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LÍVIA FIGUEIREDO UNIDADE 03 Direito Empresarial Unidade 03 | Introdução Há várias formas de dissolução das sociedades, parcial ou total: transformação, incorporação, fusão, cisão e falência, que é a morte da pessoa jurídica. Como forma de evitar a falência, foi criada a recuperação judicial ou extrajudicial, a partir da visão de que uma empresa falida tem forte impacto no nicho de mercado ocupado por ela, onerando a sociedade em geral e o Estado. Unidade 03 | Objetivos 1. Interpretar as alterações nos diferentes tipos empresariais. 2. Identificar as consequências jurídicas nas mudanças societárias. 3. Identificar e compreender a recuperação judicial e extrajudicial. 4. Explicar a falência e suas consequências. Dissolução das Sociedades Empresárias Sócios se unem por interesse e esforço comum. Se separam por ruptura da affectio societatis, prejuízos, desinteresse na relação societária, fim do tempo pré-determinado de vida da sociedade, etc. Comparada ao divórcio ● afastamento de um sócio, continuando a sociedade com os demais ou novo sócio, ● fim da empresa com liquidação da sociedade pela vontade dos sócios ou acionistas; ● incorporação por outra empresa; ● falência. Ruptura das relações de sociedade implicações fiscais e jurídicas importantes. Entre o nascimento e a morte das empresas, mudanças ocorrem ... Transformação: mudança de um tipo societário para outro. ● independe da dissolução e liquidação das sociedades; ● obedece regras para constituição e registro das sociedades; ● na falta de previsão contratual - estatutária todos os sócios ou acionistas devem autorizar (na sociedade com affectio societatis sócio discordante pode deixá-la); ● prevista em lei quando há mudança de faixas de faturamento (MEI, Microempresa, Empresa de Pequeno Porte); ● direito dos credores nunca é afetado. Concentração empresarial ● art. 116, do CC: absorção de uma ou várias sociedade por outra, que as “sucede em todos os direitos e obrigações, devendo todas aprová-la, na forma estabelecida para os respectivos tipos”. ● art. 227, Lei 6.404/76: “operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações”. ● OBS: a) regras são diferentes para as sociedades de pessoas e as de capital. ○ b) credores de ambas empresas não são prejudicados. =Incorporação Fusão Duas ou mais sociedades são extintas e nova empresa é formada: ela assume direitos e obrigações, passivo e ativo das empresas fundidas (art. 1.119, CC, art. 228, Lei 6.404/76). Necessária previa aprovação em assembleia geral, de todas as empresas interessadas, e consenso da maioria dos acionistas com direito a voto. Necessária também a aprovação do novo ato constitutivo da nova sociedade, bem como o plano de distribuição do capital social, com nomeação de peritos para a avaliação do patrimônio da sociedade. Cisão: Art. 229. A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão. Cisão total: 100% do patrimônio é incorporado a duas ou mais empresas, a serem criadas ou já existentes. Empresa cindida é extinta e as sucessoras assumem a todos os direito e obrigações. Cisão parcial: patrimônio da empresa cindida é desmembrado e parte é transferido para uma ou mais empresas incorporadoras, já existentes ou a serem criadas. A empresa cindida não é extinta, mas seu patrimônio é reduzido. Os direitos e obrigações são divididos entre as partes. OBS: redução do capital não é obrigatoriamente diminuição de valor de mercado. Direito de terceiros Ação de anulação Demandados consignam judicialmente valores : pedido anulatório prejudicado pelo cumprimento da obrigação. Empregador sucessor: garante todos os direitos laborais vigentes no momento da sucessão (arts. 10 e 10-A CLT). ATENÇÃO: art. 232, Lei 6.404/76 - 60 dias. Parcialmente revogado pelo CC que tem prazo mais benéfico: 90 dias para ação anulatória. Prazo decadencial. Credores prejudicados - anulação judicial dos atos autorizadores da incorporação, fusão ou cisão: 90 dias após publicação. Prazo Decadencial. Proibida: rescisão contratual laboral como consequência imediata de mudanças societárias. Regras - dissolução de sociedades Sentido genérico: fim da personalidade jurídica da sociedade empresária. Sentido estrito: firma do documento de encerramento por sócios ou acionistas ou trânsito em julgado de sentença de anulação dos atos de constituição ou de falência ordenando o encerramento. Nomeação de liquidante. Perda da personalidade jurídica: após liquidação e extinção. Súmula 435, STJ: “Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente“. Total ou Parcial Liquidação: conjunto de atos para realização do ativo, quitação do passivo, partilha ou transferência de saldo eventual para sócios ou acionistas. Regras - dissolução de sociedades - cont. Resolução de acordo com ritos e formalidades legais. Regularidade dos registros das empresas nas Juntas Comerciais prova: Pagamento de credores na ordem de preferência ou de acordo com a Lei 11.101/2005, se houver falência (arts. 1.033 à 1.038 e 1.102 a 1.112, CC). Atenção: NÃO EXISTE LEGALMENTE “dissolução irregular de sociedade”. Inobservância de lei = ato ilícito civil (sem prejuízo de reflexos penais, tributários e/ou administrativos). O STJ, na súmula 435, reconhece por presunção uma situação fática que tem reflexos legais. Responsabilidade dos sócios com quitação de débitos fiscais ou não fiscais: independe de dolo, suficiente a culpa (art. 135, III, CTN, c/c art. 10, Dec. 3.078/19 e art. 158, Lei 6.404/78). Ubi eadem ratio ibi eadem legis dispositio Onde existe a mesma razão, aí se aplica o mesmo dispositivo legal. Regime de constituição Regime de dissolução (472, do CC) ● Estatutário = ata de votação de dissolução aprovado em assembleia-geral. ● Contratual = distrato firmado por todos os sócios. Regras - dissolução de sociedades - cont. Dissolução de Sociedades Anônimas - Judicial ou Extrajudicial - (art. 206, Lei 6.404/76) a) De pleno direito: independe da vontade das partes, previsão contratual ou estatutária da duração da empresa; deliberação em assembleia geral; existência de único acionista nas datas das assembleias-gerais no prazo de um ano; e, extinção por imposição ou previsão legal. b) Decisão judicial transitada em julgado: anulação da constituição da empresa; descumprimento da finalidade da empresa em ação proposta por ao menos 5% dos acionistas; decretação de falência. c) Decisão de autoridade administrativa: exige previsão legal. Ex: não renovação ou cassação de alvará, interdição pelos bombeiros ou pela segurança civil, proibição para o exercício da atividade empresarial no local onde está estabelecida, etc. Dissolução Parcial da Sociedade: Sócio retirante: empresa segue com sócios remanescentes ou novos sócios data de resolução das sociedades art. 605, CPC. Diminuição do patrimônio: evitada com integralização do valor pelos demais sócios ou admissão de novo sócio que integralize o valor da perda. I - falecimento do sócio: a do óbito; II - retirada imotivada: sexagésimo dia seguinte ao recebimento, pela sociedade, da notificação do sócio retirante; III - recesso: dia do recebimento, pela sociedade, da notificação do sócio dissidente; IV - retirada por justa causa de sociedade por prazo determinado e na exclusão judicial de sócio: trânsito em julgado da decisão que dissolver a sociedade; e V - exclusão extrajudicial: data da assembleia ou reunião de sócios que a tiver deliberado. Dissolução Parcial da Sociedade – cont. Direito de Retirada: princípio da liberdade das convenções(art. 1.029, CC c/c 599, CPC). Exclusão ou Expulsão de sócio: só por sentença judicial, em ação impetrada pela maioria dos sócios, provando-se cometimento de falta grave no cumprimento das obrigações societárias ou incapacidade superveniente do retirante (art. 1.030, CC). ● Sociedade dissolvida, liquidada, valor das cotas divididas entre sócios remanescentes e herdeiros do sócio morto. ● Quotas pertencentes ao morto são liquidadas, dinheiro entregue aos herdeiros, sociedade segue com sócios remanescentes. ● Aplica-se as regras cordadas no contrato social. Morte de sócio (1.028, CC): Dissolução Total da Sociedade – Fim da Personalidade Empresária Rompimento definitivo dos vínculos contratuais ● consenso dos sócios; ● deliberação por maioria absoluta; ● falta de pluralidade de sócios por mais de 180 dias; ● outras possibilidades acordadas em contrato (art. 135, CC). ● vencimento do prazo de vida estabelecido em contrato (art. 1.033, CC); ● extinção de autorização do Estado (bancos, seguradoras, defesa civil, etc); ● decretação judicial de falência. (arts. 1.044 e 1.087, CC c/c Lei 11.101/2005); ● trânsito em julgado: ação de anulação de constituição de sociedade, exaurimento do fim social ou inexequibilidade (art.1034, CC). Sociedade não é dissolvida por falta de pluralidade de sócios se o remanescente registra pedido de transformação na Junta Comercial em 180 dias (§ único, art. 1.033, CC). Liquidação das Sociedades: fase pós dissolução Negociações suspensas - Iniciadas antes da dissolução devem ser ultimadas sequência de atos - providências legais e administrativas tomadas pelo liquidante nomeado, com o objetivo de realizar o ativo e convertê-lo em dinheiro, quitar o passivo e dividir o saldo entre os sócios. ● Extrajudicial (voluntária, consensual ou amigável): comum acordo. Sócios nomeiam liquidante e estabelecem as regras para liquidação: acordo imutável e perene exceto por consenso unânime entre as partes ou anulação judicial provado vício de consentimento, simulação, etc. ● Judicial: falta de consenso entre os sócios sobre nomeação do liquidante e/ou sobre regras da liquidação. Liquidação judicial é sempre feita pelo procedimento comum (parágrafo 3°, arts. 1.046 e 318, CPC, c/c art. 1.111, CC). Liquidação das Sociedades – cont. ● Convoca e preside reunião ou assembleia ; ● Resolve questões suscitadas; ● Manda juntar ata no processo. Processo Juiz -art. 1.112, CC Liquidante 1.1105, CC ● Obrigatório apenas na liquidação total; ● Administra processo e às vezes a sociedade até a extinção: levanta balanços, arrecada ativos, paga passivos, etc; ● Pessoa estranha à sociedade ou um dos sócios: atuação não configura mandato. Poderes vêm da lei; ● Inclui “em liquidação” na razão social (art. 212, Lei 6.404/76); ● Não pode gravar móveis / imóveis com ônus reais nem contrair dívidas sem autorização contratual ou judicial; ● Pode contratar empréstimos bancários. Liquidante Obrigações e responsabilidade: equiparados aos administradores da sociedade liquidanda (art. 1.104, CC). Liberdade de atuação imprescindível , para tomada das melhores decisões patrimoniais Deveres: art. 1.103 CC Trabalho – contratual ou nomeação judicial - natureza privada Dever : prestar contas a sócios e/ou Juízo (art. 154 e 155, LRF, c/c 217, Lei 6.404/76) Remuneração: acordo entre interessados na extrajudicial e arbitrada na judicial (analogia art. 24 LRF: 5% da venda dos bens da sociedade; 2% - ME e EPP). Liquidação Extrajudicial Aprovação de contas assembleia-geral ou aceitação dos sócios ● Liquidação encerrada. ● Sociedade extinta. ● Averbação - Junta Comercial. Liquidação Judicial – CPC (art. 1.111, CC) Juiz ● julga contas e liquidação. ● sentencia a extinção da sociedade. ● oficia a Junta Comercial. Atenção: Lei 13.874, 20.9.2019. Mudou profundamente esse instituto Desconsideração da Pessoa Jurídica atinge bens particulares de sócios e administradores para pagamento de credores; abuso da personalidade jurídica, praticado com desvio de finalidade ou confusão patrimonial (art. 50, CC). Medida judicial extrema Imperativo ● beneficio direto ou indireto do abuso da personalidade jurídica.● utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza. exige prova do dolo: vontade livre e consciente de praticar ato abusivo e obter resultado danoso. Lei diz “PROPÓSITO” Desconsideração da Pessoa Jurídica Culpa: não a autoriza ● ausência real de separação dos bens dos sócios e administradores dos bens da pessoa jurídica; e ● prática reiterada de atos que indiquem confusão de obrigações dos particulares e da empresa pessoa jurídica. Confusão patrimonial Grupo econômico Exemplo: transferência de ativos que não são dividendos; prática de atos que demonstre ausência de autonomia patrimonial. responsabilidade limitada às empresas do grupo que real e efetivamente se beneficiaram do abuso da personalidade. Desconsideração da Pessoa Jurídica - Cont... Objetivo da Lei 13.874, 20.9.2019 Simples alteração de finalidade ou expansão de atividades não a autoriza ● Dar segurança jurídica aos sócios e administradores; ● Especificar claramente como bens pessoais podem ser atingidos para pagar dívidas da sociedade. Dificulta a prova de condutas abusivas. Desconsideração deve ser pleiteada através de incidenteprocessual, inclusive nos juizados especiais, quando o pedido não for feito na inicial (arts. 133 a 137 e 1.062, CPC). Limita responsabilidade dos sócios. Crises empresariais patrimoniais, econômicas ou financeiras Resultam de: má administração, desentendimento entre sócios, fenômenos naturais, concorrência desleal, falta ou excesso de insumos, diminuição do consumo, atraso tecnológico, linha de produção ultrapassada, dentre outros. RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS - Lei 11.101/2005 - LRF Norma eclética: reúne normas administrativas, civis, processuais e penais; Regulamenta: recuperações extrajudicial e judicial, e falência do empresário individual e da sociedade empresária; Base: princípio da preservação da empresa e sua função social; Norte: proteção da atividade econômica através da valorização do trabalho humano e da livre iniciativa; Alia: preservação de empregos e justiça social ao lucro e à saúde da economia nacional (art. 170, CF). RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS – cont... Crise econômica: pouco grave. Empresa não vende produtos e serviços suficientes para pagar custos = inadimplemento eventual = incapacidade de cumprir obrigações líquidas e certas nos prazos corretos. Crise financeira: mais grave. Fluxo de caixa insuficiente para pagar obrigações = iliquidez, incapacidade provisória para cumprir obrigações, apesar da empresa ter ativo suficiente para quitar dívidas vencidas e vincendas. Crise patrimonial: muito grave. A ativo inferior ao passivo = insolvência = incapacidade definitiva para pagamento de obrigações = falta de bens e direitos para cobri-las. Lei 11.101, não se aplica a: empresas públicas e sociedades de economia mista, instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores (art. 2°, LRF). RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS – cont... Insolvência civil: até a edição de lei especial que regulamente o tema, são processados e julgados de acordo com os arts. 758 a 786-A do CPC/1939 c/c art. 1.052 do CPC/2015. Recuperação e falência = podem pedir = empresário ou sociedade empresária, pessoa jurídica que caracterize empresa RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS – cont... Fins falimentares: irrelevante o registro na Junta Comercial. Sociedades não personificadas ou com irregularidades registrais: podem ter falência decretada, nas não podem pedir autofalência ou falência de terceiros, pois não atendem os arts. 105 e 106,c/c art. 97, da Lei 11.101/2005. Atividades Rurais Recuperação judicial e falência: necessária equiparação à sociedade empresária pelo registro na Junta Comercial (arts. 971 e 984, CC). Lei 11.101/2005: é aplicada subsidiariamente à Lei 6.024/74, que trata da intervenção e à liquidação extrajudicial de instituições financeiras Instituições financeiras: fiscalizadas pelo Banco Central que estabelece um regime de administração especial temporária para recuperação de instituições financeiras privadas e públicas não federais (Dec. 2.321/1987). Sociedades Cooperativas não são sujeitas à falência. Regime Especial Art. 76, 5.764/71: após publicação da ata de extinção – moratória de 01 ano com suspensão de todas as ações judiciais contra a cooperativa para facilitar a recuperação econômica. Objetivo: manter integridade do sistema cooperativo, a bem do interesse público: Aspectos processuais relevantes da LRF Competência para recuperação e falência: Juízo da Falência estadual do principal estabelecimento do devedor ou da filial que tenha sede no estrangeiro. Prevento para pedidos relativos ao mesmo devedor (art. 3° c/c § 8°, art. 6°, LRF). Exceção: Súmula 480, do STJ “O juízo da recuperação judicial não é competente para decidir sobre a constrição de bens não abrangidos pelo plano de recuperação da empresa.” Suspensão até 180 dias do deferimento da recuperação judicial ● Prescrição, ações e execuções judiciais ● Exceção: ações ilíquidas, trabalhistas e as execuções fiscais. Trâmite segue normal nas especializadas (art. 6º e § 1º, 2º e 7º, LRF). Após, credores podem impetrar e prosseguir com execuções e ações. (§ 4°, art. 6°, LRF) ATENÇÃO - art. 6°, caput: SUSPENDE a prescrição, NÃO a interrompe. Enunciado n. 43 - CJF/STJ: "suspensão das ações e execuções previstas no art. 6º da Lei n. 11.101/2005 não se estende aos coobrigados do devedor”. Créditos alimentares (trabalhistas, honorários advocatícios, etc): devem ser habilitados na recuperação e na falência em concurso com demais credores. Administrador nomeado Balanço: levantamento contábil - créditos e débitos contra o devedor (documentos de credores, livros contáveis e fiscais, etc (art. 7°, LRF). Balanço publicado: habilitação de créditos remanescentes/ divergentes - 15 dias - (petição: qualificação do credor, valores, comprovantes, etc (§ 1°, art. 7° c/c art. 9°, LRF). Após habilitações e divergências: publicação de edital com relação consolidada de credores. (§ 2°, art. 7°, LRF). Eventual omissão: sanada por decisão judicial. MP, devedor, credores - 10 dias - impugnar relação de credores: ilegitimidade, ausência de crédito, valores divergentes, prescrição, etc. (art. 8°, LRF). Credores retardatários: Habilitação após os 15 dias. Sem direito a voto na assembleia-geral de credores na recuperação judicial, e sem direito a rateios na falência. (§ 1° e 2°, art. 10, LRF). Impugnações às habilitações: autuadas em separado, autos apartados, apensos à ação principal (§ único, art. 13, LRF). Administrador judicial ● Auxiliar do juiz: Não representa credores ou devedores; ● Administra: trâmites administrativos ; ● Fiscaliza: a gestão na recuperação; ● Gere: o negócio na falência, sozinho ou em concurso com auxiliares. (art. 21, LRF) ● Renúncia: pode pedir a própria destituição (§ 3°, art. 24, c/c inc. III, art. 22, LRF). ● Administrador relapso: intimado pessoalmente para sanar problema - 5 dias. ● Prazo in albis: destituído em decisão motivada e justificada. ● Substituito: faz relatórios, organizar as contas, explica responsabilidades do antecessor (art. 23 e § único, LRF). ● Remuneração extraconcursal: administrador e auxiliares são pagos antes dos demais credores (art. 25, LRF). Deveres do administrador: comuns ou não à recuperação e à falência. a) Comuns: enviar correspondência aos credores; fornecer informações aos credores e interessados; dar extrato dos livros (fé de ofício) para habilitações e impugnações de créditos; exigir informações dos credores, devedor ou seus administradores, etc. (art. 22, inciso I, letras a-i LRF). b) Específicos - Recuperação Judicial: fiscalizar atividades do devedor e cumprimento do plano de recuperação judicial; requerer falência; apresentar relatório mensal das atividades do devedor; etc. (art. 22, inciso II, letras a-d). c) Específicos - Falência: avisar, via DO, lugar e hora em que, diariamente, os credores tem à disposição livros e documentos do falido; examinar escrituração; relacionar processos, assumir representação judicial da massa falida; receber correspondência, e abrir a entregando ao devedor o que não interessar à massa; etc. (art. 22, III, letras a-r). Administrador: remuneração fixada pelo juiz, inclusive periodicidade de pagamentos; 40% são pagos somente após a apresentação das contas e relatório final. (art. 24, c/c 24, LRF) Devedor ou massa falida: dever de pagar o administrador judicial e as pessoas contratadas para ajudá-lo. (art. 25, LRF) Destituição ou renúncia: pagamento proporcional ao trabalho realizado. Inércia, culpa, dolo, descumprimento das obrigações legais: perda do direito à remuneração. (parágrafo 3°, art. 24, LRF) Remuneração do Administrador e Auxiliares Comitê de credores Órgão facultativo para fiscalização e representação dos credores na recuperação judicial e na falência, com poderes decisórios. São remunerados com eventuais sobras de caixa. Supre a convocação da universalidade de credores em decisões simples e complexas. Na sua falta, juiz ou administrador judicial decidem. (art. 28, LRF) Atribuições art. 27, LRF Rol não exaustivo ● fiscalizar atividades e examinar contas do administrador judicial; ● zelar pelo bom andamento do processo e pelo cumprimento da lei; ● comunicar ao juiz violação de direitos, prejuízo aos interesses dos credores; ● etc. Nomeados: administrador e membros do comitê são notificados para firmar termo de compromisso de “bem e fielmente desempenhar o cargo e assumir todas as responsabilidades a ele inerentes” – prazo 48 hs, sede do Juízo, pena de destituição. (art. 33, LRF) Impedimentos: função de administrador judicial e de membro do comitê. (art. 30, LRF) Exceção: art. 30 não se aplica ao administrador que renunciar. Administrador judicial e membros do comitê respondem pelos prejuízos que causarem no exercício das suas atividades por dolo ou culpa. (art. 32, LRF) ● 5 (cinco) anos anteriores: destituído, deixou de prestar contas nos prazos legais, teve a prestação de contas desaprovada; ● relação de parentesco ou afinidade até o 3º (terceiro) grau com: devedor, seus administradores, controladores, representantes legais, amigo, inimigo ou dependente. Assembleia-Geral de Credores Art. 35, da LRF: colegiado composto por credores trabalhistas, acidentários, com garantias reais, privilegiados (geral e especial), quirografários, subordinados, ME, EPP, para deliberar sobre: ✔ na recuperação judicial: aprovação, rejeição, modificação do plano de recuperação judicial, constituição do Comitê de Credores, membros e substituição; desistência do devedor (§ 4º do art. 52, LRF); nome do gestor judicial no afastamento do devedor; qualquer material de interesse dos credores; ✔ na falência: constituição do Comitê de Credores, escolha de seus membros e sua substituição; a adoção de outras modalidades de realização do ativo, na forma do art. 145 desta Lei, qualquer outra matéria. Juiz não pode mudar decisões da assembleia, exceto se comprovada fraude violação de norma cogente, em especial ordem pública. Juiz: quando necessário, convoca assembleia-geral de credores por edital, antecedência de 15 dias (art. 36, LRF). Assembleia: presidida pelo administrador judicial, que designa secretário : primeira convocação - presença de credores titulares de mais da metade dos créditos de cada classe, computados pelo valor; 2ª (segunda) convocação, com qualquer número” (caput e § 2°, art. 37, LRF). Assembleia-Geral de Credores cont... Voto de cadacredor: proporcional ao seu crédito, exceto na aprovação do plano de recuperação quando são contabilizados votos dos trabalhadores, ME e EPP. (art.38 e § 2°, art. 45 c/c inc. I e IV, art 41, LRF). Recuperação Judicial É uma opção do empresário ou da sociedade empresária em estado pré-falencial, para restabelecer a sua saúde econômica-financeira através de uma ação judicial. Reorganização administrativa e produtiva é cara e resulta inequivocamente em prejuízo parcial ou total para os credores. Só deve ser usada quando há probabilidade real de recuperação. É preciso caracterizar empresa para pleitear a recuperação judicial Probabilidade de recuperação baixa: caminho adequado é a falência Podem requerê-la: devedor, cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente Recuperação Judicial – cont... Exigências para pedido – art. 48 LRF Cumulativas ● 2 anos ou mais de regular exercício da atividade empresaria; ● não ser falido ou ter declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; ● mais de 5 (cinco) anos da obtenção de outra recuperação judicial; ● mais de 8 (oito) anos de concessão de recuperação judicial com base no plano especial para ME e EPP; ● não ter administrador ou sócio controlador condenados por crimes falimentares. Créditos extraconcursais: são pagos antes dos concursais: remuneração do administrador judicial e auxiliares, créditos pagos por credores , custas judiciais e extrajudiciais, obrigações resultantes de atos jurídicos válidos. (art. 84, da LRF ) Recuperação Judicial – cont... Créditos concursais: rigorosamente pagos na ordem do art. 83, LRF I – Trabalhistas, limitados a 150 salários-mínimos, por credor, e de acidentes do trabalho; II – Com garantia real até o limite do valor do bem gravado; III – Tributários, excetuadas as multas; IV – Com privilégio especial: art. 964, CC, outras leis civis e comerciais, direito de retenção sobre a coisa dada em garantia; microempreendedores individuais, ME e EPP; V – Créditos com privilégio geral: art. 965, CC;. § único, art. 67, LRF, outras leis civis e comerciais; VI – Créditos quirografários: saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados ao seu pagamento; trabalhistas que excedam o limite do inciso I; VII – Multas contratuais, penas pecuniárias penais ou administrativas, multas tributárias; VIII – Créditos subordinado: previstos em lei ou contrato; créditos dos sócios e administradores sem vínculo empregatício. Recuperação Judicial – cont... ● Porte econômico; ● Tempo de existência; ● Análise do ativo e do passivo da empresa; ● Importância social no nicho de mercado; ● Número de mão de obra que emprega. Plano de recuperação: peça mais importante. Demonstração inicial de viabilidade da recuperação. Exame de viabilidade Critério do risco Meios de recuperação judicial da atividade econômica: providências financeiras, administrativas e jurídicas, possíveis e não exaustivas (art. 50, da LRF) Prazos e condições especiais para pagar obrigações vencidas e vincendas; Cisão, incorporação, fusão ou transformação, constituição de subsidiária integral, cessão de cotas ou ações; Alteração do controle societário; Substituição total ou parcial dos administradores, modificação de seus órgãos administrativos; etc. Procedimento judicial da recuperação: 3 fases ● Ordena o processamento da recuperação judicial; ● Nomeia administrador judicial da sua confiança; ● Abre vista ao Ministério Público; ● Determina a entrega de demonstrativos contáveis mensais; ● Dispensa certidões negativas para exercício de atividades empresariais – exceto contratação com Poder Público, recebimento de benefícios , incentivos fiscais ou creditícios; ● Ordena a notificação das Fazendas Federal e estaduais, em todo o Brasil, e municipais onde o devedor tiver estabelecimentos. ● Determina publicação de edital para publicitar a recuperação. Ações com pedido de falência: suspensas, comprovada a Recuperação (art. 95, LRF) 1) Fase Postulatória: Distribuição, acesso dos credores à contabilidade para verificação da situação econômica, financeira e patrimonial e documentos do art. 51, I a IX, LEF. Juiz Fase Deliberatória Inicia com a publicação do despacho de processamento seguido da apresentação do plano no prazo de 60 dias e votação pela assembleia de credores. ● Pagamento de salários vencidos na data do pedido de recuperação: 05 salários mínimos por trabalhador – até 30 dias da aceitação do plano; ● Previsão de pagamento: verbas trabalhistas vencidas - prazo de 01 ano; ● Proposta de parcelamento de créditos fiscais (art. 155-A, CTN); ● Supressão ou substituição da garantia real após aprovação por credores; ● Alienação de bens gravados com hipoteca ou penhor; Plano não garante recuperação; também não é formalidade processual. Dele depende a real recuperação da empresa, com prejuízo para credores. Itens obrigatórios no Plano Plano é votado e homologado pelo juiz; ou é recusado e a falência decretada. Fase Executória ● Inicia com a publicação de concessão da recuperação judicial e dura até 02 anos, ou até o cumprimento das metas e obrigações previstas no plano. (art. 61, caput, LRF) ● É a colocação em prática do plano de recuperação aprovado pelo Juízo. ● Regra Geral: não alteração do plano, com obediência estrita aos meios e obrigaçõe. ● Excepcionalmente: possível alterá-lo por aditamento, votado pela assembleia-geral, para reequilibrar condição econômica-financeira da recuperanda. ● Afastamento do plano, possível a decretação da falência. (art. 61, § 1°, LRF) ● Decretada a falência, são reconstituídos direitos e créditos dos credores, deduzidos valores recebidos a igual títulos, mantidas as decisões processuais; ● Devedora mantém personalidade jurídica, pode contrair obrigações e titularizar créditos; não pode vender e onerar bens ou direitos sem previsão no plano, exceto se útil à recuperação, autorizado pelo juiz, após oitiva do comitê. ● Encerra pela desistência do devedor com aprovação da assembleia de credores; ● Ou pelo cumprimento integral do plano de recuperação; Recuperação de ME e EPP ● Regras Especiais: pouca complexidade. Inicial: deve indicar que juntará Plano Especial instruído com livros e escrituração simplificada. (§ 1°, art. 70, c/c 2°, art. 51, LRF) ● Plano Especial: proposta de abatimento de dívidas; previsão de parcelamento em 180 dias e até 36 parcelas mensais (correção pela taxa SELIC com juros); ciência da necessidade de autorização judicial para aumentar despesas e contratar empregados. (art. 71, LRF) ● Dívidas trabalhistas e fiscais não entram no plano especial, devem ser quitadas. ● Só ações e execuções citadas no plano especial têm prescrição suspensa. (§ 2°, art. 71) ● Assembleia-geral de credores dispensável. ● Juiz analisa o plano, ordena retificação, homologa ou rejeita e decreta falência. ● Credores podem discordar do parcelamento. Juiz decide o conflito. Porém, se mais de 50% objetar, decreta falência. ● Plano homologado por sentença: são suspensas ações e execuções, e novadas obrigações. ● Objetiva - arrecadação de todos os bens da falida, com exceção dos impenhoráveis, em seu conjunto denominados massa falida; ● Subjetiva - apuração e habilitação dos créditos. Falência Reconhecimento judicial da incapacidade da empresa em cumprir os seus compromissos econômico-financeiros, com o afastamento do devedor das atividades empresariais e o vencimento antecipado de todas as suas dívidas. Início da falência duas etapas. Efeitos da falência atingem o empresário ou a sociedade empresária falida. Excepcionalmente: desconsiderada a pessoa jurídica (desvio de finalidade ou confusão patrimonial (art. 50, CC). Número do slide 1 Unidade 03 | Introdução Unidade 03 | Objetivos Dissolução das Sociedades Empresárias Entre o nascimento e a morte das empresas, mudanças ocorrem ... Concentração empresarial Fusão Cisão: Art. 229. A cisão é aoperação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão. Direito de terceiros Regras - dissolução de sociedades Regras - dissolução de sociedades - cont. Regras - dissolução de sociedades - cont. Dissolução de Sociedades Anônimas - Judicial ou Extrajudicial - (art. 206, Lei 6.404/76) Dissolução Parcial da Sociedade: Sócio retirante: empresa segue com sócios remanescentes ou novos sócios Dissolução Parcial da Sociedade – cont. Dissolução Total da Sociedade – Fim da Personalidade Empresária Liquidação das Sociedades: fase pós dissolução Liquidação das Sociedades – cont. Liquidante Liquidação Extrajudicial Atenção: Lei 13.874, 20.9.2019.�Mudou profundamente esse instituto Desconsideração da Pessoa Jurídica Desconsideração da Pessoa Jurídica - Cont... Número do slide 24 Número do slide 25 Número do slide 26 Número do slide 27 Número do slide 28 Número do slide 29 Número do slide 30 Número do slide 31 Número do slide 32 Número do slide 33 Número do slide 34 Número do slide 35 Número do slide 36 Número do slide 37 Número do slide 38 Número do slide 39 Número do slide 40 Número do slide 41 Número do slide 42 Número do slide 43 Número do slide 44 Número do slide 45 Número do slide 46