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Economia Internacional e Comércio Exterior - Unidade 1

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Economia Internacional e Comércio Exterior
Unidade 1 – Aula 1
Escola Fisiocrata
É a partir da crítica ao sistema mercantilista que surge a primeira escola econômica: a Escola Fisiocrata. No livro Tableau Economique, escrito em 1758 pelo francês François Quesnay, aparece o início de uma estrutura teórica que abrange a organização econômica da sociedade. Quesnay parte da contestação sobre a importância dada ao comércio e considera que as riquezas de uma nação provêm da agricultura. Classifica o comércio como uma classe estéril que não está na esfera da produção, mas na circulação, ou seja, não produz, apenas remaneja recursos de um lugar para outro auferindo-lhes lucro. Dessa crítica, Quesnay coloca em relevo a terra como “motor” da economia e afirma ser inútil intervir na ordem natural da sociedade por meio de leis e regulamentos governamentais (laissez faire). A partir dessa análise, a base da economia passa a ser a agricultura.
Escola Clássica
As críticas apontadas por Quesnay e a base de seu argumento promoveram a ruptura do mercantilismo e o início de um novo modelo econômico amparado na produtividade da terra. Essa estruturação é o ponto de partida para Adam Smith, precursor da segunda escola econômica: a Escola Clássica.
A publicação do livro A Riqueza das Nações, em 1776, marca o início da Escola Clássica e a sistematização profunda da ciência econômica colocando em relevo a importância do homem como agente transformador — o homem econômico. A estruturação conceitual dos clássicos tem como “pano de fundo” a efervescência da Revolução Industrial colocando em destaque o avanço tecnológico como aliado do trabalho humano, potencializando a produção. Nesse contexto, Adam Smith observa que a produção, a partir da divisão do trabalho, proporcionará maior produtividade e, consequentemente, aumentará exponencialmente a produção.
Para Adam Smith, a riqueza de uma nação é a terra, mas para que a terra seja produtiva deve haver o trabalho humano. Parece simples a observação de Adam Smith, mas a ciência ainda estava em processo evolutivo e, sob essa realidade, o homem vivia subordinado aos fenômenos da natureza, que eram regidos por uma ordem natural ou providencial, dependendo dos deuses para a colheita e para o desenvolvimento de seu mercado.
A partir dos avanços no campo da ciência (explicação dos fenômenos naturais), somados aos avanços tecnológicos (capacidade inventiva do homem), a ciência econômica passou a ter importância no processo evolutivo da humanidade, relacionando crescimento dos mercados à melhoria do padrão de vida da sociedade.
Continuando a estruturação conceitual da Escola Clássica, David Ricardo publica em 1817 o livro Princípios da Economia Política e de tributação, em que expõe e aprofunda as premissas da Escola Clássica. Ampliando a questão do trabalho descrita por Adam Smith, direciona parte do seu estudo para discutir a teoria do valor-trabalho, trazendo para a ciência econômica o capital como ingrediente necessário para a remuneração do fator trabalho. Essa construção sistemática coloca em relevo os fatores de produção: terra, trabalho e capital como recursos produtivos e como diferencial na alocação eficiente desses recursos. A indústria passa a ser o motor da economia, principalmente pelo incremento tecnológico, que possibilitou o aumento da oferta de produtos no mercado interno, suprindo a demanda e gerando excedentes para a exportação.
Economia Internacional e Comércio Exterior
Unidade 1 – Aula 2
Teoria da Dotação Relativa dos Fatores
A teoria da Vantagem Comparativa é, até os dias atuais, a base que fundamenta a relação entre os países no comércio internacional. Porém, como estudamos anteriormente, a teoria está amparada no valor-trabalho como único fator de produção. Essa simplificação será analisada no início do século XX pelos economistas Eli Filip Heckscher e Bertil Ohlin, que acrescentam uma nova abordagem para a composição dos custos de produção de uma mercadoria produzida em diferentes países.
A teoria de Heckscher-Ohlin, como ficou conhecida, incorpora o mecanismo de formação do preço no comércio internacional discutida pelos neoclássicos. A teoria parte do pressuposto de que o diferencial competitivo no comércio internacional está condicionado pela disponibilidade de fatores naturais. Dessa forma, argumenta que um país irá exportar os produtos cujos recursos lhes são abundantes e irá importar aqueles produtos que são escassos em seu mercado interno. Em linhas gerais, coloca em relevo que “cada país se especializa e exporta o bem que requer utilização mais intensa de seu fator de produção abundante”.
A teoria de Heckscher-Ohlin coloca em relevo as seguintes hipóteses:
1. As tecnologias de produção são idênticas nos dois países.
2. A função de produção X é intensiva em trabalho e a função de produção de produção M é intensiva em capital.
3. No país B, o trabalho é relativamente abundante e no país W, o capital é relativamente abundante.
4. As preferências dos consumidores são iguais nos dois países.
As hipóteses descritas na teoria são importantes para estabelecer os parâmetros norteadores da análise, do contrário poderíamos incorrer em situações que dificultariam a criação do modelo. Nesse aspecto, sabemos que as tecnologias não são idênticas em todos os países; cada país desenvolverá a base tecnológica de acordo com o potencial de seu mercado.
Continuando a formulação das hipóteses, é determinado que X representa a produção intensiva em trabalho, fator abundante no país B. E a produção de M é intensiva em capital, ou seja, fator abundante no país W.
	X
	 
	→
	
	→
	 
	Fator abundante no país B
	
	
	
	
	
	
	
	M
	 
	→
	
	→
	 
	Fator abundante no país W
	
	
	
	
	
	
	
Outra hipótese importante é definir que há igualdade nas preferências dos consumidores, porque gosto e preferência têm caráter subjetivo, ou seja, dependem de muitas variáveis: preço, importância do bem entre outros aspectos que determinam a formação da demanda no mercado.
Com as hipóteses definidas sabemos que os bens X e M são produzidos por meio de dois fatores de produção: trabalho e capital. É importante observar que o país que produz o bem X (intensivo em trabalho) alicerça sua economia no setor primário, enquanto o país que produz o bem M (intensivo em capital) alicerça sua economia no setor secundário. O que isso significa? Significa que o país produtor de X tem uma economia agrária e o país produtor de M possui uma economia industrial. Esses fatores, relacionados ao setor produtivo do país, determinam a pauta de exportação de seus mercados e, consequentemente, os produtos que serão importados.
Economia Internacional e Comércio Exterior
Unidade 1 – Aula 3
É importante destacar que nossa abordagem partiu do pressuposto de que existe livre comércio entre as nações, ou seja, de que não há restrições às exportações e importações. Outro pressuposto determinante na nossa abordagem é a existência de concorrência perfeita entre os mercados. Na prática, sabemos que os interesses são antagônicos, o estágio de desenvolvimento tecnológico difere e os mercados apresentam imperfeições na alocação de recursos produtivos, os ganhos de comércio são incertos. Então, fica a seguinte pergunta: quais são os ganhos efetivos com o comércio internacional? Na prática, o comércio internacional possibilita acesso a produtos com tecnologias diferenciadas e preços competitivos, fatores determinantes para defender a adoção do livre comércio.
Apesar dos benefícios do livre comércio, na prática as relações entre as economias não são simples, considerando-se o grau de desenvolvimento e a capacidade produtiva de cada país. Vamos discutir essas restrições na próxima unidade; agora, nosso objetivo é analisar os benefícios do intercâmbio entre as nações. Essa aula tem como propósito avaliar os desdobramentos da política comercial para as economias, estabelecendo os ganhos de comércio no que tange à distribuição de renda, crescimento econômico e bem-estar.
A política comercial é, por definição, um conjunto deinstrumentos de intervenção pública sobre o comércio internacional com o propósito de estabelecer relações do país no âmbito mundial. Estreitando laços com as demais nações, a economia local tem a possibilidade de ampliar a oferta interna e exportar seu excedente de produção.
Os ganhos obtidos por uma economia por intermédio do mercado internacional podem apresentar as seguintes características:
· Estágios de Produção: Importação/exportação de insumos e produtos finais. Os ganhos derivam tanto da possibilidade dos estoques de insumos, como do estabelecimento de trocas líquidas.
· Novas Tecnologias: O comércio permite o aprimoramento tecnológico no que tange aos investimentos em capital humano e físico.
· Competitividade: As empresas nacionais, em resposta à concorrência estrangeira, são pressionadas a ser produtivas.
Os desdobramentos da política comercial acarretam o aumento da produção, a oferta de novos produtos e preços menores. Outro fator determinante é a eliminação da pressão sobre os preços, aquecendo a demanda e a ampliação do poder de compra do consumidor.
Ao trocar bens e serviços com as demais economias, um país terá a possibilidade de aumentar sua capacidade de consumo e de produção, propiciando mais bem-estar à nação. Derivado dos ganhos apresentados, o consumo e a produção são elementos fundamentais, que determinam as trocas internacionais com vistas a favorecer o crescimento econômico.
A base da análise coloca em relevo a especialização no setor, onde há o fator abundante favorecendo as exportações. Por outro lado, será importado o produto que for escasso na produção do país. Essa situação proporciona ganhos com o comércio. A teoria discutida até agora baliza a melhora na distribuição de renda, considerando a alocação eficiente dos recursos produtivos culminando em mais bem-estar para a sociedade.
Sobre a distribuição de renda, os efeitos são desmembrados em duas vertentes: poder de compra e acesso à renda. Em relação ao poder de compra, o consumidor aumenta sua capacidade de consumo com base na baixa dos preços; ou seja, amplia o poder de compra. Com base na distribuição de renda, os efeitos não são integralmente favoráveis e dependem da alocação de recursos e da estrutura do mercado, sendo consequência direta da política econômica adotada no país.

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