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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conteúdo 
 
1 - Os bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e desafios. 2 - Internet banking. 3 - Mobile banking. 
4 - Open banking. 5 - Novos modelos de negócios. 6 - Fintechs, startups e big techs. 7- Sistema de 
bancos-sombra (Shadow banking). 8- Funções da moeda. 9 - O dinheiro na era digital: blockchain, bitcoin 
e demais criptomoedas. 10 - Marketplace. 11 - Correspondentes bancários. 12 - Arranjos de 
pagamentos. 13 - Sistema de pagamentos instantâneos (PIX). 14 - Segmentação e interações digitais. 
15 - Transformação digital no Sistema Financeiro 
 
Coletânea de exercícios pertinentes 
 
Atualidades do Mercado Financeiro 
 
2 
 
 
Os Bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e desafios 
 
 
Com a nova cultura digital, os bancos precisam 
não só adaptar seus produtos e serviços, 
operações e modelo de negócio para uma 
abordagem consultiva em relação ao cliente 
 
A digitalização bancária já é uma realidade. Mesmo 
as instituições financeiras que efetivamente ainda 
não possuem processos automatizados o bastante 
para caracterizar esse conceito se esforçam para 
passar a imagem de “novo banco”. Para se 
destacarem em um mercado cada vez mais 
competitivo, as instituições precisam estar alinhadas 
e preparadas para essa nova realidade digital. 
 
Essa necessidade está atrelada ao cenário de 
clientes cada vez mais informados e conectados e de 
suas novas expectativas em relação aos serviços 
que consomem, não só financeiros, mas com 
influência inclusive das demais indústrias e de suas 
redes de relacionamento. 
 
A digitalização bancária chega para atender esse 
consumidor moderno, que agora consegue 
transacionar com as instituições sem a necessidade 
de intermediários por meio de seu dispositivo — 
como desktop, notebook, celular e tablet —, 
facilitando o relacionamento e melhorando a 
comodidade do cliente. 
 
Com a chegada das agências digitais, os bancos 
passam por uma quebra de paradigma no que diz 
respeito ao relacionamento com seus clientes. O foco 
deixa de ser a concorrência e as instituições devem 
direcionar seus esforços para aprofundar o 
entendimento de seus clientes, suas necessidades e 
expectativas. Assim, surge uma nova cultura digital, 
na qual é necessária não só uma adaptação de 
produtos e serviços, operações, modelo de negócio 
e organização, como uma ampliação de serviços 
para uma abordagem consultiva em relação ao 
cliente e colaborativa em relação ao mercado. 
 
Já os clientes esperam ser “encantados” e passam a 
exigir experiências cada vez mais consistentes e 
incorporadas às necessidades de seu dia a dia, com 
alta qualidade e disponibilidade nos canais de 
relacionamento de sua preferência. 
 
Cada vez mais deve-se necessitar menos das 
operações de retaguarda. O modo de pensar no 
momento da definição de produtos e processos deve 
levar isso em consideração. O conceito é que tudo 
deve ser resolvido de forma automatizada ou com o 
mínimo de interação manual. 
 
O segmento bancário vem investindo em iniciativas 
para sua transformação digital, no entanto, muitas 
delas ainda estão focadas no front-end, como canais, 
aplicativos e atendimento. Uma das dificuldades em 
se adequarem ao novo conceito está vinculada à 
necessidade de ampliar as ações para suas 
operações e modelos de negócio de forma rápida, 
ágil e com menor custo, frente à dificuldade de 
integração com sua infraestrutura atual (legados). 
 
Outro desafio é a chegada de novos players como, 
por exemplo, as fintechs e as empresas de 
pagamentos. A associação com os sistemas de 
redes sociais e aplicativos colaborativos é 
mandatória. 
 
O conceito de “jornada do cliente” passa a estar 
presente na forma de pensar dos responsáveis pelos 
atuais produtos bancários, substituindo o modelo de 
oferta desses produtos. Agora, é preciso identificar 
as necessidades do cliente de acordo com seu perfil 
e suas escolhas no momento em que está 
transacionando ou navegando na web. Após essa 
descoberta pode-se oferecer algo mais indicado para 
aquele cliente naquele instante. 
 
O maior benefício da digitalização reside na 
transformação do relacionamento e na fidelização do 
cliente, além da redução de custos e maior eficiência 
operacional. Outra vantagem é a bancarização, ou 
seja, a ampliação de clientes considerando a 
população não bancarizada e já “conectada”. A 
exposição desse viés de modernidade e mudança do 
modelo bancário tradicional visa atrair, também, a 
 
3 
 
geração chamada millennial, de jovens entre 18 e 34 
anos. 
 
Essa tendência já é fato no Brasil, e foi impulsionada 
pela questão dos não bancarizados e da pressão por 
eficiência e redução de custos. Os bancos, mesmo 
não estando 100% preparados, já se preocupam em 
passar a imagem de que são digitais. Por conta da 
importância e urgência dessa transformação digital, 
as instituições financeiras têm conseguido prioridade 
interna em seu portfólio de projetos, por isso, existem 
muitas iniciativas e projetos em andamento no país. 
Entretanto, ainda há um longo caminho a ser 
percorrido para a completa digitalização. 
 
Para tornar-se digital, é fundamental adotar uma 
estratégia clara e consistente que engloba a 
transformação do relacionamento com o cliente, das 
operações e dos modelos de negócio. Ainda há muito 
trabalho a fazer com relação ao amadurecimento de 
uma cultura verdadeiramente digital nas 
organizações, e o consequente investimento em 
construir uma visão clara, o engajamento de toda a 
organização, o roadmap de transformação e 
mecanismos para aferi-la. 
 
Pensar de forma digital é o grande desafio das áreas 
internas dos bancos, pois muitos processos internos 
precisam ser repensados e as questões de 
segurança devem ser priorizadas. Recentemente, o 
Banco Central criou uma norma que autoriza a 
abertura de contas sem a presença do cliente em 
agência, validando o que antes era uma tendência 
para uma realidade palpável. Sem dúvida foi um 
grande avanço, mas ainda há um enorme gap na 
adoção de uma cultura digital, associado à questão 
de segurança. A autorização de abertura de contas 
de forma não presencial pressupõe o 
desenvolvimento de mecanismos cada vez mais 
complexos e efetivos de segurança e garantia de 
informações. Ademais, essa mensagem de 
segurança e cumprimento das obrigações legais 
também precisa chegar de forma clara ao 
consumidor, evitando desconforto e qualquer tipo de 
desconfiança. 
 
O Brasil caracteristicamente é um país com foco em 
inovação, empreendedorismo e adoção de 
tecnologias disruptivas e, consequentemente, aberto 
a mudanças. Este mindset passa a impressão de que 
já estamos prontos para adotá-la ou até mesmo que 
esta já é uma realidade, mas está claro que ainda há 
muito trabalho a fazer quanto à transformação nos 
bastidores. A digitalização carrega em si a ideia de 
“simplificação”, e este sim é o grande desafio, um 
desafio e tanto. Além dos bancos, outros players do 
segmento financeiro também estão movimentando-
se para participarem desse movimento de 
digitalização. Financeiras, empresas de meios de 
pagamento, adquirentes, entre outros. É um 
movimento sem volta e quem ficar de fora certamente 
terá muita dificuldade para sobreviver. 
 
Internet banking. 
 
O Internet Banking é o ambiente bancário na 
internet, praticamente todos os bancos possuem um 
site onde o correntista consegue realizar diversas 
transações bancárias sem depender da agência. O 
internet banking permite o uso da tecnologia para 
consulta de saldo, extrato, transferências, 
pagamentos, etc., já é possível fazer praticamente 
tudo pela internet. Devido ao crescimento dessa 
tecnologia muitos clientes nunca foram na agência 
bancária de relacionamento, hoje em dia até a conta-
corrente pode ser aberta pela internet. 
 
O Internet Banking (banco na internet) permite que o 
correntista realizeoperações bancárias pelo 
computador, dispensado a necessidade de ir na 
agência. 
O que é possível fazer no Internet Banking: 
 Pagamentos (contas e boletos) 
 Transferências entre contas da própria instituição 
 Transferência via TED ou DOC para qualquer 
banco 
 Licenciamento de veículos e pagamento de 
multas (depende do banco) 
 Recarga de celular 
 Transferência Internacional 
 Aplicação em investimentos 
 Resgate de aplicações 
 Consulta de saldo e extrato 
 Solicitação de produtos e serviços financeiros 
(cartão de crédito, empréstimo, cheques, etc.) 
 Entre várias outras transações… 
 
 
4 
 
Hoje em dia a maioria dos serviços bancários estão 
disponíveis no Internet Banking. 
 
Qual o melhor internet banking? Isso depende do 
gosto de cada um, eu gosto bastante do Internet 
Banking do Banco Itaú pois ele é bastante completo. 
O Banco Original tem, na minha opinião, o Internet 
Banking mais bonito e moderno. 
 
Já o pior Internet Banking é o dos bancos estatais, na 
Caixa Econômica Federal (CEF) e no Banco do Brasil 
(BB) há uma grande burocracia, sendo necessário 
instalar um plugin de segurança que deixa o 
computador lento. 
 
Se você já acessa a sua conta-corrente ou poupança 
pela internet, então você já utiliza o Internet Banking. 
Qualquer pessoa que saiba acessar a internet pode 
acessar o Internet Banking. 
 
O termo “Internet Banking” é utilizado para fazer 
referência principalmente ao acesso bancária via 
computador/notebook (geralmente pelo navegador), 
já o acesso aos serviços bancários pelo celular é 
conhecido como Mobile Banking (ou Mobile Bank – 
termo em inglês que significa banco móvel), cujo 
acesso pode ser feito pelo browser (navegador) ou 
através de um aplicativo específico. 
 
Como podem perceber o inglês é bastante utilizado 
para se referir a termos bancários, principalmente os 
relacionados a tecnologia: 
 Internet Banking = Acesso aos serviços 
bancários pelo computador/navegador. 
 Mobile Banking ou Mobile Bank = acesso aos 
serviços bancários pelo celular, geralmente por APP. 
 
Dicas de Segurança para Utilizar o Internet 
Banking 
Abaixo vamos listar algumas dicas para que utilize o 
Internet Banking do seu banco com segurança: 
 Confira sempre a URL (endereço) do site do 
Banco – muita gente cai em golpes depois de 
introduzir os dados bancários em sites falsos; 
 Cadeado verde – veja se o site possui um 
cadeado de cor verde junto ao endereço, isso mostra 
que a conexão é segura (criptografada) e que a 
identidade do banco foi confirmado (normalmente 
aparece a razão social do banco e o CNPJ junto ao 
certificado); 
 Nunca digite mais de uma chave de segurança em 
uma única transação; 
 Tenha um antivírus no computador sempre 
atualizado; 
 Nunca clique em links de e-mails de pessoas que 
você não confia; 
 A maioria dos bancos nunca enviam e-mails 
“clicáveis”, isso é para a segurança do correntista; 
 Cuido com programas executáveis enviados por 
e-mail – a maioria é vírus!!!! 
 Banco nunca pede a atualização de chave de 
segurança por e-mail – esse procedimento não 
existe; 
 Cuidado com falsos e-mails de bancos que 
ameaçam cancelar o seu acesso ao internet banking 
caso não seja feito uma ação – isso não existe! 
 Troque periodicamente a senha do seu internet 
banking; 
 Se possível, tenha um e-mail utilizado 
exclusivamente para receber comunicados do banco; 
 Para tornar o ambiente bancário na internet 
seguro a maioria dos bancos utilizam uma chave de 
segurança (token), que exige a validação através de 
um código único gerado aleatoriamente através de 
um dispositivo eletrônico ou por APP. 
 Jamais forneça a sua senha a terceiros; 
Realizar operações bancárias pela internet é seguro, 
mas é necessário que o correntista siga as dicas 
apresentadas acima. 
 
 
Mobile banking 
 
Basicamente, o termo mobile banking refere-se ao 
uso de um smartphone ou outro dispositivo móvel 
para realizar tarefas bancárias que normalmente só 
podiam ser feitas nas agências ou por meio do 
computador pessoal. É também como são chamados 
os serviços on-line que os bancos oferecem aos seus 
clientes, tais como monitoramento de saldos da conta 
corrente, transferência de fundos entre contas, 
pagamento de faturas, entre outros. 
 
O mobile banking está mudando a forma com que as 
pessoas lidam com os bancos no país. Se olharmos 
para o pool de canais que os bancos brasileiros 
oferecem, vemos que as transações com 
movimentações financeiras no Mobile Banking 
cresceram 41%, enquanto Internet Banking 
apresenta leve queda. Já as operações sem 
movimentação financeira migraram dos ATMs e 
do Internet Banking para o Mobile Banking, 
enquanto as agências bancárias mantêm a 
composição. 
 
5 
 
Para acrescentar ainda mais dados que ilustram essa 
nova realidade e contextualizá-la com o que está 
acontecendo em todo o mundo, verifique os dados 
de transações bancárias feitas via mobile 
banking por ano, de acordo com a Pesquisa de 
Tecnologia Bancária da FEBRABAN: 
 2015: R$11,2 bilhões; 
 2016: R$18,6 bilhões; 
 2017: R$25,3 bilhões; 
 2018: R$33,1 bilhões; 
 2019: R$39,4 bilhões. 
 
Do ponto de vista dos banqueiros, o mobile banking 
traz inúmeras vantagens. De redução de custos à 
melhoria na experiência do cliente, passando por 
rapidez nas transações, possibilidade de melhor 
segmentação e análises preditivas (Big Data) para 
oferecer produtos e serviços cada vez mais 
personalizados e aderentes. 
 
Já para os clientes, pessoas físicas e jurídicas, o 
mobile banking oferece a comodidade de realizar 
transações bancárias a qualquer hora e em qualquer 
lugar onde haja conexão com a internet. Traz, 
portanto, ganho de tempo e também facilita a 
realização de negócios em poucos cliques. 
 
Quais são os desafios enfrentados pelos 
bancos com o mobile banking? 
Apesar de todos os benefícios, o mobile banking 
também traz desafios para os bancos. Tanto é que 
ele é um dos assuntos mais discutidos em eventos 
de tecnologia para o setor bancário em todo o mundo. 
 
A seguir, conheça quais são as principais 
preocupações dos executivos do setor bancário em 
relação ao mobile banking. 
 
Transformar o mobile banking em um canal 
transacional 
Em 2019, apesar do avanço da utilização dos 
serviços bancários por meio dos canais digitais, 
apenas 25% das transações foram com 
movimentação financeira, mas Para Fernando 
Kontopp, do Itaú Unibanco, os clientes passarão a 
usar com mais frequência os canais digitais daqui 
para frente: 
“Verificamos que a adesão tem sido bastante grande. 
Clientes que eventualmente não estavam tão 
confortáveis ou não tinham o hábito de utilizar esses 
canais, passaram a fazer uso de internet banking ou 
mobile banking. Como oferecemos uma experiência 
muito boa e segura para os clientes, acreditamos que 
uma vez que comecem a usar esses canais, eles 
adotarão esses novos hábitos”. 
Por isso, um dos grandes desafios dos bancos agora 
é aproveitar esse novo comportamento do 
consumidor para capitalizar mais através da internet. 
 
A boa notícia é que os novos hábitos dos 
consumidores estão fazendo com que os principais 
bancos em operação no país se esforcem para elevar 
o número de vendas de produtos e serviços via 
mobile banking. Também o número crescente de 
startups e fintechs que surgem a cada dia contribui 
para que a inovação digital seja fomentada no setor 
bancário. 
 
Melhorar a usabilidade das aplicações 
mobile 
Somente a criação de serviços via mobile banking 
não é suficiente para o sucesso. Um dos grandes 
desafios do setor bancário neste momento é 
melhorar a usabilidade das aplicações móveis, já que 
o consumidor precisa se sentir seguro e ver 
simplicidade no uso das ferramentas. 
 
E há inúmeras iniciativas nesse sentido. Uma delas 
vem do alemão Deutsche Bank, que desde 2014 
promove a Future Banking, uma competiçãointernacional na qual profissionais de design, 
finanças e outras áreas relacionadas podem propor 
soluções de user experience (UX, experiência do 
usuário) para tornar os serviços e aplicativos mais 
amigáveis e efetivos. No artigo sobre a experiência 
do cliente, abordamos a importância deste conceito 
nos serviços financeiros. 
 
Lidar com as ameaças à segurança da 
informação 
Há também o desafio da segurança dos dados 
bancários, tanto para o consumidor que está 
acessando sua conta por meio do dispositivo móvel 
quanto para o banqueiro. 
 
De acordo com um levantamento feito pela ESET, 
hoje o Brasil é líder no mundo em trojans bancários 
– os famosos vírus “cavalos de Troia”, que são 
instalados sem que os usuários percebam e 
silenciosamente roubam dados de transações 
financeiras. 
 
Outro estudo, realizado pelo grupo de pesquisa 
antimalware da Kaspersky Lab, aponta que em 2015 
os dispositivos móveis foram alvo de um aumento 
significativo no número de ataques do tipo 
ransomware – vírus que sequestra o sistema 
operacional ao criptografar os artigos para que o 
hacker, em seguida, solicite um resgate. 
 
https://blog.simply.com.br/revolucao-das-fintechs-ameaca-ou-oportunidade-para-os-bancos/
 
6 
 
Por ser de difícil monitoramento, o acesso mobile 
tende a sofrer ameaças constantes até que toda a 
população seja devidamente educada para lidar com 
as ameaças. Assim, cabe aos bancos trabalhar para 
garantir segurança de ponta a ponta, já que cada 
usuário é uma possível vítima, ao mesmo tempo que 
é um gerador de vulnerabilidades em potencial. 
 
Open Banking 
 
Na esteira do Pix e da agenda do Banco Central (BC) 
de incentivo à competitividade no Sistema Financeiro 
Nacional (SFN), a chegada do Open Banking deve 
trazer mais opções de produtos e serviços 
financeiros, com menos custos, além de mais 
transparência aos clientes finais, que terão mais 
autonomia sobre sua vida financeira. 
 
Na prática, o cliente será dono de seus dados 
financeiros e poderá escolher quando e com quais 
empresas vai compartilhá-los. 
 
O Open Banking é um conjunto de regras e tecnologias 
que vai permitir o compartilhamento de dados e serviços 
de clientes entre instituições financeiras por meio da 
integração de seus respectivos sistemas. 
 
O princípio fundamental do Open Banking é o 
consentimento do usuário, ou seja, as empresas deverão, 
obrigatoriamente, compartilhar informações de um cliente 
(seja pessoa física ou jurídica), se ele solicitar e autorizar 
a transmissão dos dados para outra instituição. 
 
Não é um aplicativo que vai permitir o compartilhamento, 
nem um produto. Os clientes poderão pedir para suas 
instituições financeiras compartilharem seus dados, se 
assim desejarem, por meio dos aplicativos já existentes 
das respectivas instituições. 
 
Novos produtos e serviços devem surgir a partir do 
desenvolvimento do Open Banking no país, mas sempre 
seguindo o conjunto de regras estabelecido para a criação 
do conceito. 
 
Vale dizer que o Open Banking não é uma exclusividade 
do Brasil. O Reino Unido foi o pioneiro, ao implementar um 
sistema parecido em 2018, enquanto a Austrália 
implementou a primeira fase do seu programa em julho 
deste ano, por exemplo. A Índia também já deu os 
primeiros passos para a criação do seu Open Banking. 
 
Além disso, países como Estados Unidos, Canadá e 
Rússia estão analisando maneiras de incorporá-lo aos 
seus sistemas financeiros. 
 
Cada país pode adotar o Open Banking conforme as suas 
características e liberar o compartilhamento de dados até 
certo nível, mas, de modo geral, o objetivo da aplicação do 
novo conjunto de regras é promover a concorrência, a 
eficiência e oferecer novos produtos para o consumidor 
final. 
 
No Brasil, está previsto o compartilhamento de dados 
cadastrais, usados para abrir uma conta em banco, tais 
como: dados pessoais (nome, CPF/CNPJ, telefone, 
endereço, etc.); dados transacionais (informações sobre 
renda, faturamento no caso de empresas, perfil de 
consumo, capacidade de compra, conta corrente, entre 
outros); e dados sobre produtos e serviços que o cliente 
usa (informações sobre empréstimos pessoais, 
financiamentos, etc.). Tudo sempre com o consentimento 
do usuário. 
 
O processo de liberação dos dados vai acontecer de 
forma gradual ao longo de 2021 (veja abaixo como vai 
funcionar cada fase). 
 
Quais instituições vão participar? 
No Brasil, apenas instituições financeiras que funcionam 
sob algum tipo de regulação oficial do BC poderão 
participar. 
 
Sendo que as instituições financeiras classificadas como 
S1 (instituições que possuem porte igual ou superior a 
10% do PIB ou que tenham atividade internacional 
relevante) e S2 (instituições de porte entre 1% e 10% do 
PIB) serão obrigadas a participar do Open Banking. São 
elas: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica, Itaú, 
Santander, BNDES, Citibank, Credit Suisse, entre outros. 
 
As demais instituições têm adesão voluntária ao Open 
Banking. Instituições de pagamentos, como Pic Pay, 
Mercado Pago, Nubank, etc., poderão escolher se vão 
participar ou não do novo ecossistema. 
 
Especialistas ouvidos pelo InfoMoney afirmam que a 
tendência é que grande parte das instituições reguladas 
participem. 
 
Embora a participação compulsória não valha para todas 
as empresas, uma característica importante do Open 
Banking é a reciprocidade. Ou seja, todas as empresas 
que aderirem terão o direito de receber dados de seus 
concorrentes, mas também serão obrigadas a 
compartilhar os dados de suas respectivas bases – 
quando os clientes consentirem. 
 
Portanto, se uma fintech ou outra instituição, que tem 
 
7 
 
participação voluntária, quiser entrar no Open Banking, 
deverá obrigatoriamente compartilhar os dados de seus 
clientes, caso eles peçam, com qualquer outro banco ou 
fintech participante do Open Banking. 
 
As instituições receptoras dos dados terão um prazo 
máximo de 12 meses para acessar os dados, segundo as 
regras do Banco Central. Depois disso, o cliente precisará 
renovar o consentimento (veja mais sobre isso na parte de 
segurança). 
 
Quais as vantagens do Open Banking? 
O Open Banking parte do princípio que os dados do 
consumidor são de sua propriedade e não do banco ao 
qual ele está vinculado. 
 
Hoje, o Brasil enfrenta uma grande assimetria de 
informações. Para exemplificar: se um cliente tem conta 
no banco A, essa instituição detém o histórico de crédito 
desse cliente, que indica, por exemplo, se ele é ou não um 
bom pagador. 
 
Mas se o cliente deseja pedir um empréstimo no banco B, 
no qual não possui conta aberta, ele terá dificuldade. Isso 
acontece porque o banco B não tem dados suficientes 
para aferir a capacidade de pagamento da pessoa para 
liberar ou não o crédito porque é o banco A que tem essas 
informações. Assim, a operação se torna mais arriscada 
para o banco B e ele tende a não conceder o crédito. 
 
O cliente fica, então, dependente da instituição na qual tem 
conta e sujeito às suas taxas, o que incentiva ainda mais 
a já alta concentração bancária no país. 
 
O Open Banking pretende reduzir essa barreira de 
entrada, democratizando não só os empréstimos, mas 
diversos tipos de produtos financeiros, para que os 
bancos, fintechs, instituições de pagamentos, possam 
compartilhar as informações entre eles e o cliente tenha o 
direito de escolher qual instituição oferece as melhores 
condições para cada serviço financeiro. 
 
Na prática, é como se o Open Banking permitisse que o 
cliente construísse seu “próprio banco”. A pessoa poderá 
escolher acessar crédito no banco A, que tem a melhor 
taxa, investimentos na corretora B, que tem baixa taxa de 
corretagem e cartão de crédito na fintech C, que não tem 
anuidade, por exemplo. 
 
Dessa forma, segundo o BC, o Open Banking vai priorizar 
a experiência do cliente e a diversidade e 
representatividade dos participantes.O que muda com o Open Banking? 
Com o cliente tendo controle do compartilhamento de 
seus dados, fica muito mais fácil abrir contas e adquirir 
produtos e serviços em diferentes instituições ao mesmo 
tempo. 
 
Do lado das empresas, a corrida será pela atenção do 
consumidor. Isso porque, mesmo tendo conta na 
instituição, nada garante que o cliente vai consumir e 
utilizar os serviços dela. Por isso, o banco ou a fintech que 
oferecer a melhor experiência em serviços financeiros 
tende a conquistar os clientes. 
 
Os bancos tradicionais, que hoje possuem uma gama 
grande de produtos, precisarão investir mais na 
experiência do cliente, enquanto as fintechs, que hoje 
oferecem uma melhor experiência, precisarão aumentar o 
portfólio de produtos e serviços. O Open Banking vai 
incentivar esse equilíbrio entre os participantes do sistema 
financeiro. 
 
A tendência é o surgimento de novos modelos de 
negócios e mais concorrência entre as empresas, o que 
vai beneficiar os consumidores, que terão mais opções 
disponíveis e, provavelmente, produtos mais baratos. 
 
Por isso, conforme especialistas ouvidos pelo InfoMoney, 
o Open Banking incentiva a inovação e a criação de novos 
produtos, além de ampliar a distribuição e concorrência. 
 
Como vai funcionar? 
O passo a passo de acesso e uso do Open Banking ainda 
não foi completamente definido, mas algumas etapas já 
são conhecidas. 
 
Em relação à liberação de dados: se o cliente quiser que 
o banco A, no qual tem conta, compartilhe dados dele com 
a fintech B, ele precisa iniciar o processo na instituição que 
vai receber os dados. Ou seja, deve solicitar o 
compartilhamento à fintech B que vai avisar o banco A, 
que o cliente solicitou os dados. Feito isso, o banco A, vai 
confirmar com o cliente se ele realmente solicitou a 
liberação. Se o cliente confirmar e der seu consentimento, 
o banco A transmite a informação para a fintech. É 
parecido com o procedimento adotado na portabilidade de 
crédito. 
 
Por exemplo, com o Open Banking em funcionamento, 
um cliente do Bradesco poderia cotar as taxas que seriam 
cobradas se ele pedisse um empréstimo pessoal no Itaú. 
O cliente faria a solicitação da cotação, por meio do app 
ou internet banking do Itaú, sem necessariamente ter uma 
conta no banco. O Itaú então acionaria o Bradesco, que, 
por sua vez, mandaria uma mensagem dentro do seu app 
para o cliente confirmar que solicitou os dados. 
 
Feito isso, o Bradesco envia a informação ao Itaú, que de 
posse dos dados, pode abrir uma conta ou avaliar a 
 
8 
 
concessão de crédito mais rapidamente a partir do 
histórico do cliente. 
 
Especialistas consultados pelo InfoMoney disseram que 
esse deve ser o fluxo padrão de consentimento. Mas 
ainda é cedo para dizer como cada instituição fará isso de 
forma mais detalhada. 
 
Em relação ao uso de produtos e serviços que vão surgir 
a partir da implementação do Open Banking, há uma série 
de possibilidades. A experiência do cliente será um dos 
pontos centrais no Open Banking. Como o cliente terá 
muito mais opções disponíveis para usar, as instituições 
devem investir em soluções simples, intuitivas e na boa 
usabilidade das plataformas para atrair mais clientes. 
 
A recomendação do BC é que o fluxo de autorização para 
compartilhar os dados e usufruir do Open Banking seja 
semelhante à do acesso direto na instituição – por meio do 
app ou internet banking. Ou seja, a ideia é que o cliente 
autorize o procedimento por meio de reconhecimento 
facial, biometria ou senha, assim como ocorre com os 
demais serviços que o cliente usa no banco hoje. 
 
Que tipos de serviços encontrarei com o Open 
Banking funcionando? 
Considere dois exemplos práticos de tipos de serviços que 
poderemos encontrar com o uso do Open Banking: 
 
Situação 1 
Um banco receptor da informação não precisará que o 
cliente seja seu correntista para fazer uma análise de 
crédito, basta que o banco no qual o cliente tem conta 
informe seus dados, a partir do seu consentimento. 
 
Por exemplo, o Matheus, que é cliente do banco A, decide 
comprar um lustre novo para a sua casa em uma loja 
online de material de construção. 
 
Ao chegar no checkout vai se deparar com as formas de 
pagamento e entre elas poderá ver a opção “crédito do 
banco B”, no qual não possui uma conta. 
 
Ao selecionar essa opção, uma mensagem vai aparecer 
na tela para que ele indique em qual banco tem conta e, 
portanto, onde está o dinheiro. Ele indicará o banco A. 
 
Ao fazer isso, ele receberá uma mensagem, por meio do 
app do banco A, avisando que o compartilhamento de 
dados foi solicitado e ele autoriza a operação. Feito isso, o 
banco B, que viu seu histórico de crédito, aprova o 
empréstimo para a compra na loja e ele consegue finalizar 
o pagamento em minutos usando um microcrédito de um 
outro banco. Esse tipo de operação já deverá estar 
disponível em 2021. 
 
Situação 2 
Será possível encontrar produtos de diferentes instituições 
financeiras no mesmo aplicativo, desde que essas 
empresas fechem parcerias entre si. Na prática, seria 
possível o banco ofertar um produto seu no canal de um 
concorrente. 
 
Por exemplo, a Daniela poderia abrir o app da fintech C e 
encontrar um financiamento imobiliário fornecido pelo 
grande banco D e contratá-lo pelo próprio app da fintech. 
Isso seria possível porque a fintech C (que tem uma boa 
experiência, mas não tem esse tipo de produto) deseja 
atrair o cliente para o seu domínio, enquanto o banco D 
(que possui um portfólio grande de produtos, mas não tem 
boa experiência em seu app), não quer deixar de ofertar 
seu produto ao cliente. 
 
Assim, outra expectativa relacionada ao Open Banking é 
o surgimento de marketplaces que vão agregar diversos 
produtos de diferentes bancos e instituições financeiras. 
 
Já esse segundo exemplo será possível com o Open 
Banking funcionando de maneira plena e deve demorar 
um pouco mais para se tornar realidade. 
 
Quando começa a funcionar? 
Os usuários finais terão acesso aos serviços e novas 
opções disponibilizados pelo Open Banking a partir de 15 
de julho de 2021 – embora a primeira fase de 
implementação tenha início no dia 1º de fevereiro de 2021 
para as instituições participantes. 
 
Quais são as fases? 
Fase Qual tipo de dado poderá ser compartilhado entre as instituições 
1. Início em: 
01/02/21 
As instituições financeiras irão compartilhar entre si, sob supervisão do BC, suas prateleiras de 
produtos, serviços e taxas disponíveis; o consumidor ainda não participa desta fase; 
2. Início em 
15/07/2021 
Instituições financeiras estarão aptas a compartilhar entre elas os dados cadastrais de clientes 
(como nome, CPF/CNPJ, telefone, endereço, etc.) e informações relacionadas a conta corrente, 
tarifas, entre outros – tudo sempre a partir do consentimento do consumidor; 
 
9 
 
3. Início em 
30/08/2021 
Início dos serviços de iniciação transação de pagamento (sendo possível usar o WhatsApp para 
iniciar uma transferência, por exemplo); e a possibilidade de compartilhamento do histórico de 
informações financeiras dos clientes; 
 
 4. Início em 
15/12/2021 
Possibilidade de compartilhar dados referentes a operações de câmbio, serviços de 
credenciamento, contas de depósito a prazo e outros produtos de investimentos, seguros, 
previdência complementar aberta, entre outros; 
 
Open Banking é seguro? 
O Open Banking no Brasil funcionará sob a regulação do 
Banco Central. Toda e qualquer instituição participante 
precisará estar sob o guarda-chuva do BC como 
instituição financeira (como os bancos tradicionais) ou 
como instituição de pagamento (empresas que não 
podem conceder empréstimos e financiamentos, como 
Nubank, Mercado Pago, etc.). 
 
Assim, as empresas participantes estão sujeitas a 
punições por parte do BC. Na prática, se alguma das 
instituições não seguir as regras do Open Banking ao 
operar nesseambiente, o BC pode aplicar multas, excluir 
a empresa do Open Banking, e, no limite, decretar a 
falência ou liquidação da instituição. Por isso, a tendência 
é que todas as instituições participantes sigam as regras à 
risca, assim como elas seguem hoje na oferta de outros 
tipos de serviços. 
 
Além disso, todo envio e recebimento de informações 
dentro do ecossistema do Open Banking estará protegido 
pela Lei Complementar n° 105/2001, do Sigilo Bancário, 
que proíbe o compartilhamento de dados para instituições 
não participantes do Open Banking, bem como proíbe a 
venda de informações de consumidores para terceiros. 
 
Somado a isso, o arcabouço do Open Banking também 
está sob o guarda-chuva da Lei Geral de Proteção de 
Dados (n° 13.709/2018) – que entrou em vigor neste ano 
e que abrange diversas áreas, além da financeira – e dá 
autonomia para o cliente em relação ao seus dados. 
 
De qualquer maneira, a regulação é rígida no Brasil. Há 
um perímetro de atuação do Open Banking bem definido. 
No Reino Unido, por exemplo, uma entidade não regulada 
pode prestar serviço de compartilhamento de dados, o 
que não será permitido aqui. 
 
A ideia é que o BC fiscalize todos os participantes do Open 
Banking e os puna, caso necessário, em prol do bom 
funcionamento do sistema. 
 
Mais detalhes sobre a segurança do sistema devem ser 
divulgados conforme o cronograma do Open Banking for 
avançando. 
 
O que são as APIs e como se relacionam com o 
Open Banking? 
A API (Application Programming Interface, em inglês, ou 
Interface de Programação de Aplicativos) é o recurso que 
permitirá às instituições compartilhar as informações no 
ecossistema do Open Banking de maneira padronizada. 
 
Vale dizer que a API não foi criada para o Open Banking. 
É um elemento universal de tecnologia, que já é 
amplamente usado hoje na integração de sistemas em 
diversos âmbitos. Basicamente, é a forma como todos os 
softwares “se falam” dentro da internet. 
 
Para facilitar a compreensão, a API é uma espécie de 
ponte que conecta aplicações diferentes por meio de uma 
mesma linguagem. Por exemplo, a Uber usa uma API do 
Google Maps para que tenha os mapas no seu aplicativo, 
bem como o Airbnb também usa uma API para mostrar as 
localizações dos imóveis disponíveis para aluguel. 
 
Dessa maneira, as APIs vão permitir o fluxo de troca de 
dados de clientes entre as instituições de forma ágil e 
segura. Ágil porque todas as instituições receberão e 
enviarão as informações no mesmo padrão e seguro 
porque todo o processo será supervisionado pelo BC. 
 
Por que padronizar a API é importante? 
Outra maneira de entender a API é considerá-la como um 
contrato, com cláusulas que os participantes precisam 
seguir para conseguir se comunicar. 
 
O problema de não padronizar as APIs são as disfunções 
que poderiam ser geradas na troca de informações, 
justamente pela falta de cláusulas “nesse contrato”. 
 
Por exemplo, o banco A informa o saldo de R$ 100 da 
conta do cliente João para o banco B, juntamente com o 
nome completo dele e o número da conta. 
 
Mas o banco B tem como padrão uma leitura de números 
com pontos em vez de vírgula e, quando o saldo entra em 
seu domínio, ele não consegue traduzir o valor em R$ 100, 
o que gera um erro na leitura da informação pelo banco B, 
por exemplo. 
Seria um detalhe, mas em uma escala que envolve 
milhares de contas pode atrapalhar muito o 
 
10 
 
funcionamento do sistema. Então, a API vai padronizar o 
formato dos números como se fosse uma das cláusulas 
de um contrato. 
 
No fim do dia, a API será a estrutura por trás da 
experiência do Open Banking, que vai facilitar a integração 
de informações e a visualização de forma rápida e simples 
para o consumidor – viabilizando uma boa experiência. 
 
O formato da API que será utilizado no Brasil ainda está 
em discussão e será desenvolvido pelo grupo de trabalho 
do Open Banking (veja mais sobre isso abaixo). 
 
Qualquer empresa pode ter acesso aos meus 
dados financeiros? 
Não. Os dados financeiros do cliente só serão 
compartilhados se ele desejar e com as instituições que 
ele quiser – desde que esses bancos ou fintechs sejam 
regulados pelo BC. 
 
Não vai existir a possibilidade de o cliente solicitar que uma 
empresa que não está no escopo do Open Banking 
acesse os dados de seu banco, por exemplo. 
 
A única maneira de uma empresa estar no escopo do 
Open Banking e não ser regulada pelo BC é se ela for uma 
parceira de uma instituição participante. 
 
Mas essa figura “parceira”, por regra, não pode ser 
regulada pelo BC, portanto não pode ter acesso a dados 
provenientes do 
 
Open Banking. 
Ou seja, considere que o Banco do Brasil fez uma parceria 
com a ContaAzul, empresa de software, para fazer um 
upgrade em sua plataforma de gestão. A ContaAzul vai 
auxiliar o BB nesse processo de melhoria, mas não terá 
acesso aos dados que o BC eventualmente vai receber 
via Open Banking. 
 
Inclusive, essas empresas parceiras devem ser, em sua 
maioria, companhias de tecnologia que vão oferecer 
melhorias para as participantes conseguirem operar de 
forma mais ágil dentro do ecossistema do Open Banking. 
 
As empresas têm acesso aos meus dados por 
tempo indeterminado? 
Não. O BC definirá alguns limites para que as empresas 
acessem os dados. O prazo máximo é de 12 meses. 
Passado esse período, o usuário precisará renovar seu 
consentimento para que a instituição utilize a informação 
novamente. 
 
Esse prazo de duração do acesso vai variar de acordo 
com o objetivo do uso dos dados. Por exemplo, o acesso 
ao histórico de crédito pode ter duração de três meses, 
enquanto o acesso aos dados cadastrais seis meses. Se 
após esse período a empresa receptora dos dados usá-
los para algum fim, poderá ser punida pelo BC. 
 
Mais para frente isso deve ser esclarecido de forma mais 
detalhada pelo regulamento do Open Banking. 
 
Vale ressaltar que, devido à LGPD, o cliente poderá pedir 
para as instituições excluírem seus dados do Open 
Banking, se assim desejar, a qualquer momento, mas 
ainda não há um fluxo definido para se fazer isso. 
 
Tenho como saber quem tem acesso aos meus 
dados? 
Como o cliente decide se quer compartilhar os dados e 
com quem, ele saberá quais instituições têm acesso às 
suas informações financeiras porque ele mesmo autoriza 
o processo – além do fato de as empresas terem acesso 
às informações por tempo limitado. Mas, no longo prazo, 
pode ficar inviável fazer a gestão desses dados pessoais. 
 
Por exemplo, poucas pessoas acessam a página do 
Facebook que mostra quais empresas têm acesso aos 
seus dados a partir do momento em que o usuário faz o 
login nos ambientes dessas empresas usando a rede 
social. É a mesma lógica. Passados alguns anos, nem 
todo mundo deve fazer uma gestão das instituições 
financeiras que terão seus dados. 
 
Esse será um dos grandes desafios do Open Banking: 
como o consumidor vai administrar seus dados e 
organizar o seu consentimento para diferentes 
instituições. E, por enquanto, não há uma solução para 
isso. 
 
Na Índia, por exemplo, há um sistema “agregador de 
contas”, oferecido pelos bancos e licenciado pelo Banco 
Central da Índia, que regula a coleta e o compartilhamento 
de dados. Ao fazer login em apps de empresas terceiras 
autorizadas, os usuários podem reunir todos os tipos de 
dados financeiros (como padrões de gastos, reembolso de 
contas, declarações de Imposto de Renda, transações 
comerciais, etc.) e podem optar por compartilhá-los ao 
buscar empréstimos, produtos de investimento ou até 
seguro. 
 
Tem custos? 
O consumidor final não pagará nada ao solicitar o 
compartilhamento de seus dados da sua instituição para 
outra. Ou seja, o banco transmissor da informação não 
poderá fazer cobranças. 
 
Por outro lado, o banco receptor dos dados poderá cobrar 
o cliente apenas nos casos em que oferecer serviços 
adicionais que agreguem dados e o cliente optar por11 
 
contratá-los – nos moldes do que o Flipper ou o Guiabolso 
oferecem hoje. 
 
Ainda não há mais detalhes de possibilidades de cobrança 
para os clientes PF ou PJ. 
 
Já a instituição detentora dos dados poderá cobrar a 
instituição receptora, se a mesma solicitar dados 
cadastrais diferentes do mesmo cliente mais de duas 
vezes em um mês, segundo o BC. Os eventuais valores 
cobrados serão definidos no grupo de trabalho do Open 
Banking. 
 
Tem relação com o Pix? 
O Open Banking e o Pix são diferentes. Enquanto o Pix é 
um meio de pagamento instantâneo, o Open Banking é 
um conjunto de regras sob o qual o sistema financeiro 
nacional vai atuar. 
 
São recursos independentes, mas que podem atuar em 
conjunto. Ambos fazem parte da agenda de inovação e 
mais competição do BC e têm cronogramas que andam 
em paralelo. 
 
O Pix é uma ferramenta que pode ajudar o Open Banking 
a evoluir do puro compartilhamento de informações para a 
movimentação do dinheiro de forma instantânea. 
 
Além disso, a criação recente da figura do iniciador de 
pagamento (Pisp), aprovada pelo BC como entidade 
regulada, vai possibilitar que essa relação entre Pix e 
Open Banking se consolide. 
 
Na prática, com o Pisp será possível acessar o banco ou 
outra instituição financeira por canais que não 
necessariamente são o aplicativo ou o internet banking do 
banco. Assim, será possível iniciar as transferências por 
canais como WhatsApp, Mercado Pago, iFood, entre 
outros, e efetuá-las com Pix – embora o Pix não seja a 
única opção nesse caso, já que será possível usar outras 
formas de transação como TED, DOC ou boleto. 
 
Em 2021, veremos o desenvolvimento do Pix, com mais 
serviços e produtos, bem como a chegada do Open 
Banking para os consumidores em geral. 
 
Quem são os responsáveis por implementar o 
Open Banking no Brasil? 
O BC criou uma convenção (ou grupo de trabalho) com os 
principais representantes de instituições financeiras e de 
pagamentos do país com o objetivo de definir as regras de 
funcionamento em conjunto para que todas as categorias 
do sistema financeiro tenham os mesmos direitos e 
deveres dentro do ecossistema do Open Banking. 
 
Nesse grupo de trabalho estão: a Federação Brasileira de 
Bancos (Febraban), a Associação Brasileira das 
Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), 
ABFintechs, que representa os interesses das fintechs, a 
Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a 
Associação Brasileira de Bancos (ABBC), Associação 
Brasileira de Instituições de Pagamentos (Abipag), a 
Associação Brasileira de Internet (Abranet), entre outras, 
além de um conselheiro independente. 
 
Qual é o papel do BC no Open Banking? 
O BC é o juiz do ecossistema do Open Banking. A 
autoridade monetária estabelece a estrutura inicial do 
processo de implementação do Open Banking e aprova o 
conteúdo da convenção. 
 
Na prática, o BC é o responsável pela fiscalização e 
punição das instituições participantes. A ideia é que tudo o 
que acontece no âmbito do Open Banking seja observado 
de perto pelo BC – portanto, a tendência é que a operação 
e dinâmica do Open Banking sejam seguras. 
 
Novos modelos de negócios. 
 
À medida que as tecnologias de internet evoluem, o 
consumidor interage de forma diferente, moldando 
comportamentos. Para acompanhar essa tendência, 
os gestores estão cada vez mais empenhados em 
descobrir soluções para aumentar o engajamento do 
público e manter o negócio alinhado com os seus 
objetivos. Dessa forma, novos modelos de negócio 
emergem em todo o mundo. 
 
Conhecendo novos modelos de negócios. 
Vivemos a transformação digital e as tecnologias de 
hardware, software e internet evoluem de forma 
acelerada, impulsionando o surgimento de novos 
mercados. Hoje, o cliente é muito mais exigente e 
hiperconectado que há uma década, e as empresas 
acabam disputando o mesmo público em um cenário 
altamente competitivo. 
 
Munidos de informações, os clientes contam com 
diversas ferramentas online disponíveis 
gratuitamente para pesquisar e escolher os produtos 
e serviços mais adequados às suas necessidades. 
Por isso, é preciso pensar em formas inovadoras de 
atender o público-alvo, criando experiências 
disruptivas. 
 
Isso significa quebrar padrões e oferecer algo 
completamente diferente do que sempre foi feito — 
 
12 
 
ou complementar uma ideia de valor. Em um 
mercado de crescimento exponencial, vence aquele 
que consegue entregar produtos e serviços com 
maior qualidade e agilidade, além de agregar valor e 
novas experiências aos processos de compra e uso. 
 
Principais modelos de negócios para 
empresas em desenvolvimento 
Com base na importância dos novos modelos de 
negócios para a evolução do mercado global, 
listamos abaixo alguns que podem ser adotados na 
sua empresa. Confira! 
 
1. PSS (Product-Service-System) 
Conhecido no Brasil como Modelo de Negócio de 
Servitização, o PSS é orientado à função. Isso quer 
dizer que a empresa deixa de vender o produto em si 
e passa a entregar somente as funcionalidades dele 
como serviço, atendendo adequadamente às 
necessidades de clientes específicos. 
 
A Xerox, por exemplo, usa esse modelo de negócio 
instalando seus equipamentos de impressão nas 
empresas e cobrando apenas pelo número de cópias 
realizadas (pay-per-copy). Em um outro exemplo, a 
Philips faz toda a instalação da iluminação em um 
projeto predial e cobra somente pela iluminação 
proporcionada (pay-per-lux). 
 
2. O2O (Online-to-Offline) 
Tem a característica de oferecer pela internet 
produtos e serviços comumente disponibilizados em 
lojas físicas (varejo). A estratégia é usada com 
sucesso por sites de compras coletivas para ajudar 
lojistas a atrair novos clientes engajados com o 
mundo digital. 
 
O Peixe Urbano foi uma das primeiras empresas a 
adotar esse modelo no Brasil, reunindo ofertas de 
hotéis, recomendações de produtos e promoções 
com preços bem reduzidos por tempo e quantidade 
limitados. O iFood é outro exemplo de sucesso, 
unindo restaurantes em um aplicativo para a 
encomenda e entrega de comidas em domicílio. 
 
3. Modelo de assinatura 
No modelo de assinatura, a empresa fornece pacotes 
de produtos e serviços adequados a diversos perfis 
de consumidores. Ao escolher o melhor plano para 
seus desejos e necessidades, o usuário passa a 
pagar uma mensalidade fixa. Serviços como Netflix, 
Dollar Shave Club e Kindle Unlimited usam esse 
modelo como estrutura de negócios. 
 
Powered by Rock Convert 
Nesse mesmo modelo, empresas como Google, 
Spotify e Dropbox oferecem gratuitamente uma linha 
de produtos e serviços bem completa. Porém, a 
maioria dos serviços gera resultados que levarão o 
usuário a depender de uma estrutura maior e mais 
completa, com ferramentas e recursos adicionais, lá 
na frente, forçando-os a migrar para um plano pago. 
Esse modelo é chamado de “freemium”. 
 
4. Crowd-Knowledge 
Também chamado de Inteligência Coletiva, 
Conhecimento Distribuído e Sabedoria Coletiva, esse 
modelo visa elevar os níveis de conhecimento e 
inteligência de um determinado grupo de pessoas 
para facilitar a tomada de decisões. Geralmente, são 
compartilhados dados e informações pelos 
colaboradores ativos na comunidade online. 
 
As informações mais relevantes e valiosas podem 
ser vendidas na plataforma sem a exposição de 
dados privados e individuais. Mas, para chegar a 
esse ponto, a empresa precisa contar com uma 
grande quantidade de participantes que 
compartilham dos mesmos problemas e estejam 
dispostos a solucioná-los. 
 
Um exemplo desse modelo de negócios é o utilizado 
pelo site Patients Like Me. Nele, é reunido um 
conjunto de pessoas que enfrentam as mesmas 
doenças, como diabetes e reumatismo, para discutir 
maneiras de lidar com elas ou se curar. As 
informações são coletadas e vendidas pela indústria 
farmacêutica, médicos e profissionais da saúde e 
bem-estar, sem expor os colaboradores. 
 
5. Crowd-Innovation 
Também chamado de Modelode Inovação Aberta, 
contribui para que as organizações resolvam seus 
problemas encontrando e aproveitando melhor as 
oportunidades inovadoras que surgem no mercado. 
A ideia é usar a colaboração externa sem estabelecer 
vínculos empregatícios com os participantes 
(freelancers). 
 
Mas, para ter sucesso aqui, os gestores precisam 
recrutar e manter solucionadores natos de problemas 
(inovadores) atuantes em diversas áreas de 
negócios. Empresas como a Innocentive, NineSigma 
e IdeaConnection usam o modelo de negócios 
Crowd-Innovation com sucesso. 
 
6. P2P e C2C 
Peer-to-Peer (de pessoa para pessoa) e Consumer-
to-Consumer (de consumidor para consumidor) são 
modelos de negócios em que pessoas e empresas 
se conectam diretamente — sem intermediários — 
 
13 
 
por meio de uma plataforma para a troca de soluções 
em forma de produtos e serviços. A ideia é cruzar os 
fornecedores das soluções com os interessados 
nelas em um ambiente online. 
 
Nada é cobrado dos usuários, mas a plataforma 
aproveita o fluxo concentrado de pessoas para 
vender espaços de publicidade, tornando o negócio 
lucrativo. Plataformas de negociação como Mercado 
Livre e Amazon são alguns exemplos práticos desse 
modelo de negócios em ação. 
 
Como escolher o modelo ideal para o 
negócio? 
Cada modelo de negócios é específico. Saber qual é 
mais indicado para a empresa dependerá do 
conhecimento que os gestores têm sobre o público-
alvo, como o padrão comportamental nas interações, 
engajamento e jornada de compra. A partir daí, fica 
mais fácil identificar as necessidades do negócio e 
escolher um modelo mais adequado. 
 
Além disso, é importante que os gestores façam 
testes para comprovar a escolha certa do modelo, 
que será aquele que entregar os resultados 
esperados ou acima. 
 
Hoje, na era digital, as empresas precisam pensar de 
forma criativa para lançar ou se adequar aos novos 
modelos de negócio. Quem for capaz de entregar 
experiências digitais com maior rapidez e 
assertividade, conseguindo atender e superar as 
expectativas dos consumidores durante a jornada de 
compra, é quem deve alcançar o sucesso. 
 
Fintechs - Startups - Big techs. 
 
Fintechs 
 
O termo 'fintech' surgiu da combinação das palavras 
em inglês financial (finanças) 
e technology (tecnologia). Esse nome, por si só, 
resume bem a ideia: fintech é toda empresa que 
oferece serviços financeiros que se diferenciam pelas 
facilidades proporcionadas pela tecnologia e, com 
efeito, pela internet. 
 
Sob esse ponto de vista, talvez você não veja muita 
diferença em relação aos serviços oferecidos pelos 
bancos. Instituições bancárias tradicionais trabalham 
com tecnologias bastante sofisticadas para atribuir 
acesso e segurança às transações financeiras. Isso 
vale para gerenciamento de contas correntes, 
empréstimos, serviços de cartão de crédito, 
investimentos, entre outros. 
 
É um conceito que deriva da união dos termos 
“financial” e “technology”. As Fintechs são startups 
que trabalham para oferecer serviços financeiros a 
partir das possibilidades tecnológicas da 
contemporaneidade. 
 
Assim, elas conseguem trabalhar com custos 
operacionais menores, de maneira mais otimizada. 
Os bancos tradicionais (Bradesco, Banco do Brasil 
etc.) usam a tecnologia em seus serviços, mas não 
são consideradas Fintechs porque ainda operam 
prioritariamente a partir do modelo tradicional. 
 
As Fintechs tem toda a base da sua operação na 
inovação tecnológica, oferecendo serviços como: 
cartão de crédito, meios de pagamentos, lojas 
virtuais, financiamentos/empréstimos etc. 
 
Mas, em uma fintech, a tecnologia é utilizada 
essencialmente para trazer conveniência por meio da 
inovação: as empresas do ramo utilizam recursos 
tecnológicos amplamente disseminados para criar 
metodologias, processos e ferramentas que facilitam 
o acesso a serviços financeiros. O resultado desses 
esforços aparece para o usuário na forma de 
praticidade, burocracia reduzida, custos baixos, 
maior controle sobre operações financeiras e por aí 
vai. 
 
Quais serviços as fintechs oferecem? 
As fintechs podem oferecer uma ampla variedade de 
serviços, tanto para usuários domésticos (pessoas 
físicas) quanto para empresas e demais instituições 
(pessoas jurídicas). 
 
Alguns desses serviços não diferem muito daquilo 
que encontramos em bancos e afins: fornecimento de 
cartão de crédito (inclusive pré-pago), meios de 
pagamentos, financiamentos, transferência de 
recursos, seguros, entre outros. 
 
Outros serviços diferem bastante, como os que 
disponibilizam plataformas para que o cliente possa 
gerenciar as suas finanças com mais clareza ou que 
permitem que outros usuários — e não bancos — 
ofereceram pequenos empréstimos (nos países em 
que esse tipo de atividade é permitido). 
 
Em todos os casos, o principal diferencial está no 
foco que é dado à experiência do usuário: como já 
 
14 
 
dito, os recursos tecnológicos devem trazer 
praticidade, facilidade de uso, redução de burocracia, 
entre outros atrativos. 
 
Como as fintechs funcionam? 
Cada fintech tem um modelo próprio de negócio e, 
portanto, não dá para esmiuçar cada um deles. Mas, 
via de regra, as empresas do setor direcionam seus 
esforços no desenvolvimento de soluções que 
cobrem deficiências ou limitações de serviços 
financeiros tradicionais. 
 
Em outras palavras, as fintechs utilizam tecnologia — 
sobretudo no âmbito da internet — para dar aos 
usuários recursos que bancos e afins não 
disponibilizam ou que até são oferecidos por essas 
instituições, mas de modo mais conservador, por 
assim dizer. 
 
Esse diferencial todo é possível porque, na maioria 
dos casos, as fintechs são formadas por startups. 
Esse é o nome dado a um tipo de empresa, 
geralmente com pouco tempo de existência, que cria 
e explora ideias criativas para oferecer serviços e 
produtos inovadores. 
 
Uma startup tecnológica, basicamente, identifica uma 
oportunidade — um produto ou serviço que supre 
uma demanda não atendida ou que pode fazer algo 
melhor do que aquilo que já é oferecido pelo mercado 
— e utiliza a tecnologia para criar meios de explorá-
la. É o que acontece com as fintechs. 
 
Note, porém, que é importante que a startup adote 
desde o início medidas para aperfeiçoar com 
agilidade serviços e produtos oferecidos, suportar 
aumentos expressivos da demanda e transmitir ao 
usuário percepção de valor. O melhor jeito de fazer 
isso é focando em qualidade, não em quantidade: 
convém disponibilizar poucos, mas excelentes 
serviços ou produtos do que oferecer vários deles, 
mas correr o risco de perder o controle sobre eles por 
conta da diluição do foco. 
 
Nas fintechs esse princípio é levado bem a sério: boa 
parte das empresas do segmento oferece serviços ou 
produtos bem específicos. Na maioria dos casos não 
há, como nos bancos, uma ampla cesta de serviços 
ou qualquer coisa parecida. Isso é positivo porque a 
empresa consegue ficar focada em melhorar os seus 
processos. Desse modo, os clientes em potencial 
compreendem rapidamente o que cada uma delas 
oferece. 
 
Um estudo de caso: o Nubank 
Até aqui, a abordagem acerca do universo das 
fintechs tem sido teórica. Para facilitar a 
compreensão, é melhor estudarmos um caso real de 
sucesso. Utilizaremos para esse fim a proposta do 
Nubank, empresa que provavelmente ocupa o posto 
de fintech mais popular do Brasil. 
 
O Nubank surgiu em 2013, mas começou a operar 
em 2014 disponibilizando apenas um produto: um 
cartão de crédito internacional com bandeira 
Mastercard. Até aí, nada demais. Tudo o que é banco 
oferece cartão de crédito. Assim, o que há de 
inovador aí? A forma como o Nubank disponibiliza 
esse produto. 
 
Para começar, o cartão não tem anuidade, tampouco 
cobra outras tarifas. Sim, há bancos e operadoras 
que também não cobram anuidade do cartão, mas, 
na maioria das vezes, há condições associadas: ocliente deve realizar pelo menos um gasto por mês 
com o cartão ou ter um longo tempo de 
relacionamento com a empresa, por exemplo. Com o 
Nubank não há nada disso: nenhum cliente paga 
anuidade e outras tarifas, não importa o seu perfil de 
renda ou se o cartão é pouco usado. 
 
Mas a parte mais interessante — a que torna a 
empresa inovadora — fica no smartphone do usuário: 
é necessário instalar um aplicativo do Nubank em um 
celular Android ou iPhone (iOS). Essa ferramenta 
permite ao usuário ter absoluto controle sobre o seu 
cartão. 
 
Toda vez que o cliente usar o cartão, o aplicativo 
mostrará, tão logo a transação for confirmada, o 
nome da empresa que recebeu o pagamento, assim 
como a localização desta em um mapa. As 
informações sobre todas as transações ficam 
disponíveis em uma linha do tempo. Dessa forma, o 
usuário sempre consegue saber quando e onde 
realizou cada gasto. 
 
Tem mais: o aplicativo também mostra qual o limite 
do usuário e quanto deste já foi gasto. Esse é um 
detalhe importantíssimo. A maioria dos bancos 
oferece, no máximo, uma notificação por SMS toda 
vez que uma transação é realizada. O usuário não 
tem, porém, um jeito fácil de saber o quanto já gastou 
no mês. Muitas vezes é possível ter essa informação 
no site ou no aplicativo móvel do banco, mas pode 
demorar dias para que uma transação realizada com 
o cartão apareça ali. 
 
Isso é perigoso. Como as informações sobre gastos 
são pouco claras, muitos usuários acabam não 
percebendo que gastaram demais e não conseguem 
 
15 
 
pagar a fatura na íntegra no final do mês. A 
consequência, muitas vezes, é o endividamento, pois 
os juros cobrados nos cartões emitidos no Brasil são 
absurdamente elevados. 
 
Com o Nubank, as chances de endividamento são 
menores porque o usuário tem uma visão geral 
sempre atualizada de seus gastos e, se não 
conseguir pagar a fatura na íntegra no final do mês, 
encontrará juros mais baixos (embora não muito) do 
que os cobrados por instituições convencionais. 
 
Usando o aplicativo, o usuário também consegue 
solicitar aumento de limite, deixar esse limite abaixo 
do disponível, bloquear o cartão temporariamente e 
contatar o suporte do Nubank via chat — canal que 
atende muito bem, por sinal. 
 
Percebeu as vantagens? Não é necessário amargar 
horas no telefone para negociar taxas, as 
informações sobre gastos estão sempre disponíveis, 
é possível bloquear o cartão rapidamente em caso de 
perda (dá para fazer isso também pelo site do 
Nubank), o atendimento costuma ser bastante 
prestativo, não há tarifas escondidas, enfim. 
 
Tudo isso é possível graças ao aplicativo — a 
tecnologia em si. Como todo o serviço gira em torno 
dessa ferramenta, o Nubank não precisa ter agências 
ou call centers complexos (embora haja atendimento 
por telefone). Esses fatores diminuem 
significativamente os custos operacionais. É por isso 
que a empresa consegue operar sem cobrar tarifas. 
A receita vem dos juros cobrados nas faturas 
parceladas, de pequenas porcentagens oriundas de 
cada transação feita com o cartão, entre outros. 
 
Note ainda como a questão do foco é importante 
aqui: ao oferecer um único produto, o Nubank 
consegue ficar centrado em aperfeiçoá-lo e 
simplificar processos, o que também a ajuda a conter 
os custos operacionais. Além disso, o usuário sabe 
exatamente o que esperar da empresa: ele não 
precisa ficar analisando vários tipos de cartões para 
escolher qual é o melhor para as suas necessidades. 
 
Startups 
 
Startup é um termo em inglês usado para definir as 
empresas que ainda são jovens ou recém-criadas e 
apresentam grandes possibilidades de crescimento. 
 
Uma startup é caracterizada por ser um negócio 
escalável e que cresce de uma forma muito mais 
rápida e eficiente em comparação a uma pequena ou 
média empresa tradicional (PME). 
As PMEs entram no mercado depois de investir uma 
certa quantia de dinheiro e, geralmente, precisam 
esperar um pouco para começar a aproveitar os 
benefícios. 
 
Já as startups fazem o contrário: entram no mercado 
para buscar capital e utilizam tecnologias digitais 
para crescer e encontrar financiamento. 
 
Em resumo, as startups são caracterizadas por 
serem: 
 
Empresas jovens 
Isso mesmo, muitas pessoas cometem o erro de 
classificar todas as pequenas empresas e rotulá-las 
como startups, mas esse não é o caso. 
 
As startups são caracterizadas por serem empresas 
jovens que têm duas opções: 
 
 Evoluir e se tornar empresas de sucesso; 
 Fechar as portas. 
 
Escaláveis 
A escalabilidade é um dos principais atributos das 
startups. Ou seja, sua capacidade de crescer e gerar 
receita de forma muito mais rápida do que sua 
estrutura de custos. 
 
Em outras palavras, um negócio escalável é aquele 
capaz de incrementar sua produção e vendas sem ter 
que aumentar suas despesas. Portanto, sua margem 
de contribuição ou benefício cresce 
exponencialmente. 
 
Isso significa que as startups não necessariamente 
se limitam a lucros menores porque são pequenas, 
mas, ao contrário, são empresas capazes de gerar 
lucros muito elevados. 
 
Tecnológicas 
Uma startup é aquela nova empresa que tem um forte 
relacionamento com a tecnologia. 
 
Em geral, elas se caracterizam por ser um negócio 
com ideias muito inovadoras e grande disposição 
para inovar e satisfazer as necessidades do 
mercado. 
 
Os novos empreendedores e criadores de startups 
dependem das tecnologias para crescer e, inclusive, 
encontrar financiamento por meio de plataformas da 
internet. 
 
 
16 
 
De fato, o relatório Startup Ecosystem Report, da 
empresa Telefônica, mostra que 80% das startups 
têm um engenheiro entre seus fundadores. 
 
Econômicas 
As startups são caracterizadas por terem custos 
bastante pequenos em comparação com os lucros 
que obtêm, e estes costumam crescer 
exponencialmente. 
 
Por exemplo, empresas como Amazon, Apple, 
Google ou Microsoft começaram em casas ou até 
mesmo nas garagens de seus fundadores. 
 
A principal premissa das startups é manter os custos 
baixos para obter benefícios de forma muito mais 
rápida. 
 
Disruptivas 
Pode notar: todas as startups mais bem sucedidas do 
mercado romperam com os padrões das empresas 
tradicionais do seu segmento. 
 
Seja nas formas de atendimento, na precificação ou 
até no modo como o serviço é entregue, as startups 
buscam fugir do que o mercado já oferece para se 
destacarem ainda mais. 
 
Inovadoras 
A inovação é a palavra-chave de qualquer startup. 
Essas empresas buscam oferecer soluções criativas 
para demandas que sempre existiram, mas não eram 
aproveitadas pelo mercado. 
 
Nem toda empresa é uma Startup. Mas toda Startup 
é uma empresa. 
 
3 grandes empresas que começaram como 
startups 
Agora que você já sabe o que é uma startup, precisa 
de um pouco de inspiração para, quem sabe, até 
mesmo começar a sua? 
 
Não se preocupe, vamos te mostrar alguns exemplos 
de grandes empresas que começaram como startups 
e que, hoje, se tornaram uma verdadeira fonte de 
inspiração para muitos empreendedores. 
 
Uber 
A rede de transporte que conecta passageiros com 
motoristas através de um aplicativo móvel começou 
em 2008 com a ideia de que os usuários pudessem 
solicitar um carro com apenas um clique em seus 
smartphones. 
 
A partir disso, a Uber começou a se popularizar em 
todos os continentes e, hoje, conta com 15.000 
funcionários em todo o mundo e uma valorização de 
aproximadamente 50 bilhões de dólares. 
 
Além disso, a Uber expandiu seu modelo de negócios 
com propostas como a UBEReats, um aplicativo para 
pedir e entregar alimentos entre usuários e 
estabelecimentos. 
 
Airbnb 
Essa empresa começou como uma startup que 
atendia as solicitações de um mercado para conectar 
proprietários de imóveis a viajantes. 
 
Atualmente, a Airbnb está presente em 192 países, 
35 mil cidades ao redor do mundo e tem uma posição 
privilegiadano ranking das startups mais bem-
sucedidas do momento. 
 
Spotify 
Você é uma daquelas pessoas que liga seu 
computador e a primeira coisa que faz é abrir o 
Spotify para ouvir música? 
 
Temos boas notícias! O Spotify começou sendo uma 
startup de dois amigos apaixonados pela tecnologia. 
 
Em 2008, Daniel Ek e Martin Lorentzon lançaram a 
primeira versão do Spotify com o objetivo de que as 
pessoas pudessem ouvir música como e onde 
quisessem, oferecendo acesso apenas por convite. 
 
Atualmente, o Spotify possui um catálogo de mais de 
30 milhões de músicas e mais de 140 milhões de 
usuários. 
 
Big Techs 
 
As Big Techs são uma das grandes responsáveis por 
moldar a forma das pessoas trabalharem, 
comunicarem, comprarem, venderem e consumirem 
determinados produtos ou serviços. 
 
Apesar da economia estar contraída e muitas 
empresas batalharem para sua sobrevivência no 
mercado, as empresas de tecnologia estão 
acumulando riquezas e influência de maneiras, que 
antes eram invisíveis. 
 
As Big Techs Dominam os Negócios 
As Big Techs são as grandes empresas de 
tecnologia, que predominam o mercado. Inicialmente 
essas organizações geralmente estão localizadas no 
 
17 
 
Vale do Silício, criam um modelo de negócios 
escalável e ágil. 
 
O principal motor dessas empresas é a inovação, 
pois sempre estão definindo novas tecnologias e 
serviços, constantemente atualizando produtos e 
dispositivos para atender todas as demandas. 
 
Cada Big Tech têm uma mistura diversificada de 
aplicativos e serviços em nuvem, produtos e acúmulo 
de dados, enquanto outros têm um foco mais 
singular. As maiores empresas do mundo já 
controlam cerca de 80% do mercado, entre as 5 
principais estão a Apple, Amazon, Alphabet, 
Microsoft e Facebook. 
 
Como as Big Techs funcionam? 
O principal motor das Big Techs é a inovação. 
Justamente por isso, o lema “move fast and break 
things” (mova-se rápido e quebre coisas, em 
português) é comum nessa área. 
 
As companhias precisam definir novas tecnologias e 
serviços continuamente, atualizando produtos e 
dispositivos para atenderem às demandas e se 
manterem relevantes. 
 
Forte influência no mercado 
As grandes empresas de tecnologia têm total 
domínio em seus respectivos setores. A Apple com 
dispositivos de comunicação na Internet, o Facebook 
no espaço de mídia social, o Google para buscas na 
Internet e a Amazon como protagonista dominante no 
mercado de comércio eletrônico dominaram 
totalmente seus respectivos setores. 
 
Devido ao seu domínio no mercado de tecnologia, as 
grandes empresas de tecnologia também influenciam 
a economia e a sociedade e moldam a maneira como 
nossa sociedade está progredindo. Os produtos e 
serviços oferecidos pela grande tecnologia são 
usados por centenas de milhões em todo o mundo. 
 
O domínio dessas empresas em seus respectivos 
campos se deve à compreensão do mercado e suas 
necessidades e ao fornecimento de produtos que 
garantem a satisfação do cliente. 
 
Por conta da quarentena, o hábito de fazer compras 
online tornou-se a única alternativa viável para evitar 
filas e aglomerações nos pontos físicos. Bom para 
empresas de e-commerce como a Amazon, que 
aproveitou-se disso e reportou um faturamento de 
US$ 108 bilhões nos três primeiros meses deste ano. 
 
Aliás, muitas dessas compras partiram de 
necessidades do regime home office. Afinal de 
contas, trabalhar em casa exige computadores e 
dispositivos móveis de ponta, como iPhones, 
notebooks e computadores Mac. Inclusive, a alta na 
venda de iPhones fez a Apple reportar uma receita 
de US$ 89,5 bilhões no começo de 2021. 
Mas além de bons dispositivos, são necessárias 
ferramentas que possibilitem o trabalho remoto 
(inclusive das próprias big techs). Não à toa, os 
serviços de armazenamento em nuvem da Microsoft 
— junto da alta de vendas de Surface e Xbox — 
impulsionaram os ganhos da gigante no começo 
deste ano: US$ 41,7 bilhões em apenas três meses. 
 
Publicidade 
E como tudo passou a ser focado nos canais digitais, 
as empresas passaram a apostar (ainda mais) na 
publicidade digital. Chance para Facebook e 
Alphabet, dona do Google, aumentarem ainda mais 
os seus lucros, apresentando receitas trimestrais de 
US$ 26,17 bilhões e US$ 55,3 bilhões, 
respectivamente. 
 
Sistema de bancos-sombra (Shadow banking). 
 
A expressão shadow banking (podemos traduzir para 
o português como "sistema bancário de sombra"), 
criada em meados da década passada, serve para 
categorizar o grupo de empresas intermediárias do 
segmento financeiro que não participa do sistema 
bancário tradicional. Ou seja, estão "à sombra" do 
sistema, por isso o nome. 
 
O sistema financeiro tradicional é organizado em 
função dos bancos e da relação que eles possuem 
com os governos de cada país. No entanto, como 
consequência da evolução mundial em termos de 
globalização e aumento de tecnologia, nos dias 
atuais existem diversas alternativas dentro do 
segmento. 
 
A essas novas formas de trabalhar com operações 
financeiras dá-se o nome de "shadow banking". Há 
também quem se refira a essas organizações como 
"sistema bancário informal". 
 
Quais são os tipos de empresas financeiras 
que compõem esse grupo? 
Muitas empresas sérias e comprometidas fazem 
parte do shadow banking — o que não quer dizer que 
elas não representem um problema tanto para os 
 
18 
 
bancos tradicionais, como para a própria economia, 
já que são processos próprios e sem o devido 
acompanhamento que os bancos recebem. 
 
O que configura uma empresa nessa categoria é, 
como vimos, a atuação de modo paralelo ao que 
temos hoje em dia como sistema bancário tradicional. 
A seguir, listamos alguns dos principais tipos de 
empresas que formam o grupo shadow banking: 
 
Qual é o problema que um shadow banking 
traz? 
A grande questão em relação ao shadow banking é a 
falta de fiscalização. Eles não sofrem com o mesmo 
rigor imposto aos bancos tradicionais, algo que pode 
apresentar maiores riscos a todas as partes 
envolvidas. 
 
Apenas para ilustrar essa questão, podemos citar 
duas das obrigações que uma instituição bancária 
regulamentada precisa seguir: 
 
O banco precisa ter patrimônio líquido suficiente para 
cobrir todos os seus compromissos financeiros — 
inclusive com os seus clientes. 
 
O banco é obrigado a estabelecer processos que 
permitam a verificação dos seus clientes com o intuito 
de impedir o uso dos seus recursos de maneira ilegal. 
 
Como um shadow banking deixa de ser 
regulamentado e fiscalizado, ele também não precisa 
seguir todas as exigências. Neste ponto, vale reforçar 
que citamos apenas dois exemplos de uma série de 
requisitos que instituições bancárias seguem. Sem a 
obrigatoriedade, quem garante que uma empresa 
fará todos os processos exigidos? Com isso, claro, 
aumenta-se o risco do negócio. 
 
Um shadow banking realmente traz riscos ao 
mercado financeiro? 
A criação de um shadow banking passa muito pelo 
que você viu no tópico anterior. As exigências 
previstas na regulamentação do sistema bancário 
trazem uma série de complicações aos 
empreendedores do segmento de finanças. 
 
Como muitas dessas empresas intermediadoras são 
voltadas para a tecnologia e inovação, cumprir todas 
essas questões praticamente inviabilizam o negócio. 
Assim, elas acabam migrando para um sistema 
paralelo e trabalhando a oferta de crédito à sua 
maneira. 
 
O grande ponto de discussão entre um shadow 
banking e o mercado financeiro é o risco que 
proporciona à economia. Parte disso deve-se ao fato 
de muitas dessas empresas atuarem alavancadas, 
isto é, proporcionalmente com dívidas superando os 
seus ativos de garantia. 
 
Naturalmente que, fora do mercado tradicional, as 
organizações desse grupo não recebem a mesma 
quantidade de depósitos e entradas de recursos do 
que instituições regulamentadas. Com isso, cresce 
bastante o risco — especialmentede crédito e 
liquidez. 
 
A crise de 2008 
Não por acaso, muitos estudos apontam a prática do 
shadow banking como responsável pela grande crise 
financeira atravessada pelos Estados Unidos no ano 
de 2008. 
 
Na oportunidade, esse tipo de empresa vinha 
crescendo bastante e atraindo investidores. Quando 
houve um período receoso no mercado, muitas 
retiradas de capital começaram a ser feitas. 
 
O problema é que, como você viu, um shadow 
banking costuma funcionar alavancado — e 
financeiramente não foi possível dar conta dessas 
solicitações. É um risco que se corre nesse formato. 
 
Funções da Moeda 
 
Em termos econômicos, moeda é tudo aquilo que é 
geralmente aceito para liquidar as transações, isto é, 
para pagar pelos bens e serviços e para quitar 
obrigações, ou seja, de acordo com esta definição, 
qualquer coisa pode ser moeda, desde que aceita 
como forma de pagamento. Ela é considerada o 
instrumento básico para que se possa operar no 
mercado. 
 
Pode-se definir que a moeda possui três funções 
básicas, que seriam: 
a) Instrumento de trocas: essa é a função 
primordial da moeda. Ela foi criada para ser um 
mecanismo de facilitação das trocas entre os 
diversos agentes da atividade econômica. 
 
b) Denominador comum de valores: por meio da 
moeda é possível comparar os valores de diferentes 
mercadorias. Tudo em nossa sociedade, que é objeto 
de compra e venda, tem o seu valor quantificado em 
unidades monetárias. Até mesmo o PIB, que 
mensura a produção total de bens e serviços ao 
 
19 
 
longo de um ano, é quantificado em unidades 
monetárias. 
 
c) Reserva de valor: a moeda também pode cumprir 
a função de reserva de valor, embora ela não cumpra 
essa função de maneira ideal. Quanto maior for a 
inflação de um país, mais rapidamente a moeda 
perde valor; consequentemente, pior será a sua 
capacidade de reserva de valor. Porém, mesmo 
assim, pelo fato de ter liquidez imediata, ou seja, por 
sua capacidade de ser universalmente aceita e 
trocada por outro produto, as pessoas decidem 
manter parte de sua renda na forma de moeda. 
 
O Dinheiro na Era Digital 
 
Quem acompanha o mercado, mesmo que de longe, 
certamente já foi surpreendido pelos altos e baixos 
de moedas digitais no noticiário. A mais famosa é o 
Bitcoin, mas muitas outras também já têm relevância 
– e também a simpatia dos investidores. Mas afinal, 
o que é uma criptomoeda? Como funcionam esses 
ativos? 
 
O que são criptomoedas? 
Genericamente, uma criptomoeda é um tipo de 
dinheiro – como outras moedas com as quais 
convivemos cotidianamente – com a diferença de ser 
totalmente digital. Além disso, ela não emitida por 
nenhum governo (como é o caso do real ou do dólar, 
por exemplo). 
 
A moeda na era digital, faz uma analogia bem 
simples: “O que o e-mail fez com a informação, o 
Bitcoin fará com o dinheiro”. Antes da internet, as 
pessoas dependiam dos correios para enviar uma 
mensagem a quem estivesse em outro lugar. Era 
preciso um intermediário para entregá-la fisicamente 
– inimaginável para quem tem acesso a e-mail e 
outros serviços de mensageria. 
 
Com o Bitcoin você pode transferir fundos de A para 
B em qualquer parte do mundo sem jamais precisar 
confiar em um terceiro para essa simples tarefa. 
 
Embora o Bitcoin seja a moeda digital mais 
conhecida, o conceito de criptomoeda é anterior a 
ele. Segundo o site Bitcoin.org, mantido pela 
comunidade ligada ao Bitcoin, as criptomoedas foram 
descritas pela primeira vez em 1998 por Wei Dai, que 
sugeriu usar a criptografia para controlar a emissão e 
as transações realizadas com um novo tipo de 
dinheiro. Isso dispensaria a necessidade da 
existência de uma autoridade central, como acontece 
com as moedas convencionais. 
 
Para que servem 
As criptomoedas podem ser usadas com as mesmas 
finalidades do dinheiro físico em si. As três principais 
funções são servir como meio de troca, facilitando as 
transações comerciais; reserva de valor, para a 
preservação do poder de compra no futuro; e ainda 
como unidade de conta, quando os produtos são 
precificados e o cálculo econômico é realizado em 
função dela. 
 
Moedas como o Bitcoin ainda não adquiriram o status 
de unidade de conta, em função da grande 
volatilidade a que seus preços estão sujeitos por 
enquanto. 
 
O que é mineração? 
Para entender o que é mineração, é preciso saber 
que as moedas digitais – como o Bitcoin – 
representam um código complexo que não pode ser 
alterado. As transações realizadas com elas são 
protegidas por criptografia. 
 
Como não há uma autoridade central que 
acompanhe essas transações, elas precisam ser 
registradas e validadas uma a uma por um grupo de 
pessoas, que usam seus computadores para gravá-
las no chamado blockchain. 
 
Blockchain 
O blockchain é um enorme registro de transações. 
Segundo Ulrich, trata-se de um banco de dados 
público onde consta o histórico de todas as 
operações realizadas com cada unidade de Bitcoin 
(outras moedas digitais se baseiam nessa mesma 
tecnologia). Cada nova transação – uma 
transferência entre duas pessoas, por exemplo – é 
verificada contra o blockchain, para assegurar que os 
mesmos Bitcoins não tenham sido previamente 
usados por outra pessoa. 
 
Quem registra as transações no blockchain são os 
chamados mineradores. Eles oferecem a capacidade 
de processamento dos seus computadores para 
realizar esses registros e conferir as operações feitas 
com as moedas – em troca disso, são remunerados 
com novas unidades delas. Bitcoins são criados 
conforme os milhares de computadores que formam 
essa rede conseguem resolver problemas 
matemáticos complexos que verificam a validade das 
transações incluídas no blockchain. 
 
20 
 
 
Em outras palavras, a mineração representa a 
criação de novas unidades de alguns tipos de 
moedas digitais. Se mais computadores passam a 
ser usados para aumentar a capacidade de 
processamento voltada à mineração, os problemas 
matemáticos que precisam ser resolvidos se tornam 
mais difíceis. Isso acontece exatamente para limitar 
o processo de mineração. 
 
O Bitcoin foi projetado de modo a reproduzir a 
extração de ouro ou outro metal precioso da Terra: 
somente um número limitado e previamente 
conhecido de bitcoins poderá ser minerado. 
 
Como funciona a variação de preço 
Basicamente, o preço das moedas digitais varia 
segundo a boa e velha lei da oferta e da demanda. 
Nas épocas em que as criptomoedas ganham mais 
atenção, é normal que elas sejam mais procuradas 
pelos investidores, o que amplia o volume de 
compras – e consequentemente, os preços tendem a 
subir. 
 
Há somente um número limitado de bitcoins em 
circulação e novos Bitcoins são criados em uma taxa 
previsível e decrescente, o que significa que a 
demanda deva seguir este nível para manter seu 
preço estável. 
 
Por ser um mercado ainda pequeno, poucas 
operações com criptomoedas são capazes de causar 
um impacto relevante nas cotações. Em um período 
de apenas três meses em 2017, por exemplo, o preço 
do Bitcoin saltou de cerca de US$ 4.370 para US$ 
13.800. Pouco mais de um ano depois, já havia 
recuado novamente para US$ 3.500. As cotações, 
como se vê, podem ser bastante voláteis. 
 
Principais criptomoedas 
 
Embora o Bitcoin seja a moeda digital mais 
conhecida – as duas palavras muitas vezes tidas 
como sinônimos – existe uma variedade de outros 
tipos, com características distintas. Conheça as 
principais criptomoedas disponíveis no mercado: 
 
Bitcoin 
Bitcoin (BTC) é a mais conhecida das moedas 
digitais. Trata-se do primeiro sistema de pagamentos 
global totalmente descentralizado. Foi desenhado em 
2008, em meio à crise financeira global iniciada no 
mercado americano de hipotecas, com o objetivo de 
substituir o dinheiro de papel, além de eliminar a 
necessidade da presença de bancos para 
intermediar operações financeiras. 
 
Bitcoin Cash 
O Bitcoin Cash

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