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Teorias na Práticas-6

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TEORIA DA COMUNICAÇÃO 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Alexandre Correia dos Santos 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá! Tudo bem? Compreender as teorias, com suas ementas e conceitos, 
é gratificante e enriquecedor. Porém, colocá-las em prática é ainda mais 
fascinante. Referencie suas atividades às teses que as embasam. Perceba o 
quão importante é esse aporte teórico, no nosso dia a dia. Boa leitura, divirta-se! 
CONTEXTUALIZANDO 
Saber fazer e fazer saber 
Compreender as nossas práticas diárias, o compartilhamento de 
informações, a vida em rede, a importância da tecnologia por trás das nossas 
ações; perceber o papel do consumidor e do receptor, nos processos 
comunicacionais, passa a ser uma tarefa imprescindível dos profissionais de 
jornalismo, relações-públicas e de publicidade e propaganda. Vamos conhecer 
os conceitos mais importantes. 
TEMA 1 – MEDIA LIFE 
Nos últimos tempos, a criação, a produção, a circulação, os próprios 
conceitos de recepção e consumo das mensagens se modificaram. De décadas 
para cá, experienciamos transformações na forma de comunicar: mais 
participação, colaboração e conexão são premissas dessa vida em rede que hoje 
presenciamos. 
A complexificação de conteúdos e mensagens distribuídos nas novas 
mídias exigiu adaptações da própria audiência, que, de ente passivo, passou a 
ser um gerador de conteúdo ativo, ligado, que faz questão de participar e se 
envolver com as mais diversas questões. Esse mesmo produtor de conteúdo tem 
acompanhado, a par e passo, as evoluções das plataformas midiáticas, uma vez 
que a rede – a internet –, após se consolidar, virou um grande depositório de 
trocas e experiências múltiplas, novas, viabilizando inéditas trocas de 
conhecimento, expertise e relacionamentos diversos, em todos os âmbitos 
(culturais e, sobretudo, sociais). 
Hoje, simples tarefas – como a de contar histórias – se tornaram mais 
complexas, envolvendo todas as partes da narrativa, tornando a marca e os seus 
clientes importantes peças desse grande e fascinante contexto. As empresas 
 
 
3 
brigam, cada vez mais, pela atenção de seus clientes, fazendo com que os 
produtores de conteúdo, de storytelling, se desdobrem na disputa pela audiência 
e pela sua atenção, grandes objetivos nos planejamentos comunicacionais. 
Além disso, importantes autores como Deuze, Speers e Blank (2010) 
assumem que há uma nova forma de vida ou novo padrão de comportamento – 
aqui denominado como vida (trans)midiática1. Temos que compreender a 
chamada convergência midiática como muito mais do que avanços ou simples 
alterações de dispositivos e formas de fazer comunicação, uma vez que 
percebemos que o que tem sido alterado não é apenas a forma de fazer saber 
ou saber fazer. 
Mas, sim, o que ocorre é uma profunda alteração no relacionamento entre 
velhas e novas mídias, por exemplo. As empresas, organizações, indústrias e, 
obviamente, as audiências e os diversos públicos passam a criar, produzir e 
compartilhar conteúdos múltiplos, sob o ponto de vista da divulgação de produtos 
e serviços por parte das empresas e, por sua vez, de clientes e stakeholders, 
que também geram conteúdos importantes para esse movimento. Afinal, os 
clientes, nesse fluxo, são responsáveis diretos por gerar, distribuir, arquivar 
diferentes formas de conteúdo e, depois, colocá-los novamente para circular. 
As relações que existem, especialmente entre as mídias e o fazer diário, 
são largamente estudadas por pesquisadores do mundo todo, para tentar pensar 
qual o papel (ou quais os papéis) que tais suportes comunicacionais têm na vida 
cotidiana das pessoas. 
Muitos de nós acessamos nossa realidade tendo como suporte as 
diferentes mídias, contando desde o simples acesso às notícias, via celular, a 
usos cada vez mais sofisticados, em nosso dia a dia. Manovich (2001) chama tal 
fenômeno de prática da vida (midiática) cotidiana. 
A partir da consolidação da web 2.0, o acesso à vida das outras pessoas 
tornou-se corriqueiro, diário, comum. E, obviamente, isso não fica reservado a 
acessos privados, mas a práticas de todas as regiões, de todos os países, de 
todo o mundo, desnudando todas as suas culturas e subculturas, pois tudo 
passou a ser facilmente encontrado, transparente, visível. 
Podemos citar inúmeras plataformas que servem para esse tipo de 
interação: 
 
1 Para Deuze (2012, tradução nossa), mídias são “[...] sistemas (simbólicos ou tecnológicos). 
Vida significa viver uma vida ao vivo, uma vida que vale a pena ser vivida”. Para ele, vida na 
mídia inclui mais que “software, hardware e conteúdo”. 
 
 
4 
 Tumblr; 
 Flickr; 
 Facebook; 
 Blogger; 
 YouTube; 
 Instagram; 
 LinkedIn, entre tantas outras redes. 
 
Crédito: Bloomicon/Shutterstock. 
Assim, o que realmente experimentamos é uma espécie de presença e 
onipresença de mídias com fins de multitarefas, cujos usos e apropriações são 
normais, comuns em nossas práticas de dia a dia. 
Deuze, Speers e Blank (2010) ressaltam que esse tipo de interação ou 
normalização da vida pelo uso cotidiano de múltiplos suportes se torna um “[...] 
lugar totalmente midiatizado, onde a mídia acaba por se tornar a base e o 
entorno das experiências e expressões da vida diária”. Em outras palavras, eles 
defendem que “a vida é vivida na mídia e não com ela” (Deuze; Speers; Blank, 
2010). 
As novas gerações convivem com a internet, por exemplo, crescendo com 
o seu desenvolvimento, completamente envoltos pela mídia. A própria noção 
básica de realidade está, nesse momento, influenciada pela comunicação 
midiatizada. 
 
 
5 
O idealismo (aquilo que nós percebemos), em conjunto com o 
materialismo (o que é aparente), envolvem-se com a realidade na vida midiática 
das pessoas (Deuze; Speers; Blank, 2010). 
O fato é que, quando estamos on-line, o fazemos e nos relacionamos com 
dispositivos e tipos de mídias de diferentes formas e formatos, com objetivos 
completamente distintos, muitas vezes sem perceber que somos os 
protagonistas dessas vidas midiáticas cada vez mais conectadas. 
TEMA 2 – A CULTURA DA CONEXÃO 
Já falamos sobre a propagabilidade da mídia e da convergência, marcos 
importantes para a compreensão da comunicação de dez anos (ou menos) para 
cá. Se pensarmos a convergência como o passo seguinte às utilizações em larga 
escala da rede mundial de computadores como plataforma de colaboração e 
participação; e a propagabilidade como o compartilhamento de informações 
facilitadas (com uso maciço do CtrlC/CtrlV, copiar e colar) e a sua disseminação 
na rede, podemos também pensar a cultura da conexão como um passo seguinte 
a essas fases ou, ainda, como resultado direto delas. A justificativa cultural dá-
se, por exemplo, na utilização prática dos canais de comunicação para um cliente 
reclamar ou elogiar uma marca, em seus canais de atendimento. Essa prática é 
cada vez mais comum, entre os usuários desse tipo de serviço. 
Jenkins, Green e Ford (2014) alertam de que essa cultura da conexão não 
está intimamente ligada ou atrelada unicamente a relatórios precisos de 
compartilhamentos, curtidas ou importantes números de audiência. O que os 
autores buscam, agora, é compreender o funcionamento da conversação e de 
seus efeitos entre produtores e consumidores e – especialmente – nos 
resultados dessas trocas que geram os compartilhamentos, destinados a 
culturas muito específicas e que se dispersam ou espalham muito mais 
desorganizadamente informações, mas que o fazem de forma orgânica. 
Porém, os cientistas são cautelosos, em suas análises. Jenkins (2008), 
autor do consagrado A cultura da convergência, preconiza que as redes sociais 
não são inovadoras em si, mas já possuem registros importantes no escopo da 
cultura participativa, com uma história e uma cultura já consolidadas ao longo da 
vida da plataforma; assim, o que mudou foi o alcance das publicaçõespostadas 
em canais como YouTube e Twitter, por exemplo. 
 
 
6 
Os pensadores contestam, ainda, termos considerados como importantes 
reguladores de práticas comunicacionais, como vírus, sob a forma dos 
chamados conteúdos virais; ou grudar, no caso de uma postagem, pois não 
carregam os preceitos ou refletem o verdadeiro comportamento das culturas 
digitais e participativas, mas sim se aproximam, em conteúdo e efeito, das 
clássicas e antigas teorias da comunicação de massa e dos conceitos de 
receptor ou destinatário, essencialmente passivo. Propagabilidade, para esses 
pesquisadores, ganha contornos de potencialidade técnica e cultural, dos 
conteudistas e da audiência, de pensarem suas postagens e temas segundo 
seus próprios fins, cuidando de questões legais (como direito autoral) e – não 
raro – contra seu próprio desejo de postagem. Esses atores, ao reconsiderarem 
seus critérios de audiência e de níveis de engajamento, repensam suas próprias 
estratégias de monetização. A cultura da conexão é representada justamente 
por esses agentes. 
A tensão entre produtor de conteúdo e seu consumidor (usuário) redefiniu 
as relações entre essas partes, mas foi incapaz de estabelecer relações 
contínuas, duradouras e que beneficiassem os dois lados dessa comunicação. 
Entre outros motivos, o rígido controle do acesso aos direitos autorais e a 
incapacidade de alcance de postagens importantes resultaram em um 
afastamento natural entre os conteudistas (produtores) e seu público 
(receptores), não gerando valor a essa cultura da propagação. 
Assim, fica clara a interpretação de que a evolução tecnológica 
experimentada na comunicação social orienta os indivíduos a novas formas de 
relacionamento com a cultura. Jenkins, Green e Ford (2014) preconizam que 
experienciamos uma nova lógica midiática: é a cultura sendo moldada pelas 
mídias e, sobretudo, pelos seus conteúdos propagáveis. 
Devemos compreender essa mobilização como analistas da influência 
das redes sociais, por exemplo, nos relacionamentos humanos, e daí advém o 
nosso grande desafio como comunicadores sociais: perceber esses 
desdobramentos recentes, inevitáveis e ininterruptos no hábito, na cultura e na 
forma de uso desses recursos consiste em compreender como o aumento do 
alcance e da prática (utilização) deles deve pluralizar a criação, promovendo 
alterações nos públicos e comunidades de contato. 
O uso, em larga escala, dos dispositivos móveis pode reconfigurar 
concepções antigas aceitas em valores sociais, nos obrigando a rever conceitos 
 
 
7 
e práticas diante das possibilidades e movimentos proporcionados pelas 
mudanças recentes. Afinal, hoje vivemos uma realidade de conexão sem 
precedentes nos estudos da comunicação. 
Em termos culturais, se pensarmos a conectividade e a interação, estas 
desencadeiam uma frequência maior e mais virtualizada de atividades, por 
exemplo no caso de um menino que assiste a um show de rock, ao vivo, 
presencialmente, mas que explora os recursos tecnológicos do seu celular e de 
conexão, transmitindo-o em tempo real, na sua timeline ou em seus stories, 
narrando aos seus seguidores a sua experiência. Em outras palavras, isso não 
significa dizer que o espectador de um show possivelmente esteja mais 
preocupado com transmitir por streaming um evento do que propriamente com 
aproveitá-lo, o que, felizmente, não é a regra. 
O cenário atual converge com as tendências veiculadas pelo mercado, em 
que o consumidor virtual será cada vez mais impactado (ou influenciado) pelos 
dispositivos móveis, uma vez que os smartphones fazem parte de quase 100% 
do tempo de seus usuários, tornando-os mais conectados do que nunca. 
Pesquisa recente, divulgada, ao final de 2018, pelo Hootsuite2 (2018), 
indica que, no mundo, somos mais de 4,021 bilhões de pessoas que utilizam a 
internet diariamente, com 3,196 bilhões de pessoas que são filiados a mídias 
sociais, sendo que mais de 5,135 bilhões de pessoas são usuárias da internet e 
das redes e 5,135 bilhões de pessoas usam o celular como forma de acesso. 
Além disso, no Brasil já somos mais de 139,1 milhões de pessoas 
conectadas à internet; 130 milhões de pessoas têm perfis em redes sociais cuja 
principal forma de acesso é via smartphone; e 143 milhões de pessoas utilizam 
smartphone. 
Como os próprios números nos ensinam, não é possível virarmos as 
costas para esse fenômeno, cada vez mais (oni)presente na vida das pessoas, 
influenciando, assim, a sua forma de viver e conviver, seja coletiva, seja 
culturalmente. 
TEMA 3 – A EVOLUÇÃO DO PÚBLICO DA COMUNICAÇÃO 
Atualmente, sabemos o que o público espera, em termos de 
comunicação. São inúmeras pesquisas, testes, análises comportamentais, 
 
2 O Hootsuite é uma plataforma de controle e métricas para mídias e redes sociais. 
 
 
8 
estatísticas, dados que personificam e nos demonstram quem é esse público 
que evolui, com o passar dos anos, por questões históricas, culturais e 
adaptativas às novas tecnologias e delineia perfis distintos dos antigos clientes 
ou consumidores, que tinham hábitos completamente diferentes há 10, 15 anos. 
O consumidor on-line dispõe de acesso e possibilidades de pesquisas imediatas, 
facilidades de navegação e usabilidade, além de conteúdos infindáveis na rede. 
E esse perfil dá conta do público consumidor tanto de produtos e/ou serviços 
quanto de conteúdos, notícias, informações. 
Para atrair a atenção desses indivíduos, a informação deve ter como 
ponto de partida a sua relevância – a importância de se fornecer um bom 
conteúdo, independentemente do segmento que a marca, empresa ou indivíduo 
atuem. Afinal, se buscarmos amparo em teorias da administração, por exemplo, 
nichos e segmentos de mercados concorrentes que são líderes de vendas on-
line são os preferidos dos clientes, na hora da compra. O cliente (consumidor) 
sempre vai optar por aquele que mais se destaca, em um cenário cada vez mais 
disputado. Na Figura 1 há um infográfico que mostra as áreas mais acessadas 
e consumidas pelos indivíduos, on-line. 
Figura 1 – O que reforça o amadurecimento do consumo on-line de bens não 
duráveis 
 
Fonte: Webshoppers, 2019. 
 
 
9 
É importante analisarmos os mercados que mais ganham com os 
movimentos dos consumidores on-line, para que possamos compreender os 
hábitos dos consumidores nacionais. 
Assim, mudanças comportamentais são características do consumidor 
atual: com acesso facilitado à informação, esse usuário tornou-se um agente 
informado, com acesso irrestrito à informação sobre produtos, o que lhe permite 
comparar preços, verificar disponibilidades de estoque, buscar melhores 
referências para realizar uma compra inteligente, facilitando os seus processos 
de compra. A mesma métrica vale para o consumidor de notícias. O consumidor 
de conteúdos sabe onde pesquisar; sabe quais as melhores fontes, as mais 
confiáveis. 
Figura 2 – Redes sociais que mais motivam decisões de compra 
 
Fonte: E-bit, [S.d.]. 
O acesso remoto, com a utilização de diferentes formas de acesso às mais 
distintas plataformas on-line, cria um sentimento de empoderamento nos 
clientes, que, com uma vida cada vez mais atribulada, dispõem de menos tempo 
para conviver na sociedade informacional que ora experimentamos. O 
consumidor, agora ativo, exige uma melhor informação acerca do produto que 
ele busca; uma melhor qualidade de fontes; um conteúdo ainda mais relevante. 
Nesse caso, o acesso mobile, por exemplo, é cada vez mais a realidade de 
grande parte dos consumidores. Vale lembrar que, com isso, o consumidor 
passa a antecipar movimentos de ação, seja de pesquisa, seja de compra, 
 
 
10 
muitas vezes não dando tempo para as empresas adequarem-se a essa 
realidade. 
Devemos respeitar o poder e as razões advindas do bom-senso e da 
inteligência do consumidor. As empresas que mantiverem conteúdos eprodutos/serviços relevantes, permanecerão no mercado; as demais tendem a 
desaparecer. Além de tudo isso, hoje o cliente conta com ferramentas on-line 
justamente para divulgar e compartilhar atos de má-fé cometidos por empresas 
mal-intencionadas. Organizações como o Reclame Aqui (Figura 3), hoje, se 
multiplicam nas redes, podendo desgastar demais uma marca on-line. 
Consumidores, atualmente, tendem a pesquisar muito os pontos positivos e 
negativos em pré-compras, principalmente de bens duráveis que realizem on-
line. 
Figura 3 – Site do Reclame Aqui, depositório de reclamações on-line 
 
Fonte: Reclame Aqui, [S.d.]. 
Por fim, o cliente on-line chamado de buyer persona (aquele consumidor 
que experimenta sempre novos produtos e serviços de tecnologia e realmente 
se envolve com as experiências on-line) é o ideal para qualquer empresa, 
justamente pelos seus hábitos e cultura de lançar mão de todos os recursos em 
prol de si mesmo, facilitando assim um processo de emancipação de compra 
que, se bem trabalhado, gera o engajamento tão almejado pelas organizações, 
fazendo com que esse ator se torne um grande advogado de uma marca, 
divulgador dos bons atributos de determinada organização. 
TEMA 4 – A CULTURA DA MEDIATIZAÇÃO – A TEORIA DAS MEDIAÇÕES 
 
 
11 
Atualmente, os cientistas consideram como a mais recente teoria da 
comunicação o que denominamos de cultura da mediatização ou, ainda, como 
teoria das mediações. Para Hepp (2012), a sua ideia é de que as culturas das 
mídias contemporâneas são moldadas pelos meios. O mesmo autor, em 
consonância com demais autores atuais, defende que devemos pensar as 
relações existentes entre a tecnologia e as nossas práticas sociais com base em 
estudos relacionais sobre os meios, porque essas tecnologias estão intimamente 
ligadas (vinculadas) às transformações socioculturais históricas que compõem a 
sociedade moderna. 
Para o conceito de mídia, Hepp (2012) reforça a ideia de que os conceitos 
relacionados ao termo são tecnologizados, porque – teoricamente – ela está 
(oni)presente em toda a parte. Já o termo mediação, para Williams (1983), pode 
ser utilizado de três formas: 
1. para definir uma posição de contrato entre dois opositores; 
2. para descrever tal interação como substantiva em si, por meio de suas 
próprias formas; 
3. para descrever a interação de dois conceitos ou forças opostas em uma 
totalidade a qual pertençam. 
Williams (1983) observa, ainda, o desenvolvimento do broadcasting (rádio 
e televisão) como uma forma cultural exposta nos debates comunicacionais 
como reflexo de uma ordem essencialmente capitalista, que reorganiza o nosso 
cotidiano e a sociabilidade. O autor adverte que é nesse momento que a 
televisão e o rádio ganham um sentido social. 
A contemporaneidade nos oportuniza dois momentos distintos: o primeiro 
proporcionado pela mobilidade, pela rapidez e pelo acesso às informações, 
como consequência; e o segundo em que a nossa residência nos proporciona 
um confortável acesso a tais informações, com um modo de vida centrado em 
casa. Com a ampliação das distâncias entre nosso trabalho e nosso lar e a 
consequente transformação da experiência social, geram-se o que Williams 
(1983) chama de novos inputs: notícias e entretenimentos são levados para 
dentro dos lares. 
Martin-Barbero (2004) reforça um entendimento de mediação: investigar 
as mediações significa compreendê-las com base nas articulações entre práticas 
de comunicação e movimentos sociais. O que temos na realidade, é a 
diversificação da audiência, cada vez menos controlada, com uma enorme 
 
 
12 
multiplicidade de opções de escolha em termos de mídias, seja em sua 
residência, sejam alocadas em seu dispositivo móvel. 
Tais autores ainda recomendam releituras de teorias anteriores como as 
da escola de Frankfurt, que já apontavam índices e tendências voltadas para a 
onipresença dos meios de comunicação ante a criação do termo indústria 
cultural. 
Assim, como consideração final, podemos observar que não há como 
pensarmos a comunicação sob a forma de media ou de mediatização sem que 
ela esteja presente em todos os lugares. 
TEMA 5 – A FALÊNCIA DA PERSUASÃO 
Muito antes da era da comunicação de massa, houve uma época em que 
a voz humana era o único veículo de comunicação passível de convencimento 
das pessoas, por meio do diálogo ou do contato dialógico. Assim, ela era a única 
forma prática de que dispúnhamos para persuadir ou convencer as pessoas a 
alterarem suas convicções e ações, sendo assim importante para o intento de 
aliciar, incitar as massas. 
Até hoje, existem vários estudos que ainda visam compreender os 
princípios da persuasão, no contexto das comunicações de massa. Existe um 
emprego premeditado, em forma e texto, para convencer imperativamente as 
pessoas, como audiências, em falas como: 
 votem (em tal candidato político); 
 comprem já (determinado produto); 
 assistam agora (a tal filme); 
 doem (valores para determinada instituição); 
 acompanhem (tal noticiário). 
Assim, entendemos que também existem diferentes formas de 
comportamento que são capazes de sucumbir a esses apelos imperativos e 
urgentes. Isso depende tão somente da forma com que a comunicação pretende 
atingir o seu intento e incitar, persuadir, convencer o seu público-alvo. Porém, 
outras formas mais sutis de persuasão também são sentenças aplicáveis e 
válidas: mudanças que exijam troca de crenças, opiniões ou atitudes subjetivas 
são suposições que merecem igual estudo e respeito. 
 
 
13 
O comportamento ostensivo da mídia com critérios de persuasão também 
é validado. Campanhas políticas, propagandas institucionais, matérias 
tendenciosas muitas vezes lançam mão de artifícios persuasivos com o único 
intento de convencer determinados grupos, culturas ou sociedades a participar 
ativamente e partilhar de suas convicções. 
A verdade é que algumas dessas ações conseguem resultados 
inimagináveis, ao passo que outras falham no seu desenvolvimento, pois a 
persuasão pode ser considerada uma arte, praticada há séculos e que a ciência 
ainda procura entender com teorias apoiadas em bases científicas, mas também 
em puro achismo. 
Há quem diga que a persuasão, academicamente, é um estudo inacabado 
ou até mesmo um beco sem saída. Porém, outra ala da academia diz que a 
persuasão e os estudos relacionados com essa matéria fracassaram. Para 
Messagi Jr. (2018), os meios fracassaram; porque não convencem as pessoas 
facilmente, basicamente, porque elas resistem a seus argumentos. O autor 
ainda aponta que isso dá-se por quatro motivos diferentes: 
1. o desinteresse em obter a informação – a apatia para o consumo da 
informação; 
2. a exposição seletiva – as pessoas, hoje, escolhem com o que desejam 
interagir; 
3. a percepção seletiva – o indivíduo tende a reinterpretar as mensagens 
recebidas; 
4. a memorização seletiva – memorizamos apenas o que desejamos. 
Por mais óbvio que pareça, a audiência, hoje, escolhe o que ver, ouvir e 
ler. Optamos por receber ou não as informações. Isso é uma prova irrefutável da 
aceitabilidade dessa hipótese de não persuasão da mensagem. 
TROCANDO IDEIAS 
Para debate 
Uma rede social pode moldar comportamentos? Discuta isso em grupo, 
juntando provas que concordem com ou refutem essa hipótese. Boa discussão! 
 
 
14 
NA PRÁTICA 
Redes e meios sociais 
Não há como falarmos de comunicação sem perceber ou compreender o 
pano de fundo dessas imbricadas plataformas. Todas estão relacionadas com 
o conhecimento humano e – inevitavelmente – com a sociabilidade. Quais as 
redes sociais que mais influenciam o comportamento humano? Pesquise e 
realize uma rápida análise a respeito, sob o ponto de vista comunicacional, do 
poder das redes sociais. 
FINALIZANDO 
Conhecimento nunca é demais 
Não pare os seus estudos por aqui. Avance! Busque novas referências 
para construir o conhecimento. Use a bibliografiarecomendada e pesquise 
novos tópicos, com base nas obras sugeridas. Afinal, isso ninguém tirará de 
você. 
Foi um prazer enorme aprender com você! Até a próxima 
oportunidade! 
 
 
 
15 
REFERÊNCIAS 
DEUZE, M. Media Life. Cambridge: Polity, 2012. 
DEUZE, M.; SPEERS, L.; BLANK, P. Vida midiática. Revista USP, São Paulo, 
n. 86, p. 139-145, 2010. 
HEPP, A. Cultures of mediatization. Cambridge: Polity Press, 2012. 
JENKINS, H. A cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2008. 
JENKINS, H.; GREEN, J.; FORD, S. Cultura da conexão. São Paulo: Aleph, 
2014. 
MANOVICH, l. The language of New Media. Cambridge: MIT Press, 2001. 
MARTIN-BARBERO, J. Ofício de cartógrafo: travessias latino-americanas da 
comunicação na cultura. São Paulo: Edições Loyola, 2004. 
MESSAGI JR., M. Teorias da comunicação. Curitiba: Ed. InterSaberes, 2018. 
RECLAME AQUI. [S.l.], [S.d.]. Disponível em: 
<https://www.reclameaqui.com.br/>. Acesso em: 3 dez. 2019. 
WILLIAMS, R. Towards 2000. Londres: The Hogart Press, 1983.

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