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1 51 1 Prof.ª Dayse Mendes Gestão da Qualidade Aula 1 51 2 Conversa Inicial 51 3 O objetivo desta primeira aula de gestão da qualidade é compreender que a qualidade pode ser observada sob várias óticas distintas 51 4 Assim, vamos conhecer As distintas formas de compreender qualidade As dimensões Desempenho Característica Confiabilidade 51 5 Conformidade Durabilidade Serviço Estética Qualidade percebida 51 6 O que É Qualidade? 1 2 3 4 5 6 2 51 7 Há muitas e muitas formas de se compreender qualidade, e cada um de nós imagina algo diferente quando essa palavra é mencionada Ela pode ser caracterizada como a conformidade de um produto, a adequação de um processo produtivo, a padronização de um sistema ou uma filosofia que perpassa a empresa como um todo A palavra qualidade 51 8 O grupo da filosofia se concentrou em definir um conceito acerca de qualidade O grupo da economia buscou compreender o impacto da qualidade na maximização de lucros e no equilíbrio de mercado Estudiosos e qualidade 51 9 O grupo do marketing analisou o comportamento de compra e a satisfação do cliente quanto à qualidade O grupo de gerenciamento de operações preocupou-se com práticas de engenharia e de controle de fabricação que levem à qualidade de produto 51 10 A qualidade em si não é algo que se identifique espontaneamente ou que se possa observar de forma direta, apesar de ser um atributo das coisas ou das pessoas que a possuem O que é identificável e observável diretamente são as características das coisas ou das pessoas Qualidade 51 11 Abordagem transcendental, ligada à filosofia Abordagem centrada no produto, ligada ao entendimento econômico Abordagem centrada na fabricação e abordagem centrada no valor, vinculadas ao gerenciamento de operações Abordagem centrada no usuário, relacionada à economia, ao marketing e ao gerenciamento de operações Abordagens na gestão da qualidade 51 12 Como a qualidade se apresenta como um conceito complexo e multifacetado, é necessário buscar compreender cada uma dessas facetas para que não se gere maiores dificuldades na hora de aplicar o termo certo Facetas da qualidade 7 8 9 10 11 12 3 51 13 Desempenho (performance) Características (features) Confiabilidade (reliability) Conformidade (conformance) Durabilidade (durability) Serviço (serviceability) Estética (aesthetics) Qualidade percebida (perceived quality) Dimensões da qualidade 51 14 Ao conhecer cada uma dessas dimensões, o gestor da qualidade pode tomar decisões mais assertivas e garantir maior vantagem competitiva Mas é quase impossível competir, por meio de qualidade, com as oito dimensões ao mesmo tempo, pois existem restrições e trade-offs entre elas 51 15 Dimensões Desempenho e Característica 51 16 Essa dimensão define a qualidade como a característica operacional primária de um produto É o comportamento do produto quando ele está em uso e se esse comportamento é o esperado Dimensão desempenho 51 17 Envolve, caracteristicamente, valores quantitativos, que podem ser mensurados tanto durante a manufatura do produto quanto, a posteriori, pelo comprador ou usuário do produto 51 18 Esta é uma dimensão da qualidade que pode levar à análise de características muito distintas, dependendo do produto que se está observando e das preferências de quem o está utilizando 13 14 15 16 17 18 4 51 19 Esta dimensão diz respeito àquilo que diferencia um produto qualquer de seus concorrentes Recursos que o produto apresenta que, embora não totalmente necessários para o bom desempenho do produto, agregam valor e complementam o seu funcionamento básico 51 20 É difícil diferenciar as características primárias do produto, ou seja, seu desempenho, das características secundárias. É possível fazer essa distinção principalmente pelo grau de importância que é dado a esse elemento do produto pelo usuário 51 21 Possibilitar o acesso às características sem elevar consideravelmente os custos do produto exigem novas estratégias dos gerentes operacionais 51 22 Dimensões Confiabilidade e Conformidade 51 23 A confiabilidade reflete a probabilidade de um produto funcionar mal ou parar de funcionar dentro de um determinado horizonte de tempo É um indicador de qualidade vinculado ao tempo Dimensão confiabilidade 51 24 Esta é uma dimensão importante para o consumidor, na medida em que, quanto menos confiável é o produto, mais crescem seus custos de manutenção e maior pode ser seu tempo de inatividade 19 20 21 22 23 24 5 51 25 Entre as medidas mais comuns de confiabilidade estão o tempo médio para a primeira falha, o tempo médio entre falhas e a taxa de falhas por unidade de tempo Como essas medidas exigem que um produto esteja em uso por algum tempo, são mais relevantes para bens duráveis do que para bens e serviços consumidos instantaneamente 51 26 A conformidade reflete a visão mais tradicional da qualidade, ou seja, reflete o quanto um produto é produzido de acordo com os padrões estabelecidos em seu projeto 51 27 É uma dimensão facilmente compreendida por engenheiros, técnicos e operários, já que está associada à uniformidade de produção e ao controle da variabilidade Envolve a criação de especificações de algum tipo e tolerâncias 51 28 A conformidade é uma dimensão da qualidade que se relaciona fortemente com normalização, padronização e sistemas de gestão da qualidade, incluindo normas como a família ISO 9000, conhecida pela maioria das pessoas que trabalham na área 51 29 Tanto a dimensão confiabilidade quanto a dimensão conformidade estão diretamente relacionadas à abordagem de qualidade baseada em fabricação. Elas acabam, portanto, por serem mais reconhecidas dentro de um processo produtivo e são mais concretas em se tratando de seu controle 51 30 Dimensões Durabilidade e Serviço 25 26 27 28 29 30 6 51 31 A durabilidade consiste numa medida do ciclo de vida de um produto, analisada tanto pelos seus aspectos técnicos como econômicos. Ela tem uma forte ligação com a dimensão confiabilidade Dimensão durabilidade 51 32 Pode-se entender o ciclo de vida de um produto como os vários diferentes estágios que acontecem ao longo do tempo, de acordo com o comportamento econômico desse produto (introdução, crescimento, maturidade e declínio) 51 33 Fonte: Kotler; Armstrong (2015, p. 298) Introdução Crescimento Maturidade Declínio Desenvolvimento do produto Lucros Vendas Tempo0 51 34 A durabilidade, como aspecto técnico, está relacionada à vida útil do produto, ou seja, à quantidade de uso que se obtém de um produto antes que ele se deteriore fisicamente 51 35 Deyan Georgiev/Shutterstock 51 36 A durabilidade é a quantidade de uso que se obtém de um produto antes de quebrar, e a substituição é considerada preferível ao reparo contínuo Em seu aspecto econômico, a durabilidade diz respeito à situação em que é possível reparar o produto 31 32 33 34 35 36 7 51 37 Cada vez que um produto falha, o consumidor deve pesar o custo esperado e a inconveniência pessoal de reparos futuros contra as despesas de investimento e a operação de um modelo mais novo e mais confiável Nessas circunstâncias, a vida de um produto é determinada por custos de reparo, avaliações pessoais de tempo e inconveniência, perdas devido a tempo de inatividade, preços relativos e outras variáveis econômicas e qualidade dos componentes ou dos materiais 51 38 O serviço está relacionado à velocidade, à competência e à cortesia com que um produto, caso apresente alguma anomalia, é reparado Dimensão serviço 51 39 Os consumidores estão preocupados Com a quebra de um produto Com o tempo decorrido antes da restauração do serviço Com a pontualidade com que os compromissos de serviço são mantidos Com a natureza de suas negociações com o pessoal de serviço Com a frequência com que as chamadas ou reparos de serviçofalham 51 40 Algumas dessas variáveis relativas à dimensão serviço podem ser medidas objetivamente, outras refletem diferentes padrões pessoais do que se entende por um serviço aceitável 51 41 Há empresas que se especializam nessa dimensão da qualidade, refletindo que o processo de produção não termina com a venda do produto ao cliente. Elas acabam por serem reconhecidas pela sua excelência nos serviços prestados 51 42 Dimensões Estética e Qualidade Percebida 37 38 39 40 41 42 8 51 43 A estética é uma dimensão bastante subjetiva, refletindo o quanto um produto pode provocar uma reação inicial positiva ou negativa no mercado a que se destina É uma dimensão totalmente baseada nas sensações que o produto provoca no consumidor Dimensão estética 51 44 A estética do produto, em seus quesitos aparência, som, sabor, entre outros, é claramente uma questão de julgamento pessoal e reflexo das preferências individuais As pessoas não têm o mesmo tipo de preferência, nem concordam com o que significa cada sensação que o produto oferece 51 45 Um bom exemplo de mercado voltado à dimensão estética é o mercado de objetos de luxo Urbanbuzz/Shutterstock 51 46 O design de um carro esportivo, a maciez de um tapete, o conforto de uma cadeira gamer, o ruído da agulha de uma vitrola no disco de vinil e o cheiro de um alimento são exemplos de dimensão estética A estética diz respeito àquilo que pode ser percebido pelos nossos cinco sentidos: visão, tato, audição, paladar ou olfato 51 47 A qualidade percebida reflete a imagem que o produto tem no mercado Essa imagem é construída por propaganda, dados históricos de desempenho ou de durabilidade, percepção de custo-benefício, status ou mesmo nome da marca Dimensão qualidade percebida 51 48 Essa dimensão está relacionada à crença na qualidade de um produto. Nessa circunstância, as inferências sobre a qualidade são tão importantes quanto a própria realidade 43 44 45 46 47 48 9 51 49 A inferência pode ser entendida como um processo cognitivo por meio do qual uma assertiva é feita a respeito de algo desconhecido, tendo como base uma observação. Assim, fundamentando-se em uma observação ou em uma proposição, são estabelecidas algumas relações – evidentes ou prováveis – e chega-se a uma conclusão decorrente do que se captou ou julgou Dell’Isola (2021) 51 50 Os consumidores nem sempre possuem informações completas sobre os atributos de um produto. Eles frequentemente utilizam a inferência, pois precisam confiar em medidas indiretas ao comparar marcas Também é normal que o comprador transfira sua experiência com os produtos de uma marca para outros produtos da mesma marca O conceito de qualidade percebida não está relacionado ao de satisfação com o produto, já que, no caso da qualidade percebida, o consumidor pode nem ter utilizado o produto e, mesmo assim, acreditar que ele tem qualidade 51 51 Estética e qualidade percebida são as mais subjetivas em relação às demais dimensões, já que estão sujeitas à forma como o consumidor, individualmente, relaciona-se com o produto Desta forma, são dimensões que exigem mais do gestor da qualidade e dificultam a criação de procedimentos de controle interno às organizações 51 52 49 50 51 52
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