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Universidade Federal de São Paulo Instituto de Ciência e Tecnologia Unidade Curricular Ensaio de Materiais Ensaio de Compressão Diogo Alvarenga Garcia - 140825 São José dos Campos, 2022 Palavras-chaves: Compressão direta, diametral. 1 - MATERIAIS E MÉTODOS 1.1 Materiais Por meio da máquina de ensaios universal eletromecânica EMIC DL20000, com célula de carga com capacidade de 10T, os ensaios de compressão foram realizados no suporte central da máquina de forma direta e diametral segundo as normas ASTM C773 em CPs cerâmicos, ASTM E9 em alumínio, ASTM D575 e ASTM D695 ao polímero de polimetilmetacrilato, com ressalva ao fato das dimensões dos CPs que estavam fora das especificações. Além disso, foi utilizado um deflectômetro para medir a variação no deslocamento do prato, limitado a um deslocamento conservativo de segurança em 10mm. 1.2 Métodos MEDIÇÃO DIMENSÕES Em temperatura ambiente (25°C) o primeiro corpo de prova (CP 1), composto por Alumina e de geometria cilíndrica, foi medido e posicionado no centro do prato da máquina, para evitar momentos fletores, em cima de uma chapa metálica, que auxiliou no teste ao minimizar a falta de paralelismo do corpo de prova e por consequência na melhor distribuição das cargas na estrutura. Em seguida, o prato superior foi aproximado e as cargas foram zeradas no contato com a chapa metálica superior. A fixação do deflectômetro ocorreu de forma cuidadosa e as cargas foram aplicadas até a fratura em fragmentos do CP, apresentado na Figura 1. De modo que, este procedimento foi realizado em outros dois CPs (CP 6 e 10) de alumina na posição vertical de contato com a base. Em seguida, foram realizados ensaios de compressão com o posicionamento dos CPs (CP 2, 7 e 11) na direção horizontal, denominada diametral, ao passo que fitas de fixação foram usadas para manter a geometria cilíndrica centralizada nos pratos, apresentado na Figura 2 . Na medida que, as cargas foram aplicadas provocou encurtamento das seções seguidas da meridiana até a ruptura dos CPs. Figura 1 - CP de alumina Figura 2 - CP de alumina na posição diametral Fonte: ICT - UNIFESP Fonte: ICT - UNIFESP Em seguida foram ensaiados CP de alumínio (CP 3, 8 e 12), com geometria cilíndrica e os CP de PMMA (CP 4, 9 e 14), com geometria prismática, os quais não tiveram a necessidade em utilizar chapas metálicas para acomodações. Figura 3 - CP de alumínio Figura 4 - CP de PMMA Fonte: ICT - UNIFESP Fonte: ICT - UNIFESP 2 - RESULTADOS E DISCUSSÕES 2.1 Tensão (MPa) x deformação (%) dos corpos de prova de alumina Ao conferir os dados de força (N) e encurtamento (mm) obtidos pelo software nos ensaios de compressão direta, as curvas de tensão de compressão (MPa) por deformação de engenharia (mm/mm) foram obtidas a partir da taxa de variação do comprimento do corpo de prova com relação a demarcação inicial, apresentados na Figura 4. De modo que, proporção de encurtamento na deformação foi dada por: εc = Δh/h0 = -(1-h/h0) e da tensão convencional aplicada foi obtida por: σc = F/A0 = 4F/[π .(D0)2]. Nos ensaios de compressão diametral a proporção de encurtamento na deformação foi dada por: εc = ΔL/D e da tensão convencional aplicada foi obtida por: σC = F/A0 = 2F/(π.h.D0), apresentados na Figura 5. Figura 4 - Funções de tensão (MPa) x deformação Figura 5 - Funções de tensão (MPa) x deformação de engenharia (mm/mm) em alumina direta de engenharia (mm/mm) em alumina diametral Fonte: O autor Os 3 CPs de alumina, apresentaram pequena passagem da fase elástica até a ruptura nos ensaios de compressão direta, por se tratar de um material frágil. De modo que limitou-se a obtenção dos valores de limite de escoamento. O módulo de elasticidade dos CPs foram obtidos pela relação linear (tgα) no prolongamento inicial, o qual foi corrigido devido às acomodações com a chapa metálica de sacrifício e com a máquina de ensaios. A compressão até a curta deformação foi responsável por fornecer os valores de limite de resistência, além da deformação até a fratura (εc). presentes na Tabela 1. Por outro lado, os 3 CPs de alumina ensaiados pela compressão diametral, presentes na Figura 5, apresentaram uma passagem mais rápida da fase elástica até a ruptura, quando comparados com os ensaios de compressão direta. Ao passo que, ambos os ensaios foram realizados na mesma velocidade (1mm/min). Esta significativa queda nos valores das propriedades mecânicas, apresentadas na Tabela 1, foi ocasionada pela concentração de tensões que provocaram rupturas internas na alumina quando ensaiadas na posição diametral. Deve-se destacar que o CP 2, tinha maior altura e apresentou maior limite de resistência por possuir uma geometria capaz de distribuir as tensões internas e suportar maiores cargas até a ruptura. Tabela 1. Especificações e principais parâmetros extraídos da curva tensão-deformação dos CPs de alumina CDP Ø do CP(mm) h0 do CP (mm) V do ensaio (mm/min) 𝐸 (GPa) σe (MPa) σR (MPa) εc (mm/mm) CP 1 Al 2O3 10 8,5 1 55,9 - 973,11 0,0398 CP 6 Al 2O3 10 10 1 38,43 - 720,43 0,0770 CP 10 Al 2O3 10 8,6 1 61,98 - 969,69 0,0462 CP 2 Al 2O3 10 8,8 1 5,1 - 196,88 0,0807 CP 7 Al 2O3 10 7,5 1 6,1 - 181,78 0,0458 CP 11 Al 2O3 10 7,5 1 5,6 - 171,87 0,0646 Os resultados obtidos no ensaio de compressão direta da alumina variaram devido à diferença nas geometrias responsáveis por causar momentos fletores e concentrações de carga. Essa divergência foi exposta pelo CP 6 que possuía maior altura e resultou em menor valor de módulo elástico e limite de resistência inferior dos outros CPs (1 e 10). 2.2 Tensão (MPa) x deformação (mm/mm) dos CP de alumínio e polimetilmetacrilato Para os ensaios de compressão direta nos CPs de alumínio foi utilizada a proporção de encurtamento para materiais dúcteis, onde a deformação foi dada por: εc = -ln(h0/h) e da tensão convencional aplicada foi obtida por: σc = F/A0 = 4F/[π .(Di)2]. Neste sentido, foram obtidas as curvas de tensão de compressão (MPa) por deformação de engenharia (mm/mm), a partir da taxa de variação do comprimento do corpo de prova com relação a demarcação inicial, presente na Figura 6. Figura 6 - Funções de tensão (MPa) x deformação de engenharia (mm/mm) em alumínio Fonte: O autor Os 3 CPs de alumínio foram ensaiados em deformações anteriores a sua ruptura, de modo que a similaridade nas geometrias resultaram em valores próximos de suas propriedades mecânicas, mesmo com um ensaio sendo realizado em velocidade diferente (CP 3 Al). Este padrão nos resultados é referente ao caráter dúctil do alumínio, onde a continuidade ao suporte de cargas impossibilitou a obtenção, neste presente estudo, dos valores de limite de resistência, presente na Tabela 2. A região elástica dos CPs de alumínio ensaiados expõe o baixo valor do módulo elástico quando comparados com a literatura. Uma vez que, a baixa proporção na relação entre altura e diâmetro dos cilindros é de: 1,6 < h0 /D0< 1,64. E indicam imperfeições na geração de dados ao não impedir o atrito presente no ensaio. Para os ensaios de compressão direta nos CPs de PMMA foi utilizada a proporção de encurtamento para materiais dúcteis relacionando sua base, onde a deformação foi dada por: εc = -ln(h0/h) e da tensão convencional aplicada foi obtida por: σc = F/A0 = F/(Ba . Bb), ilustrados na Figura 4. Nestes ensaios, o caráter dúctil na compressão do polímero resultou na elevada capacidade de deformação dos CPs somada ao escoamento aparente, além dos adequados valores de módulo elástico, presente na Tabela 2. Figura 4 - Funções de tensão (MPa) x deformação de engenharia (mm/mm) em PMMA Fonte: O autor Os 3 CPs de PMMA foram ensaiados em deformações até a ruptura, de modo que a similaridade nas geometrias resultaram em valores próximos de suas propriedades mecânicas. Porém, a velocidade empregada foi um fator que diferenciou o resultado final do ensaio, tendo como exemplo os valores obtidos pelo CP 9, onde a submissão de uma velocidade superior resultou em um módulo elástico superior mas com uma deformação de ruptura inferior comparada aosoutros CPs, devido a compressão da fase amorfa do polímero durante o ensaio. Os limites de escoamento dos CPs foram obtidos pelo método offset em que induziram a proximidade da deformação plástica dos CPs de PMMA. Tabela 2 Especificações e parâmetros extraídos da curva tensão-deformação dos CPs de alumínio e PMMA CPs Ø do CP(mm) h0 do CP (mm) V do ensaio (mm/min) 𝐸 (GPa) σe (MPa) σR (MPa) εc (mm/mm) CP 3 Al 12,6 20 1 44,69 173,3 - 0,3851 CP 8 Al 12,5 20 2 31,98 171,49 - 0,4057 CP 12 Al 12,6 20,5 2 23,7 172,94 - 0,3974 CPs Base do CP(mm) H do CP (mm) V do ensaio (mm/min) 𝐸 (GPa) σe (MPa) σR (MPa) εc (mm/mm) CP 4 PMMA 6,2 x 12,4 18,5 1 3,49 107,31 107,40 0,3318 CP 9 PMMA 6,2 x 13 17,6 5 4,13 115,62 116,66 0,3066 CP 14 PMMA 6,2 x 11,7 18 2 3,92 109,67 109,82 0,3708 3 - CONCLUSÃO O estudo de compressão possibilitou obter os principais valores de propriedades mecânicas da alumina, alumínio e PMMA a partir das curvas de tensão x deformação de engenharia, onde as cargas empregadas resultaram em escoamentos e rupturas. A composição dos CPs teve relação direta com seus comportamentos mecânicos, além da região de contato com os pratos. Já que em materiais resistentes a compressão como a alumina, somada a falta de paralelismo resultou na concentração de cargas e zonas de acomodação que divergiram das especificações. A ductilidade do alumínio conciliada a uma geometria concentrada de atritos impossibilitou a obtenção dos valores de limite de escoamento além de restringir o módulo elástico dos CPs. Os CPs de PMMA foram comprimidos até a ruptura em fragmentos e a diferença na velocidade aplicada induziram na variação dos valores de propriedades mecânicas, devido a compressão de sua fase amorfa. Neste sentido, as condições e métodos empregados neste estudo desviaram no aspecto geométrico das normas seguidas de referência. 4 - REFERÊNCIAS ● GARCIA; Amauri; SPIM; Jaime Alvares; SANTOS; Carlos Alexandre dos. Ensaios dos materiais. Rio de Janeiro: LTC, c2000. ● UNIFESP-ICT. Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/1Un-7JEtOqzeQ-isX7n6Kirf9k6lREBvb/view>
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