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Educacao Fisica Inclusiva e Esportes Adaptados 7

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EDUCAÇÃO FÍSICA 
INCLUSIVA E 
ESPORTES 
ADAPTADOS
Salime Donida Chedid Lisboa
Atividades motoras e 
esportivas para pessoas 
com deficiências 
físicas e/ou motoras
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer os elementos fundamentais da prática e do desenvol-
vimento das modalidades esportivas voltadas para pessoas com 
deficiências físicas e/ou motoras.
 � Identificar as diferentes modalidades esportivas adaptadas para pes-
soas com deficiências físicas e/ou motoras.
 � Analisar a influência das atividades motoras e esportivas para pessoas 
com deficiências físicas e/ou motoras. 
Introdução
A prática de atividades físicas para indivíduos com deficiência física e/ou 
motora aumenta a cada dia em nossa sociedade. Essa mudança social 
acontece devido à conscientização e à busca de uma vida mais saudável, 
com bem-estar físico e psicológico para os mais diversos públicos, com 
as mais diversas particularidades.
O esporte adaptado é um meio de reabilitação para pessoas com 
deficiências físicas e/ou motoras. Além disso, fornece aumento de par-
ticipação social e autoconhecimento, o que possibilita ganhos na au-
toconfiança, na independência diária, na prevenção de doenças, entre 
outros benefícios.
Neste capítulo, você aprenderá sobre os elementos fundamentais 
para a prática e o desenvolvimento das modalidades esportivas para 
pessoas com deficiência física e/ou motora, e também identificará as 
diferentes modalidades esportivas adaptadas para essas pessoas. Dessa 
forma, poderá observar as influências e os benefícios que o exercício 
físico pode promover a esse público.
1 Elementos fundamentais de modalidades 
esportivas adaptadas
A sociedade tem vários “pré-conceitos” em relação às pessoas com deficiências. 
Porém, cada vez mais se observam avanços no que diz respeito à independência 
desse público, que mostra, todos os dias, exemplos de superação e aumento 
das potencialidades.
A deficiência de que vamos tratar neste capítulo é a deficiência física e/ou 
motora, a qual é uma limitação (desvantagem) no desempenho motor. Em geral, 
os problemas são de ordem cerebral ou no sistema locomotor, o que ocasiona 
paralisia ou mau funcionamento de membros inferiores e/ou superiores. Essas 
deficiências são classificadas como: devidas a distúrbios ortopédicos ou a 
distúrbios neurológicos; deficiências congênitas ou adquiridas; deficiências 
agudas ou crônicas; deficiências permanentes ou temporárias; e deficiências 
progressivas ou não progressivas.
As causas podem ser pré-natais, perinatais ou pós-natais, e podem estar 
interligadas a problemas genéticos. As deficiências causadas por amputações 
são classificadas de acordo com sistema orgânico de origem (de ordem ence-
fálica, origem espinal, ou origem muscular). As deficiências mais conhecidas 
são: paraplegia, paraparesia, monoplegia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, 
triparesia, hemiplegia, hemiparesia, paralisia cerebral, amputações e ostomia. 
Cada tipo de deficiência possui diferentes níveis, de acordo com o grau da 
lesão (o que foi afetado), bem como com o tipo de lesão que ocasionou a 
deficiência (COSTA E SILVA et al., 2013). A Organização Mundial da Saúde 
(OMS) estima que 10% da população de países desenvolvidos e 12 a 15% 
da população de países em desenvolvimento possuem alguma deficiência. 
No Brasil, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 
2010) afirmam que 14,5% da população brasileira possuem alguma deficiência.
Em busca de uma melhor qualidade de vida e de inserção social (longe 
de pré-julgamentos), cada vez mais pessoas com deficiências físicas e/ou 
motoras têm adentrado na prática de atividades esportivas adaptadas. Estas 
Atividades motoras e esportivas para pessoas com deficiências físicas e/ou motoras2
são quaisquer atividades ou esportes que levem em consideração todos os 
potenciais que o indivíduo possui, incluindo suas limitações físico-motoras 
e sensoriais. Assim, promove-se participação por meio de lazer, diversão e 
adesão à prática, utilizando o meio esportivo para alcançar avanços pessoais 
(aumento de potencialidades e habilidades) (AZEVEDO; BARROS, 2004).
O esporte é um fenômeno mundial e sociocultural que se manifesta de 
diversas maneiras. O esporte adaptado mostra-se como uma possibilidade 
de obter sucesso em diversos objetivos (Figura 1). Ele desempenha papel 
fundamental na estimulação de questões físicas, psicológicas e sociais, que 
promovem a independência, a competição, a motivação e a relação social com 
outras pessoas (MELO; ALONSO LÓPEZ, 2002).
O esporte adaptado teve início na necessidade de reabilitação física e mental 
para amenizar o tédio e o ócio hospitalar e fornecer novas possibilidades, 
habilidades e eficiência diária (ARAÚJO, 1997). Hoje, a prática de atividades e 
esportes adaptados para pessoas com deficiência física e/ou motora tornou-se 
uma oportunidade de ascensão social. A prática dessas atividades testa novos 
potenciais e limites. Ao desenvolver novas propostas, o educador deve entender 
as características individuais de cada praticante, além de seus aspectos físicos e 
psicológicos. Além disso, é de extrema importância conhecer as possibilidades 
esportivas, as regras e as adaptações (AZEVEDO; BARROS, 2004). 
Figura 1. O nadador Daniel Dias, um dos maiores atletas paralímpicos do Brasil e dono de 
14 títulos e recordes mundiais.
Fonte: Chuteiras Fora de Foco (2015, documento on-line).
3Atividades motoras e esportivas para pessoas com deficiências físicas e/ou motoras
Mais do que diversão, o esporte adaptado pode ser uma ferramenta para ascensão 
social, devido à possibilidade de carreira esportiva para pessoas com deficiência física 
e/ou motora. O esporte paralímpico encontra-se em constante crescimento e está em 
contínua atualização, a fim de possibilitar melhorias ao público praticante.
Pessoas com deficiência física possuem particularidades, às quais o esporte 
adaptado deve adaptar-se. A partir disso, sugere-se uma teoria geral na prática 
de esportes adaptados, tecendo considerações sobre inter-relações entre secções 
que convergem no esporte e possibilitando compreender os fundamentos do 
esporte adaptado (Figura 2).
Figura 2. Fatores determinantes e influenciadores no esporte adaptado.
Fonte: Adaptada de Costa e Silva et al. (2013).
Atleta com
de�ciência
Aspectos
psicológicos
Aspectos
sociais
Aspectos
da
modalidade
Aspectos
biológicos
Representatividade
social do esporte
para a pessoa
com de�ciência
Qual o per�l
requerido para
a prática?
Como a de�ciência
in�uencia?
Esporte adaptado
Treinamento e avaliação
Aspectos �siológicos,
biomecânicos,
perceptomotores
Atividades motoras e esportivas para pessoas com deficiências físicas e/ou motoras4
Aspectos determinantes e influenciadores 
no esporte adaptado
Os aspectos biológicos abordados na Figura 2 buscam entender as compli-
cações relativas à deficiência (fisiológicas, metabólicas e neuromusculares). 
Esses aspectos influenciam o comportamento do praticante de maneira direta, 
principalmente de ordem motora. Assim, tem-se o conhecimento geral do real 
impacto que a prática esportiva escolhida terá na aptidão física em questão 
(COSTA E SILVA et al., 2013).
Estudos sobre a influência do esporte adaptado no âmbito psicológico 
apontam grandes melhorias, principalmente em relação à autoestima e ao 
autoconceito, além da promoção de valorização pessoal. É consenso que a 
deficiência interfere não apenas na pessoa com deficiência (relações, perso-
nalidade, funcionalidade, etc.), mas também no profissional que conduzirá 
a tarefa esportiva, o qual deve estar capacitado para isso (DIEHL, 2008; 
FIGUEIRA, 2012).
Antes de realizar a prática esportiva, é importante que tanto a pessoa 
com deficiência quanto o profissional tenham conhecimento acerca das mo-
dalidades adaptadas (características excludentes, classificação funcional, 
regras, potencialidades, etc.) e das implicações da deficiênciados praticantes. 
A escolha da modalidade sempre deve ter como objetivos o autoconhecimento, 
a superação e a diversão. Cada modalidade possui diversas particularidades, 
as quais direcionarão o planejamento e a vida diária do indivíduo. Assim, 
cabe ao profissional ter noção da funcionalidade esportiva do indivíduo com 
deficiência para que este esteja apto a praticar a modalidade (COSTA E SILVA 
et al., 2013).
O esporte, por si só, é um fenômeno que insere valores e simbolismos 
influenciadores da sociedade. O esporte adaptado é configurado da mesma 
maneira, mas, além disso, é um forte meio de inclusão social e empoderamento 
de pessoas com deficiência. Para essas pessoas, a prática esportiva possibilita 
inserção em grupos nos quais as demais pessoas com condições semelhantes 
têm seus feitos valorizados (COSTA E SILVA et al., 2013).
Os fatores determinantes para o esporte adaptado para pessoas com defi-
ciência física e/ou motora são imprescindíveis para a boa prática, mas deve-se 
frisar a importância da soma desses valores para atingir as várias facetas de 
benefícios da prática esportiva.
5Atividades motoras e esportivas para pessoas com deficiências físicas e/ou motoras
2 Modalidades esportivas adaptadas
Muitas vezes, as pessoas com deficiência física são privadas de muitas opor-
tunidades, situações que não são enfrentadas por pessoas que não possuem 
deficiências. Em relação ao esporte, as oportunidades são ainda mais restritas 
devido à necessidade de utilização do corpo. Então, a partir do surgimento 
e maior alcance dos esportes adaptados, houve o aumento de possibilidades 
de acesso desse público aos diversos benefícios propiciados pelo esporte 
(de ordem corporal, social ou psicológica). É necessário, então, que a atividade 
física adaptada receba adaptações e adequações estratégicas para o melhor 
desempenho de determinadas habilidades motoras.
No cenário de políticas públicas de esporte e lazer, deve-se sempre levar 
em consideração que a prática de um esporte e a obtenção de lazer são direitos 
sociais (BRASIL, 1988). Porém, para isso, é necessária acessibilidade metodo-
lógica acerca desse conteúdo, a qual é inerente também no âmbito de esportes 
adaptados, a fim de atender as condições específicas físicas e/ou motoras. 
A Associação Nacional de Desporto para Deficientes (Ande), responsável 
pelo desporto adaptado no País, aponta que o Brasil ainda carece de informa-
ções com embasamento científico sobre esse tema. É preciso aprofundar-se 
para originar mais políticas públicas para essa população. Nos últimos anos, 
o governo federal incentivou que a educação superior ministrasse disciplinas 
sobre esportes adaptados, a fim de fomentar conhecimento sobre essa área 
(SLONSKI et al., 2013).
A maioria dos esportes adaptados pode ser praticada com foco no lazer, 
bem como em âmbito profissional (desempenho). Em relação à aplicação 
dos esportes adaptados em meio escolar, é relevante uma ideologia de escola 
inclusiva, sem discriminações. Para isso, a aprendizagem deve ocorrer de 
maneira colaborativa, oferecendo igualdade e oportunidades a todos. Além 
disso, deve-se traçar uma estratégia para atingir o potencial de todos os alunos. 
O que ainda parece ser uma dificuldade para o meio escolar é a disponibilidade 
de materiais, bem como a formação específica de professores nessa área. 
Uma característica comum a todos os meios e maneiras de praticar ativida-
Atividades motoras e esportivas para pessoas com deficiências físicas e/ou motoras6
des e esportes adaptados é o fato de a educação inclusiva ser um processo 
que necessita de dinamismo e continuidade, implicando que todos estejam 
envolvidos (tanto o praticante quanto o professor). Logo, a disponibilidade de 
profissionais qualificados é de extrema importância, para que seja transmitida, 
ao aluno, a boa prática de exercícios físicos, bem como respeito e segurança 
(CUNHA, 2013).
São diversas as modalidades adaptadas que podem ser praticadas. As mais 
conhecidas são descritas a seguir.
Esportes individuais: esses esportes, como o próprio nome diz, são praticados 
por um atleta sozinho, não dependendo de outra pessoa para serem praticados. 
Eles proporcionam muito entretenimento e auxiliam na motivação diária de 
superação de suas próprias conquistas. Além disso, há maior aprimoramento 
de habilidades próprias e do esporte em questão.
Natação adaptada: os exercícios em meio aquático tiveram seu início objeti-
vando ser uma terapia para indivíduos reumáticos ou pessoas com problemas 
no sistema locomotor, antes mesmo da Primeira Guerra Mundial. Então, na 
Segunda Guerra Mundial, a natação adaptada surgiu como um elemento tera-
pêutico para pessoas amputadas, bem como para pessoas com algum trauma 
psicológico. Essa modalidade está presente nos Jogos Paralímpicos desde a 
primeira edição (em Roma, Itália, no ano de 1960). Ela serve de auxílio no 
ganho de independência diária, além de ser extremamente completa, estimu-
lando todas as partes do corpo (Figura 3). Existem competições nos quatro 
estilos oficiais: peito, costas, livre e borboleta, com distâncias de 50 a 800 m. 
As regras, em geral, são semelhantes às da natação tradicional, com adaptações 
nas largadas, viradas e chegadas das provas. A classificação do esporte é feita 
com base nas deficiências de cada praticante (S1, SB1, SM1 a S10, SB9, SM10). 
As provas oficiais podem ser individuais ou em equipe (SILVA; OLIVEIRA; 
CONCEIÇÃO, 2005). A metodologia de ensino da natação adaptada segue o 
mesmo ensino da natação tradicional (adaptação ao meio líquido/ensino dos 
nados/aperfeiçoamento/treinamento) (ARAUJO; SOUZA 2009).
7Atividades motoras e esportivas para pessoas com deficiências físicas e/ou motoras
Figura 3. Natação adaptada.
Fonte: Jose Luis Carrascosa/Shutterstock.com.
Atletismo adaptado: a prática do atletismo adaptado teve seu início no século 
XX (por volta de 1920), por pessoas com deficiência física após a Segunda 
Guerra Mundial, mostrando-se uma possibilidade de reabilitação para ex-
-combatentes. Desde 1960, o atletismo adaptado é oficialmente um esporte 
paralímpico. É considerado a modalidade mais praticada dos Jogos Paralímpi-
cos (por ser destinada a todos os tipos de deficiências) (Figura 4). O atletismo 
para pessoas com deficiências físicas e/ou motoras é subdividido em provas 
de 100 m, 200 m, 400 m, 800 m, 1.500 m, 10.000 m, 4 × 100 m, 4 × 400 m, 
lançamento de dardo, lançamento de disco, maratona, pentatlo, arremesso de 
peso, salto triplo, salto em distância e salto em altura. Uma das especificida-
des do atletismo adaptado é a necessidade de avaliar o grau de deficiência e, 
assim, computar uma pontuação para cada atleta. Os atletas são classificados 
de acordo com a sua funcionabilidade. Sendo assim, as classificações são 
baseadas na classe (F) e nas provas de pista (T), com o número indicando o 
tipo e o grau da deficiência (FERREIRA et al., 2018).
Atividades motoras e esportivas para pessoas com deficiências físicas e/ou motoras8
Figura 4. Atletismo para pessoas com deficiência física.
Fonte: sportpoint/Shutterstock.com.
Esgrima adaptada: a esgrima adaptada foi aplicada originalmente pelo 
alemão Ludwig Guttman. A adaptação da esgrima tradicional foi destinada 
inteiramente a pessoas que utilizam cadeiras de rodas (Figura 5). A modali-
dade é disputada desde a primeira edição dos Jogos Paralímpicos. A disputa 
da esgrima adaptada ocorre em cadeiras de rodas que ficam fixas no chão 
(com um suporte metálico) em uma pista para o duelo que possui 4 metros 
de comprimento, feita de material antiderrapante. Os duelos ocorrem com a 
utilização de florete, sabre ou espada. Nas competições oficiais, ganha quem 
realizar 15 toques válidos ou realizar o maior número de toques ao final do 
combate. A classificação para a prática é decorrente do grau de deficiência 
(classe 1A, 1B, 2, 3, 4 e limitações mínimas) (NAZARETH, 2009).
9Atividades motoras e esportivas para pessoas com deficiências físicas e/ou motoras
Figura5. Esgrima para pessoas com deficiência física.
Fonte: UfaBizPhoto/Shutterstock.com.
Esportes coletivos: esses esportes têm, como característica, os sistemas 
ofensivo e defensivo. Para isso, são necessários vários praticantes, que formam 
uma equipe. Esses esportes auxiliam na inserção social em grupos, com maior 
socialização. Além disso, há maior aprimoramento de habilidades inerentes 
à sua prática.
Basquete adaptado: assim como aconteceu com outros esportes adaptados, 
essa modalidade surgiu nos anos 1940, com o objetivo de reintegrar soldados 
feridos da Segunda Guerra Mundial (REDE NACIONAL DO ESPORTE, 
2016a). Diretamente, para pessoas que possuem dificuldade em locomover-
-se, na prática desse esporte há necessidade de adaptação para utilização de 
cadeira de rodas (que são padronizadas) (Figura 6). É muito semelhante ao 
basquete tradicional. A quadra mede 18 metros de comprimento e 15 metros 
de largura. O jogo é disputado por um total de 6 jogadores em quadra, em 2 
períodos compostos por 20 minutos. Ao final do tempo, ganha a equipe com 
maior pontuação. Os praticantes são classificados de acordo com o nível de 
comprometimento físico-motor (escala de 1–4,5). Sendo assim, quanto maior 
for o nível de comprometimento, menor será a classe. Dessa forma, a soma 
Atividades motoras e esportivas para pessoas com deficiências físicas e/ou motoras10
dos números da classificação em equipe não pode ultrapassar 14 (TEIXEIRA; 
RIBEIRO, 2006).
Figura 6. Basquete adaptado, uma ótima modalidade a ser praticada.
Fonte: marino bocelli/Shutterstock.com.
Vôlei sentado: o vôlei sentado surgiu inicialmente da união do vôlei tradi-
cional com um esporte alemão, o Sitzbal (o qual é praticado por pessoas com 
pouca mobilidade). A partir da união dessas modalidades, surgiu, em 1956, 
a versão adaptada do vôlei. Também chamado de voleibol adaptado, é um 
esporte adaptado que possibilita fortemente a integração social. Apesar de 
ter diversas semelhanças com o voleibol tradicional, possui algumas parti-
cularidades para propiciar um jogo dinâmico, como modificações na quadra, 
somente um jogador em cada equipe com “inabilidade mínima”, não é possível 
fazer pontos sem estar sentado, etc. (Figura 7). Sua classificação é baseada na 
amputação (AK — above knee, amputação acima ou através da articulação 
dos joelhos; BK — below knee, amputação abaixo do joelho ou através da 
articulação talocalcânea; AE — above elbow, amputação acima ou através da 
articulação do cotovelo; BE — below elbow, amputação abaixo do cotovelo, 
mas através ou acima da articulação do pulso; e demais combinações, que 
11Atividades motoras e esportivas para pessoas com deficiências físicas e/ou motoras
variam de combinações das anteriores) (REDE NACIONAL DO ESPORTE, 
2016b). Os sets são compostos por 25 pontos corridos. O primeiro time a 
vencer 3 sets vence a partida.
Figura 7. Vôlei sentado.
Fonte: Pukhov K/Shutterstock.com.
Rúgbi adaptado: também chamado de quad-rugby, é destinado para indiví-
duos que possuem deficiência em 3 membros (lesão medular) ou 4 membros 
(amputação), sendo assim tetraplégicos. Os participantes são classificados de 
acordo com a habilidade funcional (em sete classes, que variam de 0,5–3,5). 
As classes de maiores valores são atribuídas a pessoas com maiores níveis 
funcionais, e as classes de menores valores, para menores níveis funcionais. 
Os criadores foram o professor de arquitetura Ben Harnish (da University of 
Manitoba) e dois atletas em cadeiras de rodas (Duncan Campbell e Gerry 
Terwin). É uma modalidade mais recente, pois foi inserida nos Jogos Para-
límpicos em 1996. É praticado em cadeira de rodas (Figura 8), e, assim como 
a modalidade tradicional, há muito contato físico, não sendo dividido por 
gênero (CAMPANA et al., 2011).
Atividades motoras e esportivas para pessoas com deficiências físicas e/ou motoras12
Figura 8. Rugby adaptado, também conhecido como quad-rugby.
Fonte: Rob van Esch/Shutterstock.com.
Além dos esportes citados, há possibilidade de adaptação de muitos outros 
— basta haver profissionais qualificados, conhecimento e motivação. O ponto 
que merece relevância é que o praticante nunca deve parar de se exercitar. 
A prática esportiva tem grande importância para o bom andamento físico. 
Por meio da prática de esportes, também são proporcionados, às pessoas 
com deficiência, o desenvolvimento lúdico e prazeroso e a integração com 
a sociedade.
Para mais informações sobre os esportes citados neste capítulo e demais possibilidades 
esportivas, acesse o site do Comitê Paralímpico Brasileiro. Lá são disponibilizadas cartilhas 
de regras e adaptações, bem como notícias sobre campeonatos.
13Atividades motoras e esportivas para pessoas com deficiências físicas e/ou motoras
3 Benefícios da prática esportiva para 
pessoas com deficiência física e/ou motora
O esporte adaptado pode dar sentido à vida de pessoas com deficiência física. 
A necessidade de incentivar a prática de atividade física por pessoas com 
deficiência é crescente por desempenhar um papel importante na percepção de 
competência e identidade pessoal. Praticar esportes é uma forma de autoconhe-
cimento e de promoção social por meio da possibilidade de redescobrimento 
da vida, apesar das limitações físicas e/ou motoras, auxiliando no aprendizado 
de novas habilidades (COSTA E SILVA et al., 2013).
O esporte para pessoas com algum tipo de deficiência iniciou-se como uma 
tentativa de colaborar no processo terapêutico delas e logo cresceu e ganhou 
muitos adeptos. Atualmente, mais do que terapia o esporte para esta população 
caminha para o alto rendimento e o nível técnico dos atletas impressiona cada 
vez mais o público e os estudiosos da área de Educação Física (GORGATTI; 
COSTA, 2008, p. 532).
A oportunidade de praticar um esporte ou atividade parece promover 
melhoras na qualidade de vida das pessoas com deficiência, sendo uma grande 
oportunidade de testar novos potenciais e limites. O processo de reabilitação 
diária das pessoas com deficiências físicas e/ou motoras é um processo que 
requer capacidade adaptativa em diferentes âmbitos e fases da vida. Essa 
reabilitação é a interligação da melhora física com a melhora de convívio 
social, assegurando que a pessoa com deficiência (independentemente das 
dificuldades locomotoras) terá ampla participação da vida, podendo desfrutar 
de todos os seus prazeres (MELO; ALONSO LÓPEZ, 2002).
O incentivo da participação em atividades adaptadas recebe atenção por 
oferecer oportunidade de experimentação de sensações e movimentos cor-
porais que são geralmente impossibilitados pelas limitações causadas pelas 
deficiências físicas. Um dos maiores benefícios que podem ser proporcionados 
a esse público é a inclusão social, que muitas vezes é alcançada somente 
por meio do esporte adaptado (LABRONICI et al., 2000). A inclusão social 
envolve todas as esferas da sociedade, unindo corpos fora dos “padrões de 
normalidade” (seja física, comportamental e socialmente), que precisam de 
superação e novas visões e compreensões do que é visto como normalidade 
para, assim, alcançar aceitação (COSTA E SILVA et al., 2013).
Atividades motoras e esportivas para pessoas com deficiências físicas e/ou motoras14
Muitas pessoas com deficiência física e/ou motora beneficiam-se da prática 
de atividades físicas ou esportes adaptados. Por meio de acessibilidade em 
espaços, materiais, regras e habilidades, os principais benefícios alcançados 
estão nos âmbitos físico e psicológico.
Os benefícios físicos dizem respeito ao amplo desenvolvimento físico 
possibilitado pela prática de atividades ou esportes adaptados, apesar da 
limitação locomotora. Variáveis como agilidade, coordenação motora, força e 
resistência muscular são abrangidas na prática de todos os esportes. Evoluções 
são notadas no que se refere a alterações orgânicas, como sistemas circulatório, 
digestório, respiratório, reprodutor, muscular e ósseo. Além disso, previnem-
-se outras enfermidades e doenças crônicassecundárias à deficiência física 
(COSTA E SILVA et al., 2013; GORGATTI; COSTA, 2008).
Os benefícios psicológicos são diversos, e grande parte vem do aumento de 
integração social. A partir da reinserção na sociedade, atingem-se melhoras 
na autoestima e afastam-se sintomas depressivos, ansiedade e agressividade. 
Além disso, pode ser alcançada motivação para novas atividades, perspectiva 
de futuro e independência emocional (COSTA E SILVA et al., 2013; GOR-
GATTI; COSTA, 2008).
Porém, mesmo sabendo dos benefícios, é imprescindível respeitar as li-
mitações resultantes de todas as adaptações necessárias de regras, espaços e 
materiais, visando aos objetivos de cada pessoa. Além disso, seguir as normas 
de segurança e conhecer as particularidades de cada deficiência e as regras 
dos esportes facilitam o total aproveitamento do potencial de cada indivíduo 
(COSTA E SILVA et al., 2013).
A prática de atividades físicas e/ou esportes adaptados demonstrou ter 
forte influência (positiva) no dia a dia de pessoas com deficiências físicas e/ou 
motoras. Devido à conscientização acerca do poder de superação das pessoas 
com deficiência, cada vez mais o esporte adaptado tem sido buscado por esse 
público, bem como apoiado por países e governantes.
Neste capítulo, aprendemos mais sobre diversas modalidades de esportes 
adaptados individuais e coletivos que podem ser praticados como lazer ou 
para alto desempenho, observando que o indivíduo com deficiência sempre é 
favorecido com melhorias físicas, psicológicas e sociais. Assim, é interessante 
incentivar a prática desses esportes e atividades, com os devidos cuidados 
quanto às limitações, bem como regras e adaptações que devem ser aplicadas.
15Atividades motoras e esportivas para pessoas com deficiências físicas e/ou motoras
ARAÚJO, P. F. Desporto adaptado no Brasil: origem, institucionalização e atualidade. 1997. 
Tese (Doutorado em Educação Física) — Programa de Pós-Graduação em Educação Fí-
sica, Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1997.
ARAUJO, L. G.; SOUZA, T. G. Natação para portadores de necessidades especiais. EF-
Deportes: Revista Digital, Buenos Aires, v. 14, n. 137, 2009. Disponível em: https://www.
efdeportes.com/efd137/natacao-para-portadores-de-necessidades-especiais.htm. 
Acesso em: 17 maio 2020.
AZEVEDO, P. H.; BARROS, J. F. O nível de participação do Estado na gestão do esporte 
brasileiro como fator de inclusão social de pessoas portadoras de deficiência. Revista 
Brasileira de Ciência e Movimento, Taguatinga, v. 12, n. 1, p. 77–84, 2004.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 17 maio 2020.
CAMPANA, M. B. et al. O rugby em cadeira de rodas: aspectos técnicos e táticos e 
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Leitura recomendada
CARVALHO, C. L.; GORLA, J. I.; ARAÚJO, P. F. Voleibol sentado: do conhecimento à 
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