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Resumo Microbiologia

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RESUMO MICROBIOLOGIA – AV1 
1- FISIOLOGIA MICROBIANA 
Cocos – formato de esfera. 
• Diplococos: duas esferas. 
• Estreptococos: sequência de esferas. 
• Estafilococos: esferas em formato de cachos de uva. 
Bacilos – formato de bastão. 
Algumas bactérias possuem uma cápsula que as envolve. 
Pili: ajuda a fixar a bactéria no meio. 
Pilus sexual: liga a bactéria “macho” a bactéria “fêmea”. 
Metabolismo = catabolismo + anabolismo 
Quanto a fonte de energia: fototróficos ou quimiotróficos. 
Quanto a fonte de carbono: 
• foto-autotróficos: algas, plantas verdes e cianobiose. 
• foto-heterotrófico: bactérias verdes e púrpuras não-sulforosas e halobactérias 
• quimio-autotróficas: bactérias que obtém energia a partir de compostos inorgânicos (enxofre, 
amônia, íons nitrito) 
• quimio-heterotróficas: quase todas as bactérias de importância médica. 
Quanto ao O2: classificação quanto a respiração (obtenção de energia) 
Aeróbicas obrigatórias: precisam de O2, sem ele as bactérias sequer sobrevivem. Possuem enzimas 
protetoras que degradam radicais tóxicos (peróxido de H-H2O2 e superóxidos O2). 
Micro-aerofílicos: crescem em baixa concentração de O2, na profundida dos meios de cultura sólidos. 
Sensibilidade a superóxido e peróxido. 
Capnofílicos: aeróbicos ou anaeróbicos. Crescem melhor em concentração de CO2 maiores que o ar 
atmosférico. Fermentação (metabolismo anaeróbico) 
Anaeróbicas obrigatórias: O2 é danoso e elas são incapazes de crescer. Utilizam a fermentação. 
Acumulam radicais livres de O2 e morrem pelos efeitos tóxicos (não possuem enzimas protetoras). 
Anaeróbicas facultativas: utilizam O2 se ele estiver disponível, mas se não tiver, elas utilizam a 
fermentação para sobreviver. Sobrevivem na presença e na ausência de O2. Tem enzimas protetoras 
e cresce melhor e aerobiose (maior obtenção de energia). 
Anaeróbicos aerotolerantes: tolera a presença de O2, mas não cresce (não possui enzimas protetoras, 
por isso morrem em determinado momento). Crescimento em anaerobiose e é capaz de crescer na 
superfície do meio sólido sem utilizar técnicas especiais. A maioria fermenta carbono e produz ácido 
lático. 
Parede celular formada por peptideoglicano (polímero que confere rigidez a parede celular de algumas 
bactérias). 
2- COLORAÇÃO DE GRAM 
As bactérias gram + possuem uma camada extremamente grossa de peptideoglicano, enquanto as 
gram – possuem uma camada muito fina, e por fora uma cama de lipossacarídeos. 
Método de coloração de gram: 
1. Adição de corante cristal violeta (violeta de genciana). 
2. Adição de lugol (iodo), funciona como mordente, aumenta a afinidade do corante com o 
microrganismo. 
• O que segura o corante na bactéria é justamente a camada de peptideoglicano, então usando 
algo para lavar, eu consigo definir as que tem a camada de peptideoglicano maior. 
3. Adição de um solvente orgânico (álcool) para lavar. 
• Remove o complexo de corante, as bactérias gram + que contém a cama de peptideoglicanos 
maior, e menos lipídeos, vai segurar bem o corante, mas as gram - não vão. 
4. Adição de Safranina, que vai dar uma coloração vermelha/rosa para as bactérias gram – que 
ficaram incolores na etapa anterior, e as gram + continuarão com a coloração roxa. 
 
3- CRESCIMENTO BACTERIANO 
Crescimento bacteriano = aumento do número de células bacterianas. 
Se acumulam em colônias nos meios de cultura. 
As bactérias se multiplicam através da divisão binária/fissão binária: uma única bactéria com seu 
material genético, o DNA vai se replicar e vai se dividir, então um septo vai se formar na membrana 
plasmática até que o septo fica completamente formado e então temos duas bactérias. 
A maioria das bactérias tem o tempo de geração de 1-3h 
O crescimento se divide em um gráfico com 4 fases: lag, log, fase estacionária e morte celular. 
1. Lag: nutrientes são incorporados, adaptação, maior concentração bacteriana colocada em um 
novo meio, muita atividade metabólica. 
2. Log: rápida divisão celular, período “frágil” pois há ruptura da parede celular para de ocorra a 
divisão. Maior atividade metabólica. 
• Curiosidade: alguns antibióticos como as penicilinas agem justamente nessa fase, já que o 
alvo é justamente essa produção de peptideoglicanos, que é muito intensa nessa fase. 
3. Fase estacionária: o número de células que morrem equipara-se ao número de células que 
estão sendo geradas, seja por falta de nutrientes ou acúmulo de produtos tóxicos da 
degradação. 
4. Fase de morte celular: a maioria das células estão morrendo porque os nutrientes foram 
exauridos. 
Principais fatores que interferem no crescimento bacteriano: temperatura, pH, água, pressão osmótica 
e oxigênio. 
1. Fatores físicos: 
1.1. Temperatura: 
• Psicrófilos: baixas temperaturas, <15°C, profundezas do oceano ou regiões polares, degradam 
alimentos de geladeira. 
• Mesófilos: temperatura mediana, 25-40°C, adaptados para viver no corpo de animais de 
sangue quente, microrganismos de microbiota normal e patogênicos. 
• Termófilos: altas temperaturas, 50-60°C, solo aquecido 
• Hipertermófilos: altíssimas temperaturas, maiores que 60°C, fontes termais, fendas 
hidrotermais no fundo do mar, archaea. 
1.2. pH: 
• Neutrófilos: citoplasma neutro – pH neutro = 6-8. 
• Acidófilos: baixo pH, maior concentração de H2 para estabilizar a membrana – pH ácido = 4. 
• Alcalifílicos: lagos e solos com carbono – pH alcalino = 10. 
1.3. Pressão osmótica: concentração de sal (adição de sal ou outro soluto em solução = maior pressão 
osmótica). 
• Halófilos: requerem sal (NaCl) para crescer (de 6 a 15%). Água do mar, microrganismos 
marinhos. 
• Halotolerantes: não requerem sal, mas suportam até certo grau. Crescimento ótimo sem sal. 
• Halófilos extremos: requrem alta concentração de sal (15 a 30%). 
 
2. Fatores químicos: 
• Carbono: essencial para síntese dos compostos orgânicos, viabilidade celular, metade do peso 
de uma célula bacteriana típica. 
• Nitrogênio: para grupos amino dos aminoácidos. 
• Enxofre: síntese de aminoácidos que tem enxofre e vitaminas (tiamina e biotina). 
• Fósforo: síntese de ácidos nucleicos e fosfolipídeos da membrana. 
• Potássio: síntese de proteínas. 
• Magnésio: estabiliza ribossomos, membranas celulares e ácidos nucleicos, necessário para 
atividades enzimáticas. 
• Cálcio: estabilização da parede celular (termo – estabilidade dos endosporos). 
• Oligoelementos: elementos minerais como ferro, cobre e zinco. Essenciais para atividade 
enzimática (co-fatores). Fe - respiração/proteínas com Fe e S, componente dos citocromos. 
 
4- MEIOS DE CULTURA 
• Inóculos são microrganismos que acabaram de ser introduzidos no meio de cultura 
• Algumas bactérias crescem em qualquer meio, mas outras precisam de meios específicos. 
• Os meios podem ser: líquidos, sólidos ou semi-sólidos. Quanto mais ágar, mais sólido. 
 
1. Meio quimicamente definido/sintético: meio em que a composição exata é conhecida, bactérias 
quimio-heterotróficas, meio geralmente usado em ensaios microbiológicos. 
2. Meio complexo: meio para crescimento da maioria dos organismos quimio-heterotróficos, com 
ingredientes complexos, não se sabe a composição exata, mas fornece uma fonte de energia. 
Extrato de leveduras, carnes ou plantas – a adição de um ingrediente já garante uma maior 
probabilidade de crescimento bacteriano. Se estiver em forma líquida é chamado de caldo 
nutriente, já em ágar é chamado ágar nutriente. 
3. Meio redutor/de transporte: bactérias anaeróbicas, possuem ingredientes que reagem com O2 
para eliminá-lo do meio de cultura – tioglicolato. 
4. Meio rico/enriquecido: Ex. Ágar Sangue - Ágar nutriente acrescido de sangue desfibrinado de 
carneiro - Sangue de carneiro ou coelho: facilitam a hemólise (tem hemácias). 
Desenvolvimento da maioria das bactérias de importância médica. Sangue tem fatores de 
crescimento para fastidiosos. 
5. Meio seletivo: supressão de microrganismos indesejados; favorecimento dosmicrorganismos 
de interesse. 
6. Meio diferencial: diferenciação das colônias dos microrganismos de interesse em relação aos 
outros, formulados para identificar uma característica bioquímica ou fisiológica do organismo 
de interesse 
7. CLED: Meio deficiente de eletrólitos contendo cistéina e lactose. Utilizado para isolar bactérias 
da urina. 
8. Meio de enriquecimento: similar ao meio seletivo, mas elaborado para aumentar o número 
de microrganismos de interesse até níveis detectáveis. Isolamento de enteropatógenos a 
partir de amostras de fezes ou de alimentos, enriquecimento prévio aumenta 
consideravelmente a possibilidade de achado de colônias sugestivas de serem salmonelas. A 
bile estimula o crescimento das salmonelas. O verde-brillhante inibe bactérias Gram-positivas, 
o tetrationato inibe os coliformes e outras bactérias entéricas.

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