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Aula 2 - Controle Const Leg local (Educa)

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Rodrigo Lobo Canalli
Controle de 
constitucionalidade 
da legislação local
AULA 2
Tutela constitucional das normas locais 
(estaduais, distritais e municipais)
Sumário
1. Introdução ...........................................................................................3
2. Normas locais e a Constituição Federal ...............................................3
3. Normas locais e as constituições estaduais .........................................7
4. Controle difuso de constitucionalidade de normas locais ....................10
5. A representação de inconstitucionalidade estadual .............................12
6. Normas locais e jurisdição constitucional do STF ................................15
7. Considerações finais ............................................................................16
8. Para aprofundar ..................................................................................17
Glossário .................................................................................................18
Tutela constitucional das normas locais (estaduais, distritais e municipais)
Controle de constitucionalidade da legislação local
AULA 2
3
1. Introdução
Seja bem-vindo, caro aluno, à segunda aula do nosso curso, na qual investigaremos 
a aplicação dos mecanismos judiciais de controle de constitucionalidade ao exame de 
leis estaduais, distritais e municipais.
Na aula anterior, traçamos o mapa, por assim dizer, da divisão constitucional 
de competências normativas entre os diferentes entes formadores da estrutura 
federativa brasileira. Um ponto importante a ser destacado diz respeito à distinção 
entre as competências legislativas conferidas pela Constituição em caráter privativo 
e aquelas conferidas em caráter concorrente.
A partir de agora, deixando a União um pouco de lado, vamos nos concentrar 
na relação entre a produção legislativa dos entes periféricos e os mecanismos de 
que dispõe o Poder Judiciário para fiscalizar a constitucionalidade das leis ou atos 
normativos estaduais, distritais e municipais em face tanto das constituições estaduais 
quanto da Constituição Federal. Combinado?
Nosso principal objetivo é compreender como as normas locais se relacionam 
com a Constituição Federal e com as constituições estaduais. Nesta aula, também 
estudaremos como é feito o controle de constitucionalidade das normas locais pelos 
Tribunais de Justiça em face da Constituição estadual. Vamos lá!
2. Normas locais e a Constituição Federal
Para os fins que interessam ao tema do nosso curso, podemos dizer que a 
Constituição Federal desempenha três papéis distintos.
Em primeiro lugar, ela é a Constituição da Federação, o chamado Pacto 
Federativo. Nessa dimensão, é o documento que organiza a estrutura federativa, 
definindo os espaços de poder a serem exercidos pelos entes que a integram (União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios) e como se dá o relacionamento entre eles. 
A distribuição de competências normativas, que estudamos na aula anterior, faz 
parte desse aspecto da Constituição. Outro tema relevante que diz respeito ao Pacto 
Federativo é a estruturação do sistema tributário nacional, com a definição das 
competências tributárias de cada ente e das regras para a repartição das receitas.
O segundo papel desempenhado pela Constituição é o que podemos chamar 
de Constituição da União. No exercício desse papel, a Constituição Federal define 
Tutela constitucional das normas locais (estaduais, distritais e municipais)
Controle de constitucionalidade da legislação local
AULA 2
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as regras estruturantes das instituições internas do ente político União, como, por 
exemplo, o funcionamento dos seus poderes. Aqui, o objeto não é a relação entre 
os diferentes entes políticos, e sim a estrutura interna de um deles, no caso o ente 
central. Esse papel, como veremos, será desempenhado, no âmbito dos Estados, 
pelas respectivas constituições estaduais, e, nos municípios e no Distrito Federal, pelas 
respectivas leis orgânicas.
Por fim, a Constituição da República contém instruções que devem ser 
observadas pelos Estados na elaboração das constituições estaduais e pelos 
Municípios e pelo Distrito Federal na elaboração das leis orgânicas. Assim, enquanto 
o poder constituinte originário, ao promulgar a Constituição Federal, parte “do zero”, 
sem se sujeitar a limite jurídico algum que o anteceda, o chamado poder constituinte 
decorrente (poder constituinte estadual) é, na ordem jurídica brasileira, sempre 
derivado e já nasce confinado aos limites para ele definidos na Constituição Federal.
Dessa estrutura decorre que as leis e os demais atos normativos produzidos por 
um Estado são hierarquicamente subordinados tanto à Constituição Federal quanto 
à estadual. Assim, lei estadual que estiver em desconformidade com qualquer uma 
dessas constituições será inconstitucional e, consequentemente, inválida.
Con
stituição estadual
Le
i o
rgâ
nica do Município
Cons
tituição Federal Estrutura Política da Federação
Estrutura Administrativa da União
Diretrizes para Estados e Municípios
Estrutura Administrativa do Estado
Estrutura Administrativa do Município
*Para simplificar a visualização, o infográfico não inclui o Distrito Federal.
Tutela constitucional das normas locais (estaduais, distritais e municipais)
Controle de constitucionalidade da legislação local
AULA 2
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Analogamente, como você já deve ter adivinhado, as leis municipais também 
devem estar de acordo não apenas com a lei orgânica do próprio Município mas 
também com a Constituição do Estado a que pertence e com a Constituição Federal.
Neste ponto, é bom relembrar que, como vimos na aula anterior, não há, a rigor, 
relação de subordinação entre leis ordinárias federais e leis ordinárias estaduais. 
Aquelas e estas ocupam, lado a lado, o mesmo degrau na escada da hierarquia das 
leis, mas cada uma deve se manter dentro da sua esfera material de competência.
Como isso funciona? Vamos a um exemplo prático.
Segundo a Constituição Federal, compete à União legislar privativamente sobre 
trânsito (artigo 22, XI, da CF). Isso significa que a União, e somente ela, define as regras 
a serem observadas no trânsito. Em consonância com essa previsão constitucional, a 
União editou o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/1997), que, em um de seus 
dispositivos, torna obrigatório o uso do cinto de segurança para condutor e passageiros 
de automóveis em todas as vias no território nacional.
Agora imagine a seguinte situação: indo de encontro ao disposto no Código de 
Trânsito Brasileiro, um dado Estado edita uma lei que desobriga condutores e 
passageiros de automóveis do uso do cinto de segurança nas vias localizadas em seu 
território. Em nosso ordenamento, tal lei seria inválida, mas não por contrariar o 
Código de Trânsito, uma vez que a lei estadual em questão e o Código, lei federal, 
ocupam a mesma posição na hierarquia das leis – são ambas leis ordinárias, cada uma 
produzida por um ente federativo, uma pelo Estado e a outra pela União –, e sim por 
contrariar a norma da Constituição que atribuiu à União, e não ao Estado, a competência 
para decidir sobre a matéria trânsito.
CF/1988: compete à 
União legislar 
privativamente sobre 
trânsito (art. 22, XI, da CF)
A União editou o Código 
de Trânsito Brasileiro 
(Lei federal ordinária 
9.503/1997)
O Estado editou lei 
estadual ordinária sobre 
matéria atribuída à União 
pela CF/1988 (trânsito)
Mesma posição hierárquica
Lei estadual inválida por contrariar a norma da CF/1988
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm
Tutela constitucional das normas locais (estaduais, distritais e municipais)
Controle de constitucionalidade da legislação local
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Da mesma forma, se uma lei federal invade o espaço de competência legislativa 
que pertence ao Estado, é aquela que será nula, e não esta. Nesse caso, a lei local 
prevalecerá sobre a norma federal. 
Vejamos o que diz uma voz da doutrina sobre isso:
A lei estadualnão é ilegal por contrariar a norma nacional. A antinomia é no 
plano constitucional: se uma norma estadual contraria uma norma nacional 
é porque invadiu espaço constitucionalmente estabelecido para aquela, 
tornando-se, então, formalmente inconstitucional. Em igual sentido, se uma 
norma nacional for além do que lhe é constitucionalmente atribuído, invadindo 
o âmbito estadual, não haverá ilegalidade, mas inconstitucionalidade. 
(LOPES FILHO, Juraci Mourão. Competências federativas na Constituição e nos 
precedentes do STF. Salvador: Juspodivm, 2012.)
Não é outro o entendimento consagrado na jurisprudência do Supremo Tribunal 
Federal (STF):
(...) Com efeito, embora o Procurador-Geral da República, nas razões do 
pedido, tenha desenvolvido sua argumentação considerando o que dispõe a 
Lei Federal (...), fato é que, no presente caso, o que está em jogo é a possível 
invasão da competência legislativa da União, o que envolve, diretamente, a 
confrontação da lei atacada com a Carta Republicana (art. 24, incisos V e XII, 
da Constituição Federal). (ADI 4.955/CE, Relator o Ministro Roberto Barroso, 
Tribunal Pleno, julgamento em 14.9.2014, DJe de 17.11.2014.)
(...) CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE – OBJETO. 
O controle concentrado de constitucionalidade é feito a partir do cotejo do 
pronunciamento atacado com o Diploma Maior, mostrando-se desinfluente 
o fato de haver norma diversa, de índole federal, a tratar de certo tema (…). 
(ADI 4.954/AC, Relator o Ministro Marco Aurélio, Tribunal Pleno, julgamento 
em 20.8.2014, DJe 213, de 29.10.2014.)
Em síntese, tal qual as leis e os atos normativos federais, as leis e atos normativos 
estaduais, municipais e distritais também têm o seu espaço próprio de atuação 
determinado pela Constituição Federal.
JURACI MOURÃO LOPES FILHO
Doutor (Unifor) e Mestre (UFC) em Direito Constitucional. 
Pós-Graduado Lato Sensu em Direito Processual Civil (UFC).
Professor da Unichristus – Graduação e Pós-Graduação.
Procurador do Município de Fortaleza. Advogado.
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4401900
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4401897
Tutela constitucional das normas locais (estaduais, distritais e municipais)
Controle de constitucionalidade da legislação local
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3. Normas locais e as constituições estaduais
Segundo o art. 25, caput, da Constituição da República, “os Estados 
organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os 
princípios desta Constituição”.
Isso quer dizer que não só as leis estaduais mas também as próprias constituições 
estaduais devem estar de acordo com limites definidos pela Constituição Federal.
O dispositivo que acabamos de citar deixa claro que, embora o Estado tenha 
certa autonomia para elaborar sua própria Constituição, esta deverá observar uma 
série de princípios previamente determinados pela Constituição Federal. Em outras 
palavras, será inconstitucional o dispositivo de Constituição estadual que contrariar a 
Constituição Federal naquilo em que esta configura diretriz para os Estados.
Por exemplo: o art. 75, parágrafo único, da Constituição da República dispõe 
que os Estados deverão tratar, em suas respectivas constituições, dos Tribunais de 
Contas, mas não poderão decidir o número de conselheiros, que a própria Constituição 
Federal já fixa em 7.
Diante dessa diretriz expressa da Constituição Federal para os Estados, seria 
manifestamente inconstitucional um hipotético dispositivo de Constituição estadual 
que, ao dispor sobre o respectivo Tribunal de Contas, definisse que este será composto 
de 6 membros, ou de 8.
Não é nossa pretensão, porque fugiria do escopo deste curso, mapear todos 
os princípios e normas da Constituição Federal que devem necessariamente ser 
reproduzidos pelos Estados. Vale a pena mencionar, no entanto, os princípios sensíveis, 
Constituição Federal
Constituição Estadual
Composição do Tribunal de Contas
 = 7 conselheiros
Não pode dispor sobre a composição do Tribunal 
de Contas, pois já está previsto na CF
Tutela constitucional das normas locais (estaduais, distritais e municipais)
Controle de constitucionalidade da legislação local
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Saiba Mais
enumerados no artigo 34, VII, da CF, assim chamados porque sua inobservância dá 
ensejo à intervenção da União no Estado. São eles:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, 
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do 
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
É pertinente ressaltar também que o STF tem conferido interpretação extensiva à 
parte final do art. 25, caput, da Constituição da República, para considerar de observância 
compulsória pelos Estados um vasto corpo de preceitos da Constituição Federal, ainda 
que sem comando expresso de reprodução obrigatória nas constituições estaduais. É o 
caso das regras constitucionais sobre o processo legislativo, como aquelas relativas à 
reserva de iniciativa.
Processo legislativo é o processo de elaboração de leis. Tem início com a 
apresentação de um projeto de lei e é concluído, em regra, com a sanção da lei 
pelo presidente da República. 
No plano federal, nos termos do artigo 61 da CF, o processo legislativo 
pode ser iniciado, no tocante às leis ordinárias e complementares, por qualquer 
membro da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, pelo presidente 
da República, pelo STF, pelos Tribunais Superiores, pelo procurador-geral da 
República e pelos cidadãos (iniciativa popular).
Fogem a essa regra as leis sobre matérias sujeitas à chamada iniciativa 
privativa, ou reserva de iniciativa. Nesses casos, há restrição acerca de quem 
pode dar início ao processo de elaboração e aprovação de lei. Assim, de acordo 
com a Constituição, somente o presidente da República pode apresentar 
projeto de lei sobre, por exemplo, a fixação ou modificação dos efetivos das 
Forças Armadas ou a aposentadoria dos servidores públicos da União. Já a 
lei complementar que venha a dispor sobre o Estatuto da Magistratura é de 
iniciativa privativa do STF.
A projeção compulsória das regras de reserva de iniciativa da Constituição 
Federal nas constituições estaduais obriga que as matérias sujeitas, no 
plano federal, à iniciativa privativa do presidente da República, fiquem, no plano 
estadual, reservadas à iniciativa privativa do governador.
Tutela constitucional das normas locais (estaduais, distritais e municipais)
Controle de constitucionalidade da legislação local
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A jurisprudência do STF é pacífica no sentido de que tais regras devem 
necessariamente ser observadas pelos Estados. Veja este precedente:
1. Os arts. 61, § 1º, II, “a”, e 63, I, da Constituição da República traduzem 
normas de obrigatória observância pelos Estados-membros (arts. 18 e 25 
da Constituição da República). 2. Segundo a jurisprudência reiterada desta 
Suprema Corte, embora o poder de apresentar emendas alcance matérias 
de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo, são inconstitucionais 
as alterações assim efetuadas quando resultem em aumento de despesa, 
ante a expressa vedação contida no art. 63, I, da Constituição da República. 
Precedentes. (...) (ADI 4.884/RS, Relatora a Ministra Rosa Weber, Tribunal 
Pleno, julgamento em 18.5.2017, DJe de 31.5.2017.)
Entende-se que tal jurisprudência deixa pouco espaço de liberdade para as 
constituições estaduais experimentarem desenhos institucionais diferentes daquele 
adotado pela União, já que lhes acaba sendo vedado dispor de modo diverso sobre 
qualquer tema relevante. Aponta-se como um dos efeitos desse entendimento do 
STF o esvaziamento do controle de constitucionalidade das leis e atos normativos 
estaduais e municipais em face das constituições estaduais,uma vez que o parâmetro 
de controle estará, quase sempre, na própria Constituição Federal, tendo sido apenas 
reproduzido na estadual.
Para encerrar o tópico, não vamos nos esquecer de que apenas as leis e os atos 
normativos de um Estado e dos Municípios nele localizados devem observância a 
sua própria Constituição. Portanto, apenas as leis e os atos normativos desse Estado 
e dos seus Municípios podem ter a constitucionalidade questionada em face de sua 
Constituição estadual.
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4336505
Tutela constitucional das normas locais (estaduais, distritais e municipais)
Controle de constitucionalidade da legislação local
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Em outras palavras, leis federais não podem ter a constitucionalidade questionada 
em face de Constituição estadual, assim como as leis de um Estado não podem ser 
questionadas em face da Constituição de outro, nem as leis de um Município podem 
ser questionadas em face da Constituição de outro Estado que não aquele no qual 
esteja situado.
4. Controle difuso de constitucionalidade de normas locais
O controle de constitucionalidade não começa no STF, com o exame do 
recurso extraordinário. A Suprema Corte, em grau de recurso, revisa o exercício da 
jurisdição constitucional difusa, que é exercida pelas instâncias ordinárias. Tal fato 
é evidenciado pela exigência do chamado prequestionamento, ou seja, do requisito 
de admissibilidade dos recursos extraordinários segundo o qual a matéria objeto dos 
preceitos constitucionais invocados pelo recorrente deve ter sido enfrentada nas 
instâncias ordinárias.
TIPO DE LEI
federal
estadual
municipal
Pode ter a 
constitucionalidade 
questionada
Em face da 
Constituição Federal
Em face de 
Constituição estadual
Em face da 
Constituição Federal
Em face da 
Constituição de outro
Estado
Em face da 
Constituição de outro
Estado
Em face da 
Constituição do 
próprio Estado
Em face da 
Constituição Federal 
(com limites)
Em face da 
Constituição de seu 
Estado
Não pode ter a 
constitucionalidade 
questionada
Tutela constitucional das normas locais (estaduais, distritais e municipais)
Controle de constitucionalidade da legislação local
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O curso, por sua finalidade, seja a jurisdição constitucional desempenhada 
pelo STF, é importante situar essa atividade no contexto mais amplo do exercício da 
jurisdição constitucional pelo Poder Judiciário brasileiro.
Como você, caro aluno, já sabe, o controle difuso de constitucionalidade é 
exercido por todos os juízes do Brasil, em qualquer caso sob sua responsabilidade, 
desde que uma questão constitucional se faça presente. Ao aplicar as leis na solução 
dos casos submetidos à sua apreciação, juízes e tribunais frequentemente deparam 
com questionamentos sobre a constitucionalidade dessas leis, isto é, sobre a sua 
validade perante a ordem político-jurídica desenhada na Constituição. 
Certo, mas de que Constituição estamos falando, afinal?
Bom, em se tratando de casos cuja solução envolve a aplicação apenas de 
leis federais, estamos nos referindo, naturalmente, à Constituição Federal. Quando 
incidirem no caso leis estaduais ou municipais, além da Constituição Federal, essas 
normas também devem ser compatíveis com a Constituição do Estado.
Assim, um juiz de direito, em qualquer Estado, ao aplicar, por exemplo, no 
julgamento de demanda de natureza consumerista, uma regra do Código de Defesa 
do Consumidor - que é lei federal -, supõe a sua compatibilidade com a Constituição 
Federal. Por sua vez, o deslinde de uma questão, pelo mesmo juiz, com base na 
aplicação de uma lei estadual sobre relações de consumo supõe a compatibilidade 
dessa lei tanto com a Constituição Federal quanto com a Constituição estadual.
Dessa forma, juízes de direito e Tribunais de Justiça têm competência para 
aferir, incidentalmente, no exame dos casos concretos submetidos a sua apreciação, a 
constitucionalidade, em face da Constituição Federal, das leis municipais, estaduais e 
federais aplicáveis ao caso. Têm competência, ainda, para aferir a constitucionalidade 
das leis municipais e estaduais em face da Constituição do respectivo Estado. Além 
disso, os Tribunais de Justiça são competentes, ainda, para exercer a fiscalização 
abstrata da constitucionalidade das leis estaduais em face da Constituição estadual.
E o mais interessante é que toda essa discussão pode chegar ao Tribunal, pela 
via do recurso extraordinário. Nas próximas aulas, veremos quais são os limites para 
o Supremo revisar a constitucionalidade das normas estaduais e municipais perante a 
Constituição Federal e em que circunstâncias isso pode ser feito.
Tutela constitucional das normas locais (estaduais, distritais e municipais)
Controle de constitucionalidade da legislação local
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5. A representação de inconstitucionalidade estadual
A autorização para que os Tribunais de Justiça dos Estados exerçam a tutela 
abstrata de leis e atos normativos estaduais e municipais em face da Constituição 
estadual é dada pelo artigo 125, § 2º, da Constituição Federal:
Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade 
de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição 
Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
Nas palavras de Celso Ribeiro Bastos:
temos um sistema maior onde o Supremo Tribunal Federal cuida do controle 
de constitucionalidade das normas e atos federais e estaduais em face da 
Constituição Federal. E, na alçada estadual, um outro sistema concentrado 
que controla a constitucionalidade das normas e atos municipais e estaduais 
perante a Constituição dos Estados, portanto, um microssistema de controle da 
constitucionalidade. (BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Constitucional.) 
Juízes de direito e Tribunais de 
Justiça têm competência para:
O STF tem competência para: 
• Aferir a constitucionalidade 
incidental das leis municipais, 
estaduais e federais em face da 
Constituição Federal.
• Aferir a constitucionalidade 
incidental das leis municipais e 
estaduais em face da Constituição 
do respectivo Estado.
• Apenas Tribunais de Justiça: 
Exercer a fiscalização abstrata da 
constitucionalidade das leis 
estaduais em face da Constituição 
estadual.
• Revisar, pela via do recurso 
extraordinário, a 
constitucionalidade das normas 
federais, estaduais e municipais em 
face apenas da Constituição Federal.
• Exercer a fiscalização abstrata da 
constitucionalidade do direito 
federal (ADI, ADO, ADC e ADPF), 
estadual (ADI, ADO e ADPF) e 
municipal (ADPF) em face da 
Constituição Federal.
CELSO RIBEIRO BASTOS
Doutor e Livre-Docente em Direito Constitucional pela PUC-SP, 
foi professor de Direito Constitucional e Direito das Relações 
Econômicas Internacionais do curso de pós-graduação e 
responsável pela coordenação do programa de pós-graduação 
em Direito Constitucional e Direito das Relações Econômicas 
Internacionais da mesma instituição. Estudou por dois anos na 
Universidade de Paris.
Tutela constitucional das normas locais (estaduais, distritais e municipais)
Controle de constitucionalidade da legislação local
AULA 2
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A representação de inconstitucionalidade nada mais é do que uma ação direta 
de inconstitucionalidade estadual, julgada pelo Tribunal de Justiça e cujo parâmetro de 
controle não é a Constituição Federal, mas a estadual.
Para ilustrar o que estávamos dizendo acerca dos limites do poder constituinte 
estadual, o artigo 125, § 2º, da CF impõe como diretriz aos Estados que, ao 
organizarem, na respectiva Constituição estadual, seu próprio Poder Judiciário, 
estabeleçam um mecanismo de fiscalização abstrata da constitucionalidade das leis 
estaduais e municipais, nos moldes da ação direta de inconstitucionalidade. Em outras 
palavras, os Estados não têm liberdade para deixar de prever a representação de 
inconstitucionalidade em sua ordem jurídica interna, mas, ao mesmo tempo, não se 
exige deles que a legitimação para essaação seja atribuída aos mesmos legitimados 
para a ação direta de inconstitucionalidade perante o STF. Impõe-se apenas que tal 
legitimação não seja confiada a um único órgão.
Aliás, podemos dizer que o artigo 103 da Constituição da República é bastante 
generoso ao atribuir legitimidade para propor a ação direta de inconstitucionalidade e 
a ação declaratória de constitucionalidade, perante o STF, ao presidente da República, 
à Mesa do Senado Federal, à Mesa da Câmara dos Deputados, à Mesa de Assembleia 
Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal, aos governadores de Estado e 
do Distrito Federal, ao procurador-geral da República, ao Conselho Federal da Ordem 
dos Advogados do Brasil, aos partidos políticos com representação no Congresso 
Nacional e às confederações sindicais e entidades de classe de âmbito nacional.
Da leitura do artigo 125, § 2º, da CF, depreendemos que os Estados, ao 
disciplinarem a representação de inconstitucionalidade de leis e atos normativos 
estaduais e municipais em face da Constituição estadual, não estão obrigados a 
assegurar legitimação ativa a todos esses atores, desde que a atribuam a pelo menos 
dois órgãos distintos. Nada impede, ainda, que, além desses, a Constituição de um 
Estado atribua legitimidade a outros atores, estabelecendo um rol de legitimados mais 
amplo.
Essa questão foi apreciada pelo STF no julgamento do RE 261.677 (Relator o 
Ministro Sepúlveda Pertence, Tribunal Pleno, DJe de 15.9.2006), em que foi reconhecida, 
à luz do art. 125, § 2º, da CF, a validade de norma da Constituição do Estado do Paraná 
que atribui legitimação ativa para a representação de inconstitucionalidade de normas 
Tutela constitucional das normas locais (estaduais, distritais e municipais)
Controle de constitucionalidade da legislação local
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locais, perante o Tribunal de Justiça, entre outros, aos deputados estaduais.
À semelhança do controle concentrado de constitucionalidade exercido pelo 
STF, as decisões proferidas pelos Tribunais de Justiça em controle abstrato no plano 
estadual têm eficácia erga omnes no território do Estado e efeito vinculante para a 
administração e o Poder Judiciário estaduais.
Indo além do que dispõe o artigo 125, § 2º, da CF, as constituições de alguns 
Estados previram a possibilidade de o Tribunal de Justiça exercer o controle concentrado 
de constitucionalidade, quanto às leis municipais, em face da Constituição Federal. 
A lógica por trás dessa opção seria a de suprir suposta lacuna do sistema, uma vez 
que, no julgamento da ação direta de inconstitucionalidade, o STF somente fiscaliza, 
em caráter abstrato, leis federais e estaduais. Na prática, esse quadro mudou com o 
advento da arguição de descumprimento de preceito fundamental, mas isso é assunto 
para outro momento.
Por ora, basta saber que muito já se debateu, na doutrina e na jurisprudência, 
sobre a adequação desse controle de constitucionalidade exercido pelo Tribunal de 
Justiça com a Constituição Federal como parâmetro. O STF tem proferido decisões 
num e noutro sentido, tal como podemos verificar nos seguintes julgados:
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONSTITUIÇÃO DO ESTADO 
DE SÃO PAULO. ART. 74, XI. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE, PELO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA, DE LEI OU ATO NORMATIVO MUNICIPAL EM FACE 
DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. PROCEDÊNCIA. É pacífica a jurisprudência 
do Supremo Tribunal Federal, antes e depois de 1988, no sentido de que não 
cabe a tribunais de justiça estaduais exercer o controle de constitucionalidade 
de leis e demais atos normativos municipais em face da Constituição federal. 
Precedentes. Inconstitucionalidade do art. 74, XI, da Constituição do Estado de 
São Paulo. Pedido julgado procedente. (ADI 347/SP, Relator o Ministro Joaquim 
Barbosa, Tribunal Pleno, julgamento em 20.9.2006, DJ de 20.10.2006.)
Recurso Extraordinário. Repercussão Geral. Ação direta de inconstitucionalidade 
estadual. Parâmetro de controle. (...). 1. Tribunais de Justiça podem exercer 
controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais utilizando como 
parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de normas de 
reprodução obrigatória pelos Estados. Precedentes. (...) (RE 650.898/RS, Redator 
para o acórdão o Ministro Roberto Barroso, Tribunal Pleno, julgamento em 
1º.2.2017, DJe de 24.8.2017.)
Uma questão correlata ocorre com o controle abstrato de constitucionalidade 
exercido pelo Tribunal de Justiça tendo como parâmetro dispositivo da Constituição 
estadual que se limita a reproduzir norma da Constituição da República. Como vimos 
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em tópico anterior desta aula, a interpretação extensiva dada ao artigo 25, caput, 
da CF deixou cada vez menos espaço de liberdade criativa ao poder constituinte 
estadual, já que uma fração cada vez maior do conteúdo da Constituição Federal 
tem sido considerada de reprodução obrigatória pelos Estados. À medida que isso foi 
ocorrendo, o STF viu a necessidade de rever sua jurisprudência histórica, passando a 
validar o exercício do controle concentrado de constitucionalidade, pelos Tribunais de 
Justiça, tendo como referência preceitos que reproduzem, na ordem jurídica estadual, 
a Constituição Federal, sob pena de esvaziamento do instituto.
Destaco, a seguir, dois casos que foram emblemáticos dessa mudança de postura 
do STF. Um deles versa sobre lei municipal e o outro sobre lei estadual:
Controle abstrato de constitucionalidade: ação direta de inconstitucionalidade 
de lei municipal, perante o Tribunal de Justiça, fundada em violação de preceitos 
da Constituição do Estado, ainda que se cuide de reprodução compulsória 
de normas da Constituição da República: admissibilidade afirmada na Recl. 
383, 10.6.92: aplicação do precedente, com ressalva do relator. (RE 161.390/
AL, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, julgamento em 
31.5.1994, DJ de 27.10.1994.)
É competente o Tribunal de Justiça (e não o Supremo Tribunal), para processar e 
julgar ação direta contra lei estadual contrastada com a norma da Constituição 
local, mesmo quando venha esta a consubstanciar mera reprodução de regra 
da Carta Federal, cabendo, em tese, recurso extraordinário de decisão que vier 
a ser proferida sobre a questão. (ADI 1.529 QO, Relator o Ministro Octavio 
Gallotti, Tribunal Pleno, julgamento em 28.11.1996, DJ de 28.2.1997.)
Nas próximas aulas, retornaremos a esse assunto quando estudarmos o 
recurso extraordinário que tem como alvo decisão de tribunal de justiça proferida ao 
julgamento de representação de inconstitucionalidade.
E veremos também o que entende a jurisprudência atual sobre o que ocorre 
quando tramitam, simultaneamente, contra determinada lei estadual, uma ação direta 
de inconstitucionalidade perante o STF e uma representação de inconstitucionalidade 
perante o Tribunal de Justiça, sendo fundada, esta última, em dispositivo da Constituição 
estadual que reproduz preceito da Constituição Federal.
6. Normas locais e jurisdição constitucional do STF
No que se refere à jurisdição constitucional do STF, é importante ressaltar que a 
ele cabe a tutela da Constituição Federal. Não faz parte do conjunto de competências 
atribuídas ao Supremo decidir sobre a compatibilidade entre leis estaduais ou 
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1559199
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municipais e constituições estaduais. Isso é tarefa dos Tribunais de Justiça de cada 
Estado. O STF somente examina a constitucionalidade das leis – municipais, estaduais 
e federais – em relação à Constituição Federal.
Apoiado nesse entendimento, o Plenário do STF não conheceu da ADI 717/
AC(Relator o Ministro Ilmar Galvão, julgamento em 29.6.1992, DJ de 21.8.1992). 
Na ocasião, registrou expressamente a “incompetência do Supremo Tribunal Federal 
para a apreciação e julgamento de ação direta de inconstitucionalidade de textos 
normativos locais, frente a Constituição do Estado-Membro”.
Por outro lado, não apenas as leis, ordinárias ou complementares, podem 
ter a compatibilidade com a Constituição Federal questionada perante o STF, em 
procedimento de controle difuso ou concentrado de constitucionalidade; as próprias 
constituições estaduais também são passíveis disso. Em outras palavras, o STF pode 
declarar inconstitucionais, tendo como parâmetro a Constituição Federal, até mesmo 
dispositivos das constituições dos Estados. Nesse aspecto, as constituições estaduais 
em nada se diferenciam, tecnicamente, de quaisquer outras leis estaduais.
7. Considerações finais
Nossa segunda aula fica por aqui. Delineamos um quadro geral da estrutura 
normativa em que se dá, no contexto da Federação brasileira, a tutela constitucional 
das normas locais (estaduais, distritais e municipais), em face tanto das constituições 
estaduais quanto da Constituição Federal.
Nas próximas aulas, estudaremos diferentes hipóteses de controle da 
constitucionalidade de normas locais (estaduais e municipais) pelo STF, notadamente 
os recursos extraordinários interpostos com base no artigo 102, III, “c” ou “d”, da 
Constituição Federal, com atenção especial para: a) o recurso extraordinário contra 
acórdão de Tribunal de Justiça em ação direta de inconstitucionalidade; b) a ação 
direta de inconstitucionalidade proposta em face de lei ou ato normativo estadual; e 
c) a arguição de descumprimento de preceito fundamental ajuizada contra lei ou ato 
normativo municipal. 
Até nosso próximo encontro!
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8. Para aprofundar 
Quer se aprofundar sobre os temas tratados nesta aula? Se sim, indico as 
seguintes obras:
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 1999.
CASTRO, José Nilo de. Direito municipal positivo. Belo Horizonte: Del Rey, 1996.
LOPES FILHO, Juraci Mourão. Competências federativas na Constituição e nos 
precedentes do STF. Salvador: Juspodivm, 2012.
MENDES, Gilmar Ferreira. Eficácia erga omnes das decisões proferidas em sede de 
controle abstrato no plano estadual. Repertório IOB de Jurisprudência, n. 9, p. 5, set. 1998.
VELOSO, Zeno. Controle jurisdicional de constitucionalidade. Belo Horizonte: Del Rey, 2003.
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Glossário
Competência legislativa/normativa – competência para editar leis/normas. A 
competência pode ser privativa, quando sua atribuição a um ente exclui os demais, ou 
concorrente, quando pode ser exercida simultaneamente por diferentes atores.
Federação – organização política caracterizada pela união, sob um governo central, 
de unidades políticas dotadas de limitado grau de autonomia. Exemplos: República 
Federativa do Brasil, formada por 26 estados; Estados Unidos da América, formado 
por 50 estados; República da Índia, formada por 29 estados.
União – na República Federativa do Brasil, refere-se ao ente político central, que 
se distingue, na condição de unidade dotada de personalidade jurídica própria, dos 
Estados que a integram.
Tribunal de contas – apesar do nome, que remete a órgão jurisdicional, trata-se, na 
verdade, de órgão técnico, auxiliar do Poder Legislativo e responsável pela fiscalização 
contábil da despesa pública.

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