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Modernismo-1a-fase-Brasil


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Modernismo
A história 
Todos os acontecimentos estudados, prepararam terreno para o surgimento do Modernismo. No Brasil, esse movimento se divide em 3 fases:ª fase: vai de 1922 a 1930;
2ª fase: de 1930 a 1945;
3ª fase: de 1945 a mais ou menos 1960.
1ª Fase (1922 - 1930)
Contexto histórico:
O modernismo se iniciou em 1922, com a realização, em São Paulo, da Semana de Arte Moderna e se caracterizou por uma radical renovação nos rumos da literatura nacional.
A profunda reviravolta que, nesses anos, marcou não apenas a literatura, mas toda cultura e a vida nacional, tem suas raízes mais remotas no espírito revolucionário que se formou no Brasil, na altura do último decênio do século XIX e suas causas mais recentes nas transformações políticas, sociais e culturais que seguiram à Primeira Guerra Mundial.
No plano nacional, é notável a formação, em fins do século XIX e início do XX, de um clima de inconformismo em relação à ordem política e social instaurada pela República, de 1889, e pela Constituição de 1891.
Esse clima de inconformismo veio surtir efeitos concretos, na altura da década de 20, com os movimentos armados de 1922 (“Os 18 de Copacabana”) e de 1924 (revolta de Isidoro Dias Lopes, em São Paulo), que acabariam por triunfar com a Revolução de Outubro de 1930. 
18 do forte: foi um movimento político-militar, considerado a primeira revolta do movimento tenentista, que lutavam por uma política democrática de forma que se posicionavam contra o governo e o sistema oligárquico vigente (poder concentrado nas mãos das elites agrárias tradicionais).
A revolta de1924 (revolta de Isidoro Dias Lopes, em São Paulo), é considerada a segunda revolta tenentista após o evento da "Revolta da Forte de Copacabana", em 1922. Os tenentistas do Partido republicano Paulista (PRP), eram no geral, militares que lutavam pela democracia, reformas educacionais e políticas, bem como a saída das elites agrárias tradicionais as quais dominavam a cena política e econômica do país. Resolveram voltar e destituir Artur Bernardes. 
A época, das mais agitadas da história do país, foi ainda marcada por outros acontecimentos de relevo, como a peripécia da Coluna Prestes (1925 - 1927), crise econômica do café, devido ao “crack” da Bolsa de New York (1929), fundação do Partido Comunista Brasileiro (março de 1922).
a semana De arte MoDerna
Paralelamente à ruptura no campo político, preparava-se outra de caráter artístico, que culminaria na Semana de Arte Moderna, realizada de 11 a 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo.
Os modernistas se afirmavam, violenta e escandalosamente, sustentados pela libertação artística em todos os níveis: vocabulário, sintaxe, escolha dos temas, maneiras de encarar o mundo. 
Pretendiam colocar a cultura brasileira a par das correntes de vanguarda do pensamento europeu, ao mesmo tempo que pregava a tomada de consciência da realidade brasileira.
Alguns nomes se destacaram:
a) na música: Heitor Villa-Lobos;
b) na arquitetura: Antônio Moya;
c) na pintura: Anita Malfatti, Di Cavalcanti e Rego Monteiro;
d) na literatura: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Graça Aranha e Ronald de Carvalho, entre outros.
A semana de Arte Moderna foi realizada em três espetáculos, nos dias 13, 15 e 17, cabendo a Graça Aranha, também o responsável pelo nome da apresentação, a abertura da Semana, com sua conferência “A emoção estética na arte moderna” que, apesar de confusa e declamatória, foi ouvida respeitosamente pelo público, que provavelmente não a entendeu.
Outras apresentações
A música de Ernani Braga, que fazia uma sátira a Chopin, causou espanto;
O espetáculo de Villa-Lobos, no dia 17, também foi perturbado, principalmente porque se supôs fosse “futurismo” o artista se apresentar de casaca e chinelo, quando o compositor assim se calçava por estar com um calo arruinado...
A irritação dirigia-se, especialmente, à nova literatura e às novas manifestações da arte plástica.
Na segunda noite - 15 de fevereiro – houve muita algazarra, (Menotti del Picchia, em seu discurso, prevê que os conservadores desejam enforcá-lo “um a um, nos finos assobios de suas vaias”), especialmente, à hora em que, apresentados por Menotti deI Picchia, os autores liam ou declamavam a prosa e poesia modernas.
O poema “Os sapos”, de Manuel Bandeira, que ridiculariza o Parnasianismo, mormente o Pós-Parnasianismo, foi declamado por Ronald de Carvalho “sob os apupos, os assobios, a gritaria de ‘foi não foi’ da maioria do público”. 
Agenor Barbosa obteve aplausos com o poema “Os pássaros de aço”, sobre o avião, e Sérgio Miliet falou sob o acompanhamento de relinchos e miados.
Enfim, durante o espetáculo, houve quem cantasse como galo e latisse como cachorro, no dizer de Menotti del Picchia, ou “a revelação de algumas vocações de terra-nova e galinha d’angola, muito aproveitáveis”, na frase de Oswald de Andrade.
Segue um trecho do poema Os Sapos de Manuel Bandeira
Entendendo o Modernismo
O Modernismo brasileiro esteve em consonância com grandes movimentos internacionais de renovação de ideias e da arte;
A França, mais uma vez, serviu de fonte para as técnicas e ideias utilizadas pelos modernistas.
Primeiro, porque essas ideias chegaram até nós quase que simultaneamente com sua ocorrência em Paris, a capital cultural da época. 
Segundo, porque os modernistas não se limitaram a copiar o que se fazia na França. De acordo com um dos participantes do movimento, “eles fizeram em São Paulo o que os franceses faziam em Paris: revolucionaram tudo para pôr seu país dentro das correntes de ideias do momento, criaram uma arte e uma literatura que exprimiam a época em que viviam. Por isso eram modernos” (Apud Aracy Amaral).
Para alcançar esse objetivo, os modernistas romperam com as formas de expressão já gastas e solidificadas na arte brasileira.
Foi assim que a pintora Anita Malfatti apresentou obras em que se nota o total descompromisso quanto à cor e à simplificação das formas.
Di Cavalcanti, por sua vez, apresentou uma pintura predominantemente geométrica.
Na música de Villa-Lobos, aparecia o aproveitamento de temas do folclore brasileiro e a utilização de um ou outro instrumento inédito: uma folha de zinco que vibrava, por exemplo.
A escultura de Brecheret mostrava obras em que a estilização e a preocupação com a cor eram as notas dominantes.
Os projetos arquitetônicos expostos mostravam uma preocupação em restabelecer o colonial brasileiro.
O samba (43/45) – Anita Malfatti
Como se pode perceber, a conquista de uma nova forma de expressão foi a tônica da Semana.
Embora não houvesse homogeneidade de tendências, houve um ponto em comum: todas eram contra a tradição acadêmica. Todas propunham uma nova linguagem para expressar a realidade brasileira. Uma linguagem que era nossa e, ao mesmo tempo, universal.
LITERATURA
Essa mesma preocupação com uma nova linguagem expressiva marca as manifestações literárias da primeira fase do Modernismo.
Muito importante é frisar que o português que se escrevia, aqui, antes da Semana de 22, era uma réplica do português lusitano, sempre sob a vigilância severa dos gramáticos tradicionais.
Era uma língua que “sufocava a expressão genuína dos intelectuais brasileiros”.
 Contra esse instrumento, considerado inadequado para expressar uma realidade nossa, voltaram-se os modernistas, buscando, sem a fiscalização da gramática, enfocar os problemas de nossa realidade. Os conteúdos, por isso, modificaram-se. 
Procedeu-se a uma busca de temas brasileiros, à valorização do cotidiano e da pesquisa do material folclórico como fonte de expressão de nossa realidade.
Divulgação das ideias da Semana
Após a Semana, continuou o trabalho de divulgação das ideias modernistas e também o esforço no sentido de não permitir o desaparecimento da nova moda artística.
O grande número de manifestos e revistas surgidos entre 22 e 30 permite-nos avaliar os desdobramentos da Semana da Arte Moderna:
Revista Klaxon - revista inovadora quer no projeto gráfico quer na proposta de um projeto gráficodiferente. A revista durou nove números.
Publicava crônicas, artigos, gravuras e anúncios, buzinando, pedindo passagens para o atual, o novo. (Klaxon é a palavra que designa a buzina localizada no exterior do carro).
Movimento Pau-Brasil - dirigido por Oswald de Andrade, contando com a participação de Tarsila do Amaral, Alcântara Machado, Raul Bopp e Mário de Andrade. O programa pregava o primitivismo, a simplicidade, a crítica ao nacionalismo postiço. 
Apresentava como proposta uma literatura extremamente vinculada à realidade brasileira, a partir de uma redescoberta do Brasil. Politicamente, o grupo tendia para a esquerda. 
Desse grupo, é o “Manifesto Pau-Brasil”, redigido por Oswald de Andrade, publicado em 18/03/1924. 
Alguns dos princípios deste manifesto foram seguidos por Oswald de Andrade no seu livro de poemas Pau-Brasil, publicado numa editora francesa e ilustrado por Tarsila do Amaral.
Eis algumas passagens do Manifesto da poesia Pau-Brasil:
“A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre, nos verdes na Favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos. 
O carnaval no Rio é o acontecimento religioso da raça. Pau-Brasil, Wagner submerge os cordões no Botafogo. Bárbaro e nosso. A formação étnica rica. Riqueza vegetal. O minério. A cozinha. O vatapá, o ouro e a dança.
Contra o gabinetismo, a prática culta da vida. Engenheiros em vez de jurisconsultos, perdidos como chineses na genealogia das ideias.
A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos.”
A poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar domingueira, com passarinhos cantando na mata resumida das gaiolas, um sujeito magro compondo uma valsa para flauta e a Maricota lendo o jornal. No jornal anda todo o presente. 
(“Correio da Manhã”,18/ 03/1924.)
Revista Estética, do Rio de Janeiro, lançada em 1924. (M. Andrade, M. Bandeira, Graça Aranha)
Grupo Verde-Amarelo (1925) em oposição ao Movimento Pau-Brasil, propondo, em vez de primitivismo, um nacionalismo ufanista.
Líderes: Menotti del Picchia, Plínio Salgado, Cassiano Ricardo e Guilherme de Almeida.
Por volta de 1929, o Grupo Verde-Amarelo vai se transformar no Grupo da Anta (a anta foi escolhida símbolo da nacionalidade por ter sido totem do povo tupi), com uma linha política clara: adesão ao Integralismo, versão nacional do Nazifascismo. Em 1929, o Grupo da Anta publica seu “Manifesto Nhengaçu Verde-Amarelo”.
Eis um fragmento:
“0 grupo ‘verdamarelo’, cuja regra é a liberdade plena de cada um ser brasileiro como quiser e puder; cuja condição é cada um interpretar o seu país e o seu povo através de si mesmo, da própria determinação instintiva;
- o grupo ‘verdamarelo’, à tirania das sistematizações ideológicas, responde com a sua alforria e a amplitude sem obstáculo de sua ação brasileira. (. . .)
Aceitamos todas as instituições conservadoras, pois é dentro delas mesmo que faremos a inevitável renovação do Brasil, como o fez, através de quatro séculos, a alma da nossa gente, através de todas as expressões históricas. Nosso nacionalismo é ‘verdamarelo’ e tupi.”
A Revista (1925), tendo a colaboração de Carlos Drummond de Andrade, apareceu em Minas Gerais.
Revista Terra Roxa e Outras Terras (1926 -SP) que contou com a participação de Mário de Andrade e Oswald de Andrade.
A Revista Festa, publicada no Rio de Janeiro, sob a direção de Tasso da Silveira, tenta imprimir um caráter espiritualista ao Modernismo.
Manifesto Antropófago (1928), o mais radical manifesto do Modernismo: propunha a “devoração” da cultura e das técnicas importadas e sua reelaboração com autonomia, transformando um produto importado em exportável. 
Mário, Oswald de Andrade e Raul Bopp lutavam por uma poesia primitiva, dentro dos objetivos do manifesto Pau-Brasil.
Eis um fragmento:
“Só a antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente. 
Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os coletivismos. De todas as religiões. A todos os tratados de paz.
Tupy, or not tupy that is the question. 
Contra todas as catequeses. 
Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do Antropófago
Por esse breve panorama, percebe-se que o processo de propagação das ideias modernistas se fez, basicamente, em São Paulo, Minas, Rio e no Nordeste do país.
CONCLUSÕES:
A geração de 1922 a 1930 definiu e implantou o Modernismo no Brasil. Foi destrutiva, anárquica, nacionalista extremada, apelou para o sarcasmo e a ironia, para a ousadia e liberdade absoluta.
Houve predomínio da poesia sobre a prosa.
CARACTERÍSTICAS:
a) Utilização de uma nova prosódia, mais próxima do coloquial, com a adoção do verso livre.
b) Aproximação entre a poesia e a prosa, com a subversão dos gêneros literários tradicionais: a poesia trata de temas “prosaicos”, com vocabulário e ritmo próximo da prosa, enquanto que a nova prosa faz decididamente uso de uma série de processos de elaboração poética.
A poesia
Em seus poemas, Oswald de Andrade afirma uma imagem de Brasil marcada pelo humor, pela ironia e também por uma crítica profunda e um imenso amor ao país, como atesta o lirismo em muitos de seus versos.
Análise
Nesse poema, o tom coloquial recria de modo irônico a chegada dos portugueses. O momento é tratado a partir de uma perspectiva irreverente. O diálogo entre o índio guarani e o Zé Pereira, ilustram as muitas influências e vozes que contribuíram para definição do caráter nacional.
Nas várias faces da poesia do autor, percebe-se habilidade para desencadear efeitos de sentido com uma linguagem simples e ágil. Essa característica também será um aspecto definidor da sua prosa.
 O amor só existiria no plano do humor?
A prosa
Os dois romances escritos, Memórias sentimentais de João Miramar e Serafim Ponte Grande trouxeram para a literatura brasileira na estrutura inovadora. Isso porque os capítulos curtos formam um imenso mosaico em que a realidade nacional é flagrada em rápidos flashes, sem técnica semelhante ao usada na poesia.
Sobre João Miramar 
A conjugação do verbo "crackar" é uma referência irônica à quebra da Bolsa de Nova York (conhecida como o crack da Bolsa) e suas consequências no cenário nacional. Memórias sentimentais de João Miramar conta a história de João Miramar, escritor, intelectual provinciano e filho de ricos cafeicultores.
Considerado um livro de vanguarda, mantém o humor como lente pela qual a sociedade brasileira é examinada de modo impiedoso. A estrutura do romance, composto de 163 fragmentos, usa elementos da linguagem cinematográfica. Escrita com grande economia de linguagem, a obra é marcada pela presença de diferentes gêneros, o que se tornou marca registrada da prosa do autor.
Serafim Ponte Grande
Já Serafim Ponte Grande radicaliza a abordagem feita em Memórias sentimentais de João Miramar. O enredo se constrói pelo incessante deslocamento geográfico da personagem principal, que embarca em um navio cujos tripulantes fundariam a sociedade ideal, em permanente estado de transformação. 
A história desafia o leitor: são 203 fragmentos organizados sem lógica aparente, personagens aparecem e desaparecem repentinamente, o estilo flutua entre narração em primeira e terceira pessoas, cartas, diários íntimos, fragmentos apresentados sob forma de texto teatral, poemas, abaixo-assinados, etc.
É considerado um romance revolucionário e seu significado não se limita ao enredo, nasce principalmente da organização dada à obra pelo mais inquieto de todos os modernistas da primeira geração.
c) Rejeição dos padrões gramaticais portugueses com adoção de novos padrões estilísticos, que aproximaram a linguagem literária do modo de falar brasileiro (iniciar períodos pelo pronome oblíquo, usar o pronome se com a função de sujeito, além de procurar incorporar a seu estilo, ritmos, expressões e vocábulos da linguagem mais usual e “vulgar”)
d) Uma nova visão do mundo, que implicava uma total renovação dos temas tradicionalmente aceitos pela literatura, vem de par com a adoçãode novos padrões linguísticos: o de serem atuais, exprimirem a vida diária.
Mário de Andrade: A descoberta do brasil brasileiro
O poema "Inspiração" é uma declaração de amor à cidade das frias neblinas (São Paulo)
 Mário de Andrade viajou pelo Brasil coletando exemplos de manifestações folclóricas e musicais na tentativa de compreender melhor a essência do país. A língua "brasileira" era outra de suas obsessões.
 Chegou a Pensar na criação de uma “gramatiquinha da língua brasileira", que incorporaos falares regionais e seus neologismos sintáticos.	
Poesia: Liberdade Formal e as longas meditações
 Nos poemas de Pauliceia desvairada (1922), Losango cáqui (1926), Clã do jabuti (1927), Remate de males (1930) e Lira paulistana (1946), os versos livres exprimem sensações, ideias, momentos da vida. O desafio enfrentado pelo poeta é o de conciliar os sinais recolhidos da vida cotidiana e suas reflexões mais íntimas.
Essa tendência para associar imagens a sentimentos deu origem, na obra de Mário, às importantíssimas meditações, poemas longos que mostram como a experiência imediata (o passeio, o espetáculo das pessoas, a Paisagem, etc.) se transforma em reflexão sobre a vida, a pátria, a própria identidade. 
Com a vida pacata, dedicada a música e a literatura, o grande desgosto do poeta era constatar que a geração modernista de que participou foi relativamente omissa no que dizia respeito à criação de uma arte socialmente engajada, pragmática, capaz de contribuir para o aperfeiçoamento do ser humano.
O poema a meditação sobre o tietê foi concluído 13 dias antes da morte de Mário de Andrade. Poema fala das águas do rio que corta a cidade de São Paulo como uma grande tela onde são projetados os principais motivos de sua obra: Os amores, os sonhos, as lutas e as imagens iluminadas da cidade e da estranha fauna humana que a povoa.
Amar, verbo intransitivo: O impiedoso retrato da aristocracia paulistana
Os livros escritos por Mário de Andrade representavam questionamento da estrutura típica do romance do século XIX. Em Amar, verbo intransitivo, o escritor deixa claro seu desejo de experimentar diferentes organizações para o texto em prosa, ora eliminando a marcação de Capítulos, ora criando um narrador que, mesmo em terceira pessoa, atua quase como um personagem do livro.
Amar, verbo intransitivo
Mário da Andrade
O romance "amar, verbo intransitivo" apresenta vários quadros da vida de uma família de novos ricos que vivia na cidade de São Paulo na década de 1920. Felisberto Souza Costa, o patriarca da família, contrata Fräulein Elza, a professora alemã, como tutora dos filhos e governanta da casa. Mas, na verdade, ela é uma "professora do amor", eufemismo que se refere à função de iniciar sexualmente os filhos de burgueses ricos.
O quadro familiar criado no romance representa uma Implacável crítica aos burgueses endinheirados e sem cultura, incapazes de lidar com verdadeiros sentimentos, desempenhando cada um o papel que a sociedade capitalista estabeleceu. Várias passagens mostram tais características. É o caso no trecho em que a religiosidade da Família Souza Costa é apresentada como um cumprimento praxe social, nada além disso.
O narrador contrasta, habilmente, a fé verdadeira da parenta sobre a religiosidade marcada pela ostentação da riqueza de Dona Laura. Olhar irônico e crítico para elite paulistana, que já apareciam nos poemas de Mário de Andrade, explode com força total nas páginas de Amar, verbo intransitivo
Macunaíma: A redefinição do Herói nacional
Como Macunaíma, publicado na sua forma definitiva em 1928, Mário de Andrade renova a imagem do herói brasileiro, Macunaíma é uma personagem que se transforma a cada instante, assumindo as feições das diferentes etnias que deram origem ao povo brasileiro (índio, negro e europeu).
Estrutura - Macunaíma
Definição do herói sem caráter, como sendo o Macunaíma. Usa a mitologia indígena e piada para construir o livro como um todo.
Espaço e tempo se são arbitrários (não seguem regra), porque estão diretamente ligados as aventuras do herói.
Macunaíma pode ser visto como sugeriu Mário de Andrade uma alegoria dos destinos do país, que escolheu caminhos europeus em lugar de explorar as possibilidades de construir uma grande civilização tropical.
Na Obra de Mário de Andrade, também merecem destaque os contos que escreveu. 
Reunidos em três publicações( primeiro andar,1926, Belazarte, 1934, e contos novos, publicados postumamente em 1956), eles têm a capacidade de traçar breves quadros do cotidiano, capturando importantes aspectos da realidade brasileira.
Manuel Bandeira: Olhar terno para o cotidiano
Em 1904, um ano após iniciar os estudos na Escola Politécnica de São Paulo, teve de abandonar o curso e dedicar-se ao tratamento de uma doença que, naquela época, ainda era vista como incurável: A tuberculose.
A poesia passou a representar uma saída para o desconsolo em que vivia Bandeira desde a descoberta da tuberculose. 
É através do exercício literário que o poeta reflete sobre a vida, , fala sobre suas Memórias de menino, registra cenas do cotidiano e, acima de tudo, aprende a lidar com a ameaça da doença e da morte, como nos versos de "Testamento".
Criou-me, desde eu menino
Para arquiteto meu pai.
Foi-se-me um dia a saúde...
Fiz-me arquiteto? Não pude!
Sou poeta menor, perdoai!
Esses versos se referem a sombra que a tuberculose produto em sua vida. No entanto, apesar de parecer que sua vida fosse breve, viveu até os 82 anos me criou um novo rumo para a poesia brasileira.
A poesia da mais simples Ternura
Uma das inovações de sua obra é o uso da linguagem na apresentação das situações cotidianas. A capacidade de ver as cenas prosaicas, as situações mais banais do dia a dia filtradas por lentes líricas, e de recriá-las poeticamente por meio de uma linguagem simples são as características mais marcantes de sua obra.
A evocação do passado
As Memórias da infância vivida no Recife são um grande destaque de sua poesia.
Recife
Não a Veneza americana
Não a Mauritsstad dos armadores das Índias Ocidentais 
Não o Recife dos Mascates
Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois
— Recife das revoluções libertárias
Mas o Recife sem história nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância
A rua da União onde eu brincava de chicote-queimado
e partia as vidraças da casa de dona Aninha Viegas
Totônio Rodrigues era muito velho e botava o pincenê
na ponta do nariz
Mauritsstad – Cidade Maurícia
O poema ilustra o processo de transformação da memória pessoal em reflexão mais ampla que marca a poética de Manuel Bandeira. 
O passado é apresentado como fonte de sabedoria presente, o português falado também a valorizado, consolidando a proposta da primeira geração Modernista de usar o português do Brasil como língua literária, despindo o texto dos arcaísmos e rebuscamento os sintáticos que caracterizaram a poesia do século XIX.
A morte como libertação
Entre os poemas de recorrentes de sua obra a morte tem lugar de destaque
O poema torna-se um espaço de reflexão no qual a doença e a morte, fantasmas reais da vida de Bandeira, transformam-se em experiência lírica e reflexiva, ganhando uma dimensão Universal
A descoberta de que a vida não tem finalidade é feita sem ou sofrimento, e essa descoberta que permite constatar a morte como libertação final da matéria.
A obra de Manuel Bandeira vai além dos limites históricos para tematizar as angústias e conflitos humanos da natureza Universal, como amor, a paixão pela vida, a saudade de minha infância idealizada e o medo da morte.
Alcântara Machado: Os italianos em São Paulo
Integrado a primeira leva de modernistas o autor registrou em seus livros Cenas Urbanas de uma São Paulo que se industrializava.
Sua obra tinha como características utilização de cenas rápidas, flagrando situações e tipos, quase tomadas cinematográficas, com cortes bruscos entre uma cena e outra, compondo quadros que se assemelham a instantâneos fotográficos.
O leitor reconstrói o cotidiano dos pequenos Comerciantes, dasCostureiras, dos empregados de armazém, pelo comportamento quase caricato desses personagens, pelas informações do cenário e pelas situações típicas da cidade de São Paulo. Isso torna Alcântara Machado conhecido como o cronista dos imigrantes italianos.
Obra mais conhecida: Brás, bexiga e Barra Funda
1. (Enem 2015) 
 
 
O Surrealismo configurou-se como uma das vanguardas artísticas europeias do início do 
século XX. René Magritte, pintor belga, apresenta elementos dessa vanguarda em suas 
produções. Um traço do Surrealismo presente nessa pintura é o(a) 
a) justaposição de elementos díspares, observada na imagem do homem no espelho. 
b) crítica ao passadismo, exposta na dupla imagem do homem olhando sempre para frente. 
c) construção de perspectiva, apresentada na sobreposição de planos visuais. 
d) processo de automatismo, indicado na repetição da imagem do homem. 
e) procedimento de colagem, identificado no reflexo do livro no espelho. 
2. (Enem 2014) Camelôs 
 
Abençoado seja o camelô dos brinquedos de tostão: 
O que vende balõezinhos de cor 
O macaquinho que trepa no coqueiro 
O cachorrinho que bate com o rabo 
Os homenzinhos que jogam boxe 
A perereca verde que de repente dá um pulo que engraçado 
E as canetinhas-tinteiro que jamais escreverão coisa alguma. 
 
Alegria das calçadas 
Uns falam pelos cotovelos: 
— “O cavalheiro chega em casa e diz: Meu filho, vai buscar um pedaço de banana para eu 
[acender o charuto. 
Naturalmente o menino pensará: Papai está malu...” 
 
Outros, coitados, têm a língua atada. 
 
Todos porém sabem mexer nos cordéis como o tino ingênuo de demiurgos de inutilidades. 
E ensinam no tumulto das ruas os mitos heroicos da meninice... 
E dão aos homens que passam preocupados ou tristes uma lição de infância. 
 
BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007. 
 
Uma das diretrizes do Modernismo foi a percepção de elementos do cotidiano como matéria de 
inspiração poética. O poema de Manuel Bandeira exemplifica essa tendência e alcança 
expressividade porque 
a) realiza um inventário dos elementos lúdicos tradicionais da criança brasileira. 
b) promove uma reflexão sobre a realidade de pobreza dos centros urbanos. 
c) traduz em linguagem lírica o mosaico de elementos de significação corriqueira. 
d) introduz a interlocução como mecanismo de construção de uma poética nova. 
e) constata a condição melancólica dos homens distantes da simplicidade infantil. 
3. (Enem 2012) O trovador 
 
Sentimentos em mim do asperamente 
dos homens das primeiras eras... 
As primaveras de sarcasmo 
intermitentemente no meu coração arlequinal... 
Intermitentemente... 
Outras vezes é um doente, um frio 
na minha alma doente como um longo som redondo... 
Cantabona! Cantabona! 
Dlorom ... 
Sou um tupi tangendo um alaúde! 
 
ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) Poesias completas de Mário de Andrade. Belo 
Horizonte: Itatiaia, 2005. 
 
Cara ao Modernismo, a questão da identidade nacional é recorrente na prosa e na poesia de 
Mário de Andrade. Em O trovador, esse aspecto é 
a) abordado subliminarmente, por meio de expressões como “coração arlequinal” que, 
evocando o carnaval, remete à brasilidade. 
b) verificado já no título, que remete aos repentistas nordestinos, estudados por Mário de 
Andrade em suas viagens e pesquisas folclóricas. 
c) lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de expressões como “Sentimentos em mim do 
asperamente” (v. 1), “frio” (v. 6), “alma doente” (v. 7), como pelo som triste do alaúde 
“Dlorom” (v. 9). 
d) problematizado na oposição tupi (selvagem) x alaúde (civilizado), apontando a síntese 
nacional que seria proposta no Manifesto Antropófago, de Oswaldo de Andrade. 
e) exaltado pelo eu lírico, que evoca os “sentimentos dos homens das primeiras eras” para 
mostrar o orgulho brasileiro por suas raízes indígenas. 
4. (Enem 2012) 
 
 
O quadro Les Demoiselles d’Avignon (1907), de Pablo Picasso, representa o rompimento com 
a estética clássica e a revolução da arte no início do século XX. Essa nova tendência se 
caracteriza pela 
a) pintura de modelos em planos irregulares. 
b) mulher como temática central da obra. 
c) cena representada por vários modelos. 
d) oposição entre tons claros e escuros. 
e) nudez explorada como objeto de arte. 
 
5. (Enem 2011) Estrada 
 
Esta estrada onde moro, entre duas voltas do caminho, 
Interessa mais que uma avenida urbana. 
Nas cidades todas as pessoas se parecem. 
Todo mundo é igual. Todo mundo é toda a gente. 
Aqui, não: sente-se bem que cada um traz a sua alma. 
Cada criatura é única. 
Até os cães. 
Estes cães da roça parecem homens de negócios: 
Andam sempre preocupados. 
E quanta gente vem e vai! 
E tudo tem aquele caráter impressivo que faz meditar: 
Enterro a pé ou a carrocinha de leite puxada por um 
bodezinho manhoso. 
Nem falta o murmúrio da água, para sugerir, pela voz 
dos símbolos, 
Que a vida passa! que a vida passa! 
E que a mocidade vai acabar. 
 
BANDEIRA, M. O ritmo dissoluto. Rio de Janeiro: Aguilar 1967. 
 
A lírica de Manuel Bandeira é pautada na apreensão de significados profundos a partir de 
elementos do cotidiano. No poema Estrada, o lirismo presente no contraste entre campo e 
cidade aponta para 
a) o desejo do eu lírico de resgatar a movimentação dos centros urbanos, o que revela sua 
nostalgia com relação à cidade. 
b) a percepção do caráter efêmero da vida, possibilitada pela observação da aparente inércia 
da vida rural. 
c) opção do eu lírico pelo espaço bucólico como possibilidade de meditação sobre a sua 
juventude. 
d) a visão negativa da passagem do tempo, visto que esta gera insegurança. 
e) a profunda sensação de medo gerada pela reflex ão acerca da morte. 
6. (Enem 2010) Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma mostra que 
abalou a cultura nacional do início do século XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita 
se considerava pronta para mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras crít icas de 
Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma arte que valorizasse a cultura brasileira, Anita 
Malfatti e outros artistas modernistas 
a) buscaram libertar a arte brasileira das normas acadêmicas europeias, valorizando as cores, 
a originalidade e os temas nacionais. 
b) defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma irrestrita, 
afetando a criação artística nacional. 
c) representaram a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza, tendo como 
finalidade a prática educativa. 
d) mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retratadas, defendendo uma liberdade 
artística ligada à tradição acadêmica. 
e) buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas 
abordados.

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