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INTRODUÇÃO ALIMENTAR E ALIMENTAÇÃO ATÉ OS 2 ANOS 01/11/2022 1 Introdução alimentar responsiva: para bebês e crianças até os 2 anos de vida Amanda Guimarães nutricionista infantil APRENDER A COMER Como as crianças aprendem a comer Por Amanda Guimarães PARTE 1 1 2 01/11/2022 2 APRENDER A COMER • COMER É INSTINTIVO APENAS NAS PRIMEIRAS SEMANAS DE VIDA; depois disso, comer é um comportamento aprendido; • Comer é a 3ª prioridade do corpo, ficando atrás apenas da respiração e do controle cerebral; • Comer é mais difícil do que andar ou falar. Junqueira, P., 2017. APRENDER A COMER • Engolir exige o uso de 26 músculos e 6 nervos cranianos; • Comer é a única tarefa corporal que necessita do uso de todos os órgãos e de todos os sentidos. Junqueira, P., 2017. A alimentação é complexa! 3 4 01/11/2022 3 Infant Behavior and Development 52 (2018) 97-103. TRANSIÇÃO E INTRODUÇÃO ALIMENTAR No período da introdução alimentar (IA), os lactentes começam a receber alimentos sólidos após serem alimentados apenas com leite (materno ou fórmula). Esse momento (da IA) envolve uma reorganização da interação alimentar entre bebê e cuidador. APRENDER A COMER... Bebês e crianças pequenas dependem inteiramente dos seus cuidadores para aprenderem o que, quando e como comer. Pérez-Escamilla, R. et al, 2017. Vídeo “Tangerina na cadeira” e “brócolis na cadeira.” 5 6 01/11/2022 4 PASSOS PARA COMER Tolerar Interagir Cheirar Tocar Provar Comer Kay A. Toomey, Ph.D., 1995/2010. Vídeos “Sapoti 1”; “Sapoti 2”. “Crianças pequenas tem mais chances de experimentar alimentos diferentes quando observam seus cuidadores comendo com entusiasmo, o contrário do que acontece quando a comida é oferecida à elas sem ter um modelo presente.” Pérez-Escamilla, R. et al, 2017. 7 8 01/11/2022 5 APRESENTAÇÃO DOS ALIMENTOS Variedade, familiarização, oportunidade Mura Paroche et al., 2017; Lutter, C.K. et al, 2021.. EXPOSIÇÃO REPETIDA FAMILIARIZAÇÃO SABORES VARIEDADE TEXTURAS ASSOCIAÇÃO OBSERVAÇÃO e imitação do comportamento 9 10 01/11/2022 6 PREFERÊNCIAS ALIMENTARES As preferências alimentares são fortes preditoras da aceitação alimentar na infância 11 12 01/11/2022 7 • O desenvolvimento das preferências alimentares inicia na concepção e continua ao longo da vida. • Resultam da interação entre as influências biológicas (genéticas) e ambientais. • Desenvolvimento das células gustativas inicia no 1º trimestre (8ª a 13ª semana). • Papilas gustativas funcionalmente maduras no início do 2º trimestre. • Desenvolvimento do sistema olfativo também inicia durante o 1º trimestre (8ªs). • Maturidade dos receptores olfativos (28ª e 29ªs); • Os “tampões” nasais se dissolvem por volta da 16ª a 36ªs permitindo que o líquido amniótico consiga passar através das passagens nasais. • O desenvolvimento desses sistemas continuam no período pós-natal. Current Biology 23, R401–R408, May 6, 2013. JPGN 2017;64: 119–132 Crianças nascem “programadas” a preferir sabores que sinalizam nutrientes benéficos (ex. doce – alimentos energéticos/ calorias; salgado – presença de minerais essenciais) e a rejeitar sabores que sinalizam componentes prejudiciais (ex. amargo – toxinas e veneno; azedo – presença de ácidos fortes). Current Biology 23, R401–R408, May 6, 2013. Doce Amargo Resposta positiva Resposta negativa Vídeos “Tangerina – primeiras experiências; “maracujá”. 13 14 01/11/2022 8 Current Biology 23, R401–R408, May 6, 2013. As preferências alimentares continuam a mudar durante a adolescência e idade adulta Durante os períodos de máximo crescimento > preferência por sabor doce • As preferências/escolhas alimentares são formadas no início da vida >> iniciam no pré-natal já que os sistemas quimiosensoriais têm um papel adaptativo e evolutivo e são funcionais antes do nascimento. • Os primeiros 1000 dias de vida representam, um período sensível para o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis e que poderão perdurar para o resto da vida. • Líquido amniótico; • Leite materno x fórmula infantil; • Introdução dos alimentos complementares. Nutrients 2017, 9, 107; doi:10.3390/nu9020107 Preferências alimentares podem ser modificáveis pela exposição repetida e variada à sabores via líquido amniótico, leite materno e através da AC. 15 16 01/11/2022 9 Figura. Fatores ambientais que influenciam o comportamento alimentar. Nutrients 2017, 9, 107; doi:10.3390/nu9020107 • Não amamentar ou amamentar curto período de tempo (< 3 meses) pode diminuir o consumo de frutas e vegetais. • Quanto maior a variedade de alimentos oferecidos nos primeiros meses de IA, provavelmente maior será a aceitação por novos alimentos introduzidos durante a infância. • A exposição repetida pode facilitar a ingestão de novos alimentos (no estudo em questão, foi observada maior ingestão de vegetais por lactentes e crianças). Ann Nutr Metab, 2017. DOI: 10.1159/000471514 JPGN 2017;64: 119–132 Os alimentos devem ser oferecidos à criança em resposta aos seus sinais de fome e não usados como recompensa por um bom comportamento ou outro motivo. 17 18 01/11/2022 10 Esse período de transição alimentar exerce influência direta na formação dos padrões alimentares que a criança terá durante a infância, adolescência e vida adulta. Pérez-Escamilla, R. et al, 2017. REFEIÇÕES COMPARTILHADAS Refeições em família 19 20 01/11/2022 11 REFEIÇÕES COMPARTILHADAS • Estimulam a curiosidade e o interesse da criança pela comida; • Momento de interação entre pais/cuidadores e criança; • Mais tranquilidade e leveza para introduzir novos alimentos. EVITAR DISTRAÇÕES (ex. TV, ELETRÔNICOS...) REFEIÇÕES COMPARTILHADAS 21 22 01/11/2022 12 “As refeições são eventos culturais e sociais, quando as crianças observam, imitam, aprendem sobre gostar ou não dos alimentos e formam hábitos alimentares para o resto da vida.” Ministério da Saúde, 2019; Lutter, C.K. et al, 2021. 23 24 01/11/2022 13 MARCOS DE DESENVOLVIMENTO Sinais de prontidão e Sentar • Senta sem apoio; • Bom controle da cabeça e pescoço. Mastigação • Amassa/mastiga e usa a língua para mover os alimentos para o fundo da boca e engolir. Protrusão da língua Menor reflexo de protrusão da língua (empurrar automaticamente os sólidos para fora da boca com a língua) Explora Leva as mãos e brinquedos à boca para exploração Interesse Indica um desejo por comida, por exemplo, vontade de participar de refeições em família e tentar pegar comida para colocar na boca Pérez-Escamilla, R. et al, 2017. 25 26 01/11/2022 14 DESENVOLVIMENTO MOTOR DESENVOLVIMENTO MOTOR Vídeos “Beterraba; “Kiwi pinça”. 27 28 01/11/2022 15 DESENVOLVIMENTO MOTOR ORAL Estabilidade oral depende Do controle de cabeça e de ombros (relacionado à estabilidade do tronco e da pelve) Temas desenvolv.; 13(78): 5-11, jan.-fev. 2005. Aumento da estabilidade >> Maior controle, funções e movimentos mais complexos “Para a criança em desenvolvimento, a alimentação é muito mais que a ingestão de nutrientes, uma vez que requer a prática e o aprendizado de movimentos motores - grosso e fino - manutenção da postura corporal, interação comunicativa com o cuidador, além de habilidades orais para apreender o alimento, morder, mastigar e controlá-lo na cavidade oral com habilidade sensorial suficiente.” Temas desenvolv.; 13(78): 5-11, jan.-fev. 2005. 29 30 01/11/2022 16 POSTURA E ESTABILIDADE “Eu não consigo comer isso” In: JUNQUEIRA, P. Por que meu filho não quer comer? - Uma visão além da boca e do estômago, 2017. A postura da criança no momento da refeição é fundamental para o bom funcionamento das estruturas orais – em especial os movimentos da mandíbula. DESENVOLVIMENTO SENSÓRIO MOTOR ORAL A boca é o centro do mundo para o bebê. Dada a sua importância para a sua sobrevivência por proporcionar- lhe a alimentação, o bebê usa a boca para exploração e aprendizadodo que é seu e do que vem do ambiente externo. “Eu não consigo comer isso” In: JUNQUEIRA, P. Por que meu filho não quer comer? - Uma visão além da boca e do estômago, 2017. 31 32 01/11/2022 17 DESENVOLVIMENTO SENSÓRIO MOTOR ORAL JUNQUEIRA, P., 2017. 1. Oferecer oportunidades para explorar, com a boca e as mãos brinquedos e objetos com formas e texturas variadas. 2. Favorecer a conexão mão/boca, estimulando o bebê a levar novos objetos e a própria mão à boca. 3. Estimular sempre o olfato, fazendo com que cheire os alimentos. Vídeos “Mordedor”; “Pé na boca.” ESTRUTURAS ORAIS •Colocar objetos na boca – exige movimentos ativos da sua língua, mandíbula e bochechas. • Experiências orais com objetos que leva à boca – aprendizado com mais variados movimentos orais. “Eu não consigo comer isso” In: JUNQUEIRA, P. Por que meu filho não quer comer? - Uma visão além da boca e do estômago, 2017. 33 34 01/11/2022 18 MASTIGAÇÃO 6 MESES: •Amassamento do alimento – não havendo eficiência na mastigação para todo tipo de alimento. Mas, já é capaz de comer alimentos sólidos macios em tamanhos adequados. Temas desenvolv.; 13(78): 5-11, jan.-fev. 2005. MASTIGAÇÃO 9 MESES: • Movimentos rotatórios da mandíbula >> marco importante para demonstrar autonomia na manipulação do alimento na cavidade oral. • Transfere o alimento da lateral ao centro da cavidade e vice- versa. • Movimento de pinça. • Pode ser capaz de receber a mesma refeição da família (sempre respeitando a individualidade de cada criança). Temas desenvolv.; 13(78): 5-11, jan.-fev. 2005. 35 36 01/11/2022 19 Mastigação 10 – 11 MESES: •Mais autonomia. • Refeição com pedaços de alimentos. •Utiliza mais as mãos e às vezes rejeita a colher. Temas desenvolv.; 13(78): 5-11, jan.-fev. 2005. 37 38 01/11/2022 20 MASTIGAÇÃO 1. Aprender; 2. Ter condições neuromusculares adequadas; 3. Estímulos adequados; 4. Estruturas orais adequadas; 5. Reconhecer e discriminar adequadamente os estímulos na boca; 6. Modelo. “Eu não consigo comer isso” In: JUNQUEIRA, P. Por que meu filho não quer comer? - Uma visão além da boca e do estômago, 2017. “As habilidades para comer que a criança desenvolve durante o seu primeiro ano de vida são a preparação fundamental para o desenvolvimento de sua alimentação. Essa base será vital para que ela possa ter sucesso no seu desenvolvimento alimentar futuro” . (Patrícia Junqueira, fonoaudióloga) 39 40 01/11/2022 1 Um presente para toda vida! Por Amanda Guimarães Mãe do Guigui e da Mamá, nutricionista (UFPE) e escritora. Autora dos livros “Alimentação do bebê: introdução alimentar gentil e responsiva” e “Hora da refeição: comida, amor e diversão”. Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente (UFPE). Especialista em Nutrição Clínica pelo Programa de Residência do IMIP/PE e especialista em nutrição materno infantil (IPGS). Professora de pós-graduações em nutrição materno infantil. PARTE 2 Alimentação responsiva CONVERSAREMOS SOBRE: •Alimentação responsiva; • Sinais de fome e saciedade; • Estilos parentais; • Sabedoria do corpo; •Divisão de responsabilidades; •Comer intuitivo. 1 2 01/11/2022 2 NO PRIMEIRO ANO DE VIDA... Durante o 1º ano de vida do bebê, muito da interação entre criança e cuidador está centrada na alimentação. Infant Behavior and Development 52 (2018) 97-103. POR QUE FALAR SOBRE IA RESPONSIVA? As diretrizes fornecem conselhos sobre o que, como, quando e onde oferecer os alimentos complementares. Matern Child Nutr. 2019;15:e12855. Mas, será que estamos levando em consideração a forma como a criança é alimentada? 3 4 01/11/2022 3 ALIMENTAÇÃO RESPONSIVA É descrita como um estilo de alimentação (não é um método) que envolve a reciprocidade entre a criança e o cuidador no momento da refeição. Estilo parental Pan American Health Organization/WHO, 2003; WHO; 2005; Black, M.M., Aboud, F.E., 2011; Harbon, J. et al, 2013; J Pediatr (Rio J). 2016;92(3 Suppl 1):S2-S7; Pérez-Escamilla, R. et al, 2017; Guimarães, A., 2020; Lutter, C.K. et al, 2021. PARENTALIDADE RESPONSIVA • É um estilo de cuidado que visa estimular o desenvolvimento da autorregulação e promover o desenvolvimento cognitivo, social e emocional desde o início da vida. •Na alimentação: pais guiam a alimentação da criança, falam sobre comida de maneira positiva e estão atentos aos sinais de fome e saciedade da criança. Black, M.M., Aboud, F.E., 2011; Harbon, J. et al, 2013; J Pediatr (Rio J). 2016;92(3 Suppl 1):S2-S7; Pérez-Escamilla, R. et al, 2017; Guimarães, A., 2020; Lutter, C.K. et al, 2021. 5 6 01/11/2022 4 ALIMENTAÇÃO RESPONSIVA J Pediatr (Rio J). 2016;92(3 Suppl 1):S2-S7; Pérez-Escamilla, R. et al, 2017; Matern Child Nutr.2019;15:e12855; Guimarães, A., 2020; Lutter, C.K. et al, 2021. ALIMENTAÇÃO RESPONSIVA Criança Sinaliza por meio de movimentos, expressões faciais e vocalizações Cuidador Reconhece os sinais e responde prontamente sob a forma de apoio J Pediatr (Rio J). 2016;92(3 Suppl 1):S2-S7; Pérez-Escamilla, R. et al, 2017; Matern Child Nutr.2019;15:e12855; Guimarães, A., 2020; Lutter, C.K. et al, 2021. 7 8 01/11/2022 5 SINAIS DE FOME E SACIEDADE A importância de compreender e responder de forma respeitosa a esses sinais “A principal forma de comunicação dos bebês é o choro. E pesquisas mostram que isso causa angústia para os cuidadores, que muitas vezes interpretam o choro como um sinal de fome.” Pérez-Escamilla, R. et al, 2017. 9 10 01/11/2022 6 SINAIS DE FOME E SACIEDADE (< 6 MESES) Bebês menores de 6 meses Sinais de fome: • Estalar a língua; • Chupar a mão; • “Resmungar”; • Abre a boca enquanto é alimentado indicando que quer mais. Sinais de saciedade: • Fecha a boca; • Vira a cabeça; • Diminui ou para a sucção; • Solta o seio ou adormece quando já estiver satisfeito. M.M. Hetherington, Understanding infant eating behaviour – Lessons learned from observation, Physiol Behav (2017). Pérez-Escamilla, R. et al, 2017. SINAIS DE FOME E SACIEDADE (6 MESES) Bebês de 6 meses Sinais de fome: • Chora; • Inclina-se para frente quando a colher está próxima; • Segura a mão da pessoa que está oferecendo a comida e abre a boca. Sinais de saciedade: • Vira a cabeça ou o corpo; • Perde o interesse na alimentação; • Empurra a mão da pessoa que está oferecendo a comida; • Fecha a boca; • Parece angustiado ou chora. Pérez-Escamilla, R. et al, 2017. Ministério da Saúde, 2019. 11 12 01/11/2022 7 SINAIS DE FOME E SACIEDADE (7 A 8 MESES) Bebês de 7 a 8 meses Sinais de fome: • Inclina-se para a colher ou para o alimento; • Pega ou aponta para a comida. Sinais de saciedade: • Come mais devagar; • Empurra a comida ou fecha a boca; • Fica com a comida parada na boca sem engolir. Pérez-Escamilla, R. et al, 2017. Ministério da Saúde, 2019. SINAIS DE FOME E SACIEDADE (9 A 11 MESES) Bebês de 9 a 11 meses Sinais de fome: • Pega ou aponta para a comida; • Fica contente/ empolgado quando vê os alimentos. Sinais de saciedade: • Come mais devagar; • Empurra a comida ou fecha a boca; • Fica com a comida parada na boca sem engolir. Pérez-Escamilla, R. et al, 2017. Ministério da Saúde, 2019. 13 14 01/11/2022 8 SINAIS DE FOME E SACIEDADE (1 A 2 ANOS) Crianças de 1 a 2 anos Sinais de fome: • Combina palavras e gestos para expressar vontade por alimentos específicos; • Leva a pessoa que cuida ao local onde o alimento está e aponta para ele. Sinais de saciedade: • Balança a cabeça; • Diz que não quer; • Sai da mesa; • Brinca com o alimento; • Joga o alimento longe. Pérez-Escamilla, R. et al, 2017. Ministério da Saúde, 2019. “Como os cuidadores respondem a outros comportamentos, como padrões de sono e técnicas usadas para acalmar bebês angustiados, também pode influenciar a capacidade do bebê de aprender a autorregular adequadamente a ingestão de alimentos.” Pérez-Escamilla, R. et al, 2017. 15 16 01/11/2022 9 COMPONENTES DA ALIMENTAÇÃO RESPONSIVAWORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) Pan American Health Organization/World Health Organization, 2003; World Health Organization; 2005. A) Alimentar os bebês diretamente e ajudar as crianças mais velhas quando se alimentam, sendo sensíveis aos seus sinais de fome e saciedade; B) Alimentar devagar e pacientemente, encorajando a criança a comer, mas sem forçá- la. 17 18 01/11/2022 10 WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) Pan American Health Organization/World Health Organization, 2003; World Health Organization; 2005. C) Se a criança recusar algumas comidas, experimente oferecer diferentes combinações, sabores, texturas e métodos de encorajamento; D) Minimize as distrações durante as refeições; E) Lembre-se que a hora da refeição é um momento de aprendizado e amor – converse com a criança durante a refeição, com contato olho no olho. Responder positivamente à criança com sorrisos Fazer contato visual e usar palavras de incentivo Alimentar/oferecer alimentos à criança lenta e pacientemente, com bom humor Esperar a criança parar de comer e observar/reconhecer se expressa sinais de fome e saciedade Oferecer alimentos para que a criança possa se alimentar sozinha Pan American Health Organization/WHO, 2003; WHO; 2005; Black, M.M., Aboud, F.E., 2011; Harbon, J. et al, 2013; J Pediatr (Rio J). 2016;92(3 Suppl 1):S2-S7; Pérez-Escamilla, R. et al, 2017; Guimarães, A., 2020; Lutter, C.K. et al, 2021. 19 20 01/11/2022 11 Ambiente prazeroso e sem distrações (ex. TV ou outras telas) Cuidador plenamente envolvido no ato de alimentar Oferecer alimentos saudáveis, saborosos, apropriados ao desenvolvimento da criança e oferecidos em horários previsíveis de fome Refeição servida em local adequado, criança confortável, de frente para outras pessoas (que também comerão) Comunicação entre cuidador-criança de forma clara Encorajar e atender aos sinais de fome e saciedade Responder às necessidades da criança com respeito e amor Pan American Health Organization/WHO, 2003; WHO; 2005; Black, M.M., Aboud, F.E., 2011; Harbon, J. et al, 2013; J Pediatr (Rio J). 2016;92(3 Suppl 1):S2-S7; Pérez-Escamilla, R. et al, 2017; Guimarães, A., 2020; Lutter, C.K. et al, 2021. INTERAÇÃO CUIDADOR-CRIANÇA NO MOMENTO DA REFEIÇÃO POSITIVA (responsiva) • Atenção e interesse na alimentação da criança; • Atenção aos sinais internos de fome e saciedade; • Atenção à capacidade de comunicar suas necessidades com sinais distintos e significativos; • Progressão para alimentação independente. NEGATIVA (sem resposta) • Falta de reciprocidade entre cuidador e criança; • Em um momento o cuidador assume o controle e domina a alimentação, controlando e pressionando os comportamentos; • Ora a criança controla a situação; • Cuidador ignora a criança. Black, M.M., Aboud, F.E., 2011; J Pediatr (Rio J). 2016;92(3 Suppl 1):S2-S7; Pérez-Escamilla, R. et al, 2017; Guimarães, A., 2020. 21 22 01/11/2022 12 “Quando os cuidadores controlam a alimentação, eles não apenas interferem potencialmente nos sinais internos de fome e saciedade, mas também interferem na autonomia e busca de independência da criança.” Black, M.M., Aboud, F.E., 2011; Pérez-Escamilla, R. et al, 2017. COMPORTAMENTO ALIMENTAR E responsividade 23 24 01/11/2022 13 EVOLUÇÃO DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR E RESPONSIVIDADE Idade Preparação proativa do cuidador Habilidades e sinais da criança Responsabilidade do cuidador O que a criança aprende 0-6 meses Preparar o alimento quando a criança apresenta sinais de fome Sinais de fome e saciedade através de sons, expressões faciais e sons, reflexo de procura e sucção Responde aos sinais do bebê alimentando- o quando ele(a) está com fome e para quando atinge a saciedade O cuidador responderá e conhecerá suas necessidades 6-12 meses Garantir que a criança está confortavelmente posicionada. Estabelecer uma rotina e refeições em família Senta, mastiga e engole alimentos semissólidos. Come com usando as mãos. Responde aos sinais da criança, usando maior variedade, textura e sabores. Responde positivamente às tentativas da criança de se autoalimentar. Começa a se alimentar com autonomia, experimenta novos sabores e texturas. A comida e a refeição são divertidas. Fonte: adaptado de Black, M.M., Aboud, F.E., 2011; Harbon, J. et al, 2013. Idade Preparação proativa do cuidador Habilidades e sinais da criança Responsabilidade do cuidador O que a criança aprende 12- 24 meses Oferece 3 a 4 opções de refeições saudáveis. Oferece 2 a 3 lanches saudáveis por dia. Oferece alimentos que podem ser pegos, mastigados e engolidos. Autoalimentação usando alimentos variados. Usa utensílios seguros para bebês. Usa palavras para sinalizar o que quer/deseja. Responde aos sinais de fome e saciedade da criança. Responde positivamente às tentativas da criança de se autoalimentar. Tenta experimentar novos alimentos, tenta fazer coisas para si mesmo. Pede por ajuda. Confia que o cuidador responderá às suas necessidades. Fonte: adaptado de Black, M.M., Aboud, F.E., 2011; Harbon, J. et al, 2013. EVOLUÇÃO DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR E RESPONSIVIDADE 25 26 01/11/2022 14 Harbon, J. et al, 2013. Harbon, J. et al, 2013. 27 28 01/11/2022 15 INTRODUÇÃO ALIMENTAR Responsiva INTRODUÇÃO ALIMENTAR GENTIL E RESPONSIVA Infant Behavior and Development 52 (2018) 97-103. Bebês • Aprender a usar suas habilidades motoras e sensoriais orais para uma alimentação mais eficaz. Cuidador • Acompanhar as rápidas mudanças nas habilidades motoras e de auto alimentação. • Responder à comunicação pré-verbal dos bebês. 29 30 01/11/2022 16 INTRODUÇÃO ALIMENTAR GENTIL E RESPONSIVA Appetite 137 (2019) 198–206. A introdução de sólidos na alimentação do bebê é particularmente importante do ponto de vista nutricional e COMPORTAMENTAL. O período da introdução alimentar oferece oportunidade Complementar a alimentação à base de leite da criança Proporcionar experiências sensoriais únicas >> conhecimento de novos sabores e texturas. ALIMENTAÇÃO RESPONSIVA Cuidador interpreta e responde aos sinais da criança Apresenta comportamentos ativos: Cuidador se concentra, estimula e incentiva a criança a agir J Pediatr (Rio J). 2016;92(3 Suppl 1):S2-S7. Matern Child Nutr.2019;15:e12855. Reciprocidade entre criança e cuidador 31 32 01/11/2022 17 INTERAÇÃO CUIDADOR-CRIANÇA “A interação entre os pais/cuidadores e a criança durante a introdução alimentar pode exercer influência em suas preferências alimentares e na regulação do apetite.” JPGN 2017;64: 119–132 IMPORTANTE “Quando a recusa da criança a se alimentar é entendida como uma rejeição e ela é obrigada a consumir a refeição, pode haver tensão e frustração, tanto para quem alimenta a criança quanto para ela.” J Pediatr (Rio J). 2016;92(3 Suppl 1):S2-S7. 33 34 01/11/2022 18 FAMÍLIA “A família tem papel decisivo na forma como a criança irá aprender a se alimentar, sobretudo pelas estratégias que os pais/cuidadores usam para estimular a alimentação.” J Pediatr (Rio J). 2016;92(3 Suppl 1):S2-S7. Ministério da Saúde, 2019. 35 36 01/11/2022 19 Ministério da Saúde, 2019. Ministério da Saúde, 2019. 37 38 01/11/2022 20 Ministério da Saúde, 2019. SABEDORIA DO CORPO Você sabe o que é? 39 40 01/11/2022 21 “Sabedoria do corpo” • Estudos realizados em 1928 e 1939 demonstraram que lactentes com idade de 8 meses eram capazes de escolher adequadamente os alimentos (crus e cozidos) que assegurassem adequada nutrição, crescimento e bem- estar. • Os lactentes selecionam uma variedade de alimentos não simplesmente por gostarem mais ou por terem sabor adocicado. M.M. Hetherington, Understanding infant eating behaviour – Lessons learned from observation, Physiol Behav (2017). DIVISÃO DE RESPONSABILIDADES Na alimentação 41 42 01/11/2022 22 DIVISÃO DE RESPONSABILIDADES (ELLYN SATTER)Nutrição comportamental. Marle Alvarenga et al. 2. ed. Barueri, SP: Manole, 2019. https://www.ellynsatterinstitute.org/how-to-feed/the-division-of-responsibility-in-feeding/ ESTILOS PARENTAIS NO CUIDADO E ALIMENTAÇÃO INFANTIL E os pais? Como se alimentam? Qual a sua relação com a comida e com o corpo? Alimentam os seus filhos de forma responsiva? 43 44 https://www.ellynsatterinstitute.org/how-to-feed/the-division-of-responsibility-in-feeding/ 01/11/2022 23 “Tornar-se pai ou mãe pode ser um dos mais exigentes e desafiadores papeis sociais que os indivíduos encontram nas suas vidas. Fato que leva a um conjunto de respostas, sejam comportamentais, cognitivas e emocionais, que exigem adaptação para um novo padrão de vida.” J Am Diet Assoc. 2008; 108:1154-61. ESTILOS DE COMPORTAMENTOS PARENTAIS 1. Controladores/autoritários: controlam o que a criança come, restringem comida, pressionam para comer, subornam em troca de recompensas e ignoram os sinais de fome da criança. 2. Negligentes/indiferentes: não colocam limites e ignoram os sinais de fome ou necessidades emocionais da criança. 3. Responsivos/confiáveis: guiam a alimentação da criança, falam sobre comida de maneira positiva e estão atentos aos sinais de fome e saciedade da criança. 4. Indulgentes/permissivos: não colocam limites, permitem que a criança decida o que, quando e onde comer. Têm pouca interação com a criança no momento das refeições e ignoram os sinais de fome da criança. Nutrologia pediátrica: prática baseada em evidências. Barueri, SP: Manole, 2016; Eating Behaviors 32(2019) 78-84. 45 46 01/11/2022 24 COMER INTUITIVO Sintonia com a comida, mente e corpo (Evelyn Tribole e Elyse Resch) COMER INTUITIVO (PILARES) Sintonia com a comida, mente e corpo Permissão incondicional para comer Basear-se nos sinais internos de fome e saciedade para determinar o que, quanto e quando comer Comer para atender as necessidades fisiológicas e não emocionais Nutrição comportamental. Marle Alvarenga et al. 2. ed. Barueri, SP: Manole, 2019. 47 48 01/11/2022 25 “Ao longo da vida somos ensinados a comer de acordo com as “regras” alimentares de quantidade, qualidade e horários – e vamos nos distanciando da nossa capacidade interna de atender aos sinais de fome e saciedade.” Nutrição comportamental. Marle Alvarenga et al. 2. ed. Barueri, SP: Manole, 2019. COMER INTUITIVO Quanto maior o controle Maior será o descontrole (ex. comer mais que o necessário e comer na ausência de fome) Nutrição comportamental. Marle Alvarenga et al. 2. ed. Barueri, SP: Manole, 2019. 49 50 01/11/2022 26 “À medida que vamos crescendo, somos “ensinados” a não seguir mais nossa intuição para comer ou parar de comer, e sim as regras da casa, da escola, dos profissionais de saúde.” Nutrição comportamental. Marle Alvarenga et al. 2. ed. Barueri, SP: Manole, 2019. “A forma como o bebê é alimentado pode fazer toda a diferença em como ele se relacionará com a comida durante a infância e vida adulta.” (Amanda Guimarães, mãe do Guigui e da Mamá, nutricionista infantil e escritora) 51 52 01/11/2022 1 INTRODUÇÃO ALIMENTAR RESPONSIVA Uma abordagem prática PARTE 3 Por Amanda Guimarães Mãe do Guigui e da Mamá, nutricionista (UFPE) e escritora. Autora dos livros “Alimentação do bebê: introdução alimentar gentil e responsiva” e “Hora da refeição: comida, amor e diversão”. Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente (UFPE). Especialista em Nutrição Clínica pelo Programa de Residência do IMIP/PE e especialista em nutrição materno infantil (IPGS). Professora de pós-graduações em nutrição materno infantil. PILARES DA INTRODUÇÃO ALIMENTAR TEMPO RESPEITO PACIÊNCIA OPORTUNIDADE EMPATIA Guimarães, A., 2020. 1 2 01/11/2022 2 ANTES DE TUDO... O QUE PRECISAMOS SABER... ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR: é um processo que inicia quando o leite materno ou fórmula infantil é complementado por outros alimentos (por volta dos 6 meses) e termina por volta dos 24 meses, quando a criança completa a transição da alimentação. Pérez-Escamilla, R. et al, 2017; Sociedade Brasileira de Pediatria, 2018; Ministério da Saúde, 2019. OS ALIMENTOS COMPLEMENTAM... Os alimentos complementares complementam o leite materno ou fórmula infantil e não o substituem. “Entre 1 e 2 anos de idade, a ingestão média de leite materno contribui com aproximadamente 35%-40% das necessidades energéticas da criança.” Lutter, C.K. et al, 2021. 3 4 01/11/2022 3 70% da necessidade de vitamina A Entre 15 e 18 meses (1 ano e 3 meses e 1 ano e 6 meses), o leite materno provém aproximadamente: 40% da necessidade de cálcio 37% da necessidade de riboflavina (vitamina B2) Lutter, C.K. et al, 2021. Além de ser uma excelente fonte de ácidos graxos essenciais Lutter, C.K. et al, 2021. 450 kcal 360 kcal 330 kcal 165 kcal 326 kcal 564 kcal LEITE MATERNO E ALIMENTOS COMPLEMENTARES 73% 37%52,5% 5 6 01/11/2022 4 Os primeiros 2 anos de vida são um período crítico para o desenvolvimento da criança. É nesse período que a criança aprende a aceitar os alimentos e a estabelecer padrões alimentares a longo prazo, que promoverão saúde e crescimento saudáveis. Lutter, C.K. et al, 2021. ALERGIAS ALIMENTARES Quando e como iniciar a introdução alimentar 7 8 01/11/2022 5 < 4 meses 4 meses 6 meses > 6 meses “Janela Imunológica” “Window of Tolerance” “Critical Window” PRESCOTT, 2008; ANDERSON, 2009; EAAI, 2014; Nutrients 2019, 11, 1131. • Colonização intestinal; • Aleitamento materno; • Pré-disposição genética; • Propriedades dos alérgenos; • Permeabilidade, maturidade e pH intestinal; • Fatores imunomoduladores. ALERGIAS ALIMENTARES E INTRODUÇÃO ALIMENTAR ALERGIAS ALIMENTARES E INTRODUÇÃO ALIMENTAR Nutrients 2019, 11, 1131. As diretrizes internacionais atuais afirmam que a introdução de alimentos alergênicos não precisa ser adiada para além dos 4-6 meses de idade, tanto em bebês de alto quanto de baixo risco, mas eles não fornecem orientação concreta sobre se esses alimentos devem ser introduzidos ativamente dentro deste prazo. 9 10 01/11/2022 6 ALERGIAS ALIMENTARES E INTRODUÇÃO ALIMENTAR Há falta de evidências de benefícios para introduzir alimentos precocemente (antes de 4 meses) ou para se retardar para além e 1-2 anos, visando a prevenção de alergia alimentar. ASBAI, 2018; Guimarães, A., 2020; Pinotti, R.; Durães, K. N. C.; Cili, K. M., 2021. ALERGIAS ALIMENTARES E INTRODUÇÃO ALIMENTAR ASBAI, 2018. 11 12 01/11/2022 7 BEBÊS VEGETARIANOS Como conduzir? BEBÊS VEGETARIANOS • OVOLACTOVEGETARIANO: não consomem carnes (boi, aves e peixes), mas consomem ovo e leite e derivados. • LACTOVEGETARIANO: não consomem carnes (boi, aves e peixes) e ovos, mas consomem leite e derivados. • OVOVEGETARIANO: não consomem carnes (boi, aves e peixes), leite e derivados. Mas, consome ovos. Vieira, A.; Navolar, T. S., 2018. Guimarães, A., 2020. 13 14 01/11/2022 8 BEBÊS VEGETARIANOS • VEGETARIANO ESTRITO: não consomem nenhum tipo de carne, ovos, mel, laticínios e produtos que incluam derivados animais entre os ingredientes, como gelatina, albumina, proteínas do leite, alguns corantes e espessantes. • VEGANO: é um vegetariano estrito. No entanto, também evita o uso de qualquer tipo de produto que tenha relação com a exploração ou sofrimento animal, como vestuários (ex. lã, couro e seda – carteira, bolsa, roupas e outros acessórios) e cosméticos (ex. maquiagens, sabonetes, hidratantes e shampoos) testados ou que contenham algum derivado animal na composição. Motivos culturais, éticos... Vieira, A.; Navolar, T. S., 2018. Guimarães, A., 2020. CARDÁPIO (ALMOÇO E JANTAR) Vieira, A.; Navolar, T. S., 2018. Guimarães, A., 2020. 15 16 01/11/2022 9 CARDÁPIO (ALMOÇO E JANTAR) Vieira, A.; Navolar, T. S., 2018. Guimarães, A., 2020. ½ colher de sobremesa de azeite + ½ colher de sobremesa de óleo de linhaça ou de chia CARDÁPIO (ALMOÇO E JANTAR)Vieira, A.; Navolar, T. S., 2018. Guimarães, A., 2020. Frutas fontes de vitamina C Alimentos fontes de vitamina A 17 18 01/11/2022 10 BEBÊS VEGETARIANOS • BEBÊS AMAMENTADOS: obtêm os nutrientes via leite materno, cuja composição dependerá da dieta materna. • BEBÊS NÃO AMAMENTADOS: fórmula infantil a base de proteína de soja. Koletzko B, et al. (eds): Pediatric Nutrition in Practice. World Rev Nutr Diet. Basel, Karger, 2015, vol 113, pp 134–138; Rev Esp Pediatr 2016; 72(5): 299-303 JPGN 2017;64: 119–132; Vieira, A.; Navolar, T. S., 2018. Guimarães, A., 2020. As fórmulas de soja tendem a conter maior teor de fitoestrógenos Ainda não há evidência de que haja algum efeito adverso ao consumo mais elevado de fitoestrógenos sobre o desenvolvimento humano, reprodução e função endócrina As fórmulas de soja parecem ser seguras para bebês à termo com função renal normal E AS BEBIDAS VEGETAIS SÃO PERMITIDAS PARA BEBÊS? Rev Esp Pediatr 2016; 72(5): 299-303 19 20 01/11/2022 11 Koletzko B, et al. (eds): Pediatric Nutrition in Practice. World Rev Nutr Diet. Basel, Karger, 2015, vol 113, pp 134–138 Rev Esp Pediatr 2016; 72(5): 299-303 Nutrientes Alimentos fonte Observações Ômega 3 Óleo de peixe (EPA/DHA), semente de linhaça, óleo de linhaça, óleo de canola/colza, soja cozida, tofu, nozes e óleo de nozes Suplementação pode ser necessária para veganos Vitamina B12 Leite e derivados, ovos, cereais fortificados, leite de soja fortificado Suplementação pode ser necessária para vegetarianos estritos Vitamina D Produtos lácteos fortificados, gema de ovo, leite fortificado de soja, cereais fortificados Suplementação é necessária para lactentes. Avaliar a necessidade em crianças e adolescentes BEBÊS VEGETARIANOS Koletzko B, et al. (eds): Pediatric Nutrition in Practice. World Rev Nutr Diet. Basel, Karger, 2015, vol 113, pp 134–138 Rev Esp Pediatr 2016; 72(5): 299-303 Nutrientes Alimentos fonte Observações Cálcio Leite e derivados, vegetais verdes (brócolis, repolho, couve e folhas de nabo), produtos de soja fortificados (leites, iogurtes e tofu), cereais fortificados, figos secos, amêndoas, gergelim e tahine (pasta a base de gergelim), quinua, amaranto, leguminosas Oxalato/fitato reduzem a biodisponibilidade; a absorção intestinal aumenta quando a ingestão reduz; suplementação pode ser necessária em veganos. Sal refinado pode aumentar a excreção urinária de cálcio. Gorduras “ruins” podem dificultar a absorção de cálcio Ferro Leites fortificados, leguminosas (feijões, lentilha, ervilha, grão de bico), sementes de abóbora, sementes de girassol, castanha de caju, tahine, cereais fortificados A absorção de ferro não heme aumenta com a ingestão de alimentos fonte de vitamina C, vitamina A (retinol) e caroteno e são inibidos por fitatos, taninos/polifenois e proteína de soja BEBÊS VEGETARIANOS 21 22 01/11/2022 12 Koletzko B, et al. (eds): Pediatric Nutrition in Practice. World Rev Nutr Diet. Basel, Karger, 2015, vol 113, pp 134–138 Rev Esp Pediatr 2016; 72(5): 299-303 Nutrientes Alimentos fonte Observações Zinco Soja (cozida), tofu, feijões, lentilha, ervilha, sementes de abóbora, castanhas, sementes de girassol, cereais fortificados, gérmen de trigo Fitatos reduzem a biodisponibilidade A biodisponibilidade de ferro e zinco nos alimentos de origem vegetal é menor Proteínas Soja, leguminosas (feijões, grão de bico, ervilha e lentilha), oleaginosas, pistaches, sementes de girassol Geralmente os vegetarianos conseguem atingir suas necessidades proteicas. Atenção deve ser dada aos veganos BEBÊS VEGETARIANOS Acredita-se que a absorção intestinal desses nutrientes aumente com a redução do consumo Importante fazer o remolho das leguminosas MÉTODOS DE INTRODUÇÃO ALIMENTAR Existe um método ideal? 23 24 01/11/2022 13 EXISTE MÉTODO IDEAL? TRADICIONAL PARTICIPATIVA BLW BLW: Baby-led-weaning (BLW) Clin Biomed Res 2018;38(3). Vídeos: “Maçã raspada sem aceitar” e “maçã cozida para pegar – boa aceitação.” ABORDAGEM PRÁTICA 25 26 01/11/2022 14 DIVISÃO DE RESPONSABILIDADES Quanto o meu filho deve comer? QUANTO OFERECER? Idade Quantidade Aos 6 meses 2 a 3 colheres de sopa Entre 7 e 8 meses 3 a 4 colheres de sopa Entre 9 e 11 meses 4 a 5 colheres de sopa Entre 12 e 24 meses 5 a 6 colheres de sopa Ministério da Saúde, 2019. 27 28 01/11/2022 15 REFEIÇÕES Quantas e quais refeições poderão ser oferecidas ao dia? Ao completar 6 meses Leite materno em livre demanda/fórmula infantil Fruta* (raspada/amassada + pedaço para pegar) Refeição do almoço** (amassada + pedaços para pegar) Fruta* (raspada/amassada + pedaço para pegar) Mamar em livre demanda/ fórmula infantil Fonte: Adaptado de Ministério da Saúde (2019). *Recomenda-se que a fruta seja oferecida in natura, ao invés de sucos que possuem baixa densidade energética. **A refeição deve conter um alimento de cada grupo (cereais ou tubérculos + leguminosas + legumes e/ou verduras + carnes ou ovos). REFEIÇÕES Ao completar 6 meses Leite materno em livre demanda/fórmula infantil Café da manhã (amassada + pedaços para pegar) Refeição do almoço** (amassada + pedaços para pegar) Fruta* (raspada/amassada + pedaço para pegar) Mamar em livre demanda/ fórmula infantil Fonte: Adaptado de Ministério da Saúde (2019). *Recomenda-se que a fruta seja oferecida in natura, ao invés de sucos que possuem baixa densidade energética. **A refeição deve conter um alimento de cada grupo (cereais ou tubérculos + leguminosas + legumes e/ou verduras + carnes ou ovos). Quantas e quais refeições poderão ser oferecidas ao dia? 29 30 01/11/2022 16 QUE ALIMENTOS OFERECER? Cereais, raízes e tubérculos: Carnes e ovos: Frutas: Legumes e verduras: Feijões e leguminosas: Leite e derivados: a partir de 1 ano ÁGUA CARNES E OVOS Alguns exemplos: Patinho Alcatra Filé Músculo traseiro. Peito Coxa Sobrecoxa sem pele e sem ossos Pescada amarela Tilápia Salmão sem espinhas Caipira/ capoeira clara e gema bem cozidas 31 32 01/11/2022 17 CONTEÚDO DA REFEIÇÃO PRINCIPAL Com carne Sem carne (vegetariano) APRESENTAÇÃO DOS ALIMENTOS Como apresentar os alimentos no prato: 33 34 01/11/2022 18 ROTINA, TEMPEROS... Horário das refeições e estabelecimento de rotina Uso de tempero: alho, alho poró, cebola, cebolinha, pimentão, açafrão, alecrim, salsa, manjericão, louro, coentro, hortelã... Frutas e verduras: melhor orgânicos? UTENSÍLIOS Utensílios: quais usar? 35 36 01/11/2022 19 https://www.youtube.com/watch?v=e7rJaYTuG0g CORTES E PROGRESSÃO DA CONSISTÊNCIA 37 38 https://www.youtube.com/watch?v=e7rJaYTuG0g 01/11/2022 20 CORTES E CONSISTÊNCIA Consistência dos alimentos: Fonte: Ministério da Saúde (2011). BANANA A partir dos 6 meses 6 meses Vídeo: “Cuspindo a cenoura”. 39 40 01/11/2022 21 BANANA 8 meses 9-10 meses LARANJA A partir dos 6 meses A partir dos 6 meses 41 42 01/11/2022 22 MELÃO A partir dos 6 meses 6 meses MELÃO A partir dos 9-10 meses 43 44 01/11/2022 23 MANGA A partir dos 6 meses A partir dos 9-10 meses UVA NÃO É SEGURO! SEGURO! 45 46 01/11/2022 24 BRÓCOLIS A partir de 6 meses 6 meses BRÓCOLIS A partir de 8 meses 47 48 01/11/2022 25 FEIJÃO A partir dos 6 meses A partir dos 8 – 9 meses FEIJÃO A partir dos 10-12 meses 49 50 01/11/2022 26 ARROZ A partir dos 6 meses A partir dos 8 meses CARNES A partir dos 6 meses Aos 6 meses 51 52 01/11/2022 27 FRANGO A partir dos 8 meses A partir dos 9 – 10 meses MILHO Como cortar o milho 53 54 01/11/2022 28 CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019. OBSERVAÇÕES O QUE NÃO OFERECER: 55 56 01/11/2022 29 Novas recomendações (valores aproximados): • < 1 ano: não oferecer; • 1 a 3 anos: 120 ml/dia; • 4 a 6 anos: 120 a 180 ml/dia; • 7 a 8 anos: 240 ml/dia. PEDIATRICS Volume 139, number 6, June 2017:e20170967; SBP, 2018. DÚVIDAS FREQUENTES 57 58 01/11/202230 DÚVIDAS FREQUENTES DÚVIDAS FREQUENTES 59 60 01/11/2022 31 61 02/11/2022 1 ALIMENTAÇÃO A PARTIR DE 1 ANO O que muda? PARTE 4 Por Amanda Guimarães Mãe do Guigui e da Mamá, nutricionista (UFPE) e escritora. Autora dos livros “Alimentação do bebê: introdução alimentar gentil e responsiva” e “Hora da refeição: comida, amor e diversão”. Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente (UFPE). Especialista em Nutrição Clínica pelo Programa de Residência do IMIP/PE e especialista em nutrição materno infantil (IPGS). Professora de pós-graduações em nutrição materno infantil. FASE (1 A 2 ANOS) O que começa a mudar? 1 2 02/11/2022 2 MUDANÇAS 1. Comportamento no momento das refeições; 2. Redução das quantidades de alimentos consumidas; 3. Mudanças das preferências alimentares. COMPORTAMENTO 3 4 02/11/2022 3 COMPORTAMENTO Não querem sentar para comer, se distraem com facilidade, passam menos tempo sentados à mesa, perdem facilmente o interesse pela comida. Guimarães, A., 2020. REDUÇÃO DAS QUANTIDADES CONSUMIDAS HABITUALMENTE 5 6 02/11/2022 4 REDUÇÃO DAS QUANTIDADES CONSUMIDAS Idade Ganho de peso Crescimento 0 a 1 ano Triplica 25 cm/ano 1 a 2 anos 2,5kg a 3,0kg/ano 15 cm/ano Wefort, V. R. S.; Lamounier, J.A.2017; Guimarães, A., 2020. Há redução das necessidades nutricionais e do apetite, consequentemente comem menos. REDUÇÃO DAS QUANTIDADES ANTES DEPOIS Guimarães, A., 2020. A criança que antes comia tudo agora começa a deixar comida no prato. 7 8 02/11/2022 5 REDUÇÃO DAS QUANTIDADES ANTES DEPOIS Guimarães, A., 2020. Mais um exemplo MANTRA Eu não preciso raspar o prato Tu não precisas raspar o prato Nós não precisamos raspar o prato Vós não precisais raspar o prato Eles não precisam raspar o prato 9 10 02/11/2022 6 “As estratégias que os pais utilizam na hora da refeição, para ensinar as crianças sobre o que e o quanto comer, desempenham papel preponderante no desenvolvimento do comportamento alimentar infantil” Ramos, M. et al, 2000; Wilson, B., 2017. PREFERÊNCIAS ALIMENTARES 11 12 02/11/2022 7 PREFERÊNCIAS ALIMENTARES As preferências alimentares são fundamentalmente formadas pela associação de três fatores: 1. Percepção sensória dos alimentos; 2. Consequência pós-ingesta dos alimentos (satisfação ou aversão); 3. Contexto social alimentar. Ramos, M. et al, 2000; Wilson, B., 2017. “Se experimentarmos comidas saudáveis por coerção, como algo que requer força de vontade, elas nunca serão gostosas.” Ramos, M. et al, 2000; Wilson, B., 2017. 13 14 02/11/2022 8 SELEÇÃO DOS ALIMENTOS ANTES DEPOIS e redução das quantidades consumidas Praticamente só comeu o macarrão “A refeição familiar é o contexto social no qual a criança tem oportunidade de comer com os irmãos, amigos e adultos que lhe servem de modelo e que dão atenção a sua alimentação, ora elogiando-a e encorajando-a a comer, ora chamando a atenção do seu comportamento à mesa” Ramos, M. et al, 2000. 15 16 02/11/2022 9 O PRAZER EM COMER Em vez de dizer ao seu filho: “Humm! Que comida saudável!” Diga: “Humm! Que comida gostosa!” O prazer em comer é um dos determinantes das escolhas alimentares Ramos, M. et al, 2000; Wilson, B., 2017. 17 18 02/11/2022 10 PRAZER EM COMER • Estudos demonstram que quando os alimentos são apresentados de forma mais prazerosa e leve (do que "nutricional"/ "saudável"), a criança pode escolher esse alimento para comer com mais facilidade. • Normalmente os alimentos mais palatáveis - com maior densidade energética (mais calóricos), ricos em açúcar e/ou gordura e sódio trazem mais essa sensação de prazer ao comer. No entanto, as crianças estão numa fase importante de FORMAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES e podem aprender a sentir prazer ao consumirem alimentos saudáveis como frutas, verduras/legumes e raízes, por exemplo. Ramos, M. et al, 2000; Wilson, B., 2017. PRAZER EM COMER • Para isso, é muito importante COMER JUNTO/EM FAMÍLIA, COMPARTILHAR REFEIÇÃO, falar PALAVRAS POSITIVAS, ELOGIOS À COMIDA e usar frases como: "Humm! Que comida saborosa!”; • A EXPOSIÇÃO REPETIDA aos alimentos saudáveis (sem forçar a criança à comer) e a PAZ no momento da refeição também são fundamentais nesse processo. Tudo isso pode influenciar de forma positiva o COMPORTAMENTO ALIMENTAR da criança, suas ESCOLHAS ALIMENTARES e o PRAZER EM COMER. Ramos, M. et al, 2000; Wilson, B., 2017. 19 20 02/11/2022 11 NOVOS ALIMENTOS Podemos introduzir NOVOS ALIMENTOS • LEITE E DERIVADOS (queijos, iogurtes, manteigas); • SAL (em mínimas quantidades); • SUCOS naturais da fruta sem açúcar ou adoçantes (opcional – 100 a 120 ml/dia). SBP, 2018; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019; Guimarães, A., 2020. 21 22 02/11/2022 12 PODE? • Pão • Geleia • Biscoito • Bolacha • Bolo • Mel • Açúcar REFEIÇÕES • A criança consumirá as mesmas refeições da família. • Família deverá evitar usar sal em excesso e caldos industrializados nas preparações. • Incentivar a criança a comer sozinha (com a colher), mas sempre com apoio e ajuda de um cuidador/família. Se o café da manhã ainda não tiver sido introduzido, poderá ser oferecido a partir dos 12 meses SBP, 2018; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019; Guimarães, A., 2020. 23 24 02/11/2022 13 ATENDIMENTO • PERGUNTAR; • ESCUTAR; • ATENÇÃO; • RESPEITAR; • NÃO JULGAR; • NÃO IMPOR; • AJUDAR; • ACONSELHAR; • OLHO NO OLHO. Insta: @amandaguimaraesnutri Obrigada! 25 26
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