Prévia do material em texto
INTERAÇÕES FARMACOLOGICAS ADVERSAS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS É uma situação em que uma substância, normalmente um fármaco, altera a atividade de um outro fármaco quando ambos são administrados em conjunto. · TIPOS DE INTERAÇÃOES FARMACOLOGICAS: · Fármaco + fármaco · Interações também podem ser utilizadas em benefício do usuário, para obter um efeito terapêutico melhorado. · Exemplos: · Codeína + paracetamol – aumenta o efeito analgésico. · Ácido clavulânico + amoxicilina – aumente o espectro de ação. · Fármaco + alimento · Fármaco + planta medicinal (chás) · CLASSIFICAÇÃO QUANTO A OCORRENCIA · Farmacocinéticas: quando ocorrem durante a absorção, distribuição, metabolização ou excreção dos fármacos. · Farmacodinâmicas: quando se dão nos locais de ação dos fármacos envolvidos, por meio de mecanismos pelos quais os efeitos se manifestam. · Efeito: ocorrem quando os fármacos associados, através de mecanismos distintos, exercem, efeitos similares ou opostos sobre a mesma função do organismo, sem interagir diretamente um sobre o outro. · CLASSIFICAÇÃO QUANTO AOS EFEITOS · Antagonismo: indica que uma determinada interação diminui, inativa ou elimina a resposta clínica de um fármaco quando um segundo fármaco é administrado. Ex: amoxicilina – eritromicina- antagonismo antimicrobiano. · Potenciação: quando a combinação de dois fármacos que não apresentam atividade farmacológica comum resulta em uma resposta maior que o normal. Ex: eritromicina com glicocorticoide – redução da eliminação dos glicocorticoides com potencialização do efeito e toxicidade do mesmo. · Inesperada: é uma reação não observada em relação a ambos os fármacos quando administrados de forma isolada. Ex: Warfarina+ metronidazol. · Somação: resposta aumentada que ocorre quando fármacos com ações e efeitos similares são administrados em conjunto; Ex: dipirona + AAS. · Sinergismo: quando a interação produz uma resposta exagerada, maior que a conseguida com ambos os fármacos administrados individualmente, na máxima dose efetiva. Ex: benzodiazepínicos + anticonvulsivantes. INTERAÇÕES NÃO DESEJADAS COM ANALGESICOS SIMPLES · ANALGESICOS SIMPLES: São substâncias utilizadas para o alívio da dor associada a doenças, lesões ou cirurgias. Os principais representantes deles na odontologia são: Dipirona e Paracetamol · PARACETAMOL + ALCOOL ETILICO: Deve ser dada uma atenção especial ao potencial hepatotóxico desse medicamento. · Quando é prescrito para pacientes usuários crônicos de álcool etílico, há um aumento da conversão do paracetamol em um metabolito altamente toxico que pode causar danos graves ao fígado. · PARACETAMOL + ANTIBIOTICOS: Evitar associar o paracetamol a outros fármacos comprovadamente hepatotóxicos, como o ANTIBIOTICO ERITROMICINA E O CLAVULANATO DE POTASSIO, que geralmente é associado a amoxicilina. · PARACETAMOL + NIMESULIDA: Estudos têm demonstrado o potencial hepatotóxico associado a nimesulida, desse modo deve ser evitado em associação ao paracetamol · PARACETAMOL + VARFARINA: O paracetamol interfere no sistema de enzimas hepáticas que metaboliza a varfarina, aumentando sua concentração plasmática, como consequência, aumentando o risco de hemorragia. · O dentista deve evitar a prescrição de anti-inflamatórios não esferoidais ou de paracetamol para pacientes sob tratamento com VARFARINA OU CLOPIDOGREL, preferindo fármacos alternativos como corticosteroides (DEXAMETASONA OU BETAMETASONA) OU A DIPIRONA. · DIPIRONA + ALCOOL ETILICO: Não foram encontrados estudos clínicos sobre possíveis interações farmacológicas adversas com este analgésico. No entanto, deve-se ter atenção: · DIPIRONA + IMUNOSSUPRESSOR: A dipirona pode reduzir o risco a ação da CICLOSPORINA (imunossupressor empregado em pacientes transplantados ou portadores de doenças autoimunes). · DIPIRONA + ANTIPSICOTICO:A associação da dipirona com CLORPROMAZINA, por potencializar as reações adversas provocadas pela clorpromazina (antipsicótico), especialmente a hipotermia. INTERAÇÕES NÃO DESEJADAS COM OPIOIDES · ANALGESICOS OPIOIDES: Os analgésicos opioides são responsáveis pelo controle da dor moderada a severa e incluem tanto agentes naturais como sintéticos. · Na odontologia, os opioides são uteis: · Desordens temporomandibular · Dores agudas (moderadas a intensas) após procedimentos cirúrgicos mais invasivos. · Exacerbação da dor musculoesquelética. · OPIOIDE + ETANOL (ALCOOL ETILICO): Ambos são depressores do sistema nervoso central, levando a vários efeitos indesejados, são eles: · OPIOIDES + TIOPENTAL E/OU HALOTANO (hipnóticos inalatórios): Pode causar efeitos aditivos dos barbitúricos e aumentar o risco de apneia. · OPIOIDES + BENZODIAZEPINICOS (hipnóticos e ansiolíticos – Diazepam, alprazolam, midazolam..): São depressores do SNC, podem aumentar os efeitos depressores respiratórios e do SNC · OPIOIDES + BUPROPIONA: fármaco utilizado para o tratamento da depressão e tabagismo. Outros usos incluem tratamento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. · OPIOIDE + QUINIDINA: Fármaco do grupo dos antiarrítmicos da classe I, que é usado no tratamento das arritmias. · OPIOIDE + METOCLOPRAMIDA: “Plasil enzimático” fármaco utilizado pela medicina no tratamento de distúrbios gastrointestinais. É um bloqueador e estimulante peristáltico. INTERAÇÕES NÃO DESEJADAS COM ANTI-INFLAMATORIOS NÃO ESTEROIDAIS (AINES) AINES são medicamentos utilizados na odontologia para tratar quadros de dor e inflamação. Alguns dos mais utilizados na prática odontológica são IBUPROFENO, DICLOFENACO, CETOPROFENO E NIMESULIDA. · AINES + ANTICOAGULANTES ( VARFARINA, HEPARINA...): Por possuírem alto grau de ligações as proteínas do plasma, os AINES competem com a varfarina por essa ligação, deslocando-a e potencializando os efeitos desse medicamento. · AINES + ANTIRRETOVIRAIS (EFAVIRENZ, NALTREXONA): · AINES + ANTIMETABOLITO (METOTREXATO) · AINES + ANTI-HIPERTENSIVOS (ATENOLOL, PROPANOLOL, CAPTOPRIL, LOSARTANA, PRAZOSINA, DILTIAZEM, HIDRALAZINA, NIFEDIPINA, ENALAPRIL, FOSINOPRIL, LISINOPRIL, FUROSEMIDA, HIDROCLOROTIAZIDA, NADANOL, METOPROLOL...): Os AINES podem interferir negativamente na homeostasia renal e provocar o aumento da pressão arterial sanguínea desse medicamento. · AINES + ANTIDEPRESSIVOS (FLUOXETINA, SIBUTRAMINA, CITALOPRAM, ESCITALOPRAM, DULOXETINA, SERTRALINA) · AINES + ESTABILIZADOR DE HUMOR (LITIO) · AINES + ANTIAGREGANTES PLAQUETARIOS ( CLOPIDOGREL E ASPIRINA): Os anti-inflamatórios não esteroidais, são naturalmente inibidores reversíveis da síntese de tromboxanas das plaquetas, o que diminui a agregação plaquetária desse medicamento. · AINES + HIPOGLICEMIANTES ORAIS (DIABETICOS): Pode ocorrer um episorio de hipoglicemia. Embora quase sempre os AINESsejam empregados por tempo restrito na clinica odontológica, essa interação pode limitar sua prescrição a pacientes diabéticos, preferindo fármacos alternativos como corticosteroides (DEXAMETASONA OU BETAMETASONA) OU A DIPIRONA. INTERAÇÕES NÃO DESEJADAS COM BENZODIAZEPINICOS Benzodiazepínicos são medicamentos hipnóticos e ansiolíticos com efeito notáveis e amplo índice terapêutico que apresentam ainda propriedades anticonvulsivante, relaxante muscular e amnésica. Principais medicamentos utilizados na clínica: DIAZEPAM, MIDAZOLAM, ALPRAZOLAM E LORAZEPAM. · São empregados na sedação mínima do paciente odontológico · Seu uso prolongado pode causar dependência, e seus efeitos adversos podem ser potencializados com o uso de álcool e outros psicotrópicos · Apesar de apresentarem boa margem de segurança clínica e serem administrados em dose única pré-operatória, esses fármacos também podem interagir com outros medicamentos, acarretando efeitos indesejáveis. · BENZODIAZEPINICOS + DEPRESSORES DO SNC (HIPNOTICOS, HIPNOANALGESICOS, NEUROLEPTICOS, ANTICONVULSIONANTES): Ambas as substâncias atuam no SNC, a combinação delas pode causar a potencialização do efeito depressor do SNC e depressão respiratória. · BENZODIAZEPINICOS + ALCOOL ETILICO: Toda prescrição de benzodiazepínicos, mesmo quando utilizadosem dose única ou por período restrito, deve ser acompanhada de um alerta: O risco de interação com o álcool etílico, deve ser proibido pelo período de 24h antes e 24h após o uso da medicação. Cuidado maior se for empregado um grande número de tubetes de anestésicos, pois podem reagir com a medicação. INTERAÇÕES NÃO DESEJADAS COM ANTIMICROBIANOS Antimicrobianos são substâncias químicas que inibem o crescimento ou matam bactérias. Na prática odontológica, alguns dos antimicrobianos utilizados são: AMOXICILINA, CLINDAMICINA, AZITROMINICA E METRONIDAZOL. São indicados para: · Infecções odontogênicas agudas. · Profilaxia contra infecções (pacientes de risco. · Extrações com remoção óssea · Cirurgia periapical. · Implantes, enxertos ósseos e tumores benignos. · ANTIMICRONIANOS + ALCOOL ETILICO: A ação do álcool não ocorre diretamente sobre as moléculas do antibióticos, mas sim interferindo negativamente na sua absorção. · Efeito dissulfiram: acumulo de acetaleido - sensação de morte”: palpitações, queda de PA, dor no peito, dificuldades respiratória, vermelhidão em face e pescoço, náuseas, vômitos, transpiração excessiva. O metronidazol (principalmente); ampicilina, cefalosporina (cefadroxila e cefadrina) são capazes de gerar o efeito dissulfiram. · O álcool pode promover um dano maior que o normal ao fígado, quando o antibiótico já possui por si só uma atividade toxica para esse órgão. Os efeitos tóxicos são maiores para os usuários crônicos de álcool. Para aqueles que bebem moderadamente, não causará maiores danos, embora possam surgir náuseas, vômitos e dores abdominais. · Álcool e seu efeito diurético: o álcool inibe a liberação de vasopressina (hormônio diurético) com isso, ocorre um aumento na excreção de diversas substâncias, entre elas os antibióticos. rifampicina · ANTIBIOTICOS + CONTRACEPTIVOS ORAIS: A eficácia das pílulas anticoncepcionais depende da manutenção de níveis hormonais regulares, os quais inibem a ovulação. O antimicrobiano que comprovadamente reduz o efeito do anticoncepcional é a RIFAMPICINA, os demais antibióticos não existem comprovação que interferem nesse aspecto. De forma indireta, alguns antibióticos também podem provocar vomito e diminuir o risco de permanência do contraceptivo oral no sistema gastrointestinal. · ANTIBITICOS + CARBONATO DE LITIO: O lítio é um medicamento indicado para transtornos bipolares, cujo tratamento exige a monitorização constante de suas concentrações sanguíneas, pelo seu baixo índice terapêutico. Os primeiros sinais de intoxicação pelo carbonato de lítio podem ocorrer em uma concentração sanguínea acima da faixa a terapêutica: caracterizada por letargia, fraqueza muscular e tremores nas mãos. O antibiótico (tetraciclina e metronidazol) interage com esse medicamente elevando a concentração sanguínea do lítio. (Nesse caso, deve substituir o antibiótico por outra classe de antimicrobianos). · ANTIBIOTICOS + VARFARINA: Sua administração concomitante com ERITROMICINA, CLARITROMICINA E METRONIDAZOL, pode levar ao aumento da atividade anticoagulantes, acarretando hemorragias. · ANTIBIOTICOS – DIGOXINA (DIGITALICO): é utilizado no controle de doenças cardíacas, como arritmias e doença cardíaca congestiva. A presenta interação medicamentosa com CLARITROMICINA, AZITROMICINA, ERITROMICINA, pois pode promover diminuição da microbiota intestinal, elevando os níveis sanguíneos de digoxina e causando toxicidade ao paciente, pode ainda interferir na excreção renal da digoxina, elevando o seu nível e levando a sintomas como distúrbios de visão e arritmias cardíacas, provoca também cardiotoxicidade, causando alterações eletrocardiográficas e arritmias ventriculares. OBS: Pacientes com doenças coronarianas ou deficiência de eletrólitos sanguíneos apresentam risco mais significativo, podendo ocorrer até a morte súbita em decorrência do uso inadequado. AINESA ANTIAGREGANTES PLAQUETARIOS POTENCIALIZA A DIMINUIÇÃO DA AGREGAÇÃO PLAQUETARIA, PODE OCORRER SANGRAMENTO AINES HIPOGLICEMIANTES ORAIS HIPOGLICEMIA BENZODIAZEPINICOS DEPRESSORES DO SNC POTENCIALIZA A DEPRESSÃO DO SNC E DEPRESSÃO RESPIRATORIA BENZODIAZEPINICOS ALCOOL ETILICO DEPRESSÃO PRONUNCIADA DO SNC (COMA) PARACETAMOL ANTIBIOTICO ERITROMICINA E AMOXICILINA COM CLAVULANATO AMBAS AS DROGAS SÃO HEPATOTOXICAS ANTIBIOTICOS ALCOOL ETILICO MENOR ABSORÇÃO DO ANTIBIOTICO, MENOR CONCENTRAÇÃO NA CORRENTE SANGUINEA E DIMINUIÇÃO DA AÇÃO ANTIMICROBIANA ANTIBIOTCOS ERITROMICINA (ESTOLATO) E AZITROMINICA ALCOOL ETILICO DANOS SOBRE O FIGADO ANTIBIOTICO ANTICONCEPCIONAL REDUÇÃO DO EFEITO DO ANTICONCEPCIONAL E VOMITO METRONIDAZOL E TETRACICLINA CARBONATO DE LITIO AUMENTO DA CONCENTRAÇÃO SANGUINEA DO LITIO ERITROMICINA, CLARITROMICINA OU METRONIDAZOL VARFARINA AUMENTO DE CHANCE DE HEMORRAGIA ERITROMICINA, CLARITROMICINA E AZITROMICINA DIGOXINA TOXICIDADE AO PACIENTE, ALTERAÇÕES ELETROCARDIOGRAFICAS E ARRITIMIAS PARACETAMOL NIMESULIDA EFEITO HEPATOTÓXICO EM AMBOS OS MEDICAMENTOS PARACETAMOL VARFARINA HEMORRAGIA DIPIRONA ALCOOL ETILICO POTENCIALIZA O EFEITO DO ALCOOL DIPIRONA IMUNOSSUPRESSOR (CICLOSPORINA) REDUÇÃO DO EFEITO DA CILOSPORINA DIPIRONA ANTIPSICOTICO (CLORPROMAZINA) POTENCIALIZA REAÇÕES ADVERSAS DA CLORPROMAZINA (HIPOTERMIA) ETANOL PROFUNDA SEDAÇÃO COMA MORTE DEPRESSÃO REPIRATORIA OPIOIDES TIOPENTAL OU HALOTANO APNEIA BENZODIAZEPINICOS + OPIOIDES AUMENTA A DEPRESSÃO RESPIRATORIA AUMENTA A DEPRESÃO DO SNC OPIOIDE BUPROPIONA RISCO DE CONVULSÕES OPIOIDE (CODEINA) QUINIDINA REDUÇÃO DO EFEITO ANALGESICO OPIOIDE METOCLOPRAMIDA DIMUNUI O DESEMPENHO MOTOR DO INDIVIDUO PARACETAMOL USUARIOS CRONICOS DE ALCOOL DANOS GRAVES AO FIGADO AINES ANTICOAGULANTES HEMORRAGIA AINES ANTIRRETROVIRAIS TOXICIDADE GASTROINTESTINAL E LESÕES HEPATICAS AINES ANTIMETABÓLITO SUPRESSÃO DA MEDULA OSSEA, NEFROTOXICIDADE E HEPATOTOXICIDADE AINES ANTI-HIPERTENSIVOS AUMENTO DE PA AINES ANTIDEPRESSIVOS PROSSIBILIDADE DE SANGRAMENTO AINES ESTABILIZADOR DE HUMOR VOMITO, FRAQUEZA, VISÃO TURVA.