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Estudo de Apocalipse - CAP 12

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Apocalipse 12 
É comum classificar 12.1-13.8 como o centro do livro de Apocalipse. pois essa seção 
estabelece o tema central, a guerra entre Deus/seu povo e o dragão/seu povo, e entre o 
Cordeiro e seu antagonista correspondente, a besta. Mol (1981: 131) apropriadamente 
rotula isso de "mito internacional", porque as histórias que se assemelham a ela podem 
ser encontradas em praticamente todas as religiões do mundo antigo. No Egito, a 
deusa-mãe Ísis é perseguida pelo dragão vermelho Sete ou Tifon e foge para uma ilha, 
onde ela dá à luz o deus-sol, Hórus. No mito ugarítico, o deus da tempestade Baal 
derrota o Leviatã, a serpente de sete cabeças, e estabelece seu reino. 
Na Mesopotâmia, Marduque, o deus da luz, mata o dragão de sete cabeças Tiamat, 
que havia derrubado um terço das estrelas. No mito greco-romano, a deusa Leto, 
grávida de Apolo, é perseguida pelo dragão Piton. Ela é resgatada por Poseidon, que a 
leva para uma ilha segura. Depois que Apolo nasce, ela mata Piton. Yarbro Collins 
produziu um estudo clássico sobre esses paralelos (1976: 61-70) e concluiu que o mito 
Leto-Apolo apresenta o paralelo mais próximo de Apocalipse 12.1-13.16 (70). 
A principal pergunta é por que João contaria a história de modo mítico. Todavia, esse 
uso de mitos de outras religiões não é incomum no contexto bíblico. Títulos de outros 
deuses são aplicados a Javé no AT, como "o que cavalga sobre as nuvens" (um título 
de Baal) de Salmos 68.4, a fim de dizer que Deus venceu os outros deuses e tomou 
para si seus títulos. A história de Jesus como o desconhecido que encontra os dois 
discípulos no caminho para Emaús, em Lucas 24.13-35, é intencionalmente escrita de 
forma semelhante a mais um mito de Apolo.
O propósito disso é evangelístico: dizer que o que os gregos conheciam como mito 
havia agora se concretizado na história. Alguém poderia dizer que o NT " 
desmitologiza" mitos greco-romanos ao transformá-los em história. Aquilo por que os 
pagãos ansiavam em seus mitos agora se tornou verdade em Jesus. Portanto, a forma 
é intencional e brilhante, usando o que tem sido chamado em nosso tempo de uma 
"analogia redentiva", cujo alvo é apresentar o evangelho de tal forma que aguce o 
interesse e os corações dos leitores não cristãos. 
Entretanto, como Beale (1999: 624-25) destaca, João vai além disso ao acrescentar 
elementos do AT que completam as verdades vinculadas à história. Sweet (1979: 203) e 
Minear (1991: 72-74) também defendem que o capítulo 12 deriva-se de uma reflexão 
sobre as maldições de Gênesis 3.15-20, concentrando-se na subjugação dessas 
maldições pela obra de Cristo (e.g., v. 2 = a maldição de que mulher teria dores de 
parto; v. 4 = a inimizade entre a serpente e a descendência da mulher; v. 10 = a vitória 
sobre a maldição por meio do martírio).
A mulher está "vestida do sol, com a lua debaixo dos pés, e uma coroa de doze estrelas 
sobre a cabeça". Essa descrição tripla de sua majestade origina-se dos sonhos de 
José, em Gênesis 37.1-9. No primeiro sonho, os feixes de trigo amarrados por seus 
irmãos se prostraram diante dele (37.7) e, no segundo sonho, "o sol, a lua e as onze 
estrelas" também se prostraram diante dele (37.9). Há um consenso de que o "sol e a 
lua" indicam os pais de José, Jacó e Lia, ao passo que as estrelas representam seus 
irmãos (ver Wenham 1994: 352). 

Na literatura judaica, "doze estrelas" referem-se, frequentemente, aos doze patriarcas, 
ou às doze tribos. Beale (1999: 625-26) mostra a quantidade de textos nos quais a 
radiação do sol, da lua e das estrelas se refere ao Israel fiel (Rab. Ex 15.6; Nm 2.4; 9.14; 
Is 60.19,20; Midr. SI 22.11,12 etc.). Portanto, parece provável que a mulher aqui 
represente Israel, o povo de Deus (com 12.17, em que ela representa a igreja, podemos 
concluir que a mulher representa todo o povo de Deus, Israel e a igreja).'
A batalha espiritual é geralmente negligenciada na vida de boa parte dos cristãos.
Parece que é como se todos nós tentássemos ser "Suíças" e permanecêssemos 
neutros nessa guerra. Entretanto, optar pela neutralidade é perder a guerra, pois 
Satanás é real e seu ódio contra todos aqueles que são feitos à imagem de Deus não 
pode ser ignorado. Aprendemos com a história básica, em 12.1-6, que Satanás é o 
"dragão", o Leviatã do AT. Ao mesmo tempo, percebemos que sua "glória" é alcançada 
por esforço próprio, em total contraste com a "mulher", que personifica o povo de 
Deus. 
Ela tem a verdadeira glória, pois ela, não o dragão, é que está "vestida do sol, com a lua 
debaixo dos seus pés". Ademais, suas "coroas" refletem a realeza que ela recebeu de 
Cristo como um "reino e sacerdotes" (1.6; 5.10), enquanto os "diademas" do dragão 
são somente uma paródia ou uma imitação dos "diademas" de Cristo (19.12). O sinal 
dela é um "grande sinal", ao passo que o do dragão é meramente "outro sinal" (12.1,3). 
O propósito do dragão é frustrar o plano de Deus. 
Ele já subverteu um terço das hostes angelicais e, agora, tenta destruir o menino, o 
Messias, filho de mulher. Porém, como ocorre durante toda a história, Deus intervém e 
derrota as intenções perversas do dragão ao arrebatar o Messias para si. Assim, o 
dragão volta sua atenção para a mulher, mas ela foge para o deserto, o local da 
proteção divina, onde Deus preparou um lugar para ela. Isso é uma indicação da 
proteção espiritual que Deus proporciona aos santos, a segurança que ele lhes concede 
em meio às tentativas satânicas de "devorá-los" (1Pe 5.8).
Há duas partes aqui: a primeira desenvolve a batalha entre o dragão e as forças de 
Deus em 12.1-6 (12.7-9) e a segunda, a reação dos que estão no céu a essa vitória 
(12.10-12). Com relação à guerra cósmica propriamente dita, ela ocorreu no passado 
primevo ou na cruz? A visão da presente passagem é que a batalha ocorreu de fato no 
passado e que a serpente em Gênesis 3 foi um instrumento de Satanás (por isso, a 
metáfora do dragão aqui). Portanto, creio que 12.7-9 desenvolve o texto de 12.4 em 
relação à guerra no céu, narrando o que de fato ocorreu. 
A voz no céu celebra a vitória (= "salvação", 12.10) e fala da grande derrota do dragão 
imposta pelos santos (12.11), em seguida, relata o furor sentido pelo "diabo" derrotado 
(12.12). Youngblood (1998: 26-31) defende que embora Isaías 14.12-15 faça referência 
ao rei da Babilônia, a maldade excessiva e a queda do céu fazem desse texto um pano 
de fundo natural para Apocalipse 12.7-9.
Portanto, ela retrata a queda, que é o centro dessa história.
A guerra no céu entre Deus e Satanás é descrita em 12.7-9, e ela faz referência 
principalmente à primeira expulsão do Diabo do céu, como também à sua derrota na 
morte e ressurreição de Jesus. Miguel, o líder das hostes do Senhor, luta contra o 
dragão e vence. É evidente que Satanás é apenas " deus deste século" (2Co 4.4) e não 
tem poder algum na esfera celestial. Ademais, em Apocalipse 12.9, descobrimos a 
verdadeira essência do dragão. Ele é a "antiga serpente" do jardim do Éden, o grande 
"adversário" ou Satanás, o acusador dos crentes (também em 12.10), que realiza suas 
obras por meio do engano em vez de poder. Sua derrota é celebrada no maravilhoso 
hino de 12.10-12, em que os santos participam da vitória sobre Satanás, com base em 
dois elementos: primeiro, pelo "sangue do Cordeiro", a grande vitória cósmica que 
garantiu a derrota final do dragão, e segundo, por seu próprio testemunho fiel e martírio. 
Em todo esse livro, fica claro que quando Satanás mata uma pessoa do povo de Deus 
(cf. 6.9-11; 11.7,8), isso significa mais uma derrota para ele. Como resultado de suas 
inúmeras derrotas (na queda, no nascimento, na morte e na ressurreição de Jesus, na 
vida e morte dos santos fiéis), os céus se alegram e a terra chora.
Satanás sabe que o tempo que lhe resta para se opor a Deus e ao seu povo é, de fato, 
breve, e por isso ele está furioso. 
Isso apresenta uma perspectiva completamente nova da perseguição. O sofrimento não 
é somente uma "comunhão" especial com Cristo (Fp 3.10;Cl 1.24); ele é também a 
derrota de Satanás na guerra espiritual.
Quando os santos perseveram em meio à perseguição, essa é a grande vitória sobre 
Satanás, e sua disposição de não amar sua vida mais do que Cristo é a maior vitória de 
todas. Para reforçar, sempre que Satanás tira a vida de um fiel, ele contribui para a sua 
própria derrota, da mesma forma que ele fez ao assumir o controle sobre Judas e levar 
Cristo à cruz, a maior derrota militar da história.
A imagem da perseguição do povo de Deus pelo dragão furioso em 12.7,12 é 
expandida em 12.13-17. Primeiro, vemos o dragão perseguindo a mulher/povo de Deus 
(12.13), em seguida, ela é protegida por Deus no "lugar preparado para ela" (12.14), 
onde tentações e perseguições são lançadas sobre ela como uma grande torrente 
(12.15), mas a criação de Deus vem em seu auxílio e a resgata (12.16). Isso deixa o 
dragão ainda mais furioso e ele sai para guerrear contra a descendência dela, aqueles 
que foram convertidos pelo povo de Deus (12.17). Essa cena é uma preparação para o 
capítulo 13, que descreverá o modo como o dragão conduzirá a sua guerra.
A ira do dragão (12.12) é retratada de forma mais ampla na guerra sobre a terra
(12.13-17). O dragão tenta afogar os santos com uma torrente de mentiras e 
perseguição, mas Deus faz com que a terra se abra e frustre os planos malignos de 
Satanás. Uma vez mais, Deus mantém os santos seguros e os resgata das "ciladas" (Ef 
6.11) do diabo. Ele dá aos crentes " uma saída, para que [...] [possam] suportar" as 
tentações e provas (1Co 10.13). 
Como em outras partes da obra de Apocalipse, essa passagem se aplica 
especificamente aos santos do período final que viverão debaixo do governo da besta 
cheia de furor, mas também aos crentes dos dias de João e dos nossos. Satanás está 
furioso e em guerra contra todos os "descendentes", aqueles que encontraram Cristo 
mediante o testemunho fiel da igreja. A vida cristã não tem o propósito de ser uma vida 
pacífica, repleta única e exclusivamente de prosperidade terrena (contra alguns falsos 
mestres de nossos dias). 
Ao contrário, todos que encontram Cristo também se deparam com a ira de Satanás. 
Todavia, alcançamos a vitória quando vivemos em obediência aos mandamentos de 
Deus (contidos na Palavra) e mantemos nosso testemunho fiel de Cristo.

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