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Necessidades energéticas e modificações físicas e químicas da dieta Profª Ariane Romeiro Objetivos da aula 1. Planejar as necessidades nutricionais, com base na avaliação nutricional, visando manutenção ou recuperação do estado nutricional. 2. Verificar a necessidade de mudança nas características físicas e químicas da dieta, analisando a aceitação e a clínica do paciente, para atendimento das demandas nutricionais. 2 Necessidade energética • O ser humano alimenta-se para satisfazer duas necessidades básicas: 1) Obter substâncias essenciais; 2) Adquirir energia para a conservação dos processos fisiológicos. • Metabolismo é uma atividade celular altamente dirigida e coordenada que abrange reações anabólicas e catabólicas. Essas reações envolvem sistemas multi enzimáticos que cooperam para realizar quatro funções: ❖Obter energia química; ❖Converter as moléculas dos nutrientes em moléculas necessárias para o funcionamento da célula; ❖Polimerizar precursores monoméricos; ❖Sintetizar e degradar biomoléculas necessárias para funções celulares especializadas. 3 Importante! • Metabolismo:É a soma total de todas as transformações químicasque ocorrem em um célula ou em um organismo vivo. • Energia: É a capacidade de realizar trabalho ou produzir mudança na matéria. • Metabolismo energético: Compreende todas as vias utilizadas pelo organismo para obter e usar a energia química oriunda do rompimento das ligações químicas presentes nos nutrientes que compõem os alimentos. 4 Fontes de energia • Os alimentos são constituídos a partir de vários grupos de nutrientes: carboidratos (glicose), triacilglicerol (TAG) (ácidos graxos livres e glicerol) e proteína (aminoácidos). • Períodos metabólicos: jejum (catabólico) X pós-absortivo (anabólico) • Para que a energia disponível nos alimentos possa ser utilizada, é necessário que elas passem por três etapas: digestão, absorção e metabolismo. 5 Utilização do alimento para armazenamento de energia • Nosso organismo é “econômico” no que diz respeito a utilização de energia utilizando somente o necessário para as funções fisiológicas. Independente do substrato ingerido, tudo que não for utilizado será armazenado como TAG (exceto o grupo amino dos aminoácidos). Alimento (CHO, LIP, PTN) Digestão (glicose e frutose, A C G e glicerol, e AA) Absorção (via porta ou vasos linfáticos) Metabolismo (acetilcoenzima A → Ciclo de Krebs) (hidrogênio → cadeia respiratória) Energia (ATP) 6 E nergia • Expressa para cálculo energético como caloria ou quilocaloria. • C aloria e o joule são utilizados como unidades de medidas da energia produzida. Caloria: Unidade-padrão para medir calor. É definida como a quantidade de energia calorífica necessária para elevar de 14,5 a 15,5°C a temperatura de 1 grama de água. Quilocaloria: Equivale a mil calorias, ou à quantidade de energia calorífica requerida para elevar 1°C a temperatura de 1 quilograma de água, que pode ser abreviada como kcaloria, kcal ou cal. Joule: Unidade de medida de calor mecânico que equivale a 4,1855 kcal (cerca de 4,2 kcal). Portanto, para converter kcal em quilojoule (kJ), deve-se multiplicar as quilocalorias por 4,2. 7 Determinação do conteúdo energético • Cada alimento tem seu valor energético específico (energia liberada na metabolização) e isso depende da composição do alimento no que diz respeito aos substratos energéticos. • Para conhecer a quantidade de energia, geralmente usamos tabelas de composição (TACO) que trazem a gramagem de CHO, LIP e PTN dos alimentos. • A quantidade de calor produzida por 1g de C H O é 4,1 kcal, LIP é 9,45 kcal, PTN é 5,65 kcal* e etanol é 7,1 kcal. * O grupo amino do aminoácido não é oxidado, e sim, excretado na urina. 8 Conteúdo energético disponível nos alimentos • Para conhecer a quantidade de energia oferecida em uma refeição: Tabelas de composição trazem a quantidade em gramas de carboidratos, lipídios e proteínas dos alimentos que compõem a refeição. 9 Recomendações e necessidade energética 10 • Necessidade energética: Quantidade de energia e de nutrientes disponíveis nos alimentos que indivíduos sadios devem ingerir para satisfazer todas as suas necessidades fisiológicas. “Inevitável” • Recomendação energética: Quantidade de energia e de nutrientes que deve conter na alimentação usual para satisfazer as necessidades de quase todos os indivíduos de uma população sadia. • A Organização Mundial da Saúde/ Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (OMS/FAO), definiu energia a quantidade de energia da dieta para manutenção do balanço energético em um indivíduo de determinada idade, gênero, peso, estatura e nível de atividade física (NAF), de modo a manter a boa saúde. → Mesmo princípio para DRI (Ingestão dietética de referência). “Conselho” 11 Gasto energético • É constituído de diversos componentes: 12 Métodos para determinação do gasto energético Quantifica a perda de calor dissipada pela superfície corpórea e pelos pulmões. Para o cálculo é utilizado a temperatura corpórea e a quantidade total de água que passou pelo aparelho. Todo calor liberado pelos processos químicos do organismo pode ser calculado indiretamente pela taxa de consumo de O2. Método de maior acurácia para determinar o G ET , sem necessidade de confinamento. Carga de água duplamente marcada com isótopos de hidrogênio e oxigênio, que será eliminado como água (H2O). Aferição a longo prazo – 14 a 21 dias. 13 Métodos para determinação do gasto energético • Fórmulas preditivas para cálculo do gasto energético A) HARRI S & B E N E D I C T 1) Estimar a taxa metabólica basal: 2) Calcular o G E T utilizando a fórmula: G E T = TMB x fator lesão x fator térmico x fator atividade 14 B) Equação proposta pela FAO/OMS, em 2001, para cálculo da TMB Adequada para indivíduos saudáveis com o peso corporal adequado ou abaixo do limite de normalidade. G E T = T M B x N A F Sedentário ou estilo de vida leve: ocupação com pouco esforço físico e não requer caminhadas; geralmente usam veículos para transporte, não praticam atividade física regularmente e suas atividades principais são leitura, TV, computadores. Ativo ou estilo de vida moderado: pessoas que podem ter o mesmo tipo de atividades obrigatórias que indivíduos sedentários, mas praticam atividades de moderado a intenso esforço ao menos 1 hora/dia ou a atividade obrigatória requer esforço maior que as atividades leves. Vigoroso ou estilo de vida vigoroso: pessoas cuja ocupação demanda intenso esforço físico ou que praticam atividade física de intensidade moderada no mínimo 2 horas/dia 15 C) Equações propostas pelo IOM Necessidade energética = TMB x NA F 16 D) Equações preditivas em pacientes críticos – equações simplificadas Estadiamento do paciente V E T Paciente grave (catabolismo) 20-25 Kcal/Kg Peso corporal/dia Paciente estável (anabolismo) 25-30 kcal/Kg Peso corporal dia Paciente com desnutrição (grave) 25-30 Kcal/kg Peso corporal/dia Para pacientes obesos (IMC>30kg/m²) graves em UTI, o objetivo do regime de nutrição enteral/parenteral não deve exceder 60-70% das necessidades energéticas diárias. Paciente obeso grave (UTI) – AS P E N 2009: 11-14kcal/Kg peso corporal real/dia O U 22-25kcal/kg peso corporal ideal/dia E S P E N, 2006: 17 Recomendações de energia durante processos de doença • As recomendações anteriores não estabeleceram recomendações para indivíduos que se encontram em processos de doença. • O cálculo proposto por Kinney e Wilmore pode ser usado em processos de doença. Deve-se calcular a TMB e multiplicar esse valor pelos fatores lesão/estresse e valor térmico (quando na vigência de estado febril) equivalente. Fator atividade (hospitalizado) Fator lesão (lesão, estresse) Fator térmico Acamado = 1,2 Paciente não complicado = 1 38°C = 1,1 Acamado + móvel = 1,25 Ambulante = 1,3 Pós-operatório câncer = 1,1 Fratura = 1,2 Sepse = 1,3 Peritonite = 1,4 Multitrauma reabilitação = 1,5 Multitrauma + sepse = 1,6 Queimadura30 – 50% = 1,7 Queimadura 50 – 70% = 1,8 Queimadura 70 – 90% = 2 39°C = 1,2 40°C = 1,3 41°C = 1,4 18 Após a determinação do VET . . . realizar planejamento e distribuição das calorias nos macronutrientes (proteína, carboidrato, lipídios) 19 Qual referência utilizar para determinar os nutrientes? • Ingestão dietética de referência (DRI) o Conjunto de valores desenvolvidos para a população dos E UA e do Canadá, mas adotados por diversos países, incluindo o Brasil. o Objetivo: servir como meta/referência para adequação nutricional. o Utilizadas para avaliar: - Probabilidade de ingestão adequada ou potencial risco de excesso - Planejar a dieta de indivíduos ou de grupos de indivíduos, segundo sexo e estágio de vida • Ingestão dietética recomendada (DR I) - conjunto dos seguintes parâmetros: 20 Necessidade média estimada (Estimated Average Requirement –EAR) ⚫ É um valor de ingestão diária de um nutriente que se estima suprir a necessidade de metade (50%) dos indivíduos saudáveis de um grupo de mesmo gênero e estágio de vida. Ingestão dietética recomendada (Recommended Dietary Allowance –R DA) ⚫ É o nível de ingestão alimentar diária suficiente para atender às necessidades nutricionais da maioria (97 a 98%) dos indivíduos saudáveis de um determinado grupo de mesmo sexo e estágio de vida. ⚫ Para a determinação da RDA utiliza-se a EAR. Qual referência utilizar para determinar os nutrientes? 21 Ingestão adequada (Adequate Intake –AI) ⚫ É utilizada quando não há dados suficientes para a determinação da EA R e, consequentemente, da RDA. Pode-se dizer que é um valor estimado, prévio à RDA. ⚫ Baseia-se em níveis de ingestão ajustados experimentalmente ou em aproximações da ingestão observada de nutrientes de um grupo de indivíduos aparentemente saudáveis. Limite superior tolerável de ingestão (Tolerable U pper Intake Level –UL) ⚫ É o valor mais alto de ingestão diária continuada de um nutriente ⚫ Aparentemente não oferece risco de efeito adverso à saúde para a maioria dos indivíduos em um determinado estágio de vida ou gênero. ⚫ Não é um nível de ingestão recomendado. ⚫ O estabelecimento do U L surgiu com o crescimento da prática de fortificação de alimentos e do uso de suplementos alimentares. ⚫ Ele ainda não está estabelecido para todos os nutrientes. Qual referência utilizar para determinar os nutrientes? 22 23 Proteína SBAN: limita a oferta de proteína de origem animal para 30-35% da ingestão total de proteína (tendo em vista o conteúdo de A G saturado presente nesses alimentos → poder aterogênico) 24 C arboidratos • Principal função: promover energia para as células – cérebro (órgão dependente de glicose) Quantidade recomendada: • RDA para adultos (>19anos): 130g/dia • Percentual do V E T de carboidratos: 45 – 60% 25 Fibras • Classificação segundo a solubilidade: Fibras solúveis • Retardam o esvaziamento gástrico e o tempo de transito intestinal • Agem na composição da microbiota intestinal e no metabolismo por meio da produção de A G C C Fibras insolúveis • Baixa fermentação • Aceleração do tempo de trânsito intestinal • Aumento do bolo fecal Lignina, celulose e hemiceluloses Pectinas, gomas, mucilagens, betaglicanos, frutanos, e algumas hemiceluloses 26 F ibras • IOM: 14 g de fibras a cada 1.000 kcal. Órgão regulador Recomendação de fibra alimentar (g/dia) Homens Mulheres Organização Mundial da Saúde (OMS) >25 >25 Ministério da Saúde (MS) 25 25 Food and Nutrition Board of the Institute of Medicine (IOM) 10 a 50 anos: 38 >51 anos: 30 10 a 50 anos: 25 >51 anos: 21 27 Lipídeos • Função: a) Absorção de vitaminas lipossolúveis – A,D,E ,K b) Fornecimento de energia c) Construção de estruturas celulares d) Moléculas sinalizadoras • % do V E T: 20-35% 28 Lipídeos 29 30 Água • Importante para: o reações celulares o regula a temperatura corporal o mantém o volume sanguíneo o transporta nutrientes o envolvida na digestão, absorção e excreção. • A perda de 20% da água corporal (desidratação) pode causar morte; a perda de apenas 10% pode ocasionar dano a sistemas corporais essenciais 31 Água 32 Micronutrientes 33 Micronutrientes 34 Micronutrientes 35 Micronutrientes 36 Micronutrientes 37 Micronutrientes 38 Micronutrientes 39 Micronutrientes 40 Micronutrientes 41 Recomendação de Micronutrientes 42 Recomendação de Micronutrientes 43 Recomendação de Micronutrientes 44 Recomendação de Micronutrientes 45 Recomendação de Micronutrientes 46 Recomendação – água e eletrólitos 47 Planejamento dietético 48 Planejamento dietético • Prescrição de dietas exequíveis • Atender aos sentidos e ao prazer da alimentação • Observar hábitos regionais • Assegurar necessidade individuais • Promover educação alimentar • Avaliar necessidade de modificações na dieta 49 Planejamento dietético ▪ Modificações da dieta • Consistência; • Aumento/diminuição no valor energético; • Aumento/diminuição de nutriente; • Restrição de alimentos específicos; • Ajuste de nutrientes; • Mudança na via de administração. 50 Modificações da dieta - Consistência Consistências: • Normal • Branda • Pastosa • Semilíquida • Líquida • Líquida Restrita 51 Dieta normal/geral ❖Características: Consistência normal e quantidade suficiente de energia, macronutrientes e micronutrientes, com a finalidade de manutenção da saúde e estado nutricional adequado. ❖Fracionamento: 5-6 refeições ❖Valor calórico: 2.000-2.200 kcal/dia ❖Indicações: Pacientes com ausência de alterações metabólicas importantes ou que não estejam em risco nutricional. ❖Alimentos recomendados: Todos os recomendados em uma dieta saudável. Deve-se considerar os hábitos alimentares quando houver possibilidade. ❖Alimentos evitados: Nenhum, no entanto, para uma alimentação saudável sugere-se moderar a ingestão de alimentos/preparações ricas em gordura, sal e açúcar simples. 52 Dieta branda ❖Características: Atenuação da textura através do processo de cocção das fibras (legumes, verduras, frutas, carnes) com a finalidade de facilitar o trabalho digestivo ❖Fracionamento: 5-6 refeições ❖Valor calórico: 1.800-2.200 kcal/dia ❖Indicações: Pacientes no pré e pós-operatório imediatos de diversos procedimentos cirúrgicos, afecções gástricas (úlcera e gastrite) e dificuldades em outras funções digestivas. Utilizada na transição da dieta pastosa e a normal. ❖Alimentos recomendados: • Pães, bisnagas, biscoito sem recheio, bolos simples e massas feitos com farinha refinada; • Legumes e verduras cozidos no forno, em água, vapor ou refogados; • Cereais cozidos; 53 • Caldo de leguminosas; • Frutas cozidas, assadas, sem casca, sucos (coados) e compotas; • Frutas cruas: bem maduras e sem casca, de preferência ao mamão, banana e pera; • Leite e derivados são permitidos, no caso dos queijos, preferir os com pouco sal e gordura; • Carnes frescas cozidas, assadas e grelhadas; • Ovos cozidos, mexidos e omeletes; • Gorduras e açúcares, sem excesso. ❖Alimentos evitados: • Pães, biscoito e massas feitos com farinha integral, e biscoitos com recheio/amanteigados; • Legumes, verduras e frutas cruas (exceção: mamão, banana e pera); • Brócolis, couve-flor, couve-de-Bruxelas, rabanete, repolho crus ou cozidos; • Grãos das leguminosas; • Queijos gordurosos e/ou salgados, como provolone, parmesão, gorgonzola; • Carnes enlatadas, empanadas e embutidos; • Ovos fritos e frituras em geral. 54 Dieta pastosa ❖ Características: Proporciona repouso digestivo e fornece quantidade adequada de nutrientes semelhante à dieta branda. A textura, porém, é menos sólida. Normalmente, os alimentos/preparações apresentam-se na forma de purês, cremes, papas e carnes subdividas (moídas, trituradas, desfiadas) e suflês. ❖Fracionamento: 5-6 refeições ❖Valor calórico: 1.800-2.200 kcal/dia ❖ Indicações: Pacientes com dificuldade de mastigação e deglutição, principalmente pacientes idosos (ausênciade próteses dentárias), portadores de doença crônicas (insuficiência cardíaca e respiratória). Utilizada na transição entre dieta leve e a branda. ❖Alimentos recomendados: • Pães macio, bisnagas, biscoito sem recheio, torradas, bolo simples e mingaus feitos com farinha refinada. • Legumes cozidos, suflês e em purês; 55 • Caldo de leguminosas; • Frutas cozidas, em purês e sucos; • Leite, iogurtes e queijos cremosos; • Arroz papa; • Carnes moídas ou desfiadas; • Ovo cozido, mexidos e omeletes; • Sopas (macarrão/canja/creme de legumes); • Óleos e gorduras, sem excesso; • Sobremesas como pudim, manjar, flan, cremes, doce em pasta, gelatina, geleias e sorvete simples. ❖Alimentos evitados: • Pães, biscoito e massas feitos com farinha integral, e biscoitos com recheio/amanteigados; • Legumes, verduras e frutas cruas; • Iogurte com pedaços de frutas e queijos duros; • Frutas com polpas duras que impossibilitam o preparo de purês; • Sementes e frutas oleaginosas; • Carnes com pedaços grandes, enlatadas, empanadas, duras e crocantes; • Ovos fritos e frituras em geral. 56 Dieta leve/semilíquida ❖Características: Preparações de consistência espessada (presença de farináceos ou espessantes artificiais), constituídas de líquidos e alimentos semissólidos, cujos pedaços encontram-se em emulsão ou suspensão. Permite repouso digestivo, porém apresenta valor nutricional reduzido quando comparada às dietas anteriores. Recomenda-se acompanhar o paciente, e, se necessário, orientar suplementação. ❖Fracionamento: 5-6 refeições ❖Valor calórico: 1.300-1.500 kcal/dia ❖Indicações: Pacientes com função gastrointestinal moderadamente reduzida, intolerância aos alimentos sólidos devido à dificuldade de mastigação e deglutição e evolução de pós-operatório. Utilizada na transição entre dieta líquida e a pastosa. 57 ❖Alimentos recomendados: • Água, chás e café com açúcar, água de coco, sucos de frutas coados; • Grãos e farinhas de cereais refinados cozidos em sopas ou mingaus (farinha de trigo, fécula de batata, amido de milho,...), utilizados como espessantes; • Pão sem casca e biscoito sem recheio; • Leite, iogurte, creme de leite, queijos cremosos; • Purês de legumes; • Verduras cozidas e liquidificadas; • Sopas espessadas, liquidificada ou sopas-creme; • Caldo de leguminosas; • Frutas cozidas, cruas (Sem casca) em papa ou liquidificadas; • Carnes cozidas e cortadas em pequenos pedaços, purês ou caldos; • Ovos cozidos; • Óleos, gorduras, açúcar, sem excesso; • Sobremesas como pudim, manjar, fan, cremes, sorvetes e gelatina. 58 ❖Alimentos evitados: • Preparações feitas com cereais integrais; • Biscoitos recheados e amanteigados; • Frutas inteiras com casca e semente; • Legumes e verduras crus; • Semente e frutas oleaginosas; • Grãos de leguminosas; • Alimentos enlatados e embutidos; • Frituras em geral. 59 Dieta líquida ❖Características: Alimentos/preparações na forma líquida e é prescrita para os pacientes que necessitam de mínimo esforço digestivo e pouco resíduo. Devido ao valor nutricional reduzido deve-se oferecer suplementos alimentares com intuito de melhorar o aporte energético, proteico, vitamínico e de minerais, e evoluir o mais breve a dieta via oral. Caso não seja possível, recomenda-se a terapia nutricional. ❖Fracionamento: a cada 2 horas em ou intervalo menor. Aconselha-se o controle do volume da dieta para evitar distensão abdominal. ❖Valor calórico: 750-1.500 kcal/dia ❖Indicações: Pacientes no pós-operatório de cirurgia na boca, plástica de face e pescoço entre outras evoluções de pós-operatórios, fratura da mandíbula, estreitamento esofágico e intolerância aos alimentos sólidos; 60 ❖Alimentos recomendados: • Papa ou farinhas de cereais refinados e cozidos podem ser adicionadas Às bases líquidas; • Caldos, sopas liquidificadas e peneiradas de legumes, verduras, ovos e carnes; • L eite, bebidas lácteas, iogurte, queijos cremosos, creme de leite e suplementos alimentares à base de leite; • Sobremesa como pudim, manjar, flan, cremes e gelatinas; • Óleos, gorduras e açúcar, sem excesso; • Água, chás e café, água de coco, sucos de frutas coados, bebidas não gaseificadas; ❖Alimentos evitados: • Alimentos/preparações de consistência mais sólida, como: pães e biscoitos, farelo, farinha integrais, grãos de cereais, legumes/verduras crus e inteiros, carnes em pedaços e embutidos, queijos duros e frutas inteiras. 61 Dieta líquida restrita ❖C aracterísticas: C aracteriza-se pela presença de água, líquidos límpidos e carboidratos, com a finalidade de hidratação e a mínima formação de resíduos, proporcionando o máximo repouso digestivo. Além disso, devido ao baixo valor nutricional, a dieta deve ser evoluída o quanto antes, caso não seja possível via oral, recomenda-se a terapia nutricional. ❖Fracionamento: a cada 2 horas em ou intervalo menor. Aconselha-se o controle do volume da dieta para evitar distensão abdominal. ❖Valor calórico: 375-600 kcal/dia ❖ Indicações: Pacientes no pós-operatório de cirurgia no cólon, pós-operatório imediato e evolução da terapia nutricional – redução da nutrição parenteral e introdução da via oral. ❖Alimentos recomendados: • Águas, chás e café descafeinado, açúcar, água de coco, sucos de frutas coados, caldos coados de legumes/verduras/carnes, gelatina, bebidas isotônicas e picolés à base de sucos de frutas. ❖Alimentos evitados: Q ualquer alimento/preparação de consistência sólida ou mais espessas, e que não esteja entres os alimentos da lista de recomendados. 62 Dieta zero ❖Características: Conhecida também como jejum, caracteriza-se pela ausência da ingestão de alimentos por via oral. ❖Valor calórico: 0 kcal (por via oral) ❖Indicações: Pacientes no pré e pós-operatório ou preparo de exames agendados, que exijam tal procedimento. Deve-se conhecer /controlar a duração exata do tempo de jejum, evitando que o paciente permaneça com dieta zero além do necessário. 63 Modificações da dieta - Características • Aumento/redução no valor energético - Hipercalórica - Normocalórica - Hipocalórica • Aumento/diminuição de nutrientes - Hipossódica - Hipolipídica - Hipoprotéica - Restrita em carboidrato simples - D M - Restrição de potássio - “Rica” em fibras (laxativa) - Sem resíduos (pobre em fibras, isenta de lactose e isenta de carboidrato simples) /constipante 64 • uso de adoçantes, produtos diet (gelatina diet, pudim diet, geléia diet) • Produtos integrais (pães, biscoitos, macarrão) • Menor quantidade de arroz/arroz integral /Não colocar arroz/macarrão/purê batata no mesmo prato Restrita em carboidrato simples • Produtos sem sal; • Refeições realizadas sem adição de sal e ofertado sachê de sal no A/J ou refeição com sal e sem sachê de sal Hipossódica • Leite e iogurtes desnatados • Substituição de manteiga por geléia ou queijos magros • Refeições sem gordura no preparo Hipolipídica • Redução da quantidade de proteína • Menor oferta de queijos, feijões e porção de carnes menor • Nutricionista avaliará a quantidade de proteína a ser restringida Hipoprotéica • maior oferta de frutas laxativas (ameixa, laranja, mamão, manga, abacate) • Folhas verdes (couve, espinafre, agrião) • Legumes com a casca • EVITAR: Frutas constipantes: maçã, banana, pêra, caju, limão, goiaba. Laxativa • Manipular pouco os alimentos + H I G I E N I Z AÇ ÃO A D E Q UA DA –hipoclorito por 20 min • Alguns serviços de nutrição: somente alimentos embalados e sem alimentos C R U S Neutropênico • Alimentos sem fibra (cenoura; chuchu, batata, abobrinha, inhame, batata baroa); • Alimentos sem açúcar (utilizar adoçante); • Alimentos sem lactose; Sem resíduo 65 Gastronomia Hospitalar Gastronomia hospitalar Melhora da aparência Melhor aceitação da dieta Manutenção/ recuperação do estado nutricional 66 Gastronomia hospitalar • G arantirá boa apresentação dos pratos, por meio de cortes adequados e finalização • Receitas elaboradas, saborosas e aromáticas • D ietas com alteraçãode consistência – geralmente apresentam baixa aceitação por parte do paciente → deixá-la mais atrativa • Uso de ervas e especiarias – realçam o paladar 67 Caso Clínico Paciente de 78 anos, diagnóstico em investigação. Interna com quadro de dor abdominal à esclarecer. Comorbidades: H A S e D M tipo 2 Anamnese alimentar: Paciente relata alimentar-se na consistência normal, porém com dificuldades devido ao quadro de inapetência e tosse ao se alimentar. Realizando apenas 2 refeições/dia. Função intestinal: constipação (fezes – Bristol 1) Ao exame físico: Musculatura temporal e bola gordurosa de bichard depletada. Paciente sem prótese dentária. 1) Equipe fonoaudiológica não encontra-se na unidade hospitalar no período noturno, e você como nutricionista responsável precisa definir a dieta a ser ofertada para o paciente. a) Qual a(s) consistência(s) mais adequada(s) da dieta para este paciente? b) Quais características você atribuirá para a dieta deste paciente? 68 Referências bibliográficas 69 Slide 1: Necessidades energéticas e modificações físicas e químicas da dieta Slide 2: Objetivos da aula Slide 3: Necessidade energética Slide 4: Importante! Slide 5: Fontes de energia Slide 6: Utilização do alimento para armazenamento de energia Slide 7: Energia Slide 8: Determinação do conteúdo energético Slide 9: Conteúdo energético disponível nos alimentos Slide 10: Recomendações e necessidade energética Slide 11 Slide 12: Gasto energético Slide 13: Métodos para determinação do gasto energético Slide 14: Métodos para determinação do gasto energético Slide 15: B) Equação proposta pela FAO/OMS, em 2001, para cálculo da TMB Slide 16 Slide 17: D) Equações preditivas em pacientes críticos – equações simplificadas Slide 18: Recomendações de energia durante processos de doença Slide 19 Slide 20: Qual referência utilizar para determinar os nutrientes? Slide 21: Qual referência utilizar para determinar os nutrientes? Slide 22: Qual referência utilizar para determinar os nutrientes? Slide 23 Slide 24: Proteína Slide 25: Carboidratos Slide 26: Fibras Slide 27: Fibras Slide 28: Lipídeos Slide 29: Lipídeos Slide 30 Slide 31: Água Slide 32: Água Slide 33: Micronutrientes Slide 34: Micronutrientes Slide 35: Micronutrientes Slide 36: Micronutrientes Slide 37: Micronutrientes Slide 38: Micronutrientes Slide 39: Micronutrientes Slide 40: Micronutrientes Slide 41: Micronutrientes Slide 42: Recomendação de Micronutrientes Slide 43: Recomendação de Micronutrientes Slide 44: Recomendação de Micronutrientes Slide 45: Recomendação de Micronutrientes Slide 46: Recomendação de Micronutrientes Slide 47: Recomendação – água e eletrólitos Slide 48: Planejamento dietético Slide 49: Planejamento dietético Slide 50: Planejamento dietético Slide 51: Modificações da dieta - Consistência Slide 52: Dieta normal/geral Slide 53: Dieta branda Slide 54 Slide 55: Dieta pastosa Slide 56 Slide 57: Dieta leve/semilíquida Slide 58 Slide 59 Slide 60: Dieta líquida Slide 61 Slide 62: Dieta líquida restrita Slide 63: Dieta zero Slide 64: Modificações da dieta - Características Slide 65: Restrita em carboidrato simples Slide 66: Gastronomia Hospitalar Slide 67: Gastronomia hospitalar Slide 68: Caso Clínico Slide 69: Referências bibliográficas
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