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PONTES E 
GRANDES 
ESTRUTURAS 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Reconhecer as definições e a nomenclatura dos elementos constituintes 
de pontes.
 > Classificar os principais tipos de pontes e seus respectivos sistemas es-
truturais.
 > Caracterizar as pontes quanto aos custos e métodos construtivos.
Introdução
As pontes são obras de arte especiais construídas para realizar a transposição de 
obstáculos naturais e artificiais. Elas também podem ser chamadas de viadutos.
Neste capítulo, você vai estudar os elementos que compõem uma ponte e os 
principais critérios de classificação. Além disso, vai conhecer os principais sistemas 
estruturais adotados para sua execução. Por fim, vai ver conceitos relativos aos 
métodos construtivos utilizados.
Elementos constituintes das pontes
As pontes são estruturas destinadas à transposição de obstáculos, com o intuito 
de dar continuidade às vias de transporte. Os obstáculos a serem transpostos 
podem ter naturezas distintas. De acordo com esse fator, essas estruturas 
Conceitos 
fundamentais 
de pontes
Eduarda Pereira Barbosa
podem ser denominadas pontes, quando o obstáculo é de origem natural 
(rios, córregos, braços de mar), ou viadutos, quando os obstáculos são vales, 
rodovias, ferrovias, avenidas, entre outros.
As pontes são de grande importância na evolução da engenharia civil, 
pois sua execução exige cada vez mais o emprego de tecnologias inovadoras 
para vencer os desafios decorrentes das condições climáticas, arquitetô-
nicas, geológicas, logísticas etc. As pontes estão relacionadas ao grau de 
desenvolvimento das cidades, sendo essenciais para o transporte de cargas 
e passageiros (CAVALCANTE, 2019).
De acordo com Marchetti (2018), os principais requisitos de uma ponte são:
 � funcionalidade, para satisfazer às exigências do tráfego;
 � segurança, visando à resistência à ruptura;
 � estética, pois a ponte deve apresentar aspecto agradável e harmonioso 
com o ambiente;
 � economia, em função do processo construtivo utilizado;
 � durabilidade, para que a estrutura atenda às exigências de uso durante 
a vida útil.
As pontes são consideradas obras de arte especiais que, em função de suas 
proporções e características, são executadas a partir de projetos específicos, 
que necessitam de conhecimentos que vão além da área estrutural, como 
topografia, hidrologia, geotecnia, sistemas construtivos, materiais de cons-
trução e fundações. Assim, a ponte é considerada um projeto multidisciplinar, 
formado pelo conjunto dos elementos a seguir (NABAIS, 2014).
 � Elementos topográficos: dados obtidos nos levantamentos realizados 
em campo.
 � Elementos de via: componentes de via de transporte, como velo-
cidades diretrizes, rampas máximas, largura da faixa, entre outras 
características.
 � Elementos geométricos: dados do desenvolvimento planialtimétrico 
definidos a partir do traçado das vias de transporte.
 � Elementos hidrológicos: dados sobre bacias de contribuição dos rios, 
precipitação, declividade dos rios, velocidade das correntezas, entre 
outros.
 � Elementos geotécnicos: dados obtidos na caracterização geológica e 
geotécnica do solo.
Conceitos fundamentais de pontes2
As pontes podem ser compostas por três componentes principais: supe-
restrutura, mesoestrutura e infraestrutura (Figura 1).
Figura 1. Componentes de uma ponte.
Fonte: Marchetti (2018, p. 9).
Em relação a esses componentes, podem ser utilizados os conceitos a 
seguir (VITÓRIO, 2002; EL DEBS; TAKEYA, 2009; NABAIS, 2014).
Superestrutura: formada pelos elementos estruturais que recebem direta-
mente as cargas do tráfego de veículos e as transmitem para a mesoestrutura. 
Veja a seguir quais são eles.
 � Tabuleiro: tem a função de dar suporte para o pavimento e receber as 
cargas do tráfego. Geralmente, são executados em concreto armado 
ou concreto protendido.
 � Vigas: são os elementos que fazem a transmissão das cargas do ta-
buleiro para os apoios laterais ou intermediários. São utilizadas vigas 
longitudinais, também chamadas de principais, ou longarinas e vigas 
transversais, também conhecidas como transversinas. As transversinas 
podem ser ligadas ou separadas da laje e tem como função principal 
realizar o contraventamento da estrutura e colaborar com a distribuição 
das cargas para as vigas principais.
 � Juntas de dilatação: são interrupções na estrutura do tabuleiro, prin-
cipalmente em pontes de grandes comprimentos, com a função de 
permitir os movimentos provocados pela variação de temperatura, 
retração e fluência do concreto.
Conceitos fundamentais de pontes 3
 � Placas de transição: têm como função acompanhar o assentamento do 
terreno quando este for muito recalcável, atentando para a sua incli-
nação. Uma das extremidades da placa apoia-se na viga transversina 
da ponte, e a outra extremidade, na sapata inserida no terreno plano.
 � Sistema de segurança: é formado pelos elementos que têm como ob-
jetivo a proteção dos veículos e das pessoas, como refúgios, guarda-
-corpos, guarda-rodas, defensas metálicas e barreiras de concreto.
 � Faixas especiais: destinadas ao trânsito de pedestres ou ciclistas, 
garantindo a separação dos fluxos e evitando interferências nos per-
cursos dos diferentes tipos de usuários da ponte.
 � Sistema de sinalização e iluminação: é formado pelos elementos que 
fazem a identificação da obra e fornecem as informações sobre as 
cargas permitidas, o gabarito vertical, o gabarito horizontal e a veloci-
dade máxima. Conduz o tráfego nas pontes e auxilia na separação dos 
fluxos. Além disso, esses elementos devem ser visíveis em qualquer 
horário, para garantir a segurança e manter a uniformidade com outros 
trechos da via.
 � Sistema de drenagem: é formado pelos elementos que têm como função 
coletar as águas pluviais que precipitam sobre a ponte e dar a elas a 
destinação correta.
Mesoestrutura: formada pelos elementos estruturais que suportam e con-
duzem as cargas da superestrutura para a infraestrutura. Veja a seguir quais 
são eles.
 � Travessas: permitem a ligação entre as extremidades dos pilares e 
fazem a transmissão das cargas recebidas.
 � Pilares: elementos estruturais responsáveis por transmitir as cargas 
para a infraestrutura.
 � Aparelhos de apoio: são elementos intermediários entre a infraestrutura 
e a superestrutura. São responsáveis por permitir os movimentos da su-
perestrutura. Podem ser classificados em fixos, móveis e elastoméricos.
Infraestrutura: formada pelos elementos estruturais que recebem as cargas 
da superestrutura e da mesoestrutura e as transferem para o solo. São as 
fundações, elementos responsáveis por transmitir as cargas para o solo. 
Podem ser blocos, sapatas, estacas ou tubulões.
Conceitos fundamentais de pontes4
Além desses componentes, pode ocorrer obras complementares para a 
construção de componentes acessórios que não se encaixam na classificação 
anterior, mas que contribuem para o pleno funcionamento das pontes. Um 
exemplo são os encontros, que têm como função receber os empuxos dos 
aterros de acesso e impedir que estas cargas sejam transmitidas aos pilares 
da ponte. Eles podem ser utilizados na contenção e estabilização dos aterros 
de acesso (MENDES, 2017).
Seção transversal e longitudinal
Segundo El Debs e Takeya (2009), a seção transversal de uma ponte é formada 
pelos componentes apresentados na Figura 2.
Figura 2. Seção transversal de uma ponte.
Fonte: Cavalcante (2019, p. 13).
Conceitos fundamentais de pontes 5
Veja a seguir a função de cada um desses componentes (EL DEBS; TAKEYA, 
2009).
 � Pista de rolamento: largura da via utilizada para o tráfego de veículos. 
Pode ser dividida em faixas de trânsito.
 � Acostamento: largura adicional à pista de rolamento. É destinado para 
atender veículos em situações emergenciais.
 � Defensa: elemento lateral ao acostamento para proteger os veículos.
 � Passeio: largura adicional destinada a atender exclusivamente o tráfego 
de pedestres.
 � Guarda-rodas: elemento destinado a proteger o passeio depossíveis 
invasões de veículos.
 � Guarda-corpo: elemento de proteção ao pedestre.
Para o caso de pontes rodoviárias, é importante ressaltar que as medidas 
desses elementos são definidas com base na classe de projeto da rodovia. 
A escolha da seção transversal de uma ponte é influenciada por diversos 
fatores, como o tamanho do vão a ser vencido, a altura estrutural permitida, 
os processos construtivos, a relação entre as cargas móveis e o peso próprio, 
o número de faixas de tráfego, entre outros (LEONHARDT, 1979; MENDES, 2017).
A seção longitudinal de uma ponte é formada pelos elementos apresen-
tados na Figura 3.
Figura 3. Seção longitudinal de uma ponte.
Fonte: El Debs e Takeya (2009, documento on-line).
Conceitos fundamentais de pontes6
Veja a seguir o conceito desses componentes (EL DEBS; TAKEYA, 2009).
 � Comprimentos da ponte ou vão total: distância medida longitudinal-
mente entre os extremos da ponte.
 � Vão teórico: distância horizontal medida entre os eixos de dois pilares 
consecutivos.
 � Vão livre: distância horizontal medida entre as faces de dois pilares 
consecutivos.
 � Altura de construção: distância vertical medida entre o ponto mais 
baixo e o mais alto da superestrutura.
 � Altura livre: distância vertical medida entre o ponto mais baixo da 
superestrutura e o ponto mais alto do obstáculo.
Na próxima seção, vamos estudar os tipos de pontes e seus sistemas 
estruturais.
Tipos de pontes e seus sistemas estruturais
As pontes podem ser classificadas segundo diversos critérios. Veja a seguir 
em mais detalhes cada um deles (EL DEBS; TAKEYA 2009; MENDES, 2017; MAR-
CHETTI, 2018).
Material da superestrutura: os materiais mais utilizados podem ser alvenaria 
de tijolos, alvenaria de pedra, madeira roliça, madeira em peças dobradas 
ou laminadas coladas, aço, concreto simples, concreto armado, concreto 
protendido ou mistas.
Extensão do vão: de acordo com esse critério, são consideradas pontes as 
estruturas destinadas a vencer vãos maiores que 10 m. Para vãos que variam 
entre 2 e 10 m, as estruturas são chamadas de pontilhões. Para vãos de até 
2 m, as estruturas são denominadas bueiros.
Natureza do tráfego: essa classificação é definida com base no tráfego principal 
ocorrido nas pontes. Elas podem ser consideradas rodoviárias, ferroviárias, 
passarelas, aeroviárias, aquedutos ou mistas.
Desenvolvimento altimétrico: o desenvolvimento altimétrico de uma ponte 
pode ser realizado por meio de retas horizontais ou em rampas e de curvas 
convexas ou côncavas. Veja a representação desses tipos de pontes na Figura 4.
Conceitos fundamentais de pontes 7
Figura 4. Tipos de pontes segundo o desenvolvimento altimétrico.
Fonte: Adaptada de El Debs e Takeya (2009).
Desenvolvimento planimétrico: o desenvolvimento planimétrico da ponte que 
considera o seu eixo em um plano horizontal pode ser realizado por meio de 
retas. As pontes podem ser ortogonais quando o eixo da ponte e o obstáculo 
a ser transposto formam um ângulo de 90°. Quando esse ângulo é diferente 
de 90°, são chamadas de esconsas. Além dessa solução, também podem ser 
utilizadas curvas. A Figura 5 apresenta esses tipos de pontes.
Figura 5. Tipos de pontes segundo o desenvolvimento planimétrico.
Fonte: Adaptada de Marchetti (2018).
Conceitos fundamentais de pontes8
Posição do tabuleiro: de acordo com o posicionamento do tabuleiro na es-
trutura, esse elemento pode ser superior, intermediário ou inferior (Figura 6).
Figura 6. Tipos de tabuleiro de acordo com sua posição.
Fonte: Adaptada de Marchetti (2018).
Mobilidade dos tramos: de acordo com o tipo de mobilidade dos tramos, as 
pontes são classificadas conforme a Figura 7.
Figura 7. Tipos de pontes segundo a mobilidade dos tramos.
Fonte: Adaptada de Marchetti (2018).
Conceitos fundamentais de pontes 9
Um dos principais critérios de classificação das pontes é o tipo de sis-
tema estrutural utilizado. As pontes podem ter a estrutura em lajes, vigas, 
pórticos, arco, pênseis e estaiadas (LEONHARDT, 1979; BRASIL, 1996; VITÓRIO, 
2002; EL DEBS; TAKEYA, 2009; NABAIS, 2014; CAVALCANTE, 2019; MARCHETTI, 
2018). Veja a seguir.
Pontes em laje: essa estrutura é constituída por uma laje maciça ou vazada e 
representa um sistema estrutural sem o uso de vigas. Assim, é utilizada como 
solução estrutural para pequenos vão, geralmente de até 15 m. Suas principais 
vantagens são a pequena altura da construção, a elevada resistência à torção, 
a resistência ao fissuramento, a simplicidade e a rapidez na execução. A prin-
cipal desvantagem é o grande consumo de concreto e, consequentemente, 
o elevado peso próprio. Veja esse tipo de ponte na Figura 8.
Figura 8. Esquema de uma ponte em laje.
Fonte: Marchetti (2018, p. 13).
Pontes em viga: esse sistema estrutural é composto por vigas longarinas com 
ou sem o apoio de vigas transversinas utilizadas para dar suporte ao tabuleiro 
que receberá as cargas diretamente. Além disso, de acordo com o arranjo 
estrutural, essas vigas podem ser simplesmente apoiadas para vencer o vão 
com um único tramo ou vãos contínuos. Também podem ser utilizadas com 
trechos em balanço nas extremidades e vigas contínuas. Veja a representação 
da seção transversal desse tipo de ponte na Figura 9.
Conceitos fundamentais de pontes10
Figura 9. Seção transversal de uma ponte em viga.
Fonte: Cavalcante (2019, p. 29).
1410
16
0 80
30
20
ξ = 324 ξ = 324 ξ = 324 ξ = 324
Cotas em cm
Longarina Transversina
Laje
Pontes em arco: esse tipo de estrutura foi uma das soluções estruturais mais 
utilizadas no passado, principalmente em relação ao uso do concreto, pois 
predominavam os esforços de compressão. Era indicada para a transposição 
de vales e terrenos rochosos, permitindo o bom assentamento das funda-
ções e encontros. Com a evolução das técnicas construtivas, em função da 
necessidade de escoamento e pelo alto custo acarretado por esse processo, 
o sistema estrutural passou a ser menos utilizado. Pontes em arco superior 
são mais empregadas em terrenos planos, onde os empuxos são transmitidos 
ao arco por meio de tirantes e pendurais que trabalham as tensões de tração. 
No sistema em arcos intermediários, esses elementos são engastados em 
blocos de fundação de grande rigidez, onde os empuxos são suportados 
pelos tirantes que trabalham à tração e pelos montantes à compressão. Por 
sua vez, o sistema em arco inferior é considerado um dos mais antigos do 
mundo, sendo uma solução estrutural utilizada para vencer grandes vãos, 
principalmente em vales profundos e regiões montanhosas, em função da 
dificuldade de execução de apoios intermediários nessas regiões. A Figura 10 
mostra as configurações de arcos mais utilizadas.
Figura 10. Pontes em arco com (a) tabuleiro superior, (b) tabuleiro inferior e (c) tabuleiro 
intermediário.
Fonte: Adaptada de Vitório (2002).
Conceitos fundamentais de pontes 11
Pontes em pórtico: esse sistema estrutural é formado pela ligação das vigas 
com os pilares ou com as paredes dos encontros, o que caracteriza a conti-
nuidade entre esses elementos, diferenciando-os dos sistemas estruturais 
em lajes e vigas. As extremidades da viga são engastadas nos encontros. 
Assim, os momentos negativos reduzem os momentos positivos, fazendo 
com que ocorra a redução na altura do vão. Os pórticos de concreto armado 
mais usuais são os biengastados e os biarticulados (Figura 11).
Figura 11. Pórticos: (a) biengastados, (b) biarticulados e (c) biarticulados com montantes 
inclinados.
Fonte: Adaptada de Vitório (2002).
Ponte estaiada: nesse sistema estrutural, o tabuleiro é suspenso por cabos 
inclinados fixados em torres. O tabuleiro deve ser projetado para ter elevada 
rigidez à torção, com o objetivo de reduzir os movimentos vibratórios causados 
pela ação do vento. Os cabos podem ser dispostos em forma de leque ou harpa, 
em feixes radiantes ou paralelos. A disposição em leque é a mais eficiente do 
ponto de vista técnico e econômico, além de apresentar melhor aparência 
estética. Dessa forma, esse tipode ponte é indicado para a transposição de 
grandes vãos. Veja a configuração de uma ponte estaiada na Figura 12.
Figura 12. Configuração de uma ponte estaiada.
Fonte: Vitório (2002, p. 17).
Conceitos fundamentais de pontes12
Os cabos utilizados nas pontes estaiadas são chamados de estais. 
Eles são retilíneos e ligam o mastro ao tabuleiro ou a contrapesos 
externos que trabalham os esforços de tração. Inicialmente, foram utilizados 
nas pontes pênseis, sendo de fios paralelos e locked-coils. Com o avanço das 
técnicas construtivas, as cordoalhas de aço de alta resistência, como mostra a 
figura a seguir, passaram a ser mais utilizadas.
Fonte: Almeida (2017, documento on-line).
Em suas primeiras utilizações, esses cabos não tinham proteção contra a 
corrosão. Em função disso, foi empregada a proteção com grout. Ela não era ideal, 
pois o grout é um material com peso mais elevado, o que provocava solicitações 
externas no cabo e, consequentemente, fissuras no material, transformando-se 
em portas de entrada para agentes externos. A partir disso, foram desenvolvidas 
cordoalhas específicas para uso em pontes estaiadas com três tipos de proteção 
contra a corrosão, como a galvanização dos fios, o envolvimento das cordoalhas 
em cera de petróleo e o revestimento com tubo de polietileno de alta densidade 
(PEAD) (ALMEIDA, 2017). Veja na figura a seguir.
Tubo em
PEAD
Cera para proteção
permanente contra corrosão
Cordoalha com
fios galvanizados
Fontes: Almeida (2017, documento on-line).
Conceitos fundamentais de pontes 13
Ponte pênsil: nesse sistema estrutural, o tabuleiro é sustentado por vários 
cabos metálicos atirantados ligados a dois a cabos principais, chamados de 
cabos portantes parabólicos. Eles, por sua vez, são ligados às torres de sus-
tentação. Esses cabos principais são ancorados no encontro ou no maciço de 
concreto. As pontes pênseis são indicadas principalmente para a transposição 
de grandes vãos. A principal desvantagem é a instabilidade quando sujeitas 
a grandes cargas de vento, pois podem apresentar movimentos vibratórios e 
oscilatórios, o que torna o tráfego desconfortável. Assim, é necessário projetar 
tabuleiros com grande rigidez, para minimizar os efeitos aerodinâmicos. Veja 
a representação de uma ponte pênsil na Figura 13.
Figura 13. Configuração de uma ponte pênsil.
Fonte: Marchetti (2018, p. 14).
Note que cada tipo de sistema estrutural apresenta características espe-
cíficas. A escolha do tipo a ser adotado é uma das etapas mais importantes 
no projeto de pontes.
Diversos parâmetros são analisados na escolha do sistema estru-
tural de uma ponte. A sua geometria não é um dos parâmetros mais 
essenciais, mas sim a forma como a estrutura trabalha. Nessa análise, aspectos 
importantes devem ser analisados, como:
 � a forma como a estrutura se deforma sob a atuação das cargas atuantes;
 � o caminho que a carga percorre na seção da ponte até as fundações;
Conceitos fundamentais de pontes14
 � a distribuição dos esforços na direção transversal da ponte, de acordo com 
o tipo de seção transversal;
 � o efeito das cargas equivalentes, obtidas a partir da análise da distribuição 
dos esforços na direção transversal, no sistema estrutural principal.
A concepção estrutural não visa apenas a garantir a segurança da ponte. 
Além disso, é importante que a escolha da estrutura atenda aos requisitos 
de funcionalidade, segurança, estética, economia e durabilidade. Isso afeta a 
exequibilidade e os custos (iniciais e de manutenção), além do funcionamento 
da ponte. Outros fatores, como o tamanho do vão, a altura disponível e o tipo de 
processo construtivo adotado, também devem ser considerados nessa análise 
(LEONHARDT, 1979; MENDES, 2017).
Custos e métodos construtivos das pontes
Os métodos construtivos apresentados fazem referência às pontes cons-
tituídas de concreto. Esses métodos podem ser por concreto moldado no 
local, com elementos pré-moldados, balanços sucessivos e deslocamentos 
progressivos (LEONHARDT, 1979; BRASIL, 1996; EL DEBS; TAKEYA, 2009). Veja a 
seguir as características de cada um deles.
Concreto moldado no local com escoramento: um dos métodos construtivos 
mais antigos. As formas são montadas sobre um escoramento, e o concreto é 
fundido ao ser lançado. Os escoramentos podem ser fixos ou pela combinação 
de escoramentos móveis com formas deslizantes. O primeiro tipo pode ser 
contínuo por meio de pontaletes ou misto com o uso de torres e perfis ou 
treliças.
Em função de seu caráter provisório, muitos construtores cometem o 
erro de economizar nessa etapa da construção de uma ponte. Isso errado, 
e essa é a fase em que ocorre grande parte dos acidentes em obras de arte 
especiais. Uma alternativa para minimizar tais problemas é a exigência da 
apresentação do projeto de escoramento devidamente detalhado.
Os escoramentos móveis são indicados para a construção de pontes que 
apresentem mais de três vãos. Veja, na Figura 14, um exemplo de construção 
de um tabuleiro de uma ponte com esse método construtivo.
Conceitos fundamentais de pontes 15
Figura 14. Construção do tabuleiro de uma ponte moldado in loco.
Fonte: Alves (2009, p. 5).
Elementos pré-moldados: nesse método construtivo, os elementos cons-
tituintes da superestrutura são executados fora de seu local definitivo. 
Em seguida, são transportados e alocados em sua posição final. É um método 
bastante utilizado na construção de pontes de concreto protendido, espe-
cialmente na execução das vigas. No entanto, alguns elementos podem ser 
moldados in loco. A Figura 15 mostra um exemplo de ponte construída com 
elementos pré-moldados.
Lançamento por treliças: esse método é mais utilizado em estruturas que 
utilizam vigas pré-moldadas com peso elevado, sendo executadas por meio 
de treliças de lançamento. Esse sistema é formado por um par de treliças 
que pode se deslocar em sentido longitudinal e transversal. A partir disso, 
as vigas são posicionadas por meio de guinchos. A treliça desloca-se sobre 
o vão de lançamento a partir do qual a viga é posicionada e ancorada no vão 
anterior e no pilar subsequente. Então, a viga é deslocada entre o par de 
treliças e colocada em sua posição final. Veja, na Figura 16, a construção de 
uma ponte por meio do lançamento por treliças.
Conceitos fundamentais de pontes16
Figura 15. Construção de uma ponte com elementos pré-moldados.
Fonte: cottonbro/Pexels.com.
Figura 16. Construção de uma ponte por meio do lançamento por treliças.
Fonte: Alves (2009, p. 10).
Conceitos fundamentais de pontes 17
Balanços sucessivos: esse método construtivo consiste na execução da es-
trutura, de forma segmentada, em aduelas de comprimento que variam entre 
3 e 10 m, a partir dos pilares já construídos. Os avanços devem ser realizados 
nos dois sentidos, para contrabalancear o peso próprio e o surgimento de 
momentos fletores no pilar. Cada parte nova apoia-se em balanço nas partes 
já executadas. É um método de ampla aceitação e aplicação nos últimos anos.
Os segmentos que serão constituintes da ponte podem ser concretados no 
local ou pré-moldados. Para o primeiro caso, são indicadas formas deslocáveis. 
Para o segundo, aduelas pré-moldadas, em que a ligação entre as aduelas é 
realizada com o auxílio de cabos de protensão ou cola polimerizável.
A principal vantagem desse método é a eliminação quase total dos esco-
ramentos. Ele é indicado para vencer grandes vãos e quando os escoramentos 
são de custo muito elevado e impossíveis de executar. A Figura 17 mostra 
a construção de uma ponte utilizando o método dos balanços sucessivos.
Figura 17. Construção de uma ponte por balanços sucessivos.
Fonte: Alves (2009, p. 15).
Deslocamentos progressivos: consiste na execução da ponte por segmentos, 
em locais apropriados, junto à cabeceira da ponte. A cada segmento execu-
tado, a ponte adquire a resistência adequada, e eles são progressivamente 
deslocados para seu local definitivo. Veja, na Figura 18, um exemplo de ponte 
construída por meio desse método.Conceitos fundamentais de pontes18
Figura 18. Construção de uma ponte por deslocamentos progressivos.
Fonte: Silva (2009, documento on-line).
Referências
ALMEIDA, A. E. F. Análise de etapas construtivas em pontes estaiadas. 2017. Dissertação 
(Mestre em Projeto de Estrutura) — Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de 
Janeiro, 2017. Disponível em: http://repositorio.poli.ufrj.br/dissertacoes/dissertpoli1884.
pdf. Acesso em: 6 jun. 2021.
ALVES, G. C. Determinação de esforços em tabuleiros de pontes de betão armado 
construídos tramo a tramo: estudo de um caso concreto. 2009. Dissertação (Mestrado 
em Engenharia Civil) - Universidade do Porto, Porto, 2009. Disponível em: https://repo-
sitorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/58183/1/000135701.pdf. Acesso em: 8 jun. 2021.
BRASIL. Ministério dos Transportes. Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. 
Manual de projeto de obras-de-arte especiais. Rio de Janeiro: DNER, 1996. Disponível 
em: http://www.deecc.ufc.br/Download/TB820_Pontes%20II/MPDNIT.pdf. Acesso em: 
6 jun. 2021.
CAVALCANTE, G. H. F. Pontes em concreto armado: análise e dimensionamento. São 
Paulo: Blucher, 2019.
EL DEBS, M. K.; TAKEYA, T. Introdução às pontes de concreto. São Carlos: USP, 2009. Texto 
Provisório de Apoio à Disciplina SET – 412. Disponível em: https://wwwp.feb.unesp.br/
pbastos/pontes/Apost.%20Pontes%20-%20Mounir-Takeya.pdf. Acesso em: 6 jun. 2021.
LEONHARDT, F. Construções de concreto: princípios básicos da construção de pontes 
de concreto. Rio de Janeiro: Interciência, 1979.
MARCHETTI, O. Pontes de concreto armado. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2018.
MENDES, L. C. Pontes. 2. ed. Rio de Janeiro: EDUFF, 2017.
Conceitos fundamentais de pontes 19
NABAIS, R. J. S. (org.). Manual básico de engenharia ferroviária. São Paulo: Oficina de 
Textos, 2014.
SILVA, P. M. T. T. Construção de viadutos por deslocamentos sucessivos com recurso 
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VITÓRIO, J. A. P. Pontes rodoviárias: fundamentos, conservação e gestão. Recife: Conselho 
Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Pernambuco, 2002. Disponível em: 
https://vitorioemelo.com.br/publicacoes/Pontes_Rodoviarias_Fundamentos_Conser-
vacao_Gestao.pdf. Acesso em: 8 jun. 2021.
Leitura recomendada
VALERIANO, R. Pontes. São Paulo: Oficina de Textos, 2021.
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