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Diversidade Cultural e os Patrimônios Históricos da Humanidade APRESENTAÇÃO Uma interpretação formulada no século XIX, sobre a formação histórica do Brasil, segue vigente até os dias de hoje, afirmando que a sociedade brasileira se compôs de três raças – os indígenas, os brancos (europeus) e os negros (africanos) –, e sustentando determinados mitos como a democracia racial – uma coexistência harmoniosa e pacífica na composição étnica brasileira, resultado da miscigenação. Contudo, uma série de trabalhos das mais diferentes áreas do conhecimento tem revisto essa interpretação, ressaltando os ideais de branquitude que nortearam as políticas estatais desde os anos 1800, refletindo diretamente nos estudos sobre a musealização, a patrimonialização e a preservação. O que tem se questionado é se essas iniciativas têm procurado valorizar a diversidade cultural brasileira. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a diversidade cultural brasileira, sua relevância e a riqueza de suas manifestações, bem como o patrimônio histórico e sua contribuição para a formação da identidade. Por fim, você vai aprender como trabalhar a diversidade e o patrimônio no ensino de história. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Discutir a relevância e a riqueza da diversidade cultural brasileira.• Identificar o conceito de patrimônio histórico e a sua importância para a formação da identidade histórica brasileira. • Relacionar o trabalho com a diversidade cultural e o patrimônio da humanidade a partir de temas do ensino de história. • DESAFIO Em setembro de 2018, um incêndio de enormes proporções destruiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro. Grande parte do acervo arqueológico, cultural, etnográfico e histórico foi destruído, representando uma perda inestimável para o Brasil e o mundo. Diversos países manifestaram solidariedade ao governo brasileiro, e se prontificaram em contribuir para a reconstrução do museu e a recomposição de seu acervo. Contudo, muitas autoridades brasileiras manifestaram pouco interesse no episódio, e, nas redes sociais, pôde-se observar pessoas proferindo opiniões, tais como: "o que importa o passado" ou "agora que já queimou, já era". Pensando nesse cenário, coloque-se no papel de professor de uma turma do oitavo ano do Ensino Fundamental e imagine que você está trabalhando o Brasil do século XIX. Seu Desafio, portanto, é explicar o que você faria para despertar nesses alunos uma preocupação e um compromisso com o patrimônio histórico e cultural. INFOGRÁFICO O Brasil tem registrado 14 bens como patrimônio histórico da humanidade, segundo a Unesco. O primeiro deles foi registrado em 1980, o que evidencia o fato de que a preocupação com a preservação do patrimônio iniciou-se na década de 1970. No Infográfico a seguir, conheça alguns desses patrimônios e perceba a diferença entre registro e tombamento de patrimônio, duas formas diferentes de preservação, mas destinadas a bens diferentes. Confira. CONTEÚDO DO LIVRO Você já ouviu o samba Canto das três raças, interpretado por Clara Nunes? Esse é apenas um dos exemplos de uma série de artistas e intelectuais que compreendem a diversidade cultural na formação da sociedade brasileira. Mas será que essas três raças têm a mesma representatividade nas manifestações culturais conservadas e patrimonializadas no país? Que tal refletir um pouco sobre isso? No capítulo Diversidade cultural e os patrimônios históricos da humanidade, da obra Conteúdo e metodologia do ensino de história, você vai estudar sobre a diversidade cultural brasileira, sua riqueza e sua relevância nacional e internacional, refletindo sobre o patrimônio histórico e percebendo como ele se relaciona com a formação da identidade nacional brasileira. Ainda, vai conhecer uma série de estratégias e metodologias para trabalhar com a educação patrimonial em sala de aula. Boa leitura. CONTEÚDO E METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA Caroline Silveira Bauer Diversidade cultural e os patrimônios históricos da humanidade Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Discutir a relevância e a riqueza da diversidade cultural brasileira. Identificar o conceito de patrimônio histórico e sua importância para a formação da identidade histórica brasileira. Relacionar o trabalho com a diversidade cultural e o patrimônio da humanidade a partir de temas do ensino de história. Introdução Quando se estuda a formação histórica do Brasil e, por consequência, a diversidade cultural que marca a sociedade brasileira, é muito comum se ouvir sobre as "três raças" que a compuseram — os indígenas, os brancos (europeus) e os negros (africanos) —, assim como sobre a miscigenação. Entretanto, uma série de trabalhos vem questionando o chamado mito da "democracia racial", ou seja, a ideia de que haveria uma coexistência harmoniosa e pacífica na composição étnica brasileira. Da mesma forma, outros trabalhos têm problematizado se os processos de musealização, patrimonialização e preservação correspondem à diversidade cultural brasileira, ou se somente uma "cultura maior" está sendo alvo do ímpeto de conservação do passado. Neste capítulo, você vai estudar a diversidade cultural brasileira, veri- ficando a sua relevância e a riqueza de suas manifestações. Vai aprender, também, o que é patrimônio histórico e qual é a sua contribuição para a formação da identidade, especificamente no caso brasileiro. Por fim, você vai ver como trabalhar, a partir do ensino de história, com a diversidade cultural e os patrimônios históricos da humanidade. A diversidade cultural brasileira A diversidade cultural brasileira já foi retratada por meio de inúmeras expressões artísticas. Além disso, a cultura brasileira têm sido objeto de estudos de antropólogos, cientistas sociais e historiadores das mais dife- rentes correntes de pensamento. Todos parecem concordar, no entanto, que uma das características mais marcantes da cultura nacional é a riqueza de sua diversidade. Tal riqueza resultaria do processo histórico de formação da sociedade, de sua composição étnica e das peculiaridades de cada uma das regiões do País. Mas você sabe o que é diversidade cultural? Existem muitos entendi- mentos sobre essa expressão, porém a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) utiliza uma definição que pode ajudar você a compreender essa noção: “Diversidade cultural” refere-se à multiplicidade de formas pelas quais as culturas dos grupos e sociedades encontram sua expressão. Tais expressões são transmitidas entre e dentro dos grupos e sociedades. A diversidade cultural se manifesta não apenas nas variadas formas pelas quais se ex- pressa, se enriquece e se transmite o patrimônio cultural da humanidade mediante a variedade das expressões culturais, mas também através dos diversos modos de criação, produção, difusão, distribuição e fruição das expressões culturais, quaisquer que sejam os meios e tecnologias empre- gados (UNESCO, 2005, documento on-line). Dessa forma, seria mais apropriado se falar em “culturas brasileiras” para que a expressão abrangesse a diversidade característica da sociedade nacional, que é multirracial e multiétnica e, por consequência, pluricultural. Afirmar que o Brasil é um país pluricultural significa reconhecer que existem diferentes formas, hábitos e práticas de se relacionar com o mundo e interpretá-lo. A riqueza da diversidade cultural do País reside justamente nos distintos costumes, comidas, festividades, sotaques e vestimentas, ainda que as pessoas residentes por aqui estejam reunidas sob a mesma alcunha de “brasileiros”. Porém, como o Brasil é um país de inúmeras desigualdades, também no âmbito cultural há uma hierarquização entre as culturas, com ampla valorização das contribuições de origem europeia, em detrimentodas culturas africanas e indígenas, por exemplo. Essa desigualdade e essa hierarquização são expres- sas, por exemplo, nos currículos e nos livros didáticos. Nesses materiais, a Diversidade cultural e os patrimônios históricos da humanidade2 abordagem sobre as minorias é feita de forma folclórica, como exemplificação de “outras culturas”, geralmente em boxes e informações complementares, como anexos ao conteúdo principal. Essa situação pode levar você a se questionar sobre a relação entre o silenciamento desses sujeitos históricos na educação e os índices de evasão e repetência escolar. Será que a escola está preparada para conviver com a diversidade cultural e promovê-la? Veja o que afirma Gadotti (1992, p. 20) sobre a escola, o currículo, a identidade e a questão da diversidade cultural: Isso me levou a concluir que nossa escola não resolveu a questão da trans- missão do conhecimento para as camadas populares. É uma escola de classe média, tentando impor conceitos e valores da classe média. Não consegue fazer a síntese entre a cultura elaborada e a “cultura popular” (Paulo Freire), a “cultura primeira” (Georges Snyders). Apesar de muitas pesquisas e estudos, os nossos currículos não conseguiram equacionar adequadamente a relação entre a identidade cultural e o itinerário educativo dos alunos provenientes das camadas populares. Os nossos currículos ainda apresentam aos alunos um pacote de conhecimentos que eles devem aprender, tenham ou não significado para eles. Eles são avaliados — aprovados ou reprovados — em função da assimilação ou não desse pacote de conhecimentos. Algumas iniciativas governamentais vêm sendo desenvolvidas nos últimos anos para promover a valorização da diversidade étnico-cultural da formação da sociedade brasileira. Uma delas foi a promulgação da Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008, que tornou obrigatórios os conteúdos e o ensino das histórias e culturas afro-brasileira e indígena. A promulgação dessa lei insere-se na perspectiva de uma educação mul- ticultural e está em consonância com o que o Gadotti (1992) propunha para uma educação mais democrática, plena de sentidos para os alunos. Veja: A teoria de uma educação multicultural visa a responder adequadamente a essa questão, levando em conta a diversidade cultural e social dos alunos. A primeira regra dessa teoria da educação é o pluralismo e o respeito à cultura do aluno. Ela tem, portanto, como valor básico, a democracia. [...] A educação multicultural pretende enfrentar o desafio de manter o equilíbrio entre a cultura local, regional, própria de um grupo social ou minoria étnica, e uma cultura universal, patrimônio hoje da humanidade. A escola que se inscreve nessa perspectiva procura abrir os horizontes de seus alunos para a compreensão de outras culturas, de outras linguagens e modos de pensar, num mundo cada vez mais próximo, procurando construir uma sociedade pluralista e independente (GADOTTI, 1992, p. 20-21). 3Diversidade cultural e os patrimônios históricos da humanidade Assim, pode-se afirmar que a diversidade cultural brasileira somente estará protegida e poderá ser promovida se forem reconhecidas, sem hierarquias e res- peitando as diferenças, as distintas culturas que formam a sociedade nacional. Leia a tese de Lourenço Cardoso “O branco ante a rebeldia do desejo: um estudo sobre a branquitude no Brasil”, disponível no link a seguir. Nela, você vai aprender mais sobre o conceito de “branquitude” e sua importância para a compreensão das relações étnico-raciais no Brasil. https://goo.gl/GPgFff O patrimônio histórico e a identidade nacional Você sabe o que signifi ca patrimônio histórico? Antes de conhecer uma defi nição, você deve verifi car como foi desenvolvida a ideia de conservação e preservação de edifi cações, expressões e manifestações das gerações passadas. Por incrível que pareça, a noção de patrimonializar com o sentido de “conservar” ou “preservar” é uma ideia que remonta aos anos 1970 e à sociedade europeia, que passou a experimentar, naquele período, mudanças em sua relação com o tempo (HARTOG, 2014). Essas mudanças, decorrentes das grandes guerras mundiais e de suas perdas humanas, fizeram com que se concebesse o esquecimento como algo pernicioso para o futuro daquelas sociedades, levando-as a uma onda memorialística e de patrimonialização. Segundo Hartog (2014), esse movimento de expansão e universalização do patrimônio é o que marca as relações entre os termos “memória”, “patrimônio”, “história”, “identidade” e “nação”, que parecem “obrigar” os Estados a conservar, reabilitar e comemorar seus passados. Como os processos de conservação, preservação, registro e tombamento de bens relacionados ao patrimônio histórico de um país dependem de leis e regulamentos, percebe-se a intervenção direta do poder estatal nessas medi- das. Ou seja, em grande medida, é o Estado que configura a preservação de determinadas histórias e memórias de um país. Como você viu anteriormente, para o autor, essa preocupação com a pre- servação é indício da mudança de uma experiência temporal. Hartog (2014) defende que se viva, contemporaneamente, mas não hegemonicamente, em Diversidade cultural e os patrimônios históricos da humanidade4 uma experiência de tempo presentista, após uma perspectiva em que o passado guiava a experiência humana (até meados do século XIX) e, posteriormente, uma perspectiva em que o futuro era tido como orientação temporal (até os anos 1960). Na experiência de tempo presentista, as relações que as sociedades estabelecem com a história e o patrimônio são um avanço do presente em direção ao passado, em uma busca por origens, genealogias, identidades e raízes, bem como pela conservação de edifícios, monumentos, objetos e também de certos estilos de vida e práticas, o que pode ser evidenciado pela moda retrô (HARTOG, 2014). Nas palavras de Hartog (2014, p. 151): Em meados dos anos 1970, outra fenda manifesta-se nesse presente. Ele começa a se mostrar preocupado com a conservação (de monumentos, de objetos, de modos de vida, de paisagens, de espécies animais) e ansioso em defender o meio ambiente. Os modos de vida local e a ecologia, de temas exclusivamente contestatórios passaram a ser temas mobilizadores e promissores. Gradati- vamente, a conservação e a renovação substituíram, nas políticas urbanas, o mero imperativo de modernização, cuja brilhante e brutal evidência não tinha sido questionada até então. Como se se quisesse preservar, na verdade, reconstruir um passado já extinto ou prestes a desaparecer para sempre. Já inquieto, o presente descobre-se igualmente em busca de raízes e de identidade, preocupado com memória e genealogias. Sendo esse um processo muito recente, não espanta que os primeiros bens considerados patrimônios da humanidade no Brasil tenham sido reconhecidos nos anos 1980. Porém, antes de você aprender sobre a política do patrimônio no Brasil e sobre como esse debate contribui para a formação da identidade brasileira, é importante que conheça a definição de “patrimônio histórico”. Mais genericamente, Chagas (2002, p. 36) afirma que patrimônio é “[...] um conjunto determinado de bens tangíveis, intangíveis e naturais, envolvendo saberes e práticas sociais, a que se atribui determinados valores e desejos de partilha (perspectiva sincrônica) entre contemporâneos e de transmissão (perspectiva diacrônica) de uma geração para outra geração [...]”. De maneira mais específica, Canclini (1994, p. 99) apresenta uma definição possível de patrimônio cultural: O patrimônio cultural — ou seja, o que um conjunto social considera como cultura própria, que sustenta sua identidade e o diferencia de outros grupos — não abarca apenas os monumentos históricos, o desenho urbanístico e outros bens físicos; a experiência vivida também se condensa em lingua- gens, conhecimentos, tradições imateriais, modos de usar os bens e os patrimônios físicos. 5Diversidade cultural e os patrimônios históricosda humanidade Assim, utilizando as definições anteriores, pode-se construir uma noção de patrimônio histórico como um conjunto de bens que são conservados como evidências de determinado passado considerado parte constitutiva de uma nação e de sua identidade. Tal patrimônio contribui para contar a história e consolidar a memória social dessa nação. Além disso, a sua conservação é considerada um legado das gerações anteriores. No Brasil, a primeira política pública voltada para a conservação do patri- mônio histórico foi a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), em 30 de novembro de 1937. O SPHAN, posteriormente, transformou-se no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), responsável atualmente pela preservação do patrimônio brasileiro. O IPHAN aliou-se às demandas internacionais sobre o patrimônio e o Brasil ratificou, em 2006, as recomendações da Unesco na Convenção Sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais. Os objetivos da Convenção eram: (a) proteger e promover a diversidade das expressões culturais; (b) criar condições para que as culturas floresçam e interajam livremente em benefício mútuo; (c) encorajar o diálogo entre culturas a fim de assegurar intercâmbios culturais mais amplos e equilibrados no mundo em favor do respeito inter- cultural e de uma cultura da paz; (d) fomentar a interculturalidade de forma a desenvolver a interação cultural, no espírito de construir pontes entre os povos; (e) promover o respeito pela diversidade das expressões culturais e a conscientização de seu valor nos planos local, nacional e internacional; (f) reafirmar a importância do vínculo entre cultura e desenvolvimento para todos os países, especialmente para países em desenvolvimento, e encorajar as ações empreendidas no plano nacional e internacional para que se reconheça o autêntico valor desse vínculo; (g) reconhecer a natureza específica das atividades, bens e serviços culturais enquanto portadores de identidades, valores e significados; (h) reafirmar o direito soberano dos Estados de conservar, adotar e implementar as políticas e medidas que considerem apropriadas para a proteção e promoção da diversidade das expressões culturais em seu território; (i) fortalecer a cooperação e a solidariedade internacionais em um espírito de parceria visando, especial- mente, ao aprimoramento das capacidades dos países em desenvolvimento de protegerem e de promoverem a diversidade das expressões culturais (UNESCO, 2005, documento on-line). E você sabe que relação o patrimônio histórico estabelece com a forma- ção da identidade brasileira? Primeiro, você deve considerar que o conceito de identidade possui múltiplas definições. Quando relacionado a sujeitos e coletividades, o termo faz referência às concepções que o indivíduo ou o Diversidade cultural e os patrimônios históricos da humanidade6 grupo possuem de si, reconhecendo seu pertencimento e sua congregação a coletivos. Por isso se fala de identidades culturais, étnicas, nacionais, políticas e religiosas. Porém, aqui interessam particularmente as apropriações que o campo do patrimônio fez do conceito de identidade, relacionando-o com a conformação e o fortalecimento das identidades nacionais. A formação dos Estados nacionais europeus entre os séculos XVI e XIX demonstra uma série de disputas e preocupações em se estabelecer um sen- timento de unidade entre os habitantes de determinado território. Muitas vezes, essa unidade era facilmente reconhecida, pela origem étnica ou pela língua, por exemplo. Em outros casos, precisou ser construída, inventada, para viabilizar a construção de uma “nação”. Nesse sentido, a identidade nacional dependeu do reconhecimento de um “passado comum”, sustentado por “tra- dições inventadas” (HOBSBAWM; RANGER, 2012), muitas delas relatadas como a “história oficial”. E, aqui, você pode perceber a vinculação precisa existente entre a identidade nacional e o patrimônio. Os bens que compõem os patrimônios materiais e imateriais têm como objetivo “materializar” a “co- munidade imaginada” (ANDERSON, 2008), que é a nação e a nacionalidade. Em outras palavras, quando se fala em preservar um bem material ou imaterial, está em jogo a construção de uma memória. Essa memória é funda- mental para que as pessoas desenvolvam sentimentos de pertencimento frente a determinada identidade. É por isso que se faz referência à preservação. O ato de construir uma narrativa sobre um passado por meio dos bens de um país revela, da mesma forma, que esse é um projeto que pode ter interesses políticos, principalmente quando se considera de quem é a responsabilidade pelos processos de preservação e tombamento. Os projetos de preservação do patrimônio no Brasil iniciaram-se na década de 1930, durante o Estado Novo. Esse foi um período marcado pela exacer- bação dos nacionalismos em nível mundial, o que levou as elites intelectuais e políticas a refletirem sobre o que seria a identidade brasileira. Ao longo da ditadura civil-militar brasileira (1964–1985), houve um segundo grande movi- mento relacionado à concepção da identidade nacional, associado a um projeto político militar e ufanista, de reforço de símbolos pátrios (a bandeira, o hino, os “heróis nacionais”) e de aspectos da cultura popular, como o futebol. Além disso, lembre-se de que durante esse período foi celebrado o sesquicentenário da Independência e os restos mortais de D. Pedro foram trasladados para o Brasil. Foi somente a partir dos anos 2000 que as discussões sobre o patrimônio nacional extrapolaram a noção de uma nação unificada e passaram a se vincular à cidadania e à afirmação social das minorias, que demandavam, historicamente, visibilidade social e acesso a direitos básicos, como o reconhecimento. A criação 7Diversidade cultural e os patrimônios históricos da humanidade do Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial, no ano 2000, deu conta da preservação de uma série de manifestações culturais de identidades que ao longo do tempo não foram reconhecidas pelas políticas públicas de patrimonialização. Assim, hoje, existe uma perspectiva muito mais multicultural e pluriétnica da noção de preservação do patrimônio e das identidades brasileiras. A partir dos objetivos da Convenção Sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, é possível pensar sobre como trabalhar a diversidade cultural e o patrimônio da humanidade no ensino e na aprendi- zagem de história. A seguir, você vai ver algumas estratégias e metodologias. Como trabalhar a diversidade e o patrimônio no ensino de história Como você viu anteriormente, as políticas de conservação e preservação estão inseridas em confl itos e negociações atravessadas por questões políticas. Nesse contexto, diferentes segmentos da sociedade disputam o que será patrimonia- lizado ou não. Pela ausência de representatividade e pela desigualdade que marcam a história do Brasil, sabe-se que boa parte dos bens patrimonializados correspondem a uma cultura específi ca. Isso faz com que uma parcela signifi - cativa da população não legitime, não se reconheça e não se identifi que com o que é considerado patrimônio histórico nacional. Assim, mais do que nunca, é fundamental que o ensino de história se ocupe de temas da diversidade e do patrimônio, demonstrando como a memória e o esquecimento são produtos sociais, construídos com determinadas fi nalidades. Dessa forma, a educação patrimonial pode ser uma ferramenta para refor- çar as identidades e a diversidade étnica e cultural da população brasileira. Ela pode fazer com que os alunos se reconheçam como sujeitos históricos e pertencentes a uma comunidade. A educação patrimonial, segundo o IPHAN (2008, documento on-line), [...] constitui-se de todos os processos educativos formais e não formais que têm como foco o Patrimônio Cultural, apropriado socialmente como recurso para a compreensão sócio-histórica das referênciasculturais em todas as suas manifestações, a fim de colaborar para seu reconhecimento, sua valorização e preservação. Considera ainda que os processos educativos devem primar pela construção coletiva e democrática do conhecimento, por meio do diálogo permanente entre os agentes culturais e sociais e pela participação efetiva das comunidades detentoras e produtoras das referências culturais, onde convivem diversas noções de Patrimônio Cultural. Diversidade cultural e os patrimônios históricos da humanidade8 Dessa forma, você pode considerar que a educação patrimonial parte do pressuposto de que os alunos possuem saberes adquiridos previamente e que esses saberes, ao chegarem na escola, devem ser problematizados. O conhe- cimento, portanto, é construído a partir das experiências dos alunos. Uma das primeiras medidas, nesse sentido, é desconstruir a ideia prévia de que educa- ção patrimonial só se faz em museus, demonstrando a ampla, diversificada e variada gama de bens patrimoniais que existem no Brasil. Os professores têm, no desenvolvimento de ações de educação patrimonial, o compromisso de inter-relacionar os contextos locais com as culturas regionais, nacionais e mundiais, como um instrumento de desenvolvimento de cidadania. Como afirma Tolentino (2012, p. 51): Na escola, o leque se abre em inúmeras possibilidades de o professor conseguir trabalhar a Educação Patrimonial, envolvendo alunos e comunidade. Partindo da casa, do seu bairro, do seu modo de viver, de falar, da sua culinária, da sua cultura, alunos e professores, juntos, têm muitos caminhos a trilhar para promover uma Educação Patrimonial, de forma democrática e emancipatória. A educação patrimonial não é uma matéria ou disciplina. Fora das escolas, ela constitui um campo de estudos, pesquisas e debates, cujas formulações possuem muitos atravessamentos com os currículos de história da educação básica. Assim, iniciativas que visem ao trabalho com esse tema na escola devem estar presentes nos planos político-pedagógicos. Não se trata de “ensinar” o que é o patrimônio, mas de considerar os bens materiais e imateriais e os processos nos quais estão envolvidos (usos, preservação, divulgação) como um recurso para o ensino de história. Por isso, Londres (2012) afirma que o ensino que se vale dos bens patri- moniais leva à mobilização de valores cognitivos (marcas de tempo e espaço, atestando a historicidade); valores afetivos (desenvolvimento e atribuição de sentidos e valores, compreendendo a alteridade); valores estéticos (incentivo à fruição por meio de todos os sentidos e historicização do “belo”); e valores éticos (noção de que os bens patrimonializados pertencem à coletividade, noção de direitos, deveres e questão do republicanismo). Outra dimensão que se pode acrescentar às elencadas pela autora é a educação patrimonial como forma de valorização da diversidade cultural, de fortalecimento de identidades e do respeito à diversidade, demonstrando aos alunos que existem muitas formas de ser, de estar no mundo e de pensá-lo. Por fim, lembre-se de que a educação patrimonial também possui uma dimensão política, já que as ações que determinam a preservação (o lembrar) 9Diversidade cultural e os patrimônios históricos da humanidade e a destruição (o esquecer) são sociais, resultados de determinadas inter- venções políticas. Porém, é necessário também extrapolar a compreensão de que o patrimônio pertence ao Estado. As comunidades devem ser pensadas como detentoras desses bens. Portanto, deve-se considerar os modos como as sociedades utilizam e mobilizam tais bens em suas reivindicações, bem como o motivo por que eles são importantes para as identidades. Mas como o professor pode operacionalizar a educação patrimonial no ensino de história? Como você viu anteriormente, existem múltiplas possibilidades temáticas para o trabalho com a diversidade e o patrimônio. Não existe um ano da educação básica ou um tema de predileção para a abordagem da conservação e da preservação do patrimônio e a elaboração de identidades a partir do que é conservado pelas sociedades. Porém, você pode pensar em uma série de estratégias para operacionalizar uma educação patrimonial dotada de sentido para os alunos. Considere, por exemplo, as estratégias listadas a seguir. Incentivar o envolvimento afetivo dos alunos, valorizando sua identi- dade: essa é uma medida de extrema importância, relacionada à questão da diversidade cultural e à necessidade de reforço da autoestima das minorias, que permanecem silenciadas e sem representatividade por boa parte dos relatos historiográficos e no ensino de história. Desenvolver ações que promovam e afirmem a diversidade cultural local: a partir de iniciativas que recuperem as históricas locais e seus sujeitos, os alunos podem compreender a multiplicidade de identidades conformadoras da sociedade brasileira e o modo como essas diferentes culturas se relacionam, às vezes de maneira solidária; outras vezes, conflituosa. Os alunos podem explorar edifícios históricos, monumentos e a estatuária ou a toponímia da cidade. Incentivar o interesse pela pesquisa e pela investigação, produzindo materiais: será que seus alunos sabem que bens estão protegidos, reconhecidos ou tombados em sua cidade? Como se deram esses processos de proteção, reconhecimento e tombamento? Eles consi- deram que essas medidas de conservação e proteção abrangem uma diversidade cultural ou somente uma cultura específica? Se eles fossem conservar, reconhecer ou tombar bens, quais seriam? Essas são excelentes questões para incentivar a pesquisa e a investigação Diversidade cultural e os patrimônios históricos da humanidade10 por parte dos alunos. Elas servem também para aproximá-los do conhecimento sobre suas histórias locais e identidades. Estimular o uso das tecnologias da informação e comunicação (TICs) para o desenvolvimento da educação patrimonial: que tal incentivar seus alunos a elaborarem minidocumentários sobre os patrimônios de sua cidade? Ou, então, pedir que elaborem jogos digitais, como uma gincana, usando os QR Codes? As TICs permitem uma série de novas linguagens para a narrativa histórica e podem ser muito bem aprovei- tadas na educação patrimonial. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o ensino fundamental traz a temática do patrimônio como uma competência que atravessa não so- mente as humanidades, mas também as artes, as linguagens e até a educação física. Por possibilitar uma abordagem multidisciplinar, a educação patrimonial permite uma série de atividades combinando uma ou mais áreas, respeitando os valores de uma educação multicultural e pluriétnica. A realização de atividades de educação patrimonial nas escolas busca fortalecer a relação dos alunos com suas heranças culturais, que geralmente não são problematizadas por eles. Ao reconhecer que os espaços em que circulam ou que as práticas que realizam podem ser patrimônios ou ser pa- trimonializadas, os alunos desenvolvem um senso de responsabilidade pela inclusão e valorizam a diversidade cultural. Como afirma o Guia Básico de Educação Patrimonial (HORTA; GRUMBERG; MONTEIRO 1999, p. 20), elaborado pelo IPHAN, “O conhecimento crítico e a apropriação consciente pelas comunidades do seu patrimônio são fatores indispensáveis no processo de preservação sustentável desses bens, assim como no fortalecimento dos sentimentos de identidade e cidadania [...]”. Acesse o link a seguir para conhecer uma iniciativa do IPHAN intitulada “Qual é a nossa história?”, que relaciona ensino de história, patrimônio e jogos. https://goo.gl/BCgMNC 11Diversidade cultural e os patrimônios históricos da humanidade ANDERSON, B. Comunidades imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. BRASIL. Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, queestabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena". Dis- ponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2008/lei-11645-10-marco-2008- -572787-publicacaooriginal-96087-pl.html>. Acesso em: 6 dez. 2018. CANCLINI, N. O patrimônio cultural e a construção do imaginário nacional. Revista do IPHAN, Rio de Janeiro, n. 23, p. 94-115, 1994. 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A face imaterial do patrimônio cultural: os novos instrumentos de reconhecimento e valorização. In: ABREU, R.; CHAGAS, M. Memória e patrimônio: ensaios contemporâneos. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. p. 46-56. VEIGA-NETO, A. Cultura, culturas e educação. Revista Brasileira de Educação, São Paulo, n. 23, p. 5-15, maio/jun./jul./ago. 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/ n23/n23a01>. Acesso em: 6 dez. 2018. VIÑAO FRAGO, A. La historia material e inmaterial de la escuela: memoria, patrimonio y educación. Educação, Porto Alegre, v. 35, n. 1, p. 7-17, jan./abr. 2012. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/view/10351>. Acesso em: 6 dez. 2018. 13Diversidade cultural e os patrimônios históricos da humanidade Conteúdo: DICA DO PROFESSOR Será que os alunos conhecem o que é patrimônio e reconhecem, nas cidades em que vivem, espaços vinculados à história do Brasil? E se pudessem, o que eles patrimonializariam de suas cidades e de suas vivências? Que tal problematizar esses questionamentos a partir do conceito de lugares de memória, desenvolvido pelo historiador francês Pierre Nora? Sendo assim, assista a esta Dica do Professor para entender o que são lugares de memória e qual a sua intersecção com o ensino de história e o patrimônio. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Leia as afirmações a seguir sobre a diversidade cultural brasileira: I - O Brasil é um país multirracial e pluriétnico, e essa diversidade é plenamente encontrada nos currículos escolares e nos livros didáticos. II - Seria mais apropriado falar em "culturas brasileiras" devido à diversidade cultural presente no território do país. III - A diversidade cultural brasileira decorre de sua formação histórica e das especificidades regionais de um território tão vasto. Qual(is) está(ão) correta(s)? A) Apenas a I. B) Apenas a II. C) Apenas a I e a II. D) Apenas a II e a III. E) I, II e III. 2) A definição de patrimônio histórico extrapola as noções de conservação e preservação, relacionando-se a aspectos culturais, ideológicos e políticos. Sabendo disso, das alternativas a seguir, qual apresenta um conceito possível de patrimônio histórico? A) Patrimônio histórico é todo o conjunto de bens imóveis, principalmente edifícios, que contam a história de um local, de uma cidade ou de um país. B) Patrimônio histórico é todo o conjunto de bens imóveis e imateriais que foram tombados, e que, por isso, contam a história de um local, de uma cidade, ou de um país. C) Patrimônio histórico é todo o conjunto arquitetônico das grandes capitais brasileiras que foi reconhecido e tombado e que, por isso, conta a história de um local, de uma cidade ou de um país. D) Patrimônio histórico é um conjunto de bens conservados como evidências de um determinado passado com o objetivo de ser esquecido, porque é impossível conservar toda a informação sobre o passado. E) Patrimônio histórico é o conjunto de bens conservados como evidências de determinado passado com o objetivo de construir uma nação e sua identidade, contribuindo para contar a sua história e consolidar a sua memória social. 3) As políticas patrimonialistas sofreram um incremento, em nível mundial, a partir dos anos 1970, e, no Brasil, desde a década de 1980. Sobre esse aspecto, é CORRETO dizer que: A) O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) é uma exceção na conjuntura internacional de valorização do patrimônio, tendo sido criado no período imperial brasileiro. B) O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) foi criado durante a ditadura civil-militar brasileira (1964-1985), período em que existia um apelo muito forte ao nacionalismo. C) O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) é o sucessor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), criado durante a ditadura do Estado Novo. D) O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) é o sucessor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), criado durante a ditadura do Estado Novo. E) O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) existem até os dias de hoje, e têm competências diferentes quanto à preservação patrimonial no Brasil. Sobre a relação que o patrimônio histórico estabelece com a identidade, são feitas as seguintes afirmações: I - O ato de conservação ou preservação de um determinado patrimônio vinculado à história de um país contribui paraa construção de uma narrativa histórica do passado, e também para uma determinada memória social. II - O ato de conservação ou preservação é democrático por definição, sem implicar seleções ou recortes no passado, e sem influenciar em questões identitárias e de reconhecimento. III - O ato de conservação ou preservação é isento de componentes políticos e ideológicos, pois todos compartilham da mesma ideia do que é pertencer a uma nação. 4) Qual(is) está(ão) correta(s)? A) Apenas a I. B) Apenas a II. C) Apenas a I e a II. D) Apenas a II e a III. E) I, II e III. 5) A educação patrimonial pode ser considerada uma ferramenta que objetiva reforçar as identidades e a diversidade étnica e cultural da população brasileira. Sobre o trabalho com essa ferramenta nas escolas, é possível afirmar que: A) se destina a uma etapa específica da Educação Básica e somente é aplicada a certos temas. B) não tem uma etapa específica da Educação Básica para ser desenvolvida, e pode ser trabalhada a partir de múltiplos temas. C) se destina a uma etapa específica da Educação Básica, mas pode ser trabalhada a partir de múltiplos temas. D) não tem uma etapa específica da Educação Básica para ser desenvolvida, porém somente se aplica a determinados temas. E) não tem qualquer relação com o currículo de história da Educação Básica. NA PRÁTICA A partir da escolha de um filme adequado para o trabalho em sala de aula, o professor pode promover uma discussão sobre a diversidade cultural, os patrimônios da humanidade e a formação da sociedade brasileira. Trata-se de uma possibilidade de efetivar o disposto na Lei nº. 11.645, de 10 de março de 2008, que se relaciona ao ensino da história e da cultura africana e afro-brasileira. Pensando nisso, o documentário Memórias do cativeiro foi realizado a partir de uma série de entrevistas de história oral, feitas em diferentes momentos, com descendentes de homens e mulheres escravizados nas áreas cafeeiras do sudeste brasileiro. Os registros permitem que sejam observadas a força da memória familiar e da cultura negra, e se traduz como uma excelente oportunidade para se pensar a diversidade da formação histórica e social brasileira, bem como a cultura e as tradições negras das comunidades de descendentes de escravizados do sudeste brasileiro. Na Prática, veja como uma atividade de ensino, utilizando o filme mencionado como meio, estabelece a relação entre a diversidade cultural, a patrimonialização, a história e a cultura afro- brasileira. SAIBA + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Diversidade cultural, patrimônio e memória No vídeo a seguir, assista à palestra de Flavio de Lemos Carsalade, promovida pelo Ministério da Cultura, que visa a discutir a ampliação das ações que assegurem a adequada proteção e promoção do patrimônio cultural e memória. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional Acesse o link a seguir para visitar o site do IPHAN e saber mais sobre os bens materiais e imateriais brasileiros, inclusive os inscritos como patrimônios mundiais pela UNESCO. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! História, cultura e patrimônio: educação para o reconhecimento da diversidade cultural Neste artigo, as autoras discutem como os processos de patrimonialização são importantes para a reafirmação da diversidade cultural. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Estudos culturais em educação Nesta obra, a autora trabalha mais detidamente o conceito de cultura e a perspectiva de uma educação e de práticas pedagógicas multiculturalistas.
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