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LLA E LLC - RESUMO PASSEI DIRETO


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Aguda: acontece a mutação e ela evolui rapidamente, forma o 
clone leucêmico/neoplásico (a tríade: imortal, afuncional e 
autônomo. Ou seja, não morre, se governa e não responde a 
estímulos, “se manda, é um adolescente”). Muitas vezes 
quando é feito o diagnóstico a pessoa já está com a doença 
totalmente instalada 
Crônica: acontece o evento cromossômico que dá origem ao 
clone neoplásico, porém se desenvolve de uma maneira 
preguiçosa, lenta e tranquila. 
 
Mesmo mecanismo de instalação da LMA, porém nesse caso a 
célula que vai ser acometida é aquela que vai dar origem aos 
linfócitos. 
A maturação é em outro local, mas a origem é medular, o clone 
e a translocação/inversão, ou seja, o evento genético que vai 
causar essa mutação celular é inicialmente na célula 
progenitora ainda na medula óssea. 
Tem uma instalação muito rápida. 
Substitui o tecido normal pelo canceroso 
 
Definição 
Doença que se caracteriza pelo acúmulo de linfoblastos em 
numerosos órgãos e tecidos, inicialmente é na medula óssea 
que migra posteriormente para o sangue periférico (circulação 
linfática favorece a disseminação) 
 
Incidência 
Tem diferença entra a LLA e LLC, na LLA tem frequência maior 
em crianças, conhecida como leucemia das crianças. 
Normalmente quando se tem crianças com leucemia em 80 –
90% dos casos é LLA. 
Pode acometer de 20 – 15% adultos, e quando ocorre tem mal 
prognóstico, ou seja, evolução muito rápida e muitas vezes 
nem dá chance de ter tratamento devido a agressividade. 
Em crianças também é agressivo, mas como elas normalmente 
não tem comorbidades e a preocupação da mãe com o 
aparecimento de algum sintoma (como cansaço) facilita o 
diagnóstico e tratamento, aumentando chance de cura. 
O pico de incidência é de 2 a 10 anos. 
 
LLA-L1: 85% em crianças e 35% em adultos 
LLA-L2: 14% em crianças e 60% em adultos 
LLA-L3: 1% em crianças e 5% em adultos 
É importante classificar as leucemias para saber o tratamento! 
- Normalmente quando acomete crianças é LLA-L1 e quando 
ocorre em adultos LLA-L2. 
 
Não é totalmente elucidada, mesma etiologia das leucemias 
mieloides ou crônicas. 
O que se tem cientificamente comprovado é que aquelas 
crianças que já têm alguma síndrome genética (Down, Bloom, 
Klinefelter, ou seja, algum comprometimento genético tem 
uma tendencia de 20% a mais de ter LLA. 
Crianças que tenham sido expostas a alguns vírus (ex: Epstein 
Barr) também já são favoráveis de vir a desenvolver leucemia 
Em adultos os fatores ambientais podem ter influência. Estar 
exposto semanalmente/diariamente a esses fatores 
contribuem para o desenvolvimento em adultos. Ex: 
Agrotóxicos, radiações, derivados do benzeno, exposição 
materna 
Exposição materna (como medicamentos durante a gestação) 
 
Os sintomas são idênticos aos da leucemia mielóide aguda. 
Normalmente quando o tecido começa a ter displasia na 
medula óssea e interfere na hematopoese normal a criança 
começa a se sentir mais em decorrência de fraqueza, cansaço 
uma anemia normocítica e normocrômica, pois interfere na 
eritropoiese. 
Quando começa a interferir na leucopoese começa a se ter uma 
neutropenia, a criança fica mais exposta a infecções, febre, 
perda de apetite. 
Sangramentos, epistaxe (sangramento do nariz de grande 
volume devido à falta de plaquetas), (pontinhos petéquias 
roxos na pele) (quando bate e fica bem roxo , equimoses ).
 
A diferença que é marcante nas manifestações clínicas da LLA: 
Normalmente as crianças vão reclamar é de dores ósseas 
intensa, isso porque na criança tem a medula vermelha ou 
proliferativa onde está acontecendo a hematopoese no interior 
de todos os ossos (não só nos de grande calibre como no 
adulto), por isso as reclamações, há o crescimento desses ossos 
com tecido neoplásico se proliferando. 
Adenomegalias cervical generalizada ou que é o aumento de 
órgãos, porque posterior a medula óssea essas células também 
vão migrar para órgãos linfoides secundários aço, linfonodos(b , 
fígado) 
Outra característica marcante é que aqui os linfoblastos não 
tem tropismo pela mucosa gengival, ou seja, na LLA não tem 
hiperplasia gengival, diferente da LMA, onde uma simples 
escovação de dentes pode ter sangramento. 
 
 
 
 
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O primeiro exame vai ser o com presença de hemograma, 
alguns blastos/linfoblastos. 
Em seguida vai ser feito um , onde o hematologista mielograma
vai coletar um aspirado da medula óssea. 
Diagnóstico de LLA quando mais de % das células nucleadas : 20
forem linfoblastos 
 
 
1. A diferenciação é feita através de exames complementares: 
Morfológicos: quais seriam os blastos observados no 
hemograma, muito importante 
Citoquímica: quase em desuso, mas é um exame bem fácil de 
fazer. 
Imunofenotipagem. 
Citogenética: para ver qual é a translocação ou inversão. 
 
2.Critérios de classificação FAB (considera a morfologia): 
LLA-L1: blastos pequenos, núcleo bem regular, cromatina bem 
homogênea, sem nucléolos e citoplasma escasso, ou seja, 
quase tudo núcleo e sem sobra de citoplasma. 
LLA-L2: blastos grandes (facilita ver a diferença entre a L1), 
núcleos irregulares (não é bem redondo), cromatina mais 
heterogênea, mas ainda bem frouxa, pode aparecer 1 ou 2 
nucléolos, citoplasma abundante. 
LLA-L3: é bem fácil de diferenciar, quando acha essa célula já 
pode quase fechar diagnóstico, devido ao Blasto bem 
característico. 
o Blastos pequenos, citoplasma hiperbasofílico, sem nucléolos 
e apresenta múltiplas vacuolizações. 
o Aparece em menos de 3% de todas as leucemias. 
o Tem um péssimo prognóstico, evolução rápida e muito difícil 
um paciente com L3 sobreviver. 
o Muito agressivo e rápido. 
 
Outros critérios foram criados pois a morfologia é muito 
subjetiva, só com ela não é possível diferenciar um blasto 
linfoide de um mieloide. 
 
3.Critérios da OMS. 
É a classificação mais atualizada, leva em consideração a 
imunofenotipagem. Classifica a leucemia em linhagem B ou T. 
Leucemia de células B precursoras. 
Leucemia de células T precursoras. 
Neoplasia de células B imaturas. 
- Subtipo: linfoma/leucemia de Burkit. 
 
 
Fatores associados ao mau Prognóstico 
Idade superior a 30 anos (rápida evolução) 
Sub-tipo L3 
Hiperleucocitose (leucócito elevado superior a 100.000), tanto 
em crianças quanto adultos. O prognóstico é ruim devido ao 
tratamento muito agressivo inicialmente. Esse caso é ruim para 
todas as leucemias (tem possibilidade de invadir o sistema 
nervoso central e apresentar um AVC) 
 
Tratamento 
Mesma situação da LMA. 
Objetivo final vai ser erradicar totalmente o clone 
leucêmico/neoplásico (inclusive nos sítios onde ficam 
alojados). 
Combinação de quimioterápicos, aplicados em ambiente 
hospitalar pois são necessárias medidas de suporte. As doses 
são dadas em dias alternados (dia 1,3, 5,7). 
Inicia com a indução da remissão visando uma remissão parcial 
inicialmente e depois para consolidar uma remissão completa. 
Como vai arrasar com todas as células leucêmicas e as boas 
devem ser feitas medidas de suporte: 
o Antibioticoterapia; 
o Oxigenioterapia; 
o Transfusões sanguíneas de concentrados de leucócitos, 
plaquetas, hemácias. 
O tratamento é agressivo. 
Depois da remissão completa se faz uma manutenção da 
terapia pós-indução. Essa remissão vai sendo monitorada para 
impedir as recidivas. É feito de mês a mês, depois 6 em 6, ano 
em ano, 5 em 5 anos e assim vai indo. 
 
 
 
 
Se tivesse que escolher entre ter uma das leucemias para ter 
a gente teria que escolher a LLC, isso porque é uma leucemia 
tranquila, doença branda até certo ponto. 
É a segundaleucemia mais comum, acomete 30% de toda a 
população mundial. 
É lenta, progressiva, calma. 
Não é um diagnóstico de morte. 
Incidência 
O publico acometido são aqueles com idade superior a 60 anos 
Frequência muito maior em homens, a cada 3 homens para 1 
mulher. 
5 casos a cada 100.000 habitantes anualmente. 
No brasil são 1500 novos casos descobertos a cada ano. 
A boa notícia é que não é uma doença agressiva. 
 
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Etiologia 
É desconhecida. Mesma coisa de antes, pode ser por fatores 
ambientais, exposição ocupacional. 
Predisposição genética maior do que nas outras leucemias 
(ex: se meus avós tiverem ou meus pais, a chance de eu ter 
também é grande) 
 
 
Quase 90% dos casos é a mesma situação, acontece uma 
lesão no DNA de um linfoblasto, quase sempre o linfoblasto 
B (lyn B), 80% no gene ZAP70, outros ainda deleção do 11 
(q22-23) que é o gene ATM. 
Pode ter lesão também no gene P53, cromossomo 17. No 
gene da apoptose 
Acontece a deleção/translocação que vai tornar esse 
linfoblasto (clone imortal, afuncional e autônomo 
neoplásico). 
A principal diferença da leucemia crônica para a aguda (tanto 
linfoide como mielóide é que na crônica não perde a ) 
capacidade maturativa ou seja, acontece essa mutação , 
quando é linfoblasto, passa pró linfócito e vai amadurecer e 
tornar-se um linfócito maduro (nesse caso o clone 
neoplásico, aquele que se governa, não morre e ainda é 
afuncional). Continua seguindo sua maturação, o que não 
acontece na aguda onde se tem bloqueio . 
Só que essa progressão é lenta, é uma doença acumulativa e 
não proliferativa. 
Em 5/10 anos a LLC vai se tornando uma doença acumulativa 
e não proliferativa (na LLA prolifera muito rápido). 
Como não perde a capacidade maturativa os linfócitos 
maduros que são clones neoplásicos (não funcionam) vão se 
acumulando nos órgãos linfoides secundários. 
Prejuízo na hematopoese só no final da doença (depois de 
muitos anos de acumulação) 
A doença começa nos linfócitos B que estão na medula óssea 
e vão evoluindo e migrando para a corrente sanguínea 
circulação linfática  se alojam no baço, principalmente nos 
linfonodos, fígado. 
 
 
Como é lenta e progressiva não vai ter a mesma 
manifestação clínica de impedir a hematopoese normal, pois 
ela se desloca da medula óssea. Primeiro assintomático 
A principal manifestação vai ser adenomegalia, 
especialmente nos linfonodos. Acúmulo de 10/15 anos de 
linfócitos que só vão estar ali para “encher” o órgão, já que 
não tem mais função. 
Os vovôs começam a reclamar de ínguas, que são 
linfonodomegalias (aumento dos linfonodos), os axilares, 
cervicais. O órgão aumenta de tamanho e se torna palpável. 
Como é uma doença lenta as manifestações em sua maioria 
são inaparentes e inespecíficas: falta de ar, cansaço a 
exercícios físicos, emagrecimento não muito evidente, 
infecções na pele, pulmões por causa da falta de imunidade, 
já que os linfócitos B ficam com esses clones neoplásicos. 
O diagnóstico normalmente vai ser feito numa consulta de 
rotina no geriatra, num hemograma com vários linfócitos 
maduros com morfologia normal. 
 
Hemograma 
Linfocitose absoluta e relativa. 
Vai ter uma leucocitose às custas de uma linfocitose, só 
linfócitos, não sendo normal para adultos, o normal seria 60-
70% de neutrófilos, 30-40% de linfócitos. 
Quando se observa uma contagem relativa de 70% de 
linfócitos em um paciente de 60 anos pode desconfiar de LLC. 
Normalmente crianças possuem linfocitose e quando crescem 
há uma reversão para neutrófila (e isso permanece pelo resto 
da vida, por isso desconfiamos de LLC quando apresenta 
linfocitose), nenhuma infecção viral pode fazer essa inversão 
Contagem relativa acima de 10.000mm³ (40.000). 
No hemograma esses linfócitos vão se mostrar idênticos aos 
normais (morfoligicamente) não consegue diferenciar um , 
clone neoplásico de um linfócito normal . 
O problema é que essa é uma doença cumulativa, onde esses 
clones neoplásicos vão se acumulando, ao final quando é feito 
diagnóstico não se tem mais linfócitos normais, só neoplásicos 
e vai ser um paciente que vai ter , ou hipogamaglobulinemia
seja, uma baixa na imunidade devido a baixa produção de 
imunoglobulinas. 
Plaquetopenia que normalmente não aparece, mas quando 
aparece já é sinal de mau prognóstico (avanço da doença). 
Quando tem plaquetopenia instalada deve verificar a medula 
óssea, muitos anos de instalação da doença provavelmente a 
medula já vai estar tomada. Lembrando que inicialmente essa 
é uma doença que não faz displasia da medula óssea, pois os 
linfócitos se diferenciam e migram para os órgãos linfoides 
secundários, tanto que no diagnóstico não tem uma medula 
com displasia, e sim órgãos como baço e linfonodos 
hiperplásicos ou até aumentados de volume. 
25% dos pacientes fazem anemia hemolítica autoimune, é 
uma complicação que acontece em parte desses pacientes que 
tem LLC. Chega a uma certa altura da progressão da doença 
que esses linfócitos neoplásicos não têm função, mas nesses 
25% eles começam a reconhecer eritrócitos e plaquetas como 
estranhos e vão produzindo anticorpos contra, tendo baixas. 
Dependendo da debilidade do paciente ele pode ir a óbito por 
essa anemia. Pode ter também hepatoesplenomegalia
(aumento do baço e fígado, por conta dos linfócitos b não 
trabalharem). 
 
Lembrar que os públicos são indivíduos com idade elevada, 
logicamente são indivíduos que já tem outras comorbidades e 
que para se avaliar a extensão ou tipo de tratamento que vai 
ser aplicado deve ser considerado l estágio a doença se qua
encontra 
Lembrando que quando consegue diagnosticar a doença já 
tem pelo menos 5/8 anos instalada. 
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Linfocitose: acúmulo de linfócitos leucêmicos na medula 
óssea, baço, fígado, gânglios, linfonodos. 
Linfadenopatia: quais órgãos estão acometidos e ver a 
extensão dessa linfocitose. 
Hepatoesplenomegalia: ver se está associada. 
Anemia: verificar a presença de anemia 
normocítica/normocrômica ou anemia hemolítica 
associada. 
 
 
E = estágio 
É acumulativ: ex.: E1 é linfocitose + linfadenopatia, E4: todos. 
 
 
Importante saber em qual estadiamento está para fazer o 
tratamento correto. 
 
 
Não é utilizada quimioterapia agressiva. 
Se for dado uma dose de poli quimioterápicos como 
acontece na LLA o paciente vai a óbito devido a idade. 
Verificar o estadiamento e fazer um cálculo. 
 
O objetivo do tratamento é aumentar a sobrevida. 
Não tem cura. 
 
De não são tratados, são somente acompanhadosE0 a E2  , 
pois os efeitos adversos da quimioterapia não compensam. 
O hematologista tenta colocar alguns corticoides ou algo para 
ir de E2 a E1 (E1 para E0 não consegue). 
O ideal é diagnosticar o paciente em E0 e ir fazendo o 
acompanhamento para não ter evolução. 
 
De precisa fazer tratamento específico E3 a E4  . 
E3 é uma anemia hemolítica, deve ser tratada com corticoide. 
Normalmente sempre que a linfocitose for superior a 80.000 
mm³, quando for muito grande assim tem que entrar com 
alguns agentes alquilantes em doses leves, como: clorambucil 
ou fludarabina. 
Pode ser feito também infusão de plaquetas. 
Tudo sempre deve ser feito bem assistido e bem pensado, o 
paciente não visa a cura e sim voltar a involuir um estágio, ir de 
E4 para E3 por exemplo. 
 
A remissão completa ou sucesso no tratamento é definido 
como: 
Conseguir involuir para uma linfometria menor que 4.000mm ³.
A contagem de neutrófilos tem que se manter sempre superior 
a 1.500mm³ para garantir imunidade ao paciente. 
Hemoglobina sempre superior a 11g/dL. 
Plaquetas maior que 100.000mm³.Tentar manter os linfócitos com menos de 30% na medula 
óssea e nos órgão.

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