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e-Book 3
Geisa Paulette
CONTABILIDADE 
E PLANEJAMENTO 
TRIBUTÁRIO
Sumário
INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3
IRPJ: LUCRO PRESUMIDO ����������������������������� 4
Conceitos e objetivos do IRPJ – de acordo com a 
legislação tributária �������������������������������������������������������������� 4
Tipos de sociedades que podem ingressar no Lucro 
Presumido ����������������������������������������������������������������������������� 8
Cálculos e contabilização do IRPJ – Lucro Presumido ���� 11
Cálculos e contabilização do CSLL – Contribuição 
Social sobre o Lucro Líquido para o Lucro Presumido ����� 20
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & 
CONSULTADAS ��������������������������������������������27
3
INTRODUÇÃO
Neste módulo, você aprenderá sobre os concei-
tos, objetivos, cálculo e contabilização do regime 
tributário denominado Lucro Presumido�
Por intermédio de posicionamento do Fisco Nacio-
nal, a regra para cálculo do imposto se baseia nas 
receitas brutas e financeiras da empresa, tendo 
tratativas diferenciadas para chegar ao resultado�
44
IRPJ: LUCRO PRESUMIDO
CONCEITOS E OBJETIVOS DO IRPJ 
– DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO 
TRIBUTÁRIA
IRPJ significa Imposto de Renda de Pessoa Jurí-
dica� Ele é calculado sobre o lucro auferido pelas 
empresas, durante o ano-calendário�
Com a mesma base de cálculo do IRPJ, temos 
também a CSLL – Contribuição Social sobre o 
Lucro Líquido, que será descrita brevemente�
A Constituição Federal no seu artigo 153, inciso III, 
define que a União tem o dever de instituir impostos 
sobre a renda e proventos de qualquer natureza� 
Com base na CF, o decreto 9�580/2018 regulamenta 
a tributação, a fiscalização, a arrecadação e a ad-
ministração do Imposto sobre a Renda e Proventos 
de Qualquer Natureza, sendo conhecido como 
Regulamento do Imposto de Renda� Nele, todas as 
informações e obrigatoriedades estão descritas�
O Livro II do RIR traz especificidades sobre as 
Pessoas Jurídicas – de quais são caracterizadas 
até as formas de apuração dos Tributos�
Os contribuintes do IRPJ são:
 y As pessoas jurídicas
 y As empresas individuais
55
As pessoas jurídicas são assim definidas:
 y as pessoas jurídicas de direito privado domici-
liadas no país, sejam quais forem os seus objetos 
sociais, a sua nacionalidade ou os participantes 
em seu capital;
 y as filiais, as sucursais, as agências ou as re-
presentações no país das pessoas jurídicas com 
sede no exterior;
 y os comitentes domiciliados no exterior, quanto 
aos resultados das operações realizadas por seus 
mandatários ou seus comissários no país; e
 y as sociedades em conta de participação (são 
equiparadas)�
Em relação às empresas individuais, essas são 
equiparadas às pessoas jurídicas, podendo ser 
exemplificadas da seguinte forma:
I� o empresário que exerce profissionalmente 
atividade econômica organizada para a produção 
ou a circulação de bens ou de serviços; tendo obri-
gatoriamente o registro no Cadastro Nacional de 
Pessoa Jurídica (CNPJ);
II� as pessoas físicas que, em nome individual, 
explorem, habitual e profissionalmente, qualquer 
atividade econômica de natureza civil ou comer-
cial, com o fim especulativo de lucro, por meio da 
venda a terceiros de bens ou serviços; e
66
III� as pessoas físicas que promovam a incorpo-
ração de prédios em condomínio ou loteamento 
de terrenos�
Para melhor entendimento, não se incluem como 
pessoas físicas citadas no item II:
 y médico, engenheiro, advogado, dentista, vete-
rinário, professor, economista, contador, jornalista, 
pintor, escritor, escultor e outras atividades que 
lhes possam ser assemelhadas;
 y profissões, ocupações e prestação de serviços 
não comerciais;
 y agentes, representantes e outras pessoas sem 
vínculo empregatício que, ao tomar parte em atos 
de comércio, não os pratiquem, todavia, por conta 
própria;
 y serventuários da Justiça, como tabeliães, no-
tários, oficiais públicos, entre outros;
 y corretores, leiloeiros e despachantes, seus 
prepostos e seus adjuntos;
 y exploração individual de contratos de empreita-
da unicamente de lavor, de qualquer natureza, quer 
se trate de trabalhos arquitetônicos, topográficos, 
terraplenagem, construções de alvenaria e outras 
congêneres, quer de serviços de utilidade pública, 
tanto de estudos como de construções; e
 y exploração de obras artísticas, didáticas, cientí-
ficas, urbanísticas, projetos técnicos de construção, 
instalações ou equipamentos, exceto quando não 
77
explorados diretamente pelo autor ou pelo criador 
do bem ou da obra�
O Fisco deixa para o contribuinte escolher uma 
das formas para cálculo do IRPJ, levando em 
consideração o maior benefício ao contribuinte 
(valor menor a ser recolhido)� Porém, a forma de 
cálculo e o resultado a ser pago deverão ser de-
monstrados por meio das obrigações acessórias, 
que normalmente são enviadas anualmente, para 
IRPJ e CSLL�
Os regimes tributários possíveis para cálculo do IRPJ 
são: Simples Nacional, Lucro Presumido, Lucro Real e 
Lucro Arbitrado�
Independentemente da opção escolhida, o fisco 
a reconhece no primeiro pagamento do IRPJ por 
meio do código informado no documento de ar-
recadação (DARF). E ela é definitiva para todo o 
ano-calendário, podendo somente ser alterada no 
primeiro cálculo do ano seguinte�
SAIBA MAIS
88
A sigla DARF significa Documento de Arrecadação de 
Receitas Federais� Ele é similar a um boleto, é padro-
nizado, e tem como objetivo facilitar o processo de 
declaração para os contribuintes e órgãos da Receita�
TIPOS DE SOCIEDADES QUE 
PODEM INGRESSAR NO LUCRO 
PRESUMIDO
Para o Lucro Presumido, podem optar as pessoas 
jurídicas:
a) cuja receita total no ano-calendário anterior tenha 
sido igual ou inferior a R$ 78�000�000,00 (setenta 
e oito milhões de reais) ou a R$ 6�500�000,00 (seis 
milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo 
número de meses em atividade no ano-calendário 
anterior, quando inferior a 12 (doze) meses;
b) que não estejam obrigadas à tributação pelo 
lucro real em função da atividade exercida ou da 
sua constituição societária ou natureza jurídica�
E quais são as empresas obrigadas ao Lucro Real, 
não podendo, portanto, optar pelo Lucro Presumi-
do? São as seguintes:
c) cuja receita total, no ano-calendário anterior, 
tenha excedido o limite de R$ 78�000�000,00 (seten-
FIQUE ATENTO
99
ta e oito milhões de reais) ou de R$ 6�500�000,00 
(seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado 
pelo número de meses do período, quando inferior 
a 12 (doze) meses;
d) cujas atividades sejam de bancos comerciais, 
bancos de investimentos, bancos de desenvolvi-
mento, caixas econômicas, sociedades de crédito, 
financiamento e investimento, sociedades de cré-
dito imobiliário, sociedades corretoras de títulos 
e valores mobiliários, empresas de arrendamento 
mercantil, cooperativas de crédito, empresas de 
seguro privado e de capitalização e entidades de 
previdência privada aberta;
e) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de 
capital oriundos do exterior;
f) que, autorizadas pela legislação tributária, 
queiram usufruir de benefícios fiscais relativos à 
isenção ou redução do imposto de renda;
g) que, no decorrer do ano-calendário, tenham 
efetuado o recolhimento mensal pelo regime de 
estimativa, na forma prevista no art� 32 da IN RFB 
nº 1�700, de 2017;
h) que explorem as atividades de prestação 
cumulativa e contínua de serviços de assessoria 
creditícia, mercadológica, gestão de crédito, sele-
ção e riscos, administração de contas a pagar e a 
1010
receber, compras de direitos creditórios resultantes 
de vendas mercantis a prazo ou de prestação de 
serviços (factoring);
i) que explorem as atividades de securitização de 
créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio; e
j) as pessoas jurídicas que explorem as ativi-
dades de compra de direitos creditórios, ainda 
que se destinem à formação de lastro de valores 
mobiliários (securitização)�
Vale comentarque a receita bruta citada é referente 
ao ano anterior� Se durante o ano calendário vigente 
o valor for ultrapassado, somente no próximo ano 
calendário é que a empresa não poderá optar pelo 
Lucro Presumido, não sendo excluída dentro do 
próprio ano�
Na hipótese de haver pagamento dos tributos com base 
no lucro presumido e, em relação ao mesmo ano-calendá-
rio, incorrer em situação de obrigatoriedade de apuração 
pelo lucro real por ter auferido lucros, rendimentos ou 
ganhos de capital oriundos do exterior, deverá apurar o 
IRPJ e a CSLL sob o regime de apuração pelo lucro real 
trimestral a partir, inclusive, do trimestre da ocorrência 
do fato� Tal situação também é possível de ocorrer na 
hipótese de exclusão do Refis de empresa incluída nes-
FIQUE ATENTO
1111
se programa como sendo do lucro presumido, embora 
obrigada ao lucro real�
No regime de Lucro Presumido, pode-se escolher, 
para cálculo do imposto, o regime de caixa ou de 
competência�
Se for adotado o regime de Competência, deverá 
apurar os tributos incidentes sobre o total da nota 
fiscal, no período em que foi emitida, independen-
temente de quando irá receber�
No caso de adoção do regime de Caixa, a apuração 
será feita conforme os recebimentos de receitas 
no período, independentemente de quando ocorreu 
a emissão da nota fiscal. Esse é um caso em que 
se pode postergar o valor a ser recolhido, quando 
uma empresa tem longo prazo para recebimento 
de suas receitas�
A partir dessas informações, vamos entender me-
lhor como calcular e contabilizar o IRPJ e a CSLL 
com base no Lucro Presumido�
CÁLCULOS E CONTABILIZAÇÃO DO 
IRPJ – LUCRO PRESUMIDO
Lucro Presumido é uma das quatro opções de re-
gime tributário em que a base de cálculo do IRPJ 
e da CSLL são calculadas por meio da Presunção�
1212
Os períodos de apuração são trimestrais, encerra-
dos em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro 
e 31 de dezembro de cada ano-calendário�
As alíquotas de presunção de lucro são divididas 
por atividade e aplicadas sobre o faturamento da 
empresa, da seguinte forma:
Tabela 1: Alíquotas do Lucro Presumido – IRPJ�
Atividades Percentuais (%)
Vendas em Geral 8
Revenda, para consumo, de combustível 
derivado de petróleo, álcool etílico carburan-
te e gás natural
1,6
Serviços de transporte (exceto o de carga) 16
Serviços de transporte de cargas 8
Serviços hospitalares e de auxílio diag-
nóstico e terapia, fisioterapia e terapia 
ocupacional, fonoaudiologia, patologia 
clínica, imagenologia, radiologia, anatomia 
patológica e citopatológia, medicina nuclear 
e análises e patologias clínicas, exames por 
métodos gráficos, procedimentos endos-
cópicos, radioterapia, quimioterapia, diálise 
e oxigenoterapia hiperbárica, desde que a 
prestadora desses serviços seja organizada 
sob a forma de sociedade empresária e 
atenda às normas da Anvisa�
Atividades imobiliárias relativas a lotea-
mento de terrenos, incorporação imobiliária, 
construção de prédios destinados à venda, 
bem como a venda de imóveis construídos 
ou adquiridos para a revenda�
Atividade de construção por empreita-
da com emprego de todos os materiais 
indispensáveis à sua execução, sendo tais 
materiais incorporados à obra�
8
1313
Atividades Percentuais (%)
Prestação de Serviços em geral (exceto 
serviços hospitalares)�
32
Atividades desenvolvidas por bancos co-
merciais, bancos de investimentos, bancos 
de desenvolvimento, agências de fomento, 
caixas econômicas, sociedades de crédito, 
financiamento e investimento, sociedades 
de crédito imobiliário, sociedades corretoras 
de títulos, valores mobiliários e câmbio, dis-
tribuidoras de títulos e valores mobiliários, 
empresas de arrendamento mercantil, coo-
perativas de crédito, empresas de seguros 
privados e de capitalização e entidades de 
previdência privada aberta�
16
Fonte: Receita Federal do Brasil (2020)
No caso de pessoas jurídicas tributadas com base no 
lucro presumido, que, ao invés de manter escrituração 
contábil na forma da legislação comercial, mantenha 
Livro Caixa, escriturando toda sua movimentação finan-
ceira, inclusive bancária, estão dispensadas da entrega 
da ECD� Porém, essa dispensa não se aplica no caso 
de distribuição de lucros acima do limite pela regra de 
presunção� Essa regra é: o valor da base de cálculo do 
imposto, diminuída de PIS, COFINS, IRPJ e CSLL� 
Uma vez conhecida a alíquota de presunção do 
lucro, precisamos entender como aplicá-la�
FIQUE ATENTO
1414
Cálculo e contabilização com base no 
regime de competência
A Instrução Normativa 1�700/2017, com suas alte-
rações, define que o lucro presumido será determi-
nado mediante aplicação dos percentuais citados 
na tabela acima sobre a receita bruta auferida em 
cada período de apuração trimestral, deduzida das 
devoluções e vendas canceladas e dos descontos 
incondicionais concedidos�
Então, o que compõe a receita bruta é:
I� o produto da venda de bens nas operações de 
conta própria;
II� o preço da prestação de serviços em geral;
III� o resultado auferido nas operações de conta 
alheia; e
IV� as receitas da atividade ou objeto principal da 
pessoa jurídica não compreendidas nos itens i a iii�
Para compor a receita líquida, teremos a receita 
bruta diminuída de:
I� devoluções e vendas canceladas;
II� descontos concedidos incondicionalmente;
III� tributos sobre ela incidentes; e
1515
IV� valores decorrentes do ajuste a valor presente 
das operações vinculadas à receita bruta�
Assim que tivermos a base de cálculo com a apli-
cação da alíquota de presunção de lucro sobre a 
receita bruta, ainda se faz necessário a inclusão 
dos seguintes valores na base:
 y os ganhos de capital, demais receitas e resul-
tados positivos decorrentes de outras receitas, 
auferidos no mesmo período;
 y os rendimentos e ganhos líquidos auferidos 
em aplicações financeiras de renda fixa e renda 
variável;
 y os juros sobre o capital próprio auferidos;
 y os valores recuperados, correspondentes a custos 
e despesas, inclusive com perdas no recebimento 
de crédito, salvo se a pessoa jurídica comprovar 
não os ter deduzido em período anterior no qual 
tenha se submetido ao regime de tributação com 
base no lucro real ou que se refiram a período no 
qual tenha se submetido ao regime de tributação 
com base no lucro presumido ou arbitrado;
 y o valor resultante da aplicação dos percentuais 
sobre a parcela das receitas auferidas em cada 
atividade, no respectivo período de apuração, nas 
exportações às pessoas vinculadas ou aos países 
com tributação favorecida que exceder ao valor já 
apropriado na escrituração da empresa;
1616
 y as multas ou qualquer outra vantagem paga ou 
creditada por pessoa jurídica, ainda que a título de 
indenização, em virtude de rescisão de contrato�
Uma vez conhecida a base de cálculo para o im-
posto, a alíquota do imposto de renda que incidirá 
é de 15% (quinze por cento)�
O adicional do imposto de renda devido pelas 
pessoas jurídicas tributadas com base no lucro 
presumido será calculado mediante a aplicação 
do percentual de 10% (dez por cento) sobre a 
parcela do lucro presumido que exceder ao valor 
da multiplicação de R$ 20�000,00 (vinte mil reais) 
pelo número de meses do respectivo período de 
apuração�
O valor do adicional deverá ser recolhido integral-
mente, não sendo admitidas quaisquer deduções�
Independentemente do regime tributário escolhido, as 
alíquotas de IR e CS são as mesmas� O que diferencia 
é como obter a base de cálculo para utilização das 
alíquotas�
Utilizando todos os conceitos acima citados, va-
mos exemplificar por meio de números o cálculo 
do IRPJ a ser recolhido�
REFLITA
1717
Tabela 2: Dados para exemplo Lucro Presumido – Competência�
Vendas de mercadorias no 1º trim� 1�500�000,00
Devolução de vendas no 1º trim� (200�000,00)
Vendas líquidas no mês 1º trim� 1�300�000,00
Receita Financeira no mês 1º trim� 20�000,00
Fonte: elaborado pela autora
Verificamos que a alíquota de presunção para 
vendas em geral é de 8%� Então, encontraremos 
a base decálculo�
1�300�000,00 * 8% = 104�000,00
O próximo passo é adicionar a Receita Financeira 
na base de cálculo encontrada acima:
104�000,00 + 20�000,00 = 124�000,00
Vamos agora calcular o IRPJ�
IRPJ: 124�000,00 * 15% = 18�600,00
Adicional: (124�000,00 – (20�000,00 * 3)) = 64�000,00 
* 10% = 6�400,00
Total do IRPJ = 18�600,00 + 6�400,00 = 25�000,00
1818
Agora, contabilizaremos a provisão do IRPJ, que 
deverá ser recolhido até o último dia útil do mês 
subsequente à apuração, que no nosso exemplo 
seria 30/04, pois estamos calculando o primeiro 
trimestre�
Data: 31/03/XX
D – Despesa com IRPJ 25�000,00
C – IRPJ a Recolher 25�000,00
Histórico: Provisão de IRPJ referente ao 1º trimestre/XX� 
Lembrando que, a cada trimestre calculado, as 
contas de resultado deverão ser encerradas e 
transferidas ao Patrimônio Líquido, até para que 
as contas de receitas não sobreponham valores 
e o cálculo seja feito em duplicidade�
Cálculo e contabilização com base no 
regime de caixa
Como estudamos anteriormente, o regime de Cai-
xa toma como base os valores recebidos como 
receita� Então, para esse exemplo, não importa 
quando será a emissão da nota fiscal e sim, o que 
foi recebido no trimestre�
Independentemente do regime escolhido, iremos 
utilizar a tabela de presunção de lucro conforme 
as atividades da empresa, citada no item anterior, 
para conhecer a base de cálculo�
1919
As alíquotas de IR e Complementar de IR permanecem 
as mesmas, sendo 15% e 10%, respectivamente�
É importante salientar que é pouco comum a uti-
lização do regime de Caixa para cálculo do Lucro 
Presumido, pois se faz necessária a adoção de 
um controle rígido do fluxo de caixa da empresa, 
considerando todos os valores recebidos�
No caso do regime de competência, o cálculo se 
torna mais simples, pois é utilizado o valor total 
de notas emitidas�
Claro que se os recebimentos ocorrerem no mesmo 
mês de emissão das notas, não haverá diferença 
no recolhimento�
Vamos ao exemplo de IRPJ através do Regime de 
Caixa:
Tabela 3: Dados para exemplo Lucro Presumido – Caixa�
Recebimento de Vendas no 1º trim� 1�900�000,00
Receita Financeira no mês 1º trim� 30�000,00
Fonte: Elaborado pela autora�
A alíquota de presunção para vendas em geral é 
de 8%� 
1�900�000,00 * 8% = 152�000,00
152�000,00 + 30�000,00 = 182�000,00
IRPJ: 182�000,00 * 15% = 27�300,00
2020
Adicional: (182�000,00 – (20�000,00 * 3)) = 122�000,00 
* 10% = 12�200,00
Total do IRPJ = 27�300,00 + 12�200,00 = 39�500
A contabilização é igual à feita no regime de com-
petência, assim como o vencimento que, no nosso 
exemplo, seria 30/04, pois estamos calculando o 
primeiro trimestre�
Data: 31/03/XX
D – Despesa com IRPJ 39�500,00
C – IRPJ a Recolher 39�500,00
Histórico: Provisão de IRPJ referente ao 1º trimestre/XX�
CÁLCULOS E CONTABILIZAÇÃO 
DO CSLL – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 
SOBRE O LUCRO LÍQUIDO PARA O 
LUCRO PRESUMIDO
A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido é um 
tributo federal que incide sobre as pessoas jurídicas 
nacionais e as domiciliadas no país� Seu objetivo 
é de apoiar a Seguridade Social, aumentando os 
recursos financeiros para aposentadoria, auxílio-
-doença, licença maternidade, etc�
2121
A alíquota geral é de 9%, sendo que para as insti-
tuições financeiras, de capitalização ou de seguros 
é de 15%� Não há alíquota adicional�
O imposto é calculado e recolhido a cada trimestre, 
assim como o IRPJ. O vencimento é no último dia 
útil do mês subsequente ao trimestre calculado.
Também é utilizada uma tabela para presunção 
do lucro e ter a base de cálculo da CSLL, porém 
é bem mais simples do que a do IRPJ� Observe:
Tabela 4: Alíquotas do Lucro Presumido – CSLL�
Atividades Percentuais (%)
Em geral 12%
Prestação de serviços em geral, intermedia-
ção de negócios e administração, locação 
ou cessão de bens moveis, imóveis ou 
direitos
32%
Fonte: Receita Federal do Brasil (2020)
As definições de receita bruta e líquida são as 
mesmas do IRPJ� Relembrando:
Receita bruta: 
V� o produto da venda de bens nas operações de 
conta própria; 
VI� o preço da prestação de serviços em geral: 
VII� o resultado auferido nas operações de conta 
alheia; e 
2222
VIII� as receitas da atividade ou objeto principal 
da pessoa jurídica não compreendidas nos itens 
i a iii�
Para a receita líquida, teremos a receita bruta 
diminuída de:
V� devoluções e vendas canceladas;
VI� descontos concedidos incondicionalmente;
VII� tributos sobre ela incidentes; e
VIII� valores decorrentes do ajuste a valor pre-
sente das operações vinculadas à receita bruta�
Cálculo e contabilização com base no 
regime de competência
Vamos utilizar os mesmos exemplos e parâmetros 
para cálculo da CSLL�
Tabela 5: Dados para exemplo Lucro Presumido – Competência�
Vendas de mercadorias no 1º trim� 1�500�000,00
Devolução de vendas no 1º trim� (200�000,00)
Vendas líquidas no mês 1º trim� 1�300�000,00
Receita Financeira no mês 1º trim� 20�000,00
Fonte: Receita Federal do Brasil (2020)
A alíquota de presunção para vendas em geral é 
de 12%� Então, encontraremos a base de cálculo�
1�300�000,00 * 12% = 156�000,00
2323
Adicionando a Receita Financeira na base de cál-
culo encontrada acima:
156�000,00 + 20�000,00 = 176�000,00
CSLL: 176�000,00 * 9% = 15�840,00
Contabilizando a CSLL apurada:
Data: 31/03/XX
D – Despesa com CSLL 15�840,00
C – CSLL a Recolher 15�840,00
Histórico: Provisão de CSLL referente ao 1º trimestre/XX� 
Cálculo e contabilização com base no 
regime de caixa
Tabela 6: Dados para exemplo Lucro Presumido – Caixa�
Recebimento de Vendas no 1º trim� 1�900�000,00
Receita Financeira no mês 1º trim� 30�000,00
Fonte: Elaborado pela autora
A alíquota de presunção para vendas em geral é 
de 12%� 
1�900�000,00 * 12% = 228�000,00
228�000,00 + 30�000,00 = 258�000,00
CSLL: 258�000,00 * 9% = 23�220,00
2424
A contabilização é igual à feita no regime de com-
petência, assim como o vencimento que, no nosso 
exemplo, seria 30/04, pois estamos calculando o 
primeiro trimestre�
Data: 31/03/XX
D – Despesa com CSLL 23�220,00
C – CSLL a Recolher 23�220,00
Histórico: Provisão de CSLL referente ao 1º trimestre/XX� 
Prós e contras da adoção do Lucro 
Presumido
Entendemos o que é o Lucro Presumido� Agora, 
podemos elencar seus prós e contras�
Prós do Lucro Presumido:
 y Facilidade na realização dos cálculos do IRPJ 
e CSLL;
 y Se lucro auferido for maior que o lucro presu-
mido, há ganho por não desembolsar valores nos 
tributos;
 y Manter a contabilidade em ordem demonstra 
que poderá ser distribuído valor maiores a título 
de lucros do que os efetivamente calculados com 
o faturamento�
2525
Contras do Lucro Presumido:
 y Se a presunção do lucro for maior que o lucro 
real, os tributos serão recolhidos a maior;
 y Não é possível deduzir as despesas operacio-
nais da base de cálculo do IRPJ e da CSLL, uma 
vez que o lucro é calculado;
 y Se não houver atenção diante das regras de 
opção para o lucro presumido, poderá ocorrer o 
desenquadramento do regime�
Para encontrar o regime tributário mais vantajoso, vale 
a pena seguir duas regras:
1 – analisar o histórico de crescimento e os períodos 
de crise da empresa;
2 – projetar o futuro, compreendendo o cenário interno 
e externo à organização�
É necessário avaliar o lucro obtido e projetado para 
somente então decidir�
Avalie também a possibilidade legal, isto é, se a em-
presa não possui impedimento legal para adoção do 
Lucro Presumido e também a situação financeira para 
desembolso dos tributos�
REFLITA
26
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Lucro Presumido é uma das opções de tributa-
ção que a Receita Federal coloca à disposição do 
contribuinte como escolha�
A grande maioria das empresas utiliza essa forma 
de tributação, por ser possível a utilização da receita 
auferida no trimestre para cálculo de IRPJ e CSLL� 
Há também a possibilidade da base de cálculo ser 
conhecida por meio dos recebimentos das receitas, 
mas para isso se faz necessário controle efetivo 
das entradas no fluxo de caixa.Neste módulo, conhecemos as empresas que 
podem optar pelo Lucro Presumido, e também as 
tabelas de presunção do lucro para cálculo do IRPJ 
e CSLL, bem como suas respectivas alíquotas�
Além disso, ainda estudamos a contabilização dos 
tributos e suas datas de vencimento�
Referências Bibliográficas 
& Consultadas
ANDRADE FILHO, E� O� Imposto de renda das 
empresas� 13� ed� São Paulo: Atlas, 2018� [Minha 
Biblioteca]
CHIEREGATO, R� et al� Manual de contabilidade 
tributária� 14� ed� São Paulo: Atlas, 2014 [Minha 
Biblioteca]
FABRETTI, L� C� et al� Contabilidade tributária� 
16� ed� São Paulo: Atlas, 2016� [Minha Biblioteca]
HARADA, K� B� Código tributário nacional� São 
Paulo: Rideel, 2016� [Biblioteca Virtual]
HAUSER, P. Contabilidade tributária: dos 
conceitos a aplicação� Curitiba: InterSaberes, 
2017� [Biblioteca Virtual]
MACHADO, L� H� M� Sistema financeiro nacional� 
São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015� 
[Biblioteca Virtual]
OLIVEIRA, L� M� et al� Manual de contabilidade 
tributária: textos e testes com respostas� 14� ed� 
Atlas, 2015� [Minha Biblioteca]
SANTOS, C� Simples nacional� 6� ed� Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 2019� [Biblioteca Virtual]
	Introdução
	IRPJ: Lucro Presumido
	Conceitos e objetivos do IRPJ – de acordo com a legislação tributária
	Tipos de sociedades que podem ingressar no Lucro Presumido
	Cálculos e contabilização do IRPJ – Lucro Presumido
	Cálculos e contabilização do CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido para o Lucro Presumido
	Considerações finais
	Referências Bibliográficas & Consultadas

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