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Apostila do Curso Básico de Contratos Completa 8 0 Parte 1

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BÁSICO DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2016 
Versão 8.0
 
 
 
 
 
 
 
Governador 
Paulo Henrique Saraiva Câmara 
 
 
Secretário de Administração 
Milton Coelho 
 
 
Secretária Executiva de Pessoal e Relações Institucionais – SAD 
Marília Raquel Simões Lins 
 
 
Diretora do Centro de Formação do Servidor Público – CEFOSPE 
Analúcia Mota Vianna Cabral 
 
 
Coordenadora de Educação Corporativa – SAD 
Priscila Viana Canto Matos 
 
 
Diretor da Academia Integrada de Defesa Social – ACIDES 
Manoel Caetano Cysneiros de A. Neto 
 
 
Diretora da Escola Fazendária de Pernambuco – ESAFAZ 
Juliana Pereira Guimarães 
 
Gerente Executivo da Escola Penitenciária de Pernambuco – EPPE 
Ricardo Luiz Pereira da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
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Apostila elaborada por: 
Alfredo Ottoni de Carvalho Neto (SAD) 
Carolina Soares dos Santos (SAD) 
Daniel Rodrigues de Souza (SAD) 
Tatiana Brenda Chianca de Oliveira Aquino (SAD) 
Wagner Benigno Gonçalves Ribeiro Lyra (SAD) 
 
 
 
 
 
 
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PLANO DO CURSO 
 
1. Nome do curso: Básico de Contratos Administrativos 
 
2. Público-alvo: Servidores lotados na área jurídica, de licitações ou de contratos 
administrativos ou servidores com atribuições de gestão e fiscalização de contratos 
administrativos. 
 
3. Quantidade de participantes por turma: 25 participantes. 
 
4. Pré-requisitos: Não há. 
 
5. Objetivo de Aprendizagem: 
 
5.1 Objetivo Geral: Capacitar servidores para identificarem aspectos básicos dos contratos 
administrativos e suas alterações, buscando garantir a melhor execução contratual possível. 
 
5.2 Objetivos Específicos: 
 Descrever as características dos contratos administrativos; 
 Distinguir os tipos de contratos administrativos; 
 Identificar os requisitos e pressupostos referentes a prorrogação, reajuste, acréscimo 
e supressão contratuais. 
 
6. Planejamento do Curso: 
 
6.1. Carga Horária: 20 horas/aula. 
6.2. Conteúdo Programático: 
 
I - Fundamentos dos contratos administrativos: Definição de Contrato: Contrato 
Administrativo e Contrato da Administração. Tipos de Contratos Administrativos. 
Características Principais: Cláusulas Necessárias e Cláusulas Exorbitantes. Vinculação ao 
Edital. 
 
II – Formalização Contratual: Cláusulas Contratuais. Garantias Contratuais: Caução, 
Seguro-Garantia e Fiança Bancária. Duração Contratual. Substituição do Termo de Contrato 
por outros Instrumentos e Dispensa do Termo de Contrato. Inexecução: Culposa e Sem 
Culpa. Extinção do Contrato. 
 
III - Legislação Estadual e Alterações Contratuais: Autorização do Secretário de 
Administração para as prorrogações, renovações ou aditamentos dos contratos. 
Prorrogação Contratual: Hipóteses e Requisitos; Nova vigência contratual. Acréscimos e 
Supressões: Tipos e Pressupostos; Base de Cálculo. Reajuste: Conceito legal; Prazo e Data 
Inicial. Reajuste retroativo. Sanções Administrativas. 
 
IV - Gestor do Contrato: Designação do Gestor do Contrato. 
 
 
 
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6.3. Cronograma de execução: 
 
DIA CONTEÚDO ATIVIDADES 
1º DIA 
 Definição de Contrato: Contrato Administrativo e Contrato 
da Administração. 
 Tipos de Contratos Administrativos. 
 Características Principais: Cláusulas Necessárias e 
Cláusulas Exorbitantes. 
 Vinculação ao Edital. 
 Exposição 
dialogada; 
 Exercícios orais 
e escritos em 
grupo a partir da 
análise de 
contratos 
administrativos 
(Exercício 1). 
2º DIA 
 Cláusulas Contratuais. 
 Garantias Contratuais: Caução, Seguro-Garantia e Fiança 
Bancária. 
 Duração Contratual. 
 Substituição do Termo de Contrato por outros 
Instrumentos e Dispensa do Termo de Contrato. 
 Inexecução: Culposa e Sem Culpa. 
 Extinção do Contrato. 
 Exposição 
dialogada; 
 Exercícios orais 
e escritos em 
grupo a partir da 
análise de 
contratos 
administrativos 
(Exercício 2). 
3º DIA 
 Autorização do Secretário de Administração para as 
prorrogações, renovações ou aditamentos dos contratos. 
 Prorrogação Contratual: Hipóteses e Requisitos; 
 Nova vigência contratual. 
 Exposição 
dialogada; 
 Exercícios orais 
e escritos em 
grupo a partir da 
análise de 
contratos 
administrativos 
(Exercício 3). 
4º DIA 
 Acréscimos e Supressões: Tipos e Pressupostos; Base de 
Cálculo. 
 Reajuste: Conceito legal; 
 Prazo e Data Inicial. 
 Reajuste retroativo. 
 
 Exposição 
dialogada; 
 Exercícios orais 
e escritos em 
grupo a partir da 
análise de 
contratos 
administrativos 
(Exercício 4). 
5º DIA 
 Sanções Administrativas. 
 Gestor do Contrato. 
 Exposição 
dialogada; 
 Exercícios orais 
e escritos em 
grupo a partir da 
análise de 
contratos 
administrativos 
(Exercício 5). 
 
 
 
 
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7. Metodologia: 
 
7.1. Metodologia de Ensino: As aulas serão conduzidas a partir de exposição dialogada e 
aplicação de exercícios em grupo nos quais serão analisados contratos administrativos. 
 
7.2. Metodologia de Avaliação de Aprendizagem: Avaliação formativa, com a realização 
de exercícios orais e escritos em grupo a partir da análise de contratos administrativos, 
visando avaliar continuamente o desenvolvimento do aluno. 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
 
Capítulo 1 – Fundamentos dos contratos administrativos........................8 
1.1 – Definição de Contrato: Contrato Administrativo e Contrato da 
Administração..........................................................................................................8 
1.2 – Tipos de Contratos Administrativos................................................................8 
1.3 – Características Principais: Cláusulas Necessárias e Cláusulas 
Exorbitantes............................................................................................................8 
1.4 – Vinculação ao Edital.......................................................................................9 
 
Capítulo 2 – Formalização Contratual....................................................10 
2.1 – Cláusulas Contratuais..................................................................................10 
2.2 – Garantias Contratuais: Caução, Seguro-Garantia e Fiança Bancária..........11 
2.3 – Duração Contratual......................................................................................11 
2.4 – Substituição do Termo de Contrato por outros Instrumentos e Dispensa do 
Termo de Contrato...............................................................................................12 
2.5 – Inexecução: Culposa e Sem Culpa.............................................................13 
2.6 – Extinção do Contrato...................................................................................16 
 
Capítulo 3 – Legislação Estadual e Alterações Contratuais...................19 
3.1 – Autorização do Secretário de Administração para as prorrogações, 
renovações ou aditamentos dos contratos............................................................19 
3.2 – Prorrogação Contratual: Hipóteses e Requisitos; Nova vigência contratual 20 
3.3 – Acréscimos e Supressões: Tipos e Pressupostos; Base de Cálculo............23 
3.4 – Reajuste: Conceito legal; Prazo e Data Inicial. Reajusteretroativo..............24 
3.5 – Sanções Administrativas...............................................................................26 
 
Capítulo 4 – Gestor do Contrato.............................................................28 
4.1 – Designação do Gestor do Contrato...............................................................28 
 
Referências.............................................................................................29 
 
Anexos....................................................................................................30 
Lei Nº 12.525, de 30 de dezembro de 2003..........................................................31 
Decreto Nº 39.349, de 26 de abril de 2013............................................................34 
Decreto Nº 42.048, de 17 de agosto de 2015........................................................39 
Portaria SAD Nº 1.000, de 16 de abril de 2014......................................................43 
Parecer nº 0525/2011 – PGE.................................................................................47 
Parecer nº 0098/2012 – PGE.................................................................................55
 
 
 
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CAPÍTULO 1 – Fundamentos dos Contratos Administrativos 
 
1.1 – Definição de Contrato: Contrato Administrativo e Contrato da Administração 
Contratos da Administração são todos os compromissos firmados pelo Estado-
Administração com terceiros. Percebe-se que a expressão “contratos da administração” tem 
sentido amplo e visa alcançar todos os ajustes bilaterais firmados pela Administração. O 
conceito corresponde a um gênero. 
Do gênero Contratos da Administração, surgem dois tipos de contratos: os contratos 
privados da administração e os contratos administrativos. 
Os contratos privados da administração são aqueles regulados pelas normas de 
direito privado e a Administração situa-se no mesmo plano jurídico da outra parte. Não há 
vantagens especiais para a Administração e a sua situação jurídica muito se aproxima da do 
particular. 
Os contratos administrativos são aqueles em que uma das partes é a Administração 
Pública, nessa qualidade, regulado pelas normas de direito público e tendo por objeto uma 
atividade que, de alguma forma, traduza interesse público. 
Nos termos da Lei de nº 8.666/93 e alterações, “os contratos administrativos” são os 
ajustes entre os órgãos ou as entidades da Administração Pública e os particulares, em que 
haja um acordo de vontades para a formação de um vínculo e a estipulação de obrigações 
recíprocas, sob qualquer denominação utilizada. 
 
1.2 – Tipos de Contratos Administrativos 
Os tipos de contratos administrativos são os de obras, os de serviços, os de 
fornecimento ou compras, os de concessão, os de concessão de uso de bem público e os 
de concessão real de uso, conforme a doutrina e o disposto no Art. 1º da Lei de Licitações e 
Contratos Administrativos. 
 
1.3 – Características Principais: Cláusulas Necessárias e Cláusulas Exorbitantes 
As cláusulas necessárias, também chamadas de essenciais, são indispensáveis à 
validade do negócio jurídico, contrato administrativo. Elas estão descritas no art. 55 da Lei 
8.666/93 e alterações. 
 
 
 
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As cláusulas exorbitantes são as prerrogativas da Administração na relação do 
contrato administrativo em virtude de sua posição de supremacia em face da parte 
contratada. Essas cláusulas compõem os princípios que formam a estrutura do regime 
jurídico de direito público. 
Essas prerrogativas estão estabelecidas no Art. 58, da Lei 8.666/93 e alterações: 
1) Alteração unilateral do contrato; 
2) Rescisão unilateral; 
3) Fiscalização da execução do contrato; 
4) Aplicação de sanções; 
5) Ocupação provisória de bens moveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao 
objeto do contrato, quando o ajuste visa à prestação de serviços essenciais. 
 
1.4 – Vinculação ao Edital 
O princípio da vinculação ao edital, geralmente, é objeto de estudo em cursos de 
licitação, no entanto, o mesmo princípio está inserido no Art. 55 da Lei 8.666/93 e 
alterações, como cláusula essencial do contrato. Apontando extrema importância a 
observação de tal princípio na formalização dos instrumentos contratuais. 
Como cláusula essencial, não é demais lembrar que invalida o contrato a sua não 
inclusão no instrumento. 
Em linhas gerais, o edital de licitação, o convite, o ato de autorização da dispensa ou 
inexigibilidade, além de determinar as regras do certame ou da contratação direta, 
estabelece, igualmente, o objeto a contratar, as obrigações e direitos dos contratantes, as 
regras da execução contratual, tornando claro para o interessado não só as regras do 
certame ou da contratação direta mais também do próprio contrato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 2 – Formalização Contratual 
 
2.1 – Cláusulas Contratuais 
As cláusulas contratuais são de dois tipos: as cláusulas essenciais e as cláusulas 
acidentais. 
As cláusulas chamadas essenciais ou necessárias são as elencadas no Art. 55 da 
Lei 8.666/93 e alterações, que invalidam o contrato caso não estejam previstas no 
instrumento jurídico. Por outro lado, as cláusulas chamadas acidentais são aquelas que não 
invalidam o negócio jurídico e variam conforme a natureza do contrato. 
Observaremos as cláusulas essenciais por expressa previsão legal. Conforme o Art. 
55 da Lei 8.666/93 e alterações são as seguintes: 
I - o objeto e seus elementos característicos; 
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; 
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do 
reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do 
adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento; 
IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de 
observação e de recebimento definitivo, conforme o caso; 
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional 
programática e da categoria econômica; 
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas; 
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os 
valores das multas; 
VIII - os casos de rescisão; 
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão 
administrativa motivada por inexecução total ou parcial do contrato; 
X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando 
for o caso; 
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao 
convite e à proposta do licitante vencedor; 
 
 
 
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XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos 
omissos; 
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em 
compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e 
qualificação exigidas na licitação; 
XIV - o foro da sede da Administração como competente para dirimir qualquer 
questão contratual, nos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas 
físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro. 
2.2 – Garantias Contratuais: Caução, Seguro-Garantia e Fiança Bancária 
A Administração pode exigir prestação de garantia nas contratações de obras, 
serviços e compras, desde que exista previsão para tanto no instrumento convocatório,a 
qual deverá ser liberada ou restituída após a execução do contrato (atualizada 
monetariamente, se for o caso). Essa garantia está limitada a 5% do valor do contrato, 
podendo ser elevada para 10%, em casos de obras, serviços e fornecimentos de grande 
vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, conforme art. 
56 da Lei de Contratos Administrativos. 
Havendo a exigência de garantia, o contratado pode escolher uma das seguintes 
modalidades: 
I – caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido 
emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e 
de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores 
econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda; 
II – seguro-garantia; 
III – fiança bancária. 
 
2.3 – Duração Contratual 
A duração contratual, regra geral, se dá por prazo determinado e a vigência 
contratual deve respeitar os respectivos créditos orçamentários, conforme o Art. 57, § 3º da 
Lei 8.666/93. 
Há, no entanto, exceções a essa regra, conforme os incisos I, II, III e IV do Art. 57. 
 
 
 
 
 
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2.4 – Substituição do Termo de Contrato por outros Instrumentos e Dispensa do 
Termo de Contrato 
Conforme dispõe o Art. 60, Parágrafo Único da Lei 8.666/93 e alterações, os 
contratos administrativos devem ser formalizados através de instrumento escrito sob pena 
de nulidade. 
No entanto, a própria lei estabeleceu exceções a essa regra que estão contidas em 
seu Art. 62: 
1) A formalização do instrumento contratual é dispensável nas compras com 
entrega imediata e integral dos bens adquiridos, das quais não resultem 
obrigações futuras (inclusive assistência técnica), independentemente do valor 
pactuado, bem como nos casos em que a Administração puder substituí-lo por 
outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de 
despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço. Nesses 
casos, aplicam-se, no que couber, as cláusulas necessárias para os contratos; 
2) Nos casos de contratos com valores abaixo dos valores da Concorrência e 
Tomada de Preços, será facultada a Administração substituir o instrumento 
contratual pela carta-contrato, nota de emprenho de despesa, a autorização de 
compra ou a ordem de execução do serviço. 
Conforme orientação do Tribunal de Contas da União (TCU – Manual de Licitações e 
Contratos, 4ª ed. pg. 652), a contratação deve ser formalizada obrigatoriamente por meio de 
termo de contrato: 
• licitações realizadas nas modalidades tomada de preços, concorrência e pregão; 
• dispensa ou inexigibilidade de licitação, cujo valor esteja compreendido nos limites 
 das modalidades tomada de preços e concorrência; 
• contratações de qualquer valor das quais resultem obrigações futuras (entrega 
 futura ou parcelada do objeto e assistência técnica). 
Nos demais casos, o termo de contrato é facultativo, podendo ser substituído pelos 
instrumentos: carta-contrato; nota de empenho de despesa; autorização de compra; ou 
ordem de execução de serviço. 
Pode a Administração dispensar o termo de contrato nas compras com entrega 
imediata e integral dos bens adquiridos, das quais não resultem obrigações futuras, inclusive 
assistência técnica, independentemente do valor e da modalidade realizada. 
 
 
 
 
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2.5 – Inexecução: Culposa e Sem Culpa 
A inexecução significa a inadimplência no cumprimento das cláusulas contratuais, ou 
seja, é a prática de conduta diversa da pactuada no contrato e pode ocorrer de duas formas: 
culposa e sem culpa. 
A inexecução culposa tem como motivo a culpa de uma ou de ambas as partes. 
Desobedecido ao ajuste, considera-se culposa a parte inadimplente. 
O efeito imediato é a rescisão do contrato pela parte a quem atingiu a conduta 
culposa. Outros efeitos são: advertência, multa, dever de indenizar e suspensão de direito 
de contratar novamente. 
No Art. 78 da Lei 8.666/93 e alterações, estão previstas várias hipóteses de condutas 
ensejadoras de rescisão contratual: 
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: 
I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou 
prazos; 
II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos 
e prazos; 
III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a 
impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos 
prazos estipulados; 
IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento; 
V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e 
prévia comunicação à Administração; 
VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do 
contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como 
a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato; 
VII - o desatendimento das determinações regulares da autoridade designada 
para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de seus 
superiores; 
VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma 
do § 1o do art. 67 desta Lei; 
IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil; 
X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado; 
XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da 
empresa, que prejudique a execução do contrato; 
XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, 
justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa 
a que está subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo 
a que se refere o contrato; 
XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou 
compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite 
permitido no § 1o do art. 65 desta Lei; 
 
 
 
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XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por 
prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade 
pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas 
suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do 
pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente 
imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado 
ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do 
cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação; 
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela 
Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas 
destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, 
grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o 
direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que 
seja normalizada a situação; 
XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto 
para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem 
como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto; 
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente 
comprovada, impeditiva da execução do contrato. 
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente 
motivados nos autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla 
defesa. 
XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo das 
sanções penais cabíveis. (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999) 
 
Nos Arts. 80 e 87 da Lei nº 8.666/93 e alterações, estãodescritos os efeitos 
decorrentes da inexecução contratual: 
Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as 
seguintes conseqüências, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei: 
I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se 
encontrar, por ato próprio da Administração; 
II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e 
pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua 
continuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei; 
III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e 
dos valores das multas e indenizações a ela devidos; 
IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos 
causados à Administração. 
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, 
garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções: 
I - advertência; 
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato; 
III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de 
contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9854.htm#art2
 
 
 
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IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração 
Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até 
que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a 
penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a 
Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção 
aplicada com base no inciso anterior. 
 
Acrescenta-se às hipóteses citadas acima, a vedação de o contratado manter em 
seu quadro de empregados menores com idade inferior a dezoito anos no caso de trabalho 
noturno, insalubre ou perigoso, ou de dezesseis anos para qualquer trabalho, salvo na 
condição de aprendiz, a partir de catorze anos, conforme dispõe o Art. 7º, inciso XXXIII da 
CF/88: 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que 
visem à melhoria de sua condição social: 
(…) 
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 
dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na 
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998) 
 
Na inexecução sem culpa, uma das partes não consegue cumprir o contrato nas 
condições em que foi firmado sem culpa. Ocorrem fatos supervenientes à celebração 
contratual que impedem ou dificultam o adimplemento das obrigações assumidas. 
São fatos excepcionais e a eles não deu causa a parte inadimplente. Configuram-se 
nas seguintes hipóteses: Teoria da Imprevisão, Fato do Príncipe, Caso fortuito e Força 
Maior. 
A Teoria da Imprevisão ocorre quando, no curso do contrato, sobrevêm eventos 
excepcionais e imprevisíveis que subvertem a equação econômico-financeira do pacto 
(álea1 econômica). O fundamento dessa teoria é o princípio da cláusula “rebus sic 
stantibus2”, segundo o qual o contrato deve ser cumprido desde que presentes as mesmas 
condições existentes no cenário do ajuste inicial. Mudanças profundas nessa equação 
rompe o equilíbrio contratual, não se imputando qualquer culpa à parte inadimplente. 
Em ocorrendo a teoria da imprevisão, onde a parte prejudicada não possa cumprir, 
de nenhum modo, as obrigações contratuais, resultará em rescisão sem atribuição de culpa. 
 
1 Álea é um termo jurídico que significa literalmente a possibilidade de prejuízo simultaneamente à de lucro - ou, em outras 
palavras, risco (HOUAISS, verbete "álea"). 
2 “Rebus sic stantibus” pode ser lido como "estando as coisas assim" ou "enquanto as coisas estão assim". Em termos 
contratuais significa dizer que o contrato será cumprido “rebus sic stantibus” (estando as coisas como estão). 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art7xxxiii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art7xxxiii
 
 
 
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Se, por outro lado, o cumprimento da obrigação for possível, mas acarretar ônus para a 
parte terá este direito à revisão do preço para restaurar o equilíbrio rompido. 
O Fato do Príncipe é o ato lícito ou medida, de alcance geral, instituída pelo próprio 
Estado capaz de modificar as condições do contrato, provocando prejuízo ao contratado 
(álea administrativa). Caracteriza-se por ser imprevisível, extracontratual e extraordinário. 
Duas hipóteses ocorrerão caso se aplique a teoria acima exposta. A primeira é 
aquela em que o ato estatal dificulta e onera o particular para o cumprimento de suas 
obrigações; nesse caso, terá o particular o direito de revisão do preço, restaurando-se o 
equilíbrio contratual. A segunda, quando o fato impede definitivamente o particular de 
adimplir as obrigações, surgindo o direito a indenização integral por parte da contratada. 
Caso fortuito e força maior são situações que impossibilitam o cumprimento das 
obrigações contratuais. O primeiro decorre de eventos da natureza, como catástrofes, 
ciclones, tempestades anormais, entre outros e o segundo é resultado de um fato causado, 
de alguma forma, pela vontade humana, exemplo a greve. Caracterizam-se pela 
imprevisibilidade, inevitabilidade e impossibilidade total do cumprimento das obrigações. 
A ocorrência dessas situações enseja à rescisão contratual sem culpa do devedor 
inadimplente, não respondendo este pelos prejuízos resultantes do caso fortuito ou força 
maior. Entretanto, caso expressamente tenha se responsabilizado pelos prejuízos (art. 393 
do Código Civil) ou se estiver em mora (art. 399 do Código Civil), na ocorrência do caso 
fortuito ou força maior, responderá o inadimplente pelos prejuízos ocorridos: 
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito 
ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. 
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato 
necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. 
Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, 
embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se 
estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o 
dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente 
desempenhada. 
 
2.6 – Extinção do Contrato 
A extinção do contrato ocorre de diversas formas. Citaremos abaixo algumas: 
a) Cumprimento do Objeto – Dá-se a extinção contratual pelo cumprimento do objeto do 
contrato. É forma natural de extinção dos contratos administrativos. 
 
 
 
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b) Término do Prazo – Há contratos que preveem que as obrigações perdurem por 
determinado período de tempo, fixando-se um termo final. Considera-se também 
forma natural de extinção dos contratos administrativos. 
c) Impossibilidade Material ou Jurídica – Ocorre a impossibilidade material quando o 
fato constitui óbice intransponível para a execução das obrigações ajustadas. É o 
caso do desaparecimento do objeto. Na impossibilidade jurídica, admite-se, em tese, 
o cumprimento da obrigação, mas não nas condições jurídicas decorrentes do 
contrato. 
d) Invalidação – A invalidação ou anulação é o resultado que sujeita os contratos 
administrativos nos casos de vícios de legalidade. Estes vícios são aqueles que 
dizem repeito aos requisitos de validade dos atos administrativos em geral, como 
competência, a forma, o motivo e outros.Os artigos 60 a 64 da Lei 8.666/93 e 
alterações apontam hipóteses de ilegalidades: 
Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições 
interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e 
registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre 
imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de 
tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem. 
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a 
Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim 
entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite 
estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de 
adiantamento. 
Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus 
representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do 
processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos 
contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais. 
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de 
seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua 
eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês 
seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela 
data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o 
disposto no art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 
Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e 
de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos 
preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de 
licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo 
por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de 
despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço. 
§ 1o A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convocatório 
da licitação. 
§ 2o Em "carta contrato", "nota de empenho de despesa", "autorização de 
compra", "ordem de execução de serviço" ou outros instrumentos hábeis 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8883.htm#art61p
 
 
 
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aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55 desta Lei. (Redação dada pela 
Lei nº 8.883, de 1994) 
§ 3o Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas 
gerais, no que couber: 
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder 
Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, 
predominantemente, por norma de direito privado; 
II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço 
público. 
§ 4o É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição prevista 
neste artigo, a critério da Administração e independentemente de seu valor, 
nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, 
dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica. 
Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do 
contrato e do respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a 
obtenção de cópia autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos 
devidos. 
Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o 
termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do 
prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, 
sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei. 
§ 1o O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual 
período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que 
ocorra motivo justificado aceito pela Administração. 
 
e) Rescisão – A rescisão do contrato tem sua origem em um fato jurídico superveniente 
nascido de manifestação vontade. Essa manifestação admite diversidade quanto à 
pessoa do emitente e quanto ao modo em que é formalizada, sendo classificada em 
três grupos: a rescisão amigável, a rescisão judicial e a rescisão administrativa. 
I. Rescisão Amigável – É a rescisão que decorre da manifestação bilateral dos 
contratantes. Não há litígio entre as partes contratantes, mas sim interesses comuns, 
conforme o artigo 79, inciso II da Lei 8.666/93 e suas alterações. 
II. Rescisão Judicial – Ocorre quando a desconstituição do contrato administrativo 
provém de decisão emanada de autoridade investida na função jurisdicional. 
III. Rescisão Administrativa – É determinada por ato unilateral e escrito da 
Administração, conforme os artigos 78 e 79, inciso I da Lei 8.666/93 e suas 
alterações: 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8883.htm#art62%C2%A72
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8883.htm#art62%C2%A72
 
 
 
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CAPÍTULO 3 – Legislação Estadual e Alterações Contratuais 
3.1 – Legislação Estadual 
Decretos nº 42.048/2015 e nº 39.349/2013 – Autorização da SAD 
Conforme o art. 4º, incs. I e II, do Decreto nº 42.048/2015, é necessária a autorização 
prévia da Secretaria de Administração para as prorrogações, os reajustes ou outros 
aditamentos que gerem novas despesas dos contratos administrativos celebrados pelos 
órgãos e entidades, para os quais existam estudos técnicos elaborados pela SAD, 
independentemente do valor estimado, bem como dos contratos que tenham como objeto a 
prestação de serviços cujo valor, considerando um período de 12 (doze) meses, seja 
superior a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), exceto os instrumentos relativos a obras e 
serviços de engenharia, conforme a seguir: 
Art. 4º Será exigida, como condição de eficácia, a autorização prévia da SAD 
para: 
I - as prorrogações, os reajustes ou outros aditamentos que gerem novas 
despesas dos contratos administrativos celebrados pelos órgãos e entidades 
previstos no art. 1º, para os quais existam estudos técnicos elaborados pela 
SAD, independentemente do objeto e do valor estimado; 
II - as prorrogações, os reajustes ou outros aditamentos que gerem novas 
despesas dos contratos administrativos celebrados pelos órgãos e entidades 
previstos no art. 1º, que tenham como objeto a prestação de serviços cujo 
valor, considerando um período de 12 (doze) meses, seja superior a R$ 
300.000,00 (trezentos mil reais), exceto os instrumentos relativos a obras e 
serviços de engenharia. 
 
Tendo em vista que a SAD desenvolveu estudos técnicos para a contratação dos 
serviços de limpeza predial, limpeza hospitalar, limpeza escolar, vigilância, portaria e apoio 
administrativo, as prorrogações, os reajustes ou outros aditamentos que gerem novas 
despesas dos contratos administrativos que tenham esses objetos, independente de valor, 
deverão ter autorização da SAD. As supressões contratuais não necessitam de autorização 
da SAD, por não gerarem novas despesas. 
Ainda, deve ser observada a disposição do Parágrafo Único, do art. 5º, do Decreto 
Estadual nº 39.349/2013, pertinente à necessidade de autorização prévia do Secretário de 
Administração para os aditamentos das contratações de aquisição, locação, abastecimento 
e manutenção de veículos, conforme se observa: 
Art. 5º Compete à Secretaria de Administração: 
 
 
 
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I – realizar os processos licitatórios, dispensas e inexigibilidades para 
aquisição, locação, abastecimento e manutenção de veículos para uso dos 
órgãos e entidades referidos no art. 1º; 
Parágrafoúnico. As solicitações de aditamento contratual dos serviços 
relacionados no inciso I devem ser previamente autorizadas pelo Secretário 
de Administração. 
 
Portaria SAD nº 3.639/2015 – Prazos para solicitação de autorização à SAD 
O envio de solicitações de autorização à Secretaria de Administração para 
aditamentos contratuais deve observar o prazo fixado pela Portaria SAD nº 3.639/2015. De 
acordo com a norma, as solicitações deverão ser enviadas com antecedência mínima de 60 
(sessenta) dias da data de encerramento do contrato, nos casos de prorrogação e reajuste. 
Para as solicitações de autorização de acréscimo e supressão, o prazo é o mesmo, mas 
contado da data que se pretende firmar o aditamento. É importante destacar que as 
solicitações de autorização devem ser enviadas à SAD devidamente instruídas, visando dar 
mais celeridade às análises. 
Decreto nº 37.271/2011 e alterações – Visto da PGE 
De acordo com o art. 1º do Decreto nº 37.271/2011, alterado pelo Decreto nº 
43.134/2016, de 09/06/2016, será prévia e obrigatória a apreciação pela Procuradoria Geral 
do Estado dos contratos com valor global acima de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), 
ou, no caso de contratos decorrentes de dispensa ou inexigibilidade, acima de R$ 
300.000,00 (trezentos mil reais), em ambos os casos, considerando um período de até 12 
meses, celebrados no âmbito da Administração Pública Estadual Direta e Autárquica. 
Também precisam ser apreciados pela PGE os aditamentos dos contratos enquadrados nas 
situações acima. 
 
3.2 – Prorrogação Contratual: Hipóteses e Requisitos; Nova vigência contratual 
Prorrogação do contrato é o fato que permite a continuidade do que foi pactuado 
além do prazo estabelecido, e por esse motivo pressupõe a permanência do mesmo objeto 
contratado inicialmente. 
A prorrogação não é a regra e sim a exceção. Por isso, para a ocorrência de 
prorrogação devem ser preenchidos os requisitos legais do §1º do artigo 57 da Lei 8.666/93 
e suas alterações. 
 
 
 
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Por força do §3º e o caput do artigo 57 da Lei de Contratos Administrativos, os 
contratos administrativos não podem ter prazo de vigência por tempo indeterminado e sua 
duração fica adstrita aos respectivos créditos orçamentários. 
Por isso, as hipóteses de prorrogação de vigência restringem-se aos incisos I, II, IV e 
V do artigo 57 da Lei de Contratos Administrativos: 
1) Os contratos relativos a projetos fixados no Plano Plurianual que podem ser 
prorrogados no interesse da Administração e desde que prevista essa 
possibilidade no ato convocatório; 
2) Os contratos que tenham por objeto a prestação de serviços a serem executados 
de forma contínua, podem ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos 
períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a 
Administração, limitada a 60 meses, podendo ainda, em caráter excepcional, 
devidamente justificado e mediante autorização da autoridade superior, o prazo 
ser prorrogado por até 12 meses (totalizando 72 meses); 
Tal dispositivo concede à Administração a faculdade de prorrogar a vigência do 
referido contrato, desde que sejam preenchidos os requisitos legais, quais sejam: 
prestação de serviço de natureza contínua, condição mais vantajosa para a 
entidade e que a vigência contratual não ultrapasse 60 (sessenta) meses. 
Sobre a necessidade de que os serviços sejam executados de forma contínua 
para a prorrogação contratual, o jurista Diógenes Gasparini define: 
Os serviços de execução contínua são caracterizados pela perenidade e 
necessidade de sua prestação. Disso dá-nos conta Jorge Ulisses Jacoby 
Fernandes (BLC nº 2-fev.1996-p.75) ao afirmar que “não apenas a 
continuidade do desenvolvimento, mas a necessidade de que não sejam 
interrompidos, constituem os requisitos basilares para que se enquadrem 
como prestação de serviços a serem executados de forma contínua”. Observe 
- se que, mesmo com tais características, são inconfundíveis com os serviços 
públicos, pois sua titularidade pertence ao particular que os presta à 
Administração Pública que deles necessita em caráter perene. Os 
administrados, salvo, por evidente, indiretamente deles usufruem. 
 
É, portanto, elemento essencial para a caracterização de um serviço como 
contínuo a sua perenidade e a necessidade de que não sejam interrompidos, em 
vista dos possíveis prejuízos que pode acarretar para a Administração Pública. 
 
 
 
 
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3) Os contratos em que a Administração quer alugar equipamentos e utilizar 
programas de informática, caso em que a duração pode se estender pelo prazo de 
até 48 meses após o início do ajuste; 
4) Contratos relativos às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do 
Art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, 
caso haja interesse da administração. 
Art. 24 (…) 
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança 
nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, 
ouvido o Conselho de Defesa Nacional; 
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com 
exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver 
necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio 
logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de 
comissão instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) 
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no 
País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e 
defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada 
pela autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007). 
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 
5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os 
princípios gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, 
de 2010) 
 
No tocante à “nova vigência” orientada pela PGE através do Parecer de nº 0525/11, 
nos contratos de serviços contínuos, com o término do exercício financeiro, dá-se a 
extensão da vigência para o novo exercício subsequente com o fim de completar os doze 
meses dispostos usualmente nos instrumentos convocatórios. 
Não se está celebrando prorrogação de vigência que é um direito da Administração 
mediante a vantajosidade de continuar com a avença. Pelo contrário, quando pactuado no 
Contrato que a vigência é de doze meses, criou-se direito subjetivo para a contratada de 
continuar o pacto até o término do período. 
Conforme o entendimento da PGE, baseado na Orientação Normativa de nº 01/2009 
da AGU e na Decisão nº 586/2002 do TCU, os contratos administrativos de serviços 
contínuos podem ter sua vigência não coincidente com o ano civil desde que se preveja no 
contrato “mater3” o apostilamento das notas de empenho para logo no exercício 
subsequente e se providencie tal apostilamento sob pena de resolução do contrato. 
 
3 “mater” significa mãe em latim. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8883.htm#art24xix
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11484.htm#art62
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.973.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.973.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.973.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.973.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.973.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12349.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12349.htm#art1Básico de Contratos Administrativos 
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Assim, o Parecer nº 0525/2011, transcrito abaixo, informa que é possível que a 
vigência do contrato perdure por 12 (doze) meses consecutivos, mesmo que ultrapasse o 
exercício financeiro: 
(...) 
Como se depreende do entendimento da AGU e da jurisprudência do Tribunal 
de Contas da União, é plenamente possível firmar contrato de prestação de 
serviços contínuos com vigência não coincidente com o ano civil, desde que 
sejam observadas as condições a seguir. 
O contrato mater deverá prever cláusula especificando que no exercício 
financeiro subsequente será oportunamente providenciado o apostilamento 
das respectivas notas de empenho, sob pena de resolução do mesmo. 
 (...) 
Sugerimos, pois, a inclusão de cláusula nestes termos: 
DA VIGÊNCIA 
‘O contrato vigorará de _/_/_ a _/_/_, podendo ser prorrogado, por interesse 
das partes, até o limite de 60 meses, nos termos do art. 57, II, da Lei nº 
8.66683’ 
DA DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 
‘As despesas decorrentes desta contratação estão programadas em dotação 
orçamentária própria, prevista no orçamento do Estado de Pernambuco, para 
o exercício de 20...., nas classificação abaixo: 
 (...) 
No(s) exercício(s) seguinte(s), as despesas correrão à conta dos recursos 
próprios para atender às despesas da mesma natureza, cuja locação será 
feita mediante apostilamento no início de cada exercício financeiro, sob pena 
de rescisão antecipada do contrato’. 
Em vista do exposto, com suporte no entendimento do Tribunal de Contas da 
União, esta Procuradoria, em revisão ao posicionamento anteriormente 
adotado, entende ser possível estipular a vigência dos contratos de prestação 
de serviços contínuos de forma não necessariamente coincidente com o ano 
civil, desde que seja incluída cláusula expressa no sentido da 
imprescindibilidade de apostilamento das notas de empenho, tão logo iniciado 
o exercício financeiro. 
No que concerne aos contratos de prestação de serviços contínuos em 
andamento, cuja cláusula de vigência limita-o ao término do exercício 
financeiro, deve ser acrescentada a cláusula acima sugerida no primeiro 
termo aditivo de prorrogação que se seguir, passando, então, a adotar as 
orientações do presente opinativo. Caso se trate de um contrato em que 
ainda não foi transcorrido o prazo de vigência original, deve ser 
complementado o período de vigência de doze meses inicial, para a partir daí, 
adotar a nova sistemática. 
 
Conforme parecer acima mencionado, em contratações de prestações de serviços 
contínuos, deverá ser incluída a cláusula da dotação orçamentária proposta pela PGE, para 
 
 
 
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que a prorrogação não necessite coincidir com o ano civil, sendo imprescindível o 
apostilamento das notas de empenho no início do exercício financeiro. 
 
3.3 – Acréscimos e Supressões: Tipos e Pressupostos; Base de Cálculo 
Os acréscimos e as supressões estão previstas no artigo 65, da Seção III – Da 
Alteração dos Contratos, da Lei 8.666/93 e suas alterações. Os Tribunais de Contas 
consagraram dois tipos de nomenclaturas para as alterações contratuais: a alteração 
qualitativa e a alteração quantitativa. 
A alteração qualitativa ocorre na hipótese de modificação do projeto ou das 
especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos. Está prevista no inciso I 
do artigo 65 da Lei 8.666/93 e alterações. 
A alteração quantitativa ocorre na hipótese de modificação do valor contratual em 
decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos 
pela lei. Previsão legal no inciso II do artigo 65 da Lei 8.666/93 e suas alterações. 
Conforme os §§ 1º e 2º do artigo 65 da Lei de Contratos Administrativos, os limites 
permitidos pela lei para a alteração contratual de forma unilateral pela Administração é de 
25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, que é a regra geral e o 
limite de 50% (cinquenta por cento) no caso específico de reforma de edifício ou de 
equipamento, aplicável esse limite ampliado somente para os acréscimos. 
No entanto, a lei admite alteração quantitativa do contrato, sem limite percentual, 
quando se tratar de supressão resultante de acordo entre os contratantes. Essa hipótese 
não diz respeito ao poder de alteração unilateral do contrato, uma vez que exige acordo 
entre as partes. Não está entre as prerrogativas da Administração ultrapassar o limite legal 
sem a anuência da outra parte. (inciso II, § 2º do artigo 65 da Lei 8.666/93 e alterações) 
A base de cálculo da alteração quantitativa deve ser o valor inicial atualizado do 
contrato, conforme o § 1º do artigo 65 da Lei de Contratos Administrativos. Os Tribunais de 
Contas tem firmado o entendimento de que a expressão legal “valor inicial atualizado” deve 
ser entendido como o valor inicialmente contratado acrescido dos reajustes previstos nos 
editais, contratos e na própria Lei que são instrumentos de manutenção da equação 
econômico-financeira. Não se somam, para esse conceito específico, os valores acrescidos 
ou diminuídos decorrentes de alterações (acréscimos ou supressões) ao contrato. 
 
 
 
 
 
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3.4 – Reajuste: Conceito legal; Prazo e Data Inicial. Reajuste retroativo 
Reajuste é algo que ocorre periodicamente, estando relacionado à inflação ordinária 
ou perda ordinária de poder aquisitivo da moeda, seguindo índices determinados, tudo 
conforme estabelecido no próprio contrato. É o mecanismo de preservação do equilíbrio 
econômico-financeiro estabelecido no momento da contratação. 
Os critérios de reajuste devem estar previstos obrigatoriamente no ato convocatório e 
no instrumento contratual conforme os artigos 40, inciso XI e 55, inciso III, da Lei nº 8.666/93 
e alterações: 
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o 
nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de 
execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o 
local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como 
para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o 
seguinte: 
(...) 
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de 
produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data 
prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa 
proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela; (Redação 
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam: 
(...) 
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e 
periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização 
monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo 
pagamento; 
 
O artigo 5º da Lei Estadual de nº 12.525/03 e suas alterações, determina que “os 
contratos administrativos serão reajustados com periodicidade anual”. Para os contratos 
administrativos tal prazo deve ser computado a partir da apresentação da proposta ou do 
orçamento a que a proposta se referir, conforme determina o artigo 40, inciso XI, da Lei dos 
Contratos Administrativos. 
Nos incisos II e III do Parágrafo único, do artigo 2º da Lei Estadual de nº 12.525/03 e 
alterações, excetua-se a regra do período de doze meses da proposta para o reajuste dos 
contratos administrativos de serviços de mão-de-obra. Por determinação legal, esses 
contratos, especificamente, são constituídos em sua composição de custos por planilhas de 
custos que contemplam dois Montantes o “A” e o “B”. O reajuste do Montante “A”,conforme 
disposto em Lei, ocorre no mesmo período e percentual fixados nas normas coletivas de 
trabalho da respectiva categoria, independente de prazo. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8883.htm#art40xi
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8883.htm#art40xi
 
 
 
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Já o Montante “B”, obedecida a periodicidade de doze meses da proposta, será 
reajustado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, fornecido pelo 
IBGE. Vale ressaltar que, quanto ao reajuste do montante B das planilhas de custos, a Lei nº 
15.834/2016 estabeleceu a possibilidade de atualização dos valores dos benefícios com 
base na Convenção Coletiva de Trabalho aplicável, válido apenas para contratos 
formalizados a partir de 10/06/2016, data de publicação da norma. Para contratos 
celebrados antes da vigência da norma, todos os itens constantes no montante B devem ser 
reajustados pelo IPCA. 
Vale ressaltar que, para contratos celebrados a partir de 10/06/2016, os benefícios 
estabelecidos nas normas coletivas de trabalho da respectiva categoria deverão ser 
reajustados no mesmo período e percentual fixados nos respectivos instrumentos. 
Conforme exposto, a Lei nº 12.525/03, com a alteração da Lei nº 15.834/2016, 
estabelece o seguinte: 
Art. 2° Na contratação de prestação de serviços, será previsto 
obrigatoriamente no edital planilha de composição de custos. 
§ 1º Nos serviços em que haja contratação de mão-de-obra com dedicação 
exclusiva, mediante a disponibilização de empregado terceirizado, na forma 
de posto de trabalho, as planilhas de composição de custos de que trata o 
caput contemplarão, separadamente, os montantes “A” e “B”, ficando 
determinado que: (NR) 
I - fazem parte do montante “A” os custos relativos à remuneração de mão-
de-obra, encargos sociais, trabalhistas e previdenciários e, do montante “B”, 
os custos relativos aos insumos e demais itens que compõem a respectiva 
planilha de custos; (NR) 
II - o montante “A” será reajustado no mesmo período e percentual fixados 
nas normas coletivas de trabalho da respectiva categoria; e (NR) 
III - o montante “B”, obedecida a periodicidade estabelecida no art. 5°, será 
reajustado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, 
fornecido pelo IBGE, com exceção de benefícios estabelecidos nas normas 
coletivas de trabalho da respectiva categoria, que serão reajustados no 
mesmo período e percentual fixados nos respectivos instrumentos. (NR) 
§2º A prestação de serviços de que trata esta Lei não gera vínculo 
empregatício entre os empregados da contratada e a Administração, 
vedando-se qualquer relação que caracterize pessoalidade e subordinação 
direta.” (AC) 
Art. 2º A alteração do reajuste do montante “B” para os benefícios decorrentes 
de normas coletivas de trabalho, de que trata o art. 1º, não afetará os 
contratos vigentes nem os contratos oriundos de processo licitatório iniciado 
antes da vigência desta Lei. 
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
 
 
 
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No tocante aos reajustes retroativos, eles possuem natureza indenizatória, 
considerando que os reajustes só produzem efeitos futuros e o reconhecimento de reajustes 
sobre parcelas já pagas figura-se como reparação de perdas. 
Dito isto, concessão de reajustes retroativos deverá submeter-se ao prazo 
prescricional aplicável a qualquer pretensão dirigida à Administração, ou seja, prazo de 
cinco anos contados da data-base para o reajustamento. 
Conforme entendimento da PGE, por meio de seu Parecer de nº 098/12, até a 
próxima prorrogação de vigência dos contratos de prestação de serviços contínuos devem 
ser pactuados os reajustes sob pena de preclusão lógica da empresa contratada para o 
exercício de seu direito, uma vez que nas prorrogações deve-se avaliar a vantajosidade em 
continuar com aquela contratação ou realizar nova licitação. 
Pelo entendimento proferido no Parecer PGE, temos que: 
Em qualquer caso, porém, assevera-se que a concessão de reajuste possui 
clara natureza indenizatória, considerando que, em essência, o reajustamento 
de preços só pode ter efeitos futuros. (…). 
Ademais, qualquer pedido de concessão de reajustamento retroativo deve 
inegável submissão ao prazo prescricional aplicável para qualquer pretensão 
dirigida contra a Administração Pública (art. 1º do Decreto nº 20.910/32). 
Decerto, requerida a concessão de reajuste retroativo dos preços do contrato 
pela empresa contratada quando já ultrapassado o prazo de 5 (cinco) anos 
contado da data-base para reajustamento, estará referida parcela atingida 
pelo cutelo prescricional. 
 
Esse é o entendimento que deve ser adotado pelo Estado nas futuras 
contratações e para os contratos em vigor. A PGE assim disciplinou: 
 
No que tange aos contratos de prestação de serviços contínuos em 
andamento, sugere-se que seja formalizado Termo Aditivo prevendo que a 
partir daquela data, não serão mais concedidos reajustes retroativos à 
prorrogação de prazo. 
 
Sendo assim, caso o contrato venha a ser aditado, cabe ao órgão verificar, no 
momento anterior à prorrogação, se foi realizado pela contratada, tempestivamente, outro 
pleito de reajuste. Caso tenha havido, o instrumento deverá conter cláusula expressa 
informando se tal reajuste será analisado posteriormente e concedido, desde que cabível, 
ou se a contratada renuncia ao reajuste referente à parcela pretérita. 
 
3.5 – Sanções Administrativas 
A aplicação das sanções administrativas, em caso de irregularidades do particular na 
execução do contrato, independe de prévia manifestação do Poder Judiciário. Elas estão 
previstas nos artigos 86 e 87 da Lei de nº 8.666/93, são as seguintes: 
 
 
 
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Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o contratado 
à multa de mora, na forma prevista no instrumento convocatório ou no 
contrato. 
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, 
garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções: 
I - advertência; 
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato; 
III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de 
contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos; 
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração 
Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até 
que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a 
penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a 
Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção 
aplicada com base no inciso anterior. 
 
Além do disposto na Lei 8.666/93 e alterações, há ainda as penalidades decorrentes 
do art. 7 º, da Lei nº 10.520/2002, quais sejam: 
Quem convocado dentro do prazo de validade de sua proposta, não celebrar 
o contrato, deixar de entregar ou apresentar documento exigido para o 
certame, ou apresentar documentação falsa, ensejar o retardamento da 
execução de seu objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na 
execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude 
fiscal, ficará impedido de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito 
Federal ou Municípios e, será descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de 
cadastramento de fornecedores a que se refere o inciso XIV, do art. 4º, desta 
Lei, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em 
edital e no contrato e das demais cominações legais. 
 
A aplicação de sançõespela Administração não impede que ela, cumulativamente, 
decrete a rescisão unilateral do contrato. Qualquer sanção administrativa, bem como a 
rescisão unilateral ocasionada por irregularidades imputadas ao contratado, deve ser 
precedida de processo administrativo em que se assegure ao contratado o direito ao 
contraditório e à ampla defesa. 
No âmbito da administração direta e indireta do Poder Executivo do Estado de 
Pernambuco, o Decreto Estadual nº 42.191/2015 disciplina o procedimento de apuração e 
aplicação de sanções a licitantes e contratados. 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 4 – Gestor do Contrato 
4.1 – Designação do Gestor do Contrato 
Conforme o artigo 67 da Lei de nº 8.666/93 e suas alterações, deverá ser designado 
um representante da Administração especialmente para acompanhar e fiscalizar a execução 
do contrato, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações 
pertinentes a essa atribuição. Esse poder-dever de fiscalização e acompanhamento é 
permanente e abrange todo o período de execução do contrato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
Lei nº 8.666/93 e alterações 
Lei Estadual nº 12.525/2003 e alterações 
Decreto nº 37.271/2011 e alterações 
Decreto Estadual nº 39.349/2013 
Decreto Estadual nº 42.048/2015 
Decreto Estadual nº 42.191/2015 
Portaria SAD nº 1.000/2014 
Portaria SAD nº 3.639/2015 
Parecer nº 0525/2011 – PGE 
Parecer nº 0098/2012 – PGE 
Lei nº 10.406/2002 - Código Civil

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