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10/09/2023, 12:28 Educação Alimentar e Nutricional
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02403/index.html# 1/37
Objetivos
Módulo 1
Educação Alimentar e Nutricional na teoria
Reconhecer as bases teóricas que estruturam a Educação Alimentar e Nutricional.
Acessar módulo
Módulo 2
Práticas educativas em alimentação e nutrição
Aplicar métodos pertinentes em práticas educativas em alimentação e nutrição nas diferentes fases do ciclo da vida.
Acessar módulo
Educação Alimentar e Nutricional
Hugo Braz Marques
Descrição
Bases teóricas e mecanismos de aplicação prática da Educação Alimentar e Nutricional.
Propósito
Reconhecimento de bases teóricas e instrumentalização com mecanismos de aplicação prática de ações de Educação
Alimentar e Nutricional nas diferentes fases do ciclo da vida.

Buscar Baixar conteúdo em PDF Vídeos Menu
10/09/2023, 12:28 Educação Alimentar e Nutricional
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02403/index.html# 2/37
Introdução
Neste conteúdo, veremos as bases teóricas de uma Educação Alimentar e Nutricional histórico-crítica e problematizadora acerca das diversas
dimensões envolvidas na alimentação adequada e saudável. Bases essas capazes de despertar reflexões sobre o impacto da configuração vigente
do sistema alimentar hegemônico e do processamento industrial de alimentos sobre a saúde e a sustentabilidade, tendo como potente referencial
o Guia Alimentar para a População Brasileira (2014).
Métodos oportunos que favoreçam a autonomia e a criticidade por parte das pessoas envolvidas nas ações de Educação Alimentar e Nutricional em
fases distintas do ciclo da vida também serão apresentados como veículos inspiradores para a aplicação prática.
1
Educação Alimentar e Nutricional na teoria
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer as bases teóricas que estruturam a Educação Alimentar e Nutricional.

10/09/2023, 12:28 Educação Alimentar e Nutricional
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02403/index.html# 3/37
Educação em saúde
Os campos da educação e da saúde são permeados por disputas ideológicas em torno de projetos de sociedade e de visões de mundo. Ambos
podem se fundamentar em diferentes concepções pedagógicas, tais como:
A educação em saúde problematizadora é estabelecida por meio de uma relação dialógica e horizontal entre profissional de saúde e usuário. Deve-
se, portanto, respeitar a vivência e o saber popular acerca do cuidado em saúde na busca pela intermediação com o saber científico, de maneira
reflexiva, crítica, promotora de autonomia, não de imposições.
Grupos educativos em saúde
A finalidade de grupos educativos em saúde consiste na criação de uma rede de apoio entre participantes e destes com os profissionais de saúde.
Essa rede foi estabelecida por meio do compartilhamento de narrativas de vida marcadas por subjetividades –que podem trazer reflexões e
transformação de práticas – em torno do modo de levar a vida.
Tradicionais 
Histórico-crítica 
Saiba mais
É requerida a humanização das práticas de saúde com escuta qualificada e acolhimento por parte do profissional de saúde, com relação
aos simbolismos, aos desejos, aos pontos de resistência e de flexibilidade do usuário para incorporação de mudanças em seu modo de
levar a vida. Relaciona-se com o exercício do direito à cidadania e com a luta por recursos existentes em contextos locais, que vão ao
encontro da Promoção da Saúde, que se reflete na capacitação da comunidade para intervir sobre a melhoria de condições de vida no
sentido da saúde integral – incluem-se a alimentação adequada e saudável.

10/09/2023, 12:28 Educação Alimentar e Nutricional
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No que compete à conformação, os grupos educativos em saúde podem ser:
No que tange à finalidade, os grupos educativos em saúde podem ser classificados em: operativos e terapêuticos. Uma abordagem contextualizada,
dialógica e emancipatória sobre a realidade pode ser desenvolvida em ambos os tipos de grupos, mas tende a ser favorecida nos grupos operativos.
Veja a seguir a diferença:
Grupos operativos
Constituem-se enquanto conjunto de indivíduos unidos no tempo e no espaço, com propósito em comum de construírem soluções viáveis
para dificuldades encontradas em seu cotidiano, a fim de aderir a um tipo de mudança que concilie suas subjetividades com as percepções
sobre o que é desejável em termos de saúde.
Grupos terapêuticos
Por outro lado, os grupos terapêuticos visam fundamentalmente à melhoria de alguma condição patológica em comum.
Os dois tipos de grupos podem se conformar de maneira espontânea mediante identificação de características semelhantes entre si, representando
uma estratégia de ajuda recíproca, ou mediante estímulo agregador pelo nutricionista ou outro profissional de saúde intencionado em promover a
saúde. No entanto, existe a crítica de que a motivação principal para condução de grupos terapêuticos, em um contexto gerencialista em saúde,
relaciona-se ao possível cumprimento de metas de produtividade com abrangência de maior espectro de pacientes em detrimento da resolutividade
ou da qualidade das relações interpessoais estabelecidas.
Atenção!
Em virtude da hegemonia clínica e das práticas pedagógicas conteudistas e funcionalistas com enfoque em patologias em sua formação,
os profissionais de saúde precisam frear seu desejo pelo convencimento da população em relação aos saberes técnico-científicos, para
que depositem maior evidência sobre a dimensão transformadora do processo educativo.

Grupos fechados 
Grupos abertos 
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A busca por interseções entre os participantes dos grupos educativos, levando em consideração os ciclos da vida ou outras semelhanças de ordem
não patológica, pode contribuir para a transcendência do modelo biomédico a um ampliado em saúde, no sentido da integralidade, com intuito de
maior adesão, continuidade, vínculo e protagonismo dos envolvidos.
Dentre as questões-chave para o bem planejar e desenvolver de ações educativas em saúde, devem ser delimitados:
Justi�cativa
A justificativa é dada pela identificação da problemática relacionada ao contexto local, com definição de necessidades e prioridades
que guiarão o encontro dos objetivos.
Objetivos
Tais objetivos devem ser viáveis, a fim de que seja possível verificar o alcance dos resultados ao longo do processo educativo, na
etapa final de avaliação.
Público-alvo
A t í ti d úbli l d d i f õ bj ti (id d ê i l id d d ti d
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Uma modalidade exitosa de grupo educativo tem como exemplo a experiência da Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI), oriunda da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Trata-se de um grupo interdisciplinar operativo e aberto que fomenta de modo permanente a
produção coletiva pelo universo de participantes.
A autonomia do grupo é promovida desde a programação das discussões a serem realizadas nos encontros, que são conduzidos conforme as
seguintes etapas:
As características do público-alvo devem compreender informações objetivas (idade, gênero, origem, escolaridade, renda, tipo de
moradia, trabalho e situação de saúde) e subjetivas (vivências, simbolismos, atitudes e valores), bem como suas necessidades,
demandas, expectativas, dúvidas e assuntos de interesse.
Local
O reconhecimento do local de realização das práticas educativas deve considerar as características do espaço físico e dos recursos
disponíveis.
Temática
A temática deve levar em consideração a contextualização com as necessidades das pessoas e do território, assim como a
adequação aos públicos de interesse.
Métodos
Em consonância à pedagogia histórico-crítica, recomenda-se a utilização de metodologias ativas, problematizadoras,lúdicas e
colaborativas, que potencializem a reflexão, o diálogo e a integração entre os participantes.
Tempo
Com relação à demarcação temporal, é importante definir previamente a periodicidade das ações, isto é, se serão pontuais, periódicas
ou permanentes.
Avaliação
A avaliação do cumprimento dos objetivos propostos é válida para ajustar e repensar continuamente o processo educativo em saúde,
devendo incluir usuários, profissionais de saúde e gestores.
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Os principais êxitos nesse processo educativo correspondem à assunção de postura de controle e evolução na autonomia sobre os determinantes
de sua qualidade de vida, acolhimento, convivência e solidariedade, com enfrentamento da solidão e ampliação da rede de apoio aos idosos. Por
outro lado, com a educação em saúde histórico-crítica, os ganhos são intercambiáveis e não é somente o usuário a ser afetado positivamente nessa
relação.
Os profissionais de saúde também podem ser tocados ao se depararem com realidades e dinâmicas de vida que
podem contrastar com sua visão de mundo, ampliando sua sensibilidade para questões que transcendam os
aspectos biológicos ligados à saúde.
No enfrentamento da obesidade grave, o município do Rio de Janeiro já dispôs de Centros de Referência compostos por equipes multiprofissionais
que tinham como principal linha de atuação práticas grupais de educação em saúde para promoção do autocuidado. Dessa forma, adequando
necessidades e potencialidades dos usuários a distintas modalidades de grupo:
Terapêutico
Operativo
Práticas alternativas
Plantas medicinais e fitoterápicos
Atividade física
Saúde
Entendendo-se o gargalo na regulação para cirurgia bariátrica, a educação em saúde compreendia uma estratégia que visava à modulação de
indicadores metabólicos e comorbidades, mas principalmente o desenvolvimento de autonomia a pessoas com mobilidade reduzida pelo excesso
ponderal, cujos ganhos não necessariamente se vinculavam à diminuição em medidas antropométricas, mas a incrementos em termos de
sociabilidade, mobilidade e qualidade na alimentação.
Educação alimentar e nutricional (EAN)
Enquanto tradicionalmente a orientação nutricional é constituída pela prescrição dietética com necessidade de seguimento de uma dieta indicada
por um profissional detentor de saber e autoridade para mudança imediata de hábitos alimentares, a EAN requer a construção dialogada em torno
de um processo gradativo de revisão de práticas alimentares por um sujeito ativo e autônomo sobre sua própria vida e saúde.
Assim sendo, espera-se que a comunicação estabelecida entre profissional e usuário seja realizada por meio de escuta ativa e próxima, que valorize
o conhecimento, a cultura e o patrimônio alimentar; e reconheça os simbolismos e a linha tênue entre prazer erestrições ligadas à alimentação, de
modo que se alcancem soluções contextualizadas e críticas em um processo longitudinal de mudança.
1
Acolhimento
2
Apresentação da temática e
aquecimento
3
Desenvolvimento da temática
4
Síntese
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Dentre os pré-requisitos do nutricionista atuante em vias problematizadoras de educação em saúde, destacam-se:
É importante destacar que os determinantes sociais da saúde representam os fatores sociais, econômicos, culturais, étnico-raciais, psicológicos e
comportamentais que condicionam a vida das pessoas, podendo proteger ou aumentar o risco de eventos negativos à sua saúde. Sua
resolubilidade transcende o setor Saúde, requerendo ações intersetoriais.
Saiba mais
Embora em sua historicidade as práticas educativas em alimentação e nutrição tenham sido predominantemente marcadas por corrente
pedagógica com caráter tradicional de regulação moral, impositiva e biologicista, desde a emergência da Promoção da Saúde, tem-se
caminhado em um sentido mais emancipatório em sua formulação. Situação essa que tem reverberado a percepção sobre a necessidade
de revisão das diretrizes curriculares em Nutrição e em Saúde, com fins de aproximação com as Ciências Sociais.

O aprimoramento de relações interpessoais por meio de diálogo aberto, empático e sensível, que estabeleça a troca de informações entre
conhecimentos técnico-cientí�cos (aspectos nutricionais e patológicos, diagnósticos, recomendações nutricionais, técnica dietética) e
conhecimentos angariados ao longo da experiência de vida e com narrativas intercambiadas entre os usuários.
O exercício da criatividade para priorização de metodologias participativas e de ações menos diretivas.
O compromisso ético com justiça social, democracia e respeito à diversidade cultural, assim como a preservação do sigilo de informações
simbólicas suscitadas e a prevenção do con�ito de interesses com a indústria de alimentos.
A atuação em rede, com desdobramentos para a rede de apoio dos usuários, outros níveis de atenção à saúde e outros setores, conforme
as demandas emanadas.
O olhar investigativo sobre o contexto local e os determinantes sociais que envolvem os integrantes do grupo.
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Enquanto, tradicionalmente, empregava-se o termo “Educação Nutricional”, na contemporaneidade, tem-se considerado “Educação Alimentar e
Nutricional”, a fim de que suas ações contemplem diversas dimensões inerentes à alimentação saudável, como direito humano, psicossocial,
sociocultural, econômico, ambiental, além da dimensão biológica e nutricional.
Logo, a EAN configura-se como um campo de conhecimentos e de práticas longitudinais de caráter transdisciplinar e intersetorial, sendo
reconhecida como ação estratégica para o alcance da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e a garantia do Direito Humano à Alimentação
Adequada (DHAA).
A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) destaca o potencial da EAN para promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis,
com vistas à prevenção e ao cuidado integral de agravos relacionados às condições de alimentação e nutrição.
Na população brasileira adulta, o principal agravo nutricional em todas as fases do cicloda vida é o excesso de peso, que contribui para o
desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como hipertensão arterial, diabetes, cardiopatias e câncer, assim como o excesso
de peso e a obesidade, sendo por vezes acompanhado por deficiências de micronutrientes.
Sua determinação tem sido primordialmente atribuída à configuração vigente do sistema alimentar hegemônico, marcado pela produção em larga
escala de monoculturas de milho, soja e cana, destinadas à exportação, mas, ao mesmo tempo, dependentes de insumos, como: sementes
transgênicas, agrotóxicos e maquinaria, provenientes das grandes potências.
Comentário
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Vale destacar que o Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas (2012) foi construído para fomentar a
reflexão e a orientação de práticas educativas em saúde, primordialmente no setor público, enquanto crítica ao processo de produção, distribuição,
abastecimento e consumo alimentar no país. Seus princípios estruturantes incluem:
As diretrizes alimentares de um país são importantes referências para a disseminação de informações sobre alimentação e nutrição, com vistas à
transformação de práticas.
O Guia Alimentar para a População Brasileira (GAPB) teve inspirações pedagógicas convergentes com a vertente histórico-crítica, reconhecendo uma
série de transformações de ordem política, econômica, social e cultural que se deram nos últimos anos, com consequências diretas sobre o modo
de levar a vida da população brasileira. Tais transformações relacionam-se nãosomente com a configuração do sistema alimentar, que repercute na
disponibilidade, adequação, acesso físico, econômico e estável a alimentos, mas também a uma gama de vulnerabilidades sociais que podem
pavimentar a exposição a menor qualidade da alimentação.
Ao suscitar a crítica ao processamento industrial de alimentos, o GAPB propõe a metodologia NOVA, que categoriza os alimentos em:
Internamente, tem-se consumido cada vez mais produtos alimentícios agregados de aditivos químicos, com alta densidade calórica e
pobre valor nutricional, provenientes de indústrias de alimentos que foram oligopólios junto a grandes redes de hipermercados que têm
definido o abastecimento alimentar nas cidades grandes.
1
Sustentabilidade social,
ambiental e econômica.
2
Abordagem integral do
sistema alimentar.
3
Valorização da cultura
alimentar local e respeito à
diversidade de opiniões e
perspectivas.
4
Valorização da culinária como
prática emancipatória.
In natura ou minimamente processados
Obtidos diretamente de plantas ou animais sem qualquer adição de substância.
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Ingredientes culinários
Óleos, gorduras, sal e açúcar, extraídos de alimentos in natura por processos como prensagem, moagem, trituração e refino.
10/09/2023, 12:28 Educação Alimentar e Nutricional
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02403/index.html# 12/37
Processados
Produzidos com adição de sal, açúcar ou óleo para prolongar validade ou aumentar o paladar.
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https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02403/index.html# 13/37
Ultraprocessados
Produzidos industrialmente, derivados de constituintes alimentares agregados de aditivos químicos como corantes, conservantes,
emulsificantes, realçadores de sabor que fazem com que a matriz do alimento de origem seja ínfima.
10/09/2023, 12:28 Educação Alimentar e Nutricional
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02403/index.html# 14/37
Com isso, a “regra de ouro” consiste em preferir alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias do que alimentos
ultraprocessados.
Atenção!

10/09/2023, 12:28 Educação Alimentar e Nutricional
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02403/index.html# 15/37
Por considerar a alimentação adequada e saudável além da obtenção de nutrientes, incluindo dimensões culturais e sociais, o Guia Alimentar
aborda questões inerentes ao ato de comer e à comensalidade. Nesse sentido, destaca benefícios à saúde sobre comer com regularidade e
atenção, comer em ambientes apropriados e comer em companhia. Reconhece ainda uma série de obstáculos para adesão à “regra de ouro”, que
envolve:
Essas abordagens podem ser problematizadas em rodas de conversa adotadas para Educação Alimentar e Nutricional.
A atuação do nutricionista em Educação Alimentar e Nutricional
A especialista Juliana Martins aborda a atuação do nutricionista em Educação Alimentar e Nutricional.
De forma qualitativa, estratificam-se grupos de alimentos em: feijões ou leguminosas; cereais; raízes e tubérculos, legumes e verduras;
frutas; castanhas e nozes (oleaginosas); leite e queijos; carnes e ovos; e água, sem delimitar porções, uma vez considera a existência de
baixa associação entre alimentos pouco processados e situações como o excesso de peso, doenças crônicas, prejuízos à biodiversidade e
à sustentabilidade ambiental (ao contrário dos ultraprocessados).
1
Disseminação de
informações não confiáveis
sobre alimentação e saúde,
favorecimento na
disponibilidade e no acesso
ao consumo de
ultraprocessados;
2
Fragilidade na regulação de
preços entre alimentos in
natura e ultraprocessados;
3
Redução na prática de
habilidades culinárias;
4
Tempo preterido à
alimentação diante de tantas
demandas contemporâneas;

10/09/2023, 12:28 Educação Alimentar e Nutricional
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02403/index.html# 16/37
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Pré-requisitos do nutricionista atuante em questões problematizadoras em saúde
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
O Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas

10/09/2023, 12:28 Educação Alimentar e Nutricional
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02403/index.html# 17/37
Questão 1
Existem diversas concepções pedagógicas que podem nortear os campos da educação e da saúde. Aquela que propõe a modificação da
cultura dominante por meio da problematização da realidade é a:

Vamos praticar alguns conceitos?
Falta pouco para atingir seus objetivos.
A Histórico-crítica
B Humanista
C Realista
D Cognitivista
E Tradicional
Responder
10/09/2023, 12:28 Educação Alimentar e Nutricional
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02403/index.html# 18/37
Questão 2
Os grupos educativos podem ser classificados conforme sua finalidade e sua conformação. Em qual tipo de grupo educativo conta-se com
maior possibilidade de exploração por uma lógica emancipatória sobre a realidade?
2
Práticas educativas em alimentação e nutrição
Ao final deste módulo, você será capaz de aplicar métodos pertinentes em práticas educativas em alimentação e nutrição nas diferentes fases do
ciclo da vida.
A Aberto
B Terapêutico
C Operativo
D Fechado
E Homogêneo
Responder
10/09/2023, 12:28 Educação Alimentar e Nutricional
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02403/index.html# 19/37
Educação alimentar e nutricional na prática
Para aplicação prática de ações de EAN, alguns cuidados são necessários, como:
O pré-teste das estratégias metodológicas para evitar improviso e situações embaraçosas.
A socialização de direitos e possibilidades de controle social com vistas à garantia da segurança alimentar e nutricional de uma
coletividade.
O fomento à autonomia e à criticidade sobre as práticas alimentares e sobre sua determinação social, que envolve categorias como
disponibilidade física e �nanceira, acessibilidade e desejabilidade.
A extrapolação das dimensões da alimentação para além dos aspectos biológicos e nutricionais.
10/09/2023, 12:28 Educação Alimentar e Nutricional
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02403/index.html# 20/37
Métodos problematizadores podem contemplar discussões suscitadas a partir de:
Contos publicados.
Jogos.
Músicas.
Narrativas pessoais relativas a vivências com alimentos, estudos de casos, cenas de filmes, dramatização, publicações da mídia impressa e digital
de jornais e revistas, perfis relacionados à alimentação e à saúde disponíveis em redes sociais.
Comparação entre conteúdos de vídeos de influenciadores digitais e de pesquisadores do campo da alimentação e da nutrição.
Desenvolvimento de aplicativos de celular com conceitos de metas e gamificação.
Interpretação de rótulos de alimentos.
Vivência e experimentação por meio do desenvolvimento de hortas comunitárias e oficinas culinárias.
Com relação ao público-alvo destinado às ações de EAN, podemos estratificá-lo conforme as fases do ciclo da vida, que, de acordo com a lógica
programática em saúde, pode contemplar: primeira infância, pré-escolares, escolares, adolescentes, adultos, gestantes e idosos.
Primeira infância
A referência principal em termos de conteúdo para práticas educativas de alimentação e nutrição destinadas a esse público é o Guia Alimentar para
Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos (2019), que traz recomendações sobre a alimentação na primeira infância, com objetivo de promover saúde,
crescimento e desenvolvimento em pleno potencial. Também serve como instrumento orientador de políticas, programas e ações direcionadas ao
A consideração das necessidades simbólicas relacionadas à alimentação, que envolvem afetividade e prazer.
O exercícioda escuta acolhedora e compreensiva sobre as narrativas dos usuários.
A prevenção de abordagens autoritárias, em tom de regulação moral, que menosprezem o senso comum e as histórias de vida ou
culpabilizem os indivíduos por seu modo de levar a vida e suas práticas alimentares.
A preocupação com discursos de intolerância, juízo de valor e estigmatização.
A solidi�cação do vínculo para garantia da sustentabilidade e da resolutividade.
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apoio, à proteção e à promoção da saúde e segurança alimentar e nutricional das crianças, entendendo que, nesta fase, podem ser consolidadas
práticas alimentares de toda a vida.
Embora o aleitamento materno seja mais frequente no Brasil, sua duração enquanto fonte exclusiva de alimento ainda está aquém das
recomendações, bem como a exposição a alimentos ultraprocessados, que tem sido precoce, muitas vezes a partir de compostos lácteos, que
trazem alegações de fortificação com nutrientes, mas são repletos de aditivos alimentares.
O desmame precoce e uma alimentação com baixa qualidade e diversidade podem prejudicar o desenvolvimento infantil, assim como favorecer
diferentes formas de má nutrição.
Dentre os princípios do Guia Alimentar, destacam-se:
A saúde da criança como prioridade absoluta e responsabilidade de todos, ligados direta e indiretamente a ela, sendo compromisso
prioritário do Estado, compartilhado entre família e sociedade.
O ambiente alimentar como espaço para promover a saúde.
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O Guia Alimentar traz informações acerca dos benefícios do aleitamento materno exclusivo até os seis meses e os possíveis benefícios, para a
criança e mulheres, da amamentação até dois anos ou mais. Benefícios estes que vão além da nutrição e se estendem para o vínculo afetivo, a
economia, o desenvolvimento social e a sustentabilidade do planeta. No Guia, encontramos também informações sobre a composição do leite
materno, sobre pega e posicionamento durante a amamentação, sobre práticas que podem favorecer ou prejudicar a amamentação e principais
dificuldades na amamentação, além do esclarecimento de dúvidas e mitos sobre amamentação, como retirar, armazenar e oferecer o leite materno
extraído das mamas.
No que se refere à alimentação complementar, o Guia recomenda como deve se dar a apresentação de novos alimentos além do leite materno, com
alterações específicas a partir das seguintes fases:
Traz ainda adequações para crianças que deixaram de receber exclusivamente o leite materno antes dos seis meses, assim como para crianças que
jamais puderam ser amamentadas.
A importância dos primeiros anos de vida para formação dos hábitos alimentares.
O fortalecimento da autonomia das famílias a partir do acesso a alimentos adequados e saudáveis.
A alimentação como prática social e cultural.
O fortalecimento da sustentabilidade dos sistemas alimentares a partir da adoção de uma alimentação adequada e saudável para a
criança.
Os efeitos do estímulo à autonomia da criança para o desenvolvimento de uma relação saudável com a alimentação.
Aos 6 meses Entre 7 e 8 meses Entre 9 e 11 meses Entre 1 e 2 anos
10/09/2023, 12:28 Educação Alimentar e Nutricional
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Com a finalidade de fomentar o exercício de habilidades culinárias nos pais e responsáveis pela alimentação da criança, o Guia oferece informações
sobre o planejamento, seleção e compra de alimentos, organização da cozinha, tempo de armazenamento e higiene de alimentos.
O material em questão finaliza com sugestões diante de desafios do cotidiano, tais quais: dificuldade na manutenção da amamentação após o
retorno da mãe ao trabalho; entrada da criança na creche; alteração na rotina da alimentação da criança; situações de ruptura e mudanças nos
arranjos familiares; recusa e seletividade alimentar; alimentação da criança doente; falas e condutas que desencorajam práticas alimentares
saudáveis; exposição massiva à propaganda de alimentos.
Saiba mais
A classificação NOVA do Guia Alimentar para a População Brasileira (2014), que estratifica os alimentos conforme seu processamento
industrial, reforça que os alimentos ultraprocessados não devem ser oferecidos àcriança e devem ser evitados por adultos. Além disso,
procura despertar a criticidade sobre produtos ultraprocessados com alegação de consistirem em alimento de verdade, com apelo
publicitário específico ao público infantil.
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Vejamos agora os doze passos para uma alimentação saudável destinada a menores de 2 anos de idade, que compreendem:
Como sugestões de ações de EAN destinadas à primeira infância, citam-se:
1
Amamentar até 2 anos ou
mais, oferecendo somente o
leite materno até 6 meses.
2
Oferecer alimentos in natura
ou minimamente
processados, além do leite
materno a partir dos 6 meses.
3
Oferecer água própria para o
consumo à criança em vez de
sucos, refrigerantes e outras
bebidas açucaradas.
4
Oferecer a comida amassada
quando a criança começar a
comer outros alimentos além
do leite materno.
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Discussão com pais e responsáveis pela alimentação complementar com base no Guia Alimentar para Crianças
Brasileiras Menores de 2 anos (2019), seguida pela distribuição de pratos previamente montados ou fotos de pratos
elaborados para os bebês a fim de que os participantes classifiquem as consistências e as composições conforme a
faixa etária.
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Pré-escolares
Nesta fase, as crianças já adquiriram habilidades amplas de locomoção, além de se comunicarem e terem avançado na capacidade de
representação simbólica, apreciando o faz-de-conta — que pode tornar a dramatização uma interessante ferramenta para EAN.
Já nessa faixa etária, os casos de excesso de peso (sobrepeso e obesidade) têm-se avolumado, devido a intensas mudanças nas práticas
alimentares e no modo de vida da sociedade, tais quais:
Aumento do consumo de alimentos não saudáveis, como os ultraprocessados;
Existência de ambientes que favorecem seu consumo (havendo maior disponibilidade de ultraprocessados do que de alimentos in natura);
Falta de tempo da família para o preparo das refeições em decorrência, por exemplo, de extensas jornadas de trabalho e de deslocamento,
particularmente, nas grandes cidades;
Falta de rede de apoio às mulheres trabalhadoras e a suas famílias para o cuidado com as crianças, além de perda ou diminuição da tradição de
cozinhar e da transmissão das habilidades culinárias entre as gerações, dentre outras - contexto bem usurpado pelas estratégias corporativas da
indústria de alimentos.
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Torna-se imprescindível a aproximação de alimentos in natura, mimetizados como personagens infantis, apresentados em formatos ou preparações
lúdicas, assim como em oficinas de exploração sensorial.
A vivência concreta com os alimentos, o reconhecimento dos seus diferentes grupos e a apropriação da cultura
alimentar levam à ampliação do repertório vocabular e motivam seu consumo, especialmente quando o exercício
de habilidades culinárias é compartilhado entre seus pares da educação infantil, professores e família.
Como sugestões de ações de EAN destinadas à educação infantil, destacam-se:
Roda de degustação de frutas e hortaliças circulando entre as crianças com a finalidade de exploração de suas
texturas e odores, seguida de suas apresentações seccionadas, pré-preparadas ou cozidas para exploração de
sabores. Dependendo da fase daalfabetização, os alimentos podem ser associados a partir de sua letra inicial. Vale
complementar ressaltando propriedades-chaves dos nutrientes fontes principais, em articulação com o lúdico.
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Escolares
Nesta fase, as crianças já alcançaram importante evolução em termos físicos, psíquicos, emocionais e cognitivos, partindo de uma fase simbólica
para compreensão mais real do mundo, chegando ao início da puberdade, com progresso paulatino na capacidade de argumentação, criticidade e
questionamento.
A construção social das práticas alimentares tem grande importância nesta fase do ciclo da vida, quando o
repertório de conteúdo de várias disciplinas escolares já está mais consistente, sendo bastante oportunas as
experiências educativas em saúde que estimulem transversalmente a reflexão sobre alimentação e nutrição.
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Como sugestões de ações de EAN destinadas a escolares, destacam-se:
Adolescentes
As diversas alterações fisiológicas relativas a essa fase do ciclo da vida podem ocorrer em ritmos distintos, sendo suscetíveis à ação hormonal e a
influências externas, como consumo alimentar e outros aspectos ambientais. Trata-se de um período de intenso amadurecimento emocional,
marcado por contestações sobre valores e padrões sociais. Esse senso crítico pode ser bem aproveitado por metodologias ativas que
contextualizem a determinação social da alimentação e da nutrição.
Como sugestões de ações de EAN destinadas a adolescentes, destacam-se:
Montagem de cartaz com ilustrações de alimentos 
Elaboração de um “comidograma” 
Realização de piquenique saudável 
Pesquisa e construção de maquete sobre os ciclos do sistema alimentar e do abastecimento à comercialização 
Distribuição de cards contendo imagens de alimentos categorizados conforme a classi�cação NOVA do Guia Alimentar para a População
Brasileira (2014) ou seus 10 passos para que os participantes, em roda, suguem um card com os lábios e o trans�ram para o colega ao lado,
que deverá sugar o verso do card. Se o ele cair no chão, os participantes envolvidos precisarão opinar a respeito de seu conteúdo.
Mapeamento das opções de estabelecimentos comerciais disponíveis em aplicativo de compras de alimentos ou de refeições prontas
por delivery, calculando a distribuição dos que mais comercializam alimentos in natura ou ultraprocessados, para discussão sobre
ambiente alimentar e disponibilidade de alimentos.
Pesquisa de peças de publicidade da indústria de alimentos na mídia impressa e digital, a �m de se promover o debate sobre estratégias
de enganosidade e abusividade, que compreendem: apelo à saúde; apelo emocional; oferta de brindes colecionáveis; representação de
criança, desenho animado ou personagens do universo infantil; linguagem infantil, efeitos especiais e excesso de cores; veiculação por
celebridades ou in�uenciadores infantis; preços promocionais, utilização de jingles ou de trilhas sonoras infantis ou cantadas por
crianças; advergames (jogos on-line associados à marca) ou promoção com competição e jogos, venda casada com brinquedos.
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Embora se direcionem predominantemente para faixas etárias menores, na adolescência, é possível o despertar crítico para essas questões, por se
tratar do momento de desconstrução dos papeis de heróis.
Destaca-se que a enganosidade ocorre quando a comunicação de caráter publicitário é inteira ou parcialmente falsa, capaz de induzir o consumidor
ao erro, podendo ocorrer também por omissão sobre uma informação essencial sobre a natureza do produto, induzindo o consumidor ao erro.
Os apelos emocionados relacionados à saúde costumam ser estratégias enganosas.
É importante compreendermos que publicidade abusiva é aquela que se aproveita da deficiência de julgamento das crianças ou aquela que é capaz
de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou à sua segurança. Configuram-se enquanto estratégias
abusivas os seguintes recursos: preços promocionais, participação de personagens do universo infantil e celebridades, oferta de brindes
colecionáveis, utilização de jingles, advergames e venda casada com brinquedos.
A atuação do nutricionista em Educação Alimentar e Nutricional com
adolescentes
A especialista Juliana Martins aborda a atuação do nutricionista em Educação Alimentar e Nutricional com adolescentes.
Exemplo
Isso ocorre, por exemplo, quando, em um anúncio de produto alimentício, somente são destacados e informados os aspectos “positivos”
do produto, tais quais, “rico em cálcio”, “rico em vita¬minas”, mas não se informa com o mesmo destaque os aspectos negativos, como
alto teor de gordura, densidade energética, açúcar e sódio.
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Adultos
Embora deva ser considerada a diversidade sociocultural do público adulto, nesta fase que abarca toda a vida economicamente ativa de uma
pessoa, de modo geral, preocupa-se com o porvir, ainda que afetados pela determinação social, por vezes, injusta de suas práticas alimentares, em
função da configuração vigente do sistema alimentar hegemônico.
Por considerar a alimentação adequada e saudável além da obtenção de nutrientes, incluindo dimensões culturais e sociais, o Guia Alimentar para a
População Brasileira (2014) aborda questões inerentes ao ato de comer e à comensalidade. Entende-se que as mudanças sociais da atualidade têm
comprometido a regularidade das refeições, a sua realização em ambientes apropriados e a construção compartilhada de práticas alimentares, o
que vai de encontro à boa saúde.
O Guia Alimentar reconhece ainda uma série de obstáculos para adesão à “regra de ouro”, que envolvem:
Curiosidade
Apesar da não universalização do acesso à internet, sabe-se que há uma propagação intensa de informações (através de mídias, perfis
pessoais e comerciais nas redes) não verídicas acerca de termos técnico-científicos, ocorrendo muitas vezes de modo unilateral, sem a
adequada contratransferência dialogada e contextualizada. Situação essa que alimenta o olhar sobre o outro como superior ao seu, em
função da constante insatisfação proporcionada pela sociedade de consumo neoliberal. Por meio dela, os alimentos passaram a ser
interpretados como mercadoria, instaurando-se um status social equivocado quanto aos ultraprocessados, ao agronegócio e aos
suplementos nutricionais, contrariando a percepção sobre a dimensão social e simbólica da alimentação.
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Essas abordagens podem ser problematizadas em rodas de conversa adotadas para a educação alimentar e nutricional.
Por conseguinte, faz-se necessário o emprego de uma abordagem integrada que reconheça as práticas alimentares em função das preferências e
aversões alimentares, mas principalmente como desdobramentos de determinantes sociais, isto é:
Disponibilidade e acesso aos alimentos.
Tempo disponível para o preparo de refeições decorrente da jornada de trabalho e condições de mobilidade urbana.
Configuração do ambiente alimentar que pode favorecer o acesso e a disponibilidade de alimentos in natura/minimamente processados ou
ultraprocessados, regulação da publicidade de alimentos.
Taxação e subsídios a alimentos específicos, geralmente, em benefício das grandes indústrias.
Como sugestões de ações de EAN destinadas a adultos, destacam-se:
Gestantes
Por se tratar de um período em que, geralmente, as mulheres e sua rede de apoio se mobilizam em saber mais sobre práticas alimentares saudáveis
para a gestante e para a criança, configura-se enquanto importante oportunidade para conciliar informações oriundas do senso comume dos
1
A disseminação de
informações não confiáveis
sobre alimentação e saúde;
2
Favorecimento na
disponibilidade e no acesso
ao consumo de
ultraprocessados;
3
Fragilidade na regulação de
preços entre alimentos in
natura e ultraprocessados;
4
Redução na prática de
habilidades culinárias;
Visita ou convite a agricultores familiares locais para conhecimento de alimentos produzidos e comercializados no território, para
discussão sobre sazonalidade, contraste com abastecimento alimentar estabelecido pelas grandes redes de supermercados, transgenia e
agrotóxicos.
Roda de conversa sobre comida e gênero, disparada a partir da leitura compartilhada do poema Casamento, de Adélia Prado, com debate
sobre a distribuição de tarefas domésticas no contexto familiar, relacionadas ao planejamento de compras de alimentos, cultivo de hortas,
exercício de habilidades culinárias etc.
Levantamento de matérias na mídia digital ou per�s de redes sociais que explicitem dietas dos famosos, para desvendamento de mitos,
valorização da comida de verdade e da identidade alimentar, assim como da insustentabilidade de dietas restritivas.
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antepassados com o conhecimento técnico-científico, respeitando-se a sensibilidade da gestante e do ciclo de convivência nesse momento
especial.
Como sugestões de ações de EAN destinadas a gestantes, destacam-se:
Distribuição de assertivas sobre mitos e verdades relacionadas às práticas alimentares em gestantes — enjoos, azias, aumento na
produção de leite e desejos da gravidez — enquanto indicação prévia de se tratar de informação verdadeira ou falsa só para o participante
que a recebeu. Esse participante deve desenvolver um discurso que sustente a veracidade daquela informação, a qual será votada pelos
demais como verdadeira ou falsa, trazendo possibilidades de debate.
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Idosos
Considerada a última fase do ciclo da vida, a senescência apresenta certa particularidade, por ser atravessada pelo processo degenerativo do corpo,
com a possibilidade de deficit sensorial, de papilas gustativas, da capacidade mastigatória, digestiva e absortiva de alimentos e nutrientes, além de
questões cognitivas, de concentração e de memória.
Sugerem-se algumas ações de EAN para idosos, como:
Oficina de memória, dispondo-se os participantes sentados em roda, pedindo para que se apresentem uns aos outros,
entreolhando-se e observando frutas expostas em uma mesa. Em seguida, ao terem seus olhos vendados, serão
questionados sobre perguntas como o nome da pessoa sentada ao lado direito e a cor da roupa da pessoa sentada ao
lado esquerdo, assim como a identificação das frutas que estavam expostas na mesa por meio do tato e do olfato.
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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Os 12 passos para uma alimentação saudável destinada a menores de 2 anos de idade e as sugestões de ações de EAN
destinadas à primeira infância
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Os obstáculos para adesão à regra de ouro e as sugestões de ações de EAN destinadas a adultos.
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Questão 1
Qual tem sido a principal porta de entrada para o acesso a aditivos alimentares na primeira infância?
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Vamos praticar alguns conceitos?
Falta pouco para atingir seus objetivos.
A Papas industrializadas
B Compostos lácteos
C Biscoitos
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Questão 2
Em qual dessas estratégias da publicidade de alimentos pode ser constatada enganosidade direcionada ao público infantil?
Considerações �nais
Vimos as bases teóricas para uma Educação em Saúde convergente com a concepção pedagógica histórico-crítica e a classificação de grupos
educativos em saúde de acordo com sua finalidade e conformação, além dos requisitos para que se planejem e se desenvolvam ações educativas
em saúde.
D Sucos industrializados
E Refrigerantes
Responder
A Venda casada de lanche com brinquedo.
B Divulgação de um produto por influenciador digital famoso.
C Uso de jingles para promoção de um produto.
D Comercialização de macarrão instantâneo com identidade visual de personagem infantil.
E Alegação de fortificação com vitaminas e minerais em iogurte ultraprocessado.
Responder
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Especificamente sobre a promoção da alimentação adequada e saudável, foi trazido o contraste entre orientação nutricional tradicional e Educação
Alimentar e Nutricional. Ainda, foi apresentada a evolução das práticas educativas em alimentação e nutrição até seu suporte por meio do Marco de
Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas (2012), com relevância apontada diante da transição epidemiológica
nutricional que a população brasileira tem enfrentado, destacando-se o excesso de peso e as doenças crônicas não transmissíveis — ambos
correlacionados à configuração vigente do sistema alimentar hegemônico.
Com referência à Política Nacional de Alimentação e Nutrição (2012), ao Guia Alimentar para a População Brasileira (2014) e ao Guia Alimentar para
Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos (2019), foram apontadas sugestões para a aplicação de práticas de Educação Alimentar e Nutricional em
adequação às diferentes fases do ciclo da vida, estratificadas de acordo com a lógica programática em saúde.
Podcast
Agora, a especialista Juliana Martins encerra o tema demonstrando as diversas atividades lúdicas aplicadas em Educação Alimentar e
Nutricional com crianças.
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Para saber mais sobre o planejamento de práticas educativas em alimentação e nutrição, consulte:
BERNARDO, M. H. J. et al. A saúde no diálogo com a vida cotidiana: a experiência do trabalho educativo com idosos no grupo Roda da Saúde.
Revista de APS, v. 12, n. 4, p. 504-509, 2009.
MENEZES, M. F. G.; MORGADO, C. M. C.; MALDONADO, L. A. Diálogos e Práticas em Educação Alimentar e Nutricional. Rio de Janeiro: Rubio, 2019.
210p.
Referências
BERNARDO, M. H. J. et al. A saúde no diálogo com a vida cotidiana: a experiência do trabalho educativo com idosos no grupo Roda da Saúde.
Revista de APS, v. 12, n. 4, p. 504-509, 2009. Consultado na internet em: 19 ago. 2021.
BOOG, M. C. F. B. Educação Nutricional: passado, presente, futuro. Revista de Nutrição da PUCCAMP, v. 10, n. 1, p. 5-19, 1997. Consultado na internet
em: 19 ago. 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Perspectivas e desafios no cuidado às pessoas com obesidade no SUS: resultados do Laboratório de Inovação no
manejo da obesidade nas Redes de Atenção à Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 116p.
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02403/index.html
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https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02403/index.html# 36/37
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia Alimentar para a População Brasileira. 2. ed.
Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 156p.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Alimentação e Nutrição.
Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 84p.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Promoção da Saúde. Guia Alimentar para Crianças
Brasileiras Menores de 2 Anos. Brasília: Ministério da Saúde, 2019a. 265p.
BRASIL. Ministério da Saúde. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Caderno deatividades: Promoção da Alimentação Adequada e Saudável:
Ensino Fundamental II. Brasília: Ministério da Saúde, 2019b. 136p.
BRASIL. Ministério da Saúde. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Caderno de atividades: Promoção da Alimentação Adequada e Saudável:
Ensino Fundamental I. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. 128p.
BRASIL. Ministério da Saúde. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Caderno de atividades: Promoção da Alimentação Adequada e Saudável:
Educação Infantil. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. 92p.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Caderno de Atividades: Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a
alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares nos serviços socioassistenciais. Brasília: MDS, Secretaria Nacional de Segurança
Alimentar e Nutricional, 2014. 21p.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas
Públicas. Brasília: MDS, Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, 2012. 68p.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Princípios e Práticas para Educação Alimentar e Nutricional. Brasília: MDS,
Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, 2018. 50p.
GOMES, L. B.; MERHY, E. E. A educação popular e o cuidado em saúde: um estudo a partir da obra de Eymard Mourão Vasconcelos. Interface:
Comunicação, Saúde e Educação, v. 18, supl. 2, p. 1427-144, 2014. Consultado na internet em: 19 ago. 2021.
MENEZES, M. F. G.; MORGADO, C. M. C.; MALDONADO, L. A. Diálogos e Práticas em Educação Alimentar e Nutricional. Rio de Janeiro: Rubio, 2019.
210p.
VINCHA, K. R. R. Grupos educativos de alimentação e nutrição: um cenário promotor da autonomia nas escolhas alimentares. Tese (Doutorado) –
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 2017. 201p.
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