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Hermenêutica – Aspectos Técnicos Podemos dizer que a hermenêutica jurídica relaciona-se com a ciência da interpretação da linguagem jurídica, a qual tem por → Objetivo: sistematizar princípios e regras. Interpretar é dar o verdadeiro significado da norma, é buscar o seu sentido e alcance. → De acordo com o artigo 5º da LINDB “Na aplicação da lei o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”. Tecnicamente a função da Lei de Introdução ao Direito Brasileiro é reger as relações das normas, uma vez que indica como aplicar e interpretar, determinando as vigências e a eficácia, no tempo e espaço nos conflitos do ordenamento jurídico nacionais e internacionais, evidenciando os respectivos elemento de conexão. A interpretação pública é aquela realizada por órgãos do poder público, ou seja, do Estado. A interpretação privada (ou não estatal), embora possa ser realizada por qualquer um de nós, leigo ou com formação em direito, juridicamente falando é aquela levada a cabo por jurisconsultos, doutrinadores e professores em seus pareceres, livros, artigos etc. A função do intérprete está em determinar o sentido exato e a extensão da forma normativa. Espécies de Interpretação – a) quanto ao agente; b) quanto à natureza; c) quanto aos efeitos. a) Quanto ao agente temos as seguintes formas de interpretação: → Pública : a) autêntica; b) judicial; c) administrativa; d) Casuística → Privada: a) Jurisperito. A interpretação pública é aquela realizada por órgãos do poder público, ou seja, do Estado. A) Interpretação Pública Autêntica É aquela oriunda do próprio órgão que favoreceu a lei. Se o Poder Legislativo declara o sentido e alcance de um texto, o seu ato, é uma verdadeira norma jurídica, e só por isso tem força obrigatória, ainda que ofereça interpretação incorreta, em desacordo com os preceitos basilares da hermenêutica. Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: § 4º - A expressão "casa" compreende: I - qualquer compartimento habitado; II - aposento ocupado de habitação coletiva; III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. § 5º - Não se compreendem na expressão "casa": I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior; II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. B) Interpretação Pública Judicial É aquela realizada pelos juízes ou Tribunais (órgãos do Poder Judiciário) em que aplicam a lei no caso concreto. O resultado deste tipo de interpretação são as orientações jurisprudenciais, que direcionam a interpretação da lei. Qualquer julgado, mesmo que não reiterado, constitui uma forma de interpretação judicial, já que a autoridade judicial interpretou a fonte do direito (lei) de uma determinada maneira. Oportuno anotar que as decisões reiteradas formam a jurisprudência e, por conseguinte, atraves do efeito vinculativo, formam as Súmulas. → O resultado deste tipo de interpretação são as orientações jurisprudenciais, que direcionam a interpretação da lei. → Qualquer julgado, mesmo que não reiterado, constitui uma forma de interpretação judicial, já que a autoridade judicial interpretou a fonte do direito (lei) de uma determinada maneira. Em sendo assim, surgem algumas questões: a) a obscuridade, indecisão ou silência da lei não eximem a autoridade judiciária de decidir. b) de acordo com o artigo 5 da CF/88, inciso XXXV " a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça ao direito. c) via de regra a interpretação judicial vincula as partes da lide, salvo ações coletivas e súmulas vinculantes. d) este tipo de interpretação pode seguir outro caminho que não o científico e/ou doutrinário. C) Interpretação Pública Administrativa Aquela cuja fonte elaborada é a própria Administração Pública, através de seus órgãos e mediante pareceres, despachos, decisões, circulares, portarias etc. Essa interpretação só tem poder vinculante para as autoridades administrativas que estiverem a elas submetidas. D) Interpretação Pública Casuística Podemos dizer que a interpretação pública casuística é aquela proveniente do direito consuetudinário, ou seja, a prática reiterada e constante de costumes que tem o condão de estabelecer uma orientação interpretativa de uma determinada norma. - A interpretação privada (ou não estatal), embora possa ser realizada por qualquer um de nós, leigo ou com formação em direito, juridicamente falando é aquela levada a cabo por jurisconsultos, doutrinadores e professores em seus pareceres, livros, artigos etc. A) Interpretação Privada (jusperito)/ Doutrinária É aquela interpretação, ligada a uma questão do direito científico, realizada pelo doutrinador que demanda pesquisas em que são apresentadas especial significado sobre o assunto interpretado. Podemos dizer que a interpretação privada (jurisperito) é também conhecida como interpretação doutrinária ou doutrinal, estando ligada ao direito científico. → Materializa-se por meio de tratados, comentários, pareceres, preleções de todas as autoridades cultas do direito. Assim, a força de uma obra doutrinária não está vinculada à sua autoridade, mas sim ao seu conteúdo científico, especulativo e lógico envolvido na interpretação do direito. → É o que chamamos de communis opinio doctorum (opinião comum dos doutores). Este tipo de interpretação não tem a força obrigatória da interpretação pública autêntica, porém tem grande força na persuasão. A) Interpretação Pública Autêntica B) Interpretação Pública Judicial A) Interpretação Privada (jusperito)/ Doutrinária
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