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97 Volume 4 - Manejo, uso e tratamento de subprodutos da industrialização da mandioca 96 CULTURAS DE TUBEROSAS AMILÁCEAS LATINO AMERICANAS Tabela 6.1: Composição média da manipueira em carbono. Variáveis Concentração Açúcares totais (g/L) 58,18 Açúcares redutores (g/L) 37,96 Frutose 14,90 Glicose 22,34 Maltose 0,72 Açúcares não-redutores (g/L) 20,22 Dextrinas 1,52 Sacarose 18,70 Entre as alternativas que estão sendo estudadas para a valorização da mani- pueira, encontra-se a investigação do uso deste resíduo como substrato para o cultivo de Geotrichum fragrans. Esse microrganismo foi isolado da manipueira e portanto resistente ao cianeto. A literatura relata ser o Geotrichum fragrans produtor de aroma de frutas em decorrência da geração de compostos voláteis, aroma esse detectado nas indústrias de processamento de mandioca. A produção de compostos de aroma por microrganismos vem ganhando im- pulso muito grande nos últimos anos devido ao fato de que os aromas naturais extraídos de plantas ou de determinados alimentos tem um custo muito elevado de produção. Aliado a esse fato, o consumidor moderno tem dado preferência a alimentos sem aditivos químicos sintéticos, o que tende a diminuir o custo dos aromas artificiais Assim a biotecnologia surge como ferramenta importante no desenvolvimento de processo de produção de aromas naturais biotecnológicos, os bioaromas. 6.2. PRODUÇÃO DE COMPOSTOS DE AROMA POR MICRORGANISMOS 6.2.1. ASPECTOS GERAIS Os microrganismos apresentam função na produção de compostos de aroma em uma grande variedade de alimentos. Considerando tal propriedade, os microrganismos podem contribuir com pro- dução de compostos de aroma na fermentação de determinados alimentos e be- bidas ou também podem, através da fermentação, gerar compostos específicos CAPÍTULO 6 COMPOSTOS DE AROMA POR GEOTRICHUM FRAGRANS CULTIVADO EM MANIPUEIRA Simone Damasceno 1 Marney Pascoli Cereda 2 Gláucia Maria Pastore 3 Joaquim Gilberto Oliveira 4 6.1. INTRODUÇÃO Na industrialização da mandioca são gerados diversos resíduos, tais como casca, farelo e manipueira, que é a fração líquida. Tal atividade causa sérios problemas ambientais, por gerar resíduos poluentes em quantidades significati- vas, o que tem incentivado o desenvolvimento de inúmeras pesquisas voltadas à redução da poluição ambiental, bem como à valorização econômica desses resí- duos. A manipueira, apesar de altamente poluente, pode ser considerado um resí- duo não esgotado, o que o torna passível de ser empregado como matéria-prima em outras atividades. Quanto à composição, a manipueira caracteriza-se por sua elevada carga or- gânica e presença de cianeto (CN-) resultante da hidrólise dos glicosídios ciano- gênicos presentes na mandioca, que durante o processamento são carreados para o líquido residual. Na Tabela 6.1 são apresentados dados da composição média da manipueira em carbono. 1 Engenheira Agrônoma, Professora UNIOESTE, Marechal Cândido Rondon – PR. e-mail: 2Gerente ONG Raízes – Botucatu – SP e-mail: cereda@raizes-ong.org.br 3 Professora FEA/UNICAMP – Campinas – SP e-mail: glaupast@fea.unicamp.br 4 Pesquisador FEA/UNICAMP - Campinas - SP e-mail: joaquim@fea.unicamp.br simoned@unioeste.br 99 Volume 4 - Manejo, uso e tratamento de subprodutos da industrialização da mandioca 98 CULTURAS DE TUBEROSAS AMILÁCEAS LATINO AMERICANAS De acordo com Janssen et al. (1992) os microrganismos são promissores na produção de compostos de aroma complexos ou simples, podendo ser capazes de sintetisar aromas a partir da fermentação de materiais simples (açúcares e aminoácidos) ou da conversão de substratos específicos através do processo denominado bioconversão. Microrganismos do gênero Geotrichum são muitas vezes citados na literatu- ra como agentes produtores de aromas, referidos normalmente pelas caracterís- ticas de aromas frutais produzidos (Welsh, 1994). Compostos de aroma são resultantes principalmente do metabolismo secun- dário tanto em plantas quanto em microrganismos (Heath & Reineccius, 1986). Os metabólitos secundários são substâncias que não são necessárias à síntese celular, sendo normalmente acumuladas em pequenas somas devido aos meca- nismos de regulação. Entre tais metabólitos encontram-se os alcoóis, aldeídos, cetonas, terpenos e lactonas. Os ésteres são também exemplos de metabólitos secundários produzidos, muitas vezes, para remover ácidos e alcoóis do meio, evitando a acumulação de tais produtos que poderiam ser tóxicos ao microrga- nismo (Scharpf et al. 1986). 6.2.2. PERSPECTIVAS DA PRODUÇÃO DE COMPOSTOS DE AROMA POR MI- CRORGANISMOS Embora sejam encontradas inúmeras publicações sobre a produção de aro- mas por microrganismos, o cenário atual demonstra que essa área está ainda incipiente, fato este que é demonstrado pelo pequeno número de processos insta- lados a nível comercial (Janssens et al., 1992; Feron et al., 1996; Krings & Berger, 1998). Scharpf et al. (1986) cita alguns dos fatores que contribuem para que as pesquisas em produção de aromas por microrganismos se resumam, principal- mente, no conhecimento das vias metabólicas envolvidas. Tais fatores são re- presentados por dificuldades técnicas inerentes aos processos de produção, que são: baixa produtividade, toxicidade do produto, tempo de fermentação, recu- peração do produto e mistura de compostos. No entanto, em decorrência do aumento da demanda dos consumidores por produtos e ingredientes com a designação “natural”, a literatura indica que a importância comercial da produção biotecnológica de aromas tende a crescer se tornando representativa num futuro bem próximo (Lugay, 1986; Scharpf et al. de aroma que têm a possibilidade de serem extraídos e então utilizados posteri- ormente (Gatifield, 1988). De acordo com Krings & Berger (1998) aproximadamente 80% dos aromas e fragrâncias usados no mercado são produzidos sinteticamente. Embora o mercado de aromas esteja atualmente dominado por aromas artifi- ciais, nos últimos anos tem se observado uma tendência à utilização de aromas naturais (Janssen et al. 1992; Feron et al. 1996; Krings & Berger, 1998). Segun- do Armstrong & Brown (1994) a demanda entre as indústrias de alimentos por aromas naturais tem aumentado de 5 a 10% para 75 a 80 %. Tal tendência é atribuída principalmente à conscientização dos consumidores no âmbito de saú- de e nutrição os quais tem evitado os alimentos com aromas artificiais e estimu- lado o desenvolvimento de produtos naturais (Lugay, 1986). De acordo com Tyrrell (1995), atualmente as fontes de aromas naturais po- dem ser classificadas em 3 categorias: a) materiais que são formados durante o metabolismo natural de animais e plantas, que podem ser usados na forma sêca ou extraídos e refinados; b) compostos de aroma formados durante a ação de enzimas e microrganismos; c) compostos de aroma básicos formados durante o processamento térmico de ingredientes naturais. Por muito tempo as plantas foram as únicas fontes de compostos de aroma, sendo estes isolados normalmente dos vários tipos de óleos essenciais. Embora sensorialmente ativos tais compostos estão muitas vezes disponíveis em quanti- dades ínfimas ou numa forma ligada que dificulta sua obtenção, resultando em preços elevados, que normalmente caracterizam os aromas naturais (Janssen et al. 1992). A síntese química de aromas embora, aparentemente, apresente vantagens, possui também inúmeros obstáculos. Muitas vezes a síntese de alguns compos- tos envolve vários passos que implicam em custos de produção acentuados. Um outro problema desta via é que produz misturas racêmicas, resultando em com- postos de aroma com propriedades inadequadas. O isolamento do isômero opti- camente ativo pode ser caro ou tecnicamente impossível (Armstrong & Brown, 1994). A preferência dos consumidores por alimentos com aromas naturais e as desvantagens inerentes a cada uma das fontes de aroma já citadas levaram nas útimas décadas ao desenvolvimento de pesquisas sobre a produção alternativa de aromas por biotecnologia. A produçãobiotecnológica de aromas pode com- preender o uso de células de plantas, cultura de tecidos, microrganismos e enzi- mas na síntese de tais produtos (Janssen et al., 1992). 101 Volume 4 - Manejo, uso e tratamento de subprodutos da industrialização da mandioca 100 CULTURAS DE TUBEROSAS AMILÁCEAS LATINO AMERICANAS Figura 6.2 Produção de biomassa e teor de açúcares redutores residuais da manipueira durante o cultivo de Geotrichum fragrans Pela Figura 6.1 observa-se que o microrganismo consumiu quase todo açú- car redutor antes de 12 h de cultivo. Durante este período a curva de açúcares totais seguiu a mesma tendência, mas após 12 h de cultivo a curva praticamente se estabilizou, demonstrando que o consumo de açúcares é paralisado no mo- mento em que há o esgotamento do meio em açúcares redutores assimiláveis pelo microrganismo. A Figura 6.2 mostra que o final da fase de aumento da biomassa coincide com a paralisação do consumo dos açúcares redutores do meio, evidenciando ainda mais que o microrganismo só consome esses açúcares da manipueira. Considerando o consumo de nitrogênio, na Figura 6.3 é apresentada a curva obtida no cultivo de Geotrichum fragrans em manipueira. 1986; Farbood, 1991; Hadar & Dosoretz, 1991; Janssens et al. 1992; Krings & Berger, 1998). Por esta razão Gatifield (1995) comenta que os preços mais altos cobrados para os aromas naturais muitas vezes são compensados pelos benefíci- os resultantes do marketing. 6.3. CULTIVO DE GEOTRICHUM FRAGRANS EM MANIPUEIRA Nos ensaios de cultivo de Geotrichum fragrans em manipueira adotou-se cultivo aeróbio em batelada no agitador regulado nas seguintes condições: temperatura: 24 ± 1oC rotação: 150 rpm em movimento circular volume de meio: erlenmeyer de 500 ml contendo 100 ml de meio O microrganismo apresentou capacidade em consumir somente os açúcares redutores do substrato, deixando os açúcares não-redutores no meio (Figuras 6.1 e 6.2). Figura 6.1 Concentração de açúcares residuais na manipueira durante cultivo de Geotrichum fragrans 103 Volume 4 - Manejo, uso e tratamento de subprodutos da industrialização da mandioca 102 CULTURAS DE TUBEROSAS AMILÁCEAS LATINO AMERICANAS Pela Figura 6.4 pode-se observar que a redução da DQO pelo Geotrichum fragrans pode chegar a 40% em cerca de 12 horas, a qual do ponto de vista da redução da poluição ambiental é considerada baixa. Tal taxa de eficiência de- corre da característica inerente ao microrganismo de só consumir açúcares re- dutores, deixando no meio os demais açúcares e metabólitos que contribuem para a DQO remanescente do processo de fermentação. Maiores taxas de redu- ção poderiam ser possíveis talvez pela hidrólise dos açúcares não-redutores con- vertendo-os em açúcares redutores, metabolizáveis pelo Geotrichum fragrans. O cultivo do Geotrichum fragrans para redução da carga orgânica da mani- pueira talvez se justificaria se estivesse associado a uma outra aplicação, tal como produção de compostos de aroma. 6.4. COMPOSTOS DE AROMA PRODUZIDOS POR GEOTRICHUM FRAGRANS EM MANIPUEIRA Os compostos de aroma produzidos por Geotrichum fragrans em manipuei- ra são apresentados na Tabela 6.2. TABELA 6.2 Compostos de aroma produzidos por Geotrichum fragrans em manipueira Composto Natureza Acetato de etila Éster 1-butanol Álcool Propionato de etila Éster 3-metil 1-butanol (álcool isoamílico) Álcool 2-metil 1-butanol Álcool Ácido 2-metil propanóico Ácido 2-metil propionato de etila (isobutirato de etila) Éster 1-3 butanodiol Álcool Feniletanol Álcool Os compostos voláteis identificados como produzidos por Geotrichum fra- grans em manipueira (acetato de etila, 1-butanol, propionato de etila, 3-metil 1- butanol, 2-metil 1-butanol, 2-metil propionato de etila, ácido 2-metil propanói- co, 1-3 butanodiol e feniletanol) confirmam as informações da literatura que indicam o Geotrichum como um gênero produtor, principalmente, de compos- Figura 6.3 Concentração de nitrogênio total residual na manipueira durante o cultivo de Geotrichum fragrans A curva de consumo de nitrogênio total demonstra que o consumo máximo esteve próximo de 41%, indicando com isso que, nas condições do ensaio, o microrganismo não chegou a exaurir o nitrogênio da manipueira. Dessa maneira o cultivo de Geotrichum fragrans em manipueira dispensa a complementação do resíduo com nitrogênio, que é uma vantagem tendo em vista os custos das fontes de nitrogênio. Na Figura 6.4 apresentam-se os resultados referentes à redução da carga or- gânica (DQO) da manipueira pelo cultivo com Geotrichum fragrans. Figura 6.4 Relação entre DQO e produção de biomassa de Geotrichum fragrans em manipueira 105 Volume 4 - Manejo, uso e tratamento de subprodutos da industrialização da mandioca 104 CULTURAS DE TUBEROSAS AMILÁCEAS LATINO AMERICANAS Variações nas concentrações das fontes de carbono adicionadas na mani- pueira foram testadas, utilizando-se 30, 60 e 90 g/L de complementação. As curvas de produção dos compostos voláteis apresentaram respostas diferentes aos aumentos da concentração de carbono, indicando que estudos de otimização da produção devem ser específicos para cada composto. Além disso estudos da utilização de precursores dos compostos também deveriam ser realizados para avaliar o efeito sobre a quantidade produzida e assim contribuir para a viabiliza- ção econômica desta alternativa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARMSTRONG, D.W.; BROWN, L.A. Aliphatic, aromatic and lactone compounds. In: GABELMAN, A. Bioprocess production of flavor, fragrance and color ingredientes. New York: John Wiley, 1994. p.41-94. FARBOOD, M.I. Micro-organisms as a novel of flavour compounds. Biochem. Soc. Trans., v.19, n.3, p.690-694, 1991. FERON, G., BONNARME, P., DURAND, A. Prospects for the microbial production of food flavours. Trends Food Sci. Technol., v.7, p. 285-293, 1996. GATIFIELD, I.L. Production of flavor and aroma compounds by biotechnology. Food Technol., n.10, p.110-122, 1988. GATIFIELD, I.L. Enzymatic and microbial generation of flavors. Perfum. Flavor., v.20, n.9/10, p.5-14, 1995. HADAR, Y.; DOSORETZ, C.G. Mushroomm mycelium as a potential source of food flavour. 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Generation of flavor and odor compounds through fermentation processes. In: Parliment, T.H.; Croteau, R. (Ed.) tos pertencentes à classe dos ésteres, alcoóis e ácidos e produtor de aromas de frutas (Janssens et al, 1992). Essa informação justifica o aroma de fruta madura identificado em indústrias de processamento de mandioca. Inúmeros dos compostos voláteis formados por Geotrichum fragrans em manipueira já foram relatados em diversas frutas (Nursten, 1970), entre os quais encontram-se: banana: acetato de etila, 1-butanol, 2-metil 1-butanol laranja: acetato de etila, 1-butanol, 3-metil 1-butanol e propionato de etila maçã: acetato de etila, 1-butanol, 2-metil 1-butanol, propionato de etila e 2-metil propionato de etila morango: acetato de etila, 1-butanol, 2-metil 1-butanol, propionato de etila e 2-metil propionato de etila. Nos ensaios de produção de compostosde aroma avaliou-se o efeito da fonte de carbono na quantidade e no perfil qualitativo dos compostos formados, utili- zando-se frutose e glicose na complementação da manipueira (Tabela 6.3). TABELA 6.3 Concentração de compostos de aroma produzidos por Geotrichum fragrans em manipueira complementada com glicose e frutose Composto Tratamento M+G M+F Acetato de etila (mg/L) 11,91 9,10 1-butanol (mg/L) 6,96 5,36 Propionato de etila (mg/L) 13,12 9,29 3-metil 1-butanol (mg/L) 89,54 85,74 2-metil 1-butanol (mg/L) 26,35 24,27 Feniletanol (mg/L) 19,08 17,67 M+G: manipueira+glicose (50 g/L) M+F: manipueira+frutose (50 g/L) Os resultados demonstraram que as fontes de carbono testadas praticamente não afetaram a produção dos compostos voláteis identificados, indicando que a complementação da manipueira pode ser realizada com glicose ou frutose. Cabe salientar que quando cultivado em manipueira sem complementação de carbo- no o microrganismo exalou o mesmo aroma, no entanto com pequena intensida- de, justificando então o aumento de carbono para produzir compostos de aroma em maiores concentrações. 107 Volume 4 - Manejo, uso e tratamento de subprodutos da industrialização da mandioca 106 CULTURAS DE TUBEROSAS AMILÁCEAS LATINO AMERICANAS Biogeneration of aromas. Washington: American Chemistry Society, 1986. p.323-346. (Symposium Series, 317) TYRRELL, M. Advances in natural flavors and materials. Perfum. & Flavor. v.20, n.1/2, p.13- 21, 1995. WELSH, F.W. Overview of bioprocess flavor and fragrance production. In: GABELMAN, A. Bioprocess production of flavor, fragrance and color ingredientes. New York: John Wiley, 1994. p.1-17.
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