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Unidade V - A criança e o direito de brincar

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Educação - Jogos 
e Brincadeiras
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Pascoal Fernando Ferrari
Revisão Textual:
Prof.a Dr.a Maria Isabel D. Andrade De Sousa Moniz
A Criança e o Direito de Brincar
• Introdução;
• O Lúdico e o Corpo na Escola;
• A Formação do Professor.
• Fazer uma revisão bibliográfi ca sobre o direto de a criança brincar, através de uma análise 
da legislação que garante esse direito;
• Abordar a formação do professor para trabalhar com jogos e brincadeiras na escola.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
A Criança e o Direito de Brincar
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de 
aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE A Criança e o Direito de Brincar
Contextualização
Para o momento de contextualização, convido você a refletir acerca do tema: a 
formação lúdica do professor. 
Assista ao vídeo “A formação lúdica do professor”, do programa Salto para o 
futuro. O vídeo pretende oferecer caminhos para a formação do professor, mos-
trando a importância dos jogos e das brincadeiras na educação. 
Aula ludica com mágica - programa salto para o futuro: https://youtu.be/UQVUoFmLW2c
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Introdução
Vamos dar início a esta unidade lembrando que anteriormente vimos que o con-
ceito de criança, como o temos hoje, começa a se configurar apenas no decorrer 
dos séculos XVI e XVII. Com o aclaramento do conceito de estar - ou de ser - 
criança, vieram também as condições para se estabelecerem outras questões, como 
por exemplo: a ideia do desenvolvimento humano passando pelo momento de ser 
bebê, criança, jovem, adulto e idoso, e as condições para que este desenvolvimento 
aconteça com qualidade e para todas as crianças. 
Consequentemente, tivemos outros desdobramentos com relação ao estabeleci-
mento do conceito de infância. Porém, somente no século XX surgiu um movimen-
to social em prol do estabelecimento de uma legislação apropriada à garantia dos 
direitos das crianças, inclusive o direito de brincar.
Alguns momentos são fundamentais na história da construção dos direitos das crianças. 
Podemos apontar: em 1924, a Sociedade das Nações adota a Declaração de Genebra sobre 
os Direitos da Criança, em 1946 o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas reco-
menda a adoção da Declaração de Genebra e se manifesta a favor da criação do Fundo 
Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
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Continuando os apontamentos, é importante lembrar que, em 1959, a Declara-
ção dos Direitos da Criança é adotada por unanimidade pelos países das Nações 
Unidas. Por não ser obrigatória, liberava os países para construírem suas legisla-
ções em relação à infância e a adolescência, porém, inspirados na declaração do 
referido documento. Finalizando, citamos o ano de 2001, já no século XXI, quando 
foi celebrado o Ano Interamericano da Infância e Adolescência, que ofereceu certo 
protagonismo infantojuvenil para a sociedade mundial.
Notamos que os direitos das crianças foram se construindo e se constituindo na 
legislação de diversos países. É claro que, no mundo, nem todos os países se inte-
graram à ideia de garantir os direitos da infância.
Brincar, por muito tempo, foi considerado como algo que seria apenas um 
passatempo ou atividade sem muita importância. Essa visão de mundo levou os 
homens a pensarem que “é melhor trabalhar do que ficar sem fazer nada, ou brin-
cando”. Desta forma, um paradigma foi criado: o trabalho infantil para ocupar a 
criança. A consequência deste paradigma foi a exploração do trabalho infantil e a 
remoção do direito de brincar da criança.
A Declaração dos Direitos da Criança foi adaptada da Declaração Universal dos 
Direitos Humanos, no entanto, voltada para as crianças. A Declaração é formada 
por dez princípios de proteção e direitos das crianças e adolescentes. Dos princípios 
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UNIDADE A Criança e o Direito de Brincar
expostos na Declaração dos Direitos da Criança, podemos ressaltar o Princípio 
número sete. Veja um detalhe desse princípio:
Princípio 7:
A criança terá direito a receber educação, que será gratuita e compulsó-
ria pelo menos no grau primário [...]. A criança terá ampla oportunidade 
para brincar e divertir-se, visando os propósitos mesmos da sua educa-
ção; a sociedade e as autoridades públicas empenhar-se-ão em promover 
o gozo deste direito.
Observe que, além do direito à educação de qualidade, esse princípio ressalta 
que a criança constitui-se em um ser com direito de brincar e divertir-se e, ainda, 
que o poder público deve promover este direito. É importante que estes e outros 
direitos dos pequenos sejam garantidos e praticados na forma da lei.
Procure informar-se mais sobre a Declaração dos Direitos da Criança no seguinte endereço 
eletrônico: http://bit.ly/2G5lGWnEx
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Ainda sobre a estruturação e as conquistas dos direitos da criança, em especial 
o de brincar, lembramos a Convenção sobre os Direitos da Criança, adotada pelas 
Nações Unidas em 1989 e ratificada na reunião de Portugal, em 1990. Em confor-
midade com as Declarações dos Direitos do Homem e dos Direitos da Criança, essa 
convenção, com 54 artigos, irá garantir, internacionalmente, os direitos da infância. 
Dessa convenção, destacamos o seguinte artigo:
Artigo 31.º 
1 – Os Estados Partes reconhecem o direito da criança ao descanso e ao 
lazer, ao divertimento e às atividades recreativas próprias da idade, bem 
como à livre participação na vida cultural e artística. 
2 – Os Estados Partes promoverão oportunidades adequadas para que a 
criança, em condições de igualdade, participe plenamente da vida cultural, 
artística, recreativa e de lazer.
Esta convenção reconhece a importância da cooperação internacional para a me-
lhoria das condições de vida das crianças em todos os países e ratifica o direito de 
recreação da criança e de participação na vida cultural e artística de sua comunidade. 
É brincando e jogando que a criança se insere nestas atividades.
Procure se informar sobre a Convenção dos Direitos da Criança no seguinteendereço 
eletrônico: http://bit.ly/2GdtTbtEx
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Com relação ao Brasil, a Declaração dos Direitos da Criança foi um dos docu-
mentos que orientou a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no 
ano de 1990. Esse documento é a grande referência da legislação brasileira, dos 
direitos de proteção integral das crianças e dos adolescentes.
Entre os diversos artigos do Estatuto, vamos destacar o seguinte artigo e seus incisos:
Artigo 16º
O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
II - opinião e expressão;
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
Brincar e divertir-se se tornam um direito da criança brasileira, pelo menos no 
que prevê o Estatuto. Porém, sabemos o quanto esta prerrogativa está longe de 
ser alcançada por muitas crianças. Todavia, o ato de brincar é crucial para o pleno 
desenvolvimento da criança, pois é através deste ato que a criança cria e recria a 
sua própria vida.
De forma geral, as brincadeiras e os jogos criam possibilidades do desenvolvi-
mento da função simbólica do ser humano, a compreensão das regras e, o mais 
fundamental, a possibilidade da convivência pacífica com outras crianças e com 
outros adultos.
Figura 1
Fonte: Getty Images
No decorrer das unidades, mostramos o quanto o brincar é importante para a 
criança em vários aspectos, entre eles o cognitivo, afetivo e a interação social. São 
aspectos essenciais para o desenvolvimento infantil, pois ao brincar, a criança co-
nhece seus limites e possibilidades, ou seja, a criança aprende ao brincar.
Brincar independe da condição da criança. Dificuldades nos aspectos físico ou 
cognitivo não impedem as crianças de brincar e divertir-se. O direito de brincar, 
como já falado, estende-se a todas as crianças, sem exceção. Esse direito de brin-
car foi conquistado no decorrer da história da humanidade, fruto da determinação 
de inúmeros educadores, apoiada na crença de que brincar é fundamental para o 
desenvolvimento e a aprendizagem da criança e, assim, torna-se um direito natural 
da infância e da adolescência humana.
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UNIDADE A Criança e o Direito de Brincar
O Lúdico e o Corpo na Escola
O trabalho com brincadeiras e jogos corporais é um importante aspecto a ser 
analisado no ambiente escolar. O movimento e o gesto, propiciados por estas ativi-
dades educativas, impulsionam e dão ritmo ao desenvolvimento da motricidade das 
crianças e, de maneira geral, ampliam a cultura corporal de cada criança. Utilizamos 
o termo “cultura corporal” para indicar o campo da cultura que abrange a produção 
de práticas expressivas e comunicativas exteriorizadas pelo movimento humano. 
As brincadeiras, a dança, o teatro, os esportes, os jogos e a ginástica são exemplos 
do repertório da cultura corporal que devem ser conhecidos e valorizados.
Vejamos o que o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) 
nos diz, a respeito da linguagem corporal:
[...] Dessa forma, diferentes manifestações dessa linguagem foram sur-
gindo, como a dança, o jogo, as brincadeiras, as práticas esportivas etc., 
nas quais se faz uso de diferentes gestos, posturas e expressões corporais 
com intencionalidade.
Ao brincar, jogar, imitar e criar ritmos e movimentos, as crianças também 
se apropriam do repertório da cultura corporal na qual estão inseridas. 
(BRASIL, 1998, p.16)
É evidente que os documentos oficiais, sobre a educação brasileira, valorizam os 
jogos e as brincadeiras no cotidiano escolar. Reconhece que, ao jogar ou brincar, 
a criança irá se apropriar de determinada cultura corporal, da sociedade na qual 
está inserida.
Todavia, pela importância do brincar e do jogar para a criança, a sua utilização 
nas escolas de Educação Infantil se faz necessária. Agregar os jogos e brincadei-
ras ao currículo escolar é assegurar um espaço para essas atividades, é vincular 
o aprender e o prazer na ação pedagógica. Para tanto, também é necessário que 
estas temáticas estejam presentes na formação do professor da Educação Infantil.
A reflexão sobre a importância dos jogos e brincadeiras na educação trará maio-
res competências e habilidades ao professor e o preparará para desenvolver a fun-
ção de mediador dos jogos e brincadeiras, além da ampliação do repertório de brin-
cadeiras e jogos. Em outras palavras, é admitir a cultura lúdica na escola. A cultura 
lúdica, entendida como nos indica Brougère, é um conjunto de procedimentos que 
permite tornar o jogo possível (apud KISHIMOTO, 2002, p. 24).
Ao brincar mais espontânea ou livremente, a criança produzirá expressões fa-
ciais e gestos que exprimem seus sentimentos e pensamentos, além de interferirem 
na comunicação e interação social. É importante que a criança da Educação Infantil 
experimente e conheça suas capacidades expressivas e aprenda progressivamente 
a identificar as expressões das pessoas com as quais se relaciona, estabelecendo e 
ampliando sua capacidade de comunicação e suas possibilidades expressivas.
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A Formação do Professor
As crianças nativas dos grandes centros urbanos não possuem plenas possibilidades para 
brincar, por falta de espaço e tempo para as brincadeiras, principalmente as coletivas. Nos 
grandes centros, os quintais são cada vez mais escassos e as ruas, perigosas demais para as 
crianças brincarem. As agendas das crianças estão lotadas de compromissos, como escola, 
atividades-extras, cursos livres, entre outros. E o espaço e o tempo reservado para brincar, 
onde estão? E a escola, onde entra nessa história? E o professor, sabe brincar?
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A criança que não brinca, ou brinca pouco, não está plenamente inserida na 
cultura lúdica. A falta de brincar interfere negativamente no desenvolvimento da 
criança. Assim, a escola de Educação Infantil torna-se espaço privilegiado para a 
criança brincar e desenvolver-se.
O professor deverá, em sua formação, refletir sobre a utilização dos jogos e das 
brincadeiras na educação, além de compreender o desenvolvimento infantil e as suas 
necessidades. Como mediador, o professor contribui para o desenvolvimento de 
diferentes brincadeiras e jogos na escola, com fins educativos ou mesmo recreativos.
A formação inicial e a pesquisa do professor sobre essas atividades podem levar 
ao resgate de inúmeras brincadeiras esquecidas pelo tempo. A tradição de muitas 
brincadeiras é fundamental para o desenvolvimento e manutenção da cultura lúdica. 
Diversas brincadeiras e jogos antigos continuam sendo capazes de despertar a curio-
sidade e o prazer das crianças nos dias de hoje.
Não se trata aqui da defesa de se criar uma disciplina específica de jogos e brin-
cadeiras na educação, mas de ter o lúdico, os jogos e brincadeiras, como funda-
mento da Educação Infantil. Este fundamento deveria atingir todas as disciplinas do 
currículo da formação inicial do pedagogo. É colocar a temática do trabalho com os 
jogos e as brincadeiras nas diretrizes curriculares dos cursos de pedagogia.
Importante!
É importante que a formação inicial do professor permita que ele construa ideias sobre 
a necessidade e a importância das atividades lúdicas como instrumentos para a inter-
venção pedagógica assertiva para o desenvolvimento infantil. 
Importante!
Observe a tabela a seguir sobre a utilização e algumas categorias de jogos e 
brincadeiras para a educação:
Tabela 1
Jogos e Brincadeiras pedagógicas Jogos e Brincadeiras para recreação Jogos e Brincadeiras livres
 · uso de brinquedos e jogos para 
favorecer a aprendizagem escolar.
 · recurso da brincadeira para 
estimular a aprendizagem e 
o desenvolvimento infantil.
 · dinâmicas criadas para ensinar novas 
brincadeiras e jogos.
 · compor o currículo da Educação Infantil 
com atividades lúdicas e prazerosas.
 · são momentos em que as crianças 
brincam sem a interferênciadireta 
do professor.
 · incentivam o desenvolvimento 
da autonomia na criança.
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UNIDADE A Criança e o Direito de Brincar
As brincadeiras e jogos são fenômenos ou linguagens recorrentes em toda vida 
humana. Elas reúnem um repertório de gestos, sons, expressões, movimentos que se 
inter-relacionam com o desenvolvimento infantil. Desta forma, é imperativo ao pro-
fessor saber o que os jogos e o brincar têm a ver com o seu trabalho em sala de aula.
Conhecer e compreender os conceitos sobre o jogar, o brincar e o lúdico, propiciam 
aos profissionais da educação uma atuação e um domínio maior sobre estas ativida-
des, bem como uma reflexão sobre implicações pedagógicas dos jogos e brincadeiras.
Ao reconhecer o jogar e o brincar como metodologia de atuação pedagógica, 
o professor avança em sua formação. Não podemos abrir mão de uma formação 
inicial qualificada para o professor. A ideia é que este profissional irá incluir estas 
atividades em sua prática, contudo, deve fazê-lo de forma crítica e consciente.
Fazer o próprio brinquedo também é uma iniciativa interessante para o profes-
sor mediador de brincadeiras. São várias as possibilidades de construção de brin-
quedos e as sucatas podem oferecer materiais interessantes para essa construção. 
A criança transforma naturalmente os objetos à sua volta, impulsionada pelo seu 
imaginário, seus desejos e de acordo com suas habilidades. Ao ressignificar objetos, 
a criança pode construir o seu próprio brinquedo.
Criar o próprio brinquedo estimula a criatividade e a imaginação dos pequenos. 
Neste sentido, construir objetos lúdicos para a atuação pedagógica é fundamental 
para o professor. Ao trabalhar com brinquedos, o professor reconhece a importân-
cia do lúdico na formação das crianças e reafirma a relação entre os processos de 
ensinar e aprender e o brinquedo.
Outras questões estão envolvidas na construção do próprio brinquedo pela crian-
ça. A princípio, questões de socialização são mobilizadas quando a proposta é criar 
brinquedos juntos em sala de aula. Ainda devemos refletir sobre as questões afetivas 
que são mobilizadas com o brinquedo que construímos, uma vez que é a criação e 
a expressão pessoal da criança que estão em jogo.
Veja alguns exemplos de brinquedos confeccionados com materiais alternativos:
Figura 2
Fonte: Acervo do conteudista
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Saber relacionar e selecionar os jogos e brincadeiras de forma crítica e contex-
tualizada depende da perspicácia do professor, ou seja, da percepção que este tem 
sobre a classe com a qual está trabalhando. A escolha de sequências didáticas que 
sejam significativas para o aprendiz depende da formação e do olhar crítico e sen-
sível do professor. A brincadeira é uma linguagem e é através dessa linguagem que 
a criança aprende.
Durante sua formação inicial, o futuro professor deve perceber que a ludicidade 
tem características éticas, morais, biológicas e sociais, adquirindo assim, uma visão 
global dos jogos e brincadeiras. Durante o desenvolvimento das atividades, o pro-
fessor deverá manter uma atitude de respeito às diferenças relativas às capacidades, 
habilidades, conhecimentos, necessidades e interesses dos jogadores e brincantes.
Ao elaborar suas rotinas educativas, o professor pode fazê-lo através da ludici-
dade, para que sejam valorizadas ações e atitudes espontâneas ao brincar ou jogar 
com as crianças. O professor deverá, então, reconhecer-se como referência lúdica 
para os aprendizes, propondo e participando ativamente das atividades propostas, 
aceitando e compreendendo a importância dos jogos e brincadeiras como possibi-
lidades efetivas de ensinar e aprender.
Finalmente, vamos fechar a unidade e a disciplina com uma citação das autoras 
Pereira e Souza (1998), quando falam sobre a infância e a contemporaneidade, 
para uma reflexão final:
Crianças e adultos já não se misturam. Constituem suas histórias separa-
damente. E antes as crianças estavam misturadas com os adultos, e toda 
reunião de trabalho, o passeio ou o jogo juntava crianças e adultos, hoje, 
como desde o fim do século XIX, percebemos a tendência crescente de 
separar o mundo das crianças do mundo dos adultos. Uma das consequ-
ências mais radicais do sentimento moderno da infância foi, portanto, o 
afastamento do adulto da criança. (PEREIRA; SOUZA, apud KRAMER; 
LEITE, 1998, p. 37) 
Pense sobre a questão.
15
UNIDADE A Criança e o Direito de Brincar
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Jogos e Brincadeiras
Para complementar e ampliar seus conhecimentos sobre o brincar e o jogar, convi-
damos você a visitar e explorar o site da revista Nova Escola. Com o site da página 
indicada, você terá acesso a inúmeras brincadeiras e jogos e o seu emprego na Edu-
cação Infantil e no Ensino Fundamental I. Na página, você encontrará reportagens, 
vídeos e entrevistas com os melhores especialistas na área e ainda jogos online e 
planos de aula que poderão auxiliar você no ofício de ser professor.
http://bit.ly/2UqN1wn
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17
Referências
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº 8.069 de 13 de julho de 
1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providên-
cias. Brasília, DF, 1990.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial Curricular Nacional 
para a Educação Infantil. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/
SEF, 1998. 3v.
BROUGÈRE G. Brinquedo e cultura. São Paulo: Cortez Editora, 2008. Coleção: 
Questões da nossa época; V.43. 
KISHIMOTO, Tizuko M. (Org.) O brincar e suas Teorias. São Paulo: Pioneira, 2002.
KRAMER, S. e LEITE, M. I. (Org.) Infância e produção cultural. 8ª edição. Campinas: 
Papirus, 1998.
17