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22/09/2020
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FISIOLOGIA DA DIGESTÃO: 
PARTICULARIDADES DE CÃES
E GATOS
Msc. Stephanie de Souza Theodoro
Residência em Nutrição e Nutrição Clínica de Cães e Gatos
Doutoranda em Medicina Veterinária
Laboratório de Pesquisa em Nutrição e Doenças Nutricionais de Cães e Gatos “Prof. Dr. Flávio
Prada” – UNESP Jaboticabal
Nutrição e Alimentação de Cães e Gatos
➢ Função
➢ Anatomia
➢ TGI
• Absorção
• Digestão
➢ Microbiota
➢ Comportamento alimentar
➢ Palatabilidade
➢ Água
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SISTEMA DIGESTÓRIO
➢ FUNÇÕES:
• Motilidade
• Secreção
• Digestão
• Absorção
• Armazenamento
• Barreira seletiva
➢ CONTROLE:
• Nervos
• Secreções endócrinas
DIGESTÃO
Combinação de eventos mecânicos, químicos e
microbiológicos
Degradação de compostos alimentares
Mecânicos:
mastigação
peristaltismo 
(involuntário)
redução do tamanho
de partículas
Fluídos ricos em 
enzimas (nervos e hormônios)
estômago
pâncreas
intest. Delgado
degradação química
Microorganismos
intest. grosso
enzimas + digestão
química
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Vias de controle do TGI: Regulatórias e não 
digestórias
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MONOGÁSTRICOS
SÃO TODOS IGUAIS?
TRATO DIGESTÓRIO
Cão (90cm) Gato (50cm) 
intestino delgado 3,9m 1,7m
intestino grosso 0,6m 0,4m
total 4,5m 2,1m
Transito rápido, pequeno tempo
de permanência do alimento
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TRATO DIGESTÓRIO
1 - Estômago
2 - Intestino delgado
3 - Ceco
4 - Cólon
Cão
Equino
Bovino
ESTRUTURA DO SISTEMA 
DIGESTÓRIO
1. Boca
2. Dentes
3. Língua
4. Faringe
5. Esôfago
6. Estômago
7. Intestino delgado
8. Intestino grosso
9. Órgãos acessórios: gls. salivares, fígado e pâncreas
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BOCA
FUNÇÕES:
• Levar comida para o corpo, iniciar a mastigação 
física e misturar a comida com a saliva 
• Saliva = lubrificante para mastigação e deglutição e 
resfriamento evaporativo
• Percepção do paladar (gustação)
• refere-se à sensação que surge da estimulação das 
papilas gustativas localizados na superfície da língua
Case, 2011
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BOCA
Mastigação
Pouco importante para o processo
digestivo
Molares pontiagudos → mastigar e 
triturar alimentos
Sem mesa dentária
➢ Salivação 
➢ Glândulas sublinguais, parótidas, zigomáticas e mandibulares
➢ Estímulo: expectativa de comer
➢ Som associado ao fornecimento
➢ Visão do alimento
➢ Variação secreção de acordo com tipo de alimento
taxa de secreção
conteúdo água
temperatura corporal
➢ Sem α-amilase (não inicia digestão)
➢ pH = 7,34 e 7,8
BOCA
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GLÂNDULAS SALIVARES
Expulsão da 
saliva
Produção de 
substâncias (H2O, 
eletrólitos, enzimas, muco…)
Rebsorção
dos 
eletrólitos
Preensão → Menos importante para alimentos sólidos
Água → extremidade forma concha
LÍNGUA
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ESÔFAGO
FUNÇÕES:
• Transporte do alimento da boca para o 
estômago
• Secreção de muco em resposta a 
presença de alimentos → lubrificação
Case, 2011
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o Tubo curto e muscular
o Células musculares estriadas 
– Músculo estriado → passagem mais rápida das ondas
peristálticas
– células esofagiais→ muco
o Transporta para o estômago em poucos segundos
– Cão: 80-100 cm3/seg
– Gato: 1-2 cm3/seg
o Cardia → relaxa para permitir que entre o alimento no 
estômago
– Movimentos peristálticos do esôfago
ESÔFAGO
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ESTÔMAGO
FUNÇÕES:
• RESERVATÓRIO de alimento
• Início da digestão química das proteínas
• Mistura os alimentos com as secreções
gástricas
• Regula a entrada dos alimentos no intestino
delgado
Case, 2011
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ESTÔMAGO
Proximal
distende durante 
a refeição (CÃO)
armazenando 
alimento
produz muco
musculatura 
circular → mistura 
e maceração do 
alimento
Distal
função 
enzimática + 
produção HCl
regula a 
saída de 
alimento para 
intestino 
delgado
ESTÔMAGO
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Proteger o epitélio
de sub. ácidas e da 
trituração
Capazes de divisão
ESTÔMAGO
ENZIMAS
Pepsina (pepsinogênio)
• Atividade ótima em pH 2 (ação do HCl)
• Inativada no duodeno (pH neutro)
• Proteína animal (colágeno) importante para
secreção (> secreção com proteína animal 
que a vegetal)
Lipase gástrica
• Mais ativa em ácidos graxos de cadeia
longa
• Baixa eficiência na digestão de lipídeos
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➢ SECREÇÃO GÁSTRICA influenciada pela: 
➢ Quantidade de proteína em uma refeição
➢ Volume da refeição
➢ Hormônios que afetam indiretamente a acidez do estômago
➢pH estomacal varia de acordo com a dieta
➢ Estado de jejum
➢ Composição da dieta
➢ Capacidade tamponante do alimento
ESTÔMAGO
pH 4-6
pH 2,5
Em média: Cão – 72 a 240 min x Gato – 25 a 449 min
(liberação do quimo para o intestino delgado)
ESVAZIAMENTO GÁSTRICO
Influenciada por diversos fatores:
volume estomacal, conteúdo energético da dieta,
viscosidade do alimento, temperatura, densidade 
(presença de ács. graxos e monossacarídeos duodeno),
tamanho das partículas, peso corporal,
conteúdo ácido no duodeno, ingestão de água,
tamanho da refeição e tipo de dieta
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INTESTINO DELGADO
FUNÇÕES:
• Digestão QUÍMICA
• Absorção de nutrientes digeridos do lúmen 
intestinal para o sangue ou sistema 
linfáticos para distribuição aos tecidos por 
todo o corpo
Case, 2011
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- Microvilosidades
• “Borda de 
escova do ID”
- Cél. Absortivas = 
ENTERÓCITOS
Grande área de superfície para absorção dos nutrientes
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➢ DIGESTÃO QUÍMICA! → hidrólise
➢ Digestão mecânica persiste → contração coordenada das 
camadas musculares
➢ Aumentam a exposição das partículas de alimento a superfície da 
mucosa e impulsionam a massa alimentar atras do TI
➢ Digestão enzimática → absorção
➢ Proteína + CHO + gordura → hidrolisados → aminoácidos, 
dipeptídeos, monossacarídeos, glicerol, monoglicerídos e 
diglicerídeos
➢ + H20 + vitaminas + minerias
➢ Cão de 20kg → absorve 3L líquido/dia
➢ 50% jejuno
➢ 40% íleo
➢ 10% intestino grosso
INTESTINO DELGADO
Duodeno
Mistura do quimo com enzimas e bicarbonato Na
• Enzimas → origem da mucosa intestinal e pâncreas
• Secretina + Colecistocinina → regulam a produção do 
suco pancreático
• Suco pancreático → estimulado pelo movimento do 
quimo ácido no ID
• Bicarbonato de sódio → aumento do pH do quimo
(tampão)
Secretina: estimula o pâncreas a aumentar a secreção de bicarbonato
Colecistocinina: presença de alimentos parcialmente digeridos e estimula a 
liberação de sucos ricos em enzimas
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Carboidratos - digestão
• Estômago → digestão 
muito limitada
• Fase luminal →
Secreção pancreática →
α-amilase →
polissacarídeos
• Fase membranosa →
CHO complexos →
enzimas →
monossacarídeos
Carboidratos - digestão
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Lúmen
intestinal
Sangue
Carboidratos - absorção
Processo ativo →
ligado ao transporte
de Na e proteína
transportadora
Enzimas Proteolíticas
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Proteínas - digestão
pH 
ácido
Lúmen Sangue
Proteínas - absorção
Processo ativo →
transporte de Na e 
proteína transportadora
O excesso de aas é 
convertido em outros 
aas não essenciais ou 
metabolizado pelo fígado 
para obter energia
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Gorduras - digestão
• Estômago → lipase gástrica → digestão limitada
• Bile → emulsificar os lipídeos da dieta
• Secreção pancreática → lipase pancreática
Gorduras - digestão
Ácidos biliares
Diglicerídeos
Ácidos graxos de cadeira
longa
LIPASE e COLIPASE
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Lúmen Sangue
Gorduras - absorção
Absorção através da membrana por proteínas 
transportadoras ou difusão simples
Duodeno
Suco pancreático tem propriedades
antimicrobiana
• Componente ativo: proteína com peso molecular de 
4.000Da e pH alcalino
• É resistente à degradação por proteases pancreáticas e 
tem atividade bactericida contra Escherichia coli, Shigella, 
Salmonella e Klebsiella; bacteriostática contra Stafilococos
e inibe crescimento de Candidaalbicans
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Duodeno
SUCO PANCREÁTICO
➢ Bicarbonato → neutraliza acidez (aumento do pH do quimo)
➢ Enzimas e zimogênios que são liberados:
• Proteases → enteroquinase, quimiotripsinogênio, 
elastase e carboxipeptidases A e B
• Lipase pancreática
• Amilase pancreática
BILE
• Armazenada e concentrada na vesícula biliar
• Liberação → no intestino em resposta a presença de 
lipídeos e seus produtos
• Ação da colecistocinina
• PICO: 30 min após a refeição
• Esvaziamento: 2 horas após a ingestão de alimentos ácidos
• Cães e Gatos: 99% dos ácidos biliares são
conjugados com taurina
• Taurocílico, taurodesoxicólico e tauroquenodesoxicólico
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Motilidade
Influências:
físicas
nutricionais
hormonais
nervosas
Tempo:
cão → 105-180 min
gato → 135-183 min 
Função:
Propulsionar 
Reter
Quebrar fisicamente
Circular 
ÓRGÃO SECREÇÕES 
EXÓCRINAS
FUNÇÕES
Gls. Salivares Água e sal Umedecer
Muco Lubrificação
Esôfago Muco Lubrificação
Estômago HCl Solubilização
Controle microbiológico
Pepsina Digestão de proteínas
Muco Lubrificação
Proteção
Pâncreas Enzimas Digestão de CHO, gorduras, 
Ptn
Bicarbonato Neutralizar HCl gástrico
Fígado Sais biliares Solubilizar gorduras
Vesícula biliar Bile Armazenar e concentrar bile
Resumo – Secreções Exócrinas
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Nutriente Produtos finais Local de absorção
Carboidrato Glicose
Galactose
Frutose
Intestino delgado
Proteína Aminoácidos
Dipeptídeos
Tripeptídeos
Intestino delgado
Gordura Ácidos graxos
Monoglicerídeos
Colesterol
Intestino delgado
Resumo 
Digestão e Absorção
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INTESTINO GROSSO
FUNÇÕES:
• Absorção de água e eletrólitos
• Degradação/fermentação de compostos
orgânicos por bactérias (Fibras, amidos e 
proteínas não digeridos)
Case, 2011
• Órgão curto 
– cão – 0,6m
– gato – 0,4m
• Composição:
– Ceco
– Cólon
• ascendente
• transverso
• descendente
– Reto
INTESTINO GROSSO
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• Fermentação microbiana
• Superfície lisa e sem vilos
• criptas de Lieberkuhn
• muco alcalino (bicarbonato): lubrificação, proteção 
mucosa (danos mecânicos e químicos) e inativação de 
ácidos da fermentação bacteriana
• Tempo de residência médio de 12 horas
• 8% da digestão total ocorre no IG
• 1-4% dietas com alta digestibilidade
• 12-24% dietas com baixa digestibilidade
INTESTINO GROSSO
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• BACTÉRIAS → RNAr 16S
• ARCHEA
• FUNGOS
• PROTOZOÁRIOS
• VÍRUS
• Microbioma fecal → três filos: Fusobacteria, 
Bacteroides e Firmicutes
• TGI → Firmicutes, Fusobacteria, Bacteroides, 
Proteobasteria e Actinobacteria
FILO CLASSE ORDEM GÊNERO
Firmicutes Clostridia
Bacilli
Ervsipelotrichi
Lactobacillales Streptococcus
Lactobacillus
Bacteroides Prevotella**
Bacteroides**
Megamonas
Fusobacteria** Fusobacteriales
Proteobacteria Enterobacteriales Escherichia
Actinobacteria Actinomycetales
Coriobacteriales
Corynebacterium
Collinsella
Pilla and Suchodolski, 2020
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• Intestino Delgado → cães e gatos saudáveis 
• ​​também contém populações microbianas residentes
• MICROBIOTA
• Função → prevenir a colonização de micróbios patogênicos,
competindo pelos nutrientes disponíveis, mantendo um
ambiente luminal apropriado e produzindo compostos
inibitórios.
• Bactérias do intestino delgado → produzem ácidos 
graxos de cadeia curta 
• mistura de bactérias anaeróbias, aeróbias e facultativas
• influenciam o ambiente do luminal e a saúde intestinal
• certos nutrientes e componentes da dieta podem influenciar as 
populações microbianas do intestino delgado
MICROBIOTA ID
CÃES
• No. de bactéria é relativamente
baixo
• 104 UFC/mL
• Mecanismo de controle
• Secreção gástrica ácida
• Bile
• Motilidade intestinal
• Imunidade local
• Eubiota
• Utiliza resíduos alimentares
• Controla a conc. de O2
• Produz fatores antimicrobianos
GATOS
• > No. de bactérias
• 108 UFC/mL
• pequena produção de ác. graxos de 
cadeia curta
• Influenciada pela dieta
• Relacionada com as 
necessidades nutricionais
• Ex. Taurina em alimento úmido
superaquecimento →
supercrescimento microbiano ID (+ 
substrato) → consumo de taurina
que é eliminada para IG
MICROBIOTA ID
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MICROBIOTA IG
População microbiana complexa
• > número de bactérias → 109-1011 UFC/mL
• > produção de ác. graxos de cadeia curta
• Exclusivamente bactérias anaeróbias
Afetada pela dieta
Fermentação no IG
Bactérias fermentam restos alimentares e secreções
endógenas que escapam do ID
Amido
Polissacarídeos não amiláceos
Açúcares e oligossacarídeos
Proteína
Enzimas endógenas
Muco 
Cólon
proximal
Cólon
distal
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P
r
o
d
u
t
o
s
Acetato
Propionato
Butirato
Lactato
CO2
H2
Sulfito hidrogênio
Metano
Amônia
Ácidos graxos de cadeia ramificada
Aminas
Fenóis
Indóis
Ácidos graxos 
de cadeia curta
ENERGIA
Determinam 
o pH (5,5 a 7,5)
Fermentação no IG
d
a 
f
e
r
m
e
n
t
a
ç
ã
o
Proporção relativa dos produtos da fermentação 
depende:
• Composição da microbiota
• Interações metabólicas entre bactérias
• Nutrientes disponíveis
• Tempo de trânsito intestinal
• Hospedeiro
– Idade
– Status imune
– Genética
– Doenças
– medicações
Fermentação no IG
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Ácidos graxos de cadeia curta (butirato):
energia para colonócitos (4,5x > glicose)
absorção de Na e H2O pela mucosa (ATP)
desenvolvimento da mucosa
Butirato > Acetato > Propionato
efeito depende do tipo de AGCC e [ ] produzida
Fermentação no IG
Bactérias aderentes à mucosa influenciam a 
capacidade endocítica e hidrolítica intracelular, 
melhorando a degradação de antígenos 
presentes no lúmen intestinal:
• redução de antigenicidade
• regulação do sistema imune → IgA
• potencial antinflamatório
• melhor funcionamento da mucosa
Bactérias aderentes ao IG
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Diets p-value
CON YCW YCWs
Fermentation products
Acetic acid 230.3±50.0 218.4±30.3 230.0±55.2 0.851
Propionic acid 111.4±22.6 101.9±18.9 108.1±27.7 0.739
Butyric acid 46.8b±4.9 43.7b±6.4 55.6a±7.1 0.004
Lactic acid* 2.7a±0.7 2.9a±0.8 1.7b±0.3 0.010
Diets p-value
CON YCW YCWs
Cytokine
IL-6* 39.9a±8.8 22.7ab±9.5 21.0b±8.5 0.025
IL-10 26.1±6.1 32.0±6.1 22.9±6.0 0.900
TNF-α 37.1±10.0 24.1±10.3 33.8±10.1 0.081
Com a domesticação não se tem certeza da dieta e 
hábitos alimentares de cães e gatos
INGESTÃO DE ALIMEMTOS
Dependente do homem para 
seu suprimento de alimentos
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COMPORTAMENTO 
ALIMENTAR 
NATURAL
CÃES
• Descendentes de lobos
◆ caçam em grupos - prezas grandes
◆ competição na alimentação
◆ alimentação intermitente
◆ dominância
◆ enterram sobras
◆ ingestão rápida do alimento
Descendem de um gato pequeno do norte da África (Felis lybica)
 solitários (exceção dos leões)
 ingestão lenta do alimento
 não possui facilitação social
 alimentação à livre escolha 13 a 16 refeições 
de 23 kcal
camundongo silvestre 30 kcal
Comportamento alimentar natural
GATOS
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▪ generalista e onívoro
▪ principalmente proteína e 
lipídeos
▪ frutos, bagas, tecidos vegetais, 
digesta
▪ carnívoros estritos (todos os 
felidae)
▪ ratos, camundongos, lagartos e 
insetos (grilos) = presas 
pequenas
▪ “caçam” mais quando suas 
dietas têm menos carnes
Comportamento alimentar natural
Poucas e grandes refeições, 
de tamanho variável
Ingestão diurna do alimento 
(com exceção de algumas 
raças)
10 a 20 refeições/dia, com 
conteúdo energético 
próximo (15 a 30 
kcal/refeição)
Ingestão diurna e noturna
Biorritmo e Padrão de Ingestão
Cães e gatos ajustam sua ingestão alimentar em 
função da densidade energética da dieta
Diminuição da atividade física + dietas palatáveis e 
energeticamente densas levam à obesidade
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Palatabilidade
Novidade
Fome
Stress
Fatores de
influência
Primeiras experiências alimentares são importantes
dietas variadas dietas monótonas
Seletividade dos AlimentosNeofilia x Neofobia
MacArthur et al., 1993
PALATABILIDADE
“refere-se às propriedades físicas e químicas de uma 
dieta que estão associadas à promoção ou 
supressão do comportamento alimentar durante o 
período pré-absortivo ou pós-absortivo imediato, em 
uma resposta não condicionada, antes que ocorra 
um condicionamento metabólico ou de qualquer tipo”
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PALATABILIDADE
• Ratos selecionam alimentos nutricionalmente
equilibrados em detrimento de dietas deficientes
• Parecem aprender o que não comer, ao invés do que comer 
(aversão alimentar)
• Reconhecem dietas deficiêntes em: 
• proteína
• aminoácidos essenciais
• vitaminas do complexo B
• Macroelementos
• zinco
• Selecionam dietas com mais proteína
• 25-30% das calorias
• Evitam dietas sem arginina
• Não há estudos quanto a palatabilidade de vitaminas e 
minerais
• Cães parecem ser intermediários
entre gatos e ratos na detecção de
desbalanços nutricionais do alimento
via palatabilidade
PALATABILIDADE
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• Respondem mais a palatabilidade
• Aminoácidos e peptídeos
• Textura e umidade do alimento são importantes
• Filhotes de gatos não regulam a ingestão protéica
• Tornam-se “fixados”em um alimento quando o recebem por muito
tempo desde jovens
• Gatos normalmente são neofílicos
• Desde que recebam dieta variada desde
filhotes
PALATABILIDADE
PALATABILIDADE
Principais palatabilizantes para cães e 
gatos:
• Gordura animal
• Peptídeos
• Aminoácidos (alanina, prolina, lisina, histidina e leucina)
• Açúcares para cães → NÃO para gatos
• GATOS
• rejeitam fortemente o amargo e ácidos
graxos de cadeia média
• CÃES 
• Receptores para umami (glutamato
monossódico)
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CÃO
Ingerem espontaneamente mais água (por kg 
de PC) que gatos
Em 1 hora repõem 6% peso corporal quando 
desidratados
GATO
Bebem menos água
Têm menos sensibilidade à sede, demoram 
24h para repor desidratação de 6% 
Elevada capacidade para concentrar urina 
(predispõe à urolitíase)
Podem fazer balanço 
hídrico em dieta com 67-73% 
água sem beber nada
ÁGUA
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78
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CÃO
Bebem água durante o dia
Sem correlação entre o comportamento 
de ingestão alimentar e a ingestão de 
hídrica
GATO
Bebem água durante o dia e a noite
Consomem 2 g de água para cada 1g de 
alimento (ingere pouca água)
• lata tem 4g água para cada 1g MS promove 
diurese no animal
ÁGUA
ESTÍMULO HÍDRICO
ÁGUA
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80
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41
0
20
40
60
80
100
120
140
160
m
L
 d
e
 á
g
u
a
 p
o
r 
d
ia
ITA IAA IAB AM
T 1
T 2
T 3
T 4
RS – ração seca; RS + H – ração seca mais 50% água; RS SP – ração seca 
super premium; Lata – ração em lata
Ingestão total de água (ITA), ingestão de água via alimento (IAA), ingestão de 
água no bebedouro (IAB) e água metabólica produzida (AM) - em ml por gato/dia
Carciofi et al., 2005
RS
RS+H
RS SP
LATA
RS – ração seca; RS + H – ração seca mais 50% água; RS SP – ração seca 
super premium; Lata – ração em lata
Carciofi et al., 2005
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
m
L
 d
e
 á
g
u
a
 p
o
r 
d
ia
ETA EU EAF PI
T 1
T 2
T 3
T 4
RS
RS+H
RS SP
LATA
Excreção total de água (ETA), excreção de água pelas fezes (EAF), excreção de 
água pela urina (EU) e perdas insensíveis de água (PI), em ml por gato dia
81
82
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(THOMAS et al., 2017)
UMIDADE DAS 
DIETAS X CONSUMO 
DE ÁGUA
ÁGUA
Dúvidas??
OBRIGADA!
83
84

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