitamina B12: ✓ Ingestão da vitamina → se liga ao fator intrínseco (no estomago) → B12 + FI se ligam no receptor no íleo distal → B12 é absorvida e FI é destruído. ✓ No plasma B12 é transportada pela transcobalamina até a medula e o fígado. ✓ Causas: ▪ Veganismo ▪ Anemia perniciosa (produção de anticorpo anti-FI) ▪ Gastrectomia ▪ Uso prolongado de IBPs e metformina. ✓ Manifestações clínicas: ▪ Sintomas neurossensoriais, parestesia, desequilíbrio e ataxia. ✓ Tratamento: ▪ Hidroxicobalamina (IM) ▪ Mecobalamina (VO) • Ácido fólico: ✓ Causas: ▪ Baixa ingesta ▪ Gestação ▪ Anemia hemolítica ▪ Etilismo ✓ Tratamento: ▪ Pensar na causa. ▪ Ácido fólico 5mg/dia VO. Anemia hemolítica: • O baço, responsável pela hemólise, causa uma hemólise maior do que a fisiológica. Causa: • Pode ser causada por defeitos hereditários, como defeito de G6PD, ou por causas autoimunes, síndromes falciformes. • Redução de sobrevida do eritrócito → destruição periférica.Diagnóstico: • Reticulocitose → Hiperproliferativa. • Elevação de DHL e bilirrubina indireta (Vem acompanhada de icterícia) • Diminuição de haptoglobina. • Coombs direto positivo = Anemia hemolítica autoimune. ANEMIA FALCIFORME: • Doença hereditária crônica. • Anemia hiperproliferativa (reticulócitos altos) e com hemoglobinopatia. • É um tipo de anemia hemolítica (meia vida curta). Causa: • Origem genética, autossômica recessiva. • Necessário presença de 2 alelos que expressem o HbS, ou seja, genótipo HbSS. • Pacientes com apenas um alelo S, são classificados com variante falciforme (possui um prognostico melhor). • HbAA = Individuo normal • HbSS = Anemia falciforme • HbAS = Traço falcemico • HbSC = Codominância de HbS e HbC (variante falciforme) • HbSB – Beta talassemia (variante falciforme) • HbFS = Individuo normal (predominância Hb fetal Manifestações clínicas: • Vaso oclusão capilar, hipercoagulabilidade e vasculopatia → Responsáveis pela maioria dos sintomas da anemia falciforme, e afetam principalmente órgãos como baço, ossos, olhos e rins. • Mais comuns: Crises dolorosas nos ossos e articulações; dactilite; síndrome torácica aguda (presença de novo infiltrado no RX de tórax associada a sintomas respiratórios e/ou febre). Diagnostico: • Rastreio no RN: Teste do pezinho. • Eletroforese de hemoglobina: presença de hemoglobina S • Anemia normocítica, normocrômica em indivíduos HbSS, reticulose, leucocitose e plaquetose. • DHL elevada, BB indireta elevada, reticulócitos elevados. • Marcadores inflamatórios aumentados: PCR. Tratamento: Geral: • Suplementação de ácido fólico (pela hiperproliferação de hemácias) • Profilaxia de infecções: ✓ Vacinação e antibióticos. ✓ Penicilina V benzatina a partir do 2º mês de vida até 5 anos. • Hidroxiureia: estimula produção de HbF. Indicado em pacientes com > 2 crises álgicas por ano, STA e reticulocitose > 250.000 Específico: • STA: O2, antibiótico, transfusão sanguínea e hidroxiureia. • Crises álgicas: hidratação, opioides fortes, profilaxia antitrombótica. • Indicações para transfusão: AVC, priapismo, neurocirurgias, insuficiência de múltiplos órgãos, crises aplásticas, sequestro esplênico. SÍFILIS CONGÊNITA: • É a forma de sífilis que ocorre quando o feto é contaminado pela T. pallidum, durante a gravidez. • A transmissibilidade da sífilis é maior nos estágios iniciais da doença (primaria e secundária), diminuindo gradualmente com o passar do tempo (latente recente ou tardia). Classificação: • Sífilis recente (primaria, secundária e latente recente): até 1 ano de evolução. ✓ Primaria: úlcera rica em treponemas, única, indolor, bordas bem definidas e regular, base endurecida e fundo limpo → CANCRO DURO ✓ Secundária: roséola (em tronco e raiz dos membros) → progridem para pápulas eritemato acastanhadas → Condilomas planos. ✓ Latente recente: nenhum sinal ou sintoma. < 2 anos. • Sífilis tardia (latente tardia e terciária): mais de 1 ano de evolução. ✓ Latente tardia: nenhum sinal ou sintoma. > 2 anos. ✓ Terciária: até 25% das infecções não tratadas. Há destruição tecidual, acometimento do SN e cardiovascular. Diagnostico: • Exames diretos: ✓ Exame em campo escuro ✓ Pesquisa direta com material corado • Exames imunológicos: ✓ Testes não treponêmicos: VDRL (importante para diagnostico e monitoramento da resposta ao tto). ✓ Teste treponêmico: FTA-Abs, Teste rápido (primeiros a se tornarem reagentes. Importantes para diagnostico, mas não são indicados para monitoramento de tto). • Teste treponêmico REAGENTE + Teste não treponêmico REAGENTE = Sífilis confirmado. • Em gestantes: apenas um teste reagente → TRATA. Tratamento: • Sífilis recente (1ª, 2ª e latente recente): Benzilpenicilina benzatina 2,4 UI, IM dose única. • Sífilis tardia (latente tardia, 3ª): Benzilpenicilina benzatina 2,4 UI, IM, 1x na semana por 3 semanas. • Neurossífilis: Benzilpenicilina potássica/cristalina 18-24 UI, 1x/dia IV, a cada 4h por 14 dias. GLOMERULOPATIAS: Síndrome Nefrítica: • Causada por inflamação do glomérulo. • Rápida deterioração da função renal em razão de uma resposta inflamatória, após infecção por estreptococos. • Sintomas: ✓ Edema + Hematúria + Hipertensão + Proteinúria + Oligúria • Diagnóstico: ✓ Confirmar infecção pelo streptococo: ASLO; Anti-DNAse B. ✓ Dosagem de complemento: C3 e C4 diminuídos. • Tratamento: ✓ Controle de complicações da sobrecarga de volume (hipertensão e edema). ✓ Oliguria intensa e/ou sinais de ICC ou encefalopatia hipertensiva → Hospital. ✓ Afastamento das atividades esportivas e repouso relativo. ✓ Restrição hídrica. ✓ Restrição de sódio: se edema, oligúria e HAS. ✓ Antibióticos: se infecção atual. Síndrome Nefrótica: • Barreira de filtração glomerular está deficiente em manter o controle e a seletividade em relação a sua carga. • Sintomas: ✓ Proteinúria significativa + Edema periférico + Hipoalbuminemia + Hiperlipidemia • Diagnostico: ✓ Proteinúria na faixa nefrótica: > 50 mg/kg/dia ou > 40 mg/m2/h ✓ Hipoalbuminemia: < 2,5 (albumina sérica baixa) ✓ Hiperlipidemia: CT > 240 ou TG > 200 ✓ Maior que 12 anos: fazer biopsia renal (teste genético) + exames • Tratamento: ✓ Corticoides: Predinisona ou Predinisolona TORCHS • Grupo de infecções congênitas que podem ser transmitidas da mãe para o feto durante a gravidez. • T (toxoplasmose); O (outras); R (rubéola); C (citomegalovírus); H (herpes simplex); S (sífilis). Diagnostico laboratorial: • É baseado em testes sorológicos e moleculares. • Sorológicos: detectam a presença de anticorpos específicos no sangue, indicando exposição previa a infecção. • Moleculares: como a PCR, podem ser usados para detectar o DNA viral ou material genético do patógeno nos fluidos corporais, como sangue, urina ou líquido amniótico. INFECÇÃO DIAGNÓSTICO TRATAMENTO Toxoplasmose: Anticorpos IgM/IgG anti- toxoplasma gondii por sorologia; DNA do parasita por PCR em líquido amniótico ou sangue fetal. Comprovada: soroconversão gestacional; DNA do T. gondii no RN Provável: IgG+, IgM+, avidez baixa; aumento nos títulos IgG/IgM Possível: IgG+, IgM+, avidez alta/indeterminada (após 12 semanas de gestação); IgG+, IgM+ em amostra única em qualquer idade gestacional, sem fazer avidez. Improvável: IgG+, IgM+, avidez alta (colhido antes de 12 semanas de gestação). Comprovada/provável → Trata + Exames → se alterados (infectada) trata 1 ano. Se normais (repete sorologia). Possível/inconclusiva → Exames → se normais (repete sorologia). Se alterados (infectada) tto 1 anos. • Antiparasitários (Sulfadiazina, Pirimetamina) • Ácido fólico • Prednisona/Prednisolona Rubéola: Anticorpos IgM/IgG anti-rubéola por sorologia; RNA viral por PCR em líquido amniótico ou sangue fetal Não tem tto específico. Suporte + controle dos sintomas. Citomegalovírus: Anticorpos IgM/IgG por sorologia; DNA viral por PCR em urina, saliva, sangue ou líquido amniótico. IgM+ → Tratar. RN sintomático + evidência de envolvimento do SNC → Trata. • Ganciclovir Herpes simplex: Anticorpos IgM/IgG anti-HSV por sorologia; DNA viral por PCR em lesões cutâneas, líquido amniótico ou sangue fetal. • Aciclovir Sífilis: Teste não treponêmico (VDRL, RPR) para triagem; Teste treponêmico (FTA-ABS, TPHA) para confirmação; DNA da bactéria por PCR em sangue ou líquido amniótico. Criança assintomática + exame físico normal + teste não treponêmico não reagente → Benzilpenicilina benzatina, DU, IM. Criança sintomática → Procaína ou Cristalina Neurossífilis (LRC alterado) → Cristalina EMERGÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS: • Qualquer situação de natureza psiquiátrica em que existe um riscosignificativo (de morte ou dano grave) para o paciente ou para terceiros, demandando uma intervenção terapêutica de imediato. • É importante diferenciar 3 situações diferentes: ✓ Emergência: distúrbio do pensamento, sentimento ou ações, que envolve risco de morte ou risco social grave, necessitando de intervenções imediatas e inadiáveis (tempo medido em minutos ou horas). ▪ Auto ou hetero agressividade ▪ Suicídio ou tentativa ▪ Estupor depressivo ▪ Excitação maníaca ▪ Automutilação ✓ Urgência: situação que implica riscos menores, que necessitam de intervenções em curto prazo (tempo mediado em dias ou semanas). ▪ Comportamento bizarro ▪ Quadros agudos de ansiedade ▪ Sintomas psicóticos mantendo preservada a abordagem pela fala ✓ Eletivas: A rapidez da intervenção não é um critério essencialmente importante. ▪ Ansiedade leve ▪ Distúrbios de relacionamento interpessoal ▪ Informações sobre medicações ▪ Fornecimento de receitas Objetivos do atendimento de emergência: • Estabilizar o quadro: ✓ Deve estabelecer um sintoma alvo a ser abordado, para facilitar a continuidade da investigação diagnostica e intervenção terapêutica. ✓ Pacientes que não entendem o que está ocorrendo ou apresentam dificuldade de comunicação e/ou sinais potenciais de violência, devem ser primeiramente contidos e medicados na abordagem inicial. • Estabelecimento de uma hipótese diagnostica: ✓ Procurar definir a causa provável da situação de emergência do paciente. ✓ Mesmo que provisória serve como referencial para avaliação de evolução (sindrômico) • Exclusão de uma causa orgânica: ✓ Devemos excluir uma potencial causa orgânica que explica as alterações do estado mental do paciente. ✓ Indícios de alterações orgânicas estarão na anamnese, exame físico e exame do estado mental (consciência, atenção, sensopercepção, orientação e memoria). ✓ A partir das suspeitas pediremos exames complementares adequados. • Encaminhamento: ✓ Após estabilização do quadro e de uma confirmação diagnostica e exclusão de quadros orgânicos e do manejo dos riscos imediatos, devemos encaminhar o paciente para continuidade do tratamento. Abordagem ao paciente de emergência: • Abordagem inicial do paciente em situações de emergência psiquiátrica, não serve apenas para elucidar o diagnostico, mas também como parte de um processo terapêutico. • Deve estabelecer uma relação médico-paciente o mais próximo possível, criando vínculo de confiança e respeito. Avaliação: • Uma avaliação deve responder no mínimo as seguintes questões: ✓ Paciente está apresentando ou está em risco de apresentar agitação psicomotora? O paciente apresenta risco de hetero agressão? ✓ O problema é orgânico, funcional ou uma combinação de ambos? É seguro o paciente permanecer no local onde está? Agressividade e agitação psicomotora: • Um dos maiores desafios da prática clínica é uma avaliação rápida e um manejo adequados dos quadros de agitação e agressividade. • Agitação: elevação da atividade motora e cognitiva expressa por comportamentos verbais e/ou motores exacerbados quase sempre improdutivos. Caracterizada por inquietação, aumento da excitabilidade psíquica, resposta exacerbada a estímulos, irritabilidade, atividade motora e verbal aumentada. • Agressividade: ato intencional que causa dano físico ou mental em outra pessoa. Pode ser verbal ou física. Comumente o paciente apresenta juízo crítico comprometido acerca do seu estado mental. • Diagnostico diferencial: ✓ Nem todos os pacientes que têm comportamentos de agitação ou agressividade são portadores de transtorno mental. ✓ Pacientes em estado psicótico, apresentam agitação motora: Esquizofrenia e Transtorno do Humor Bipolar. ✓ Transtornos relacionados a substâncias psicoativas: Delirium, transtorno relacionada a condição médica geral, doença psiquiátrica. • Manejo: ✓ Medidas não coercivas: acolhimento, escuta, intervenções comportamentais, ambientais e verbais. ✓ Medidas coercivas: contenção física, farmacoterapia Paciente agitado/agressivo → Avaliação: condição médica geral, intoxicação, abstinência, necessidade de tranquilização rápida → Medidas não coercivas (intervenção ambiental/comportamental; desescalonamento verbal) → Controlou o caso: Monitorar paciente, completar avaliação, planejar tratamento específico. Não controlou o caso: paciente cooperativo → Medicamento oral. Paciente não cooperativo → Medicamento parenteral, contenção física • Farmacoterapia: ✓ Tranquilização rápida: objetivo de controle comportamental. ✓ Delirium tremes: benzodiazepínicos ✓ Francos surtos psicóticos: antipsicóticos ✓ Intoxicação: estimulantes (benzodiazepínicos) • Manejo de paciente com agitação psicomotora: ✓ Clorpromazina eficácia semelhante a haloperidol, porém evitamos pelo risco. • Antipsicóticos atípicos: ✓ Custo elevado, portanto, limita sua utilização. ✓ Olanzapina IM ✓ Ziprasidona IM • Benzodiazepínicos: ✓ Midazolam IM ✓ Diazepam IV ✓ Atentar para caso de depressão respiratória: se FR menor que 10, uso de Flumazenil está indicado. MANEJO DO PACIENTE COM IDEAÇÃO OU COMPORTAMENTO SUICIDA: • Considera-se comportamento suicida uma série de pensamentos, atos, gestos e manifestações comportamentais, ligados a autodestruição, que inclui ideia, pensamento, plano e tentativa de suicídio, progredindo em gravidade até o suicídio completo. Avaliação do paciente: • Entrevista clínica de forma clara e empática, é a melhor estratégia para avaliar o risco de comportamento suicida. • Pacientes com esquizofrenia, depressão e transtorno do humor, tem maior risco para autoextermínio. Fatores de risco: • Transtorno psiquiátrico: idoso ou jovem, sexo masculino, ideia ou plano suicida, HF de comportamento suicida, tentativa previa de suicídio, estressores psicossociais. • Relacionamentos interpessoais conflituosos. • HF • Ambiente familiar caótico ou conflituoso de pouco suporte. • Hipocondria. • Isolamento social • Transtorno do pânico • Fobia social • Transtorno de personalidade Intervenções eficazes para prevenção: • Controle de substância toxicas • Controle de armas de fogo • Identificação e tratamento de transtornos mentais • Acompanhamento adequado de pessoas que tentaram o suicídio • Moderação de imprensa ao abordar casos de suicídio. • Família: não deixar sozinho um familiar que tenha ideias de se matar; evitar que tenha acesso a método letal; avisar aos outros membros da família para que contribuam na observação, garantir ao familiar em crise acesso ao serviço de saúde mental. Estratificação de risco: • Baixo risco: pensamentos suicidas, sem planos → Encaminhar ao profissional de saúde mental. • Médio risco: pensamentos suicidas, plano de ação, mas sem caráter imediato → Encaminhar ao psiquiatra • Alto risco: pensamento suicida, plano suicida, meios de execução com caráter imediato → Encaminhar para hospitalização imediata. Conduta: • Após avaliação dos fatores que levaram ao ato (fatores sociais, impulsividade, desesperanças, doenças psiquiátricas e condição clínica) devemos adotar estratégias a fim de minimizar os riscos. Farmacologia: • Lítio: reduz comportamento suicida ao longo prazo em pacientes bipolares, esquizoafetivos, com depressão recorrente. • Clozapina: reduz comportamento suicida em pacientes esquizofrênicos, esquizoafetivos. • ISRS: uso controverso – estudos inconclusivos. • Quetamina: promissora, porém induz dependência. TDAH E AUTISMO TDAH: • Caracterizado por padrões persistentes de desatenção e/ou hiperatividade e impulsividade. • Geralmente há predomínio de um tipo: desatento ou hiperativo/impulsivo. Manifestação clínica: • Padrões persistentes e/ou hiperatividade e impulsividade que interferem no funcionamento ou no desenvolvimento.• Tipo desatento: ✓ Principal queixa é a desatenção durante as atividades. ✓ Capacidade reduzida de focar a atenção e velocidade reduzida de processamento cognitivo e resposta. • Tipo hiperativo/impulsivo: ✓ Incapacidade de ficar parado ou inibir o comportamento, as vezes difícil de distinguir da hiperatividade fisiológica da criança. Diagnóstico: • Os sintomas devem ser persistentes e graves o suficientes para ter contribuído para prejuízo psicossocial significativo. Tratamento: • Metilfenidato ou vevanse AUTISMO: • O transtorno do espectro autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento que compromete a capacidade de comunicação, interação social e o comportamento da criança. • Principais características: déficit na comunicação verbal e não-verbal e na interação social, principalmente com outras crianças, além de sintomas estereotipias motoras, padrão rígido de comportamento e rotina, irritabilidade e hipersensibilidade a estímulos ambientais. Diagnostico: • Déficits presentes na comunicação social e na interação social. • Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, conforme manifestado por pelo menos dois dos seguintes aspectos: ✓ Movimentos motores, uso de objetos ou falta estereotipados ou repetitivos; ✓ Insistência nas mesmas coisas, adesão flexível e rotinas ou padrões ritualizados de comportamentos verbal e não-verbal. ✓ Interesses fixos e altamente restritos que são anormais em intensidade ou foco. ✓ Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou interesse incomum por aspectos sensoriais do ambiente. Sinais de alarme: • Ausência do sorriso social • Ausência da resposta ao ser chamado • Irritabilidade ao ser pego no colo ou tocado • Pouco contato visual • Perda de habilidades adquiridas • Irritabilidade a sons altos • Interesse fixo ou obsessivo por objetos inanimados • Movimentos repetitivos sem objeto Tratamento: • Terapia, centros multidisciplinares especializados. • Terapia ABA • Risperidona e aripiprazol para controle de sintomas agressivos. • ISRS para sintomas ansiosos, obsessivos ou depressivos. TRANSTORNOS DE SINTOMAS SOMÁTICOS: Transtorno conversivo: • Doença de sintomas ou déficits que afetam funções motoras ou sensoriais voluntárias, sugerindo outra condição clínica. • É precedida por conflitos ou outros estressores. • Não são produzidos de modo intencional e não são causados pelo uso de substância. • Ganho é primariamente psicológico, e não social, financeiro ou legal. • Relacionado a motor/sensorial. Tem início abrupto, flutuação. • Conflito domiciliar → perdeu movimento do braço → T. conversivo. • Tem algum tipo de espasmo ou perda sensorial, mas se mantem vígil. • Crise dissociativa histérica X Crise epiléptica: ✓ Mais comum em mulheres, ✓ Antecedentes pessoais de personalidade histriônica, neurose histérica, conflitos psicológicos importantes. ✓ Predominam manifestações motoras que tendem a ser mais bizarras (ataque ao examinador durante a convulsão) ✓ Paciente fica de olhos fechados durante a crise ✓ Atividade motora bilateral com preservação de consciência indica pseudocrise ✓ Tende a surgir na presença de outras pessoas, durante o dia, após discussões ou brigas. ✓ Duração mais longa que de uma crise epiléptica. ✓ Raramente há liberação de esfíncteres durante a crise. ✓ EEG não mostra alterações. Transtorno dissociativo: • Rupturas nas funções geralmente integradas de consciência, memoria, identidade, sensações e controle dos movimentos corporais. • Podem ser experimentados como: ✓ Intrusões espontâneas na consciência e no comportamento, com acompanhamento de perdas de continuidade na experiencia subjetiva (como fragmentação de identidade, despersonalização e desrealização); e/ou ✓ Incapacidade de acessar informações ou controlar funções mentais que, em geral, são prontamente passiveis de acesso ou controle (como amnésia). ✓ Experiencia de desapego ou sensação de estar fora do corpo ou perda de memória ou amnesia. são frequentemente associados a experiências anteriores de trauma. • Existem 3 principais tipos de transtornos dissociativos listados no DSM-5: ✓ Amnesia dissociativa, que inclui fuga dissociativa: caracterizado por uma perda de memória importante, geralmente em relação a eventos traumáticos ou estressantes. ✓ Transtorno de despersonalização/desrealização: caracterizado por uma sensação de estranheza ou desconexão em relação a si mesmo e/ou ao ambiente circundante. ✓ Transtorno dissociativo de identidade: anteriormente conhecido como transtorno de personalidade múltipla. É caracterizado pela presença de duas ou mais identidades distintas e separadas dentro da mesma pessoa. MIOMATOSE UTERINA: Leimiomas uterinos: • Tumores pélvicos sólidos mais frequentes no trato genital feminino. • Origem: células somáticas miometriais / perda da regulação do crescimento – células monoclonais. • Raro antes do menacme e regride pós-menopausa. • HF + e melanodermas, nulíparas e obesas (sds hiperestrogenicas) • Progesterona é benéfica? Diminui o fluxo sanguíneo endometrial, mas aumenta mitose e inibe apoptose. Miomatoses: • Tumores benignos. • Origem: tecido muscular do útero. • Achados: 50% mulheres negras, 20% em brancas. Faixa etária mais atingida 25-40 anos. Topografia: • Cervicais (2,6%): sinusiorragia, dificuldade abordagem cirúrgica. • Istimosos (7,2%): dor • Corporais (91,2%) Degeneração: • Podem sofrer degeneração, necrose ou calcificação. • Por suprimento sanguíneo insuficiente • Degeneração sarcomatosa: baixa incidência. Quadro clínico: • Maioria assintomática. • Pode haver: metrorragia, menorragias/hipermenorreia (submocosos); dismenorreia, anemia, distensão abdominal e dor pélvica, dispareunia, urgência urinaria e sensação de esvaziamento incompleto, constipação, fezes em fita, infertilidade. Diagnostico: • Clínico + Imagem. • Certeza histopatológico. • Exames complementares se necessários (hemograma, coagulograma, EAS com cultura) • Infertilidade → remoção do mioma deve ser considerada. • Alterações vasculares • Distorção da cavidade • Oclusão de óstios tubários • Distensão da cavidade – Tus volumosos. Tratamento: • 1ª escolha: progestágenos (baixo custo, facilidade posológica, boa tolerabilidade, redução dos distúrbios menstruais). • 2ª escolha: Análogo do GnRh: zoladex (acetado de goserelina), lopron (acetato de leuprorrelina) → Reduz tamanho do mioma, causa hipoestrogenismo, facilita cirurgia, melhora hematócrito/sangramento, perda óssea em 12 meses de tratamento. • 3ª escolha - Cirúrgico: ✓ Miomectomia: exérese de mioma uterino (único ou múltiplos), preservando-se o útero. ✓ Histerectomia: prole constituída, sem desejo de engravidar, falha de tratamento medicamentoso. ✓ Principais indicações: miomas com sangramentos vaginais irregulares em: jovens sem prole definida, nuligestas. • Embolização da artéria uterina: ✓ Opção de tto para miomas sintomáticos → Melhora a menorragia. ✓ Diminui volume uterino. ✓ Obstrução de vaso para impedir fluxo de sangue neste local → cateter introduzido em uma artéria e migra até área desejada onde, causará isquemia e degeneração do mioma. ✓ Vantagem: trata miomas simultaneamente, pouco invasivo, não provoca aderências, retorno rápido ao trabalho, risco de insuficiência ovariana (mesmo que temporária). ✓ Reservar procedimento para pacientes que não desejam gestação. ✓ Complicações: dor abdominal, náuseas e febre. ✓ Possibilidade de necessidade de histerectomia após o procedimento. CÂNCER DE ENDOMÉTRIO: • 4º tipo de mais comum de CA em mulheres. • Associado ao envelhecimento populacional e obesidade na população nos últimos anos. • Maioria dos casos ocorre na pós-menopausa. Tipo I:• Mais frequente. • Hiperestimulação estrogênica intrínseca ou extrínseca • Precedido de hiperplasias endometriais. • Tipo histológico de carcinoma endometrioide, grau I, comportamento menos agressivo. Tipo II: • Mulheres uma década mais idosas. • Não tem relação com obesidade e hiperestrogenismo • Não tem como lesão precursora as hiperplasias endometriais. • Constituído pelos tipos histológicos carcinoma seroso e carcinoma de células claras. • Pior prognostico que os tipo I. Fatores de risco: • Relação direta com alta exposição ao estrogênio sem oposição da progesterona. • Obesidade e síndrome metabólica. • Nuliparidade, obesidade, anovulação crônica, menarca precoce, menopausa tardia, DM, HAS, RT pélvica, tamoxifeno, idade avançada, predisposição hereditária. Precursores: • Maioria dos casos de CE surge com a progressão de lesões hiperplásicas • HE é o único precursor direto conhecido da doença invasiva. Fatores prognósticos do carcinoma do endométrio: • Tipo histológico • Grau histológico • Profundidade de invasão miometral • Comprometimento linfonodal • Presença de invasão angiolinfática • Idade > 60 anos (pior prognostico). Hiperplasia endometrial e câncer do endométrio: • Hiperplasia endometrial: ✓ Alterações endometriais morfológicas ✓ Incidência 3x maior que a de câncer ✓ Aumento da relação glândula-estroma endometrial quando comparada ao endométrio proliferativo normal. ✓ Associação do risco de progressão para CE, além da hiperplasia atípica ser considerada uma lesão precursora do CE do tipo endometrioide. ✓ Fatores de risco similares. • Diagnostico: ✓ Sangramento uterino anormal ✓ 75-90% das mulheres com Hiperplasia endometrial e CE ✓ Comum na pós-menopausa ✓ Recomendado USG transvaginal → Avaliação da espessura endometrial. ✓ Casos avançados: dor e distensão abdominal, saciedade precoce e mudança do padrão intestinal e/ou diurese. ✓ Exame físico: massa abdominal fixa e aderida a pelve, devido aumento do volume uterino, apesar de a maioria dos casos se apresentar com exame físico norma devido quadro inicial da doença e apresentação. ✓ Exame citopatológico do colo: células glandulares atípicas devido a extensão do tumor do endométrio até o colo do útero. Presença de células endometriais. Investigação endometrial nesses casos a depender do quadro clínico da paciente. ✓ USG transvaginal com medida da espessura da linha endometrial → exame complementar inicial. ▪ Sangramento pós-menopausa, espessamento endometrial > igual 4mm deve ser investigado. ▪ Se < 4mm e ausência de qualquer irregularidade no endométrio, a biopsia de endométrio será necessária se houver recorrência do sangramento. ✓ Pós-menopausa em uso de TH, assintomáticas: ▪ Limite superior da linha endometrial é 8 mm ▪ Se apresentarem sangramento vaginal, a biopsia é necessária se > 5 mm ✓ Diagnóstico definitivo de CE = amostra histológica ✓ Persistência de sangramento, mesmo com US transvaginal normal → investigação deve prosseguir. ✓ Mulheres em uso de tamoxifeno, menopausadas, devem ser informadas sobre o risco aumentado de HE, CE e sarcoma endometrial. ✓ Sangramento vaginal na usuária de tamoxifeno, menopausada, deve ser investigada com biopsia. ✓ A princípio não há aumento de risco de CE na usuária de tamoxifeno na pré-menopausa, mas elas devem ser investigadas na vigência de sangramento uterino anormal. ✓ Biopsia de endométrio: ▪ Pipelle é realizada ambulatorialmente. ▪ Histeroscopia cirúrgica → mulheres não tem condições para biopsia endometrial ambulatorial ▪ Estenose cervical, intolerância ao exame ambulatorial por dor ou para aquelas de alto risco para CE. ✓ Sangramento pós menopausa recorrente pode ser investigado com histeroscopia com biopsia endometrial, e a histerectomia total pode ser considerada em caso de sangramento pós-menopausa recorrente já devidamente investigado, com biopsia negativa. ✓ • Tratamento: ✓ CE é tratado com cirurgia e terapia adjuvante ou não, de acordo com os achados histopatológicos: ▪ Cirurgia ▪ Braquiterapia ▪ Radioterapia ▪ Imuno e hormonioterapia ✓ Estágio I → histerectomia total com slpingo-oforectomia bilateral ▪ Pré menopausa + CE em estágio inicial, com infiltração miometrial < 50%, grau 1 → podem ter os ovários preservados. ▪ Não há evidência para a realização de linfadenectomia sistemática (pélvica e paraórtica até o nível das veias renais) em mulheres com CE de baixo risco ▪ Linfadenectomia em pacientes com risco intermediário, não foi associada a melhor sobrevida, mas pode ser considerada. ▪ Linfadenectomia considerada para alto risco ▪ Linfadenectomia = maior morbidade sistêmica associada a cirurgia. ▪ Avaliação visual das superfícies peritoneal, diafragmática e serosa com biopsia de lesões suspeitas é importante para excluir doença extrauterina. ▪ Mapeamento com linfonodo sentinela pode ser considerado no estadiamento cirúrgico de doença restrita ao útero. ▪ Linfadenectomia paraórtica → tumores de alto risco: com invasão miometrial profunda, histologia de alto grau e CE seroso, de células claras e carcinossarcoma. ▪ Omentectomia deve ser realizada no CE seroso, de células claras e carcinossarcoma. ✓ Estágio II → histerectomia radical ou simples + radioterapia. ✓ Estágio II → linfadenectomia pélvica e para aórtica ✓ Estágio III ou IV → ressecção cirúrgica completa de toda a doença visível em pacientes com condições clínicas e cirúrgicas adequadas. ✓ CE endometrioide de baixo risco → não tem necessidade de tto adjuvante com radioterapia. ✓ Intermediário, sem invasão linfovascular, não há benefício com radio externa. ✓ Apesar de rádio externa diminuir o risco de recorrência local, pode ter um impacto negativo na qualidade devida das pacientes. ✓ CE endometrioide de alto risco → melhora da sobrevida e diminuição da recorrência pélvica radioterapia externa adjuvante, com redução da qualidade de vida, no longo prazo, para radioterapia pélvica. ✓ Braquiterapia vaginal pode reduzir o risco pequeno de recorrência vaginal após cirurgia de CE, porém a braquiterapia não confere aumento na sobrevida. • Monitoramento: ✓ CE tratadas cirurgicamente: ▪ Acompanhadas com exame pélvico a cada 3-4 meses nos 2 primeiros anos. ▪ A cada 6 meses por mais de 3 anos ▪ Após isso, avaliadas anualmente ▪ Doença avançada → seguimento individualizado TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL Indicações: • Presença de sintomas vasomotores, síndrome geniturinária da menopausa, prevenção da perda de massa óssea e menopausa precoce. • Fogachos graves e moderados → redução de 75% na frequência e 87% na intensidade dos fogachos. • Benefícios sobrepõe os riscos quando indicada para mulheres abaixo de 60 anos ou com menos de 10 anos de menopausa. Climatério: • Transição – duração variável – ciclo biológico • Fim da fase reprodutora → senilidade (40 aos 65 anos) • Período de transição entre as fases reprodutiva e não reprodutiva e tem seu início por volta dos 40 anos, sendo frequentemente acompanhado por sintomas característicos e dificuldades na esfera emocional e social. • Grande parte das mulheres que passam por esse período, apresenta uma significativa redução de sua qualidade de vida em decorrência dos sintomas vasomotores, que se manifestam devido a mudanças hormonais. Sendo eles: ✓ Ondas de calor ✓ Sudorese noturna e diurna ✓ Fadiga ✓ Irritabilidade ✓ Distúrbios do sono • TRH é considerada mais eficaz para redução ou eliminação dos sintomas do climatério, diminuindo tanto a frequência quanto a intensidade. (porém podem aumentar risco de CA de mama e doenças CV) Menopausa: • Interrupção permanente da menstruação. • Reconhecida após 12 meses consecutivos de amenorreia. • Diminuição: fertilidade,produção de estradiol ovariano e equilíbrio hormonal pela maior produção de androgênios e conversão periférica em estrogênio. • Falência ovariana. • Menopausa precoce: < 40 anos • Menopausa tardia: > 55 anos Terapia de reposição hormonal: • Sintomas vasomotores → indicação primaria ✓ Tratamento mais efetivo para sintomas vasomotores. ✓ Principalmente < 60 anos ou < 10 anos de menopausa. • Efetiva para sintomas da síndrome geniturinária da menopausa (via vaginal é mais eficaz) • Previne perda de massa óssea e fraturas • Insuficiência ovariana prematura → maior morbimortalidade devido hipoestrogenismo prolongado ✓ Ausência de contraindicações → usar TH ate mínimo, a media etária em que entrariam na menopausa normalmente. • Melhora: ✓ Função sexual relacionada ao hipoestrogenismo ✓ Sintomas depressivos na transição menopausal, mas não na pós-menopausa tardia ✓ Sono na transição menopausal ✓ Diminuição do acúmulo da gordura corporal total e abdominal ✓ Redução do risco de DM2 em mulheres pós-menopáusicas hígidas e melhora do controle glicêmico. ✓ Redução do RCV ✓ Estabilização dos danos do hipoestrogenismo na pele ✓ Melhora da artralgia relacionada a menopausa ✓ Diminuição do câncer colorretal • Não há indicação de TH para incontinência urinária. Antes de iniciar TRH: • Anamnese e exame físico • Exames complementares se suspeita de contraindicação • Mamografia há, no máximo um ano • Dosagem de colesterol total, HDL, triglicérides e glicemia de jejum antes do início. • Não precisa de USG transvaginal em assintomáticas • Rastreamento anual de mamografia em mulheres com TRH • Estrogênio tópico isolado, sangramento uterino anormal → investigação complementar do endométrio. Risco de TEV: • Via oral aumenta risco de TEV • Estradiol transdérmico não tem sido associada a risco de eventos tromboembólicos • Não aumenta risco de TEV com tibolona • Tipo de progestagênio parece influenciar no risco para TEV, especialmente quando associado ao estrogênio VO. (progesterona micronizada ou didrogesterona → menor risco que outros progestagenios) • História de TEV prévio = contraindicação a TH oral. • Estrogênio por via vaginal não aumenta risco de TEV. Duração da TH: • Individualizada → preferência da paciente e equilíbrio entre risco e benefício • Suspensão da TH: ✓ Retorno da sintomatologia climatérica em 50% das mulheres. ✓ Perda de massa óssea e possível aumento do risco de doenças cardiovasculares no primeiro ano da descontinuação. ✓ Aumento de risco não persiste a partir do segundo ano da descontinuação. • Estrogênio isolado = maior flexibilidade no tempo de utilização. • Não existem evidências de que a suspensão gradativa da TH oferece maior benefício com relação a melhora da sintomatologia climatérica ou retorno ao uso da TH quando comparada a descontinuação imediata. • Não existe definição para duração máxima obrigatória para a TH ou idade máxima na qual a TH deva ser suspensa. Contraindicações absolutas: • CA de mama • Endométrio • Doença trombótica ou tromboembólica venosa. HEMOFILIAS Hemostasia: • Mecanismo eficiente e rápido para estancar o sangramento de lesão vascular é essencial para sobrevivência. • Entretanto a resposta deve ser controlada para evitar coágulos. Hemostasia: • Plaquetas • Fatores de coagulação • Inibidores de coagulação • Sistema fibrinolítico • Vasos sanguíneos Estruturas das plaquetas: • As glicoproteínas do revestimento da superfície da plaqueta são importante para adesão e agregação plaquetária • Adesão ao colágeno: GP Ia • Ligação ao fator de Von Willebrand: GP Ib • Agregação plaquetária: GP IIb/IIIa Plaquetas: • Produzida pelo megacariócito • Regulada pela trombopoetina • 1/3 das plaquetas produzidas pela medula pode ser retido no baço. Vias: • Via intrínseca: TTPA → XII, XI, IX, VIII • Via extrínseca: TP → VII Cascata da coagulação: • Envolve um sistema biológico de ativação em sequência, por proteólise, uma cascata de proteínas precursoras circulantes – formação de TROMBINA • Converte o FIBRINOGÊNIO solúvel em FIBRINA • A fibrina infiltra os agregados de plaquetas nos locais de lesão vascular e converte em tampões hemostáticos firmes. Lesão endotelial → Exposição de colágeno – fator tecidual → Plaqueta se liga ao colágeno – GP Ia – adesão → Fator de Von Willebrand estabiliza a ligação – GP Ib95 → Agregação – plaqueta + plaqueta – GP IIb/IIIa Teste de funções hemostáticas: • Hemograma completo • Plaqueta fônio • Tempo de protrombina – TAP ou RNI • TTPA • Teste de mistura • Dosagens específicas de fatores de coagulação HEMOFILIA A: • Deficiência de fator VIII • Mais comum das deficiências hereditárias de fatores da coagulação • Herança ligada ao sexo (cromossomo X) • Até 1/3 não tem histórico familiar, doença resulta em mutação recente. • Achados laboratoriais: ✓ TTPA alargado (correção com teste de mistura) ✓ Dosagem de fator VIII – diminuído ✓ TAP é normal • Características clínicas: ✓ Maioria dos casos são homens. As mulheres são apenas portadoras. ✓ Atividade do fator: ▪ < 1: Hemofilia grave – Episódios frequentes de sangramento espontâneo em articulações, músculos e órgãos internos, já no início da vida. Deformidades articulares e invalidez, se não for prevenida ou tratada de forma adequada. ▪ 1-5: Hemofilia moderada – Sangramento após traumatismos. Episódios ocasionais de sangramento espontâneo. ▪ > 5: Hemofilia leve – Sangramento somente após traumatismo significativo e cirurgia. • Quadro clínico: ✓ Gravidade é inversamente proporcional a quantidade de fator VIII ✓ Sangramentos articulares, musculares. ✓ Espontâneos ✓ Aumentados após trauma e procedimentos • Tratamento: ✓ Nos países desenvolvidos a maioria dos pacientes é atendido em centros especializados – HEMOMINAS • Episódios de sangramento são tratados com reposição de fator VIII. • Tratamento profilático: ✓ A menor suspeita de sangramento a criança hemofílica pode ser tratada em casa. ✓ Diminuiu a ocorrência de hemartrose incapacitante e a necessidade de internação. ✓ Após 1º episódio de hemartrose espontânea – 3x na semana – manter fator VIII > 1% ✓ Vida quase normal. HEMOFILIA B – DOENÇA DE CHRISTMAS: • Deficiência de fator IX • Herança e aspectos clínicos da deficiência de fator IX são idênticos aos da hemofilia A. as 2 doenças só podem ser diferenciadas pelos testes específicos da coagulação. • Menor incidência • Achados laboratoriais: ✓ TTPA alargado (correção com teste de mistura) ✓ Dosagem de fator IX – diminuído ✓ TAP é normal PÚRPURA TROMBOCITOPENICA Purpura trombocitopênica imunológica – Trombocitopenia Primária Imune: • Doença frequente. • Produção de autoanticorpos dirigidos contra proteínas da membrana plaquetária, principalmente os complexos GPIIb-IIIa, GPIb-IX, GPIa-IIa. • Destruição direta das plaquetas – raro diminuição da produção na medula. • PTI clássica ou autoimune crônica (3ª e 4ª década, mulheres) • PTI aguda (infância, ambos sexos, infecção viral ou vacina). • PTI secundária • Classificação: ✓ Aguda: até 3 meses. ✓ Persistente: 3-12 meses ✓ Crônica: > 12 meses. • Diagnostico: ✓ Quadro clínico: sangramento (hematúria, metrorragia, TGI, SNC) ✓ Presença de esplenomegalia faz pensar em outras causas ✓ Exclusão. • Hemograma: ✓ Intensa trombocitopenia – usualmente < 5.000 ✓ Pode haver anemia em caso de hemorragia ✓ Síndrome de Evans (Anemia hemolítica autoimune + PTI) • Tratamento: ✓ Corticoides – Prednisona 1 a 2 mg/kg – resposta média em 4 a 6 semanas (pulsoterapia) ✓ Sempre fazer profilaxia para estrongiloidíase disseminada ✓ Imunoglobulina alta dose – 400 a 1000 mg/kg por 2 a 5 dias consecutivos – transitória ✓Esplenectomia ✓ Outros: azatioprina, ciclofosfamida, vincristina, rituximabe, danazol. Agonistas da trombopoetina (Romiplostin, Eltrombopag). Púrpura Trombocitopênica Trombótica: • Deficiência de ADAMTS13 (proteína que cliva o fator de von willerbrand em pedaços menores). Quando essa proteína não funciona, o FVW fica grande e aumenta sua função, então ele passa a fazer mais agregação plaquetária, que vai gerar uma trombose vascular. • Hereditária (mutações) • Adquirida (autoanticorpo IgG inibidor – pode ser estimulado por infecções, doenças autoimunes e do tecido conectivo, fármacos) • Fisiopatologia: ✓ Aumento progressivo na agregação plaquetária → Forma trombos – oclusivos → Hemólise microangiopática – esquizócitos • Diagnóstico: ✓ Anemia com presença de esquizócitos + Trombocitopenia + LDH muito elevado sugerem o diagnóstico – RNI e TTPA sem alterações. ✓ Dosagem de ADAMTS13 ausente ou significativamente reduzida. • Pêntade: ✓ Anemia hemolítica microangiopática + trombocitopenia + IRA + febre + alterações neurológicas. • Tratamento: ✓ Plasmaférese – reposição com plasma ✓ Acompanhamento pelo LDH e plaquetas ✓ Rituximabe, corticoide, imunoglobulina. Azatioprina. ✓ Mortalidade 90% dos casos não tratados.
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