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Impresso por cicloclinicomed, E-mail medcicloclinico2023@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 19/08/2023, 00:41:02 Aguda: acontece a mutação e ela evolui rapidamente, forma o clone leucêmico/neoplásico (a tríade: imortal, afuncional e autônomo. Ou seja, não morre, se governa e não responde a estímulos, “se manda, é um adolescente”). Muitas vezes quando é feito o diagnóstico a pessoa já está com a doença totalmente instalada Crônica: acontece o evento cromossômico que dá origem ao clone neoplásico, porém se desenvolve de uma maneira preguiçosa, lenta e tranquila. Mesmo mecanismo de instalação da LMA, porém nesse caso a célula que vai ser acometida é aquela que vai dar origem aos linfócitos. A maturação é em outro local, mas a origem é medular, o clone e a translocação/inversão, ou seja, o evento genético que vai causar essa mutação celular é inicialmente na célula progenitora ainda na medula óssea. Tem uma instalação muito rápida. Substitui o tecido normal pelo canceroso Definição Doença que se caracteriza pelo acúmulo de linfoblastos em numerosos órgãos e tecidos, inicialmente é na medula óssea que migra posteriormente para o sangue periférico (circulação linfática favorece a disseminação) Incidência Tem diferença entra a LLA e LLC, na LLA tem frequência maior em crianças, conhecida como leucemia das crianças. Normalmente quando se tem crianças com leucemia em 80 – 90% dos casos é LLA. Pode acometer de 20 – 15% adultos, e quando ocorre tem mal prognóstico, ou seja, evolução muito rápida e muitas vezes nem dá chance de ter tratamento devido a agressividade. Em crianças também é agressivo, mas como elas normalmente não tem comorbidades e a preocupação da mãe com o aparecimento de algum sintoma (como cansaço) facilita o diagnóstico e tratamento, aumentando chance de cura. O pico de incidência é de 2 a 10 anos. LLA-L1: 85% em crianças e 35% em adultos LLA-L2: 14% em crianças e 60% em adultos LLA-L3: 1% em crianças e 5% em adultos É importante classificar as leucemias para saber o tratamento! - Normalmente quando acomete crianças é LLA-L1 e quando ocorre em adultos LLA-L2. Não é totalmente elucidada, mesma etiologia das leucemias mieloides ou crônicas. O que se tem cientificamente comprovado é que aquelas crianças que já têm alguma síndrome genética (Down, Bloom, Klinefelter, ou seja, algum comprometimento genético tem uma tendencia de 20% a mais de ter LLA. Crianças que tenham sido expostas a alguns vírus (ex: Epstein Barr) também já são favoráveis de vir a desenvolver leucemia Em adultos os fatores ambientais podem ter influência. Estar exposto semanalmente/diariamente a esses fatores contribuem para o desenvolvimento em adultos. Ex: Agrotóxicos, radiações, derivados do benzeno, exposição materna Exposição materna (como medicamentos durante a gestação) Os sintomas são idênticos aos da leucemia mielóide aguda. Normalmente quando o tecido começa a ter displasia na medula óssea e interfere na hematopoese normal a criança começa a se sentir mais em decorrência de fraqueza, cansaço uma anemia normocítica e normocrômica, pois interfere na eritropoiese. Quando começa a interferir na leucopoese começa a se ter uma neutropenia, a criança fica mais exposta a infecções, febre, perda de apetite. Sangramentos, epistaxe (sangramento do nariz de grande volume devido à falta de plaquetas), (pontinhos petéquias roxos na pele) (quando bate e fica bem roxo , equimoses ). A diferença que é marcante nas manifestações clínicas da LLA: Normalmente as crianças vão reclamar é de dores ósseas intensa, isso porque na criança tem a medula vermelha ou proliferativa onde está acontecendo a hematopoese no interior de todos os ossos (não só nos de grande calibre como no adulto), por isso as reclamações, há o crescimento desses ossos com tecido neoplásico se proliferando. Adenomegalias cervical generalizada ou que é o aumento de órgãos, porque posterior a medula óssea essas células também vão migrar para órgãos linfoides secundários aço, linfonodos(b , fígado) Outra característica marcante é que aqui os linfoblastos não tem tropismo pela mucosa gengival, ou seja, na LLA não tem hiperplasia gengival, diferente da LMA, onde uma simples escovação de dentes pode ter sangramento. Impresso por cicloclinicomed, E-mail medcicloclinico2023@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 19/08/2023, 00:41:02 O primeiro exame vai ser o com presença de hemograma, alguns blastos/linfoblastos. Em seguida vai ser feito um , onde o hematologista mielograma vai coletar um aspirado da medula óssea. Diagnóstico de LLA quando mais de % das células nucleadas : 20 forem linfoblastos 1. A diferenciação é feita através de exames complementares: Morfológicos: quais seriam os blastos observados no hemograma, muito importante Citoquímica: quase em desuso, mas é um exame bem fácil de fazer. Imunofenotipagem. Citogenética: para ver qual é a translocação ou inversão. 2.Critérios de classificação FAB (considera a morfologia): LLA-L1: blastos pequenos, núcleo bem regular, cromatina bem homogênea, sem nucléolos e citoplasma escasso, ou seja, quase tudo núcleo e sem sobra de citoplasma. LLA-L2: blastos grandes (facilita ver a diferença entre a L1), núcleos irregulares (não é bem redondo), cromatina mais heterogênea, mas ainda bem frouxa, pode aparecer 1 ou 2 nucléolos, citoplasma abundante. LLA-L3: é bem fácil de diferenciar, quando acha essa célula já pode quase fechar diagnóstico, devido ao Blasto bem característico. o Blastos pequenos, citoplasma hiperbasofílico, sem nucléolos e apresenta múltiplas vacuolizações. o Aparece em menos de 3% de todas as leucemias. o Tem um péssimo prognóstico, evolução rápida e muito difícil um paciente com L3 sobreviver. o Muito agressivo e rápido. Outros critérios foram criados pois a morfologia é muito subjetiva, só com ela não é possível diferenciar um blasto linfoide de um mieloide. 3.Critérios da OMS. É a classificação mais atualizada, leva em consideração a imunofenotipagem. Classifica a leucemia em linhagem B ou T. Leucemia de células B precursoras. Leucemia de células T precursoras. Neoplasia de células B imaturas. - Subtipo: linfoma/leucemia de Burkit. Fatores associados ao mau Prognóstico Idade superior a 30 anos (rápida evolução) Sub-tipo L3 Hiperleucocitose (leucócito elevado superior a 100.000), tanto em crianças quanto adultos. O prognóstico é ruim devido ao tratamento muito agressivo inicialmente. Esse caso é ruim para todas as leucemias (tem possibilidade de invadir o sistema nervoso central e apresentar um AVC) Tratamento Mesma situação da LMA. Objetivo final vai ser erradicar totalmente o clone leucêmico/neoplásico (inclusive nos sítios onde ficam alojados). Combinação de quimioterápicos, aplicados em ambiente hospitalar pois são necessárias medidas de suporte. As doses são dadas em dias alternados (dia 1,3, 5,7). Inicia com a indução da remissão visando uma remissão parcial inicialmente e depois para consolidar uma remissão completa. Como vai arrasar com todas as células leucêmicas e as boas devem ser feitas medidas de suporte: o Antibioticoterapia; o Oxigenioterapia; o Transfusões sanguíneas de concentrados de leucócitos, plaquetas, hemácias. O tratamento é agressivo. Depois da remissão completa se faz uma manutenção da terapia pós-indução. Essa remissão vai sendo monitorada para impedir as recidivas. É feito de mês a mês, depois 6 em 6, ano em ano, 5 em 5 anos e assim vai indo. Se tivesse que escolher entre ter uma das leucemias para ter a gente teria que escolher a LLC, isso porque é uma leucemia tranquila, doença branda até certo ponto. É a segundaleucemia mais comum, acomete 30% de toda a população mundial. É lenta, progressiva, calma. Não é um diagnóstico de morte. Incidência O publico acometido são aqueles com idade superior a 60 anos Frequência muito maior em homens, a cada 3 homens para 1 mulher. 5 casos a cada 100.000 habitantes anualmente. No brasil são 1500 novos casos descobertos a cada ano. A boa notícia é que não é uma doença agressiva. Impresso por cicloclinicomed, E-mail medcicloclinico2023@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 19/08/2023, 00:41:02 Etiologia É desconhecida. Mesma coisa de antes, pode ser por fatores ambientais, exposição ocupacional. Predisposição genética maior do que nas outras leucemias (ex: se meus avós tiverem ou meus pais, a chance de eu ter também é grande) Quase 90% dos casos é a mesma situação, acontece uma lesão no DNA de um linfoblasto, quase sempre o linfoblasto B (lyn B), 80% no gene ZAP70, outros ainda deleção do 11 (q22-23) que é o gene ATM. Pode ter lesão também no gene P53, cromossomo 17. No gene da apoptose Acontece a deleção/translocação que vai tornar esse linfoblasto (clone imortal, afuncional e autônomo neoplásico). A principal diferença da leucemia crônica para a aguda (tanto linfoide como mielóide é que na crônica não perde a ) capacidade maturativa ou seja, acontece essa mutação , quando é linfoblasto, passa pró linfócito e vai amadurecer e tornar-se um linfócito maduro (nesse caso o clone neoplásico, aquele que se governa, não morre e ainda é afuncional). Continua seguindo sua maturação, o que não acontece na aguda onde se tem bloqueio . Só que essa progressão é lenta, é uma doença acumulativa e não proliferativa. Em 5/10 anos a LLC vai se tornando uma doença acumulativa e não proliferativa (na LLA prolifera muito rápido). Como não perde a capacidade maturativa os linfócitos maduros que são clones neoplásicos (não funcionam) vão se acumulando nos órgãos linfoides secundários. Prejuízo na hematopoese só no final da doença (depois de muitos anos de acumulação) A doença começa nos linfócitos B que estão na medula óssea e vão evoluindo e migrando para a corrente sanguínea circulação linfática se alojam no baço, principalmente nos linfonodos, fígado. Como é lenta e progressiva não vai ter a mesma manifestação clínica de impedir a hematopoese normal, pois ela se desloca da medula óssea. Primeiro assintomático A principal manifestação vai ser adenomegalia, especialmente nos linfonodos. Acúmulo de 10/15 anos de linfócitos que só vão estar ali para “encher” o órgão, já que não tem mais função. Os vovôs começam a reclamar de ínguas, que são linfonodomegalias (aumento dos linfonodos), os axilares, cervicais. O órgão aumenta de tamanho e se torna palpável. Como é uma doença lenta as manifestações em sua maioria são inaparentes e inespecíficas: falta de ar, cansaço a exercícios físicos, emagrecimento não muito evidente, infecções na pele, pulmões por causa da falta de imunidade, já que os linfócitos B ficam com esses clones neoplásicos. O diagnóstico normalmente vai ser feito numa consulta de rotina no geriatra, num hemograma com vários linfócitos maduros com morfologia normal. Hemograma Linfocitose absoluta e relativa. Vai ter uma leucocitose às custas de uma linfocitose, só linfócitos, não sendo normal para adultos, o normal seria 60- 70% de neutrófilos, 30-40% de linfócitos. Quando se observa uma contagem relativa de 70% de linfócitos em um paciente de 60 anos pode desconfiar de LLC. Normalmente crianças possuem linfocitose e quando crescem há uma reversão para neutrófila (e isso permanece pelo resto da vida, por isso desconfiamos de LLC quando apresenta linfocitose), nenhuma infecção viral pode fazer essa inversão Contagem relativa acima de 10.000mm³ (40.000). No hemograma esses linfócitos vão se mostrar idênticos aos normais (morfoligicamente) não consegue diferenciar um , clone neoplásico de um linfócito normal . O problema é que essa é uma doença cumulativa, onde esses clones neoplásicos vão se acumulando, ao final quando é feito diagnóstico não se tem mais linfócitos normais, só neoplásicos e vai ser um paciente que vai ter , ou hipogamaglobulinemia seja, uma baixa na imunidade devido a baixa produção de imunoglobulinas. Plaquetopenia que normalmente não aparece, mas quando aparece já é sinal de mau prognóstico (avanço da doença). Quando tem plaquetopenia instalada deve verificar a medula óssea, muitos anos de instalação da doença provavelmente a medula já vai estar tomada. Lembrando que inicialmente essa é uma doença que não faz displasia da medula óssea, pois os linfócitos se diferenciam e migram para os órgãos linfoides secundários, tanto que no diagnóstico não tem uma medula com displasia, e sim órgãos como baço e linfonodos hiperplásicos ou até aumentados de volume. 25% dos pacientes fazem anemia hemolítica autoimune, é uma complicação que acontece em parte desses pacientes que tem LLC. Chega a uma certa altura da progressão da doença que esses linfócitos neoplásicos não têm função, mas nesses 25% eles começam a reconhecer eritrócitos e plaquetas como estranhos e vão produzindo anticorpos contra, tendo baixas. Dependendo da debilidade do paciente ele pode ir a óbito por essa anemia. Pode ter também hepatoesplenomegalia (aumento do baço e fígado, por conta dos linfócitos b não trabalharem). Lembrar que os públicos são indivíduos com idade elevada, logicamente são indivíduos que já tem outras comorbidades e que para se avaliar a extensão ou tipo de tratamento que vai ser aplicado deve ser considerado l estágio a doença se qua encontra Lembrando que quando consegue diagnosticar a doença já tem pelo menos 5/8 anos instalada. Impresso por cicloclinicomed, E-mail medcicloclinico2023@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 19/08/2023, 00:41:02 Linfocitose: acúmulo de linfócitos leucêmicos na medula óssea, baço, fígado, gânglios, linfonodos. Linfadenopatia: quais órgãos estão acometidos e ver a extensão dessa linfocitose. Hepatoesplenomegalia: ver se está associada. Anemia: verificar a presença de anemia normocítica/normocrômica ou anemia hemolítica associada. E = estágio É acumulativ: ex.: E1 é linfocitose + linfadenopatia, E4: todos. Importante saber em qual estadiamento está para fazer o tratamento correto. Não é utilizada quimioterapia agressiva. Se for dado uma dose de poli quimioterápicos como acontece na LLA o paciente vai a óbito devido a idade. Verificar o estadiamento e fazer um cálculo. O objetivo do tratamento é aumentar a sobrevida. Não tem cura. De não são tratados, são somente acompanhadosE0 a E2 , pois os efeitos adversos da quimioterapia não compensam. O hematologista tenta colocar alguns corticoides ou algo para ir de E2 a E1 (E1 para E0 não consegue). O ideal é diagnosticar o paciente em E0 e ir fazendo o acompanhamento para não ter evolução. De precisa fazer tratamento específico E3 a E4 . E3 é uma anemia hemolítica, deve ser tratada com corticoide. Normalmente sempre que a linfocitose for superior a 80.000 mm³, quando for muito grande assim tem que entrar com alguns agentes alquilantes em doses leves, como: clorambucil ou fludarabina. Pode ser feito também infusão de plaquetas. Tudo sempre deve ser feito bem assistido e bem pensado, o paciente não visa a cura e sim voltar a involuir um estágio, ir de E4 para E3 por exemplo. A remissão completa ou sucesso no tratamento é definido como: Conseguir involuir para uma linfometria menor que 4.000mm ³. A contagem de neutrófilos tem que se manter sempre superior a 1.500mm³ para garantir imunidade ao paciente. Hemoglobina sempre superior a 11g/dL. Plaquetas maior que 100.000mm³.Tentar manter os linfócitos com menos de 30% na medula óssea e nos órgão.