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APG2- Hipertensão

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A hipertensão arterial é uma doença crônica não transmissível de condição 
multifatorial, que depende de fatores genéticos, epigenéticos, ambientais e 
sociais caracterizada por elevação persistente da pressão arterial. Os valores 
que marcam a hipertensão, segundo as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão 
Arterial, são PAS superior ou igual a 140 mmHg e PAD superior ou igual a 90 
mmHg medida de forma correta em pelo menos 2 situações diferentes. 
 
A hipertensão é uma doença frequentemente assintomática que costuma evoluir 
com alterações estruturais e/ou funcionais em órgãos-alvo (coração, cérebro, 
rins ou vasos sanguíneos). 
A hipertensão é o principal fator de risco modificável para doenças 
cardiovasculares (doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca e fibrilação 
atrial), doenças no cérebro (AVE isquêmico ou hemorrágico), doença renal 
crônica ou doença arterial obstrutiva crônica. 
 
A hipertensão primária é aquela que não se pode determinar a causa, ou seja, 
não há etiologia conhecida, sendo necessária compreender os fatores de risco 
presentes na vida do indivíduo. 
1- Genética: influência de 30-50% na incidência de hipertensão (a 
quantidade de genes envolvidos, às variantes genéticas e a 
miscigenação no Brasil tornam estudos da base genética na 
hipertensão inconclusivos). A HÁ primária é multifatorial, mas a 
genética é o principal fator associado, sendo uma herança complexa. 
2- Idade e sexo: há uma tendência de aumento da PA conforme o avanço 
da idade, tendo em vista o enrijecimento e perca de complacência dos 
vasos sanguíneos. Na população mais jovem altos índices de PA são 
mais comuns em homens, o que inverte com a partir da 5ª década de 
vida. Isso sugere um fator protetivo para a HA associado ao estrógeno. 
3- Etnia: a etnia é um fator de risco para a HA, mas as condições 
socioeconômicas e hábitos de vida parecem ser fatores mais 
importantes para o desenvolvimento de hipertensão. No Brasil, em 
2018, a diferença de prevalência de HA entre negros e brancos era de 
0,5%. 
4- Sobrepeso/Obesidade: Há uma relação direta e contínua entre o 
excesso de peso e os níveis de PA. A distribuição de gordura visceral 
é acompanhada de alterações hormonais, inflamatórias e endoteliais. 
Esses eventos acabam resultando no aumento de resistência à 
insulina e, liberação de citocina e adipocinas, hiperatividade do SRAA 
e SNS, causando retenção de sódio e água, com consequente HA. 
5- Maior ingestão de sódio e menor ingestão de potássio: a maior 
ingestão de sódio é o principal fator modificável associado à 
hipertensão. O consumo acima da média de sódio diário (2mg) é 
responsável por aumento da PA. Além disso, a ingestão de potássio é 
associada a redução de valores pressóricos. 
6- Sedentarismo: O sedentarismo e a hipertensão têm relações estreitas. 
A inatividade física incrementa o sobrepeso, a obesidade, eleva os 
triglicerídeos, reduz o HDL-colesterol e converge para o aumento de 
cintura abdominal, síndrome metabólica e resistência à insulina, 
culminando na elevação da pressão arterial sistêmica. 
7- Etilismo e tabagismo: estudos sugerem que a ação da ingesta 
contínua de álcool e tabaco gera alterações nas estimulações do SNS 
ou da adrenal e do SRAA, causando aumento do hormônio 
antidiurético, cortisol e comprometendo o reflexo barorreceptor, 
gerando aumento da PA. 
8- Condições socioeconômicas: baixa escolaridade, condições de 
moradia e baixa renda familiar apresentam-se como fatores de risco 
para a HA. 
 
A hipertensão arterial é a principal causa de morte no mundo, associando-se a 
45% das mortes por Doenças Cardiovasculares. 
As alterações dos padrões de vida do ser humano moderno (grandes 
aglomerados urbanos, ruídos excessivos, competição intensão, altos índices de 
estresse, consumismo, longas jornadas de trabalho e falta de esporte e lazer) 
tornam a hipertensão uma adaptação corporal ao meio ambiente. 
Com isso, cerca de 1/3 da população adulta global, tendo a projeção de afetar 
até ½ dessa parcela populacional até 2025. No Brasil, 32,3% da população 
adulta é hipertensa. 
 
Controle do peso, dieta saudável com ingestão adequada de sódio e potássio, 
atividade física e suplementos alimentares são importantes fatores para a 
prevenção da hipertensão. Além disso, evitar hábitos como o tabagismo e o 
etilismo são importantes para evitar o desenvolvimento da condição. Estudos 
indicam, também, que fatores psicossociais e espiritualidade estão atrelados à 
níveis normais de pressão arterial. 
O diagnóstico da hipertensão arterial inclui a confirmação do diagnóstico, a 
suspeita e identificação de causa secundária e a avaliação de risco de doença 
cardiovascular. A semiotécnica correta para diagnóstico da HA é fundamental, 
devendo-se utilizar equipamentos calibrados, além de colher a história familiar 
do paciente e realizar exames físicos e laboratoriais. 
O diagnóstico de HA é restrito aos profissionais médicos. Utiliza-se de 
esfigmomanômetros para realização do exame que possibilita o diagnóstico de 
hipertensão. O exame deve ser realizado aferindo a pressão dos 2 braços 
simultaneamente, em caso de diferença pressórica maior que 15mmHg, há risco 
de doença cardiovascular. Em pacientes idosos, diabéticos, disautonômicos e 
que usam anti-hipertensivos deve-se realizar a aferição com 1 e 3 minutos após 
o paciente ficar de pé. 
Quando utilizadas medidas do consultório, o diagnóstico de HA deve ser 
realizado após aferições repetidas da PA, normalmente 2 ou mais aferições com 
dias ou semanas de diferença. Mas a maneira correta de diagnóstico é por meio 
do MAPA (Monitoramento Ambulatorial de PA) ou MRPA (Monitoramento 
Residencial de PA), tais aferições conferem maior fidedignidade para o 
diagnóstico de HA, visto que aferições isoladas no consultório podem sofrer com 
vieses: Hipertensão do jaleco branco ou Hipertensão mascarada. 
É estabelecido o risco de desenvolvimento de doença cardiovascular em 
pacientes hipertensos de todos os sexos, idades e etnias. A doença 
cardiovascular é uma condição multifatorial que depende de interações 
sinergéticas que culminem em seu desenvolvimento. Assim estratificar o risco 
de um paciente hipertenso desenvolver uma doença cardiovascular em um 
determinado período é fundamental para o processo de desenvolvimento de 
estratégias de prevenção e tratamento da hipertensão. 
O risco de doença cardiovascular é dependente dos níveis pressóricos, dos 
fatores de risco cardiovasculares associados (ex.: aterosclerose), lesões em 
órgãos-alvo e/ou existência prévia de doença cardiovascular ou renal. 
 
As urgências hipertensivas são situações clínicas sintomáticas nas quais há 
elevação acentuada da pressão arterial (PAS >180 e/ou PAD>120 mmHg) sem 
lesão aguda a órgãos-alvo e sem eminência de morte. Já a emergência 
hipertensiva é a situação clínica sintomática na qual há elevação acentuada da 
pressão arterial (PAS >180 e/ou PAD>120 mmHg) com lesão a órgãos-alvo 
(coração, cérebro, rins e vasos) e com risco eminente de morte. 
Os principais sintomas da crise hipertensiva são visão embaçada, palpitações, 
tontura e dor de cabeça. Geralmente ocorre em pacientes hipertensos tratados 
e não controlados ou em hipertensos não tratados, oligossintomáticos ou 
assintomáticos. 
A hipertensão secundária é uma condição na qual a causa pode ser identificada 
e tratada especificamente, sendo possível a cura ou melhora do controle 
pressórico. 
1- Causas não endócrinas: Doença renal crônica (paciente com ritmo de 
filtração glomerular <60mL/min (a insuficiência renal leva a retenção de 
líquidos e de sal ou leva a liberação de renina, resultando em aumentos 
progressivos da PA). Hipertensão renovascular (estenose parcial ou total, 
uni ou bilateral da artéria renal ou de seus ramos, levando a isquemia 
tecidual renal, o que desencadeia respostas para elevar o fluxo sanguíneo 
para os rins. 
2- Displasiafibromuscular: doença idiopática, segmentar, estenosante, não 
aterosclerótica e não inflamatória das paredes musculares de artérias de 
médio e pequeno calibre. Pode se manifestar como coartação da aorta ou 
apneia obstrutiva do sono. 
3- Causa endócrinas: Hiperaldosteronismo primário (condição na qual há 
supressão da liberação de renina e aumento das concentrações séricas 
de aldosterona devido a hiperplasia adrenal ou adenoma produtor de 
aldosterona). Feocromocitoma (tumores de células cromafins do eixo 
simpático-adrenomedular secretoras de catecolaminas- noraepinefrina, 
epinefrina e dopamina). Hipertireoidismo (elevação do débito cardíaco em 
consequência do aumento da demanda de oxigênio e do aumento da 
contratilidade cardíaca). Hiperparatireoidismo primário (elevação da 
liberação de PTH pelas glândulas paratireoides que elevam a 
concentração de cálcio, levando a hipercalcemia e maior função renal, 
que acaba desencadeando aumento da PA). Síndrome de Cushing, 
obesidade e acromegalia são outras condições endócrinas que culminam 
em hipertensão secundária.

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