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Educação Infantil e famílias uma parceria

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Ally Simas

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Educação Infantil e famílias: uma parceria 
fundamental
Apresentação
A busca pelo aprofundamento do conhecimento requer um exercício dialético, ou seja, reflexão-
ação-reflexão. Considera-se que é pela problematização da realidade e pelo diálogo que o ser 
humano vai, dia após dia, tornando-se singular. E ser um educador requer um espírito 
investigativo e criativo.
Refletir sobre os fatores relacionados à educação e à relação entre família e escola é elemento 
indispensável no processo educativo. A criança, ao ser inserida no espaço escolar, passa a conviver 
em um ambiente que dará continuidade à educação iniciada no lar. Porém, a família não pode 
ausentar-se desse processo, tendo em vista sua significativa importância no desenvolvimento da 
criança. A relação de colaboração entre essas duas instâncias atua como potencializadora do 
trabalho realizado em ambos os contextos.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você estudará sobre as responsabilidades da família e da escola 
na educação da criança de 0 a 5 anos de idade.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir quais as responsabilidades da família e da escola na educação das crianças.•
Reconhecer a importância de uma parceria entre escolas e famílias para uma educação infantil 
de qualidade.
•
Apontar ações que possam ser realizadas para a efetivação da parceria entre escolas de 
educação infantil e famílias.
•
Desafio
A colaboração mútua que deve existir entre escola e família é um elemento indispensável quando 
se busca promover o desenvolvimento integral da criança. Para que isso ocorra, os objetivos e as 
metas de ambas devem estar alinhados, ou seja, as ações de uma instância devem favorecer o 
trabalho de outra.
Imagine que você é professor no Centro Municipal de Educação Infantil Girassol e conduzirá a 
reunião bimestral das três turmas do grupo II (crianças com 3 anos de idade), no mês de abril, na 
própria instituição.
Essa é a primeira reunião anual da instituição e tem como objetivo apresentar o trabalho 
pedagógico desenvolvido com as crianças, os informes gerais da escola e o calendário escolar. A 
escola espera a presença de 45 pais.
1- Cite algumas informações que o Centro Municipal de Educação Infantil Girassol pode 
compartilhar com os pais durante a reunião, além do trabalho pedagógico, dos informes gerais da 
escola e do calendário escolar. 
2- Esse é um excelente momento para trabalhar a relação entre família e escola. De que forma você 
faria isso?
O vídeo 360o abaixo apresenta o cotidiano de uma escola de Educação Infantil, a rotina, a forma de 
interação e acolhimento das professoras e demais profissionais. Ao planejar um encontro 
pedagógico ou reunião com as famílias, você irá apresentar seu trabalho e explicar sobre o 
andamento da rotina. Esse vídeo 360o poderá te ajudar a pensar de que forma você poderia 
contextualizar sua prática pedagógica de maneira dinâmica e reflexiva. Aproveite! 
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://www.imeplayer.com/embed/363637827
Infográfico
Em uma experiência educacional verdadeiramente compartilhada, as escolhas e decisões precisam 
ser feitas com o maior consenso possível e com um profundo respeito pela pluralidade de ideias e 
perspectivas. Ser parceiro da instituição educacional significa acompanhar, compartilhar, questionar 
e auxiliar a instituição educacional no efetivo desenvolvimento da criança.
Tendo ciência disso, acompanhe, neste Infográfico, algumas ações necessárias para fortalecer essa 
parceria.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Conteúdo do Livro
Os principais espaços nos quais as crianças de 0 a 5 anos convivem são, geralmente, a instituição 
de educação infantil e a família. Esta é o primeiro espaço de construção de conhecimento, mas a 
instituição educacional apresenta também um rico contexto socializador, espaço onde a criança 
ascende a novos saberes, relações e emoções.
Embora os contextos (famílias e instituição de educação infantil) sejam distintos, a criança é a 
mesma, e é necessário conduzir ações para favorecer o seu desenvolvimento integral. Por isso, há a 
necessidade de uma relação de troca de experiência, ideias e critérios educativos.
Leia o capítulo Educação infantil e famílias: uma parceria fundamental, da obra A educação infantil e 
a garantia dos direitos fundamentais da infância, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, e 
compreenda mais sobre a importância de uma parceria eficaz entre a família e a escola para o 
processo de ensino-aprendizagem.
Boa leitura.
A EDUCAÇÃO 
INFANTIL E A 
GARANTIA DOS 
DIREITOS 
FUNDAMENTAIS 
DA INFÂNCIA
Ana Keli Moletta
Educação infantil e famílias: 
uma parceria fundamental
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir as responsabilidades da família e da escola para com a edu-
cação das crianças.
  Reconhecer a importância de uma parceria entre escolas e famílias 
para uma educação infantil de qualidade.
  Apontar ações que possam ser realizadas para a efetivação da parceria 
entre escolas de educação infantil e famílias.
Introdução
A educação das crianças menores de cinco anos envolve duas instituições 
de extrema importância: a família e a escola. O elo entre elas é fundamental 
para o desenvolvimento físico, social, afetivo e intelectual das crianças. 
Contudo, essa rede de interação na qual a criança está inserida leva ao 
questionamento sobre o que é comum e o que é específico no trabalho 
da família e no da escola. Embora ambas guardem particularidades, 
elas comungam de um mesmo objetivo: o desenvolvimento integral 
da criança.
Neste capítulo, você vai aprender a respeito da parceria entre família 
e escola. Como você vai ver, esse é um assunto muito interessante re-
lacionado ao cotidiano das instituições que se dedicam ao cuidado e à 
educação das crianças menores de cinco anos.
Educação da criança:
de quem é a responsabilidade?
A defi nição e o reconhecimento da educação infantil como direito da criança, 
opção da família e dever do Estado têm seu marco na Constituição Federal 
de 1988. Além de estar contida nesse dispositivo legal, tal obrigatoriedade 
de atendimento é também estabelecida no Estatuto da Criança e do Adoles-
cente (BRASIL, 1990) e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(BRASIL, 1996).
Esses documentos afirmam que a educação infantil, primeira etapa da 
educação básica, tem por finalidade o desenvolvimento integral da criança 
de até cinco anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e 
social, complementando a ação da família e da comunidade.
De acordo com o dicionário Aurélio, o termo “complementar” pode ser 
compreendido enquanto complemento, como algo que completa, que se junta. 
Ou seja, ele dá a ideia de algo que pode ser acrescido, alimentado, ampliado 
(FERREIRA, 2010).
As três instâncias: criança, família e escola
O que signifi ca cada uma dessas instâncias? A seguir, você pode conhecer 
melhor cada uma delas a partir do que estabelecem a Constituição Federal 
(BRASIL, 1988), o Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990), 
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996), as Dire-
trizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2009) e a 
Base Nacional Comum Curricular para a Educação Infantil (BRASIL, 2017).
Criança
É um sujeito histórico e social que faz parte de uma organização familiar, 
inserida em determinada sociedade, cultura e momento histórico. O conceito 
de criança tem passado, ao longo dos anos, por modifi cações, fato perceptível 
na literatura da área, bem como nos documentos elaborados pelo Ministério 
da Educação e Cultura (MEC).
Ao longo deste texto, você vai ver alguns documentos oficiais que trazem 
a concepção de criança em diferentes momentos históricos. Considere, pri-
meiro, o Parecer 022/1998, que trata das Diretrizes CurricularesNacionais 
para a Educação Infantil (DCNEI) (BRASIL, 1998a). De acordo com esse 
Educação infantil e famílias: uma parceria fundamental2
documento, crianças são seres humanos portadores de todas as melhores 
potencialidades da espécie:
— inteligentes, curiosas, animadas, brincalhonas, em busca de relacionamentos 
gratificantes, pois descobertas, entendimento, afeto, amor, brincadeira, bom 
humor e segurança trazem bem-estar e felicidade;
— tagarelas, desvendando todos os sentidos e significados das múltiplas 
linguagens de comunicação, por onde a vida se explica; 
— inquietas, pois tudo deve ser descoberto e compreendido, num mundo que 
é sempre novo a cada manhã; 
— encantadas, fascinadas, solidárias e cooperativas desde que o contexto 
a seu redor e, principalmente, nós adultos/educadores, saibamos responder, 
provocar e apoiar o encantamento, a fascinação, que levam ao conhecimento, 
à generosidade e à participação (BRASIL, 1998a, documento on-line).
Nessa mesma vertente, o Referencial Curricular Nacional para a Educação 
Infantil (RCNEI) destaca que a criança, como todo ser humano, é um sujeito 
social e histórico. Ela faz parte de uma organização familiar que está inserida 
em uma sociedade, com determinada cultura, em determinado momento 
histórico. Veja:
[...] As crianças possuem uma natureza singular, que as caracteriza como seres 
que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio. Nas interações que 
estabelecem desde cedo com as pessoas que lhe são próximas e com o meio 
que as circunda, as crianças revelam seu esforço para compreender o mundo 
em que vivem, as relações contraditórias que presenciam e, por meio das 
brincadeiras, explicitam as condições de vida a que estão submetidas e seus 
anseios e desejos (BRASIL, 1998b, p. 21).
Como você pode notar, a forma de se compreender a criança vai se alte-
rando e se complementando a cada nova reflexão. De acordo com o Parecer 
020/2009, que trata da revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para a 
Educação Infantil, a criança é um:
[...] sujeito histórico e de direitos que se desenvolve nas interações, relações e 
práticas cotidianas a ela disponibilizadas e por ela estabelecidas com adultos 
e crianças de diferentes idades nos grupos e contextos culturais nos quais se 
insere. Nessas condições ela faz amizades, brinca com água ou terra, faz de 
conta, deseja, aprende, conversa, experimenta, questiona, constrói sentidos 
sobre o mundo e suas identidades pessoal e coletiva, produzindo cultura 
(BRASIL, 2009, p. 7).
3Educação infantil e famílias: uma parceria fundamental
Já a Resolução nº 5 de 2009, que fixa as atuais Diretrizes Curriculares 
Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2009), considera a criança 
“[...] um sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas 
cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, 
imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e 
constrói sentimentos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura [...]” 
(BRASIL, 2009, p. 14).
Resumidamente, você pode conceber a criança como um ser humano 
único, completo e, ao mesmo tempo, em crescimento e em desenvolvimento 
constantes. Ela é completa porque tem características necessárias para ser 
considerada como tal: constituição física, formas de agir, pensar e sentir. Por 
outro lado, está em desenvolvimento porque seu corpo está continuamente 
sofrendo transformações, seja no plano físico ou psicológico, pois um depende 
do outro.
A criança possui uma natureza singular que a caracteriza como um ser 
que sente e pensa o mundo e no mundo. É um sujeito que, nas interações que 
estabelece com as pessoas e com o meio que o circunda, experimenta cultura, 
significa tal cultura e interpreta o mundo.
Família
É o primeiro grupo de pessoas com quem a criança se relaciona no início da 
sua vida. Nesse grupo, cada integrante ocupa uma posição, possui caracterís-
ticas próprias e desempenha papéis específi cos. As diferentes situações nas 
quais a criança interage oferecem a ela um repertório de valores, crenças e 
conhecimentos inscritos e considerados naquele determinado espaço social.
Nesse sentido, qual é o papel da família no espaço educacional? Veja o 
que diz o art. 53 do Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990, 
documento on-line): “É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo 
pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais [...]”.
Já a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996, 
documento on-line) esclarece:
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as 
do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: 
VI – Articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de 
integração da sociedade com a escola; 
Educação infantil e famílias: uma parceria fundamental4
VII – Informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o caso, 
os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem como 
sobre a execução da proposta pedagógica da escola.
Em síntese, o papel da família na escola é o de facilitar, complementar e 
ampliar as experiências educacionais da criança.
Escola
O termo “escola” é derivado do grego skholé, que signifi ca descanso, ócio 
dedicado ao estudo, à meditação e à contemplação do saber (episteme). Schola, 
do latim, remete a uma ocupação literária, lição, curso, lugar onde se ensina. 
A escola é o espaço de excelência em que se cumprem as funções de educação 
e aprendizagem dos conhecimentos historicamente construídos.
Ela é um espaço repleto de interações, que trabalha de maneira formal, 
intencional e planejada. Porém, você deve notar que a escola nem sempre foi 
como é hoje. Ao longo dos anos, ela foi se transformando e se adequando às 
necessidades de cada sociedade. Atualmente, ela tem se inserido cada vez 
mais cedo na rotina das crianças como um dos lugares de complemento das 
aprendizagens familiares.
No centro do processo está a criança, sujeito que participa dos outros dois 
espaços, objeto de atenção e cuidado de ambas, ponto comum entre elas. Para 
que haja fluidez no esquema, é imprescindível o caráter de complementaridade 
entre os envolvidos nesse processo. Duas questões são primordiais: o respeito 
e o diálogo. Eles possibilitam às famílias uma participação mais ativa na 
proposta educativa da escola. Essa relação pode influenciar positivamente 
uma educação de qualidade.
No link a seguir, você pode conferir um vídeo sobre a relação entre a escola e a família 
na educação infantil.
https://goo.gl/nuwTvg
5Educação infantil e famílias: uma parceria fundamental
Parceria com as famílias
O contato entre a família e a escola é primordial quando se busca uma educação 
de qualidade para as crianças. Essa relação, que deve ser zelada, permite que 
ambas compartilhem informações sobre a criança, seu desenvolvimento físico 
e intelectual, suas necessidades, preferências, expectativas e anseios. Bassedas, 
Huguet e Solé (1999) esclarecem que a relação entre família e escola deve 
concretizar o objetivo de compartilhar a ação educativa em alguns âmbitos. 
Entre esses âmbitos, as autoras mencionam os listados a seguir.
  Conhecimento sobre a criança: os professores precisam conhecer a 
criança, seus ritmos, a relação que estabelece com outras pessoas, o que 
lhe agrada e o que não lhe agrada, etc. Para as autoras, essas informações 
são frequentemente obtidas na entrevista inicial da escola. Porém, se por 
algum motivo isso não ocorreu, cabe ao professor organizar momentos 
para que a troca de informações se efetive.
  Critérios educativos comuns: de acordo com Bassedas, Huguet e 
Solé (1999, p. 287), “Uma condição prévia para combinar estratégias 
de intervenção em relação à criança consiste, precisamente, em entrar 
em acordo na interpretação que fazemos da conduta que nos preocupa 
[...]”. Isso significa que estabelecer determinados acordos favorece a 
transição da criança de umcontexto ao outro, ou seja, da família para a 
escola e vice-versa. A coerência entre o que as duas instituições pedem 
ou não à criança favorece o seu desenvolvimento.
  Modelos de intervenção e relação com as crianças: muitas relações 
que a criança estabelece na escola são distintas das que ocorrem na 
família. Essas novas aquisições permitem a ela desenvolver novas 
maneiras de ser, de fazer e de relacionar-se. Abrir as portas da escola 
para que a família observe a construção desses saberes permite que os 
pais percebam novos modos de se relacionar com seus filhos.
  Conhecimento da função educativa da escola: infelizmente, ainda 
persiste a ideia de que as crianças de 0 a 5 anos vão para a educação 
infantil apenas para brincar ou passar o tempo. Nessa concepção, o 
Educação infantil e famílias: uma parceria fundamental6
professor não parece ter muita relevância, não é? Por isso, é imprescin-
dível que as famílias conheçam e valorizem o trabalho que se realiza 
no espaço escolar.
A parceria entre a família e a escola demanda cuidados. Cada família tem 
suas particularidades e possui determinada estrutura, com normas e maneiras 
que dirigem o modo como seus membros se relacionam entre si e com os outros. 
É essa diversidade que deve ser acolhida e valorizada no espaço escolar. É 
por meio dela que se podem desenvolver ações incríveis, no sentido de fazer 
com que os alunos e toda a comunidade percebam a grandeza das distintas 
maneiras de conhecer, significar e interpretar o mundo.
Cabe, portanto, à escola estabelecer um diálogo aberto com as famílias, 
considerando-as parceiras e interlocutoras no processo educativo. A promoção 
do diálogo e da escuta cotidiana das famílias, o respeito e a valorização de suas 
formas de organização, assim como o estabelecimento de uma relação efetiva 
com a comunidade local, garantem uma gestão democrática e a consideração 
dos saberes da comunidade.
Escola e família devem perceber que ambas comungam do mesmo ob-
jetivo: fazer a criança se desenvolver em todos os aspectos e ter sucesso na 
aprendizagem. Nessa parceria, a escola tem como tarefa criar situações que 
levem a família a participar assiduamente da vida estudantil dos seus filhos, 
de forma que as práticas e culturas familiares estejam adaptadas às práticas 
escolares. Nessa dinâmica de interação, a comunicação entre família e escola 
deve virar rotina.
O primeiro passo para que essa parceria ocorra é a compreensão de que 
os muros que cercam a instituição educacional não são barreiras. A escola é 
um espaço de participação e de promoção da cidadania. A criança, objeto de 
atenção das duas instâncias, é uma só. Para o seu desenvolvimento e o seu 
bem-estar, é preciso comunicação e troca de informação.
No Quadro 1, você pode ver elementos para refletir sobre a importância 
da cooperação entre família e escola. As relações devem ser aprofundadas, 
permanentes e articuladas, favorecendo a comunicação. Esse é um fator im-
prescindível, embora ainda seja um desafio aos sistemas de ensino.
7Educação infantil e famílias: uma parceria fundamental
Quanto mais... a família for chamada a 
participar do cotidiano 
educacional...
... melhor será sua 
relação com a escola.
Quanto mais... coerente for a 
mensagem passada 
à criança...
... melhor será a sua 
aprendizagem.
Quanto mais... a escola e a família 
trabalharem de forma 
cooperativa...
... melhor será o 
desenvolvimento 
da criança, objeto 
de atenção das 
duas instituições.
Quadro 1. Importância da cooperação entre família e escola
Família e instituição de educação infantil:
uma aliança necessária
De acordo com o dicionário Aurélio, “aliança” signifi ca: união, acordo, relação 
entre indivíduos (FERREIRA, 2010). Essa aliança tão almejada entre família 
e escola resulta de uma postura democrática e participativa por parte das duas 
instituições. Para que essa relação de cumplicidade ocorra, a escola deve 
dispor de diferentes canais de comunicação, e a família deve estar aberta a 
essa possibilidade.
A integração, termo que em sua acepção significa “tornar inteiro, comple-
tar”, pode contribuir para o bom andamento do trabalho realizado na escola. 
Braga (2003) apresenta o relato de uma professora a respeito do assunto. Veja:
[...] no momento que elas tavam falando (as mães), como é que eu vou dizer, 
vamos supor, o assunto dos puxões, que elas vieram comentar, a gente, em 
cima disso, tentava trabalhar em sala (com as crianças) a questão da agressi-
vidade. Através da angústia delas (das mães), ou dúvidas sobre determinados 
assuntos, através disso a gente tentava trabalhar em sala essas questões, pra 
tentar melhorar nosso trabalho... então existia uma relação de respeito, de 
confiança e, por isso, acho, existe um complemento, porque tá se buscando, 
tá se trocando, existe uma ajuda mútua (Nívea — professora entrevistada 
em 16/10/02).
Educação infantil e famílias: uma parceria fundamental8
Desenvolver ações de acolhimento para que a família participe ativamente 
do processo educacional do seu filho é uma necessidade quando se deseja 
a formação integral da criança. Porém, essa participação não deve ficar na 
superficialidade, mas se efetivar de forma consciente, ativa e responsável. 
Quando a família e a instituição estão em sintonia, a aprendizagem da criança 
ocorre com fluidez e naturalidade.
No Quadro 2, você pode ver alguns aspectos importantes sobre a parceria 
entre a família e a instituição educacional.
Fonte: Adaptado de Bassodas, Huguet e Solé (1999).
Respeitar a individualidade: não existem duas famílias iguais e convém não ter 
esquemas rígidos sobre o “modelo” familiar.
Estabelecer critérios educativos: ajustes entre as duas instâncias (família e escola) 
promovem o bem-estar de ambas.
Agregar experiências e saberes: a relação entre a família e a escola pode ser 
enriquecida pela interação com diferentes profissionais.
Aproximar contextos: o contato entre a escola e a família pode transcender o nível 
de exigência administrativa para converter-se em um instrumento que melhore e 
facilite a tarefa educativa de ambas.
Compartilhar visões: é interessante intercambiar representações entre família e 
instituição educacional, propor hipóteses e esclarecer dúvidas.
Oportunizar a comunicação entre as duas instâncias: é possível proporcionar 
situações para que a família compreenda a função educativa da instituição.
Quadro 2. Parceria entre a família e a instituição educacional.
Família e instituição educacional devem aproveitar ao máximo as pos-
sibilidades de estreitamento de relações. O ajuste entre elas é um elemento 
facilitador de aprendizagens e de formação da cidadania. A concretiza-
ção positiva de experiências cria, nas duas instituições, uma cultura de 
participação.
9Educação infantil e famílias: uma parceria fundamental
De acordo com Bassedas, Huguet e Solé (1999), algumas questões devem ser considera-
das ao se convocar os pais ou responsáveis para uma entrevista ou reunião. Veja a seguir.
  Essa reunião é realmente necessária? — Precisa haver clareza no motivo.
  Quem se convoca? Vai ser convocado um ou mais membros da família?
  O que será feito? Quanto tempo deve durar? — Deve haver planejamento.
  Onde será realizada a entrevista/conversa? — O local deve ser adequado ao assunto.
  Qual será a ambientação e o clima da entrevista? — Alguns itens devem ser ob-
servados. Os aspectos sutis podem ter grande peso nesse momento, tais como: 
disposição das cadeiras e mesas, atitude tranquila e aberta do professor, respeito 
à fala dos interlocutores, entre outros.
BASSEDAS, E.; HUGUET, T.; SOLÉ, I. Aprender e ensinar na educação infantil. Porto Alegre: 
Artmed, 1999.
BRAGA, A. B. Creche e família: uma relação possível? 2003. 110 f. Dissertação (Mes-
trado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Centro de Ciências 
da Educação, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003. Dispo-
nível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/85007/192323.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 14 out. 2018.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 12 nov. 
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BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do 
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BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Conselho Nacional de Educação. Pa-
recer nº CEB 20/2009. 2009. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/
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Educação infantil e famílias: uma parceria fundamental10
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2017. 
Disponível em: <http://por tal .mec.gov.br/ index.php?option=com_
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-2&category_slug=dezembro-2017-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 12 nov. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação 
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RESCNE005_2009.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer nº CEB 022/98. 
1998a. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/1998/pceb022_98.
pdf>. Acesso em: 12 nov. 2018.
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Brasília: MEC, 1998b.
FERREIRA, A. B. H. Dicionário Aurélio da língua portuguesa. 5. ed. Curitiba: Positivo, 2010.
Leituras recomendadas
ALMEIDA, L. C.; FERRAROTTO, L.; MALAVASI, M. M. S. Escola vista de fora: o que di-
zem as famílias? Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 42, n. 2, p. 649-671, jun. 2017. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-
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EDWARDS, C.; GANDINI, L.; FORMAN, G. As cem linguagens da criança: a abordagem de 
Reggio Emilia na educação da primeira infância. Porto Alegre: Artmed, 1999.
GARCIA, H. H. G. O.; MACEDO, L. Reuniões de pais na educação infantil: modos de ges-
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<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15742011000100011&ln
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-15742015000300652&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 12 nov. 2018.
11Educação infantil e famílias: uma parceria fundamental
Conteúdo:
Dica do Professor
Cada vez mais as crianças vivem e convivem com uma grande variedade de arranjos familiares, fato 
que impulsiona os educadores a criar condições, ambientes e atividades favoráveis para o 
desenvolvimento integral da criança, objetivo (e desejo) comum de ambas as instituições.
Assista ao vídeo desta Dica do Professor, para compreender a importância em considerar essa 
diversidade (diferentes arranjos familiares) no dia a dia das instituições de educação infantil.
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Exercícios
1) Um pai chega até a escola para verificar o desempenho escolar do seu filho. A pedagoga 
informa da impossibilidade de passar informações sobre a criança e alerta que, se necessário, 
a escola entra em contato com a família do aluno. Diante da situação apresentada, assinale a 
alternativa correta.
A) A escola é livre para passar ou não informações sobre os alunos.
B) É direito de pais ou responsáveis participar das decisões educacionais que envolvem seus 
filhos.
C) A escola está respeitando o art. 53, parágrafo único, do Estatuto da Criança e do Adolescente.
D) O desempenho escolar dos alunos é assunto exclusivo da escola.
E) Permitir que pais ou responsáveis participem da definição das propostas educacionais é uma 
ação benevolente da escola.
2) De acordo com o art. 12 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, os 
estabelecimentos de ensino têm a incumbência de articular com as famílias e a comunidade, 
criando processos de integração da sociedade com a escola. Sabendo disso, marque a 
alternativa correta. 
A) A participação das famílias na escola e a postura aberta ao diálogo é uma opção da escola.
B) A participação dos pais na escola deve ficar na superficialidade, pois, quanto mais aberta for a 
proposta, mais ações contraditórias a escola terá que enfrentar.
C) A parceria entre família e escola não agrega valor à educação da criança.
D) O cotidiano educacional não admite interferências, tampouco parcerias.
E) Desenvolver ações de acolhimento para que a família participe ativamente do processo 
educacional é uma ação necessária.
O cenário das famílias tem se modificado ao longo de nossa história. A constituição do 
modelo ideal de família, entendida como mãe, pai e filhos, já não é vista como a única forma 
3) 
válida. Sabendo que as escolas compreendem um público heterogêneo de alunos e pais que 
convivem em um mesmo espaço físico diariamente, assinale a alternativa correta. 
A) Tentar considerar as diferentes formas de organização familiar na proposta pedagógica da 
escola é uma insensatez.
B) Embora existam distintas maneiras de ser e constituir uma família, a escola deve preservar o 
modelo hegemônico, ou seja, o ideal.
C) Família é da ordem da natureza, não devemos compreendê-la como de ordem social 
construída.
D) Estar aberto à diversidade é uma opção da escola, sendo que essa não interfere no 
aprendizado do aluno.
E) A escola, enquanto uma instituição educativa, deve estar aberta e romper com os padrões 
estereotipados das distintas maneiras de ser e de viver em família.
4) Com relação à responsabilidade da família e da escola na educação das crianças menores de 
cinco anos, assinale a alternativa correta.
A) Família e escola exercem ação complementar entre si.
B) O papel da escola limita-se à transmissão do conhecimento formal.
C) Família e escola não precisam trabalhar em conjunto, pois são instituições distintas.
D) O apoio dos pais na educação formal da criança é uma ação a ser evitada.
E) Os hábitos, valores e comportamentos são responsabilidades unicamente da família.
5) A clareza nas informações prestadas é essencial em qualquer comunicação. Na escola, os 
diferentes canais de comunicação são aliados na parceria com a família. Sabendo disso, 
assinale a alternativa correta. 
A) A comunicação entre escola e família deve ser realizada apenas na chegada e saída dos 
alunos, pois comunicação em excesso pode provocar ruídos e um manejo ineficiente.
B) A comunicação entre família e escola deve estar baseada na igualdade, no respeito, na 
tolerância e na maneira simples, porém eficiente, de conduzir essa relação.
C) A linguagem escrita (bilhetes) é uma forma de comunicação ultrapassada e que deve ser 
evitada, pois é sabido que, em geral, os pais não se atêm aos bilhetes enviados pela escola.
D) Nas reuniões realizadas pela escola, os pais devem assumir unicamente o papel de 
espectadores, pois eles têm papel secundário no processo de aprendizagem da criança.
E) É necessário preservar certo distanciamento entre professores e pais para que a família não 
confunda os papéis.
Na prática
O envolvimento entre família e escola é essencial. A família deve acompanhar o desenvolvimentodo seu filho em todo o processo de aprendizagem, participando ativamente das ações promovidas 
pela escola, e garantindo, dessa forma, uma boa integração entre ambas.
Acompanhe, na prática, como essa parceria pode atuar enquanto um suplemento nas ações 
desenvolvidas no interior das instituições de educação infantil.
Saiba mais
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
O compartilhamento da educação das crianças pequenas nas 
instituições de educação infantil
O artigo se fundamenta em um estudo de caso, realizado no período de 2010 a 2011, em um 
centro de educação infantil municipal de São Paulo, sobre o compartilhamento da educação.
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Relação família-escola: peculiaridades, divergências e 
concordâncias no processo ensino-aprendizagem
O artigo discutiu características que permeiam a relação cotidiana entre família e escola, 
compreendendo que a construção do processo de ensino-aprendizagem é perpassada não apenas 
pela escola, mas principalmente pela relação dela com a família.
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Reuniões de pais na educação infantil: modos de gestão
O artigo se fundamenta em um estudo de caso sobre 11 reuniões, realizadas em duas escolas 
municipais de educação infantil de São Paulo.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15742015000300652&lng=pt&nrm=iso
http://educacaopublica.cederj.edu.br/revista/artigos/relacao-familia-escola-peculiaridades-divergencias-e-concordancias-no-processo-ensino-aprendizagem
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Aprender e ensinar na educação infantil
No capítulo Família e escola, Bassedas, Huguet e Solé trazem considerações de ordem psicológica, 
psicopedagógica e sociológica que conferem importância à relação família/escola no 
desenvolvimento das crianças.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15742011000100011&lng=pt&nrm=iso

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