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Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 1 Endodontia II Aula 1 Histologia do complexo dentino-pulpar Formação do germe dentário O dente deriva-se de 2 tecidos embrionários: o ectoderma, que origina o esmalte e o ectomesênquima (derivado da crista neural), que origina a dentina, a polpa e os tecidos periodontais. O início da formação ocorre durante a 6ª semana da vida embrionária e se caracteriza por espessamento localizado do ectoderma oral, associado aos processos embrionários maxilar e mandibular. Este crescimento epitelial ocasiona a formação da lâmina dentária. A etapa seguinte é dividida em 3 estágios: 1) Estágio de Botão No estágio inicial o germe dentário assume uma forma de botão, em decorrência da proliferação do epitélio da lâmina dentária do ectomesênquima. 2) Estágio de Capuz A proliferação epitelial contínua origina o órgão do esmalte e forma uma concavidade semelhante a um capuz. 3) Estágio de Campânula O germe dentário aumenta e a invaginação se torna mais profunda, originando uma forma semelhante a um sino, característica do estágio de campânula. O tecido localizado dentro da invaginação é conhecido como papila dentária e será responsável por originar a dentina e a polpa. Durante o estágio de campânula, as células da camada interior do órgão do esmalte se diferenciam em ameloblastos. A seguir, as células da camada exterior da papila dentária se diferenciam em odontoblastos. Os odontoblastos iniciam a deposição de matriz de dentina e a primeira dentina a ser formada é denominada dentina do manto. A formação radicular inicia quando as células do epitélio interno e externo do esmalte convergem para formar a alça cervical, que demarca o término anatômico da coroa e o ponto no qual a raiz começa a se formar. Os tecidos periodontais são originários do ectomesênquima condensado que envolve o órgão do esmalte e a papila dentária e forma o saco dentário. As células na área mais externa do saco dentário se diferenciam em osteoblastos e começam a produzir osso, que vai ancorar as fibras do ligamento periodontal. A respeito da inervação, desde a fase de botão já se inicia a formação de um tecido nervoso. Os axônios começam a se posicionar adjacente ao botão, à medida que vai se desenvolvendo, ocorre a formação de mais prolongamentos. Na fase de campânula, as células nervosas começam a adentrar a região da papila dentária. Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 2 Os odontoblastos são responsáveis pela formação da dentina. A dentina protege o tecido pulpar, e a polpa tem a função de nutrir as células presentes no interior da cavidade pulpar, inclusive os odontoblastos que produzem a dentina. Características gerais • Esmalte - Rígido; - Translúcido. • Dentina - Opaca; - Permeável; - Baixa condutibilidade térmica; - Elasticidade; - É responsável pela coloração do dente; • Polpa radicular - Sistema microcirculatório não compreensível; - Potencial de regeneração e reparo. • Gengiva • Dentina • Sulco gengival • Cemento • Ligamento periodontal • Forame apical Estrutura do complexo dentinho-pulpar 1) Dentina primária É aquela que forma-se até o fechamento do ápice radicular. Se divide em dentina do manto e circumpulpar: • Dentina do manto - É a primeira dentina sintetizada pelos odontoblastos recém diferenciados; - Localiza-se abaixo do esmalte e do cemento; - Espessas fibras de colágeno dispostas de forma ordenada e regular formam a matriz orgânica; - É menos calcificada do que a dentina circumpulpar; - Contém as ramificações terminais dos túbulos dentinários, que são mais numerosos nesta localização. • Dentina circumpulpar - Os odontoblastos começam a se deslocar centripetamente depositando-a (vão em direção ao centro da cavidade pulpar); - Localiza-se entre a dentina do manto e a pré- dentina (a mais recente e à medida que se calcifica, vai se tornando dentina circumpulpar e vai ocorrendo deposição de mais dentina, ou seja, pré-dentina novamente); - É mais calcificada do que a dentina do manto; - O processo de mineralização torna-se mais regular. Durante a dentinogênese, os odontoblastos se movem em direção centrípeta, deixando seus processos celulares na dentina para formar túbulos dentinários, que são estruturas cilíndricas delgadas que se estendem por toda a espessura da dentina desde à polpa até a união amelodentinária ou cementodentinária. Os túbulos são formados por uma parede de dentina e dentro deles se encontram o líquido tecidual (fluido dentinário) Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 3 e o prolongamento dos odontoblastos (processos odontobásticos). A natureza tubular da dentina torna este tecido permeável, favorecendo o desenvolvimento do processo carioso e acentuando a resposta da polpa aos procedimentos restauradores. O processo odontoblástico se estende de um terço até a metade do túbulo dentinário. A dentina que reveste o interior dos túbulos é denominada dentina intratubular (peritubular). A dentina que circunda a dentina intratubular constitui grande parte da massa dentinária, e é denominada dentina intertubular. A dentina intratubular é mais calcificada e rígida que a dentina intertubular. • Dentina intratubular (peritubular) São paredes de dentina que limitam os túbulos dentinários. São altamente mineralizados e nitidamente demarcadas da dentina intertubular. Deposita-se centripetaente em relação aos túbulos dentinário de maneira lenta e gradual. As regiões submetidas a estímulos persistentes e não muito graves, podem aumentar a deposição de dentina, chegando a obliterar os túbulos. Essa dentina de aparência cristalina é chamada de esclerosada ou translúcida. Conteúdo dos túbulos dentinários: O revestimento dos túbulos dentinários é constituído por um material hipomineralizado, denominado lâmina limitante. Os processos odontoblásticos no interior dos túbulos dentinários são circundados por um espaço preenchido pelo fluído dentinário e alguns constituintes orgânicos como fibras colágenas. • Dentina intertubular Se distribui entre os túbulos dentinários, e é formada por fibras de colágeno que constituem uma malha fibrilar onde se depositam os cristais de hidroxiapatita. Essa matriz constitui a matéria orgânica da dentina. • Dentina interglobular São áreas de tamanho variável que se formam por defeito de mineralização da dentina. São vistas com nitidez como áreas vazias e cheias de ar, por isto, aparecem escuras. Camada granulosa de Tomes: são grânulos escuros observados em cortes histológicos na interface entre a dentina e o cemento. 2) Dentina secundária - Forma-se após o fechamento do ápice radicular; - Deposita-se mais lentamente do que a dentina primária; - Possui produção contínua durante toda a vida do dente; - Possui túbulos ligeiramente menos regulares do que na dentina primária; - Em cortes histológicos observa-se mudança de direção nos túbulos dentinários; - Sua deposição causa redução progressiva no volume da cavidade pulpar. 3) Dentina terciária - Não ocorre em todos os casos pois é uma dentina reacional, proveniente de uma agressão que estimula os odontoblastos levando a sua produção; - Altera a morfologia da câmara pulpar nas regiões onde existe um estímulo localizado formando uma barreira entre a polpa e o local afetado; - Quanto mais acentuado o estímulo, mais rápida e irregular será a oposição da dentina. Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 4 Pré-dentina - É uma camada de dentina não mineralizada, localizada entre os odontoblastos e a dentina circumpulpar; - É constituída pelos prolongamentos citoplasmáticos acompanhados por fibras nervosas amielínicas e matriz dentinária; - Sua integridade evitaque ocorra reabsorção pelo contato entre a dentina mineralizada e a polpa. Junção amelo-dentinária Representa o limite entre esmalte e dentina. Junção cemento-dentinária Representa o limite entre cemento e dentina. Polpa dental - É formada por tecido conjuntivo frouxo; - Ricamente vascularizada e inervada (fibras sensitivas do tipo A e C); - Suas principais células são os odontoblastos, fibroblastos, ectomesenquimas indiferenciados e macrófagos. Células do tecido pulpar 1) Odotontoblastos - Localizam-se entre o tecido pulpar e a pré- dentina; - A camada odontoblástica é formada por células dispostas em paliçada; - São maiores e mais numerosas na região coronária; - Possuem prolongamentos odontoblásticos que ficam alojados nos túbulos dentinários; - Secretam dentina progressivamente enquanto o dente apresentar vitalidade; - O odontoblasto maduro é uma célula altamente diferenciada que perde a capacidade de se dividir; - Os novos odontoblastos que se formam nos processos reparadores de dentina originam-se de células ectomesenquimais ou de fibroblastos da polpa. 2) Fibroblastos - São as células mais numerosas do tecido conjuntivo pulpar, especialmente na região coronária; - Formam, mantém e regulam a matriz extracelular fibrilar e amorfa; - Secretam os precursores das fibras colágenas, reticulares e clássicas, assim como a substância fundamental da polpa; - Possuem aspecto fusiforme ou estrelado. 3) Células ectomesenquimais - São células indiferenciadas que derivam do ectoderma e da crista neural; - Podem diferenciar-se em novos odontoblastos ou fibroblastos, de acordo com o estímulo atuante; - Localizam-se na camada subodontoblástica intimamente relacionada com a microvascularização pulpar; - São muito semelhantes aos fibroblastos histologicamente, porém menores e com aspecto estrelado. 4) Macrófagos - Originam-se dos monócitos; - Participam do mecanismo de defesa; - Modificam sua forma de acordo com o local em que se encontram no tecido conjuntivo. • Outras células do tecido pulpar: - Células dendríticas: fazem parte do mecanismo de vigilância imunológica. Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 5 - Linfócitos T: participam da resposta imunológica inicial, ativados pela presença de antígenos provenientes de cáries, e provocam a vasodilatação pulpar. - Linfócitos B: migram para o tecido pulpar após vasodilatação, diferenciando-se em plasmócitos laborando anticorpos específicos para os antígenos que desencadearam a resposta inflamatória. - Mastócitos: atuam nos processos inflamatórios liberando histamina, aumentando a permeabilidade dos vasos e produzindo edema. Fibras do tecido pulpar - Fibras colágenas: escassas e desorganizadas na polpa coronária e abundantes e dispostas paralelamente na polpa radicular. - Fibras reticulares: são muitos finas e distribuem-se em grande quantidade no tecido mesenquimatico da papila dentinária. - Fibras elásticas: escassas no tecido pulpar e localizam-se nas paredes dos vasos sanguíneos aferentes. Substância fundamental Constitui um meio de transporte pelo qual as células recebem os nutrientes do sangue arterial, e os produtos que devem ser eliminados são transportados até a circulação eferente. Também é denominada matriz extracelular amorfa. Camadas topográficas da polpa 1) Camada odontoblástica: corpos dos odontoblastos. 2) Camada subodontobástica ou pobre em células: prolongamentos das células subjacentes. 3) Camada rica em células: células ectomesenquimais indiferenciadas e fibroblastos. 4) Região central da polpa: formada por tecido conjuntivo frouxo, diferentes tipos celulares, escassas fibras em uma matriz amorfa e abundante vasos e nervos. As células principais são os fibroblastos, ativos ou em repouso, células ectomesenquimais indiferenciadas e macrófagos perivasculares. Figura 1. Camadas topográficas da polpa. Vascularização do tecido pulpar 1) Vasos sanguíneos: presentes em toda a polpa. Na camada pobre em células, formam o plexo capilar subodontoblástico. 2) Vasos linfáticos: mais numerosos na região central da polpa. Inervação 1) Fibras nervosas sensitivas mielínicas (Tipo A): localizam-se na periferia da polpa e são responsáveis pela dor aguda pulsátil, típica da estimulação dentinária (ex: dentina exposta quando estimulada). 2) Fibras nervosas amielínicas (Tipo C): localizam-se mais profundamente na polpa e Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 6 são responsáveis pela dor excruciante e difusa da polpa, típica de pulpite irreversível sintomática. 3) Fibras nervosas simpáticas: fibras de condução lenta que controlam o calibre arteriolar (função vasomotora). Calcificações pulpares 1) Cálculos pulpares ou dentículos: presente no canal radicular e na câmara pulpar. A maioria deles está aderida à parede dentinária. 2) Nódulos pulpares: calcificações concêntricas ou radiais de material calcificado regular. Presentes na polpa coronária, livres ou aderidos. 3) Calcificações difusas: áreas de calcificação irregular, frequentemente paralelas aos vasos. Presentes na câmara pulpar ou nos canais. Aula 2 Microbiologia Endodôntica A lesão é um mecanismo de defesa do organismo que visa combater a infecção. Etiologia microbiana da periodontite apical: - Bactérias; - Fungos; - Vírus; - Arqueobactérias. Uma vez que ocorre a contaminação dos canais radiculares e essa contaminação avança até a porção terminal do sistema, ocorre o comprometimento dos tecidos perirradiculares (perda do osso alveolar, que origina um tecido inflamatório composto por células de defesa que visam combater a infecção localizada no sistema de canais). O objetivo final do tratamento endodôntico é tanto prevenir o desenvolvimento da periodontite apical quanto criar condições adequadas para a cicatrização dos tecidos perirradiculares. Como pode ocorre a infecção no sistema de canais radiculares? - Cárie dentária; - Túbulos dentinários (geralmente em dentes necrosados ou com cárie profunda); - Espaços na junção amelocementária; - Raspagem e alisamento radicular; - Fraturas; - Fissuras induzidas por trauma; - Iatrogenia em procedimentos restauradores; - Atrição; - Abrasão ou erosão; - Lesão endoperio; - Anacorese em bacteremias. Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 7 Como pode ocorrer a reinfecção no sistema de canais radiculares? - Preparo e moldagem de núcleos; - Infiltração coronária. Tipos de infecção endodôntica 1) INFECÇÃO INTRARRADICULAR - Primária: invasão inicial; - Secundária: durante ou após a intervenção; - Persistente: microrganismos resistentes ao tratamento, causando infecções recorrentes. 2) INFECÇÃO EXTRARRADICULAR Pode depender ou não da infecção intrarradicular. Ex: abcesso perirradicular agudo (depende da infecção intrarradicular). Infecções intrarradiculares primárias - Predomínio de bactérias G- anaeróbias estritas: Dialister e D. pneumosintes, Treponema denticola e T. socranskii, Fusobacterium nucleatum, Prophyromonas gengivalis e P. tannerae, e Tannerella forsythia. - Diversas bactérias G+ também tem sido detectadas: Pseudoramibacter alactolycitus, Filifactor alocis, Micromonas micros, Peptostreptococcus anaerobius, Streptococcus angiunosus, Actinomyces israelli, Olsenella uli, Propionibacterium propionicum e P. acnes. Principais fatores ecológicos que influenciam a composição da microbiota no canal radicular necrótico - Tensão de oxigênio; - Nutrientes disponíveis: tecido necrótico, fluidos teciduais e do exsudato, componentes da saliva, produtos do metabolismo e outras bactérias; - Infecções bacterianas: mutualismo e comensalismo, ou competição e antagonismo. Padrões de colonização microbiana- As bactérias podem estar suspensas na fase fluida do sistema de canais radiculares; - As bactérias podem estar aderidas às paredes; - Biofilmes com multicamadas. Microrganismos nas infecções endodônticas persistente e secundárias - Microrganismos “persistentes”: são aqueles que resistiram aos procedimentos desinfectantes do canal; - Infecções secundárias podem ser causadas por: infiltração coronária, falha no isolamento absoluto e contaminação cruzada. Como eliminar bactérias no sistema de canais? - Instrumentação; - Irrigação do sistema de canais radiculares; - Medicação intracanal; - Terapia fotodinâmica. Realizar a limpeza adequada do instrumental previamente à esterilização - Limas: limpeza com gaze umidecida em H202 10 volumes; - Imersão em solução com detergente enzimático em uma cuba plástica; - Cubra ultrassônica com solução de detergente enzimático; - Escovação do instrumental preferencialmente sob imersão com escova longa; - Enxaguar e secar; - Inspeção visual; - Embalagem e esterilização. Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 8 Microbiota em dentes com tratamento endodôntico - As bactérias G- geralmente são eliminadas após o tratamento endodôntico; - Maior ocorrência de bactérias G+ (Estreptococos, Lactobacilos, Enterococcus faecalis, O. uli, M. micros, P. alacolyticus, e espécies de Propionibacterium); - E. faecalis e C. albicans podem apresentar resistência à medicação intracanal e a capacidade de formar biofilmes, invadir os túbulos dentinários e suportar longos períodos de escassez de nutrientes. Infecções extrarradiculares Podem ser dependentes ou não de infecções intrarradiculares. Possíveis causas: - Abcesso perirradicular agudo (dependente); - Biofilme extrarradicular (independente); - Actinomicose apical (independente); - Fistula geralmente indica presença de bactérias extrarradiculares; - A maioria em dentes com tratamento endodôntico são estimuladas por uma infecção intrarradicular. Aula 3 Patologia Pulpar A inflamação é a reação da microcirculação a uma injúria aos tecidos, com a consequente movimentação de elementos intravasculares, como fluidos, células e moléculas, para o espaço extravascular. O objetivo da inflamação é localizar a região agredida, eliminar o agente agressor e remover os tecidos degenerados, preparando a área afetada para a reparação. Agressão ao tecido pulpar • Causas da inflamação: a) Biológica - Microrganismos que levam a cárie dentária. b) Física - Calor proveniente do preparo cavitário, presa de materiais e polimentos; - Ação mecânica de brocas ocasionando exposição pulpar. - Trauma, ocasionando exposição pulpar; - Pressão exercida durante a moldagem protética. c) Química - Seladores temporários (ex: fosfato de zinco); - Materiais restauradores definitivos; - Condicionamento ácido da dentina e/ou polpa; - Dessecantes e desinfectantes de cavidade. Agressão ao ligamento periodontal • Causas da inflamação Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 9 a) Biológica - Microrganismos que levam a cárie dentária. b) Física - Sobreinstrumentação: ocorre quando ultrapassa o forame apical com a lima; - Sobreobturação: ocorre quando o cone de guta-percha ultrapassa o forame apical. c) Química - Soluções utilizadas na irrigação dos canais (ex: hipoclorito de sódio); - Medicação intracanal; - Material obturador. Tipos de inflamação • Quanto a duração - Crônica (longa duração); - Aguda (de 2 a 3 dias). • Quanto a natureza - Crônica (proliferativa); - Aguda (exsudativa ). Células envolvidas na inflamação • Agudas: - Neutrófilos e macrófagos (-). • Crônicas - Linfócitos, plasmócitos, macrófagos, fibroblastos, vasos sanguíneos neoformados e brotamentos axonais. Inflamação aguda Vasodilatação –> Mediadores químicos –> Aumento da permeabilidade vascular –> Exsudação –> Estase vascular –> Adesão (marginação) e migração de neutrófilos (diapedese) –> Neutrófilos e macrófagos são atraídos para o foco da lesão –> Fagocitose • Sinais clínicos da inflamação - Dor; - Calor; - Rubor; - Tumor; - Perda de função. • Cárie inicial em dentina: - Discretos linfócitos e macrófagos presentes na porção mais próxima onde está ocorrendo a agressão. Com isso, há uma resposta inflamatória de baixa intensidade na cavidade pulpar. • Espessura de dentina maior ou igual que 1mm: - Presença Linfócitos e macrófagos na porção mais próxima onde está ocorrendo a agressão; - Resposta inflamatória de baixa intensidade. • Espessura de dentina menor que 1mm ou dentina reparadora: - Camada de odontoblastos destruída e substituída por células inflamatórias. Com isso, há uma resposta inflamatória aguda (resposta de alta intensidade). Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 10 Testes pulpares O paciente deve estar orientado para fornecer respostas em relação ao estímulo. a) Teste térmico com calor - É realizado com o uso do bastão de guta- percha aquecido na lamparina; - Deve-se fazer o isolamento relativo do campo operatório, lubrificar a face vestibular do dente e levar o bastão no centro da face do dente. b) Teste térmico com frio - Um dente multirradicular, com pelo menos uma raiz contendo tecido pulpar vital, pode responder ao teste a frio, mesmo que uma ou mais raízes contenham tecido pulpar não-vital; - O teste é feito com gás refrigerante, aplicando na face vestibular com auxílio de uma bolinha de algodão. O dente deve estar isolado. Dica: caso não tenha o gás refrigerante, pode-se lançar mão de um tubete de anestésico com água e deixar na geladeira para resfriar, e assim realizar o teste. c) Teste elétrico - Posicionar a ponta do instrumento na face vestibular e aplicar o estímulo; - Formigamento ou sensação de queimação. Dica: aplicar um pouco de creme dental na superfície vestibular do dente para auxiliar na condução do estímulo. d) Teste de cavidade - Consiste em iniciar o acesso sem anestesiar o paciente. Caso o paciente sinta dor, é sinal que ainda existe vitalidade no dente. Caso não sinta, é sinal que o dente apresenta necrose pulpar; - Só é feito quando não for possível determinar com os outros testes, em último caso. e) Percussão vertical - É realizado tocando a oclusal ou incisal do dente, normalmente com o cabo de espelho, para avaliar se há inflamação na região do ligamento periodontal. - Obs: A dor a percussão lateral nem sempre está relacionado a uma infecção no sistema de canais, podendo estar relacionado também a um trauma oclusal (ex: contato prematuro). Esse contato prematuro pode gerar uma inflamação na região do ligamento periodontal, levando a uma pericementite traumática. Pode ser causada também devido a sobreinstrumentação. Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 11 f) Percussão lateral - Esse teste é realizado tocando a superfície vestibular. g) Palpação - Esse teste é realizado palpando a região de fundo de vestíbulo, próximo ao ápice dentário, com o objetivo de verificar se há dor a palpação e aumento de volume próximo a região do ápice. Patologias pulpares A) PULPITE REVERSÍVEL É caracterizada por uma leve alteração da polpa, em fase inicial, em que a reparação tecidual acontece, caso o agente desencadeador do processo for removido. Por exemplo: se for realizada a remoção do tecido cariado e correta proteção do complexo dentinho-pulpar, irá cessar o processo inflamatório. Na pulpite reversível existe a possibilidade de reversão. • Características histopatológicas - Hiperemia. • Sinais e sintomas - Usualmente assintomática; - Em determinadas situações o pacientepode relatar dor aguda, rápida, localizada e fugaz (vai e volta); - Sensibilidade ao frio; - A dor cede imediatamente ou poucos segundos depois da remoção do estímulo; - Não ocorre dor espontânea. Quando essa dor está presente, é um alerta de que a resistência normal da polpa está atingindo seu limite máximo. Observação: - Não confundir com casos de hipersensibilidade dentinária. Deve-se observar com cuidado áreas de exposição de dentina causadas por atrição, abrasão, erosão de esmalte, etc; - Nestes casos podem também causar dor aguda e rapidamente reversível quando submetida a estímulos térmicos, evaporativos, táteis e mecânicos. • Inspeção - Cárie; - Erosão cervical; - Restaurações extensas; - Fraturas de esmalte e dentina. • Teste pulpares - Calor: dor tardia à aplicação do estímulo, ou aguda e imediata que cessa após a remoção do estímulo; - Frio: dor aguda, rápida, localizada, que passa logo ou poucos segundos após a remoção do estímulo; - Elétrico: estímulo necessário é igual ou levemente inferior ao de um dente normal; - Cavidade: dor indicando vitalidade pulpar; - Palpação: negativo; - Percussão: negativo. • Achados radiográficos - Lesões cariosas ou restaurações extensas próximas a câmara pulpar. Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 12 • Tratamento - Remoção da cárie ou restauração defeituosa; - Forramento da dentina exposta com cimento de hidróxido de cálcio + CIV. Pode ser usado cimento de óxido de zinco e eugenol em algumas situações; - Deve-se reavaliar o caso 7 dias depois; - Selamento e restauração da dentina exposta (se não houver dor). B) PULPITE IRREVERSÍVEL - É caracterizada por uma alteração inflamatória grave na polpa, geralmente com exposição pulpar. A reparação tecidual torna- se impossível. Divide-se em: 1) Pulpite irreversível assintomática - O paciente não apresenta sintomas. 2) Pulpite irreversível sintomática - O paciente relata dor; - Fase inicial ou pulpite aguda serosa; - Fase avançada ou pulpite aguda purulenta. • Sintomas - Geralmente assintomática; - Quando presente, a dor pode ser provocada, aguda, localizada ou difusa, e persiste por um longo período após a remoção do estímulo; - Estágios mais avançados: pulsátil, lancinante, contínua e espontânea; - A dor pode durar de apenas alguns minutos até horas; - Quando intensificada e difusa, pode dificultar a localização (utilizar choque térmico); - Dor noturna; - Na pulpite aguda serosa ou pulpite irreversível sintomática em fase inicial, o paciente ainda pode sentir: dor refletida nos olhos determinando as vezes tremores nas pálpebras (geralmente infecção em dentes anteriores superiores), dor refletida no ouvido (geralmente infecção em molares inferiores). • Inspeção - Cáries ou restaurações extensas; - Após removidas, geralmente observa-se exposição pulpar. Obs: Quando a causa da exposição for devido a traumas recentes (máximo 48h após o trauma), ou iatrogênicas assépticas pode ser reversível. • Testes pulpares - Calor: nos casos sintomáticos é positivo; - Frio: nos estágios iniciais pode ser positivo. Nos casos sintomáticos (fase avançada) alivia a dor; - Elétrico: geralmente responde apenas a altas correntes; - Cavidade: resposta geralmente positiva (ainda tem vitalidade pulpar). • Testes perirradiculares - Palpação: negativo; - Percussão: negativo quando restritos à cavidade pulpar. Positivo quando a inflamação estende para o ligamento periodontal. • Achados radiográficos - Lesões cariosas e/ou restaurações extensas sugerindo exposição pulpar; - Ligamento periodontal normal ou ligeiramente expessado. • Tratamento - Tratamento endodôntico convencional (se o ápice estiver formado); Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 13 - Tratamento conservador pulpar (se o ápice não tiver formado ainda). C) PULPITE CRÔNICA HIPERPLÁSICA É uma forma de pulpite irreversível que se origina de hiperplasia de popas jovens, com formação de tecido granulomatoso que protrai pela câmara pulpar em direção à superfície oclusal formando um pólipo pulpar. • Sintomas - Geralmente assintomática; - Apresenta supercrescimento exofítico de tecido conjuntivo avermelhado; - Pode apresentar dor espontânea, dor tardia aos estímulos de frio e calor. • Inspeção - Cárie com exposição pulpar; - Apresenta supercrescimento exofítico de tecido conjuntivo avermelhado. • Tratamentos - Tratamento endodôntico convencional (se o ápice já estiver formado); - Pulpotomia (se o ápice não estiver completamente formado ainda, pois essa patologia ocorre me pacientes jovens). D) HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA - É caracterizada pela presença de sensibilidade que ocorre devido à existência de áreas de exposição de dentina. • Sintomas - Dor aguda, localizada e provocada após estímulos mecânicos, térmicos, bacterianos e osmóticos. • Inspeção - Muitas vezes está associada à recessão gengival, que em cerca de 10% dos pacientes, promove exposição dentinária na região cervical (ausência de coaptação entre esmalte e cemento). • Testes pulpares - Calor: dor tardia à aplicação do estímulo, ou aguda e imediata que cessa após a remoção do estímulo; - Frio: dor aguda, rápida, localizada, que passa logo ou poucos segundos após a remoção do estímulo; - Elétrico: estímulo necessário é igual ou levemente inferior ao de um dente normal; - Cavidade: dor indicando vitalidade pulpar. • Testes pulpares - Palpação: negativo; - Percussão: negativo. • Tratamento Promover a oclusão dos túbulos expostos e/ou reduzir a atividade nervosa sensorial: - Aplicação de um gel de oxalato de potássio por 3min; - Aplicação de adesivos dentinários, ou cimento de ionômero de vidro (resultado mais duradouro que o oxalato de potássio, reduz a movimentação do fluído dentinário, atividade antibacteriana); - Em casos de abrasão ou atrição, pode ser feita restauração com resina fotopolimerizável ou ionômero de vidro. Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 14 Alterações dos tecidos duros por inflamação pulpar E) CALCIFICAÇÃO PULPAR - Pode ser causada devido ao trauma e calcificações difusas (devido materiais aplicados na cavidade). F) REABSORÇÃO RADICULAR INTERNA - A polpa é transformada em tecido inflamatório vascularizado com atividade dentinoclástica. • Tratamento - Remoção imediata do tecido inflamado e realização do tratamento endodôntico. G) NECROSE PULPAR - É caracterizada pelo somatório de alterações morfológicas que acompanham a morte celular do tecido pulpar. • Sinais e sintomas - Geralmente assintomática; - Dependendo do caso, a dor pode estar presente, como nos casos de periodontite apical aguda ou abscesso perirradicular agudo (bactérias ou toxinas bacterianas avançando para o espaço do ligamento periodontal). • Inspeção - Cáries ou restaurações extensas que alcançam a polpa; - Quando traumática, a coroa dental pode estar hígida (ex: lesão do feixe vascular levando a necrose); - Pode promover o escurecimento da coroa. • Testes pulpares - Calor: geralmente negativo. Em raras situações pode apresentar sensibilidade devido às fibras do tipo C, ou se for aplicado por muito tempo pode causar expansão de gases ou fluido do canal radicular; - Frio: negativo; - Elétrico: geralmente negativo. Em raras situações responde a altas correntes devido às fibras tipo C (falso resultado); - Cavidade: negativo. Obs: em dentes multirradiculares, com pelo menos uma raiz contendo tecido pulpar vital, podem responder ao teste ao frio, mesmo que uma ou mais raízes contenham tecido pulpar necrótico. • Testes perirradiculares - Palpação (positivo ou negativo dependendo do status dos tecidos perirradiculares; - Percussão:positivo ou negativo dependendo do status dos tecidos perriradiculares. • Achados radiográficos - Presença de cárie, coroa fraturada e/ou restaurações extensas; - Se a causa for traumática, pode apresentar coroa hígida ou com pequenas restaurações; - Espaço do ligamento periodontal pode apresentar-se normal, espessado, ou com lesão perriradicular. • Tratamento - Tratamento endodôntico. Obs: Quando já tiver sido previamente removido todo tecido pulpar ou parte dele, pode não ser possível realizar um diagnóstico pulpar correto até o início do tratamento. Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 15 H) Reabsorção interna - A polpa é transformada em tecido inflamatório vascularizado com atividade dentinoclástica. • Tratamento - Remoção imeditada do tecido inflamado e realização do tratamento endodôntico. Aula 4 Patologia Perirradicular Não é infecção, pois a infecção está presente dentro do canal radicular. Estas lesões perirradiculares são compostas por células de defesa que estão tentando combater as bactérias que estão dentro do canal. Ocorre uma associação da resposta inflamatória, que acontece inicialmente no ligamento periodontal e estende-se ao osso alveolar formando uma organização de um tecido inflamatório, composto por células de defesa e desenvolvendo uma resposta inflamatória contra as bactérias que estão acometendo o local. As lesões perirradiculares são consideradas como uma segunda linha de defesa do hospedeiro, objetivando confinar a infecção ao canal radicular e prevenir seu egresso para o osso alveolar e para outras regiões do corpo via disseminação sistêmica. • 1º mecanismo de defesa: defesa inata não induzida (pulpite); • 2º mecanismo de defesa: resposta inflamatória aguda inespecífica (periodontite apical aguda); • 3º mecanismo de defesa: resposta imunológica adaptativa (periodontite apical crônica). 1) Periodontite apical aguda É caracterizada por uma resposta inflamatória aguda no ligamento periodontal devido a agressão causada por bactérias que avançam pelo forame apical. • Características histopatológicas - Hiperemia; - Infiltrado inflamatório no ligamento periodontal; - Não ocorre expansão tecidual devido a presente somente de tecidos duros. • Sinais e sintomas - Dor intensa, espontânea e localizada; - Extrema sensibilidade (sensação de dente crescido); - Dor à mastigação. • Testes pulpares - Negativos na grande maioria dos casos; - Semelhante à pulpite irreversível em raros casos onde está associada a ela. • Testes perirradiculares - Palpação: pode ou não haver sensibilidade; - Percussão: positivo (executar com leve pressão). Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 16 • Achados radiográficos - Geralmente apresenta um ligeiro espessamento do ligamento periodontal; - Quando se observa extensa área de destruição óssea perirradicular, em presença dos mesmos sinais e sintomas, teremos o desenvolvimento de um abscesso fênix, que se forma pela agudização de uma patologia perirradicular crônica. • Tratamento - Eliminação do agente agressor por meio de tratamento endodôntico; - Para alívio da sintomatologia o dente pode ser retirado de oclusão; - Analgésico e anti-inflamatório (Ibuprofeno, Nimensulida). 2) Abscesso perirradicular agudo É caracterizado pela exacerbação da resposta inflamatória, quando esta não consegue eliminar o agente agressor ou reduzir a intensidade da injúria. Ocorre liquefação tecidual com formação de secreção purulenta. • Características histopatológicas - Verifica-se a presença de reação intensa, localizada e adjacente ao forame apical, caracterizada pela presença de exsudato purulento (pus); - Presença de células inflamatórias em combate franco com bactérias; - Inicialmente é intraósseo, contido na região do ápice da raiz, até que a coleção purulenta estabeleça um ponto de drenagem pelo osso alveolar e caia na porção externa (ex: mucosa alveolar), estabelecendo um ponto de drenagem. • Sintais e sintomas - Dor espontânea, pulsátil, lancinante e localizada (quando ainda intraósseo e não estabeleceu ponto de drenagem); - Pode apresentar linfadenite (aumento dos linfonodos), febre e mal-estar; - Dor pronunciada quando o abscesso ainda está intraósseo ou subperiosteal. • Inspeção - Tumefação intra e/ou extraoral, flutuante ou não; - Nas fases iniciais pode não haver tumefação; - Pode apresentar mobilidade dentária e ligeira extrusão do dente. Obs: se a tumefação não for tratada, o paciente corre o risco de ter uma disseminação da região subcutânea e normalmente atinge a região mais próxima do dente, porém, se comprometer mais de um espaço ao mesmo tempo (ex: sublingual, submentoniana e metoniana), evolui para uma celulite facial, como a Angina de Ludwing. Se a infecção evoluir para um quadro de Angina de Ludwing, o paciente deve ser internado, pois pode levar o paciente à óbito. Principais sintomas da Angina de Ludwing: dor na região do pescoço, inchaço na região do pescoço e vermelhidão, febre, trismo, fraqueza, fadiga e cansaço excessivo, confusão ou alteração mental e dificuldade respiratória. Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 17 • Testes pulapres - Negativo na grande maior dos casos; - Em raras ocasiões os testes de colar e elétrico podem oferecer falsos resultados devido à presença de líquido no interior do canal; - Testes de frio e cavidade são mais seguros. • Testes perirradiculares - Palpação: geralmente é positivo; - Percussão: positivo (executar com leve pressão). • Achados radiográficos - Geralmente apresenta um ligeiro espessamento do ligamento periodontal; - Quando se observa extensa área de destruição óssea perirradicular, encontra-se associada à agudização de um granuloma ou cisto (Abscesso Fênix); - Pode haver processo carioso extenso, ou restauração extensa e profunda associada ou não à cárie recidivante. • Tratamento - Imediata drenagem da coleção purulenta e eliminação do agente agressor; - Drenagem via canal; - Drenagem cirúrgica; - Limpeza e desinfecção do canal e medicação intracanal; - Analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos. 3) Flare-up Corresponde a uma exacerbação aguda (agudização) de uma patologia perriradicular que ocorre entre as sessões do tratamento endodôntico. Está relacionada a intervenção feita no paciente. Quando associado ao edema é denominado Abcesso Perirradicular Agudo Secundário. Se a agudização ocorreu sem que houvesse alguma intervenção no paciente, é denominado Abscesso Fênix. Se ocorreu logo após a intervenção, é o Flare-up. O Flare-up pode ocorrer quando durante o tratamento, é extruído um pouco mais de bactérias para a região apical, levando a um desequilíbrio desses microrganismos nessa região e consequente agudização para combater estes microrganismos. 4) Periodontite Apical Crônica Representa o início da resposta imunológica adaptativa, de caráter específico. Ocorre quando a resposta inflamatória associada à periodontite apical aguda é eficaz na redução da intensidade da agressão, gerando cronificação da resposta imunológica. 3º mecanismo de defesa. • Características histopatológicas Observa-se no ligamento periodontal a presença de um infiltrado inflamatório do tipo crônico, composta basicamente por linfócitos, plasmócitos, macrófagos, e de componenetes do processo de reparo tecidual como fibroblastos, além de fibras nervosas e vasos sanguíneos neoformados. Não há ainda reabsorção óssea. • Sinais e sintomas - Ausentes; - Pode ser relatado episódio prévio de dor. • Inspeção - Presença de cárie profunda ou restauração extensa associada ou não à cárie recidivante. • Testes pulpares - Negativos, desde que a polpa encontre-senecrosada. Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 18 • Testes perirradiculares - Palpação: negativo; - Percussão: negativo. • Achados radiográficos - Espaço do ligamento periodontal normal ou ligeiramente espessado. • Tratamento - Tratamento endodôntico. Obs: se a Periodondite Apical Crônica não for tratada, ocorrerá a formação de tecido granulomatoso na região apical, evoluindo para um quadro de Granuloma Perriradicular. 5) Granuloma perirradicular • Características histopatológicas É constituído basicamente por um infiltrado do tipo crônico, associado a elementos de reparação, caracterizando um tecido granulomatoso que substitui o osso reabsorvido. É a patologia perirradicular mais comumente encontrada. • Sinais e sintomas - Assintomático. • Inspeção - A causa da necrose pode ser aparente, indicada pela presença de cárie e/ou restauração extensa; - O dente pode apresentar escurecimento, oriundo da necrose pulpar. • Testes pulpares - Negativo devido à necrose. • Testes perirradiculares - Palpação: negativo. Quando há fenestração óssea pode revelar um leve aumento de volume; - Percussão: geralmente negativo. Em raras ocasiões ligeira sensibilidade. • Achados radiográficos - Presença de área radiolúcida, bem circunscrita, com perda da integridade da lâmina dura; - Cárie e/ou restauração extensa podem ser observados. • Tratamento - Tratamento endodôntico convencional. 6) Cisto perirradicular É sempre originado de um granuloma que se tornou epiteliado. É resultado de uma infecção endodôntica de longa duração. • Características histopatológicas - Consiste em uma cavidade patológica contendo material fluido ou semissólido, o qual é composto principalmente por células epiteliais divergentes; - Essa loja é revestida por epitélio estratificado pavimentado escamoso, de espessura variável; - Em contato com o epitélio está um tecido granulomatoso, semelhante ao do granuloma. • Sinais e sintomas - Assintomático na grande maioria dos casos. • Inspeção - Presença de cárie e/ou restauração extensa; Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 19 - O dente pode apresentar escurecimento, oriundo de necrose pulpar. • Testes pulpares - Negativos devido à necrose. • Testes perirradiculares - Palpação: negativo. Quando há fenestração óssea pode revelar um leve aumento de volume, devido à expansão da lesão. - Percussão: geralmente negativo. Em raras ocasiões ligeira sensibilidade. • Achados radiográficos - Assemelham-se aos do granuloma dificultando o diagnóstico radiográfico; - A lesão cística pode assumir grande diâmetro, até mesmo levando ao deslocamento dos elementos dentários envolvidos. • Tratamento - Tratamento endodôntico convencional; - Em casos de insucesso é realizada uma cirurgia perirradicular. 7) Osteíte condensante É uma variante das periodontites apicais assintomáticas, representada por um aumento no osso trabecular disposto irregularmente em resposta a uma irritação persistente. É mais comum em dentes inferiores posteriores. • Sinais e sintomas - Assintomática quando associada à necrose pulpar; - Pode ser sintomática associada à pulpite. • Testes pulpares - Pode corresponder ou não aos estímulos térmicos e elétricos. • Testes perirradiculares Podem ser sensíveis ou não à palpação e percussão. • Achados radiográficos Presença de radiopacidade difusa disposta de forma concêntrica ao redor da raiz. • Tratamento - Quando indicado, tratamento endodôntico; - Pode resultar na resolução completa da osteíte condensante. 8) Abscesso Perirradicular Crônico Resulta do egresso de irritantes do canal radicular para os tecidos perirradiculares, com consequente formação de exsudato purulento no interior de um granuloma. Pode se originar da cronificação do abcesso perriradicular agudo. • Sinais e sintomas - Geralmente assintomático; - Encontra-se associado a uma drenagem intermitente ou contínua por meio de fístula, a qual pode ser intraoral ou extraoral. Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 20 • Inspeção - Presença de cárie e/ou restauração extensa; - Presença de fístula, ativa ou não, normalmente localizada ao nível da mucosa alveolar; - O trajeto da fístula pode ser rastreado. • Achados radiográficos - Área de destruição óssea perirradicular, às vezes pode ser indistinguível entre cisto e granuloma; - Geralmente os limites não são bem definidos; - Cáries e/ou restaurações extensas profundas. • Tratamento - Limpeza e modelagem do sistema de canais; - Medicação intracanal; - Após a regressão da fístula, deve-se fazer a obturação endodôntica. Obs: Todas as patologias citadas acima só ocorrem quando a polpa já está necrosada, ou seja, sem vitalidade. Patologia Pulpar e Perirradicular Aula 5 Medicação intracanal A medicação intracanal tem o objetivo de auxiliar na desinfecção do sistema de canais radiculares. Tratamento endodôntico • Ação mecânica - Preparo químico-mecânico (instrumentos). • Ação química - Substâncias químicas auxiliares; - Medicação intracanal. Objetivos da medicação intracanal - Promover máxima redução de microrganismos que sobreviveram ao preparo químico-mecânico; - Reduzir o processo inflamatório perirradicular; - Controlar a exsudação persistente; - Estimular reparação e o selamento do forame apical. Com que medicar? 1) PARAMONOCLOROFENOL (PMC) - Derivado fenólico; - Potente agente antimicrobiano; - Age por contato direto ou por liberação de vapores; - Possui ação de +/- 48hr; - O paramonoclorofenol puro se apresenta em cristais. É necessário a adição de veículos aos cristais de paramonoclorofenol: Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 21 • Cânfora – paramonoclorofenol canforado (PMCC); • Furacin – (9PMC Fur); • Diluído em água – (PMC aquoso 2%). Ação destes veículos: - Potencializam a atividade antimicrobiana; - Diminuem a toxicidade. 2) TRICRESOL FORMALINA OU FORMOCRESOL - Possui ação de +/- 48hr; - Tricresol formalina: 90% de formalina; - Formocresol: 19 a 43% de formalina; - Ação antimicrobiana; - Amplo espectro bacteriano (age sobre mais bactérias se comprado ao PMC); - Alta citotoxidade; - Age por contato ou liberação de vapores; - Age por contato ou liberação de vapores. • Técnica de aplicação (paramono e tricresol) - Utilizando uma bolinha de algodão estéril, sem excesso de medicamento, inserir na entrada do canal e fazer o selamento coronário. 3) OTOSPORIN - Possui ação de +/- 48hr; - Possui em sua composição hidrocortisona + sulfato de polimixina B + sulfato de neomicina; - Não tem ação antimicrobiana, somente ação anti-inflamatória; - Indicado somente para tratamento de dentes com polpa viva, e também quando não é possível realizar a pulpectomia (remoção total da polpa); - Indicado para pulpotomias; - Indicado para pericementites traumáticas. 4) HIDRÓXIDO DE CÁLCIO PA – Ca (OH)2 - Pó branco; - Alcalino (pH 12,5) – dificulta o crescimento bacteriano; - Inodoro; - Ação antimicrobiana por contato, logo, deve preencher todo o canal; - Estimula a mineralização. - O veículo tem duas funções: possibilitar a penetração do medicamento no canal, e promover a dissociação iônica do hidróxido de cálcio, pois ele só é útil quando ocorre essa dissociação. O hidróxido de cálcio se dissocia em íons cálcio e íons hidroxila. Os íons cálcio tem a função de promover a mineralização. Já os íons hidroxila, promovem a ação antimicrobiana. Pode ser encontrado nos seguintes veículos: • Hidrossolúveis a) Aquosos - Água destilada; - Soro fisiológico; - Soluções anestésicas. Obs: Quanto mais aquoso é o veículo, maisrápida é a dissociação. Por isso, é utilizado em casos onde o paciente será atendido no dia seguinte (possui ação rápida). b) Viscosos - Glicerina; - Polietilenoglicol; - Propilenoglicol. Obs: Indicado quando o paciente será atendido depois de 1 semana ou 15 dias (ação intermediária). • Oleosos - Ácido oleico e óleo de oliva. Obs: Indicado quando o paciente será atendido depois de 1 mês, pois é necessário aguardar o Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 22 fechamento de ápice, por exemplo (ação lenta e prolongada). Aula 6 Avaliação clínica e recursos semiotécnicos O objetivo da avaliação clínica é fechar o diagnóstico. Avaliação clínica e diagnósticos das patologias pulpares e perirradiculares 1) Anamnese - Identificação; - História médica; - História dental (queixa principal, história pregressiva e história atual). • Características da dor a) Aparecimento - Provocada; - Espontânea; b) Duração - Curta; - Longa. c) Frequência - Intermitente (ex: o paciente sente dor só a noite quando está deitado, ou em alguns momentos do dia); - Contínua (ex: dói o dia todo, sem parar). d) Sede (localização) - Localizada (o paciente identifica onde está doendo); - Difusa (todo o lado da arcada dói). Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 23 e) Intensidade - Leve; - Moderada; - Difusa. Obs: a intensidade é subjetiva, pois varia de um paciente para outro. 2) Exame físico a) Inspeção extra e intra oral - No exame extra-oral, deve ser avaliada a aparência geral do paciente; - Já no exame intra-oral, deve ser feito para verificar cárie, fraturas, edema, fístula, alteração de cor dental, retração gengival, bolsa periodontal, etc. Esse exame deve ser feito sempre. b) Palpação apical - Neste exame, é feita uma palpação na região apical, em direção ao ápice. c) Percussão - Exame feito com o cabo de espelho verticalmente e horizontal. Obs: a palpação e percussão são exames feitos depois dos outros exames (clínicos e radiográficos), quando não foi possível fechar o diagnóstico ainda. São exames feitos para verificar se há inflamação no periápice. 3) Exames complementares a) Testes térmicos - Exame feito para verificar a vitalidade pulpar (sensibilidade ao estímulo); - Calor: isolar e lubrificar o dente com vaselina, aquecer o bastão de guta-percha na lamparina e aplicar na face vestibular mais próximo da cervical. Esse teste pode fornecer um resultado falso-positivo, onde parece que há vitalidade pulpar, quando não verdade não tem. - Frio: isolar o dente e aplicar com bolinha de algodão o gás refrigerante na face vestibular (EndoFrost ou EndoIce). Obs: o paciente deve ser orientado para fornecer respostas quanto ao estímulo. Se o paciente responder ao estímulo, ainda existe vitalidade pulpar. Caso não haja resposta, o dente pode estar sem vitalidade (necrosado). O ideal é fazer no dente comprometido e no dente adjacente para comparar. b) Teste elétrico - Teste feito com aparelho elétrico, para diagnóstico de necrose pulpar; - Posicionar a ponta do instrumento na face vestibular e aplicar o estímulo; - Ocasiona formigamento ou sensação de queimação. Figura 2. Teste de percussão vertical. Figura 3. Teste de percussão horizontal. Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 24 Dica: aplicar um pouco de creme dental na superfície vestibular do dente para auxiliar na condução do estímulo. c) Teste de anestesia - Teste feito quando o paciente apresenta dor difusa e não consegue distinguir o dente que está com dor; - Deve-se anestesiar e aguardar para saber se a dor no local suspeito irá cessar. d) Teste de cavidade - Deve-se remover a cárie e fazer a cavidade SEM anestesiar. Se ao final do procedimento o paciente não sentiu dor, o dente pode estar necrosado. e) Rastreamento fistuloso (fistulografia) - Teste feito com cone de guta-percha fino, para encontrar o caminho da infecção; - Quando o cone não entrar mais, deve-se parar e radiografar. f) Exame radiográfico - É necessário um bom exame radiográfico para fechar o diagnóstico. Aula 7 Retratamento endodôntico O retratamento é um procedimento realizado na tentativa de resolver o insucesso do tratamento endodôntico anterior, com o objetivo de corrigir os erros do procedimento, viabilizando a reinstrumentação para uma adequada limpeza, desinfecção, modelagem e obturação do canal, visando a busca do sucesso. O sucesso no tratamento endodôntico ocorre quando há: - Ausência de dor, edema ou fístula; - Espaço pericementário normal; - Integridade da lâmina dura; - Tratamento endodôntico e restauração coronária adequados; - Forma e função do elemento dental estabelecida. • Quando avaliar o dente tratado? - 1ª avaliação: 6 meses após o tratamento; - Última avaliação: 4 anos após o tratamento. Obs: lesão radiográfica inalterada ou que tenha aumentado o tamanho após 1 ano, pode ser considerado insucesso. O insucesso ocorre quando o objetivo do tratamento endodôntico, que é a máxima desinfecção do sistema de canais e selamento hermético, não é alcançado. A primeira opção é o retratamento endodôntico, e caso não seja eficaz, pode-se lançar mão da cirurgia parendodôntica. O insucesso no tratamento endodôntico ocorre quando há: - Infiltração apical; - Erro na técnica endodôntica; - Estado pré-operatório do tecido pulpar e periapical; - Presença de lesão periodontal; Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 25 - Limite apical e homogeneidade da obturação radicular; - Deficiência ou ausência da restauração coronária; - Presença de retentor intra-radicular. O exame dos casos de insucessos endodônticos é muito importante, porque se é possível determinar e corrigir sua causa, um insucesso será capaz de tornar-se um sucesso. Biofilme bacteriano perirradicular População de microrganismos presentes na porção apical da raiz, externamente ao canal radicular, aderida à superfície do cemento ou da dentina exposta pela reabsorção do cemento, em contato direto com a lesão perirradicular. Técnica de retratamento endodôntico • Etapas do retratamento - 1ª etapa: desobturação com broca de Gates; - 2ª etapa: re-instrumentação com limas Hedstroen; - 3ª etapa: re-obturação • Medicação intracanal - Pode ser usado paramonoclorofenol, tricresol (antes de finalizar a modelagem) e hidróxido de cálcio (após finalizar a modelagem). Um dente que será feito um retratamento endodôntico, é sempre tratado como um dente necrosado. • Eucaliptol, Xilol ou Óleo de casca de laranja - Solvente de borracha usado para dissolver a guta-percha; - Deve-se pingar o solvente e remover a guta- percha com a broca. Repetir esse processo até que toda a guta-percha seja removida. Remoção de retentores intra-radiculares A remoção de retentores pode ser feita com ultra-som, broca transmetal ou broca carbide. Quando não é possível a remoção do pino, pode ser feita a cirurgia parendodôntica. Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 26 Aula 8 TRATAMENTO ENDODÔNTICO EM DENTES COM RIZOGEÊNESE INCOMPLETA Apicigênese É a complementação radicular fisiológica em dentes que apresentam tecido pulpar ainda com vitalidade, pelo menos na porção apical do canal radicular, com existência da bainha de Hertwig viável. É necessário criar condições para que o tecido permaneça vivo até a complementação tadicular. Apicificação É a indução do fechamento do forame apical, em dentes com necrose pulpar, pela formação detecido duro mineralizado (cemento), determinando ou não o aumento do comprimento radicular, assim com o desenvolvimento das paredes do canal. Não tem a presença de odontoblastos, visto que o tecido está necrosado, então não ocorre mais formação de dentina. Fatores etiológicos - Trauma (com ou sem fratura); - Fratura coronária com exposição pulpar; - Cárie dentária; - Restaurações inadequadas (contato prematuro). Introdução Quando as lesões pulpares não se estenderem até a porção radicular, deve ser feito tratamento conservador da polpa dentária (somente na polpa coronária). Necrose pulpar com ou sem lesão perirradicular recente ou antiga, deve ser feita a técnica de apicificação ou revascularização. • A complementação ou fechamento do forame apical depende dos seguintes fatores - Estágio de desenvolvimento da raiz do dente; - Condições da polpa dentária e dos tecidos perirradiculares no momento da intervenção; - Substância empregada. • Substâncias empregadas 1) Hidróxido de cálcio - Em contato direto com a polpa estimula a neoformação de dentina ou cemento. 2) MTA (agregado de trióxido mineral) - Estimula a formação dentinária; - Possui atividade antibacteriana; - Promove um selamento adequado - Biocompatível; - Pouco solúvel. 3) Biodentine - Promove a substituição da dentina. (ordem eruptiva) Tratamento endodôntico • Análise radiográfica Observar o estágio de desenvolvimento da raiz e as condições do segmento apical: - Divergente; - Paralelo; - Ligeiramente convergente. Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 27 • Estado patológico da polpa Testes térmicos e elétricos podem não fornecer respostas precisas porque a camada parietal de nervos (plexo de Raschkow) não se encontra desenvolvida. • Rizogênese incompleta Três situações distintas da condição pulpar podem ocorrer: - Vitalidade pulpar; - Tecido pulpar vivo apenas no segmento apical do canal radicular; - Necrose total do conteúdo pulpar. Dentes com vitalidade pulpar • Características clínicas favoráveis à pulpotomia - Hemorragia abundante quando fizer a remoção da porção coronária pulpar; - Sangue com uma coloração vermelho- rutilante; - Tecido pulpar (remanescente pulpar) com consistência firme e coloração róseo- avermelhada. • Técnica da pulpotomia 1) Realizar anestesia do paciente, isolamento absoluto e antissepsia do campo operatório; 2) Acesso cirúrgico; 3) Remoção da polpa coronária com curetas bem afiadas; 4) Abundante irrigação/aspiração com solução fisiológica; 5) Descompressão pulpar por 5min; 6) Irrigação/aspiração com solução fisiológica, secagem com bolinhas de algodão esterilizadas e exame do remanescente pulpar; 7) Aplicação do corticosteroide-antibiótico (Otosporin otossolução) com bolinha de algodão esterilizada (não pressionar); 8) Selamento por 2 a 7 dias. 2ª sessão 9) irrigação/aspiração com solução fisiológica removendo coágulos presentes; 10) Acomodar com suave pressão pasta de hidróxido de cálcio PA com solução fisiológica removendo o excesso das paredes; 11) Inserção de fina camada de cimento de hidróxido de cálcio; 12) Cimento de ionômero de vidro e posterior restauração. Obs: Fazer o acompanhamento radiográfico para verificar se ocorreu o fechamento do ápice, para realizar o tratamento endodôntico. Dentes com vitalidade no segmento apical 1. Técnica mediata 1) Antissepsia da cavidade oral; 2) Remoção de cáries e preparo da coroa; 3) Isolamento absoluto; 4) Abertura coronária; 5) Irrigação/aspiração com hipoclorito 1% e limagem com lima Hedstroen até as proximidades do tecido vivo; Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 28 6) Anestesia (a anestesia é feita após a instrumentação, pois o paciente vai nos informar quando chega no tecido vivo); 7) Pulpectomia até atingir o tecido vivo; 8) Preparo químico-mecânico (irrigação com soro fisiológico) até o início do tecido vivo; 9) Secagem com papel absorvente; 10) Inserção de pasta de hidróxido de cálcio até o tecido vivo e selamento; 11) Renovação da pasta após 7 dias. • Controle clínico-radiográfico - 1, 3 e 6 meses após a execução da técnica; - Observar a complementação e o selamento apical (normalmente 3 a 6 meses após o tratamento); - Geralmente não há necessidade de renovação de pasta de hidróxido de cálcio, exceto se for diluído; - Se não ocorrer complementação apical, deve- se repetir a técnica (o hidróxido de cálcio deve estar tocando o tecido, já que ele age por contato); - Se estiver completa a formação apical, deve- se remover a pasta de hidróxido de cálcio e obturar o canal até o limite da barreira de tecido duro. 2. Técnica imediata Nesta técnica, imediatamente após o preparo do canal radicular ou após o uso de um curativo intracanal com pasta de hidróxido de cálcio, deve-se realizar a obturação do canal radicular com uso de tampão apical com MTA ou hidróxido de cálcio. Esta técnica é mais indicada nos casos onde o segmento apical apresenta paredes paralelas ou ligeiramente convergentes. Dentes com necrose total da polpa 1. Técnica de terapia com hidróxido de cálcio 1) Antissepsia da cavidade oral, acesso cirúrgico e isolamento; 2) Irrigação/aspiração com hipoclorito de sódio intercalada com esvaziamento com lima Hedstroen gradativamente até alguns milímetros da região apical; 3) Odontometria: CT= 1mm aquém do ápice radiográfico; 4) PQM com limas do tipo Kerr e/ou Hedstroen: penetração, pressão lateral e remoção vertical; 5) Irrigação final com soro fisiológico e secagem; 6) Medicação intracanal com hidróxido de cálcio com PMCC; 7) Troca da medicação intracanal após 7 dias. Obs: É importante que o hidróxido de cálcio esteja preenchendo todo o canal radicular para ter desinfecção do canal, chegando na porção apical, para que tenha efeito e induza a formação de cemento. • Pasta HPG Hidróxido de cálcio + PMCC + Glicrina= hidróxido de cálcio com iodofórmio ou óxido de zinco (proporção 3:1), uma gota de PMCC e uma gota de glicerina. • Controle clínico-radiográfico - Primeiro em 1 mês, depois de 3 em 3 meses até o fechamento apical (pode demorar 18 meses ou mais); Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 29 - Quando necessário renovar a medicação sempre com veículo oleoso; - Obtida a apiciicação, remover a pasta até o limite da barreira calcificada; - Obturar o canal (pode ser dificultado devido ao formato da região apical). 2. Técnica do tampão apical 1) Acesso cirúrgico; 2) Esvaziamento; 3) Odontometria; 4) Modelagem; 5) Medicação com hidróxido de cálcio; 6) Confecção de anteparo com hidróxido de cálcio; 7) Inserção de MTA formando um tampão com no mínimo 3mm de extensão; 8) Inserção de bolinha de algodão umidecida em água destilada por no mínimo 3 a 4 horas (remover o curativo e verificar se o MTA tomou presa, para obturar o restante do canal). 9) Obturação do canal radicular. • Vantagens da técnica do tampão apical - Não retarda a restauração definitiva; - Reduz o risco de descontaminação entre sessões; - Reduz a possibilidade de fratura do dente; - Restabelece imediatamente a função mastigatória e estética. 3. Revascularização pulpar - Realizada em dentes com ou sem lesão perirradicular; - Pode permitir o completo desenvolvimento radicular; - Deve ser criado um meio semelhante aos casos de avulsão dentária. • Técnica 1) Cirurgia de acesso e isolamento absoluto; 2) Irrigação com hipoclorito de sódio 5,25%; 3) Secagem; 4) Preenchimento de todo o canal com uma pasta de ciprofloxacina + metronidazol + minociclina; 5) Selamento por 4 semanas; 6) Desaparecendo os sinais e sintomas, remover o curativo com irrigação; 7) Estimular sangramento naregião periapical com uma sonda endodôntica preenchendo todo o canal com um coágulo de até 3mm da junção cemento-esmalte; 8) Inserir MTA até a junção cemento-esmalte + bolinha de algodão estéril com água destilada; 9) Selamento por 2 semanas; 10) Mantendo-se sinais e sintomas normais realizar a restauração com resina fotopolimerizável; 11) Exame clínico e radiográfico por 2 anos (1, 3, 6, 12, 18 e 24 meses). • Características do tecido mineralizado formado: - O tecido mineralizado associado à dentina que se forma ao longo da parede do canal é distinto do que se forma no espaço do canal; - O tecido mineralizado que se forma ao longo da parede, geralmente é desprovido de vascularização, com células incorporadas, e Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 30 sem estrutura semelhante a túbulos dentinários, assemelhando-se ao cemento; - O tecido mineralizado formado na luz do canal assemelha-se ao tecido ósseo, devido a presença de medula e vascularização. Formas da zona apical após a complementação ou fechamento do ápice radicular • Dentes portadores de tecido pulpar vivo no segmento apical do canal radicular 1) Selamento duplo: barreira de dentina + selamento apical com cemento; 2) Selamento simples: barreira de cemento; 3) Calcificação total da porção apical. Figura 4. Selamento duplo, selamento simples e calcificação total da porção apical, respetivamente. • Dentes com necrose total do conteúdo pulpar 1) Fechamento em semicírculo: com cemento ou tecido osteocementóide; 2) Calcificação tênue: delgada cálcica sem evidência radiográfica. Figura 5. Fechamento em semicírculo e calcificação tênue, respectivamente. Histologia da reparação Reparação apical e perirradiculares em dentes com rizogênese incompleta: 1) À custa de odontoblastos: quando alguns fragmentos pulpares são preservados na região apical; 2) À custa da papila dentária e bainha de Hertwig: quando preservados e na ausência de lesão perirradicular; 3) À custa de células mesenquimais indiferenciadas e jovens do ligamento periodontal: produção de matriz cementóide e osteóide. • Condições básicas para que ocorra a reparação - Ausência de microrganismos, toxinas e substâncias estranhas. • Resumindo: 1) Vitalidade - Tratamento conservador: capeamento pulpar e pulpectomia; - Técnica mediata; - Técnica imediata. 2) Necrose - Terapia com hidróxido de cálcio: indicada para canais com paredes divergentes; - Tampão apical: paredes paralelas ou ligeiramente convergentes; - Revascularização: paredes divergentes. Tentativa de voltar tecido vivo para dentro do canal e estimular deposição de tecido. Tentar a revascularização se não tiver jeito, fazer terapia com hidróxido de cálcio. Obs: na terapia com hidróxido de cálcio e técnica do tampão apical, ocorre o fechamento do ápice por deposição de dentina. Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 31 Aula 9 Traumatismos dentários Incidência A incidência de traumatismos é maior em crianças do sexo masculino. História e exame clínico - Quando, como e onde ocorreu o acidente? - Como o dente foi manipulado? - Queixa principal - Exame neurológico - Exame externo - Exame dos tecidos moles intraorais - Exame dos tecidos duros - Testes térmicos e elétricos (3s, 3, 6, 12m) - Exames radiográficos (observar fraturas radiculares, ósseas, deslocamentos, reabsorções radiculares e objetivos estranhos) Tipos de acidentes 1) FRATURAS CORONÁRIAS Podem ocorrer como: a) Trincas de esmalte • Tratamento: - Em trincas visíveis: resina fotopolimerizável; - Se necessário, acompanhamento radiográfico. b) Fraturas de esmalte; c) Fraturas de esmalte e dentina; d) Fraturas de esmalte e dentina com exposição pulpar • Tratamento: - Capeamento pulpar; - Pulpotomia parcial; - Pulpotomia total; - Pulpectomia (tratamento endodôntico completo). • Fatores a considerar nas fraturas coronárias: - Estágio de desenvolvimento do dente; - Tempo entre o trauma e o tratamento; - Dano concomitante ao periodonto; - Plano de tratamento restaurador. • Tratamento em dentes com polpa necrosada: 1) Dente imaturo: a) Apicificação - Barreira apical de tecido duro; - Tampão apical com MTA/Biodentine. b) Revascularização 2) Dentes com rizogênese completa - Obturação do canal radicular. Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 32 2) FRATURAS COROA-RAIZ - Geralmente se inicia na coroa e se estende para a porção radicular; - Deve-se avaliar o comprimento de raiz remanescente; - Avaliar estética gengival necessária na região; - Avaliar o envolvimento pulpar e desenvolvimento radicular. 3) FRATURAS RADICULARES - Implica no envolvimento de cemento, dentina e polpa. • Consequências biológicas: - Necrose mais rara no segmento apical. Ocorre em 25% dos casos no segmento coronário. • Diagnósticos e apresentação clínica: - A radiografia pode não revelar sua presença. • Tratamento: - Reposicionamento dos segmentos o mais próximo possível (depende do tempo entre injúria e tratamento) e radiografar; - Esplintagem semirrígida por 2 a 4 semanas; - Se a fratura for próxima da cervical, esplintagem por até 4 meses; - Monitorar a vitalidade pulpar por pelo menos 1 ano; - Se ocorrer necrose pulpar, deve-se realizar o tratamento endodôntico até a linha de fratura. • Padrões de reparação: - Com tecido calcificado; - Com tecido conjuntivo interproximal; - Com tecido conjuntivo e osso interproximal; - Com tecido interproximal inflamatório sem reparação. 4) FRATURA ALVEOLAR - Envolve osso alveolar, podendo se estender ao osso adjacente; - Mobilidade podendo deslocar vários dentes ao mesmo tempo; - Alteração oclusal por desalinhamento do alvéolo; - Testes de sensibilidade podem ou não ser positivos. • Tratamento: - Reposicionamento e contenção; - Sutura de laceração gengival, quando presente; - Estabilização do segmento por 4 semanas; - Proservação radiográfica. 5) INJÚRIAS POR LUXAÇÃO (NÃO TEM FRATURA) a) Concussão O dente envolvido apresenta dor à percussão, com ausência de deslocamento ou mobilidade dentária. Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 33 • Tratamento: - Ajuste oclusal se necessário; - O teste de sensibilidade pulpar pode dar resultado negativo; - A coroa pode apresentar alteração de cor; - Não é recomendado tratar o canal na primeira consulta; - O resultado negativo do teste de sensibilidade e a alteração de cor podem ser reversíveis. • Acompanhamento - 3 semanas, 3, 6, 12 meses e anualmente; - Nestes casos, a maior preocupação seria a necrose pulpar; - Radiografias de controle e testes pulpares e perirradiculares; - Necrose pode ser diagnosticada geralmente aos 3 meses. b) Subluxação O dente envolvido apresenta dor à percussão, ausência de deslocamento, podendo apresentar leve mobilidade e tipicamente apresenta sinais clínicos de sangramento ao nível do sulco gengival. • Tratamento: - Semelhante à concussão (contenção semirrígida pode ser utilizada, se for necessário, para trazer mais conforto ao paciente). • Acompanhamento Semelhante à concussão. c) Luxação lateral O dente envolvido apresenta dor à percussão, com deslocamento para vestibular, palatina, mesial ou distal. O sangramento sulcular usualmente está presente. • Tratamento: - Reposicionamento com anestesia; - Se apresentar mobilidade após o reposicionamento, deve-se fazer a esplintagem semirrígida (por até 4 semanas se houver fratura óssea); - Testes de sensibilidade são de pouco valor na consulta inicial. • Acompanhamento: a) Dente maturo (rizogênese completa):- Se após 3 semanas os testes indicarem necrose, deve-se realizar o tratamento endodôntico; - Risco de reabsorção radicular externa. b) Dente imaturo (rizogênese incompleta): - Maior chance de manutenção da vitalidade pulpar ou de ocorrer revascularização; - Se ocorrer necrose e infecção, maior risco de reabsorção radicular externa; - Se verificar sinais de reabsorção, deve iniciar o tratamento endodôntico. d) Luxação extrusiva (extrusão) O dente envolvido apresenta dor à percussão, com deslocamento na direção coronária. O sangramento sulcular está usualmente presente. Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 34 • Tratamento: - Semelhante à luxação lateral com esplintagem semirrígida por até 2 semanas. • Acompanhamento: - Semelhante à luxação lateral. e) Luxação intrusiva (intrusão) O dente é empurrado para o interior de seu alvéolo e se apresenta firmemente preso, em infraoclusão, com um som metálico ao teste de percussão. • Tratamento e acompanhamento (dentes imaturos): - Dentes imaturos usualmente reerupcionam e retornam à posição em poucas semanas a meses; - Se a reerupção cessar (dentro de algumas semanas), deve-se iniciar a movimentação ortodôntica antes que ocorra anquilose; - Se a intrusão for maior que 7mm, é recomendado realizar reposicionamento cirúrgico ou ortodôntico. • Tratamento e acompanhamento (dentes com risogênese completa): - Intrusão menor do que 3mm de deslocamento, pode ser que ocorra a erupção sem intervenção; - Se não movimentar em 2 a 4 semanas, deve- se reposicionar com cirurgia ou tratamento ortodôntico antes que ocorra anquilose; - Intrusão maior que 7mm, deve-se reposicionar cirurgicamente; - Geralmente ocorre necrose, anquilose e reabsorção por substituição; - Realizar tratamento endodôntico com uso de medicação com hidróxido de cálcio antes que ocorra reabsorção externa. Após 2 a 3 semanas se houver reposicionamento cirúrgico. PROGNÓSTICO DAS INJÚRIAS POR LUXAÇÃO: - Necrose pulpar; - Obliteração do canal radicular (calcificação); - Reabsorção radicular. 6) AVULSÃO Consiste no deslocamento total do dente de seu alvéolo. • Tratamento de emergência no local da lesão: - Orientar o paciente; - Reimplantar, se possível, ou colocar em um meio apropriado de armazenamento; - O fator mais importante é o tempo. Quanto mais rápido é feito o reimplante, maior é a chance de sucesso; - Deve-se prevenir o ressecamento do ligamento periodontal, pois pode diminuir a chance de sucesso do reimplante; - Tempo ideal: no máximo 15 a 20 minutos; - Meio de armazenamento: leite, saliva (vestíbulo ou recipiente onde o paciente cuspa), solução salina fisiológica, água de côco e água. Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 35 • Tratamento no consultório (visita de emergência): - Preparar o alvéolo; - Preparar a raiz; - Construir um splint funcional (semirrígido); - Receitar antibióticos locais e sistêmicos; Diagnóstico e plano de tratamento: - Dente já reimplantado: deve-se avaliar a posição do dente; - Dente fora da boca: deve-se avaliar o meio de armazenamento; - Irrigar o alvéolo com solução salina (soro fisiológico) e examinar; - Examinar e radiografar a região e dentes adjacentes. • Avaliação da viabilidade das células do ligamento periodontal: - Provavelmente viáveis: reimplantado imediatamente ou após tempo muito curto no local; - Podem estar viáveis, mas comprometidas: meio de armazenamento e o tempo inferior a 60 minutos; - Não viáveis: tempo maior que 60 minutos. Independente do meio de armazenamento. • Preparação da raiz: a) Tempo de exposição extraoral menor do que 60 minutos, com ápice fechado: - A raiz deve ser irrigada com água ou solução salina para remover detritos e reimplantada da forma mais delicada possível. b) Tempo de exposição extraoral maior que 60 minutos, com ápice aberto: - Embeber em doxiciclina ou recobrir com minociclina por 5 minutos, remover delicadamente os fragmentos e reimplantar; - É possível ocorrer revascularização e continuidade do desenvolvimento radicular; - Deve-se irrigar e reimplantar. c) Tempo de exposição extraoral maior que 60 minutos, com ápice fechado: - Remover o ligamento periodontal por meio da colocação de ácido por 5 minutos, embeber em fluoreto ou recobrir a raiz com endogain (induz a formação das estruturas de suporte), e reimplantar. d) Tempo de exposição extraoral maior que 60 minutos, com ápice aberto: - Reimplantar? Em caso afirmativo, tratar como um dente com o ápice fechado. O tratamento endodôntico deve ser realizado fora da boca; - Ocorre anquilose e reabsorção. • Preparação do alvéolo: - Evitar danos no alvéolo antes do reimplante; - Se houver coágulo, deve aspirar levemente; - Reposicionar a parede do alvéolo cuidadosamente se necessário. • Esplintagem: - Deve permitir o movimento fisiológico do dente durante a reparação’ - Não deve invadir a região da gengiva e/ou impedir a manutenção da higiene; - Radiografar para verificar a posição do dente; - Ajustar oclusão; - Remover após 7 a 10 dias; - Se houver fratura alveolar, remover após 4 a 8 semanas. Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 36 • Tratamento dos tecidos moles: - Suturar lacerações da gengiva; - Lacerações do lábio: se necessário encaminhar para o cirurgião plástico; - Se for suturar, antes limpar totalmente o local da ferida. • Terapia complementar: - Antibióticos sistêmicos; - Anti-inflamatório não esteroidais; - Anti-tetânica; - Higiene oral adequada; - Uso de enxaguatório bucal. • Segunda consulta: - 7 a 10 dias após a primeira consulta; - Encerrar o uso de antibióticos; - Enxaguante pode ser interrompido; - Remoção do splint. • Tratamento endodôntico a) Tempo de exposição extraoral menor que 60 minutos e o ápice está fechado: - Deve-se iniciar o tratamento endodôntico em 7 a 10 dias; - Se houver sinais de reabsorção (demora no tratamento), tratar com hidróxido de cálcio a longo prazo (troca a cada 3 meses com variação de 6 a 24 meses). b) Tempo de exposição extraoral for menor que 60 minutos e o ápice estiver aberto: - Evitar o tratamento endodôntico; - Procurar por sinais de revascularização; - Ao primeiro sinal de polpa infectada, iniciar o procedimento de apicificação; - Testes térmicos a cada 3 a 4 semanas; c) Tempo de exposição extraoral maior que 60 minutos e o ápice está fechado: - São tratados endodonticamente da mesma forma que os que tenham um tempo extraoral menor que 6º minutos. d) Tempo de exposição extraoral for maior que 60 minutos e o ápice estiver aberto: - Se o tratamento endodôntico não for realizado fora da boca, iniciar o procedimento de apicificação; - Chance de revascularização extremamente baixa. • Sessão para obturação do canal radicular: - Atendendo à conveniência dos profissionais ou, no caso de uma terapia com hidróxido de cálcio a longo prazo, quando uma lâmina dura intacta for identificada; - Restauração permanente do dente. • Cuidados no acompanhamento: - Avaliações aos 3, 6 meses e, anualmente, por no mínimo 5 anos; - No caso de reabsorção radicular inflamatória, deve-se realizar o retratamento; - Testar dentes adjacentes a cada consulta e comparar os resultados aos que foram registrados logo depois do acidente. Referências bibliográficas: • Material de apoio cedido pelos professores da disciplina; • LOPES, Hélio Pereira; SIQUEIRA JUNIOR, José Freitas. Endodontia: biologia e técnica. In: Endodontia: biologia e técnica. 2004; • COHEN, Stephen; HARGREAVES, Kenneth M. Caminhos da polpa. Elsevier Brasil, 2007; Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG 37 Recado para você que adquiriu essa apostila: Caso
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