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EMPREENDEDORISMO-E-NOVOS-NEGÓCIOS-3

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1 
 
 
EMPREENDEDORISMO E NOVOS NEGÓCIOS 
1 
 
 
SUMÁRIO 
NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................................................... 2 
INTRODUÇÃO AO MUNDO DOS NEGÓCIOS ............................................................................................ 3 
1.1 Bens industriais .................................................................................... 4 
1.2 Ambiente de negócios .......................................................................... 5 
1.2.1 Macroambiente ............................................................................................................... 6 
1.2.2 Microambiente ................................................................................................................ 8 
1.3 Empresa ............................................................................................... 9 
1.3.1 Classificação das Empresas ........................................................................................... 10 
2. PROCESSO EMPREENDEDOR ......................................................................................................... 11 
2.1 Origem e desenvolvimento do empreendedorismo ............................ 13 
2.2 Vantagens e desvantagens do empreendedorismo ........................... 16 
2.3 Características e habilidades do empreendedor ................................... 17 
2.3.1 Características do empreendedor ........................................................................................ 19 
2.3.2 Habilidades empreendedoras .............................................................................................. 20 
3. EMPREENDENDO NOVOS NEGÓCIOS ............................................................................................ 21 
3.1 O que é novo negócio? ...................................................................... 21 
3.2 O plano de negócio ............................................................................ 25 
3.2.1 A Necessidade de um Plano de Negócio ....................................................................... 26 
3.2.2 Como elaborar o Plano de Negócio ............................................................................... 27 
3.2.3 Utilidades do Plano de Negócio .................................................................................... 30 
4. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E EMPREENDEDORISMO ............................................................ 31 
4.1 A pirâmide estratégica: como envolver toda a empresa na busca da 
visão do negócio .................................................................................................... 33 
4.2 Tirando do papel: como traduzir os objetivos estratégicos em ações e 
tarefas concretas ................................................................................................... 34 
5. REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 36 
 
 
 
2 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em 
atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com 
isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível 
superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no 
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de 
promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem 
patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras 
normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e 
eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. 
Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de 
cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do 
serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO MUNDO DOS NEGÓCIOS 
Negócio é quando individualmente e/ou duas ou mais pessoas se juntam em 
um esforço organizado para produzir bens (produtos) e serviços, a fim de gerar lucros 
através da venda desses para um determinado mercado. Em linhas gerais, negociar 
envolve, basicamente, compra e venda de algo a alguém, agregando valor a esse 
“algo” produzido em meio a essas duas pontas. 
O produto é um bem concreto, algo palpável, que se pode pegar e ver. Um bem 
pode ser destinado ao consumo (bens de consumo) ou à produção de outros bens 
(bens de produção). O produto, ou o bem, consiste em um grupo de atributos tangíveis 
ou não, que satisfaz os consumidores e que é recebido em troca de dinheiro ou outra 
unidade de valor. Os atributos tangíveis incluem características físicas como 
embalagem e cor, e os intangíveis incluem benefícios emocionais e a satisfação 
abstrata, tais como: tornar-se mais saudável ou mais rico. Desse modo, um produto 
inclui o cereal que você come, o contador que preenche seu imposto de renda ou seu 
museu de arte local. 
Os produtos ou bens são classificados por tipos de usuários e por grau de 
tangibilidade do produto, como demonstrado a seguir: 
a) Os tipos de usuário envolvem: 
• Bens de consumo – produtos comprados pelo consumidor final. 
• Bens industriais – produtos que auxiliam direta ou indiretamente na oferta de 
produtos para revenda. 
b) O grau de tangibilidade envolve: 
• Bens não duráveis – alimentos e gasolina. 
• Bens duráveis – vestuário, automóvel e equipamento de som. 
Os serviços são definidos por atividades, satisfações ou benefícios oferecidos 
para venda, tais como: pesquisa de marketing, planos de saúde e educação. 
 
4 
 
 
1.1 Bens industriais 
A principal característica de um bem industrial é que sua venda, em geral, 
resulta da demanda derivada, isto é, venda dos bens de consumo. Por exemplo: se a 
demanda do consumidor por determinada marca de carro (um produto de consumo) 
aumenta, a empresa pode aumentar sua demanda por equipamentos para pintura (um 
produto industrial). 
Para operar um negócio, o empreendedor assumirá vários riscos, seja quanto 
ao capital empregado, seja quanto ao tempo e ao esforço investido, principalmente 
quando existe a possibilidade de sua aplicação resultar em perdas. 
 
5 
 
 
1.2 Ambiente de negócios 
Quando se fala em ambiente de negócios se fala em tudo que existe em torno 
de uma empresa. Isso porque elas não vivem isoladas e não são instituições 
absolutas; elas representam a sociedade, o país e o cenário mundial. Em linhas 
gerais, devido à sua complexidade, o ambiente é dividido em dois segmentos: o maior 
é o ambiente geral ou macroambiente e o outro, o mais imediato, é o ambiente de 
tarefa ou microambiente. 
 
6 
 
 
1.2.1 Macroambiente 
Todos os negócios operam em um ambiente geral formado por variáveis que 
interagem dinamicamente entre si e provocam impactos profundos em todas as 
empresas, tais como: variáveis econômicas, sociais, tecnológicas, culturais, legais, 
demográficas e ecológicas. 
 Variáveis econômicas 
 Estão relacionadas aos eventos econômicos, tais como: recessão ou 
desenvolvimento econômico, PIB (Produto Interno Bruto) e PIB per capita, câmbio, 
balança comercial, inflação, juros, preços, aluguéis, perfis de distribuição de riqueza, 
taxas inflacionárias, níveis de emprego, entre outros. É a variável que mais influencia 
o ambiente de negócio. 
 Variáveis sociais 
Estão relacionadas com os eventos sociais propriamente ditos, tais como: nível 
de emprego, melhoria da educação, saúde, previdência social, segurança e bem-
estar. Esta variável é importante porquedetermina os hábitos e as necessidades de 
compra, bem como as necessidades individuais a serem satisfeitas. 
 Variáveis tecnológicas 
Estão relacionadas ao desenvolvimento de tecnologias no qual as empresas 
trabalham em busca de novos métodos, processos, equipamentos e instalações. 
 Variáveis culturais 
Relacionam-se aos eventos culturais, tais como: artes, arquitetura, tipo de vida, 
etc. 
 Variáveis legais 
Estão relacionadas às leis e normas que regulam as atividades dos negócios, 
seja um comércio interno, seja um comércio externo. 
 Variáveis demográfica 
Relacionam-se ao crescimento demográfico, densidade demográfica, 
distribuição espacial, composição etária e étnica, entre outros. 
7 
 
 
 Variáveis ecológicas 
Estão relacionadas com os recursos naturais de uma determinada região, tais 
como: clima, água, terra, etc. 
 
8 
 
 
1.2.2 Microambiente 
O microambiente constitui uma parte específica do ambiente geral e é também 
chamado de “ambiente de tarefa” ou “ambiente de operações” da empresa. Isso 
porque cada empresa opera em um microambiente específico do qual retira seus 
recursos e coloca seus produtos/serviços. Abrange os fornecedores de insumos, os 
clientes e consumidores, os concorrentes e agências reguladoras. 
 Fornecedores 
São os fornecedores de recursos ou insumos para o negócio. Entre os 
principais fornecedores estão os de recursos financeiros (mercado de capitais, 
investimento, etc.), os fornecedores de recursos materiais (matérias-primas), 
fornecedores de recursos tecnológicos (máquinas, equipamentos, etc.), entre outros. 
 Clientes e consumidores 
Usuários dos produtos e serviços produzidos pela empresa. 
 Concorrentes 
Produzem bens ou serviços iguais ou semelhantes, visando os mesmos 
consumidores ou usuários; competem pelos mesmos recursos junto aos mesmos 
fornecedores. 
 Agências reguladoras 
São entidades externas que impõem controles, limites e restrições à ação da 
organização. Governo, meios de comunicação de massa, sindicatos, organizações 
não governamentais, associações empresariais e de classe são exemplos de 
agências reguladoras. 
 
9 
 
 
1.3 Empresa 
Uma empresa é uma pessoa jurídica ou sistema econômico que tem como 
objetivo exercer uma atividade particular, pública ou de economia mista, que produza 
e ofereça bens e/ou serviços, com o objetivo de atender à alguma necessidade 
humana. 
Os objetivos de uma empresa podem ser diretos e indiretos. Os objetivos 
diretos são, geralmente, a produção, a venda de mercadorias ou a prestação de 
serviços. Para o seu funcionamento, a empresa precisará de recursos humanos 
(pessoas), recursos materiais (máquinas, equipamentos, móveis e utensílios) e 
recursos financeiros (capital ou dinheiro). 
Já os objetivos indiretos se referem ao lucro, onde a empresa almeja ganhar 
mais do que gasta para produzir ou vender suas mercadorias ou prestar serviços. 
Ainda de forma indireta ela desempenha várias finalidades sociais, tais como: criação 
de oportunidades de emprego, disseminação da atividade econômica, distribuição dos 
ganhos, pagamentos a fornecedores, preservação do meio ambiente, etc. 
 
10 
 
 
1.3.1 Classificação das Empresas 
As empresas são organizações destinadas à produção de alguma coisa. Os 
vários tipos existentes de empresa são classificados de acordo com seu ramo de 
atividade, podendo ser produtoras de bens ou prestadoras de serviços. 
De acordo com o ramo de atividade, as empresas podem ser classificadas em: 
a) Empresas industriais – são as responsáveis pela transformação de 
matérias-primas em mercadorias ou produtos acabados, produzindo bens de 
consumo ou bens de produção. Podem abranger desde os pequenos artesanatos até 
as grandes fábricas. 
b) Empresas comerciais – são as que vendem mercadorias ou produtos 
acabados diretamente ao consumidor (comércio varejista) ou aquelas que compram 
diretamente do produtor para vender ao varejista (comércio atacadista). 
c) Empresas prestadoras de serviços – são as que oferecem serviço e mão 
de obra especializada como transporte, educação, saúde, comunicação, serviços de 
manutenção, etc. 
 
11 
 
 
2. PROCESSO EMPREENDEDOR 
O termo empreendedor (entrepeneur) é de origem francesa e significa “assumir 
riscos e começar algo novo”. Já o termo empreendedorismo tem sua criação atribuída 
ao escritor e economista Richard Cantillon (séc. XVII), pois foi um dos primeiros a 
distinguir o empreendedor (pessoa que assume riscos) do capitalista (fornecedor de 
capital). 
Em 1814, o economista francês Jean-Baptiste Say usou o termo 
“empreendedor” para identificar o indivíduo que transfere recursos econômicos de um 
setor de baixa produtividade para um setor de produtividade mais elevada. O autor 
enfatizou ainda a importância do empreendedor para o bom funcionamento do sistema 
econômico. 
Schumpeter (1984), economista austríaco, defendeu o papel do empreendedor 
e seu impacto sobre a economia. Ele definiu o termo como alguém com desejo e 
potencial de converter uma nova ideia ou invenção em uma inovação bem-sucedida, 
tendo como principal tarefa a “destruição criativa”. Para o autor, o empreendedor é 
capaz de modificar a economia introduzindo novos produtos ou serviços no mercado. 
Um empreendedor é capaz de conceder a algo já existente uma nova 
funcionalidade. Constantemente empenha-se em descobrir oportunidades para 
inovar, sem medo de assumir riscos. Aquele que empreende, além de ser capaz de 
detectar oportunidades rentáveis, também busca informações e conhecimentos, pois 
entende que esse é o caminho para o êxito do seu negócio. 
Para Chiavenato (2005), ser empreendedor é ser uma pessoa com 
sensibilidade e “tino” financeiro para os negócios; é ser dinâmico e realizador de 
propostas; é alguém que inicia e opera um negócio para realização de uma ideia ou 
um projeto pessoal, assumindo riscos, responsabilidades e, enfim, inovando em sua 
área de atuação. 
Segundo Carvalho (1996, p.79-82), 
[...] os empreendedores são indivíduos que têm a capacidade de criar algo 
novo, assumindo responsabilidades em função de um sonho, o de obter 
sucesso em seu negócio, estas pessoas são ousadas, aprendem com os 
erros e encaram seu negócio como um desafio a ser superado; têm facilidade 
para resolverem problemas que podem influenciar em seu empreendimento, 
e mais, identificam oportunidades que possibilitam melhores resultados; são 
12 
 
 
pessoas incansáveis na procura de informações interessadas em melhorias 
para o seu setor ou ramo de atividade, elevando ao máximo sua gestão. 
De acordo com Bernardi (2010), a ideia de um empreendimento surge da 
observação, da percepção e da análise de atividades, tendências e desenvolvimentos, 
na cultura, na sociedade, nos hábitos sociais e de consumo. Assim também as 
oportunidades detectadas, racional ou intuitivamente, nas necessidades e nas 
demandas prováveis (atuais e futuras), bem como nas necessidades não atendidas, 
para o autor, definem o conceito de empreendimento. 
Até o presente momento, não há uma definição única sobre 
“empreendedorismo”. Há, no entanto, um consenso nos diversos idiomas em que é 
empregado, onde o termo sugere inovação, risco, criatividade, organização e riqueza. 
É importante lembrar que o fato de conhecermos acerca do empreendedorismo 
não nos garante a posição de empresários geniais, como Steve Jobs ou Bill Gattes, 
porém nos possibilita a noção de como ter melhores empresas e sermos melhores 
empresários. 
 
13 
 
 
2.1 Origem e desenvolvimento do empreendedorismo 
A origem do termo empreendedorismo não é precisa, no entanto, constata-se 
que desde os primórdios da humanidade existem pessoas que se destacam, inovando 
suas atividades ou produtos. À essas práticas inovadoras dá-se o nome de 
empreendedorismo. 
Entre 1271 e 1295, um mercador chamado Marco Polo tentou desenvolver uma 
rota comercialpara o Oriente e, numa iniciativa empreendedora, firmou um contrato 
com um capitalista a fim de comercializar seus produtos. Suas viagens e ações 
caracterizaram a pessoa que pratica empreendedorismo, ou seja, uma pessoa 
empreendedora que assume riscos físicos e emocionais a fim de atingir seus 
objetivos. 
No período medieval, empreendedor era aquele que administrava grandes 
projetos sem que, para isso, assumisse sérios riscos. 
No século XVII, surgem as primeiras relações entre empreendedorismo e riscos 
assumidos. Foi nesse período que o empreendedor passou a estabelecer acordos 
contratuais com o governo a fim de realizar serviços ou fornecer produtos. 
Na década de 1990, o empreendedorismo passou a ser foco de políticas 
públicas e de estudos em instituições de ensino médio e superior. Isso ocorreu devido 
ao intenso avanço tecnológico, que forçou as pessoas da época a se prepararem para 
inovar, continuando ou tornando-se assim, competitivas no mercado. Tudo isso, ainda 
hoje, é observado através dos incentivos governamentais a novos investimentos, 
integração da disciplina aos currículos escolares e desburocratização de 
financiamentos para implantação de novos negócios. 
 Empreendedorismo no Brasil 
O empreendedorismo no Brasil teve início com a chegada dos portugueses, a 
partir do século XVII, época em que foram realizados os mais diversos 
empreendimentos, como os executados por Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de 
Mauá. Até hoje, ele ainda é reconhecido como uns dos primeiros grandes 
empreendedores do Brasil. A seguir, você poderá conferir algumas ações que 
elucidam a importância do Barão de Mauá neste contexto: 
14 
 
 
a) Organização de companhias de navegação a vapor no Rio Grande do Sul e 
no Amazonas. 
b) Implantação, em 1852, da primeira ferrovia brasileira entre Petrópolis e Rio 
de Janeiro. 
c) Implantação de uma companhia de gás para a iluminação pública do Rio de 
Janeiro, em 1854. 
d) Inauguração do trecho inicial da União e Indústria, primeira rodovia 
pavimentada do país, entre Petrópolis e Juiz de Fora, em 1856. 
O empreendedorismo no Brasil teve início na década de 1920, com o 
desenvolvimento de mais de 4.000 indústrias subsidiadas, protegidas e que possuíam 
autorização do governo contra a concorrência internacional. No ano de 1936, o então 
presidente Getúlio Vargas constituiu a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a 
primeira estatal no Brasil e, em 1960, no seu segundo mandato, criou o Banco 
Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) e a Petrobras, estabelecendo assim 
o incentivo à iniciativa privada. 
No governo de Juscelino Kubitschek (1956-1960), o Plano de Metas permitiu a 
abertura da economia brasileira ao capital estrangeiro (isentando o pagamento de 
tributos para a importação de máquinas e equipamentos), implantação da indústria 
automobilística no ABC paulista e o desenvolvimento da indústria naval. Foi um 
período bastante marcante para o empreendedorismo no Brasil. 
Em 1972 foi criado o CEBRAE que, em outubro de 1990, passou a ser chamado 
de Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). Na década 
de 80 surgiu a primeira iniciativa quanto ao ensino de empreendedorismo, através da 
Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, 
com a disciplina “Novos Negócios”. Outra grande contribuição foi dada pela 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a qual inseriu a disciplina “Criação de 
Novas Empresas” no curso de Ciência da Computação. 
A partir da década de 1990, o empreendedorismo no Brasil ganhou destaque 
com a abertura da economia. A partir da criação do SEBRAE (antes CEBRAE e agora 
melhor organizado) e do SOFTEX (Sociedade Brasileira de Apoio às Micro e 
Pequenas Empresas), o empreendedorismo foi alavancado. A crise econômica do 
15 
 
 
final do século passado, a desestabilização empregatícia e a abertura dos mercados 
iniciaram esse movimento revolucionário no nosso país. 
Ao longo do século XX outros empreendedores também deixaram sua marca 
na história do empreendedorismo brasileiro: 
 Attílio Francisco Xavier Fontana – criou o Grupo Sadia (atual Brasil Foods, 
resultado da fusão entre Sadia e Perdigão). 
 Valentim dos Santos Diniz – fundador da rede de supermercados Pão de 
Açúcar, revolucionou o varejo com novas formas de atendimento ao cliente, 
alterações nos sistemas de embalagem, refrigeração, técnicas de venda, 
publicidade e administração, influenciando padrões de consumo e 
comportamento. Ele transformou o que era apenas uma doceria no ano de 
1948, em um grande grupo. É dono das marcas Pão de Açúcar, Extra, Compre 
Bem, Sendas, Assai e Ponto Frio. 
 José Ermírio de Moraes – responsável pela transformação da Sociedade 
Anônima Votorantim em um grande conglomerado, que atua em diversos 
segmentos, tais como: têxtil, siderúrgico, metalúrgico, produtos químicos e 
cimento. 
De acordo com pesquisa realizada pelo Global Entrepreneurship Monitor 
(GEM) e divulgada pelo SEBRAE, em 2010, o Brasil apresentou a maior taxa de 
empreendedorismo dos países que compõem o G20, grupo das maiores economias 
do mundo e o BRIC (grupo que reúne os emergentes Brasil, Rússia, Índia e China). 
Em 2010, o Brasil atingiu a taxa de empreendedorismo de 17,5% para 
empreendimentos de até 3,5 anos, contra 15,3% verificados em 2009. Constata-se, 
então, que a cada 100 brasileiros, aproximadamente 17 empreenderam no ano 
passado. 
É importante ressaltar que a TEA (Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial) 
brasileira também foi maior do que a de países como Austrália (7,8%) e Estados 
Unidos (7,6%). 
 
16 
 
 
2.2 Vantagens e desvantagens do empreendedorismo 
O empreendedorismo pode apresentar vantagens e desvantagens para aquele 
que for empreender. Entre as principais vantagens temos: 
a) Geração de enorme ganho financeiro pessoal, o que pode ser verdade se o 
empreendedor for, de fato, uma pessoa preparada e ciente de suas reais capacidades 
e limitações. 
b) Capacidade de geração de emprego e aumento do crescimento econômico. 
c) Encorajamento do processamento de materiais locais em bens acabados 
para consumo doméstico, bem como para exportação. 
d) Capacidade de estimular uma competição saudável, que gera a criação de 
produtos de maior qualidade. 
e) Estímulo ao desenvolvimento de novos mercados. 
f) Promoção do uso de tecnologia moderna em pequena escala. 
g) Fabricação para estimular o aumento de produtividade. 
h) Encorajamento de pesquisas e estudos, bem como o desenvolvimento de 
máquinas e equipamentos modernos para consumo doméstico. 
i) Desenvolvimento de qualidades e atitudes empreendedoras entre potenciais 
empreendedores, os quais podem contribuir para mudanças significativas em áreas 
distantes. 
j) Liberdade em relação à dependência do emprego oferecido por outros. 
k) Redução da economia informal. 
Entre as principais desvantagens temos: 
a) Requer muito trabalho, horas de dedicação e energia emocional. 
b) Tensão inerente ao se dirigir um negócio próprio. 
c) Ameaça constante de possibilidade de fracasso. 
d) Os empreendedores precisam assumir os riscos relacionados ao fracasso. 
17 
 
 
2.3 Características e habilidades do empreendedor 
 Um indivíduo poderá ser considerado um empreendedor quando vender um 
produto ou serviço utilizando novos sistemas e/ou meios de comercialização, 
distribuição ou de produção como base para uma empresa, ou para um novo negócio. 
Segundo Chiavenato (2005) e Lyrio (2008), o empreendedor é também um 
agente transformador do meio através do uso das suas ideias. Ele geralmente 
consegue identificar oportunidade para os negócios, tem habilidade financeira, além 
de ser criativo e perseverante. Aspectos que, combinados adequadamente, o 
habilitam a transformar uma ideia simples e mal-estruturada em algo concreto e bem-
sucedido. 
E como saber se a pessoa tem um espírito empreendedor?Através de três 
características básicas: necessidade de realização, disposição para assumir riscos e 
autoconfiança. 
 Necessidade de realização 
As pessoas apresentam diferenças individuais quanto à necessidade de 
realização. Algumas têm grande necessidade, outras têm pouca, e ainda existem 
aquelas que se satisfazem com o status que adquirem. As pessoas com maiores 
necessidades de realização, geralmente, gostam de competir com certo padrão de 
excelência e preferem ser pessoalmente responsáveis por tarefas e objetivos que 
atribuíram a si próprias. É possível observar essa característica em pessoas que 
iniciam novas empresas; elas são ambiciosas e esses traços as acompanham desde 
a infância. 
 Disposição para assumir riscos 
De acordo com McClelland (1987), as pessoas com alta necessidade de 
realização também têm moderadas propensões para assumir riscos, isto é, elas 
preferem situações arriscadas até o ponto em que podem exercer determinado 
controle pessoal sobre o resultado; em contraste com situações de jogo em que o 
resultado depende apenas de sorte. A preferência pelo risco moderado reflete a 
autoconfiança do empreendedor. 
 
18 
 
 
 Autoconfiança 
Autoconfiança é um termo usado para descrever como uma pessoa está segura 
em suas próprias decisões e ações, o que geralmente pode ser aplicado em situações 
ou atividades específicas. Os empreendedores com autoconfiança enfrentam os 
desafios que os rodeiam com total domínio sobre as situações que enfrentam. Os 
empreendedores de sucesso enxergam os problemas relacionados a um novo 
negócio, mas acreditam em suas habilidades pessoais para superá-los. 
 
 
19 
 
 
2.3.1 Características do empreendedor 
Há quem confunda um bom administrador com um empreendedor, pois ambos 
possuem similaridades e diferenças. Segundo Dornelas (2011), para ser 
empreendedor é necessário ser um bom administrador. No entanto, ser um bom 
administrador não é garantia de ser empreendedor, pois para isso é necessário, além 
de possuir habilidades gerenciais, ousar, criar, ter paixão pelo que faz, assumir riscos 
e transformar seu ambiente social e econômico. 
A cada dia é crescente o número de pessoas que se arriscam em empreender 
novos negócios e os motivos são variados: o fato de estar desempregado, ter 
flexibilidade no horário de trabalho, ficar rico ou mesmo o fato de ter uma ideia. Porém 
ter uma ideia e desenvolver um negócio não garante o sucesso do mesmo. É 
necessário mais do que isso. É imprescindível conhecer bem o que se vai fazer e estar 
disposto a correr riscos, a inovar, pesquisar e adquirir conhecimentos constantemente. 
Um empreendedor apresenta um conjunto de características próprias de uma pessoa 
diferenciada; a partir da identificação de uma oportunidade para empreender, ou seja, 
para alterar, inovar ou criar algo, esta pessoa dá início a um processo de tomada de 
decisão a fim de tornar algo já existente em algo não comum. 
Para ser um empreendedor de sucesso, além de apresentar características 
importantes, algumas habilidades são também essenciais para aquele que 
empreende. São elas: habilidades técnicas, habilidades administrativas e habilidades 
empreendedoras, sobre as quais trataremos no próximo tópico. 
 
20 
 
 
2.3.2 Habilidades empreendedoras 
Assim como foram abordadas características de empreendedores de sucesso, 
há habilidades que são desenvolvidas de acordo com o passar do tempo. Essas são 
as chamadas habilidades empreendedoras. De acordo com Hisrich e Peters (2009), 
podemos classificar as habilidades empreendedoras em três tipos: 
a) Técnicas – relacionadas à redação, atenção, oralidade, organização, 
treinamento, trabalho em equipe e know-how técnico. 
b) Administrativas – referem-se à criação, ao desenvolvimento e à 
administração de empresas. 
c) Pessoais – diz respeito ao controle interno (disciplina), risco, capacidade de 
inovar, persistência, liderança visionária e orientação para mudanças. 
Já a Escola de Empreendedorismo Zeltzer classifica as habilidades 
empreendedoras de acordo com o que segue: 
a) Pessoais – habilidades muito particulares. 
b) Interpessoais – são oriundas da interação. 
c) Sistematizadas – podem ser adquiridas através de treinamento. 
d) Profundas – desenvolvidas apenas quando são vivenciadas. 
 
21 
 
 
3. EMPREENDENDO NOVOS NEGÓCIOS 
3.1 O que é novo negócio? 
Cabe aqui definir os conceitos básicos sobre um novo negócio, facilitando assim a 
compreensão do leitor. Os primeiros conceitos que devem ser destacados e 
diferenciados são os de corporate venturing e corporate venture capital: 
 
Outro conceito é o de negócio, utilizado coloquial e empresarialmente com 
diversos significados, desde o fechamento de novos contratos de venda até o 
sinônimo de empresa. Define-se, aqui, negócio como: 
 
Um negócio pode ser caracterizado com base nos pressupostos de abran- 
gência e diferenciação, considerando as seguintes dimensões: 
 grupo de clientes atendidos; 
 funções executadas para os clientes; 
 tecnologias utilizadas. 
 
corporate venturing: toda a atividade de desenvolvimento de novos negócios realizada por uma 
organização estabelecida. Possui duas abordagens: o desenvolvimento de novos negócios 
corporativo e o corporate venture capital; 
corporate venture capital: refere-se à participação da corporação no mercado de private equity, 
adotando práticas similares a fundos de capital de risco. Tipicamente caracteriza-se pela compra 
e venda de parte do capital de empresas emergentes. 
Entidade empresarial com produtos e mercado específicos atendidos através da disposição de 
recursos. Pode adquirir diversas formas, desde uma empresa até uma divisão ou subsidiária, 
ligada a uma empresa maior. 
22 
 
 
 Figura 1 - Ferramenta para definição de negócio. 
 
Fonte: Abell, 1991. 
23 
 
 
Para facilitar a caracterização de um negócio pode ser utilizada a ferramenta 
gráfica apresentada na Figura 2. Essa figura complementa as idéias, esclarecendo 
que “funções executadas para os clientes” podem ser entendidas como necessidades 
do cliente e “tecnologias utilizadas” podem ser entendidas como formas de 
atendimento. 
Figura 2 - Exemplo de definição de negócio 
 
Fonte: Passarela apud Degen, 1994. 
O conceito de negócio utilizado nesta apostila não deve ser confundido com a 
caracterização ou conceituação de negócio.Essa caracterização é amplamente 
utilizada nos processos de planejamento estratégico e elaboração de planos de 
negócio onde a conceituação de “qual é o negócio” é utilizada no sentido de missão 
de uma organização. 
Oportunidade de novo negócio: é a possibilidade de desenvolvimento e 
investimento em uma nova entidade organizacional, produto e mercado cuja 
viabilidade percebida vale a pena ser avaliada. A oportunidade de novo negócio tem 
um caráter temporal, ou seja, vale a pena durante determinado período. 
Novo negócio: uma conceituação amplamente referenciada na literatura 
remete à classificação apresentada na Figura 3. 
24 
 
 
Figura 3 - Definição de segmentos de produto e mercado e estratégias de crescimento 
 
Fonte: Ansoff apud Aacker, 1984. 
 
Apenas a entrada em novos mercados com novos produtos configuraria uma 
modificação significativa a ponto de ser considerada novo negócio. 
Nesse sentido, será considerado novo negócio quando, para uma entidade 
empresarial atual, ocorre a: 
 
A importância de incluir a expressão nova entidade é que ligada à atividade de 
empreendedorismo está a alavancagem empresarial, possibilitada principalmente 
pelo perfil do empreendedor. Esse perfil significa essencialmente: fazer as coisas 
acontecer, nesse caso, a nova entidade empresarial. 
 
Entrada em um novo mercado por meio de um novo produto e através de uma nova entidade 
empresarial. A nova entidade empresarial pode ser uma divisãoou uma nova empresa. 
25 
 
 
3.2 O plano de negócio 
Para ser bem-sucedido, o empreendedor precisa planejar o seu negócio. 
Improvisar jamais. Saltar no escuro não é exatamente uma boa pedida. 
Empreendedores tendem a negligenciar o estágio de planejamento seja pela 
ansiedade em iniciar o novo negócio, seja pela descrença no instrumento ou mesmo 
pela desinformação sobre como elaborar um planejamento. 
Planejar significa estudar antecipadamente a ação que será realizada ou 
colocada em prática e quais os objetivos que se pretende alcançar. Visa proporcionar 
condições racionais para que a empresa seja organizada e dirigida com base em 
certas hipóteses a respeito da realidade atual e futura. Se o futuro vai chegar — e ele 
chega de qualquer maneira —, por que deixar que ele surja sem que se esteja 
devidamente preparado para enfrentá-lo, a ponto de se improvisar soluções 
repentinas e apressadas, que nem sempre são as melhores ou mais adequadas à 
nova situação? 
O planejamento produz um resultado imediato: o plano. Todos os planos têm 
um propósito comum: a previsão, a programação e a coordenação de uma sequência 
lógica de eventos, os quais, se bem-sucedidos, deverão conduzir ao alcance do 
objetivo que se pretende. Geralmente, um plano é um curso predeterminado de ação 
sobre um período especificado de tempo e proporciona respostas às seguintes 
questões: o que, quando, como, onde e por quem. Na verdade, é uma tomada 
antecipada de decisões sobre o que fazer, antes de a ação ser necessária. Planejar 
consiste em simular o futuro desejado e estabelecer previamente os cursos de ação 
exigidos e os meios adequados para atingi-los. 
O planejamento é uma relação entre coisas a fazer e o tempo disponível para 
realizá-las. Como o passado já se foi e o presente vai andando, é com o futuro que o 
planejamento se preocupa. O planejamento pode ser aplicado a qualquer atividade. 
Existe o planejamento físico (para lidar com arranjos espaciais ou físicos, como 
localização de fábricas ou de equipamentos, arranjo de lojas, escritórios ou agências 
bancárias), o planejamento financeiro, o planejamento orçamentário etc. O 
planejamento global é uma combinação de todos os planos existentes na empresa e 
é o processo que amarra todos os seus planos internos ao esquema maior. 
26 
 
 
3.2.1 A Necessidade de um Plano de Negócio 
O plano de negócio — business plan — descreve a ideia de um novo 
empreendimento e projeta os aspectos mercadológicos, operacionais e financeiros 
dos negócios propostos, geralmente, para os próximos três ou cinco anos. Seu 
preparo permite a análise da proposta e ajuda o futuro empreendedor a evitar uma 
trajetória decadente que o levará do entusiasmo à desilusão e ao fracasso. 
O plano de negócio movimenta todos os aspectos do novo empreendimento. 
Ele representa um levantamento exaustivo de todos os elementos que compõem o 
negócio, sejam internos — o que deverá ser produzido, como, onde, quanto — sejam 
externos — para quem produzir, qual é o mercado, quais são os concorrentes etc. 
Em princípio, o plano de negócio procura responder a algumas perguntas 
fundamentais, que estão listadas no item “A viabilidade financeira do negócio”. 
 
27 
 
 
3.2.2 Como elaborar o Plano de Negócio 
Todo novo empreendimento deve ser visualizado do ponto de vista de um plano 
de negócio completo e que contenha todos os elementos importantes para 
caracterizá-lo adequadamente. O plano deve trazer a descrição do setor, a natureza 
jurídica do negócio, a estrutura organizacional da empresa, os relatórios financeiros 
simulados, um plano estratégico e um plano operacional. 
Na verdade, a elaboração completa de um plano de negócio para uma empresa 
de grande porte está acima dos objetivos deste livro introdutório, mas o empreendedor 
deve ter plena consciência da importância do processo de planejamento. 
A seguir, apresentamos o modelo de um plano de negócio composto de sete 
partes básicas envolvendo um sumário executivo, uma análise completa e detalhada 
do setor em que a microempresa vai operar e um resumo sobre as características do 
negócio com simulações financeiras e planos estratégico e operacional do negócio. 
1. Sumário executivo: 
 texto de um parágrafo sobre a natureza do negócio e os aspectos mais importantes 
do empreendimento; inclui missão e visão do negócio; 
 texto de um parágrafo sobre as necessidades que a empresa vai atender no 
mercado; inclui o papel do empreendimento em relação à responsabilidade social; 
 resumo das características do mercado em que a empresa vai operar; mostra 
como o mercado está se comportando em relação ao produto/serviço a ser 
oferecido; 
 breve relatório sobre os sócios do empreendimento; 
 breve relatório sobre os recursos financeiros necessários. 
 
2. Análise completa e detalhada do setor: 
 principais características do setor; inclui as variáveis econômicas, sociais, 
demográficas e políticas que influenciam o mercado; 
 oportunidades encontradas no mercado; 
 identificação dos fornecedores de entradas (matérias-primas, dinheiro e crédito, 
tecnologia, mão-de-obra etc.). 
28 
 
 
3. Natureza jurídica e estrutura organizacional da empresa: 
 currículo dos sócios do empreendimento que contenha a formação e as 
competências pessoais de cada um; 
 funcionários necessários para o empreendimento estabelecendo o perfil 
profissional e técnico de cada um. 
4. Simulação de relatórios financeiros: 
 balanço de abertura da empresa; 
 previsão de receitas, fluxo de caixa e balanço para o período coberto pelo 
planejamento. 
5. Plano estratégico: 
 definição da missão e da visão da empresa; 
 definição do negócio; estabelecimento dos objetivos específicos da empresa; 
 definição da estratégia da empresa; 
 declaração de premissas do planejamento; 
 estabelecimento dos objetivos estratégicos de longo prazo. 
6. Plano operacional: 
 previsão de vendas; 
 planejamento da produção; 
 orçamento de despesas gerais; 
 previsão do lucro operacional; 
 previsão do fluxo de caixa e balancete; 
 balanço patrimonial simulado; 
 previsão de índices operacionais e financeiros. 
 
29 
 
 
7. Apêndices: 
 contatos pertinentes; 
 informações técnicas. 
A terceira parte do plano deve conter os relatórios financeiros simulados. O 
balanço de abertura simulado deve relacionar os bens patrimoniais e os 
compromissos financeiros da empresa no início de suas operações, bem como o ativo 
e passivo, os bens nos quais os recursos foram alocados. Se a empresa já estiver em 
atividade, o balanço deve refletir a situação do empreendimento no início do período 
abrangido pelo plano. A previsão de receita e o fluxo de caixa podem ser alterados 
com base nos objetivos da empresa. 
Os banqueiros e capitalistas de risco exigem um plano de negócio para aprovar 
empréstimos ou financiamentos para todo e qualquer novo empreendimento. Muitos 
candidatos a sócios querem analisar o plano de negócio para avaliá-lo e decidir sobre 
sua participação. Relatórios financeiros simulados são importantes para que tanto 
investidores como sócios saibam antecipadamente quais serão os futuros 
desdobramentos do empreendimento. De qualquer maneira, o novo negócio precisa 
ter uma forma específica e ser bem administrado para alcançar o sucesso. O plano 
de negócio deve ser simultaneamente conciso e abrangente de tal maneira que quem 
o leia e o analise tenha uma ideia completa do empreendimento. 
Contudo, o plano de negócio é um projeto a ser implementado e desenvolvido. 
Não se deve esquecer que as pessoas ocupam um papel determinante na realização 
do plano e no sucesso de um empreendimento. Daí a vantagem de incluir os currículos 
profissionais dos sócios empreendedores. 
 
30 
 
 
3.2.3 Utilidades do Plano de Negócio 
O plano de negócio é um projeto indispensável para definir os rumos atuais efuturos do novo empreendimento. As utilidades do plano de negócio são muitas, estas 
são algumas: 
 cobre todos os aspectos internos e externos do negócio; 
 abrange todos os aspectos atuais e futuros do negócio; funciona como uma visão 
integrada e sistematizada do negócio; 
 serve como um guia abrangente para a condução do negócio; 
 informa o mercado — principalmente investidores, bancos e financeiras — a 
respeito do negócio; 
 divulga aos parceiros internos e externos as características do negócio; 
 funciona como um meio de avaliação dos desdobramentos do negócio. 
Na verdade, o plano de negócio permite melhores condições para planejar, 
organizar, dirigir, avaliar e controlar o negócio. Em outras palavras, ele serve para 
retratar o início, o meio e o fim de um empreendimento. É imprescindível fazer revisões 
contínuas no plano de negócio para mantê-lo atualizado e dinâmico. Lembre-se de 
que ele se assemelha a um plano de voo: indica o início, o meio e o fim de uma viagem 
e deve levar em conta todos os acidentes de percurso, a influência do clima externo e 
as possíveis turbulências do caminho. 
 
 
 
Dica do Prof! 
Veja alguns exemplos de planos de negócios em: https://smartbusinessplan.com.br/exemplos-
de-plano-de-negocios/ 
 
 
31 
 
 
4. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E EMPREENDEDORISMO 
A atividade do empreendedor está constantemente vinculada ao futuro. O 
empreendedor, mesmo quando já tem um negócio estabelecido, está rotineiramente 
em busca de novas formas de explorar as potencialidades do negócio, resolver 
problemas dos consumidores e promover ajustes na sua operação atual que a tornem 
mais eficiente e aderente às necessidades dos clientes, trazendo, assim, melhores 
resultados. 
Esse foco no futuro e na execução é a grande ligação do empreendedorismo 
com o planejamento estratégico. O planejamento estratégico é a ferramenta que 
permite que as aspirações de longo prazo da organização sejam expressas e 
sistematizadas. Em geral, diz-se que o planejamento estratégico parte da definição da 
missão, da visão e dos valores organizacionais para, então, ser desdobrado em 
objetivos táticos e operacionais que tornarão essa visão de futuro real. 
Essa definição é totalmente alinhada com o empreendedorismo. Todo novo 
negócio tem uma missão, que é a sua razão de existir (o porquê de aquela empresa 
ter sido criada) e que delimita o mercado e os segmentos nos quais a empresa irá 
atuar. 
A visão pode ser entendida como o sonho do empreendedor, como ele 
imagina o seu negócio no futuro, as suas principais ambições e como ele se enxerga 
no mercado. Está extremamente de acordo com o que ocorre com empresas já 
consolidadas quando definem a sua visão para os próximos 3, 5 ou 10 anos. 
Já os valores organizacionais formalizam “as regras do jogo” na organização. 
Nas empresas estabelecidas, os valores ajudam a consolidar comportamentos da 
força de trabalho que estejam de acordo com o que a empresa entende como correto, 
alinhados com a cultura organizacional e que reforcem a forma como a organização é 
vista pelos seus consumidores e pela sociedade. 
Um novo negócio normalmente começa pequeno, com os sócios e alguns 
parceiros que costumam ser amigos ou conhecidos que compartilham os mesmos 
valores. Conforme o negócio cresce, surge a necessidade de contratar novas 
pessoas, que não fizeram parte da origem do negócio e, portanto, podem ter valores 
divergentes daqueles que constituíram a empresa. 
32 
 
 
Por isso, a definição clara dos valores serve tanto para garantir que a 
“identidade” da empresa não se perca com o tempo e com o crescimento do negócio 
quanto para permitir que futuros colaboradores possam avaliar se ficarão à vontade 
em uma organização que tem determinados valores, bem como se esses valores 
fazem sentido para eles. 
Por fim, o planejamento estratégico desdobra a visão da empresa em 
objetivos factíveis e metas de curto prazo (mensais e trimestrais, por exemplo), que 
impõem a disciplina necessária para que as aspirações dos fundadores, diretores e 
gerentes se concretizem. 
 O uso do planejamento estratégico em um novo negócio não é garantia de 
sucesso, dado que o risco de fracasso é inerente a todo novo empreendimento. No 
entanto, o empreendedor que faz uso do planejamento estratégico como ferramenta 
de gestão terá muito mais chances de identificar fatores críticos para o seu sucesso 
que não estão sendo atingidos e, com isso, a oportunidade de corrigir a trajetória do 
novo negócio antes de um eventual fracasso e de reposicioná-lo na rota da visão 
estabelecida. 
 
33 
 
 
4.1 A pirâmide estratégica: como envolver toda a empresa na busca da visão 
do negócio 
As definições iniciais do planejamento estratégico ocorrem no nível diretivo. 
São os diretores, conselheiros ou sócios que definem os rumos do negócio. No 
entanto, frequentemente, os responsáveis por objetivos do negócio não estão na 
execução, o que exige a criação de estratégias para mobilizar os esforços dos 
colaboradores para os fins esperados. A visualização do planejamento como uma 
pirâmide reflete a metodologia de implantação do planejamento. 
 
A implantação do planejamento começa com a formalização clara da missão, 
da visão e dos valores do negócio. Essa formalização ajudará a delimitar uma série 
de aspectos, como o core business (atividades que caracterizam o negócio) e o 
mercado em que a empresa atuará. 
 
34 
 
 
4.2 Tirando do papel: como traduzir os objetivos estratégicos em ações e 
tarefas concretas 
Com a popularização das ferramentas de gestão pela qualidade e a 
disseminação das certificações ISO no final dos anos 1990, inúmeras empresas 
passaram a adotar alguma iniciativa relacionada ao planejamento estratégico. Mesmo 
em pequenos negócios, tornou-se corriqueiro encontrar na sala do “chefe” um quadro 
com a missão e a visão da empresa, e isso era tido como “aqui nós temos 
planejamento”. 
Ainda que louvável, a definição da missão, da visão e dos valores é só o 
primeiro passo para a realização de um planejamento estratégico organizacional. É 
evidente que esse ponto de partida é extremamente importante; sem ele, todo o 
desdobramento fica sem sentido. No entanto, se as ações que permitirão tirar os 
planos do papel não forem claramente definidas, não haverá resultados. O passo após 
essas definições iniciais é a análise de mercado, que permitirá traçar os planos de 
médio prazo. Para isso, existem diversas ferramentas. As mais utilizadas atualmente 
ainda são: 
 a análise de Porter, bastante focada no mapeamento da concorrência atual e de 
possíveis novos entrantes; 
 a matriz BCG (Boston Consulting Group), com foco na análise de portfólio, 
permitindo que a empresa avalie os seus produtos e como eles estão posicionados 
no mercado; 
 a matriz SWOT, que combina uma análise de fatores internos com a percepção do 
ambiente de mercado da empresa. 
 U ma consultoria externa para tal, mas o foco é a realização de uma análise de 
cenário que permita identificar oportunidades para a empresa avançar rumo à sua 
visão e riscos que podem comprometer o planejamento. 
Após a realização dessa análise, a empresa passa a traçar os planos para 
aproveitar as oportunidades que foram mapeadas e minimizar os riscos identificados. 
Suponha que uma rede de lojas, que tem como visão ser reconhecida nacionalmente, 
tenha identificado, nas suas análises, que a renda média em determinada região do 
país cresceu 30% e que os seus principais concorrentes não possuem lojas nessa 
região. Isso se traduz em uma importante oportunidade para que essa empresa amplie 
e consolide a sua participação nessa região. 
35 
 
 
Para transformar concretizar essa oportunidade, no seu plano tático, a 
empresa vai definir as metas para marcar presença na região. Algumas ações 
poderiam ser: inaugurar 2 novas lojas em cada uma das capitais da região nos 
próximos3 anos; 
 além das capitais, marcar presença inaugurando 10 novas lojas nas principais 
cidades da região, nos próximos 3 anos; 
 conquistar a liderança de mercado na região nos próximos 5 anos. 
Cada um dos exemplos anteriores é um objetivo tático que está alinhado com 
as pretensões da empresa expressas na sua visão. No planejamento, essas metas 
deverão ser atribuídas a um responsável, normalmente um diretor, ou a uma área. 
Depois que objetivos táticos são definidos, a empresa passa à etapa final do 
planejamento: a descrição dos objetivos operacionais. Cada objetivo tático terá uma 
série de objetivos operacionais com as suas respectivas metas e os seus projetos. 
Nesse desdobramento, você pode perceber que o planejamento operacional traduz 
as ambições de longo prazo em ações factíveis e de curto prazo. Assim, conforme os 
objetivos de curto prazo forem atingidos, a visão global da empresa começa a se 
concretizar. A realização de um planejamento estratégico costuma envolver todos os 
principais tomadores de decisão do negócio e é um processo que pode levar uma 
semana ou, até mesmo, alguns meses. No entanto, um planejamento coerente e uma 
boa execução costumam gerar bons frutos. 
 
36 
 
 
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