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LOGÍSTICA EMPRESARIAL
AULA 1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Rafaela Aparecida de Almeida
CONVERSA INICIAL
A logística contempla vários processos que vivenciamos diariamente. Quando você vai ao
supermercado e realiza suas compras, todo um sistema logístico foi movimentado para que aqueles
produtos estivessem disponíveis naquele momento na gôndola. Quando você acorda pela manhã e
pensa em qual será a melhor rota ou meio de transporte disponível para chegar ao trabalho, você
está fazendo logística.
Toda vez que houver uma movimentação de produto ou de informação, de um ponto a outro,
estamos no campo da logística. Cada vez mais, as empresas têm compreendido a importância de
proporcionar uma logística eficiente para garantir bons resultados para seus negócios (Nogueira,
2012).
Portanto, a logística é uma área bastante promissora e que permite aos seus profissionais atuar
nos mais diversos segmentos.
Nesta aula, conheceremos os fundamentos da logística, com base nos principais autores da área.
Em seguida, abordaremos os princípios da história da logística, desde tempos mais antigos, quando
era utilizada como estratégia em grandes guerras até os dias de hoje.
Nosso terceiro tema permitirá identificar a relação entre a logística e a cadeia de suprimentos,
diferenciando cada uma de suas etapas: logística de suprimentos, de produção e de distribuição, o
que nos permitirá avaliar como elas interagem entre si.
Por fim, abordaremos uma visão geral da logística no mundo e no Brasil, que nos dará ter uma
visão sistêmica da nossa área de estudo.
Veja, a seguir, os temas desta nossa aula:
1. Fundamentos da logística;
2. Princípios da história da logística;
3. Logística e a cadeia de suprimentos;
4. A logística no mundo;
5. A logística no Brasil.
CONTEXTUALIZANDO
A partir da terceira Revolução Industrial, a humanidade tem vivenciado diversas mudanças em
consequência dos avanços tecnológicos. As novas tecnologias desenvolvidas possibilitaram que a
troca de informações fosse realizada com maior rapidez, permitindo que pessoas e empresas
estivessem conectadas de maneira instantânea. O advento da internet diminui a distância e o tempo.
Esse rompimento das barreiras físicas e temporais deu início ao processo de globalização, o que
facilitou ainda mais a troca de informações e de mercadorias entre empresas e entre empresas e
consumidores, a partir de e para qualquer parte do mundo, impulsionando assim, as vendas pelo e-
commerce.
De acordo com dados da Ebit Nielsen (2020), na comparação de 2019 com 2020, o número de
novos consumidores no comércio eletrônico brasileiro cresceu 38%. Em 2001, o valor em vendas do
e-commerce nacional era de 0,2 bilhões de reais. Em 2020, esse valor chegou à casa dos 38,8 bilhões
de reais.
É muito provável que você esteja entre esses consumidores que já realizaram ao menos uma
compra em ambiente virtual.
A compra é realizada com a facilidade de um simples clique em Realizar compra, mas você já
parou para pensar em toda a logística envolvida por trás desse clique? Desde a compra da matéria-
prima, passando pela produção, armazenagem, até a distribuição física que levará o produto até a
sua casa no tempo e condições estimados?
Figura 1 – Compra virtual
Crédito: Vectory NT/Shutterstock.
Muitas pessoas ainda hoje acreditam que a logística é apenas transporte e armazenagem.
Durante nossas seis rotas da disciplina de logística empresarial, veremos que muitas atividades
necessitam da logística e ela exerce grande influência em nossas vidas, pois todos os bens de
consumo utilizados em nosso dia a dia passam por processos logísticos até que estejam disponíveis
para o cliente final.
Convido-o(a) a seguir comigo e conhecer melhor a logística empresarial.
TEMA 1 – FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA
A gestão logística do passado não é mais a mesma da atual. Em nossa primeira rota, você
conhecerá a evolução da logística ao longo do tempo, mas você saberia dizer quais foram os
principais fatores que influenciaram essa necessidade de adaptação da logística às demandas do
mercado atual?
Figura 2 – Fatores que influenciaram a adaptação da logística
Crédito: Good Studio/Shutterstock.
O ambiente altamente competitivo, dos dias de hoje, é consequência das mudanças vivenciadas,
principalmente nas últimas três décadas, quando passamos a presenciar a rápida evolução
tecnológica, a evolução do acesso à tecnologia de informação, a quebra de fronteiras com a
globalização, a preocupação com as questões ambientais e o crescimento de compras no comércio
eletrônico.
Como consequência dessa evolução, com maior acesso às informações e com a possibilidade de
realizar compras, de qualquer parte do mundo sem sair de casa, o perfil do consumidor também
mudou.
Diante desse cenário de transformações, a logística passou a ser considerada uma importante
ferramenta na gestão corporativa. Compreender o correto entendimento de todos os processos nela
envolvidos pode proporcionar às organizações vantagem competitiva frente aos seus concorrentes, e
aos profissionais da logística, oportunidades de crescimento pessoal e profissional.
Para que possamos ter a correta compreensão do que significa uma gestão da logística
empresarial eficiente e eficaz, vamos conhecer os principais conceitos definidos por especialistas da
área.
1.1 CONCEITUANDO A LOGÍSTICA
De acordo com O Council of Supply Chain Management Professional (Conselho de
Profissionais da Cadeia de Suprimentos), principal associação mundial de profissionais de gestão de
cadeias de abastecimento, a logística trata do processo de planejamento, implementação e controle
de procedimentos para a eficiência e a eficácia do transporte e armazenamento de mercadorias,
incluindo serviços e informações relacionadas desde o ponto de origem até o ponto de consumo, em
conformidade com os requisitos exigidos ou esperados pelo cliente (CSCMP, 2013).
Para Ballou (2012):
A logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que
facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo
final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o
propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável. (Ballou,
2012, p. 24)
Morais (2015) destaca que a logística é a série de atividades envolvidas no processo que abrange
desde o fornecedor, que extrai ou produz a matéria-prima básica, passando por todos os estágios de
produção ou transformação do produto acabado e por todos os canais de distribuição responsáveis
por fazer com que este chegue ao cliente final.
Vemos que há uma convergência dos conceitos apresentados no sentido de que a logística
contemple os processos da aquisição dos suprimentos necessários para alimentar a entrada do
sistema produtivo, que é representado pela manufatura (produção) até a saída do produto acabado e
sua distribuição para o consumidor final.
Vale ressaltar que uma das formas de aumentar a competitividade e a satisfação dos clientes é a
integração logística associada à agilidade no processamento das informações, permitindo a entrega
dos produtos no tempo certo, na quantidade certa, com a qualidade esperada e ao menor custo
possível.
1.2 EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA
Novaes (2007) destaca quatro fases da evolução logística, conforme veremos a seguir.
1.2.1 PRIMEIRA FASE: ATUAÇÃO SEGMENTADA
Nessa fase, há ausência de sistemas de comunicação e de informática. Pedidos são feitos para
fornecedores por meio de telefone ou correio, pesquisando os preços e melhores condições junto a
vários fornecedores.
O estoque é visto como elemento-chave para o atendimento ao cliente e, dessa forma, as
empresas dispõem de alto nível de estoque em cada etapa do processo. O foco principal estava na
redução dos custos com transportes por meio da otimização de veículos e negociação de fretes
menores.
1.2.2 SEGUNDA FASE: INTEGRAÇÃO RÍGIDA
Esta segunda fase teve como elemento-chavea racionalização de processos, por meio da
otimização de atividades e do planejamento. Embora seja caracterizada como uma busca inicial de
racionalização integrada da cadeia logística, ainda era muito rígida, pois a partir da efetivação do
planejamento não eram permitidas mudanças.
A integração, nesse momento, ocorria com a incorporação de outros setores ao planejamento,
como marketing e vendas, além de fornecedores e clientes, o que possibilitava uma visão sistêmica
dos processos logísticos, na tentativa da redução de custos.
1.2.3 TERCEIRA FASE: INTEGRAÇÃO FLEXÍVEL
A terceira fase da logística é caracterizada pela integração dinâmica e flexível entre os agentes da
cadeia de suprimentos, em dois níveis: interno (dentro da empresa, entre os diversos setores) e
externo (da empresa com seus fornecedores e clientes).
Essa integração foi possível a partir do desenvolvimento da informática, quando o intercâmbio
de informações entre os elos da cadeia de suprimentos passa a acontecer por via eletrônica, mais
especificamente por meio do EDI Electronic Data Interchange (troca eletrônica de dados), permitindo,
assim, ajustes dos planejamentos e das demandas ou variações do mercado.
Ainda nessa fase, é possível observar a maior preocupação com a satisfação plena do cliente,
seja ele o consumidor dos produtos produzidos ou fornecedores. Além disso, a busca pela redução
dos níveis de estoque, a partir do entendimento de que o alto volume de estoques não agrega valor
ao produto.
1.2.4 QUARTA FASE: INTEGRAÇÃO ESTRATÉGICA
Na quarta fase, a logística passa a atuar de forma estratégica nas empresas, como forma de
ganhar competitividade. Nela, os elos da cadeia de suprimentos passam a ser vistos como parceiros
de negócio atuando com conjunto na busca por melhores resultados em termos de redução de
custos, de desperdícios e de agregação de valor para o consumidor final. A esse novo modelo
logístico é dada a denominação de SCM – Supply Chain Management (gerenciamento da cadeia de
suprimentos).
Outra característica dessa fase é a crescente preocupação das organizações com o meio
ambiente e consequente interesse pela logística reversa, por meio da destinação correta de produtos
e materiais ao final de sua vida útil.
Para chegarmos às práticas logísticas, tais quais conhecemos hoje, foi necessário evoluir ao
longo das diversas fases até que se atingisse o estágio atual de desenvolvimento suficiente para
viabilizar o SCM. No próximo tema, vamos acompanhar os princípios da história da logística mais
detalhadamente.
TEMA 2 – PRINCÍPIOS DA HISTÓRIA DA LOGÍSTICA
A logística se faz presente desde as civilizações mais antigas, seja por meio da troca de
mercadorias entre diferentes povos e nações, ou como estratégia de grandes guerras, permitindo o
transporte e a armazenagem de suprimentos.
Ballou (2012, p. 28) destaca que antes de 1950 as empresas fragmentavam as atividades
logísticas: “o transporte era encontrado frequentemente sob o comando gerencial da produção; os
estoques eram responsabilidade de marketing, finanças ou produção; e o processamento de pedidos
era controlado por finanças ou vendas”.
A atividade logística militar na Segunda Guerra Mundial foi o início para muitos dos conceitos
logísticos e o marco de sua notoriedade como atividade específica. Portanto, é a partir deste marco
histórico que iniciamos nossa linha do tempo dos princípios da história da logística resumidos na
Figura 1.
Figura 3 – Linha do tempo da logística
2.1 HISTÓRIA DA LOGÍSTICA
A logística passou por grandes transformações ao longo do tempo em decorrência da evolução
tecnológica, da mudança de perfil dos consumidores, da globalização, precisando se reinventar de
acordo com as novas necessidades que foram se desenhando ao longo das últimas décadas.
A partir de agora, convido-o(a) a fazer uma viagem no tempo para conhecer os principais fatores
de mudança que envolvem a ciência da logística.
2.1.1 1950 – 1970
Representa o período de decolagem para a teoria e a prática da logística. No período pós-
Segunda Guerra Mundial, com o retorno das tropas aos seus países de origem e o incentivo dos
governos à retomada do desenvolvimento econômico, as indústrias passaram a oferecer maior
variedade de produtos. Associado a esse fator, estava a migração populacional das áreas rurais para
os centros urbanos. Tal mudança de cenário culminou no aumento das operações logísticas de
transporte e distribuição de produtos, resultando na elevação dos custos logísticos.
Essa complexidade passa a ser tratada com a implementação de modelos matemáticos, que
permitiram o maior controle dos estoques, associada ao uso da multimodalidade e a introdução da
informática a partir do surgimento dos primeiros computadores na década de 1960.
2.1.2 DÉCADA DE 1980
Esse período é marcado pelo foco no cliente e pelos avanços tecnológicos que permitiram, por
meio da evolução dos sistemas de MRP Material Requirement Planning (planejamento das
necessidades de materiais), a integração de diferentes áreas (marketing, vendas, produção) e
processos das empresas, surgindo então o conceito de logística integrada.
2.1.3 DÉCADA DE 1990
Período marcado por profundas revoluções tecnológicas, como o advento da internet, facilitando
a troca de informações e de mercadorias entre diferentes países. Os processos de manufatura e
distribuição de produtos mudam radicalmente e a logística integrada evolui para o Supply Chain
Management (gestão da cadeia de suprimentos), cuja integração ocorre entre os vários elos da cadeia
logística: fornecedores de suprimentos, produção e distribuidores.
2.1.4 ANOS 2000
Em consequência dos avanços da década anterior, a globalização se torna mais evidente e as
empresas já não competem mais entre si, mas sim entre cadeias de suprimentos, em que um produto
pode conter partes e componentes fabricados em diferentes países e manufaturado em outro.
Portanto a integração entre os elos da cadeia se torna o grande diferencial competitivo frente aos
concorrentes.
Aliado a esse fator, temos o início das operações de e-commerce, permitindo a empresas e
consumidores adquirir produtos de qualquer parte do mundo.
São fatores relevantes nesse período:
Estoque zero e prazos de entrega cada vez mais curtos, possibilitados pelo Just in Time;
Busca por custos mais baixos, por meio da redução de tempos, de erros e retrabalhos;
Grande competitividade em nível global;
Integração total da logística, em que os fornecedores se tornam parceiros de negócios;
Uso intensivo da informação e da informática;
Logística puxada (é a demanda dos clientes que impulsiona o sistema de produção e
distribuição);
Maior nível de exigência por parte dos consumidores;
Crescente preocupação com a sustentabilidade, a logística reversa começa a ganhar força.
2.1.5 DÉCADA DE 2010 ATÉ OS DIAS ATUAIS
Novos conceitos logísticos ganham força, como é o caso da logística colaborativa, em que
diferentes elos das cadeias produtivas trocam informações, conhecimentos, competências e técnicas
entre si, com vistas à redução de custos, à eficiência operacional e ao aumento e à melhoria no nível
de serviço entregue ao consumidor.
Outro conceito que se torna evidente é a logística urbana, responsável pela distribuição física
dos produtos, que ganha novos moldes em função do aumento das demandas de e-commerce e do
maior nível de exigência dos consumidores.
Por fim, a logística 4.0 relacionada à automação das fábricas e de centros de distribuição,
utilizando tecnologia de ponta, como inteligência artificial (IA), Big Data, Internet das Coisas –
Internet of Things (IOT) e computação em nuvem.
A logística de hoje pouco nos remete aos tempos mais remotos de quando ela se resumia a
transporte e armazenagem. É essa evolução e capacidade de se reinventar que torna a logística uma
área tão intrigante e dinâmica para se trabalhar, abrindo aos profissionais, que optam por ela, um
leque de infinitas possibilidades.
TEMA 3 – LOGÍSTICAE A GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS
Você saberia responder qual é a diferença entre a logística e a gestão da cadeia de suprimentos
(SCM)?
Embora os termos estejam muito associados, eles apresentam diferenças entre si. Vamos
entender melhor!
Sabemos que a logística empresarial é fundamental para as organizações e é responsável pelo
fluxo de materiais, o que envolve planejamento da produção, armazenagem, transporte e
distribuição.
O desenvolvimento da logística empresarial, a partir da década de 1970, culminou na logística
integrada e posteriormente da gestão da cadeia de suprimentos, a qual abrange todos os processos
que envolvem a vida de um produto, desde a sua produção (com a utilização de uma matéria-prima)
até a entrega ao consumidor final.
Portanto:
A logística é a integração intraempresarial (dentro da empresa), responsável pela aquisição dos
insumos, do armazenamento e do transporte do produto do ponto de origem ao de chegada.
O SCM é mais amplo e envolve a gestão interempresarial (entre empresas), o que inclui
fornecedores e clientes em níveis diversos, coordenando e racionalizando o fluxo dos materiais e das
informações (desde a matéria-prima até a entrega do produto ao seu consumidor final).
Morais (2015, p. 29) define a gestão da cadeia de suprimentos como:
O conjunto de todas as partes envolvidas (fornecedores, fabricantes, distribuidores, varejistas,
clientes finais), chamados de elos, e seu relacionamento no desenvolvimento das atividades
funcionais e logísticas no canal pelo qual as matérias-primas são convertidas em produtos acabados
até a entrega ao consumidor. (Morais, 2015, p. 29)
E ainda, segundo Nogueira (2012), a gestão da cadeia de suprimentos (SCM) coordena todas as
funções do gerenciamento do fluxo de materiais e informações, desde o recebimento do pedido de
vendas até a entrega ao cliente, o que abrange todos os recursos de produção, transporte e aquisição
de todas as empresas envolvidas nesse processo.
Com o desenvolvimento do conceito de Supply Chain Management, as organizações
incorporaram os seus setores em três áreas maiores na logística: logística inbound ou de suprimentos
físicos; logística de produção e logística outbound ou distribuição física, conforme representado na
Figura 4.
Figura 4 – Representação da gestão da cadeia de suprimentos (SCM)
3.1 LOGÍSTICA DE SUPRIMENTOS
A logística inbound (entrada) ou de suprimentos caracteriza o início da cadeia logística, sendo a
fase em que são analisadas as demandas provenientes dos clientes.
Nessa etapa, o foco principal são as relações com os fornecedores. Dentre suas principais
atividades, destacam-se:
o desenvolvimento de novos fornecedores;
o planejamento das necessidades de materiais;
a aquisição de suprimentos realizando o abastecimento de matérias-primas e componentes
para a linha de produção;
recebimento de materiais;
gerenciamento de estoques.
3.2 LOGÍSTICA DE PRODUÇÃO
Essa etapa da cadeia de suprimentos é responsável pela transformação dos recursos de entrada
(inbound) em produtos acabados (outbound) que serão distribuídos para o varejo e posteriormente
ao consumidor final, ou seja, trata da gestão e controle dos materiais, mão de obra e informações no
processo produtivo.
O sistema de produção começa pela previsão de demanda. Com base nessas previsões será
calculada e estimada a produção adequada para atender os clientes, bem como saber onde os
produtos serão fabricados.
Nessa fase, o foco principal está em planejar as necessidades futuras, a quantidade de compra
de materiais, a programação das atividades de produção e o atendimento, no menor prazo possível
as demandas provenientes do mercado (Nogueira, 2012).
3.3 LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO
A logística de outbound é responsável pelos processos operacionais e de controle que permitem
transferir os produtos desde o ponto de fabricação até o ponto em que a mercadoria é finalmente
entregue ao consumidor.
Ballou (2012) destaca que a distribuição física preocupa-se principalmente com produtos
acabados ou semiacabados que serão distribuídos para os usuários finais ou intermediários que
compram estes bens para posteriormente revendê-los.
Nessa etapa, são fatores importantes, os meios de transporte utilizados para movimentar os
produtos, o controle de inventário e a localização dos centros de distribuição de forma que os
produtos sejam entregues no menor prazo, ao menor custo e dentro das condições esperadas pelo
cliente.
Conclui-se, portanto, que a integração e a fluidez entre as três etapas logísticas descritas acima
permitem maior eficácia e eficiência da cadeia de suprimentos, garantindo, assim, o diferencial
competitivo frente aos concorrentes.
TEMA 4 – LOGÍSTICA NO MUNDO
Mesmo antes de povos se constituírem em nações, já eram realizadas transações comerciais
entre diferentes civilizações, portanto a logística internacional é realizada desde a Antiguidade.
No entanto, é a partir do pós-Segunda Guerra Mundial (1945) que ela ganha destaque. Após o
fim da grande guerra, com o aumento populacional (período conhecido como Baby Boom), houve
um crescente aumento no consumo de produtos. As empresas passam a disponibilizar maior
variedade de produtos no mercado e os governos, por sua vez, incentivam a troca de mercadorias
entre diferentes nações, como forma de retomada do comércio e captação de recursos. 
A distância geográfica deixa de ser um obstáculo ao desenvolvimento, levando empresas a
acrescerem valor aos seus produtos, com insumos e componentes adquiridos em outras regiões do
planeta, e comercializadas em diversos países. O mercado de qualquer empresa passou a ser o
mundo, e o desenvolvimento empresarial passou a adotar estratégias e processos que promovam a
integração das empresas no mercado global (Sousa, 2019). 
A partir da década de 1960, ganha destaque o conceito do global sourcing, que se traduz em
uma visão ampliada do gerenciamento da cadeia logística, em que fornecedores/parceiros e clientes
trabalham de forma integrada independente de sua localização geográfica (Razzolini Filho, 2012). A
partir desse momento, além da troca de mercadorias internacionalmente, as empresas passam a
produzir partes e peças de um produto em diferentes países e realizar sua montagem em um país-
sede.
Figura 5 – Global sourcing
Crédito: Rawpixel.com/Shutterstock.
Nesse sentido, é possível aferir que a logística internacional foi evoluindo com o tempo,
tornando-se ainda mais expressiva após a década de 1990, período que marca o início da
globalização com o fim da bipolarização mundial.
Os avanços tecnológicos e informacionais, a partir dessa década, intensificam o processo de
internacionalização e o surgimento de empresas multinacionais ou transnacionais, com matriz em
determinado país e filiais espalhadas ao redor no mundo, como é o caso da Coca-Cola, Nestlé, Toyota
e Nike, por exemplo.
O mundo mudou e a forma de se fazer logística também: se antes as empresas competiam entre
si, agora a competição é entre cadeias logísticas globais, o que demanda maior comprometimento
dos diferentes elos (parceiros), maior sincronismo dos processos e visão sistêmica, na busca pelo
diferencial competitivo frente aos seus concorrentes.
TEMA 5 – LOGÍSTICA NO BRASIL
Figura 6 – Logística no Brasil
Crédito: Travel Mania/Shutterstock.
Se compararmos a logística brasileira à de outros países, somos ainda relativamente novos nesse
sentido, visto que o Brasil teve um processo de industrialização tardia, a partir da década de 1970,
enquanto em países europeus, asiáticos e nos Estados Unidos, isso ocorreu a partir da Segunda
Guerra Mundial.
No entanto, é a partir da década de 1990 que ela começa a sofrer mudanças consideráveis. Até
esse período, os mercados brasileiros não eram tão dinâmicos e os mercados internacionais ainda
não estavam completamente globalizados. As mudanças ocorriam de maneira pouco acelerada e as
negociações de produtos de forma lenta, focadas no mercado interno, o quenão exigia tanto de um
sistema logístico. O ciclo de vida dos produtos também era mais longo, o que fazia com que as
vendas não fossem tão acentuadas como nos dias de hoje.
Acomodadas com a falta de competição, num ambiente de reservas de mercado, e convivendo
com uma conjuntura favorável de demanda, as empresas nacionais davam pouca atenção às
questões de qualidade e produtividade, pois existia um amplo mercado consumidor interno, um
baixo grau de concorrência e uma elevada inflação que permitia aplicar os recursos financeiros com
altas taxas de juros (Fleury; Wanke; Figueiredo, 2000).
Foi no início da década de 90 que essa situação começou a mudar em decorrência da abertura
do mercado brasileiro para as empresas multinacionais, aumentando a concorrência e a disputa pelo
mercado interno. Além disso, nesta mesma época, em consequência do plano real, houve um
aumento no poder de compra dos consumidores. Esse fator, aliado à globalização, levou as empresas
a buscarem maior cooperação e integração em sua cadeia de suprimentos.
Desde então, a logística no Brasil vem constituindo-se em um negócio de grandes proporções
que evoluiu muito rapidamente nos últimos anos. Segundo Silva (2016), esse período passou por um
processo revolucionário, tanto em práticas empresariais quanto na eficiência, qualidade e
disponibilidade de infraestrutura de transportes e comunicações, que foram fundamentais para uma
logística moderna.
Com maior acesso às informações e com a possibilidade de realizar compras on-line, os clientes
se tornaram mais exigentes e, para melhor atendê-los, foi necessário considerar todos os elementos
do sistema de movimentação, desde a armazenagem, fluxo de produtos, aquisição de matérias-
primas, até entrega final, bem como todo o fluxo de informações que gerem todos esses processos.
Mesmo nesse contexto, a logística no Brasil vem constituindo-se em um negócio de grandes
proporções que evoluiu e passou por profundas transformações em direção a uma maior sofisticação.
Essas transformações são evidenciadas em diferentes aspectos, sejam eles relacionados à estrutura
organizacional, às atividades operacionais, ao relacionamento com os clientes, ou às questões
financeiras (Figueiredo; Fleury; Wanke, 2003).
5.1 GARGALOS LOGÍSTICOS NO BRASIL
Diante de um cenário que exige cada vez mais da logística brasileira, ainda existem inúmeros
gargalos que precisam ser senados, por exemplo, os problemas de infraestrutura logística, a alta
dependência do modal rodoviário, a distribuição de cargas em centros urbanos, dentre outros. A
Figura 3, retirada do Anuário estatístico de transportes 2010-2017, representa a infraestrutura
existente no Brasil, no que diz respeito aos modais rodoviário, ferroviário, hidroviário e dutoviário.
Figura 7 –Malha logística por modal brasileiro
Fonte: Ministério da Infraestrutura, s. d.
Se observarmos a infraestrutura de malha oferecida em cada modal, veremos a supervalorização
das rodovias em relação às ferrovias e dutovias e que a matriz de transportes brasileira é fortemente
dominada pela participação do modal rodoviário, o que corresponde a 60% das cargas transportadas
no território nacional.
A alta dependência do modal rodoviário para longas distâncias, somadas ao alto índice de roubo
de cargas e avarias provocadas pela infraestrutura ruim de estradas aumentam o custo dos fretes e
impactam no valor final das mercadorias, tornando os nossos produtos menos competitivos no
mercado.
Figura 8 – Distribuição de cargas
Crédito: Vladwel/Shutterstock.
Outro gargalo, que temos vivenciado com maior intensidade nos últimos anos, em decorrência
do aumento das vendas por e-commerce e da redução de estoques do varejo, é a distribuição de
cargas nos centros urbanos, a chamada logística urbana ou last mile (última milha).
Com entregas de menor porte e mais pulverizadas, a distribuição física passou a ser realizada por
veículos menores, que competem com vias congestionadas e com a ausência de pontos apropriados
para carga e descarga. Nesse sentido, as empresas brasileiras têm buscado formas alternativas de
entrega, como o uso de bicicletas e mesmo testes com drones.
Por fim, podemos citar a logística internacional brasileira. O baixo desenvolvimento tecnológico
dos parques industriais brasileiros nos torna exportadores de commodities (produtos que não
passaram por processo de manufatura) e que possuem baixo valor agregado, como grãos, minérios,
petróleo bruto e carnes e dependentes da importação de produtos industrializados, principalmente
de maquinários e equipamentos de alta tecnologia.
Vemos que o Brasil tem voltado sua atenção para a logística, nas últimas décadas, na tentativa de
nos tornarmos mais competitivos frente aos mercados internacionais, no entanto ainda há muito o
que se fazer, o que reforça a importância de formarmos gestores logísticos em nosso país.
TROCANDO IDEIAS
Vimos durante nossa aula que a logística se desenvolveu ao longo das últimas décadas,
permitindo que hoje tenhamos acesso à mercadorias provenientes de qualquer parte do mundo.
Figura 9 – Rotas das mercadorias
Crédito: Alex Millos/Shutterstock.
Dessa forma, etiquetas de produtos com a inscrição Made in China ou Made in USA já fazem
parte do nosso cotidiano e nos cercam por toda parte.
Troque ideias com seus colegas a respeito das principais origens dos produtos que você possui
em sua casa e relate se já realizou compras pela internet em sites internacionais e depois comente
como foi essa experiência.
NA PRÁTICA
A logística é responsável pelas atividades de transporte, movimentação, armazenamento,
produção e distribuição de produtos, tendo como principal objetivo facilitar o fluxo de materiais na
cadeia produtiva, unindo produtos e serviços aos consumidores finais.
A partir da década de 1990, com o advento da internet e a consolidação da globalização, a
logística vem passando por grandes transformações, e novos termos e metodologias vão sendo
incorporados a esta área. Um deles é a logística urbana, também conhecida pelas terminologias city
logistics (logística da cidade) e last mile (última milha), a qual trata do processo de otimização das
atividades logísticas e de transportes em áreas urbanas, ou seja, a logística de distribuição.
Saiba mais
Tal conceito vem ganhando força nos últimos anos em consequência das evoluções
tecnológicas e informacionais e do aumento da demanda de consumo, associados ao sistema de
produção puxada e à necessidade de redução de estoques por parte das organizações e da
explosão do e-commerce. Esses fatores alteram a dinâmica de distribuição de cargas nos centros
urbanos, em que as entregas passam a ser de volumes cada vez menores, com maior frequência
e mais pulverizadas.
Fonte: Logística..., 2020.
Embora essa etapa final da cadeia de suprimentos seja importante para garantir as entregas aos
consumidores, dentro dos prazos estipulados, as empresas brasileiras de transporte e distribuição
ainda sofrem com gargalos logísticos e com a falta de políticas públicas que facilitem o andamento
da última milha.
Levando-se em conta essa contextualização, responda:
1. O que logística de distribuição?
2. Pesquise e proponha possíveis soluções para diminuir os impactos dos gargalos na
logística urbana brasileira.
FINALIZANDO
Vimos durante esta aula que a logística dos dias de hoje em pouco lembra aquela realizada há
algumas décadas, quando era voltada apenas para o transporte e a armazenagem, e que essa
multiplicidade de processos logísticos envolvidos em uma cadeia de suprimentos abre um leque de
possibilidades para a atuação profissional nessa área.
No tema 1 foram apresentados os principais conceitos do que é logística e logística empresarial,
bem como da sua evolução da atuação segmentada até a atuação estratégica, como a conhecemos
hoje.
Na sequência, retornamos no tempo, fazendo uma viagem desde a Segunda Guerra Mundial até
os dias atuais quando pudemos observar os grandes marcos históricosrelacionados à logística, em
cada década.
No tema 3, compreendemos que, embora muito similares, a logística e gestão da cadeia de
suprimentos são conceitos distintos e, com base nessa compreensão, estudamos as três etapas:
logística de suprimentos, de produção e distribuição que compõem uma cadeia logística como um
todo.
Por fim, nos temas 4 e 5 tratamos da logística no mundo e no Brasil, avaliando a evolução dessa
ciência em nosso país e discorrendo sobre os principais gargalos que nos impedem de nos tornarmos
ainda mais competitivos em um cenário global.
REFERÊNCIAS
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São Paulo: Atlas, 2012.
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