Buscar

Arte e Cultura Latino-Americana_02

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Autoria: Ma. Janaina Fornaziero Borges
Revisão técnica: Ma. Vivian Berto de Castro
ARTE E CULTURA LATINO-
AMERICANA
BRASIL
Introdução
Caro (a), estudante!
Vamos imaginar o Brasil antes de os estrangeiros europeus chegarem e “descobrirem”
esse lugar que sempre existiu? Quem esteve por aqui? Quais etnias povoaram esse
imenso território? De�nitivamente a história do Brasil não começa em 1500. Diversas
populações pré-históricas e tribos indígenas foram os primeiros habitantes desse lugar
onde hoje é o nosso vasto país.
Nessa unidade, você irá vivenciar um Brasil antigo, conhecer alguns vestígios, aprender
com a arte e a ancestralidade junto à arqueologia e à antropologia. Você poderá identi�car
alguns sítios e tradições arqueológicas em nosso território, como a arte e a cultura
Sambaqui, as gravuras, os zoólitos, além de diferenciar a arte indígena produzida pelos
grupos tupis-guaranis, jês e as cerâmicas Marajoaras e de Santarém.
O antropólogo Eduardo Viveiros de Castro será um apoio para os estudos sobre o
perspectivismo e o multinaturalismo na América indígena. Com o seu trabalho, iremos
compreender a importância dos mitos das tribos indígenas da região da Amazônia, por
meio da sua antropologia comparativa.
A partir das tradições, inovações e ancestralidades, iremos compreender o folclore e a
cultura popular no Brasil, nosso patrimônio imaterial. Identi�caremos quais são as
principais manifestações populares e folclóricas no território brasileiro.
Ao �nal da unidade, você terá a compreensão da importância das tradições orais, dos ritos
e mitos na cultura ameríndia e das culturas populares e folclóricas brasileiras. Acompanhe
com atenção todo o conteúdo, pois ele será primordial para você se informar e ter a
dimensão do universo cosmológico brasileiro “antigo”.
Bons estudos!
Tempo estimado de leitura: 63 minutos.
Segundo Niéde Guidon (1992, p. 37), uma das maiores arqueólogas brasileiras, “é
impossível fornecer um quadro sintético coerente da pré-história brasileira”.
Estudos da disciplina de arqueologia e antropologia ajudam a subsidiar alguns aspectos
ancestrais, como
2.1 Arte e ancestralidade entre arqueologia e
antropologia no Brasil Antigo
Algumas conjecturas do povoamento do continente sul-americano começaram a ser
exploradas a partir da década do 1950. Guidon (1992) exempli�ca com uma das teorias
iniciais, criticando-a: movimentações podem ter sido realizadas por terra, através do
estreito de Bering (entre o que hoje são Alasca e Rússia) quando os níveis marítimos
estavam baixos, possibilitando a travessia. Seguindo esta teoria, a presença humana na
América do Sul não poderia ser mais antiga que 12 mil anos. No entanto, Guidon (1992)
a�rma que devemos considerar o homem pré-histórico conhecia técnicas de navegação, o
que possibilita que tenha chegado na América do Sul por rotas de clima quente, portanto,
por vias marítimas.
Evidências encontradas no Piauí mostram que alguns grupos podem ter chegado por via
marítima à América há 9-10 mil anos. E a autora completa: “pode-se também propor que
os primeiros grupos chegaram até o continente há pelo menos 70 mil anos”. (GUIDON,
1992, p. 39).
De acordo com Guidon (1992), a princípio não foi datada a presença humana no
Pleistoceno na América Latina, mas, no Brasil, encontraram-se indícios desses povos em
Minas Gerais, na Lagoa Santa e na área arqueológica de São Raimundo Nonato, no estado
do Piauí.
Muitos artefatos usados pelos povos antecedentes foram descobertos em escavações
que duravam anos. A autora destaca os objetos líticos, os registros rupestres em paredões
de pedra e as cerâmicas, por exemplo. Ao prosseguir com a questão da evolução, a autora
relata que:
vestígios materiais trabalhados de maneira isolada, classificações
baseadas em diferentes critérios de divisão, sistemas de coleta sem
registro são alguns dos procedimentos das primeiras explicações sobre
a pré-história brasileira. (GUIDON, 1992, p. 37)
no período de transição entre o Pleistoceno e o Holoceno, por volta de 12
mil anos atrás, toda a América do Sul estava povoada, desde o ponto
mais setentrional até a Terra do Fogo. O número de sítios é importante e
Guidon (1992) aponta também que um dos principais sítios arqueológicos fora escavado
durante os anos de 1987 e 1988, conhecido como “Complexo da Serra Talhada”,
compreendendo três territórios de sítios, veja a seguir. 
Nesses territórios, se localizam importantes vestígios: os painéis pintados em paredões
de pedra, cobertos por inúmeras camadas arqueológicas.
A autora aponta para a região Nordeste como a localidade em que aparece o maior
número de sítios arqueológicos. O conjunto de São Raimundo Nonato, no estado do Piauí,
destaca-se por ser mais “diversi�cado”, pois por lá se con�guram mais de duzentos sítios
registrados e estudados.
André Prous (2011) complementa dizendo que a arte rupestre encontrada na região
nordestina está entre os territórios mais ao sul, compreendendo desde o estado do Piauí
até o estado do Mato Grosso, passando por Goiás e por algumas áreas de Minas  Gerais,
 além de abranger uma parte da região central brasileira, estendendo-se até a região dos
Andes, Bolívia, Peru e Colômbia meridional.
Em pesquisas mais recentes, foi apontado que os pesquisadores da Fundação Museu do
Homem Americano descobrem inúmeros sítios arqueológicos anualmente: “em 2012,
estão cadastrados 1.028 com arte rupestre, sendo 735 sítios com pinturas, 206 com
pinturas e gravuras e 87 somente com gravuras.” (SILVA, 2018, p.4).
Sobre a estética da arte rupestre, Guidon (1992) identi�ca, a partir dos gra�smos
encontrados nas paredes desses sítios, que  predominam �guras de animais e de seres
humanos, cuja grande maioria estavam acompanhadas de atributos culturais.
“Toca do Baixão do Perna I”.
 “Boqueirão da Pedra Furada”.
“Sítio do Meio”.
no Brasil, a partir dessa época, dispomos de grande quantidade de
informações e datações sobre os grupos pré-históricos. (GUIDON, 1992, p.
42).
Os temas mais recorrentes  referem-se a práticas sexuais, caça, ritos e danças em torno
de árvores. Entre os sítios arqueológicos, existe uma “diversi�cação estilística”, por
exemplo, “o estilo Serra da Capivara apresenta �guras cujos contornos são
completamente fechados, desenhados por traços contínuos e uma boa técnica grá�ca.”
(GUIDON, 1992, p. 45).
A autora complementa, ao se referir ao estilo Serra Branco, que as �guras apresentam
traços particulares, os quais se diferenciam na parte corporal, com riscos de linhas
verticais ou traços geométricos desenhados por cima, decorando a �gura humana. Já os
“animais são desenhados por uma linha de contorno aberta; alguns têm o corpo
preenchido por tinta lisa, mas a maioria apresenta um preenchimento geométrico
semelhante àquele dos seres humanos.” (GUIDON, 1992, pp. 45-46).
O Complexo de Serra Talhada, segundo Guidon (1992), apresentou um estilo mais
“heterogêneo”. As �guras humanas apresentam técnicas e cores na pintura, variando entre
a cor branca, cinza, amarela, marrom e vermelha, e estão dispostas em linha. Algumas
dessas �guras humanas são muito peculiares, com as extremidades exageradamente
compridas, ou �guras que são muito pequenas. Ainda sobre os estilos, a autora ressalta
que:
Ao nos referirmos a essas representações grá�cas, podemos considerar que “a arte
rupestre, além de ser uma expressão notável da simbolização dos grupos humanos, [...] é
capaz de re�etir a identidade cultural das populações que as produzem e, também
de�nem o seu território.” (SILVA, 2018, p.8).
os dados atualmente disponíveis permitiram propor uma explicação
segundo a qual essa sucessão de estilos não representa diferentes
unidades estilísticas perfeitamente distintas e segregáveis, mas sim
reflete uma evolução lenta e contínua que durante cerca de 6 mil anos
introduziu micromodificações no estilo básico Serra da Capivara.
(GUIDON, 1992, p. 46)
Entendemos que as representações �gurativas nas paredes pré-históricas datam de um
período muito remoto; entretanto, outros resquícios também sobreviveramaté os dias de
hoje, como é o caso dos sambaquis – região litorânea em que o homem holoceno (época
iniciada há quase 12 mil anos atrás e que vai até os dias de hoje) também habitou, que se
caracteriza por ser um local composto por um alto volume de conchas e sedimentos
líticos.
Segundo Guidon (1992), esse tipo de sítio arqueológico abrange a extensão litorânea
compreendendo a região do Nordeste até o estado do Rio Grande do Sul. Nos sambaquis,
foram encontradas a indústria lítica lascada e a rudimentar, outras peças líticas polidas,
restos de comida, sepultamentos, ossos, dentes e conchas. A autora destaca que em
“razão da subida do nível do mar, nos últimos 6 mil anos, os sambaquis mais antigos
estão sob as águas; somente subsistem os sítios de menos de 6 mil anos.” (GUIDON,
1992, p. 51).
É interessante destacar a técnica das gravuras rupestres e os zoólitos encontrados nos
sítios de Sambaquis, segundo a autora Gomes (2012), esses elementos são “vestígios
materiais” das populações que habitaram as regiões, compreendem peças escultóricas
esculpidas em materiais rochosos, vértebras e ossos de baleia, apresentando aparência
animalescas, zoomorfas e antropomorfas.
Esses artefatos foram confeccionados especialmente na área litorânea dos Estados de
São Paulo e do Rio Grande do Sul, incluindo também o Uruguai. São considerados objetos
raros e elaborados por mãos especializadas, pois se leva em conta a técnica e o
O simpósio virtual “Articulações Poéticas e escritas de si”, organizado pelo Grupo de
Pesquisa Articulações Poéticas, do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), realizou durante os meses de
outubro e novembro de 2020 uma série de debates, dentre os quais havia o tema
“Formas de narrar”, que apresentou o trabalho da professora de bio-arquivologia Maria
Fátima Ribeiro Barbosa, “Rastros e inscrições no território da Serra da Capivara”.
A professora mostrou uma série de registros fotográ�cos de sua pesquisa em um dos
sítios arqueológicos de São Raimundo Nonato, contou peculiaridades do seu trabalho,
exercido há mais de 30 anos. Além disso, revelou como foi seu contato pessoal com
Níede Guidon, e mostrou brevemente a história da Fundação Museu do Homem
Americano, no Piauí.
Outra convidada para o tema, Priscila Pinto, artista visual e professora da Faculdade
de Artes da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), apresentou seu trabalho
artístico, que opera a partir da interconexão entre natureza, cultura e mundo espiritual;
temas como memória, identidade, simbolismos femininos atuam como uma forma de
narrar o seu rastro de inscrição e referências culturais.
Acesse (https://www.youtube.com/watch?
v=DTi9sZ35R1s&ab_channel=Articula%C3%A7%C3%B5esPo%C3%A9ticas)
VOCÊ QUER VER?
https://www.youtube.com/watch?v=DTi9sZ35R1s&ab_channel=Articula%C3%A7%C3%B5esPo%C3%A9ticas
acabamento utilizados.
Na �gura “Zoólito”, logo abaixo, podemos identi�car formas animalescas talhadas em
pedras.
Figura 1 - Zoólito
Fonte: Museu Nacional – UFRJ, 2015.
#PraCegoVer
Na imagem acima está uma foto de quatro peças de
zoólitos, em pedra, todas aparentemente apresentam
formas de peixes. São esculturas de cor cinza sobre
uma mesa branca.
Outros objetos também derivam dessa técnica, “aparentemente não apresentando uma
conotação funcional especí�ca. Alguns lembram objetos geométricos como pratos
polidos, triângulos e rodas dentadas, entre outros.” (GOMES, 2012, p. 62).
Além das peças zoolíticas encontradas nos sítios arqueológicos Sambaqui, veri�cou-se a
presença de outro tipo de vestígio: uma variedade de peças cerâmicas ornamentadas e
pintadas, além de utensílios para rituais. Guidon (1992, p. 52) a�rma que:
Segundo André Prous (2011), a região do Rio Amazonas é de grande importância, por ter
sido habitada por diversos grupos indígenas e, em especial, a ilha do Marajó, onde
numerosas cerâmicas foram identi�cadas como cerâmicas da cultura Marajoara.
Destacam-se:
Na Ilha de Santa Catarina, em Florianópolis, foram encontrados, até os dias de hoje,
cerca de 250 Sítios Arqueológicos, entre Sambaquis, Sítios com cerâmica Itararé,
Guarani, Inscrições Rupestres e O�cinas Líticas. A ilha do Campeche, pertencente a
Florianópolis, guarda inúmeras inscrições rupestres; por lá foram identi�cadas várias
gravuras nos costões de pedra.
Conheça a página virtual “Floripa Arqueológica”. Acesse:
https://�oripaarqueologica.com.br/sitios-arqueologicos-em-�oripa/sambaquis/
(https://�oripaarqueologica.com.br/sitios-arqueologicos-em-�oripa/sambaquis/)
VOCÊ SABIA?
A técnica de fabricação de vasilhas em cerâmica, fora da Amazônia,
parece ter sido corrente a partir de — 3 mil anos, pelo menos na área
arqueológica de São Raimundo Nonato no Piauí. Durante todo o
Holoceno, grandes famílias linguísticas deviam dominar estas áreas, mas
as guerras intertribais que antecederam a chegada do colonizador
branco embaralharam a situação, tornando difícil o correlacionamento
entre as culturas pré-históricas e as tribos indígenas da época do
contato.
https://floripaarqueologica.com.br/sitios-arqueologicos-em-floripa/sambaquis/
Veja a �gura a seguir.
Figura 2 - Vasilhas decoradas por policromia
Fonte: Alf Ribeiro, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem acima está uma foto de um utensílio em
formato de pote cerâmico oval, lascado em uma das
extremidades. Possui uma tampa ancorada ao objeto.
Vasilhas decoradas por policromia.
Urnas funerárias.
Pequenas estatuetas representando mulheres.
Tangas cerimoniais.
Prous (2011) menciona a localidade de Santarém, estado do Pará com divisa entre o Rio
Tapajós e Rio Amazonas, por ser uma região característica em cerâmicas da cultura
Tapajônica, elaboradas a partir de profusões de formas e ornamentações.
Já na cultura Santarém, são exemplos: 
Acompanhe!
Vasos cerimoniais de gargalo.
Vasos de cariátides, as esculturas de �guras femininas
nada convencionais.
Figura 3 - Vaso da Cultura Santarém
Fonte: Museu Nacional – UFRJ, 2015.
#PraCegoVer
Na imagem acima está um vaso de cerâmica com uma
base larga. O objeto apresenta dois pares de alça, uma
em cada lado; uma delas transforma-se em duas
figuras de mãos, assim como a parte de cima do vaso,
que se torna uma cabeça com traços humanoides.
Talvez um aspecto mais notável das cerâmicas dessa região de Santarém seja as formas
escultóricas a partir de seres antropomorfos, como pode ser observado na �gura anterior.
Conheça sobre as etnias indígenas sobreviventes na contemporaneidade. Acesse o
canal no YouTube do “Museu do Índio UFU” e con�ra o material audiovisual sobre o
tema preparado pela Universidade Federal de Uberlândia.
Acesse (https://www.youtube.com/channel/UCTMu0QeRSU4K2w0sBuPY0gw)
VOCÊ QUER VER?
https://www.youtube.com/channel/UCTMu0QeRSU4K2w0sBuPY0gw
Segundo Prous (2011), a partir da década de 1960, pesquisadores encontraram na região
do litoral brasileiro manifestações da tradição Tupiguarani em sítios arqueológicos. Eles
recuperaram uma grande quantidade de cerâmicas decoradas, algumas possuíam �guras
geométricas, com linhas pretas, vermelhas e pintadas sobre um fundo claro; outras foram
talhadas na superfície com espátula, por exemplo, as vasilhas e vasos observados na
�gura a seguir.
Sobre a nomenclatura “tupiguarani”, o autor a�rma que ao escrever a palavra junta, sem o
hífen, aborda-se um “conceito arqueológico, que não correspondia obrigatoriamente aos
povos falantes das línguas tupi-guarani (com hífen), embora se supusesse tratar, pelo
menos em parte, de ancestrais deles.” (PROUS, 2011, p. 88).
Figura 4 - Vasilhas e vasos
Fonte: Museu da UFRGS, 2013.
#PraCegoVer
Na imagem acima há oito vasos cerâmicos de cores
claras e de diferentes dimensões, quatro maiores e
quatro menores. Cinco peças apresentam pequenas
partes quebradas na área do gargalo.
Dentro da tradição Tupuguarani, Prous (2011) identi�ca ainda dois grupos
geogra�camente separados, conhecidos como Proto-Tupi, e localizados na região do
litoral norte de São Paulo até o Maranhão; ocasionalmente, também circularampela região
do Pará. Outro grupo apontado foram os Proto-Guarani, localizados na região sul de São
Paulo até o norte da Argentina.
Ambos os grupos foram produtores “tanto por formas especí�cas de cerâmica quanto
pelo estilo e motivo de decoração plástica ou pintada.” (PROUS, 2011, p. 88). Levando em
conta todas as divisões e subdivisões estilísticas, caracteriza-se a expansão de grupos
étnicos. 
Segundo Turchetti (2018, p. 76), os povos indígenas da linguística do tronco Macro-Jê
caracterizavam-se por ocupar a região central do Brasil, como o território do estado de
Minas Gerais: “os Jês abarcariam aqueles indígenas mais resistentes à dominação
europeia”. Sobre a cultura Jê, a autora destaca inúmeros sítios cerâmicos encontrados e
aponta que “a cerâmica seria considerada uma extensão da oleira e uma peça
fundamental para compreender os aspectos cosmológicos desses indígenas.”
(TURCHETTI, 2018, p. 116).
Leia o trecho a seguir:
“Uma população vinda por Bering não teria podido trazer o parasita até a
América porque o mesmo teria desaparecido durante a passagem pela
Beríngia e o Alasca. A menos que se admita que tal passagem se fez
muito rapidamente, em uma só geração. A existência do parasita no
Piauí há mais de 7 mil anos demonstra um povo vindo de um país
quente, por rotas de clima quente, portanto vias marítimas.” (GUIDON,
1992, p. 39). 
Segundo os dados do censo obtidos no site da FUNAI (Fundação Nacional do Índio),
são mais de 817.963 mil indígenas, “representando 305 diferentes etnias. Foram
registradas no país 274 línguas indígenas”. Con�ra o acervo virtual etnográ�co e
conheça sobre a diversidade de povos indígenas no Brasil.
Acesse (http://tainacan.museudoindio.gov.br/)
VOCÊ QUER LER?
(ATIVIDADE NÃO PONTUADA)
TESTE SEUS CONHECIMENTOS
http://tainacan.museudoindio.gov.br/
 
GUIDON, N. As ocupações Pré-históricas do Brasil (excetuando a
Amazônia). In: CUNHA, Manuela Carneiro da (org.). História dos índios
no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, Secretaria Municipal de
Cultura, FAPESP, 1992. Disponível em: http://www.etnolinguistica.org/historia
(http://www.etnolinguistica.org/historia). Acesso em: 30 abr. 2021.
 
Segundo o contexto acima, esses povos deixaram inúmeros vestígios
no território. Analise as sentenças sobre os primeiros sítios
arqueológicos datados.  
 
I. Apesar de estudos anteriores indicarem datações equívocas, a região
central da Bahia indica a existência de ossos fossilizados de animais da
megafauna.
II. Um dos principais sítios arqueológicos foi escavado durante os anos
de 1989 e 1991, conhecido como complexo da Serra Talhada.
III. A região Nordeste foi a localidade em que apareceu um maior
número de sítios arqueológicos, por exemplo, o conjunto de São
Raimundo Nonato, no estado do Piauí.
IV. Atualmente, o sítio arqueológico de Alice Boér, perto de Rio Claro,
continua sendo um dos sítios estudados no estado de São Paulo. 
 
Está correto o que se a�rma em:
a. I, III e IV.
b. I.
c. I, II e III.
d. II e IV.
e. I, II, III e IV.
VERIFICAR
http://www.etnolinguistica.org/historia
Agora, vamos partir para o estudo etnográ�co ameríndio do antropólogo Eduardo Viveiros
de Castro. Acompanhe!
Esse tópico, em especial, será formado a partir da perspectiva de estudo do antropólogo
Eduardo Viveiros de Castro (1951), doutor em Antropologia Social pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro. Desde 1978, ele é docente titular de Antropologia Social no
Programa de Pós-Graduação em Antropologia no Museu Nacional da Universidade Federal
do Rio de Janeiro. É considerado um dos principais etnólogos americanistas da atualidade
por suas experiências de pesquisas com povos indígenas na região da Amazônia
brasileira (LATTES, 2021).
Em uma entrevista concedida a La Lettre du Collège de France, publicada em 2009, de
título “Claude Lévi-Strauss por Eduardo Viveiros de Castro”, Marc Kirsch, o entrevistador,
questiona o professor sobre qual foi a in�uência do etnólogo francês Lévi-Strauss (1908-
2009) em sua trajetória enquanto antropólogo, e Eduardo respondeu o seguinte:
2.2 Perspectivismo e Multinaturalismo na América
Indígena a partir de Eduardo Viveiros de Castro
O mais importante para mim é que devo a Lévi-Strauss a minha escolha
profissional. Cheguei à etnologia por vias transversas. Primeiro fui
sociólogo, nos anos 1960. Interessava-me por teoria literária e conheci
um grande professor (Luiz Costa Lima) que lia Lévi-Strauss na
perspectiva da análise do discurso. Foi ao participar de grupos de
trabalho sobre as Mitológicas que descobri que havia índios no Brasil: os
cursos de sociologia não os mencionavam, exceto a título de vestígios de
um passado distante. A sociologia brasileira estava focalizada em alguns
grandes temas: as cidades, a industrialização, a formação da classe
operária, o campesinato etc. Os índios praticamente não tinham lugar
nesse esquema. Os que ainda existiam estavam se tornando
camponeses ou apareciam como resíduos de um período ultrapassado
da história do país. Quando me dei conta de que esses índios ainda
Em um primeiro momento, a partir desse contexto, re�etiremos sobre as contribuições da
teoria do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro por meio do texto “O nativo relativo”, o
qual aponta, nas primeiras linhas, quem é o antropólogo: “que discorre sobre o discurso de
um ‘nativo’. O nativo não precisa ser especialmente selvagem, ou tradicionalista,
tampouco natural do lugar onde o antropólogo o encontra.” (CASTRO, 2002, p. 113).
De certo modo, podemos pensar o antropólogo como aquele pesquisador que está em
campo, in loco, investigando o seu “objeto” de pesquisa, no caso, o(s) indivíduo(s) de uma
sociedade determinada.
Segundo Castro (2002, p. 117), o antropólogo, necessariamente antes de iniciar sua
partida, procura saber sobre o nativo: “ele prede�ne e circunscreve os mundos possíveis
expressos por esse outrem”. Pois o nativo é aquele que testemunha a cultura em seu
discurso, e o antropólogo passa, então, a se relacionar com o nativo partindo do
pressuposto de que “são as variações que relacionam” e não o contrário.
Ou seja, “a relação de conhecimento é aqui concebida como unilateral, a alteridade entre o
sentido dos discursos do antropólogo e do nativo resolve-se em um englobamento.”
(CASTRO, 2002, p. 116).
Castro (2002, p 122), ao referenciar a linha do “perspectivismo”, pensou o “ponto de vista
do nativo sobre o ponto de vista”, isto é, levou em consideração o ponto de vista do outro,
no caso do nativo, e sua perspectiva de mundo.
O autor alerta, entretanto, que não se trata de interpretar o pensamento ameríndio, mas de
pensá-lo como “conceito”, “realizar uma experimentação” para extrair a partir das ideias
indígenas decisões, consequências para “determinar o solo pré-conceitual ou o plano de
imanência que tais conceitos pressupõem, os personagens conceituais que eles acionam,
e a matéria do real que eles põem.” (CASTRO, 2002, p. 123).
Nesse sentido, levar a perspectiva do nativo a sério levou Viveiros de Castro a questionar
pressupostos importantes da teoria antropológica, como a ideia de multiculturalismo.
Em uma palestra proferida em 2018, no SESC São Paulo, Eduardo Viveiros de Castro
apontou a sua posição metodológica. Seus estudos se interessam por desmontar a ideia
do etnocentrismo primitivo ou indígena, visto que muitas vezes o antropólogo se distancia
da cultura ameríndia e, ao se afastar dela, torna-se “menos humano”.
A precedência do “eu” enquanto “outro”, ou seja, a posição do “eu”, do sujeito, deduzida a
partir da posição inicial do “outro”, como ponto de vista privilegiado sobre si mesmo,
tornou-se uma forma de contestar esse “suposto etnocentrismo indígena”.
Para o autor, antes de pensar os índios no nosso mundo, primeiramente foi preciso levar
em consideração o pensamento e o mundo que eles constituíram, ou seja, o ponto de vista
teórico e político deles. A partir   daí, apresentou-se uma questão: era preciso pensar e agir
existiam e tinham um discurso de uma grande riqueza, filosoficamente
fascinante, decidi fazerum doutorado em Antropologia. Lévi-Strauss me
converteu à antropologia. Seu nome e sua obra têm para mim, portanto,
um valor pessoal. (CASTRO, 2009, p.197).
como os próprios índios. Viveiros de Castro, então, procurou estudar no Brasil sobre os
povos daqui.
A antropologia comparativa do pesquisador está embasada em associações míticas:
Viveiros de Castro propõe, de certo modo, uma equivalência das teorias cientí�cas
antropológicas com as concepções indígenas, principalmente no momento em que o
xamã Ianomâmi Davi Kopenawa escreve a quatro mãos com Bruce Albert, o livro A queda
do céu (2015). Destaca-se a obra literária “sob uma forma inteligível, no sentido de
devidamente traduzida e devidamente comentada por um pactário, alguém que fez um
pacto, como se diz, etnográ�co, com o seu interlocutor Ianomâmi.” (CASTRO, 2018, s/p).
Para compreender melhor o assunto, leia o livro A queda do céu – Palavras de um
xamã yanomami, de Davi Kopenawa e Bruce Albert. Tradução: Beatriz Perrone-Moisés.
Prefácio: Eduardo Viveiros de Castro. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
Acesse
(https://documentacao.socioambiental.org/documentos/A_QUEDA_DO_CEU.pdf)
VOCÊ QUER LER?
a minha maneira de trabalhar sempre foi um pouco parecida, em certo
sentido, com a maneira como Lévi-Strauss se define à imaginação
mítica ou analógica, como ele diz que o mito é o regime do ‘é que nem’,
‘é como’, ele diz, o mito resolve um problema dizendo: ‘esse problema é
que nem... um outro problema’, simplesmente você desloca a maneira
de resolver um problema é mostrar que esse problema é análogo a
outros problemas, e com isso você resolve o problema, em lugar de dar
uma solução nomotética qualquer. (CASTRO, 2018, s/p).  
https://documentacao.socioambiental.org/documentos/A_QUEDA_DO_CEU.pdf
O autor sugere levar o ponto de vista indígena a sério, compreendo-o como uma ciência,
com uma epistemologia própria de semânticas, sentidos e ideias que podem ser
diferentes do que nós, brancos, entendemos por “cultura” e “natureza”, por exemplo.
Há uma variação de sentidos em torno dos conceitos que são usualmente utilizados nas
pesquisas. Porém, antes de dizer que a cultura de um determinado grupo é de tal jeito, é
preciso saber o que estes entendem por cultura, quais elementos são mobilizados em
torno dessa ideia. Eventualmente, muito do que esses grupos dizem pode vir de encontro
com o que o ocidente entende, até porque o contato histórico fez com que todos se
apropriassem de certos “sentidos”.
Segundo o autor, as categorias da natureza e da cultura não possuem as mesmas
signi�cações ocidentais que as nossas, elas se diferem. Por exemplo, os animais, para os
indígenas, são gente “ou se veem como pessoas”. Os índios se reconhecem a partir de
“uma uniformidade básica dos corpos”.
Para grupos ameríndios, o mundo é habitado por diferentes seres, humanos e não
humanos, que possuem pontos de vista distintos. Porém, o ponto de vista é sempre de
humanidade. Uma onça, por exemplo, na concepção ameríndia, possui uma subjetividade,
uma agência, uma intencionalidade. Nos mitos, as onças falam, agem e interagem,
Os animais utilizam as mesmas categorias e valores que os humanos:
seus mundos, como o nosso, giram em torno da caça e da pesca, da
cozinha e das bebidas fermentadas, das primas cruzadas e da guerra,
dos ritos de iniciação, dos xamãs, chefes, espíritos etc. Se a lua, as cobras
e as onças veem os humanos como antas ou porcos selvagens, é
porque, como nós, elas comem antas e porcos selvagens, comida
própria de gente. Só poderia ser assim, pois, sendo gente em seu próprio
departamento, os não-humanos veem as coisas como ‘a gente’ vê. Mas
as coisas que eles veem são outras: o que para nós é sangue, para o
jaguar é cauim; o que para as almas dos mortos é um cadáver podre,
para nós é mandioca fermentando; o que vemos como um barreiro
lamacento, para as antas é uma grande casa cerimonial… (CASTRO,
2004, p. 239). 
praticam uma ação no mundo. Os indígenas não fazem ideia de uma representação, pois
isso é uma concepção dada para eles: os animais são seres sobrenaturais, possuem uma
visão própria de humanidade. Mas há uma diferença entre representação e perspectiva.
Ao re�etir sobre o perspectivismo ameríndio, Castro (2004) destaca esse conceito não o
apresentando como um relativismo, mas como um multinaturalismo, identi�cado como
um complexo de ideias próprio da ontologia ameríndia. Ou melhor, o perspectivismo
equivale ao multinaturalismo.
Castro (2004, p. 240) distinguiu esses conceitos na América indígena quando identi�cou
que: 
O perspectivismo se propõe a analisar o modus operandi das relações humanas e não
humanas no mundo ameríndio. Viveiros de Castro procura, então, compreender as
concepções indígenas sobre o mundo, sua constituição, os seres que nele habitam e se
relacionam.
Dessa forma, o autor percebe que no entendimento ameríndio há múltiplas naturezas. Ou
seja, a natureza não é algo universal, mas particular, especí�co de seres. Cada ser possui
um ponto de vista especí�co, único.
O que converge os diferentes pontos de vista é a humanidade, isto é, todo ser acredita ser
exclusivamente humano. A humanidade é o pano de fundo comum aos pontos de
vista  entre os seres da cosmologia indígena, pois eles têm intencionalidade, ação e
agência.
Sobre os conceitos de relativismo e multiculturalismo na antropologia, Castro (2004, p.
239-240) aponta que: 
o perspectivismo é um multinaturalismo, pois uma perspectiva não é
uma representação. Uma perspectiva não é uma representação porque
as representações são propriedades do espírito, mas o ponto de vista
está no corpo.
Esses dois conceitos também passaram a se equivaler, pois o autor menciona que o
relativismo é como um essencialismo espiritual, e analisa criticamente a potência
ameríndia de “fabricar o próprio corpo” por meio da dimensão ritual:
o relativismo cultural, um ‘multiculturalismo’, supõe uma diversidade de
representações subjetivas e parciais, incidentes sobre uma natureza
externa, una e total, indiferente à representação; os ameríndios propõem
o oposto: uma unidade representativa ou fenomenológica puramente
pronominal, aplicada indiferentemente sobre uma diversidade real. Uma
só ‘cultura’, múltiplas ‘naturezas’; epistemologia constante, ontologia
variável.
[...] cada cultura, assim como, cada pessoa possui uma essência, um
espírito, precisamente, o ‘zeitgeist’ o espírito cultural, o espirito do tempo,
o espirito da cultura, a inconsciência coletiva e assim por diante, que
distingue. E tínhamos sugerido que, na verdade, o pensamento indígena
 põe na   frente, digamos assim, a dimensão corporal como a dimensão
onde efetivamente o sentido, através da qual o sentido era   produzido. O
lugar do sentido estava no corpo, de certa maneira. Isso não significa
colocar o corpo no centro, significa colocar o corpo de certa maneira, na
frente, na frente do espírito, que aliás, é a posição que ele tem para os
índios. Ele oculta esse outro lado. O corpo tem um lado visível e um lado
que você não vê. [...] ‘A alma é aquela parte do corpo que a gente não
vê’. Então, enfim, é o outro   lado do corpo, de certa maneira. (CASTRO,
2018, s/p).
O autor identi�ca que a cosmologia ameríndia, em vez de se pautar por um viés
multicultural, se baseia numa ideia de várias naturezas, vários pontos de
vista/perspectivas. Isso faz com que a posição metodológica comparativa de Viveiros de
Castro rompa, de certa forma, com a ideia que foi por muito tempo central na antropologia
de multiculturalismo: a natureza humana/não humana é uma só, o que se diversi�ca são
as culturas.
Para �nalizar, Castro (2018) parafraseia a citação dos autores Deleuze e Guatarri, escrita
no livro Anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia (1972), quando eles indagaram: “mas por
que falar dos primitivos se é da nossa vida que se trata?”. Logo, o autor confessa que o
problema dessa sentença é apenas o mau uso da pontuação, e declara que o que precisa
ser feito é apenas interrogá-la de outra maneira.Assim, o pesquisador também nos
questiona: “por que falar dos primitivos? Porque é da nossa vida que se trata”.
Continue acompanhando!
Para iniciarmos o assunto, Luís da Câmara Cascudo (2016) será tomado como primeira
referência. Considerado um dos principais autores que se dedicou à cultura popular e ao
folclore brasileiro como temas de estudos, o autor inicia o tradicional livro sobre “Folclore
do Brasil” assim:
2.3 Folclore e cultura popular no Brasil, suas
ancestralidades, tradições e inovações
Todos os países do Mundo, raças, grupos humanos, famílias, classes
profissionais, possuem um patrimônio de tradições que se transmite
oralmente e é defendido e conservado pelo costume. Esse patrimônio é
milenar e contemporâneo. Cresce com os conhecimentos diários desde
que se integrem nos hábitos grupais, domésticos ou nacionais. Esse
patrimônio é o folclore. Folk, povo, nação, família, parentalha. Lore,
instrução, conhecimento, sabedoria, na acepção da consciência
individual do saber. Saber que sabe. Contemporaneidade, atualização
imediatista do conhecimento. Esse nome – Folk-Lore – foi criado por um
arqueólogo inglês, William John Thoms (1803-1885), propondo a
Para autor, o folclore é a cultura do povo, 
Cascudo (2016) logo confere destaque para o conjunto de saberes tradicionais populares
que são praticados pelas regiões do Brasil: entre eles, as festas tradicionais de São João,
Natal até Reis (em 6 janeiro), os bailes, o Carnaval, as danças, o Frevo, o Maracatu, os
folguedos.
denominação num artigo com esse título, publicado na revista The
Athenaeum, de Londres, a 22 de agosto de 1846, com o pseudônimo de
“Ambrose Merton”. Folk-Lore seria the lore of the people, a sabedoria do
povo. Tornou-se universal e comum. (CASCUDO, 2016, p. 3).
viva, útil, diária, natural. As raízes imóveis no passado podem ser
evocadas como indagações da antiguidade. O folclore é o uso, o
emprego imediato, o comum, embora antiquíssimo. (CASCUDO, 2016,
p.3). 
Bumba meu boi, Boi-calemba, Boi de Reis, Folguedo do boi, Boi-bumbá
no Maranhão, Pará, Amazonas, Três Pedaços em Alagoas (Porto da Rua,
Porto de Pedras), Boi de mamão em Santa Catarina e Paraná, é um dos
mais tradicionais autos, conservados pelo povo do norte e nordeste do
Brasil. (CASCUDO, 2016, p. 4). 
Assim como a capoeira, o banho de cheiro, as defumações, os mitos, os contos populares,
as anedotas, as adivinhações, "esses elementos têm uma literatura oral, versos, cantigas,
lendas, heróis, uma tradição viva" (CASCUDO, 2016, p. 3).
As bebidas e alimentos também ganham destaque, muitas histórias existem na
alimentação brasileira. Um pouco disso tudo constitui o nosso folclore brasileiro,
“pertencem, de modo geral, ao patrimônio de todos os povos da terra e são formas
convergentes de soluções encontradas nas culturas mais distantes." (CASCUDO, 2016, p.
3). 
Luís da Câmara Cascudo também escreveu a Antologia do folclore brasileiro, na qual
compilou mais de cem autores. O autor salientou a presença indígena "pela necessidade
do confronto com tradições populares que dela teriam nascido ou recebido inspiração e
reforço assimilativo." (CASCUDO, 2014, p. 6).
O pesquisador criou grupos de assuntos, con�ra!
Primeir
o grupo
Segund
o grupo
O �lme de �cção “A Antropóloga” (2011) retrata um conto mitomágico que habita o
imaginário cultural açoriano da ilha de Santa Catarina. As cenas se passam na própria
ilha, o cenário é a Costa da Lagoa da Conceição, um reduto açoriano povoado por
misticismo bruxólico.
Acesse (https://www.youtube.com/watch?v=ETopkQrJ6X8)
VOCÊ QUER VER?
https://www.youtube.com/watch?v=ETopkQrJ6X8
A importância do folclore, segundo Bráulio do Nascimento (1981) está por ser um dos
componentes que integra os traços culturais de um país. Ele destaca que os países
desenvolvidos exportam a inovação tecnológica para os países em desenvolvimento e
que, embora seja indispensável "ao progresso dessas nações e [adequada] a assegurar a
melhoria do nível de vida de suas populações, traz em seu bojo produtos culturais muitas
vezes con�itantes com a realidade local.” (NASCIMENTO, 1981, p. 9).
Isso se dá pela aceleração vertiginosa dos meios de comunicação em massa, e muitas
das vezes in�uenciam diversos produtos, causando uma espécie de “desorganização
cultural de comunidades”. Porém, é impossível frear certos fatores, pois essa é uma
característica da nossa civilização.
Terceiro
grupo
Você quer fazer uma visita virtual ao Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore?
Por meio de uma visita mediada online, você pode conhecer a história e os saberes da
região Nordeste e do Estado de Alagoas. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=L1vbYoh9JFs
(https://www.youtube.com/watch?v=L1vbYoh9JFs) 
VOCÊ SABIA?
O intercâmbio de conhecimento entre os povos é uma decorrência
natural do progresso científico e tecnológico, afastando-se cada vez
mais a ideia de isolamento das nações. A cultura popular pode intervir
como elemento moderador no processo cultural, pois dispõe de
https://www.youtube.com/watch?v=L1vbYoh9JFs
Como forma de preservar o palpável da nossa cultura popular, foi criado, em 1968, na
cidade do Rio de Janeiro, o Museu de Folclore Edison Carneiro, um lugar construído para
salvaguardar muitos objetos que pertencem à nossa cultura popular brasileira.
O acervo do museu conta com mais de 13 mil objetos. As coleções que con�guram as
áreas de exposição permanente no museu estão classi�cadas por via temática, entre elas:
a medicina popular; a religiosidade; o teatro de bonecos; e os temas: lúdica infantil;
danças e folguedos; instrumentos musicais; literatura de cordel; e artesanato.
Em especial, destacamos os objetos lúdicos.  Segundo Cáscia Frade (1981, p. 18), a lúdica
infantil compreende “o conjunto de jogos, brincadeiras e brinquedos que compõe o
universo dos divertimentos dos primeiros anos de vida do homem. [...] O brinquedo é a
peça, o objeto que sugere movimento.” Um exemplo é o pião de madeira fabricado em
Caruaru, no estado de Pernambuco.
As religiões de matrizes africanas também fazem parte do nosso folclore, com suas
saudações religiosas, ritos, danças, músicas, integrando a pluralidade de ritos
religiosos praticados no Brasil. Atualmente, em 20 de novembro é comemorado o dia
da Consciência Negra. Con�ra os registros fotográ�cos da comemoração realizada no
Parque Memorial Quilombo dos Palmares, localizado na Serra da Barriga, em Alagoas.
Acesse o link:
https://www.�ickr.com/photos/ministeriodacultura/albums/72157672910438194
(https://www.�ickr.com/photos/ministeriodacultura/albums/72157672910438194)
(https://www.�ickr.com/photos/ministeriodacultura/albums/72157672910438194) 
VOCÊ SABIA?
instrumentos próprios para o equilíbrio necessário ao seu harmônico
desenvolvimento. Sobre ela se debruçam mesmo os países
desenvolvidos, num esforço permanente de revitalização da cultura
nacional. (NASCIMENTO, 1981, p. 9).
https://www.flickr.com/photos/ministeriodacultura/albums/72157672910438194
https://www.flickr.com/photos/ministeriodacultura/albums/72157672910438194
Figura 5 - Pião de madeira
Fonte: Sousa Esos, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem acima, está uma foto de três cestos de vime
marrom, um deles está cheio de piões de madeira de
cor clara.
Sobre as danças, Maria de Lourdes B. Ribeiro (1981) comenta que o Brasil, desde a época
do povoamento estrangeiro, recebeu diversos modelos de danças. Muitas se
sobressaíram a partir de um caráter religioso, outras foram oriundas de crenças e da
sobrevivência de rituais indígenas e africanos.
O universo das danças folclóricas abrange também ciranda, carimbó, jongo, pau-de-�ta,
congada, catopé, etc. Há também os folguedos, festas populares lúdicas em que
aparecem bumba-meu-boi, boi-bumbá, Reis-do-boi, boi-de-mamão. Em 2018, na cidade de
Aracaju/SE, foi construído um monumento em homenagem aos movimentos de
identidade popular do estado. Na �gura a seguir, podemos observar O Largo da Gente
Sergipana, com a escultura de um bumba-meu-boi. 
Figura 6 - O Largo daGente Sergipana
Fonte: Leonidas Santana, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem acima está uma foto de uma escultura de
cimento em formato de um boi, com um par de chifres
de cor vermelha apontando para cima. A figura está
colorida de azul com detalhes em flores vermelhas e
pinturas centrais de amarelo. A cabeça também é
amarela.
Já os instrumentos musicais, segundo Aloysio de Alencar Pinto (1981), foram adotados e
transformados pelo povo, e mesmo aparecendo de forma secundária, sua importância é
fundamental. O instrumento é um elemento que faz parte do todo folclórico, subdividindo-
se em variados tipos/grupos.
Por exemplo, o conjunto de instrumentos de metais denominados Xerê de xangô, chocalho
e maracá são usados nas tradições da região de Alagoas, Espírito Santo e Paraíba. Ou, o
berimbau de origem africana, urucungo, popularizado na região da Bahia e usado em
jogos de capoeira para marcar o ritmo dos golpes obedecendo a uma “frequência rítmica”.
(PINTO, 1981, p. 52).
Figura 7 - Berimbau
Fonte: Dadalto, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem acima há uma foto do detalhe de um
instrumento musical utilizado na capoeira, o berimbau,
elaborado a partir de uma vara de bambu, uma cabaça
e um fio de nylon. Na imagem acima, o instrumento
apresenta as cores verde, amarelo e vermelho e
detalhes em preto e branco.
A literatura de cordel também é um meio de divulgação das histórias tradicionais da
cultura regional do Nordeste. Segundo Manuel Diégues Júnior (1981), a cultura popular foi
conservando e transmitindo esse tipo de prática literária. Ela consiste em pequenos
folhetos presos por um pequeno barbante no meio das páginas, formando um livreto
manual.
O conteúdo desse tipo de literatura se consistia em
O que mais chama a atenção para esse artefato são as ilustrações que acompanham os
textos. Os desenhos são elaborados a partir de xilogravura – uma técnica de gravura na
qual se entalham formas e �guras na madeira para depois reproduzi-las no papel ou em
qualquer outro suporte. 
Figura 8 - Folhetos de Literatura de Cordel
Fonte: rodrigo gavini, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem acima está uma foto de vários pequenos
cadernos de cordel, em tons claros de amarelo e azul.
Em uma das capas lê-se “Autor: Davi Teixeira. Título:
Assombração dos anos 70”. Aí, tem-se a ilustração de
uma figura humana sem cabeça ao lado de um sapo
gigante. Embaixo, está escrito “Literatura de Cordel -
lembrança de Pernambuco”. Outros títulos aparecem:
“O desafio dos bonecos Zé Buchada e Bastião” e “A
bolsa minha sogra”.
romances ou novelas de cavalaria, de amor, de narrativas de guerras ou
de viagens ou conquistas marítimas. [...] descrição de fatos recentes, de
acontecimentos sociais que prendiam a atenção da população.
(DIÉGUES JR, 1981, p. 56). 
Vera de Vives (1981, p. 72) relata que “o artesão folclórico é um intérprete da sabedoria e
das técnicas conservadas no meio popular. Herdeiro de tradições, ele as reproduz em seu
trabalho, inovando pouco, quanto a padrões, dimensões e formatos”.
Nesse sentido, destaca-se o artesanato. Objetos elaborados a partir de técnicas manuais,
e/ou com ajuda de utensílios que ajudam a fabricar, mas que não tiram as características
criativas e individuais de quem as emprega.
Não só objetos podem compor esse universo, a indumentária também compreende esse
todo; por exemplo, os trajes de um vaqueiro no Nordeste ou de um orixá com seus
adereços na indumentária da religião de tradição africana. Os materiais mais utilizados
pelos artesões são: a madeira, o metal, o barro, o couro, o algodão, as �bras vegetais e
animais, além da ressigni�cação de objetos do cotidiano.
As peças artesanais “correspondem sempre a uma realidade – utilidade ou tradição – do
cotidiano de quem as cria, ou da vida das comunidades onde são criadas. A grande
função dos objetos artesanais folclóricos é participar da vida” (VIVER, 1981, p. 72). Por
exemplo, a confecção da renda de bilro e das redes de pesca são práticas e técnicas
herdadas da cultura açoriana que fazem parte da história cultural da cidade de
Florianópolis/SC.
A autora Vives também comenta sobre as cerâmicas produzidas como objetos artesanais,
porém a região onde elas são fabricadas no Brasil diferem, com “características próprias e
distintas, que decorrem tanto do tipo de argila empregada quanto das formulações
plásticas e motivos de decoração escolhidos” (VIVES, 1981, p. 74). 
Que tal criar o seu próprio cordel? Re�ita acerca do
conteúdo do seu cordel. O que gostaria de contar?  Sobre
sua vivência com o lugar onde mora? Criar uma �cção?
Qual seria o conteúdo do seu cordel hoje? Separe umas
folhas de papel em tamanho A4 e, com criatividade,
construa um cordel.
VAMOS PRATICAR?
Figura 9 - Cerâmica tradicional de Tiradentes/MG
Fonte: Elena Skalovskaia, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem acima está uma foto de um conjunto
cerâmico representando uma figura animal, galinhas
brancas chocando pequeninos ovos sobre pratos.
Uma referência é a cerâmica tradicional mineira confeccionada no vale do rio
Jequitinhonha, que se distingue “pelos desenhos, produzidos em barros amarelos e
brancos – o Tauá – e frequentemente assume formatos antropomorfos.” (VIVES, 1981, p.
74). 
Em virtude dos aspectos mencionados que compõem a cultura popular brasileira,
retomamos o autor Bráulio Nascimento (1981, p. 9) ao considerar que “nenhuma cultura
permanece imune aos contatos externos, às in�uências várias determinadas pela
dinâmica social.” E dentro dessa dinâmica social, um tanto quanto dispersa, cabe a nós
re�etir também o quanto de inovação é acrescentada, incorporada, ano após ano, nas
tradições folclóricas, por exemplo: a tecnologia pode ser um ponto de acesso favorável.
Mas não devemos nos esquecer de sempre valorizar as nossas raízes culturais,
celebrações, tradições, estórias e saberes regionais, descobrindo, primeiro, a partir do
lugar onde vivemos. O que tem ao nosso redor? Quais são as manifestações populares e
artísticas que ainda sobrevivem à contemporaneidade? Essas são indagações que nos
fazem pensar em como preservar os gestos e narrativas da nossa cultural imaterial, que
também é nosso patrimônio. 
Ainda na atualidade, são poucas as pesquisas acadêmicas que tratam do tema do
folclore e da cultura popular. Compartilho com vocês a pesquisa de mestrado da
professora Sônia Laiz Vernacci Velloso (2017), da linha de pesquisa em Teatro,
Sociedade e Criação Cênica, “Ponto de Cultura Arreda Boi: perspectivas da brincadeira
do Boi-de-mamão numa experiência de Política Pública”.
Velloso (2017) buscou lançar um olhar sobre “a brincadeira popular do Boi-de-mamão,
tradicional no litoral catarinense, a partir do grupo Arreda Boi da localidade da Barra
da Lagoa, situada no município de Florianópolis”. O trabalho parte da experiência da
autora, enquanto participante do grupo. Ela observou e narrou, por meio das suas
vivências de artista e arte educadora, junto aos integrantes, uma autoetnogra�a sobre
um tema folclórico da cidade de Florianópolis/SC.
Disponível em:
https://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000046/0000460a.pdf
(https://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000046/0000460a.pdf).
ESTUDO DE CASO
(ATIVIDADE NÃO PONTUADA)
TESTE SEUS CONHECIMENTOS
https://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000046/0000460a.pdf
Leia o trecho a seguir:
“O número de instrumentos criados, adotados e transformados pelo
povo é muito grande. Esta multiplicidade de instrumentos empregada na
manifestação folclórica tem sido documentada por estudiosos e
continua sendo descoberta, pois uma das características do folclore é a
sua dinâmica, constante renovação e trans�guração. A função destes
instrumentos é muito importante, mesmo quando parece secundária”.
(PINTO, 1981, p. 44).
 
PINTO, A. Instrumentos musicais. In: FUNARTE. Instituto Nacional do
Folclore. Coleção Museus brasileiros-5: Museu de Folclore Edison
Carneiro. Rio de Janeiro, 1981.
 
Considerando o contexto apresentado acima, avalie as seguintes
proposições:
 
I. O compositor HeitorVilla-Lobos utilizou muitas temáticas populares
em suas músicas.
II. Os instrumentos di�cilmente se sobressaem em cantos.
III. Os metais xerê de xangô, chocalho e maracá são provenientes dos
estados de Alagoas, Espírito Santo e Paraíba.
IV. Na Bahia se encontra o trio de metais adjá, o triângulo e o agogô. 
 
Está correto o que se a�rma em:
a. I, II e III
b. I, II e IV
c. I e III
d. II e III
e. I, III e IV
E assim chegamos ao �m de nosso estudo!
VERIFICAR
Concluímos a unidade, na qual percorremos um antigo Brasil, identi�cando questões
relativas aos diferentes povos que por aqui habitaram. Localizamos alguns principais
sítios arqueológicos, abordando características e tradições, como os sambaquis, a
diversidade da arte e cultura dos povos indígenas, com destaque para as cerâmicas
Marajoara, Santarém, Tupiguarani e Jê. A partir dos estudos de Viveiros de Castro,
compreendemos a importância da tradição oral, dos ritos e mitos na cultura ameríndia.
Além disso, apresentamos o folclore e a cultura popular no Brasil, suas ancestralidades,
tradições e inovações.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
CONCLUSÃO
aprender sobre tradições arqueológicas;
ter conhecimento sobre a rica e diversa produção cultural herdada
dos povos pré-histórico e indígenas;
conhecer uma pesquisa etnográ�ca antropológica comparativa;
reconhecer as diferentes formas de apropriação e difusão do
folclore e cultura popular;
compreender a importância das tradições populares e folclóricas
brasileira no contexto latino-americano.
Clique para baixar conteúdo deste tema.
CASCUDO, L. Antologia do Folclore Brasileiro: volume 1. São Paulo: Global, 2014. 
CASCUDO, L. Folclore do Brasil: pesquisa e notas. São Paulo: Global, 2016. 
CASTRO, E. Conferência com Eduardo Viveiros de Castro. 2018. 1 vídeo (1h
40min.). Disponível em: (https://www.youtube.com/watch?
v=neWz33m6dgI&ab_channel=SescS%C3%A3)https://www.youtube.com/watch?
v=neWz33m6dgI&ab_channel=SescS%C3%A3 (https://www.youtube.com/watch?
v=neWz33m6dgI&ab_channel=SescS%C3%A3). Acesso em: 2 maio 2021.
CASTRO, E. Claude Lévi-Strauss por Eduardo Viveiros de Castro. Eduardo Viveiros
de Castro (entrevista). In: Estudos avançados, v. 23, n. 67. São Paulo, 2009.
Disponível em: (https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
40142009000300023)https://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0103-40142009000300023
(https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
40142009000300023). Acesso em: 2 maio 2021.
CASTRO, E. O Nativo relativo. In: Mana v. 8, n. 1, p.113-148. Rio de Janeiro, abr.
2002. Disponível em:
(https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/1422/viveiros_nativo_rel
ativo.pdf?
sequence=)https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/1422/viveiros
_nativo_relativo.pdf?sequence=
(https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/1422/viveiros_nativo_rel
ativo.pdf?sequence=)1. Acesso em: 2 maio 2021.
CASTRO, E. Perspectivismo e Multinaturalismo na América indígena. In: O que nos
faz pensar, [S.l.], v. 14, n. 18, p. 225-254, set. 2004. Disponível em:
(http://oquenosfazpensar.�l.puc-
rio.br/import/pdf_articles/OQNFP_18_13_eduardo_viveiros_de_castro.pdf)http://o
quenosfazpensar.�l.puc-
rio.br/import/pdf_articles/OQNFP_18_13_eduardo_viveiros_de_castro.pdf
(http://oquenosfazpensar.�l.puc-
rio.br/import/pdf_articles/OQNFP_18_13_eduardo_viveiros_de_castro.pdf).
Acesso em: 2 maio 2021. 
DIÉGUES JÚNIOR, M. Literatura de Cordel. In: FUNARTE. Instituto Nacional do
Folclore. Coleção Museus brasileiros-5: Museu de Folclore Edison Carneiro. Rio de
Janeiro, 1981.
Referências
https://www.youtube.com/watch?v=neWz33m6dgI&ab_channel=SescS%C3%A3
https://www.youtube.com/watch?v=neWz33m6dgI&ab_channel=SescS%C3%A3
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142009000300023
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142009000300023
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/1422/viveiros_nativo_relativo.pdf?sequence=
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/1422/viveiros_nativo_relativo.pdf?sequence=
http://oquenosfazpensar.fil.puc-rio.br/import/pdf_articles/OQNFP_18_13_eduardo_viveiros_de_castro.pdf
http://oquenosfazpensar.fil.puc-rio.br/import/pdf_articles/OQNFP_18_13_eduardo_viveiros_de_castro.pdf
FRADE, C. Lúdica Infantil. In: FUNARTE. Instituto Nacional do Folclore. Coleção
Museus brasileiros-5: Museu de Folclore Edison Carneiro. Rio de Janeiro, 1981.
GOMES, A. Perspectivas interpretativas no estudo de esculturas zoomór�cas
pré-colonias do litoral sul do Brasil. Dissertação de mestrado. Universidade
Federal do Paraná. Curitiba, 2012. Disponível em:
(https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/32169/R-%20D%20-
%20ANGELA%20A.%20DE%20OLIVEIRA%20GOMES.pdf?
sequence=1&isAllowed=y)https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/32
169/R-%20D%20-%20ANGELA%20A.%20DE%20OLIVEIRA%20GOMES.pdf?
sequence=1&isAllowed=y
(https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/32169/R-%20D%20-
%20ANGELA%20A.%20DE%20OLIVEIRA%20GOMES.pdf?
sequence=1&isAllowed=y). Acesso em: 1 maio de 2021.
GUIDON, N. As ocupações Pré-históricas do Brasil (excetuando a Amazónia). In:
CUNHA, Manuela Carneiro da (org.). História dos índios no Brasil. São Paulo:
Companhia das Letras, Secretaria Municipal de Cultura, FAPESP, 1992. Disponível
em:
(http://www.etnolinguistica.org/historia)http://www.etnolinguistica.org/historia
(http://www.etnolinguistica.org/historia). Acesso em: 30 abr. 2021.
LATTES, Currículo. Eduardo Batalha Viveiros de Castro. 2021. Disponível em:
http://lattes.cnpq.br/7248541150222692. Acesso em: 2 maio 2021.
NASCIMENTO, B. Introdução. In: FUNARTE. Instituto Nacional do Folclore. Coleção
Museus brasileiros-5: Museu de Folclore Edison Carneiro. Rio de Janeiro, 1981. 
PINTO, A. Instrumentos musicais. In: FUNARTE. Instituto Nacional do Folclore.
Coleção Museus brasileiros-5: Museu de Folclore Edison Carneiro. Rio de Janeiro,
1981.
PROUS, A. Arte pré-histórica do Brasil. Belo Horizonte: C/Arte, 2011. Disponível
em: (https://leaarqueologia.�les.wordpress.com/2016/07/a-arte-prc3a9-
histc3b3rica-do-brasil-andrc3a9-
prous.pdf)https://leaarqueologia.�les.wordpress.com/2016/07/a-arte-prc3a9-
histc3b3rica-do-brasil-andrc3a9-prous.pdf
(https://leaarqueologia.�les.wordpress.com/2016/07/a-arte-prc3a9-histc3b3rica-
do-brasil-andrc3a9-prous.pdf). Acesso em: 30 abr. 2021.
RIBEIRO, M. Danças e folguedos. In: FUNARTE. Instituto Nacional do Folclore.
Coleção Museus brasileiros-5: Museu de Folclore Edison Carneiro. Rio de Janeiro,
1981.
SILVA, C. O Legado da História: as pinturas rupestres dos sítios arqueológicos da
Serra da Capivara – PI. In: Revista do Departamento de História e do Programa de
Pós-Graduação em História do Brasil da UFPI. Teresina, v. 7, n. 1, jan./jun. 2018.
https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/32169/R-%20D%20-%20ANGELA%20A.%20DE%20OLIVEIRA%20GOMES.pdf?sequence=1&isAllowed=y
https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/32169/R-%20D%20-%20ANGELA%20A.%20DE%20OLIVEIRA%20GOMES.pdf?sequence=1&isAllowed=y
http://www.etnolinguistica.org/historia
http://www.etnolinguistica.org/historia
https://leaarqueologia.files.wordpress.com/2016/07/a-arte-prc3a9-histc3b3rica-do-brasil-andrc3a9-prous.pdf
https://leaarqueologia.files.wordpress.com/2016/07/a-arte-prc3a9-histc3b3rica-do-brasil-andrc3a9-prous.pdf
Disponível em:
(https://ojs.ufpi.br/index.php/contraponto/article/viewFile/8513/5124)https://ojs.
ufpi.br/index.php/contraponto/article/viewFile/8513/5124
(https://ojs.ufpi.br/index.php/contraponto/article/viewFile/8513/5124). Acesso
em: 1 maio 2021. 
TURCHETTI, N. A história em cacos: a cultura material Jê pré-colonial – Sítio Lito-
cerâmico Mato Seco, São Gonçalo do Abaeté, Minas Gerais. Dissertação de
mestrado – Universidade Federal de São João Del-Rei. São João Del-Rei, 2018.
Disponível em: (https://www.ufsj.edu.br/portal2-
repositorio/File/pghis/DissertacaoNataliaTurchetti.pdf)https://www.ufsj.edu.br/po
rtal2-repositorio/File/pghis/DissertacaoNataliaTurchetti.pdf(https://www.ufsj.edu.br/portal2-
repositorio/File/pghis/DissertacaoNataliaTurchetti.pdf). Acesso em: 2 maio 2021. 
 
VELLOSO, S. Ponto de Cultura Arreda Boi: perspectivas da brincadeira do Boi-de-
mamão numa experiência de Política Pública. Dissertação de mestrado.
Universidade do Estado de Santa Catarina. Florianópolis, 2017. Disponível em:
(https://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000046/0000460a.pdf)https
://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000046/0000460a.pdf
(https://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000046/0000460a.pdf).
Acesso em: 5 maio 2021.
VIVES, V. Artesanato. In: FUNARTE. Instituto Nacional do Folclore. Coleção
Museus brasileiros-5: Museu de Folclore Edison Carneiro. Rio de Janeiro, 1981.   
https://ojs.ufpi.br/index.php/contraponto/article/viewFile/8513/5124
https://ojs.ufpi.br/index.php/contraponto/article/viewFile/8513/5124
https://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/pghis/DissertacaoNataliaTurchetti.pdf
https://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/pghis/DissertacaoNataliaTurchetti.pdf
https://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000046/0000460a.pdf
https://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000046/0000460a.pdf

Continue navegando