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e-Book 3 Geisa Paulette CONTABILIDADE E PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO Sumário INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3 IRPJ: LUCRO PRESUMIDO ����������������������������� 4 Conceitos e objetivos do IRPJ – de acordo com a legislação tributária �������������������������������������������������������������� 4 Tipos de sociedades que podem ingressar no Lucro Presumido ����������������������������������������������������������������������������� 8 Cálculos e contabilização do IRPJ – Lucro Presumido ���� 11 Cálculos e contabilização do CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido para o Lucro Presumido ����� 20 CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������26 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & CONSULTADAS ��������������������������������������������27 3 INTRODUÇÃO Neste módulo, você aprenderá sobre os concei- tos, objetivos, cálculo e contabilização do regime tributário denominado Lucro Presumido� Por intermédio de posicionamento do Fisco Nacio- nal, a regra para cálculo do imposto se baseia nas receitas brutas e financeiras da empresa, tendo tratativas diferenciadas para chegar ao resultado� 44 IRPJ: LUCRO PRESUMIDO CONCEITOS E OBJETIVOS DO IRPJ – DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA IRPJ significa Imposto de Renda de Pessoa Jurí- dica� Ele é calculado sobre o lucro auferido pelas empresas, durante o ano-calendário� Com a mesma base de cálculo do IRPJ, temos também a CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, que será descrita brevemente� A Constituição Federal no seu artigo 153, inciso III, define que a União tem o dever de instituir impostos sobre a renda e proventos de qualquer natureza� Com base na CF, o decreto 9�580/2018 regulamenta a tributação, a fiscalização, a arrecadação e a ad- ministração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza, sendo conhecido como Regulamento do Imposto de Renda� Nele, todas as informações e obrigatoriedades estão descritas� O Livro II do RIR traz especificidades sobre as Pessoas Jurídicas – de quais são caracterizadas até as formas de apuração dos Tributos� Os contribuintes do IRPJ são: y As pessoas jurídicas y As empresas individuais 55 As pessoas jurídicas são assim definidas: y as pessoas jurídicas de direito privado domici- liadas no país, sejam quais forem os seus objetos sociais, a sua nacionalidade ou os participantes em seu capital; y as filiais, as sucursais, as agências ou as re- presentações no país das pessoas jurídicas com sede no exterior; y os comitentes domiciliados no exterior, quanto aos resultados das operações realizadas por seus mandatários ou seus comissários no país; e y as sociedades em conta de participação (são equiparadas)� Em relação às empresas individuais, essas são equiparadas às pessoas jurídicas, podendo ser exemplificadas da seguinte forma: I� o empresário que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços; tendo obri- gatoriamente o registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ); II� as pessoas físicas que, em nome individual, explorem, habitual e profissionalmente, qualquer atividade econômica de natureza civil ou comer- cial, com o fim especulativo de lucro, por meio da venda a terceiros de bens ou serviços; e 66 III� as pessoas físicas que promovam a incorpo- ração de prédios em condomínio ou loteamento de terrenos� Para melhor entendimento, não se incluem como pessoas físicas citadas no item II: y médico, engenheiro, advogado, dentista, vete- rinário, professor, economista, contador, jornalista, pintor, escritor, escultor e outras atividades que lhes possam ser assemelhadas; y profissões, ocupações e prestação de serviços não comerciais; y agentes, representantes e outras pessoas sem vínculo empregatício que, ao tomar parte em atos de comércio, não os pratiquem, todavia, por conta própria; y serventuários da Justiça, como tabeliães, no- tários, oficiais públicos, entre outros; y corretores, leiloeiros e despachantes, seus prepostos e seus adjuntos; y exploração individual de contratos de empreita- da unicamente de lavor, de qualquer natureza, quer se trate de trabalhos arquitetônicos, topográficos, terraplenagem, construções de alvenaria e outras congêneres, quer de serviços de utilidade pública, tanto de estudos como de construções; e y exploração de obras artísticas, didáticas, cientí- ficas, urbanísticas, projetos técnicos de construção, instalações ou equipamentos, exceto quando não 77 explorados diretamente pelo autor ou pelo criador do bem ou da obra� O Fisco deixa para o contribuinte escolher uma das formas para cálculo do IRPJ, levando em consideração o maior benefício ao contribuinte (valor menor a ser recolhido)� Porém, a forma de cálculo e o resultado a ser pago deverão ser de- monstrados por meio das obrigações acessórias, que normalmente são enviadas anualmente, para IRPJ e CSLL� Os regimes tributários possíveis para cálculo do IRPJ são: Simples Nacional, Lucro Presumido, Lucro Real e Lucro Arbitrado� Independentemente da opção escolhida, o fisco a reconhece no primeiro pagamento do IRPJ por meio do código informado no documento de ar- recadação (DARF). E ela é definitiva para todo o ano-calendário, podendo somente ser alterada no primeiro cálculo do ano seguinte� SAIBA MAIS 88 A sigla DARF significa Documento de Arrecadação de Receitas Federais� Ele é similar a um boleto, é padro- nizado, e tem como objetivo facilitar o processo de declaração para os contribuintes e órgãos da Receita� TIPOS DE SOCIEDADES QUE PODEM INGRESSAR NO LUCRO PRESUMIDO Para o Lucro Presumido, podem optar as pessoas jurídicas: a) cuja receita total no ano-calendário anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 78�000�000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou a R$ 6�500�000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses em atividade no ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses; b) que não estejam obrigadas à tributação pelo lucro real em função da atividade exercida ou da sua constituição societária ou natureza jurídica� E quais são as empresas obrigadas ao Lucro Real, não podendo, portanto, optar pelo Lucro Presumi- do? São as seguintes: c) cuja receita total, no ano-calendário anterior, tenha excedido o limite de R$ 78�000�000,00 (seten- FIQUE ATENTO 99 ta e oito milhões de reais) ou de R$ 6�500�000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses; d) cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvi- mento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de cré- dito imobiliário, sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguro privado e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; e) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; f) que, autorizadas pela legislação tributária, queiram usufruir de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto de renda; g) que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado o recolhimento mensal pelo regime de estimativa, na forma prevista no art� 32 da IN RFB nº 1�700, de 2017; h) que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, sele- ção e riscos, administração de contas a pagar e a 1010 receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring); i) que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio; e j) as pessoas jurídicas que explorem as ativi- dades de compra de direitos creditórios, ainda que se destinem à formação de lastro de valores mobiliários (securitização)� Vale comentarque a receita bruta citada é referente ao ano anterior� Se durante o ano calendário vigente o valor for ultrapassado, somente no próximo ano calendário é que a empresa não poderá optar pelo Lucro Presumido, não sendo excluída dentro do próprio ano� Na hipótese de haver pagamento dos tributos com base no lucro presumido e, em relação ao mesmo ano-calendá- rio, incorrer em situação de obrigatoriedade de apuração pelo lucro real por ter auferido lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior, deverá apurar o IRPJ e a CSLL sob o regime de apuração pelo lucro real trimestral a partir, inclusive, do trimestre da ocorrência do fato� Tal situação também é possível de ocorrer na hipótese de exclusão do Refis de empresa incluída nes- FIQUE ATENTO 1111 se programa como sendo do lucro presumido, embora obrigada ao lucro real� No regime de Lucro Presumido, pode-se escolher, para cálculo do imposto, o regime de caixa ou de competência� Se for adotado o regime de Competência, deverá apurar os tributos incidentes sobre o total da nota fiscal, no período em que foi emitida, independen- temente de quando irá receber� No caso de adoção do regime de Caixa, a apuração será feita conforme os recebimentos de receitas no período, independentemente de quando ocorreu a emissão da nota fiscal. Esse é um caso em que se pode postergar o valor a ser recolhido, quando uma empresa tem longo prazo para recebimento de suas receitas� A partir dessas informações, vamos entender me- lhor como calcular e contabilizar o IRPJ e a CSLL com base no Lucro Presumido� CÁLCULOS E CONTABILIZAÇÃO DO IRPJ – LUCRO PRESUMIDO Lucro Presumido é uma das quatro opções de re- gime tributário em que a base de cálculo do IRPJ e da CSLL são calculadas por meio da Presunção� 1212 Os períodos de apuração são trimestrais, encerra- dos em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário� As alíquotas de presunção de lucro são divididas por atividade e aplicadas sobre o faturamento da empresa, da seguinte forma: Tabela 1: Alíquotas do Lucro Presumido – IRPJ� Atividades Percentuais (%) Vendas em Geral 8 Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburan- te e gás natural 1,6 Serviços de transporte (exceto o de carga) 16 Serviços de transporte de cargas 8 Serviços hospitalares e de auxílio diag- nóstico e terapia, fisioterapia e terapia ocupacional, fonoaudiologia, patologia clínica, imagenologia, radiologia, anatomia patológica e citopatológia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, exames por métodos gráficos, procedimentos endos- cópicos, radioterapia, quimioterapia, diálise e oxigenoterapia hiperbárica, desde que a prestadora desses serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas da Anvisa� Atividades imobiliárias relativas a lotea- mento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à venda, bem como a venda de imóveis construídos ou adquiridos para a revenda� Atividade de construção por empreita- da com emprego de todos os materiais indispensáveis à sua execução, sendo tais materiais incorporados à obra� 8 1313 Atividades Percentuais (%) Prestação de Serviços em geral (exceto serviços hospitalares)� 32 Atividades desenvolvidas por bancos co- merciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, agências de fomento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, dis- tribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, coo- perativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta� 16 Fonte: Receita Federal do Brasil (2020) No caso de pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido, que, ao invés de manter escrituração contábil na forma da legislação comercial, mantenha Livro Caixa, escriturando toda sua movimentação finan- ceira, inclusive bancária, estão dispensadas da entrega da ECD� Porém, essa dispensa não se aplica no caso de distribuição de lucros acima do limite pela regra de presunção� Essa regra é: o valor da base de cálculo do imposto, diminuída de PIS, COFINS, IRPJ e CSLL� Uma vez conhecida a alíquota de presunção do lucro, precisamos entender como aplicá-la� FIQUE ATENTO 1414 Cálculo e contabilização com base no regime de competência A Instrução Normativa 1�700/2017, com suas alte- rações, define que o lucro presumido será determi- nado mediante aplicação dos percentuais citados na tabela acima sobre a receita bruta auferida em cada período de apuração trimestral, deduzida das devoluções e vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos� Então, o que compõe a receita bruta é: I� o produto da venda de bens nas operações de conta própria; II� o preço da prestação de serviços em geral; III� o resultado auferido nas operações de conta alheia; e IV� as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas nos itens i a iii� Para compor a receita líquida, teremos a receita bruta diminuída de: I� devoluções e vendas canceladas; II� descontos concedidos incondicionalmente; III� tributos sobre ela incidentes; e 1515 IV� valores decorrentes do ajuste a valor presente das operações vinculadas à receita bruta� Assim que tivermos a base de cálculo com a apli- cação da alíquota de presunção de lucro sobre a receita bruta, ainda se faz necessário a inclusão dos seguintes valores na base: y os ganhos de capital, demais receitas e resul- tados positivos decorrentes de outras receitas, auferidos no mesmo período; y os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras de renda fixa e renda variável; y os juros sobre o capital próprio auferidos; y os valores recuperados, correspondentes a custos e despesas, inclusive com perdas no recebimento de crédito, salvo se a pessoa jurídica comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro real ou que se refiram a período no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro presumido ou arbitrado; y o valor resultante da aplicação dos percentuais sobre a parcela das receitas auferidas em cada atividade, no respectivo período de apuração, nas exportações às pessoas vinculadas ou aos países com tributação favorecida que exceder ao valor já apropriado na escrituração da empresa; 1616 y as multas ou qualquer outra vantagem paga ou creditada por pessoa jurídica, ainda que a título de indenização, em virtude de rescisão de contrato� Uma vez conhecida a base de cálculo para o im- posto, a alíquota do imposto de renda que incidirá é de 15% (quinze por cento)� O adicional do imposto de renda devido pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido será calculado mediante a aplicação do percentual de 10% (dez por cento) sobre a parcela do lucro presumido que exceder ao valor da multiplicação de R$ 20�000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período de apuração� O valor do adicional deverá ser recolhido integral- mente, não sendo admitidas quaisquer deduções� Independentemente do regime tributário escolhido, as alíquotas de IR e CS são as mesmas� O que diferencia é como obter a base de cálculo para utilização das alíquotas� Utilizando todos os conceitos acima citados, va- mos exemplificar por meio de números o cálculo do IRPJ a ser recolhido� REFLITA 1717 Tabela 2: Dados para exemplo Lucro Presumido – Competência� Vendas de mercadorias no 1º trim� 1�500�000,00 Devolução de vendas no 1º trim� (200�000,00) Vendas líquidas no mês 1º trim� 1�300�000,00 Receita Financeira no mês 1º trim� 20�000,00 Fonte: elaborado pela autora Verificamos que a alíquota de presunção para vendas em geral é de 8%� Então, encontraremos a base decálculo� 1�300�000,00 * 8% = 104�000,00 O próximo passo é adicionar a Receita Financeira na base de cálculo encontrada acima: 104�000,00 + 20�000,00 = 124�000,00 Vamos agora calcular o IRPJ� IRPJ: 124�000,00 * 15% = 18�600,00 Adicional: (124�000,00 – (20�000,00 * 3)) = 64�000,00 * 10% = 6�400,00 Total do IRPJ = 18�600,00 + 6�400,00 = 25�000,00 1818 Agora, contabilizaremos a provisão do IRPJ, que deverá ser recolhido até o último dia útil do mês subsequente à apuração, que no nosso exemplo seria 30/04, pois estamos calculando o primeiro trimestre� Data: 31/03/XX D – Despesa com IRPJ 25�000,00 C – IRPJ a Recolher 25�000,00 Histórico: Provisão de IRPJ referente ao 1º trimestre/XX� Lembrando que, a cada trimestre calculado, as contas de resultado deverão ser encerradas e transferidas ao Patrimônio Líquido, até para que as contas de receitas não sobreponham valores e o cálculo seja feito em duplicidade� Cálculo e contabilização com base no regime de caixa Como estudamos anteriormente, o regime de Cai- xa toma como base os valores recebidos como receita� Então, para esse exemplo, não importa quando será a emissão da nota fiscal e sim, o que foi recebido no trimestre� Independentemente do regime escolhido, iremos utilizar a tabela de presunção de lucro conforme as atividades da empresa, citada no item anterior, para conhecer a base de cálculo� 1919 As alíquotas de IR e Complementar de IR permanecem as mesmas, sendo 15% e 10%, respectivamente� É importante salientar que é pouco comum a uti- lização do regime de Caixa para cálculo do Lucro Presumido, pois se faz necessária a adoção de um controle rígido do fluxo de caixa da empresa, considerando todos os valores recebidos� No caso do regime de competência, o cálculo se torna mais simples, pois é utilizado o valor total de notas emitidas� Claro que se os recebimentos ocorrerem no mesmo mês de emissão das notas, não haverá diferença no recolhimento� Vamos ao exemplo de IRPJ através do Regime de Caixa: Tabela 3: Dados para exemplo Lucro Presumido – Caixa� Recebimento de Vendas no 1º trim� 1�900�000,00 Receita Financeira no mês 1º trim� 30�000,00 Fonte: Elaborado pela autora� A alíquota de presunção para vendas em geral é de 8%� 1�900�000,00 * 8% = 152�000,00 152�000,00 + 30�000,00 = 182�000,00 IRPJ: 182�000,00 * 15% = 27�300,00 2020 Adicional: (182�000,00 – (20�000,00 * 3)) = 122�000,00 * 10% = 12�200,00 Total do IRPJ = 27�300,00 + 12�200,00 = 39�500 A contabilização é igual à feita no regime de com- petência, assim como o vencimento que, no nosso exemplo, seria 30/04, pois estamos calculando o primeiro trimestre� Data: 31/03/XX D – Despesa com IRPJ 39�500,00 C – IRPJ a Recolher 39�500,00 Histórico: Provisão de IRPJ referente ao 1º trimestre/XX� CÁLCULOS E CONTABILIZAÇÃO DO CSLL – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO PARA O LUCRO PRESUMIDO A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido é um tributo federal que incide sobre as pessoas jurídicas nacionais e as domiciliadas no país� Seu objetivo é de apoiar a Seguridade Social, aumentando os recursos financeiros para aposentadoria, auxílio- -doença, licença maternidade, etc� 2121 A alíquota geral é de 9%, sendo que para as insti- tuições financeiras, de capitalização ou de seguros é de 15%� Não há alíquota adicional� O imposto é calculado e recolhido a cada trimestre, assim como o IRPJ. O vencimento é no último dia útil do mês subsequente ao trimestre calculado. Também é utilizada uma tabela para presunção do lucro e ter a base de cálculo da CSLL, porém é bem mais simples do que a do IRPJ� Observe: Tabela 4: Alíquotas do Lucro Presumido – CSLL� Atividades Percentuais (%) Em geral 12% Prestação de serviços em geral, intermedia- ção de negócios e administração, locação ou cessão de bens moveis, imóveis ou direitos 32% Fonte: Receita Federal do Brasil (2020) As definições de receita bruta e líquida são as mesmas do IRPJ� Relembrando: Receita bruta: V� o produto da venda de bens nas operações de conta própria; VI� o preço da prestação de serviços em geral: VII� o resultado auferido nas operações de conta alheia; e 2222 VIII� as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas nos itens i a iii� Para a receita líquida, teremos a receita bruta diminuída de: V� devoluções e vendas canceladas; VI� descontos concedidos incondicionalmente; VII� tributos sobre ela incidentes; e VIII� valores decorrentes do ajuste a valor pre- sente das operações vinculadas à receita bruta� Cálculo e contabilização com base no regime de competência Vamos utilizar os mesmos exemplos e parâmetros para cálculo da CSLL� Tabela 5: Dados para exemplo Lucro Presumido – Competência� Vendas de mercadorias no 1º trim� 1�500�000,00 Devolução de vendas no 1º trim� (200�000,00) Vendas líquidas no mês 1º trim� 1�300�000,00 Receita Financeira no mês 1º trim� 20�000,00 Fonte: Receita Federal do Brasil (2020) A alíquota de presunção para vendas em geral é de 12%� Então, encontraremos a base de cálculo� 1�300�000,00 * 12% = 156�000,00 2323 Adicionando a Receita Financeira na base de cál- culo encontrada acima: 156�000,00 + 20�000,00 = 176�000,00 CSLL: 176�000,00 * 9% = 15�840,00 Contabilizando a CSLL apurada: Data: 31/03/XX D – Despesa com CSLL 15�840,00 C – CSLL a Recolher 15�840,00 Histórico: Provisão de CSLL referente ao 1º trimestre/XX� Cálculo e contabilização com base no regime de caixa Tabela 6: Dados para exemplo Lucro Presumido – Caixa� Recebimento de Vendas no 1º trim� 1�900�000,00 Receita Financeira no mês 1º trim� 30�000,00 Fonte: Elaborado pela autora A alíquota de presunção para vendas em geral é de 12%� 1�900�000,00 * 12% = 228�000,00 228�000,00 + 30�000,00 = 258�000,00 CSLL: 258�000,00 * 9% = 23�220,00 2424 A contabilização é igual à feita no regime de com- petência, assim como o vencimento que, no nosso exemplo, seria 30/04, pois estamos calculando o primeiro trimestre� Data: 31/03/XX D – Despesa com CSLL 23�220,00 C – CSLL a Recolher 23�220,00 Histórico: Provisão de CSLL referente ao 1º trimestre/XX� Prós e contras da adoção do Lucro Presumido Entendemos o que é o Lucro Presumido� Agora, podemos elencar seus prós e contras� Prós do Lucro Presumido: y Facilidade na realização dos cálculos do IRPJ e CSLL; y Se lucro auferido for maior que o lucro presu- mido, há ganho por não desembolsar valores nos tributos; y Manter a contabilidade em ordem demonstra que poderá ser distribuído valor maiores a título de lucros do que os efetivamente calculados com o faturamento� 2525 Contras do Lucro Presumido: y Se a presunção do lucro for maior que o lucro real, os tributos serão recolhidos a maior; y Não é possível deduzir as despesas operacio- nais da base de cálculo do IRPJ e da CSLL, uma vez que o lucro é calculado; y Se não houver atenção diante das regras de opção para o lucro presumido, poderá ocorrer o desenquadramento do regime� Para encontrar o regime tributário mais vantajoso, vale a pena seguir duas regras: 1 – analisar o histórico de crescimento e os períodos de crise da empresa; 2 – projetar o futuro, compreendendo o cenário interno e externo à organização� É necessário avaliar o lucro obtido e projetado para somente então decidir� Avalie também a possibilidade legal, isto é, se a em- presa não possui impedimento legal para adoção do Lucro Presumido e também a situação financeira para desembolso dos tributos� REFLITA 26 CONSIDERAÇÕES FINAIS O Lucro Presumido é uma das opções de tributa- ção que a Receita Federal coloca à disposição do contribuinte como escolha� A grande maioria das empresas utiliza essa forma de tributação, por ser possível a utilização da receita auferida no trimestre para cálculo de IRPJ e CSLL� Há também a possibilidade da base de cálculo ser conhecida por meio dos recebimentos das receitas, mas para isso se faz necessário controle efetivo das entradas no fluxo de caixa.Neste módulo, conhecemos as empresas que podem optar pelo Lucro Presumido, e também as tabelas de presunção do lucro para cálculo do IRPJ e CSLL, bem como suas respectivas alíquotas� Além disso, ainda estudamos a contabilização dos tributos e suas datas de vencimento� Referências Bibliográficas & Consultadas ANDRADE FILHO, E� O� Imposto de renda das empresas� 13� ed� São Paulo: Atlas, 2018� [Minha Biblioteca] CHIEREGATO, R� et al� Manual de contabilidade tributária� 14� ed� São Paulo: Atlas, 2014 [Minha Biblioteca] FABRETTI, L� C� et al� Contabilidade tributária� 16� ed� São Paulo: Atlas, 2016� [Minha Biblioteca] HARADA, K� B� Código tributário nacional� São Paulo: Rideel, 2016� [Biblioteca Virtual] HAUSER, P. Contabilidade tributária: dos conceitos a aplicação� Curitiba: InterSaberes, 2017� [Biblioteca Virtual] MACHADO, L� H� M� Sistema financeiro nacional� São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015� [Biblioteca Virtual] OLIVEIRA, L� M� et al� Manual de contabilidade tributária: textos e testes com respostas� 14� ed� Atlas, 2015� [Minha Biblioteca] SANTOS, C� Simples nacional� 6� ed� Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2019� [Biblioteca Virtual] Introdução IRPJ: Lucro Presumido Conceitos e objetivos do IRPJ – de acordo com a legislação tributária Tipos de sociedades que podem ingressar no Lucro Presumido Cálculos e contabilização do IRPJ – Lucro Presumido Cálculos e contabilização do CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido para o Lucro Presumido Considerações finais Referências Bibliográficas & Consultadas
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