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SP 1.1 Eu sempre fui só de você...

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SP 1.1 – Eu sempre fui só de você... 1
SP 1.1 – Eu sempre fui só de você...
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Status Done
TEXTO DO CASO
Adriana, com 23 anos, está no último ano de administração em uma Universidade privada. Trabalha pela manhã como 
secretária de uma dentista do seu bairro. Desde os 18 anos namora com Adson, de quem está noiva há 2 anos. 
Sua menarca foi aos 13 anos; sexarca aos 17 anos com Adson seu único parceiro sexual até o momento. São 
apaixonados e não se desgrudam. Não fez uso da vacina contra HPV porque disseram que dói e seu último exame 
citopatológico do colo uterino foi normal e realizado há 3 anos. Há pouco mais de dois meses procurou a UBS de sua 
área para atualizar seus exames preventivos ginecológicos de rotina, sem nenhum sintoma específico. 
Quando retornou à consulta para inteirar-se dos resultados dos exames que tinha feito, ficou muito surpresa quando a 
enfermeira Doralice informou que “havia um pequeno problema no material colhido na lâmina, mas que não era nada 
grave” e já tinha mostrado para a doutora da microárea da Adriana e ela havia feito uma solicitação de colposcopia para 
o ambulatório de especialidades. De fato, o resultado da citologia mostrava: “células escamosas atípicas de significado 
indeterminado (ASC-US)”.
Algumas semanas mais tarde, a médica do ambulatório de especialidades realizou a colposcopia e observou antes a 
lâmina que vinha anexa ao pedido do procedimento (a seguir reproduzida) e procedeu o exame.
Como encontrou uma área acetobranca no colo do útero, realizou uma biópsia local, que, devido ao resultado obtido, 
tornou necessária realizar posteriormente um procedimento cirúrgico, sendo a paciente encaminhada para 
acompanhamento em um hospital especializado.
Adriana, muito assustada, passou a ficar horas na internet tentando descobrir por que algumas de suas células haviam 
alterado. Em sua pesquisa acabou achando que Adson pode ser o culpado de tudo.
PONTOS IMPORTANTES
Adriana, 23 anos;
Menarca aos 13 anos;
Sexarca aos 17 anos;
Adson: namorado e único parceiro sexual;
Não fez uso da vacina contra HPV;
Último exame citopatológico do colo uterino foi normal e realizado há 3 anos;
@August 15, 2023
@August 29, 2023
SP 1.1 – Eu sempre fui só de você... 2
A enfermeira Doralice informou que “havia um pequeno problema no material colhido na lâmina, mas que não 
era nada grave”;
Ambulatório de especialidades realizou a colposcopia;
O o resultado da citologia mostrava: “células escamosas atípicas de significado indeterminado (ASC-US)”;
Área acetobranca no colo do útero;
Ela achou que Adson pode ser o culpado de tudo.
→ pesquisar dados epidemiológicos no DATASUS, INCA
HIPÓTESES
PERGUNTAS
1. Como ocorre o ciclo celular? O que acontece nas fases? 
2. Quais são as proteínas reguladoras e como funcionam? 
3. Quais são e como funcionam os supressores? 
4. Como ocorre o estímulo para a divisão?
5. O que são os pontos de checagem e como eles são regulados? 
6. Qual a relação do ponto de checagem com a apoptose?
7. O que é HPV? Como se organiza biologicamente? Quais são as características biológicas? Existem 
variações ou tipos? Como ocorre o processo fisiopatológico?
8. Quais são os fatores de risco associados à infecção de HPV?
9. Como é realizado o diagnóstico e a prevenção para o HPV?
10. Como é realizado o rastreamento do HPV? Relacione com as políticas públicas do SUS.
11. Como é realizado o tratamento para o HPV e câncer de colo de útero?
12. Qual a relação do HPV com câncer de colo de útero?
13. Qual é a epidemiologia (incidência e mortalidade) do câncer de colo de útero?
14. O que é neoplasia, tumor, câncer maligno e câncer benigno? Quais são as diferenças?
RESPOSTAS
1. O ciclo celular é o processo pelo qual uma célula passa para crescer, se duplicar e se dividir em duas células filhas. 
É altamente regulado para garantir a precisão e a integridade das divisões celulares. É dividido em intérfase (G1, S 
e G2) e divisão (mitose ou meiose).
a. Intérfase
SP 1.1 – Eu sempre fui só de você... 3
i. Possui a duração mais variável na maioria dos organismos devido ao fato de ser o período que mais sofre 
influência de fatores extracelulares.
ii. De forma a preparar a célula para a fase S, ocorre a síntese de enzimas imprescindíveis
1. catalisadoras da síntese de trifosfatos de desoxirribonucleosídeos;
2. enzimas da síntese das DNA-polimerases;
3. enzimas ativadoras dos genes que codificam histonas;
iii. Decisão entre: continuar a proliferação ou entrar em G0 (quiescência);
iv. Há pontos de verificação chamados pontos de checagem (checkpoints) que monitoram a saúde da célula 
antes de permitir que ela prossiga para as próximas fases do ciclo.
v. Fase G1: a célula cresce, duplicação de organelas, sintetiza macromoléculas.
1. a célula verifica suas condições e se prepara para a replicação do DNA na Fase S. Se o DNA estiver 
danificado, a célula precisa impedir a replicação para evitar a propagação de mutações.
a. se o DNA estiver danificado (por exemplo, devido à radiação, produtos químicos, etc.), o p53 é 
ativado em resposta a esses danos. O p53 tem várias funções, uma das quais é a ativação do p21.
b. a p21 é um inibidor de quinase dependente de ciclina (CDK) que atua como um regulador negativo 
do ciclo celular. As CDKs são enzimas que regulam a progressão do ciclo celular — especialmente 
aquelas necessárias para avançar da Fase G1 para a Fase S. Isso interrompe temporariamente a 
progressão do ciclo celular, permitindo que a célula repare os danos no DNA antes de prosseguir, 
porém se ela não reparar, elas vão ativar processos que vão levar à morte celular programada.
vi. Fase S: durante essa fase, o DNA da célula é replicado para produzir duas cópias idênticas do genoma.
1. fatores extracelulares não determinam mais os eventos do ciclo celular.
2. comumente, possui duração de 7h a 8h.
3. ocorre a duplicação semiconservativa do material genético
vii. Fase G2: a célula continua a crescer e se prepara para a divisão celular. Verificações de qualidade são 
realizadas para garantir que o DNA tenha sido replicado corretamente.
1. é o momento em que ocorre um dos mais bem definidos pontos de checagem do ciclo.
a. verifica se a replicação foi completada com sucesso e, em casos de erros, se estes foram reparados, 
impedindo sua transmissão para as células-filhas.
2. complexo MPF (Fator Promotor de Maturação)
a. quando a célula não tem nenhum dano, que todo o material foi duplicado em S, o MPF é ativado e 
progride para mitose
b. é uma ciclina e uma CDK
c. ajuda no controle/passagem da célula de G2 → M
i. tem-se o início da fase da mitose
1. condensação cromossômica
2. ruptura da carioteca
3. montagem do fuso
SP 1.1 – Eu sempre fui só de você... 4
4. degradação da ciclina
5. lesão no material genético → deixa o fator MPF inativo → célula paralisada no G2
💡 G0 é uma denominação para células que estão fora do ciclo celular; fase não obrigatória. A célula 
está aguardando receber um estímulo extracelular para que o ambiente seja adequado para ela 
entrar em divisão. Fase quiescente; metabolicamente ativa; tempo indeterminado (até o estímulo).
💡 p21 e p53 interrompem o ciclo celular (tanto em G1 quanto em G2) até a célula repare aquele 
dano.
Observação: Fase G0
Estado não proliferativo ou de dormência/quiescência.
Células que estão nessa fase são desprovidas de fatores de crescimento, mantendo um baixo 
metabolismo.
G0 → estímulo → G1
A partir do momento que temos esses sinais que estimulam a proliferação, a gente ultrapassa o primeiro 
ponto importante de regulação do ciclo celular → ponto de restrição (R).
o ponto de restrição (R) é um ponto crítico no final da fase G1, logo antes da transição para a fase S 
do ciclo celular. É um ponto de decisão importante onde a célula avalia suas condições e sinais 
ambientais antes de se comprometer com a replicação do DNA e a entrada na fase de divisão ativa. 
A partir do momento em que o ambiente está favorável e que ela tem sinais proliferativos,ela ou 
continua o ciclo celular ou sai de G0 e entra no ciclo celular. Se não tem fatores de crescimento, ela 
fica retida nesse ponto de restrição e entra em G0. Se as condições forem favoráveis, a célula 
passará pelo Ponto R e entrará na Fase S, onde ocorre a replicação do DNA.
b. Mitose
i. Processo de divisão celular, equacional, no qual a célula reparte igualmente o seu conteúdo, já duplicado na 
intérfase, em duas células-filhas.
ii. Inclui, essencialmente, dois processos: cariocinese (partilha do material genético) e citocinese (divisão 
citoplasmática).
iii. 30 minutos.
1. Prófase
a. condensação gradual da cromatina até a formação dos cromossomos.
i. fundamental para evitar o emaranhamento ou rompimento do material genético durante a divisão
b. participação das condensinas fosforiladas (proteínas envolvidas na compactação dos cromossomos 
durante a divisão celular), estimuladas pelo complexo ciclina-CDK.
c. visualização das cromátides unidas no centrômero por coesinas.
d. desorganização dos nucléolos, os quais voltam a se organizar na telófase.
e. no citoplasma, centrossomos, constituídos por um par de centríolos, agem na formação dos fusos 
migrando para polos opostos das células.
i. com o afastamento entre eles, há a polimerização de microtúbulos.
ii. esses centrossomos, acrescidos das fibras radiais, compõem o áster, caracterizando a mitose 
como astral.
f. quando os cromossomos estão em fase final de condensação e os centrossomos estão 
posicionados, ocorre a desmontagem do envoltório nuclear;
i. isso permite o acesso dos microtúbulos do fuso aos cromossomos;
ii. estimulada por modificações na permeabilidade dos poros nucleares, por forças mecânicas entre 
os microtúbulos dos centrossomos com o envelope nuclear e pela fosforilação de proteínas 
membranares pelo complexo ciclina-CDK e outras quinases;
SP 1.1 – Eu sempre fui só de você... 5
g. com a ruptura do envoltório nuclear, os microtúbulos se prendem aos cinetócoros, na altura dos 
centrômeros cromossômicos.
h. há o direcionamento dos cromossomos para a região equatorial da célula.
2. Metáfase
a. caracterizada pela condensação máxima dos cromossomos na placa equatorial/placa metafásica da 
célula.
i. são mantidos nessa posição por forças exercidas pelos microtúbulos do fuso.
3. Anáfase
a. começam os eventos finais da mitose, com a separação e a migração das cromátides-irmãs, que 
passam a ser chamadas de cromossomos-filhos.
b. decorrem da degradação de uma coesina centromérica pela separase, uma protease; 
o Participação decisiva dos microtúbulos.
i. quando há a atuação de agentes antimitóticos, como a colchicina e a vimblastina, não há 
polimerização dos mesmos ou eles são despolimerizados.
ii. com isso, as mitoses “estacionam” na metáfase.
c. final da anáfase, a célula começa a refazer o envoltório nuclear e reestabelecer a identidade do 
núcleo.
4. Telófase
a. inicia-se quando os cromossomos-filhos alcançam os respectivos polos. 
b. há a reconstituição dos núcleos, dos nucléolos e a divisão citoplasmática, levando à formação das 
células-filhas.
c. eventos da reconstrução nuclear
i. descondensação da cromatina e reaquisição da capacidade de transcrição;
ii. reorganização dos nucléolos e reconstituição do envoltório nuclear;
iii. ocorrem pela inativação do complexo ciclina-CDK
SP 1.1 – Eu sempre fui só de você... 6
2. Reguladoras: ciclinas e CDKs.
a. As ciclinas são proteínas reguladoras que têm níveis variáveis durante o ciclo celular. O nome "ciclinas" deriva do 
fato de que suas concentrações aumentam e diminuem cíclica e sequencialmente à medida que a célula passa 
pelas diferentes fases do ciclo. Cada tipo de ciclina está associado a uma fase específica do ciclo celular.
i. responsáveis pela regulação das CDKS;
ii. sofrem ciclo de síntese e degradação a cada ciclo célula;
iii. essas proteínas formam complexos ciclina/CDK específicos;
iv. possuem como função dirigir o ciclo celular de modo ordenado e unidirecional.
b. Quinases Dependentes de Ciclina (CDKs) regulam a progressão do ciclo celular. Elas estão sempre presentes 
na célula, mas sua atividade é controlada pela ligação de ciclinas. As CDKs não podem exercer suas funções 
sem a ligação adequada das ciclinas, daí o termo "dependentes de ciclina". Cada tipo de CDK está associado a 
uma ou mais ciclinas específicas.
i. proteínas centrais na regulação do ciclo celular;
ii. atividade é regulada pela ligação às ciclinas;
iii. principal função das CDKss é fosforilar substratos envolvidos na progressão do ciclo celular.
3. Supressores: os supressores de tumores são proteínas que desempenham um papel crítico na regulação do ciclo 
celular e na prevenção do desenvolvimento de câncer. Eles monitoram a integridade genômica e ajudam a controlar 
o crescimento e a divisão celular, impedindo a proliferação descontrolada das células. Três exemplos importantes de 
supressores de tumores são p53, p21 e pRb.
a. p53
i. quando o DNA sofre danos, seja por exposição à radiação, produtos químicos ou outras causas, o p53 é 
ativado. A proteína p53 pode desencadear várias respostas para lidar com esses danos:
1. parada do ciclo celular: o p53 pode ativar a expressão da proteína p21, que inibe a atividade das 
quinases dependentes de ciclina (CDKs). Isso leva à paralisação temporária do ciclo celular, permitindo 
que a célula repare os danos no DNA antes de continuar com a divisão.
SP 1.1 – Eu sempre fui só de você... 7
2. ativação da Reparo do DNA: o p53 também pode estimular a ativação de vias de reparo do DNA, 
permitindo que a célula corrija os danos antes que eles sejam transmitidos para as células filhas.
3. indução da apoptose: se os danos no DNA forem muito graves para serem reparados, o p53 pode induzir 
a apoptose (morte celular programada), impedindo que células com danos genéticos se proliferem.
b. p21 
i. é um inibidor das quinases dependentes de ciclina (CDKs). Ela é ativada principalmente pelo p53 em 
resposta a danos no DNA. 
ii. quando a p21 é ativada, ela interage com as CDKs, impedindo sua atividade. Isso resulta na parada do ciclo 
celular, permitindo a reparação do DNA antes da progressão para as fases de replicação e divisão celular. 
iii. é um exemplo de como os supressores de tumores atuam para evitar a proliferação de células com danos 
genéticos.
c. pRb (Proteína Retinoblastoma)
i. regula a passagem da fase G1 para a fase S do ciclo celular.
ii. em sua forma inativa, pRb liga-se a proteínas chamadas de E2Fs, que são responsáveis por promover a 
transcrição de genes envolvidos na replicação do DNA
💡 Na fase G1, pRb está ativa e liga-se às E2Fs, inibindo sua atividade transcripcional. Isso mantém a 
expressão de genes envolvidos na replicação do DNA sob controle, prevenindo que as células 
entrem prematuramente na fase S.
iii. quando pRb é fosforilada por quinases dependentes de ciclina, liberam-se as E2Fs, permitindo que os genes 
para replicação do DNA sejam ativados e o ciclo celular progrida para a fase S.
Atuação da p53 na manutenção da integridade do genoma. Quando o DNA sofre mutação, a p53 acumula-se na célula e ativa o 
gene CDKN1A, que codifica inibidores do ciclo celular (p. ex., p21) que inibem a ação de CDK sobre a pRB, mantendo-a inativa. 
Como os fatores de transcrição ficam “sequestrados” pela pRB, ocorre parada na divisão celular. Durante esse tempo, entram em 
ação produtos de genes de reparo do DNA. Se o reparo é eficaz, a célula prossegue em sua atividade normal. Caso o defeito não 
seja corrigido, são ativados genes pró-apoptóticos (p. ex., BAX), e a célula é estimulada a entrar em apoptose.
SP 1.1 – Eu sempre fui só de você... 8
💡 A importância da pRB no surgimento de tumores pode ser facilmente compreendida, pois toda vez 
que a proteína deixa de atuar pode ocorrer multiplicação celular descontrolada. A pRB perde sua 
função por: (1) mutações no gene, herdadas ou adquiridas. Tais mutações alteram o sítio de 
ligação da pRB com o E2F e, com isso, este fica disponível parase ligar ao DNA e induzir a 
divisão celular; (2) ligação a proteínas de vírus oncogênicos, que ocupam o sítio de ligação da RB 
com o E2F. A proteína E7 do HPV, a proteína E1A do adenovírus e o antígeno T do vírus SV-40 
ligam-se à pRB e bloqueiam sua ligação ao E2F. Nesses casos, a proteína RB é funcionalmente 
inativada pela ligação a uma proteína viral e não age mais como inibidora do ciclo celular. Os 
antígenos do vírus símio 40 e antígenos T grandes do poliomavírus, a proteína EIA do adenovírus 
e a proteína E7 do HPV – todos se ligam à forma hipofosforilada da RB. A ligação ocorre no 
mesmo local da RB que normalmente sequestra fatores de transcrição E2F. (Patologia - Robbins)
O papel antioncogênico do gene RB é notório: (1) a pRB é encontrada em células normais, mas 
está ausente ou modificada no retinoblastoma; (2) transfecção do gene RB normal em células 
cancerosas reverte o fenótipo maligno; (3) pacientes com retinoblastoma tratado apresentam maior 
risco de desenvolver osteossarcoma; (4) indivíduos com defeito congênito no gene RB, mas que 
não desenvolvem retinoblastoma têm maior incidência de outros tumores, principalmente 
osteossarcoma; (5) perda dos dois alelos do gene RB é encontrada em outros cânceres, como 
osteossarcoma, sarcomas de tecidos moles e carcinomas de mama, pulmão, bexiga e próstata. 
Algumas vezes, não há defeitos estruturais no gene RB, mas a proteína é deficiente, o que ocorre 
por defeitos em certos genes (CDKs, ciclina D, p16) cujos produtos levam à hiperfosforilação da 
pRB. (Bogliolo - Patologia, página 257)
4. O estímulo para a divisão celular é controlado por uma combinação de sinais intrínsecos e extrínsecos que a célula 
recebe do ambiente ao seu redor e do seu próprio estado interno. Esse processo é altamente regulado para garantir 
que a divisão celular ocorra apenas quando necessário e quando as condições são adequadas. Aqui estão alguns 
dos principais estímulos e fatores que desencadeiam a divisão celular:
a. Fatores de Crescimento e Sinais Extracelulares
i. fatores de crescimento são proteínas liberadas por células vizinhas ou por células especializadas que atuam 
como sinais para promover a divisão celular.
ii. esses fatores de crescimento se ligam a receptores específicos na membrana celular, desencadeando 
cascata de sinais intracelulares que estimulam a entrada da célula em diferentes fases do ciclo celular.
iii. exemplos de fatores de crescimento incluem o fator de crescimento epidérmico (EGF) e o fator de 
crescimento derivado de plaquetas (PDGF).
b. Sinais do Meio Ambiente
i. as células também respondem a condições ambientais, como a disponibilidade de nutrientes e oxigênio.
ii. se as condições são favoráveis e recursos suficientes estão disponíveis, a célula é mais propensa a entrar 
na divisão celular.
c. Sinais de Dano ao DNA
i. danos no DNA, como quebras de fita dupla, são sinais críticos para a célula interromper o ciclo celular e, 
muitas vezes, ativar mecanismos de reparo do DNA.
ii. o p53 é uma proteína que responde a danos no DNA e pode induzir a parada do ciclo celular para permitir a 
reparação.
d. Ciclinas e CDKs
i. o complexo formado pelas ciclinas e CDKs é um componente central na regulação da entrada na fase S e 
em outras transições do ciclo celular.
ii. a presença de ciclinas específicas em certos pontos do ciclo estimula a atividade da CDK correspondente, 
que, por sua vez, desencadeia a progressão do ciclo.
e. Tamanho Celular e Integridade Genômica
i. a célula verifica seu tamanho e a integridade do DNA antes de entrar na divisão.
ii. a célula precisa atingir um tamanho mínimo para ter recursos suficientes para sustentar as células filhas.
SP 1.1 – Eu sempre fui só de você... 9
iii. se o DNA estiver danificado ou não replicado corretamente, mecanismos de verificação de qualidade podem 
impedir a progressão.
5. Os pontos de checagem controlam as transições entre os estágios do ciclo celular. Avalia se há lesão no DNA, se a 
célula está pronta para se dividir, se todo o material foi duplicado, se o fuso está ligado corretamente aos 
cromossomos antes de arrastar.
a. Fase G1
i. a principal molécula na interfase que atua nos pontos de checagem é a p53
1. se ela perde função → mutações, alterações no material genético, neoplasias
2. quando tem uma lesão no material genético (físico, químico ou biológico) → sintetização da p53 → fim 
do ciclo celular
3. p53 é sintetizada na presença de um dano
a. p21→ níveis de p53 aumentados faz com que haja a síntese de outra proteína chamada de P21
b. p21 e p53 interrompem o ciclo celular (tanto em G1 quanto em G2) até a célula repare aquele dano, 
se ela não reparar, elas vão ativar processos que vão levar à morte celular programada
b. Fase G2
i. complexo MPF (Fator Promotor de Maturação)
1. quando a célula não tem nenhum dano, que todo o material foi duplicado em S, o MPF é ativado e 
progride para mitose
2. é uma ciclina e uma CDK
3. ajuda no controle/passagem da célula de G2 → M
4. lesão no material genético → deixa o fator MPF inativo → célula paralisada no G2
5. p53 atua na fase G2 também, verificando se tem algum tipo de dano
6. O ponto de checagem do ciclo celular e a apoptose (morte celular programada) estão interconectados de várias 
maneiras, e essa relação desempenha um papel crucial na manutenção da integridade genômica e na prevenção do 
desenvolvimento de câncer. A apoptose é um mecanismo de proteção que elimina células danificadas, 
comprometidas ou excessivas, evitando a proliferação de células anormais.
a. 1º ponto: G1/S. Principal molécula que atua na intérfase: p53 - perdendo sua função abre caminhos para 
mutações genéticas (neoplasias). A partir do momento da lesão no material genético começo a sintetizar p53 e 
ela para o ciclo celular. Não atua sozinha: junto com a p21. Essas moléculas irão interromper o ciclo celular tanto 
em G1 quanto em G2. Interrompe o ciclo até a célula reparar o dano, caso não ocorra, elas vão ativar processos 
que vão levar a morte celular programada. p53 e p21: genes supressores de tumor (inibição do ciclo celular); 
Reparo celular ou morte celular (apoptose).
b. 2º ponto: G2/M. p53: a partir do momento que eu tenho um erro/lesão/dano, deixa o complexo MPF inativo (a cél 
fica paralisada em G2). Se não, ativa o MPF. Complexo MPF (fator promotor de maturação): a partir do momento 
em que a cél não tem nenhum dano, todo o material foi duplicado corretamente em S, esse fator promotor de 
maturação é ativado. Nada mais é que uma ciclina e CDKS. Ajuda no controle/passagem, da cél de G2 para M. 
A partir dele se tem o início da fase de mitose: condensação cromossômica; ruptura da carioteca; montagem do 
fuso; degradação da ciclina.
c. 3º ponto: MITOSE (onde as cromátides se separam, entre metáfase e anáfase).
7. O Papiloma vírus humano (HPV) é um vírus pertencente à família Papillomaviridae do gênero Papilomavirus, 
caracterizado por possuir uma cadeia dupla de DNA. Ele possui uma cápside proteica que envolve seu genoma de 
DNA de cadeia dupla. 
a. A organização biológica do HPV é típica dos vírus de DNA, onde o DNA viral é replicado no núcleo da célula 
hospedeira. 
i. Três oncogenes (E5, E6 e E7) os quais regulam o processo de transformação. (E6 e E7 interferem com a 
função dos genes celulares supressores de tumores p53 e pRB).
ii. Duas proteínas regulatórias (E1 e E2) as quais regulam a transcrição e replicação.
1. interagem em um equilíbrio complexo durante o ciclo de vida do HPV.
2. proteína E2 regula a expressão da proteína E1, controlando a replicação do DNA viral.
SP 1.1 – Eu sempre fui só de você... 10
3. interação E2-E1 é essencial para a replicação viral e para manter o número de cópias do genoma viral 
dentro da célula hospedeira.
4. E1
a. uma helicase, uma enzima que desenrola a dupla hélice do DNA. Ela é essencial para a replicação 
do DNA do HPV;
b. proteína E1 se liga a uma sequência específica no DNA viral chamada de "origem de replicação" e 
inicia a replicação do DNA do HPV;c. forma complexos com o DNA viral, auxiliando na formação de estruturas que permitem a replicação 
do DNA.
5. E2
a. regulação da expressão gênica do HPV;
b. age como um fator de transcrição que se liga a regiões específicas do DNA viral chamadas de "sítios 
de ligação E2";
c. pode ativar a transcrição de genes virais, como aqueles envolvidos na replicação viral, quando ligada 
a certos sítios de ligação. Ela também pode reprimir a transcrição de genes virais quando ligada a 
outros sítios.
iii. Duas proteínas estruturais do capsídeo L1 e L2.
1. L1
a. interação com os receptores das células hospedeiras durante a infecção;
b. altamente imunogênica, o que significa que ela é reconhecida pelo sistema imunológico do 
hospedeiro como um antígeno estranho. Isso levou ao desenvolvimento de vacinas baseadas na 
proteína L1 para prevenir infecções por HPV.
2. L2
a. está localizada abaixo da proteína L1;
b. papel importante durante a entrada do vírus nas células hospedeiras;
c. internalização do vírus nas células hospedeiras. Ela interage com os receptores nas membranas 
celulares e facilita a entrada do vírus na célula;
d. proteína L2 é menos imunogênica do que a proteína L1 e é menos propensa a ser reconhecida pelo 
sistema imunológico.
iv. Existem mais de 200 tipos conhecidos de HPV, classificados em "baixo risco" e "alto risco" com base em seu 
potencial oncogênico. 
1. os tipos de baixo risco geralmente causam verrugas genitais ou verrugas comuns (verrugas plantares, 
por exemplo). 
2. os tipos de alto risco têm maior potencial oncogênico e estão associados ao desenvolvimento de 
cânceres, como o câncer cervical, anal e orofaríngeo.
a. infecção por essas variantes pode levar a lesões pré-cancerígenas, como as neoplasias 
intraepiteliais cervicais (CIN) ou lesões anais pré-cancerígenas.
b. HPV16 e o HPV18, são frequentemente associados ao desenvolvimento de carcinomas de colo do 
útero, ânus, pênis e orofaringe.
b. As características biológicas do HPV incluem:
i. o HPV infecta principalmente as células da camada basal da epiderme e das mucosas;
ii. a replicação viral ocorre no núcleo da célula hospedeira;
iii. infecção geralmente não causa sintomas visíveis, mas em alguns casos, pode levar ao desenvolvimento de 
verrugas cutâneas ou lesões genitais;
iv. o HPV é transmitido principalmente por contato direto com a pele ou membranas mucosas infectadas.
v. os tipos virais (tais como o HPV16) que conferem um alto risco para o desenvolvimento de carcinoma 
cervical expressam variantes da proteína E7 com maior afinidade para a RB do que os tipos virais de menor 
risco.
SP 1.1 – Eu sempre fui só de você... 11
vi. apresenta tropismo seletivo para células do epitélio escamoso do trato genital.
c. Na infecção por HPVs de alto risco oncogênico, ocorre integração do DNA viral ao DNA celular em região em 
que bloqueia a transcrição dos genes virais E1 e E2, mas permite a expressão das proteínas virais E6 e E7. 
Estudos mostram que a integração do DNA do HPV nas células basais do epitélio escamoso precede a 
transformação de lesões de baixo grau (NIC1) para alto grau (NIC2 e NIC3). Infecção por HPVs de baixo risco 
(HPV 6 e 11 são os mais prevalentes), que em geral não levam à integração do DNA ao DNA celular (ou se 
integram em pequeno número de células e de forma transitória), associam-se ao condiloma acuminado no trato 
genital inferior e nas regiões anal e perianal.
8. A infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) está associada a vários fatores de risco que aumentam a 
probabilidade de contrair o vírus. Esses fatores de risco podem variar de acordo com o tipo de HPV e a forma de 
transmissão. Aqui estão alguns dos principais fatores de risco associados à infecção por HPV:
a. Atividade Sexual:
i. o HPV é principalmente transmitido por contato sexual, incluindo sexo vaginal, anal e oral. 
Ter múltiplos parceiros sexuais ou ter um parceiro sexual que teve múltiplos parceiros aumenta o risco de 
exposição ao vírus.
b. Falta de Uso de Preservativos:
i. o uso consistente e correto de preservativos pode reduzir o risco de infecção por HPV, embora não o elimine 
completamente, pois o contato com áreas não cobertas pelo preservativo ainda pode ocorrer.
c. Fumo e Tabagismo:
i. O tabagismo tem sido associado a um risco aumentado de infecção por HPV e de desenvolvimento de 
lesões pré-cancerígenas e câncer associados ao HPV.
d. Imunossupressão:
i. Pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos, como aquelas que passaram por transplantes de órgãos 
ou que têm HIV/AIDS, têm maior risco de infecção persistente por HPV.
e. Histórico de Infecções de Transmissão Sexual (ITS):
i. Ter tido outras infecções de transmissão sexual, como herpes genital, sífilis ou clamídia, pode aumentar o 
risco de infecção por HPV.
f. Histórico de Parceiro Sexual com HPV:
i. Ter um parceiro sexual com histórico de HPV aumenta o risco de infecção, pois o vírus pode ser transmitido 
mesmo quando não há sinais visíveis de infecção.
9. Prevenção e Tratamento.
a. Prevenção: vacinar-se contra o HPV é a medida mais eficaz de se prevenir contra a infecção. A vacina é 
distribuída gratuitamente pelo SUS e é indicada para:
i. Meninas e meninos de 9 a 14 anos, com esquema de 2 doses. Adolescentes que receberem a primeira dose 
dessa vacina nessas idades , poderão tomar a segunda dose mesmo se ultrapassado os seis meses do 
intervalo preconizado, para não perder a chance de completar o seu esquema;
ii. Mulheres e Homens que vivem com HIV, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes 
oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos, com esquema de três doses ( 0,2,6 meses) , independentemente 
da idade;
iii. A vacina não previne infecções por todos os tipos de HPV, mas é dirigida para os tipos mais frequentes: 6, 
11, 16 e 18.
iv. Exame preventivo contra o HPV, o Papanicolau é um exame ginecológico preventivo mais comum para 
identificar de lesões precursoras do câncer do colo do útero. Esse exame ajuda a detectar células anormais 
no revestimento do colo do útero, que podem ser tratadas antes de se tornarem câncer. O exame não é 
capaz de diagnosticar a presença do vírus, no entanto, é considerado o melhor método para detectar câncer 
de colo do útero e suas lesões precursoras.
v. Quando essas alterações que antecedem o câncer são identificadas e tratadas, é possível prevenir 100% 
dos casos, por isso é muito importante que as mulheres façam o exame de Papanicolaou regularmente.
vi. Preservativo: o uso do preservativo (camisinha) masculino ou feminino nas relações sexuais é outra 
importante forma de prevenção do HPV. Contudo, seu uso, apesar de prevenir a maioria das IST, não impede 
totalmente a infecção pelo HPV, pois, frequentemente as lesões estão presentes em áreas não protegidas 
SP 1.1 – Eu sempre fui só de você... 12
pela camisinha (vulva, região pubiana, perineal ou bolsa escrotal). A camisinha feminina, que cobre também 
a vulva, evita mais eficazmente o contágio se utilizada desde o início da relação sexual.
b. Diagnóstico: é atualmente realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais, dependendo do tipo de lesão, 
se clínica ou subclínica.
i. Lesões clínicas: se apresentam como verrugas na região genital e no ânus (denominadas tecnicamente de 
condilomas acuminados e popularmente conhecidas como "crista de galo", "figueira" ou "cavalo de crista"). 
Podem ser únicas ou múltiplas, de tamanhos variáveis, achatadas ou papulosas (elevadas e solidas). Em 
geral, são assintomáticas, mas podem causar coceira no local. Essas verrugas, geralmente, são causadas 
por tipos de HPV não cancerígenos.
ii. Lesões subclínicas (não visíveis ao olho nu): podem ser encontradas nos mesmos locais das lesões 
clínicas e não apresentam sinal/sintoma. As lesões subclinas podem ser causadas por tipos de HPV de baixo 
e de alto risco para desenvolver câncer.
iii. Podem acometer vulva, vagina, colo do útero, região perianal, ânus, pênis (geralmente na glande), bolsa 
escrotal e/ou região pubiana. Menosfrequentemente, podem estar presentes em áreas extragenitais, como 
conjuntivas, mucosa nasal, oral e laríngea.
iv. Mais raramente, crianças que foram infectadas no momento do parto podem desenvolver lesões verrucosas 
nas cordas vocais e laringe (Papilomatose Respiratória Recorrente).
10. As estratégias para a detecção precoce do câncer são o diagnóstico precoce (examinar pessoas com sinais e/ou 
sintomas da doença) e o rastreamento (aplicação de exame numa população assintomática, aparentemente 
saudável, com objetivo de identificar lesões sugestivas de câncer e encaminhá-la para investigação e tratamento) 
(WHO, 2007).
a. Rastreamento
i. O rastreamento do câncer é uma estratégia dirigida a um grupo populacional específico no qual o balanço 
entre benefícios e riscos dessa prática é mais favorável, com impacto na redução da mortalidade. Os 
benefícios são o melhor prognóstico da doença, com tratamento mais efetivo e menor morbidade associada. 
Os riscos ou malefícios incluem os resultados falso-positivos, que geram ansiedade e excesso de exames; 
os resultados falso-negativos, que têm como consequência a falsa tranquilidade do paciente; o 
sobrediagnóstico e o sobretratamento, relacionados à identificação de tumores de comportamento indolente 
(diagnosticados e tratados sem que representassem ameaça à vida) e os possíveis riscos dos testes para 
rastrear os diferentes tipos de câncer (BRASIL, 2010; INCA, 2021).
ii. O rastreamento do câncer do colo do útero se baseia na história natural da doença e no reconhecimento de 
que o câncer invasivo evolui a partir de lesões precursoras (lesões intraepiteliais escamosas de alto grau e 
adenocarcinoma in situ), que podem ser detectadas e tratadas adequadamente, impedindo a progressão 
para o câncer.
iii. O método principal e mais amplamente utilizado para rastreamento do câncer do colo do útero é o teste de 
Papanicolaou (exame citopatológico do colo do útero). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 
com a cobertura de, no mínimo, 80% da população-alvo, e a garantia de diagnóstico e tratamento adequados 
dos casos alterados, é possível reduzir, em média, de 60 a 90% a incidência do câncer cervical invasivo  
(WHO, 2002, OPAS, 2016).
b. Diretrizes do rastreamento
i. O método de rastreamento do câncer do colo do útero no Brasil é o exame citopatológico (exame de 
Papanicolaou), que deve ser oferecido às mulheres na faixa etária de 25 a 64 anos e que já tiveram atividade 
sexual (BRASIL, 2010, INCA, 2016).
ii. A priorização dessa faixa etária como população-alvo justifica-se por ser a de maior ocorrência das lesões de 
alto grau, passíveis de serem tratadas efetivamente para não evoluírem para o câncer. Segundo a OMS, a 
incidência desse câncer aumenta nas mulheres entre 30 e 39 anos, e atinge seu pico na quinta ou sexta 
década de vida. Antes dos 25 anos prevalecem as infecções por HPV e as lesões de baixo grau, que 
regredirão espontaneamente na maioria dos casos e, portanto, podem ser apenas acompanhadas conforme 
recomendações clínicas. Após os 65 anos, por outro lado, se a mulher tiver feito os exames preventivos 
regularmente, com resultados normais, o risco de desenvolvimento do câncer cervical é reduzido dada à sua 
lenta evolução (INCA, 2016).
iii. A rotina recomendada para o rastreamento no Brasil é a repetição do exame Papanicolau a cada três anos, 
após dois exames normais consecutivos realizados com intervalo de um ano. A repetição em um ano após o 
primeiro teste tem como objetivo reduzir a possibilidade de um resultado falso-negativo na primeira rodada 
SP 1.1 – Eu sempre fui só de você... 13
do rastreamento. A periodicidade de três anos tem como base a recomendação da OMS e as diretrizes da 
maioria dos países com programa de rastreamento organizado. Tais diretrizes justificam-se pela ausência de 
evidências de que o rastreamento anual seja significativamente mais efetivo do que se realizado em 
intervalos de três anos (INCA, 2016).
iv. O rastreamento de mulheres portadoras do vírus HIV ou imunodeprimidas constitui uma situação especial, 
pois, em função da defesa imunológica reduzida e, consequentemente, da maior vulnerabilidade para as 
lesões precursoras do câncer do colo do útero, o exame deve ser realizado logo após o início da atividade 
sexual, com periodicidade anual após dois exames normais consecutivos realizados com intervalo semestral. 
Por outro lado, não devem ser incluídas no rastreamento mulheres sem história de atividade sexual ou 
submetidas à histerectomia total por outras razões que não o câncer do colo do útero (BRASIL, 2016).
v. É importante destacar que a priorização de uma faixa etária não significa a impossibilidade da oferta do 
exame para as mulheres mais jovens ou mais velhas. Na prática assistencial, a anamnese bem realizada e a 
escuta atenta para reconhecimento dos fatores de risco envolvidos e do histórico assistencial da mulher são 
fundamentais para a indicação do exame de rastreamento.
vi. As mulheres diagnosticadas com lesões intraepiteliais do colo do útero no rastreamento devem ser 
encaminhadas à unidade secundária para confirmação diagnóstica e tratamento, segundo as diretrizes 
clínicas estabelecidas (BRASIL, 2016).
c. Diagnóstico Precoce
i. A estratégia de diagnóstico precoce contribui para a redução do estágio de apresentação do câncer (WHO, 
2017). Nessa estratégia, é importante que a população e os profissionais estejam aptos para o 
reconhecimento dos sinais e sintomas suspeitos de câncer, bem como o acesso rápido e facilitado aos 
serviços de saúde.
ii. Por apresentar sinais e sintomas apenas em fases mais avançadas, o diagnóstico precoce desse tipo de 
câncer é de difícil realização, mas deve ser buscado por meio da investigação de sinais e sintomas mais 
comuns como (BRASIL, 2016; OPAS, 2016):
1. Corrimento vaginal, às vezes fétido
2. Sangramento irregular em mulheres em idade reprodutiva.
11. Tratamento para HPV: não há cura para o vírus, e as verrugas podem desaparecer por conta própria. O tratamento 
visa eliminar as verrugas. Uma vacina que previne os variados tipos de HPV com maior probabilidade de causar 
verrugas genitais e câncer cervical é recomendada para meninos e meninas. Tratamento para câncer de colo de 
útero: se confirmada a presença de lesão precursora, ela poderá ser tratada a nível ambulatorial, por meio de uma 
eletrocirurgia. O tratamento para o Câncer de Colo Uterino caso deve ser avaliado e orientado por um médico. O tipo 
de tratamento dependerá do estadiamento (estágio de evolução) da doença e fatores pessoais, como idade da 
paciente e desejo de ter filhos. Na maioria dos casos, em estágios iniciais, envolve cirurgia (Histerectomia Total 
Radical), por vezes seguida de tratamento complementar com quimioterapia ou radioterapia. Em estágios 
avançados, em que há comprometimento dos gânglios linfáticos (linfonodos) da pelve ou de outros órgãos, envolve 
uma combinação de quimioterapia e radioterapia ou apenas quimioterapia.
12. O papilomavírus humano (HPV) é a infecção viral mais comum do trato reprodutivo. A maioria das mulheres e 
homens sexualmente ativos será infectada em algum momento de suas vidas e algumas pessoas podem apresentar 
infecções recorrentes. O tempo mais provável para a aquisição de infecção para homens e mulheres é pouco depois 
de se tornarem sexualmente ativos. O HPV é sexualmente transmissível, mas o sexo com penetração não é 
necessário para a transmissão. O contato genital, pele a pele, é um modo de transmissão reconhecido. Existem 
muitos tipos de HPV e a maioria deles não causa problemas. As infecções geralmente desaparecem sem qualquer 
intervenção, dentro de alguns meses após a aquisição, e cerca de 90% desaparecem no período de dois anos. Uma 
pequena proporção de infecções com alguns tipos específicos de HPV pode persistir e progredir para um câncer. O 
câncer do colo do útero é a doença mais frequentemente relacionada ao HPV. Quase todos os casos de câncer do 
colo do útero podem ser atribuídos à infecçãopelo HPV. A infecção com certos tipos de HPV também provoca uma 
proporção de cânceres do ânus, vulva, vagina, pênis e orofaringe, que são evitáveis usando estratégias de 
prevenção primária semelhantes às do câncer de colo do útero. Os tipos de HPV que não causam câncer 
(especialmente 6 e 11) podem causar verrugas genitais e papilomatose respiratória (doença caracterizada pelo 
aparecimento de tumores nas vias respiratórias, que vão do nariz e da boca até os pulmões). Embora essas 
condições sejam raramente fatais, o número de recidivas pode ser considerável. As verrugas genitais são muito 
comuns, altamente infecciosas e afetam a vida sexual.
13. Incidência e mortalidade.
SP 1.1 – Eu sempre fui só de você... 14
a. Incidência: no Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de 
câncer mais incidente entre mulheres. Para o ano de 2022 foram estimados 16.710 casos novos, o que 
representa um risco considerado de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres (INCA, 2021). 
Na análise regional, o câncer do colo do útero é o primeiro mais incidente na região Norte (26,24/100 mil) e o 
segundo nas regiões Nordeste (16,10/100 mil) e Centro-Oeste (12,35/100 mil). Já na região Sul (12,60/100 mil) 
ocupa a quarta posição e, na região Sudeste (8,61/100 mil), a quinta posição (INCA, 2019). As taxas ajustadas 
de incidência por estados e o Distrito Federal podem ser vistas na figura 1. O ajuste por idade possibilita a 
comparação entre os estados, eliminando o efeito das diferenças na composição etária entre eles.
i. Figura 1. Representação espacial das taxas estimadas de incidência por neoplasia maligna do colo do útero, 
ajustadas por idade pela população mundial, por 100 mil mulheres, segundo Unidade da Federação, 2022.
1. As taxas de incidência e o número de casos novos estimados são importantes para avaliar a magnitude 
dadoença no território e programar ações locais. A tabela 1 mostra o número de casos novos estimados e as 
taxas brutas e ajustadas de incidência de câncer do colo do útero para o ano de 2022, por Unidade da 
Federação.
b. Mortalidade: no Brasil, a taxa de mortalidade por câncer do colo do útero, ajustada pela população mundial, foi 
de 4,60 óbitos/100 mil mulheres, em 2020 (INCA, 2020). Na série histórica das taxas de mortalidade do Brasil e 
regiões, é possível observar que é na região Norte que se evidenciam as maiores taxas do país, com nítida 
tendência temporal de crescimento entre 2000 e 2017 (Figura 1).
i. Figura 1. Taxas de mortalidade por câncer do colo do útero, ajustada por idade pela população mundial. 
Brasil e regiões, 1980 a 2020
ii. Na figura 2 é possível observar as taxas de mortalidade por câncer do colo do útero em cada estado. 
SP 1.1 – Eu sempre fui só de você... 15
iii. Na mortalidade proporcional por câncer em mulheres, em 2020, os óbitos por câncer do colo do útero 
ocupam o terceiro lugar no país, representando 6,1% do total. Esse padrão é semelhante para as regiões 
Centro-Oeste e Nordeste onde também ocupa a terceira posição, com 7,6% e 8,2% dos óbitos 
respectivamente. Os menores percentuais estão no Sudeste (4,3%) e Sul (4,8%), onde ocupam 
respectivamente a sétima e a sexta posição. Chama a atenção a região Norte, onde os óbitos por câncer do 
colo do útero ocupam a primeira posição, com 
15,7% dos óbitos por câncer em mulheres. (INCA, 2021).
iv. O câncer do colo do útero é raro em mulheres de até 30 anos. A mortalidade aumenta progressivamente a 
partir da quarta década de vida (Figura 3).
v. Figura 3. Taxas de mortalidade por câncer do colo do útero, específicas por faixas etárias, por 100 mil 
mulheres. Brasil, 1979 a 2020
14. Neoplasia é um termo que se refere ao crescimento anormal e desordenado de células, resultando na formação de 
um novo tecido. Esse crescimento pode ser benigno ou maligno. Tumor é uma massa ou agrupamento anormal de 
células que se multiplicam de maneira descontrolada. Nem todos os tumores são cancerígenos; alguns são benignos 
e outros são malignos. Câncer maligno é uma forma de neoplasia em que as células se multiplicam de forma 
desordenada, invadem tecidos circundantes e têm a capacidade de se espalhar para outras partes do corpo, em um 
processo chamado metástase. Cânceres malignos são geralmente mais agressivos e podem representar riscos à 
saúde, pois podem afetar o funcionamento de órgãos e sistemas vitais. Câncer benigno, por outro lado, é uma 
forma de neoplasia em que as células se multiplicam de maneira desordenada, mas não têm a capacidade de invadir 
tecidos circundantes ou se espalhar para outras partes do corpo. Esses tumores tendem a crescer de forma mais 
localizada e não representam a mesma ameaça à saúde que os cânceres malignos. No entanto, dependendo de sua 
localização e tamanho, tumores benignos ainda podem causar problemas e requerer tratamento. Em resumo, as 
principais diferenças entre neoplasias benignas e malignas (câncer benigno e câncer maligno) estão na 
SP 1.1 – Eu sempre fui só de você... 16
agressividade do crescimento, na capacidade de invadir tecidos circundantes e na possibilidade de metástase. 
Cânceres malignos têm um potencial maior de causar danos graves e requerem tratamentos mais agressivos, como 
cirurgia, quimioterapia, radioterapia e terapias-alvo. Tumores benignos, embora também exijam atenção médica, 
geralmente apresentam um prognóstico mais favorável.
💡 https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/dados_e_numeros_colo_22setembro2022.pdf
ANOTAÇÕES DO FECHAMENTO DA TUTORIA
VIA RAS → do G0 para o G1 ] Estímulo (mitógeno: fator de crescimento; hormônio; nutriente; fatores externos…) 
→ via se liga a um receptor na superfície da célula → ao ligar desencadeia uma cascata de sinalização (que 
envolve várias proteínas subsequentes) → libera substância dentro da célula que age no DNA → age um 
determinado gene para que seja transcrito → produção de ciclina
Se junta com a CDK → forma complexo e fosforila o proteína RB (desativa) → se desliga do E2F → transcrição e 
a célula começa a se dividir
Patognomonio de uma célula infectada pelo HPV = Coilocito.
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/dados_e_numeros_colo_22setembro2022.pdf
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