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Agravo de Instrumento- equipe B (1)

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Prévia do material em texto

AO (A) EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) DESEMBARGADOR 
(A) PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO 
MARANHÃO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALISSON AZEVEDO, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no CPF 
sob nº XXX RG Nº XXX, e-mail, residente e domiciliado à Rua XXX, Nº XXX,Bairro 
XXX, CEP XXX, São Luís/MA, por intermédio do seu advogado infra assinado, 
tramitando na 14ª Vara Cível do Termo Judiciário de São Luís da Comarca da 
Grande Ilha, do Estado do Maranhão, processo em epígrafe, vem, perante este juízo, 
conforme artigo 995 e 1.015, parágrafo único, do CPC/2015, interpor o presente, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO E 
ATIVO 
 
Em razão da discordância com a decisão proferida pelo juízo da 14º Vara 
Cível do Termo Judiciário de São Luís - MA, que determinou o desbloqueio da 
penhora realizada no processo em epígrafe, tratando-se de uma AÇÃO DE 
EXECUÇÃO proposta em face de AQUINO SOARES, nacionalidade, estado civil, 
profissão, portador do RG sob o nº XX e CPF sob o nº XX, residente e domiciliado 
no endereço XX, endereço eletrônico (e-mail), São Luís/MA, pelos fundamentos 
faticos e juridicos a seguir apresentados: 
 
1. DO CABIMENTO 
 
Contra decisão interlocutória prolatada pelo juízo “a quo” na forma do art. 
1.015, Parágrafo Único, do CPC/15, nos autos da Execução que tramita perante a 
14ª Vara Cível do Termo Judiciário de São Luís, da Comarca da Grande Ilha, Estado 
do Maranhão, segundo razões inclusa: 
 
2. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 
 
2.1. DO PREPARO 
 
O agravante atesta recolhimento do preparo, cuja guia segue em anexo, 
correspondente ao valor de R$129,15 (cento e vinte e nove reais e quinze centavos) 
atendendo à tabela de custas deste Egrégio Tribunal. Conforme disposição do artigo 
1.007, caput e 1.017, § 1º, ambos do CPC/15. 
 
 
 
 
2.2. DA TEMPESTIVIDADE 
Em consonância com o art. 219 do Código de Processo Civil, na contagem 
do prazo, em dias, computar-se-ão somente os dias úteis. Ademais, o art. 224 e 
parágrafos estabelecem que: 
 
Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados 
excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento. 
§ 1º Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos 
para o primeiro dia útil seguinte, se coincidirem com dia em que o 
expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois da hora 
normal ou houver indisponibilidade da comunicação eletrônica. 
§ 2º Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil 
seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça 
eletrônico. 
 § 3º A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir 
ao da publicação. 
 
No art. 1003, §§ 1º, 5º e 6º, o prazo para a interposição do recurso é de 15 
dias, a partir da intimação da decisão, sendo necessária a comprovação do feriado 
local. 
Isto posto, o Agravo de Instrumento é tempestivo, tendo em vista que a 
intimação da decisão, conforme o caso concreto, ocorreu em 19/04/2023, assim, o 
prazo de 15 dias úteis para interposição, cessa no dia 12/05/2023, não entrando no 
cômputo os feriados em 21/04/2023 (Tiradentes), em 01/05/2023 (dia do Trabalho) 
e os dias não úteis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.3. DOS NOMES E ENDEREÇOS DOS ADVOGADOS 
 
O Agravante informa os nomes e endereços dos advogados habilitados nos 
autos, aptos a serem intimados dos atos processuais, como orienta o artigo 1.016, 
IV, do CPC/15: 
 
DO AGRAVANTE: advogado(a), OAB/MA XXX, com escritório profissional situado 
à Av. Qd.__, n°__, bairro __, CEP __, endereço profissional, São 
Luís/MA. 
DO AGRAVADO: advogado(a), OAB/MA XXX, com escritório profissional situado à 
Av. Qd.__, n°__, bairro __, CEP __, endereço profissional, nesta 
cidade. 
 
1. RELATÓRIO FÁTICO 
 
1.1 DOS FATOS DA EXORDIAL 
 
A presente discussão, versa sobre uma AÇÃO DE EXECUÇÃO, na qual em 
sede de contestação, o executado versou sobre os seguintes argumentos: DA 
NULIDADE DA CITAÇÃO POR EDITAL E IMPENHORABILIDADE DO SALÁRIO. 
Entretanto, somente a segunda tese, da Impenhorabilidade do Salário, teve 
acolhimento pela decisão ora agravada. Observa-se então, que em tal contestação, 
houve receptividade parcial, buscando assim requerer somente o cancelamento da 
penhora eletrônica, com alegação de que tais valores referem-se ao seu salário. 
Nesse âmbito, em decisão conforme o ID nº 345691, o juiz deliberou o limite 
da penhora eletrônica em até R$299.428,14 (duzentos e noventa e nove mil e 
quatrocentos e vinte e oito reais e quatorze centavos). 
 
 
 
 
Contudo, procedida a tentativa de constrição, foi bloqueado o valor de 
R$15.984,86 (quinze mil e novecentos e oitenta e quatro reais e oitenta e seis 
centavos), valor este, que segundo o executado é referente ao percentual de 30% 
do seu salário. O juízo acolheu ao pedido de desbloqueio da constrição, sob a 
motivação e fundamento do Artigo 833, inciso IV do Código de Processo Civil, que 
versa sobre a impenhorabilidade do salário. 
 
2.2 DOS FATOS ARTICULADOS NA DEFESA 
 
Contudo, a decisão mencionada não coincide com o entendimento atual do 
Superior Tribunal de Justiça, no que tange à impenhorabilidade do salário, o que 
coaduna com o presente agravo, cuja finalidade é manter a penhora do valor 
determinado pelo juízo a quo (R$ 15.984,86), até o contentamento da dívida, de 
acordo com os fundamentos adiante expostos. 
 
2.3. DA DECISÃO RECORRIDA 
 
Na decisão nº 345.691, foi determinada a penhora eletrônica na conta 
bancária do réu no valor de até R$ 299.428,14 (duzentos e noventa e nove mil e 
quatrocentos e vinte e oito reais e quatorze centavos), mas houve tentativa. Esse 
limite foi bloqueado em apenas 15.984,86 reais (quinze mil novecentos e oitenta e 
quatro reais e oitenta e seis centavos) em uma de suas contas bancárias. Ocorre 
que o valor bloqueado de R$15.984,86 (quinze mil novecentos e oitenta e quatro 
reais e oitenta e seis centavos) refere-se a 30% de seu salário, razão pela qual é 
impenhorável. Com efeito, o arguido juntou o documento de identidade n. 3355566 
comprovante de trabalho no hospital IDU, anexando o extrato da conta bancária que 
indica o recebimento dos valores pela TED SAÚDE LTDA, referente ao salário pelos 
serviços prestados à unidade hospitalar. Assim, considerando que o salário é 
impenhorável, nos termos do art. 833, IV, do CPC, determinou a liberação da 
 
 
 
 
constrição no valor de R $15.984,86 (quinze mil novecentos e oitenta e quatro reais 
e oitenta e seis cêntimos). O juiz determinou que o exequente venha a promover, no 
prazo de 5 (cinco) dias, o andamento normal do ato sob pena de suspensão da 
execução pelo prazo de 01 (um) ano, nos termos do art. 921, III, do CPC. 
 
2.4. FORMAÇÃO DO INSTRUMENTO 
 
Em cumprimento à norma estabelecida no artigo 1.017, § 5º do CPC/15, in 
verbis: 
 
Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída: 
(…) 
§ 5º Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as peças 
referidas nos incisos I e II do caput, facultando-se ao agravante 
anexar outros documentos que entender úteis para a compreensão 
da controvérsia. 
 
Dessa forma, o presente recurso não acompanhará os documentos 
mencionados no artigo supracitado, tendo em vista tratar-se de processo eletrônico. 
Caso, entretanto, entenda-se pela necessidade de juntada de peças, requer-se a 
concessão do prazo de 05 (cinco) dias para atendimento da determinação, a teor do 
disposto no parágrafo 3º do artigo 1.017 do Código de Processo Civil. 
Nestes termos, pleiteia o processamento deste recurso, por conter todos os 
requisitos necessários à sua interposição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. DO DIREITO 
 
3.1. FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA E DAS RAZÕES DA REFORMA 
 
3.1.1 Da Relativização da Impenhorabilidade 
 
Excelência, apesar do avanço por parte do legislador ao dizer que não se 
aplicamà hipótese de penhora às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) 
salários-mínimos mensais, o valor do salário mínimo atualmente em vigor no Brasil, 
a partir de maio/2023, será de R$ 1.320,00 (um mil e trezentos e vinte reais). A 
hipótese de penhorabilidade para os proventos que excederem os 50 (cinquenta) 
salários-mínimos mensais atinge somente uma parcela ínfima da população, 
numericamente imprecisável, apenas aqueles que recebem salários superiores a R$ 
66.000,00 (sessenta e seis mil reais). Na prática, o estabelecimento deste valor 
acaba por esvaziar o instituto. Este limite é maior, inclusive, que a remuneração de 
um ministro do Supremo Tribunal Federal, de R$ 41.650,92 (quarenta e um mil, 
seiscentos e cinquenta reais e noventa e dois centavos), que é o teto remuneratório 
dos servidores da administração pública direta e indireta. Ou seja, tal limite 
estabelecido pela lei é tão inapropriado que até mesmo o ocupante do mais bem 
remunerado cargo público do Brasil estará protegido pela impenhorabilidade do 
salário. 
Na esfera da impenhorabilidade, cabe salientar a novidade trazida pelo CPC 
de 2015, em seu art. 833, caput, que trata dos bens impenhoráveis, onde deixou-se 
de empregar o advérbio “absolutamente”, reformulando a forma como era transcrito 
no art. 649 do CPC/73. E, ainda no inciso IV, do mesmo artigo, estabelece a 
impenhorabilidade de verbas: 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 833. São impenhoráveis: 
[...] IV - Os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as 
remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os 
pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por 
liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de 
sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de 
profissional liberal, ressalvado o § 2º. 
 
Comparando ao art. 649 do CPC/1973: 
 
Art. 649. São absolutamente impenhoráveis: 
(...) 
IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, 
proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as 
quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao 
sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador 
autônomo e os honorários de profissional liberal, observado o 
disposto no § 3o deste artigo; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 
2006). (grifo nosso) 
 (...) 
Como demonstrado, a garantia da impenhorabilidade não é mais absoluta, 
pois ela prevê exceções, tais como, permissão da penhora na execução de 
alimentos, em percentual que possibilite a manutenção daquele que é executado. 
Uma vez que tal ação não pode exceder o valor que atinja a dignidade daquele que 
sofreu a penhora. Em regra, a impenhorabilidade consolidada no artigo 833 do CPC 
de 2015, protege apenas o necessário à sobrevivência do executado e de sua 
família. 
Assim, Eminente Julgador (a), considerando o ordenamento jurídico atual, 
junto às mudanças socioculturais, os Tribunais Pátrios flexibilizaram quanto às 
 
 
 
 
regras de impenhorabilidade das verbas, permitindo o bloqueio de uma parte 
adequada, proporcional e justa do patrimônio do devedor, aplicando ao caso 
concreto, a garantia da máxima satisfação do crédito. 
Conforme exposto, é deveras necessário proteger o mínimo existencial, a vida 
digna, e para isso também é preciso proteger o salário da penhorabilidade. No 
entanto, é necessário encontrar um limite que não seja tão baixo, a ponto de 
prejudicar o mínimo existencial, mas que também não permita “blindar” o patrimônio 
do causador de ilícitos que tenha uma renda alta e que se exima, com o manto da 
lei, de cumprir suas obrigações, quando tem condições de fazê-lo. 
O STJ, manifestou o entendimento de que "pode ser excepcionada quando 
for preservado percentual de tais verbas capazes de dar guarida à dignidade do 
devedor e de sua família", conforme a jurisprudência abaixo: 
 
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO 
ESPECIAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE 
TÍTULO EXTRAJUDICIAL. PENHORA DE SALÁRIO. 
EXCEPCIONALIDADE. MANUTENÇÃO DA DIGNIDADE DO 
DEVEDOR E DE SUA FAMÍLIA NÃO COMPROVADA. 
CONSONÂNCIA DO ACÓRDÃO RECORRIDO COM A 
JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE. SÚMULA 83/STJ. AGRAVO 
NÃO PROVIDO. 1. A jurisprudência desta Corte Superior firmou-se 
no sentido de que a regra geral da impenhorabilidade das verbas de 
natureza remuneratória, inclusive pensões, pecúlios e montepios, 
bem como das quantias recebidas por liberalidade de terceiro e 
destinadas ao sustento do devedor e de sua família, dos ganhos de 
trabalhador autônomo e dos honorários de profissional liberal, 
somente poderá ser excepcionada, nos termos do art. 833, IV, e § 
2°, do CPC/2015, para possibilitar: I) o pagamento de prestação 
alimentícia, de qualquer origem, independentemente do valor da 
verba remuneratória recebida; e II) o pagamento de qualquer outra 
dívida não alimentar, quando os valores recebidos pelo executado 
forem superiores a 50 salários mínimos mensais, ressalvando-se 
 
 
 
 
eventuais particularidades do caso concreto. Em ambas as situações 
acima citadas, deverá ainda ser preservado percentual capaz de dar 
guarida à dignidade do devedor e de sua família. 2. O entendimento 
adotado no acórdão recorrido coincide com a jurisprudência assente 
desta Corte Superior, circunstância que atrai a incidência da Súmula 
83/STJ. 3. Agravo interno a que se nega provimento. (EDcl no AgInt 
no REsp Nº 1874222 - DF, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA 
TURMA, julgado em 15/02/2022). […] CONHECIDO O RECURSO 
DE DELSON FIEL DOS SANTOS JUNIOR E PROVIDO, POR 
MAIORIA, PELA CORTE ESPECIAL; PROCLAMAÇÃO FINAL DE 
JULGAMENTO: A CORTE ESPECIAL, POR MAIORIA, CONHECEU 
DOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA E DEU-LHES 
PROVIMENTO, NOS TERMOS DO VOTO DO SR. MINISTRO 
RELATOR.; Certifica, por fim, que o assunto tratado no mencionado 
processo é: DIREITO CIVIL.Liquidação / Cumprimento / Execução, 
Penhora / Depósito/ Avaliação. (Eag. em REsp Nº 1874222 – DF, 
Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, CORTE ESPECIAL, julgado 
em 19/04/2023). 
 
 
No caso em tela, o agravado, diante da demonstração de vínculo empregatício 
junto ao Hospital IDU, alegou que os R$15.984,86 (quinze mil novecentos e oitenta 
e quatro reais e oitenta e seis centavos) bloqueados, em sua conta bancária refere-
se ao recebimento de serviços prestados à empresa TED SAÚDE LTDA. Entretanto, 
essa constrição parcial é tão somente sobre o valor de 30% dos rendimentos líquidos 
do agravado, não comprometendo a sua subsistência, assim como de sua família: 
Nesta direção, a jurisprudência pátria está repleta de decisões, das quais cita-
se mais uma: 
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE 
DIVERGÊNCIA NO RECURSO ESPECIAL. PENHORA DE 
PERCENTUAL DO SALÁRIO. POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE 
DIVERGÊNCIA. 1. A regra geral da impenhorabilidade de salários, 
 
 
 
 
vencimentos, proventos etc. (art. 833, IV, do CPC/2015), pode ser 
excepcionada quando for preservado percentual de tais verbas 
capazes de dar guarida à dignidade do devedor e de sua família. 
Precedentes. 2. Na espécie, não se constata a alegada divergência, 
haja vista que o aresto recorrido e o acórdão paradigma estão no 
mesmo sentido. 3.Agravo interno não provido. 
(STJ - AgInt nos EREsp: 1934570 SP 2021/0121495-7, Relator: 
NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento: 02/05/2023, S2 - 
SEGUNDA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 04/05/2023). 
 
O eminente relator Raul Araújo, da quarta turma do STJ, foi ainda mais 
enfático ao lembrar que o Magistrado deve “levar em consideração as peculiaridades 
do caso e se pautar nos princípios da proporcionalidade e razoabilidade.": 
 
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM 
RECURSO ESPECIAL - AUTOS DE AGRAVO DE INSTRUMENTO 
NA ORIGEM - DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NEGOU 
PROVIMENTO AO RECLAMO. INSURGÊNCIA RECURSAL DA 
PARTE AGRAVANTE. 1. "A jurisprudência do STJ caminha no 
sentido de que é possível, em situações excepcionais, a mitigaçãoda impenhorabilidade dos salários para a satisfação de crédito não 
alimentar, desde que observada a Teoria do Mínimo Existencial, sem 
prejuízo direto à subsistência do devedor ou de sua família, devendo 
o Magistrado levar em consideração as peculiaridades do caso e se 
pautar nos princípios da proporcionalidade e razoabilidade."( AgInt 
no AREsp 1.537.427/MS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA 
TURMA, julgado em 11/2/2020, DJe 3/3/2020.) 2. Agravo interno 
desprovido. 
(STJ - AgInt no AgInt no AREsp: 2196887 MS 2022/0263876-9, 
Relator: MARCO BUZZI, Data de Julgamento: 17/04/2023, T4 - 
QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 20/04/2023) 
. 
Assim requer-se à Vossa Excelência, que a decisão pelo desbloqueio do valor 
parcial da dívida, seja reformulada, devendo o valor retido permanecer bloqueado 
 
 
 
 
até o cumprimento da obrigação. 
 
3.1.2 Da concessão do efeito suspensivo e efeito ativo 
 
Importante observar ainda que, para a eficácia da decisão ora pleiteada, 
deferida pelo juízo a quo, que seja suspensa a decisão agravada, conforme previsto 
no parágrafo único do art. 995 do Código de Processo Civil, pois estão preenchidos, 
cumulativamente os dois requisitos legais, quais sejam: fumus boni iuris e o 
periculum in mora. Conforme o artigo in verbis: 
 
Art. 995. (...) 
Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser 
suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de seus 
efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível 
reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do 
recurso. 
 
Nesse sentido, o agravante requisita a concessão de tutela antecipada no 
âmbito recursal, consistente na concessão do efeito suspensivo ativo da decisão 
vergastada que determinou o desbloqueio da penhora no valor de R$ 15.984,86, 
devendo ser mantida tal constrição a fim de garantir o efetivo recebimento do crédito 
devido pelo agravado, conforme se demonstra no art. 1.019, inciso I, do Código de 
Processo civil, que preceitua: 
 
Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído 
imediatamente, se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III 
e IV, o relator, no prazo de 5 (cinco) dias: 
 
 
 
 
I - Poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em 
antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, 
comunicando ao juiz sua decisão; 
 
No que tange a probabilidade do direito, cabe frisar que a ação está na fase 
de execução, tendo sido demonstrado que o exequente goza de direito líquido, certo 
e exigível, que de acordo com Maria Helena Diniz (2022, pág.39): “aquele que não 
precisa ser apurado, em virtude de estar perfeitamente determinado, podendo ser 
exercido imediatamente, por ser incontestável e por não estar sujeito a quaisquer 
controvérsias”. 
Nesse entendimento, resta evidente que o executado não cumpriu com 
obrigação de pagar, encontrando-se vencida, tornando a obrigação assim exigível. 
Ademais, no que concerne ao resultado útil do processo, constata-se que a 
suspensão da penhora resultará em danos irreparáveis, como a perda da efetividade 
da prestação jurisdicional, sendo assim imprescindível destacar que, prorrogar a 
concessão do pedido da agravante pode levar o mesmo a perder seu direito ao 
crédito. Outrossim, cabe trazer o julgado do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, 
que expõe acerca dos requisitos acima supracitados: 
Tribunal de Justiça de Santa Catarina TJ-SC - Agravo de 
Instrumento: AI 5042767-56.2022.8.24.0000. (...) Passou então ao 
enfoque do pleito de concessão do efeito ativo, na forma do art. 
1.019, inciso I, do Código Fux.A análise da tutela recursal pretendida 
encontra supedâneo no art. 300 da novel Cânone Processual Civil, 
que exige a presença do binômio periculum in mora e fumus boni 
iuris ao seu deferimento. É dizer, é preciso estar presente tanto a 
probabilidade do direito quanto o perigo de dano ou o risco ao 
resultado útil do processo. In casu, o efeito ativo deve ser deferido.O 
periculum in mora sobeja evidente em razão da possibilidade 
iminente de ocorrer o indeferimento da inicial e cancelamento da 
distribuição (Evento 9, DESPADEC1 da origem). Todavia, a 
plausibilidade do direito alegado não restou positivada diante do 
conjunto probatório exibido pelo Insurgente. (TJ-SC - AI: 
 
 
 
 
50427675620228240000, Relator: Jose Carlos Carstens Kohler, 
Data de Julgamento: 03/08/2022, Quarta Câmara de Direito 
Comercial) 
 
Assim, considerando o valor retido de apenas 30% do salário do executado, 
R$ 15.984,86 (quinze mil novecentos e oitenta e quatro reais e oitenta e seis 
centavos) para o cumprimento da obrigação, ainda restam os 70% de seu ordenado, 
perfazendo um vultoso total de R$ 37.298,00 (Trinta e sete mil e duzentos e noventa 
e oito reais), valor razoável para o executado manter seu sustento. Portanto, 
indispensável a manutenção da penhora, para satisfazer o débito constituído de 
forma idônea. 
Isto posto Excelência, estão satisfeitos os requisitos do Artigo 300 do Código 
de Processo Civil, para concessão de tutela provisória de urgência, sendo 
plenamente cabível a concessão de efeito suspensivo ativo, nos moldes do Artigo 
1.019, inciso I, do mesmo diploma legal, de modo a restabelecer a penhora no 
montante referido acima ou no patamar de 30% do salário do agravado, de modo a 
garantir o resultado útil do processo, que consiste na garantia da efetividade da 
prestação jurisdicional. 
 
4. DOS PEDIDOS 
 
Diante do exposto, requer o Agravante: 
 
1. Tendo em vista o preenchimento dos requisitos de admissibilidade, seja 
conhecido o presente recurso; 
2. Requer o recebimento do presente agravo com efeito suspensivo e ativo conforme 
art.995, parágrafo único, c/c art. 1.019, inciso I, do CPC/15; 
 
 
 
 
3. A intimação do agravado para, querendo, apresentar contrarrazões no prazo legal 
de 15 (quinze) dias, conforme art. 1.019, inciso II, do CPC/15; 
4. Recebido o Agravo, requer a intimação do representante do Ministério Público, 
para que se manifeste no prazo de 15 (quinze) dias na presente demanda, 
conforme art. 1.019, inciso III, do CPC/15; 
5. O provimento do presente recurso, para reformar a decisão ora agravada, 
mantendo o bloqueio do valor já determinado pelo juízo inicial, até que seja 
cumprida a obrigação. 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
São Luís, xx de xxx de 2023 
ADVOGADO(A) 
OAB N° XXXX

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