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AUDITORIA Fraude e erro A auditoria não tem como objetivo a descoberta de fraude. Sua finalidade é a emissão de um parecer acerca da adequação das demonstrações contábeis. Entretanto, o auditor deverá considerar a possibilidade da ocorrência de fraude. Ele deve considerar essa possibilidade na fase do planejamento dos trabalhos, pois é nessa fase que o auditor vai especificar a “NAOPEX” (natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria). SÃO INDICADORES DE FRAUDE; 1) Empresas em declínio; 2) Um número muito grande de transações entre partes relacionadas. 3) Caixa com saldo devedor; 4) Declínio do mercado onde a empresa atua; 5) Alto turnover, principalmente na área financeira e contábil; 6) Responsável pelo Financeiro e Contábil não tirar férias; 7) Empresa em vias de descontinuidade; 8) Perda de licença para financiamento; 9) Entre outros. “Turnover: A saúde de uma empresa pode se definir pela relação entre o número de pessoas que entra e pelo número de pessoas que sai de uma empresa durante um mês em relação ao total de funcionários existentes naquela empresa. Muito usado pelas áreas de Recursos Humanos das organizações, o termo “turnover” também é conhecido como “rotatividade” e traduz, na verdade, o percentual de substituição que uma empresa possui e serve como indicador de saúde organizacional, ou seja, o giro entre entradas e saídas de uma empresa.)” A diferença entre fraude e erro está no elemento vontade, no fato de existir ou não a intenção quando da ação ou omissão. Uma mesma ação ou omissão pode se caracterizar como fraude ou erro, dependendo de haver ou não a motivação do agente. Em alguns casos a fraude fica evidente: não é admissível, por exemplo, que alguém adultere um documento sem intenção. O CFC conceitua fraudes e erros da seguinte forma: - Fraude: o ato intencional de omissão ou manipulação de transações, adulteração de documentos, registros e demonstrações contábeis; e - Erro: o ato não intencional resultante de omissão, desatenção ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e demonstrações contábeis. FRAUDE PERMANENTE: Geralmente, é difícil de se descobrir. Ocorre quando o agente se apropria de um bem da entidade e promove a alteração nos registros contábeis, de modo que os registros coincida com os ativos existentes. Por exemplo: o funcionário se apropria do dinheiro e ainda dá baixa na contabilidade. Ex.: D – Despesas diversas C – Caixa É mais difícil de ser visualizado. Para que ocorra a fraude permanente, o funcionamento precisa ter a custódia do bem e acesso aos registros contábeis. Um sistema adequado de controle interno não permite que isso aconteça, pois estabelece a segregação de funções. FRAUDE TEMPORÁRIA: É aquela em que o agente se apropria de um bem da entidade e não altera os registros contábeis. É mais fácil de descobrir, pois, por exemplo, só se apropria do dinheiro. Em algum momento, quando o físico for confrontado com o contábil, esta fraude será descoberta. Exemplos de Fraude: I) Manipulação, falsificação ou alteração de registros ou documentos; II) Apropriação indébita de ativos; III) Supressão ou omissão de transações nos registros contábeis; IV) Registro de transações sem comprovação; V) Aplicação de práticas contábeis indevidas. Exemplos de Erro: I) Erros aritméticos na escrituração contábil ou Demonstrações Contábeis; II) Aplicação incorreta das práticas contábeis; III) Interpretação errada das variações patrimoniais. Fraudes e erros: responsabilidade: I) A responsabilidade primária na prevenção é da administração, mediante manutenção de adequado sistema de controle interno; II) O auditor não é responsável nem pode ser responsabilizado pela sua prevenção; III) Detecção de fraudes ou erros: 1. Estrutura ou atuação inadequada da administração; 2. Transações que pareçam normais; 3. Problemas internos; 4. Informações computadorizadas. Dica: Caso se descubra que durante o período coberto pelo parecer de auditoria exista distorção relevante não refletida ou não corrigida nas Demonstrações Contábeis, isto não indica que o auditor não cumpriu as NAI. (Normas de Auditoria Independente). Se a fraude e/ou erro têm efeito relevante e não foi apropriadamente corrigido, deve ser emitido Parecer com ressalva ou com opinião adversa. Fraudes ou erros relevantes: I. Obrigação de comunicar à administração, dependendo das circunstâncias, de forma verbal ou escrita; II. O sigilo profissional impede o auditor de comunicar fraudes e/ou erros a terceiros. Quando houver obrigação legal poderá fazê-lo; III. O auditor pode renunciar ao trabalho caso a entidade não tomar as medidas corretivas dessas fraudes e/ou erros (Comunica-se à CVM). a) Sugerir medidas corretivas; b) Informar sobre possíveis efeitos no parecer caso não as adotar. Quando descobre a fraude, o auditor deve fazer a comunicação para 2 níveis acima, pois normalmente o chefe é conivente. Quando a fraude é no mais alto escalão, a resolução do Conselho estabelece que o auditor verifique o que deve ser feito, dando a discricionariedade para decidir o que achar mais conveniente, inclusive, abrindo mão da auditoria. Neste caso, a CVM obriga que a empresa auditada comunique oficialmente a troca com comunicação assinada pelo auditor. Exercícios: 01) O ato intencional de omissão ou manipulação de transações e operações, adulteração de documentos, registros, relatórios, informações e demonstrações contábeis, tanto em termos físicos quanto monetários, é definido como: A - ( ) engano. B - ( ) erro. C - ( ) fraude D - ( ) equívoco. 02) Quando a aplicação de procedimentos de auditoria, planejados com base na avaliação de risco, resultar na provável existência de fraude e/ou erro, o Auditor Independente deve considerar o efeito potencial sobre as Demonstrações Contábeis. Das alternativas abaixo, indique a que está incorreta: A - ( ) Se o Auditor Independente concluir que a fraude e/ou erro tem efeito relevante sobre as Demonstrações Contábeis e que não foram, apropriadamente, refletidos ou corrigidos, ele deve emitir seu parecer com ressalva ou com opinião adversa. B – ( ) Se o Auditor Independente não puder determinar se houve fraude e/ou erro devido a limitações impostas pelas circunstâncias, e não pela entidade, deve analisar o tipo de parecer a emitir. C – ( ) O Auditor Independente não pode rescindir o Contrato de Auditoria, independentemente de a entidade tomar, ou não, providências ou medidas corretivas relacionadas com a fraude, pois suas discordâncias deverão ser refletidas no parecer. D – ( ) O Auditor Independente deve sempre comunicar à administração da entidade auditada descobertas factuais envolvendo fraude, seja de forma verbal ou escrita. 03) O Conselho Federal de Contabilidade – CFC conceitua fraude e erro da seguinte forma: I. fraude, o ato intencional de omissão ou manipulação de transações, adulteração de documentos, registros e demonstrações contábeis; e II. erro, o ato não-intencional, resultante de omissão, desatenção ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e demonstrações contábeis. Considerando a regulamentação do assunto pelo CFC, em especial a resolução 836, é possível afirmar que: A – ( ) a responsabilidade primária na prevenção e identificação de fraudes e erros é do auditor independente, uma vez que é contratado para garantir que os dados constantes nas demonstrações reflitam a real situação econômico-financeira da entidade auditada. B – ( ) não tem o auditor independente a obrigação de comunicá-los à entidade da auditada, desde que relevantes. C – ( ) o auditor independente deverá considerar a possibilidade de ocorrência, inclusive na fase do planejamento dos trabalhos. D – ( ) a auditoria de demonstraçõescontábeis tem como objetivo a descoberta de fraudes. 04) A responsabilidade primária na prevenção e detecção de fraudes e erros é: A – ( ) da administração. B – ( ) da auditoria interna. C – ( ) do conselho de administração. D – ( ) da auditoria externa. 05) A empresa Eletronics S.A. fabrica televisores de LCD de última geração. A garantia convencional é dada para três anos e a garantia oferecida é estendida para mais um ano mediante pagamento complementar. Como o custo é baixo, em 90% dos casos o cliente adquire. A empresa registra o valor da venda do televisor como receita de vendas e a garantia estendida como receita de serviços, no resultado. Pode-se afirmar que, nesse caso, não está sendo atendido o princípio: A – ( ) da continuidade. B – ( ) do custo como base do valor. C – ( ) da competência. D – ( ) da neutralidade. Questões Discursivas 01) O Auditor interno da Empresa Conceituada S.A. estava aplicando um procedimento de auditoria quando detectou uma omissão de registro no sistema contábil. Ao prepara o relatório o mesmo ficou confuso quanto à classificação do evento, se deveria classificá-la como uma fraude ou como um erro. O empregado responsável pela omissão alega que ocorreu uma desatenção e que não teria como detectá-la em função do volume de transações da empresa. Realizando outros procedimentos o Auditor obteve evidencias de que a omissão gerou para a empresa o pagamento em duplicidade de uma dívida (duplicatas a pagar) e que o empregado responsável pela omissão não tinha a menor condição de saber quem seria beneficiado pela omissão. Elabore um relatório apontando a diferença entre fraude e erro e classifique a omissão com base nos fatos apresentados. RESOLUÇÃO: Questões Discursivas 02) Ao acompanhar a realização da auditoria nos Estoques de Mercadorias da empresa o auditor detectou uma diferença entre a quantidade física e a quantidade registrada no sistema de controle de estoque. A diferença a menor no estoque da empresa foi ocasionada pela fragilidade do controle interno: o empregado responsável pelo controle do estoque efetua o registro contábil de entrada e saída, todos os empregados da empresa têm acesso ao estoque da empresa, mercadorias avariadas ou obsoletas são descartadas sem os devidos registros contábeis e acesso dos entregadores ao local de armazenamento das mercadorias. O valor referente à diferença de quantidade foi calculada em R$ 25.000,00. Como Auditor elabore um relatório apontando as sugestões para a fragilidade do sistema e faça uma proposta de lançamento para ajustar o valor no Diário da Empresa. REOLUÇÃO: