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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/304264649 Química para Engenharia Book · September 2011 CITATIONS 0 READS 11,718 1 author: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: Education View project Bonding and topology View project Caio Firme Universidade Federal do Rio Grande do Norte 43 PUBLICATIONS 400 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Caio Firme on 23 June 2016. 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UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede Firme, Caio Lima. Química para engenharia / Caio Lima Firme. – Natal, RN: EDUFRN, 2011. 220 p. ISBN 978-85-7273-718-0 1. Química. 2. Engenharia. 3. Química – Aplicações . I. Título. CDD 540 RN/UF/BCZM 2011/12 CDU 54 Dedicatória Dedico a minha esposa, Ludmila Martins de França Rêgo Química para Engenharia 7 Apresentação O livro é dividido em três partes: (1) química básica; (2) experimentos químicos; e (3) processos da indústria química. Na primeira parte, são abordados temas como evolução histórica do modelo atômico, o átomo, as ligações químicas, a tabela periódica, a classificação dos compostos químicos inorgânicos, as reações químicas inorgânicas, soluções, equilíbrio, cinética, termodinâmica, eletroquímica e corrosão. Na segunda parte, são mostrados alguns experimentos, principalmente voltados à eletroquímica e corrosão. Na terceira parte, há uma breve descrição de alguns processos industriais químicos. Muitos dos processos industriais abordados nesse livro estão relacionados aos conhecimentos da química básica, apresentados na primeira parte do livro. Dentre os processos industriais, podemos citar a indústria de cimentos, o tratamento da água industrial, a metalurgia, a indústria de eletrólitos e de gases industriais. Nesses processos, o leitor tem a oportunidade de encontrar aplicação para o conhecimento que obteve na primeira parte do livro. Por exemplo, o conhecimento acerca das reações inorgânicas entre óxidos é aplicado nos processos industriais de obtenção de cimento e de gases industriais. Alguns dos tópicos encontrados no livro podem ser direcionados para um ou mais de um curso de engenharia. Por exemplo, os tópicos ‘polímeros’ e ‘metalurgia’, na terceira parte do livro, são importantes para a Engenharia de Materiais. Os tópicos ‘metalurgia’ e ‘indústria de eletrólitos’ são importantes para estudantes de Engenharia Metalúrgica e Engenharia Elétrica, respectivamente. Os tópicos ‘polímeros’ e ‘indústria de plásticos’ são importantes para estudantes de Engenharia Mecânica. Contudo, o tópico ‘corrosão’, abordado na primeira e segunda parte do livro, é um importante assunto para os alunos de várias engenharias: Engenharia Civil, Engenharia de Materiais, Engenharia Metalúrgica, entre outras. Além disso, os processos industriais apresentados no livro representam grande parte do parque industrial onde o futuro engenheiro irá trabalhar. A familiarização com esses processos industriais, em uma abordagem interdisciplinar com a Química Básica, representa importante contribuição para a formação do futuro engenheiro. Química para Engenharia 9 Sumário Parte 1 – Química Básica 1. Tabela periódica condensada 13 2. Modelos atômicos 14 3. Átomo 15 4. Mecânica Quântica: breve história e números quânticos 17 5. Origem dos elementos químicos e suas propriedades 27 6. Usos dos principais elementos 28 7. Estado físico dos elementos químicos 31 8. Raio atômico 32 9. Eletronegatividade de Pauling 33 10. Energia de ionização e primeira energia de ionização 35 11. Densidade 36 12. Estrutura cristalina dos elementos 37 13. Ligações químicas 41 14. Ligação iônica 42 15. Composto iônico-sólido 44 16. Ligação metálica e metais 46 17. Ligação covalente e compostos covalentes 47 18. Interações intermoleculares 54 19. Dissolução de composto sólido 56 20. Compostos químicos e ligações químicas 57 21. Funções inorgânicas 59 22. Funções químicas e fórmulas químicas dos elementos representativos 71 23. Composições químicas dos compostos formados por elementos representativos conforme a regra do octeto 72 24. Reações químicas inorgânicas 72 25. Reatividade dos elementos químicos, em suas funções químicas inorgânicas 77 26. Ocorrência dos elementos na crosta terrestre 78 27. Soluções 82 28. Princípios de uma reação química: introdução à termodinâmica e cinética de uma reação 89 10 Caio Lima Firme 29. Equilíbrio químico 93 30. Equilíbrio ácido-base 103 31. Reações redox 108 32. Eletroquímica 111 33. Corrosão 125 Parte2 – Experimentos Químicos 1. Preparo de soluções 135 2. Ligações iônicas e covalentes 136 3. Reações de oxirredução 139 4. Determinação da dureza da água 141 5. Cinética química 146 6. Eletroquímica 152 7. Pilhas galvânicas de corrosão e pilhas eletrolíticas 159 8. Corrosão 164 Parte 3 – Processos da Indústria Química 1. Tratamento de água doméstica 171 2. Tratamento de água industrial 175 3. Cimento 178 4. Metalurgia 184 5. Indústria de eletrolíticos 190 6. Gases industriais 194 7. Petróleo e seu refino 197 8. Polímeros 207 9. Indústria de plásticos 214 Parte 1 Química Básica Química para Engenharia 13 1. Tabela periódica condensada 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 1 H 1,00 2 He 4,0 3 Li 6,94 4 Be 9,01 5 B 10,8 6 C 12 7 N 14 8 O 16 9 F 19 10 Ne 20,2 11 Na 22,9 12 Mg 24,3 13 Al 27,0 14 Si 28,1 15 P 31,0 16 S 32,1 17 Cl 35,5 18 Ar 39,9 19 K 39,1 20 Ca 40,1 21 Sc 44,9 22 Ti 47,8 23 V 50,9 24 Cr 52,0 25 Mn 54,9 26 Fe 55,8 27 Co 58,9 28 Ni 58,7 29 Cu 63,5 30 Zn 65,4 31 Ga 68,7 32 Ge 72,6 33 As 74,9 34 Se 78,9 35 Br 79,9 36 Kr 83,8 37 Rb 85,5 38 Sr 87,6 39 Y 88,9 40 Zr 91,2 41 Nb 92,9 42 Mo 95,9 43 Tc 98,9 44 Ru 101 45 Rh 103 46 Pd 106 47 Ag 108 48 Cd 112 49 In 115 50 Sn 119 51 Sb 122 52 Te 128 53 I 127 54 Xe 131 55 Cs 133 56 Ba 137 *71 Lu 175 72 Hf 178 73 Ta 181 74 W 184 75 Re 186 76 Os 190 77 Ir 192 78 Pt 195 79 Au 197 80 Hg 201 81 Tl 204 82 Pb 207 83 Bi 209 84 Po 209 85 At 210 86 Rn 222 87 Fr 223 88 Ra 226 #103 Lr 260 104 Rf 105 Db 106 Sg 107 Bh 108 Hs 109 Mt 110 Uun 111 Uuu 112 Uub 113 Uut *57 La 139 58 Ce 140 59 Pr 141 60 Nd 144 61 Pm 147 62 Sm 150 63 Eu 152 64 Gd 157 65 Tb 159 66 Dy 162 67 Ho 165 68 Er 167 69 Tm 169 70 Yb 173 # 89 Ac 227 90 Th 232 91 Pa 231 92 U 238 93 Np 237 94 Pu 239 95 Am 241 96 Cm 244 97 Bk 248 98 Cf 251 99 Es 254 100 Fm 257 101 Md 258 102 No 259 Considerações: (1) O hidrogênio tem propriedades semelhantes aos alcalinos e aos halogênios. (2) Os lantanídeos (La ao Yb) e os actinídeos (Ac ao No) ocupam posições entre os elementos Ba e Lu , e entre os elementos Ra e Lr, respectivamente. (3) Elemento 104 - Rf (ruterfórdio) ou Ku (kucharcóvio). (4) Elemento 105 - Ns (nielbório) ou Ha (hánio). Química para Engenharia 1514 Caio Lima Firme 2. Modelos atômicos Leucipo (500 aC) Matéria constituída do ‘ser’ (átomo) e do ‘não ser’ (vazio). O átomo é como se fosse um microuniverso. Dalton (1803) Átomo é a parte indivisível da matéria. Matérias diferentes têm átomos diferentes. Os átomos diferentes têm propriedades di- ferentes. Experiência de Crookes (1850) Tubos de descarga elétrica de alta voltagem de um gás com bomba de vácuo. Luz incandescente do gás sofre atração ou repulsão de um campo elétrico e magnético. Thomson (1890) Átomo constituído de uma esfera carregada positivamente onde os elétrons estão imersos ao redor do núcleo em anéis. Exper imento de Rutherford Feixe de partículas alfa do polônio passa por uma fenda e atin- ge uma placa de ouro. A maior parte do feixe passa direto e uma parte sofre deflexão. Rutherford (1920) Átomo consistindo de pequeno núcleo rodeado por um gran- de volume onde os elétrons estão distribuídos. O núcleo tem carga positiva por causa da partícula que ele chamou de pró- ton. Esta partícula tem carga igual, em módulo, àquela do elé- tron, mas tem massa muito maior que o mesmo. Os elétrons se movimentavam ao redor do núcleo aleatoriamente (sistema planetário). Chadwick (1932) Desvendou o mistério da massa do núcleo ser superior que a quantidade de prótons existentes no núcleo. Ele descobriu uma partícula de massa próxima àquela do próton, mas eletri- camente neutra (nêutron). Absorção de chama e linhas espectrais Já se sabia que a onda eletromagnética tinha uma energia espe- cífica de acordo com seu comprimento de onda. Observou-se que certos átomos na chama emitiam cores específicas. Sabia- -se também que cada átomo através da difração do feixe de elétrons produzia ao passar num prisma, linhas espectrais es- pecíficas para cada átomo. Bohr (1913) Bohr postulou que os elétrons tinham energias específicas e percorriam regiões específicas também. Ele propôs um mode- lo planetário modificado no qual cada nível de energia quanti- zado corresponde a uma órbita circular específica. Heisenberg, De Broglie, Schroe- dinger (1926) Mecânica Quântica Heisenberg postula o princípio da incerteza, onde é im- possível prever com exatidão a posição e energia exata de uma partícula. De Broglie relaciona a massa de uma par- tícula a certo comprimento de onda, provando que o elé- tron sofre difração ao passar em um cristal de fenda igual ao seu comprimento de onda. Schroedinger desenvolve as equações de onda que tratam o elétron como onda e descrevem a densidade de probabilidade de elétrons nos átomos. 3. Átomo Um átomo divide-se em núcleo e eletrosfera. No núcleo se encontram os prótons e os nêutrons. Na eletrosfera se encontram os elétrons. Os prótons são partículas com carga positiva e os elétrons são partículas com carga negativa. Os nêutrons são partículas com carga neutra. Os prótons e nêutrons possuem, praticamente, a mesma massa e são responsáveis pela massa total do átomo. Os elétrons possuem massa desprezível em relação à massa dos prótons e nêutrons. O módulo da carga do próton é igual ao módulo da carga do elétron. Os prótons não se repelem no núcleo porque os nêutrons impedem o contato entre eles. Os elétrons não se repelem na eletrosfera porque eles ocupam posições distintas no espaço. A eletrosfera é uma região de baixa densidade e possui um volume muito maior que o do núcleo. A eletrosfera é responsável pelo volume total do átomo. O núcleo tem alta densidade e fica imerso dentro da eletrosfera. m(nêutron)= m(próton) = 1786 m(elétron) ; |carga(próton)|= |carga (elétron)|| Elemento químico: representa o conjunto de átomos que tem o mesmo número atômico. O número atômico é a identidade de um elemento. A massa atômica não representa por si só a identidade do átomo, pois a grande maioria das propriedades que diferem os elementos químicos está relacionada ao número de prótons (e, consequentemente, ao número de elétrons) do que ao número de nêutrons. Química para Engenharia 1716 Caio Lima Firme Um elemento pode ter vários átomos com massas atômicas diferentes. Estes átomos são ditos isótopos. Isótopos são átomos de mesmo número atômico que pertencem ao mesmo elemento químico, mas possuem massa atômica diferente. Z X A X : elemento químico z : número atômico A : massa atômica O elemento cloro tem dois isótopos: 35 Cl 17 e 37Cl 17 estes isótopos têm abundâncias específicas na natureza. Por exemplo, o cloro 35 tem abundância de 75% e o cloro 37 de 25%. Isto quer dizer que se pegarmos 100 litros de cloro, 75L correspondem ao cloro 35 e 25L correspondem ao cloro 37. A massa atômica do elemento cloro é a média ponderal das massas dos dois átomos. M = (35.75) + (37. 25) / 100 = 35,5 Pelo fato de alguns elementos terem vários isótopos (cada um com uma massa diferente e uma abundância diferente), a magnitude da massa atômica dos elementos químicos não é um número inteiro. Elemento cloro: 36,5 Cl 17 O hidrogênio tem três isótopos importantes: 1 H 1 (hidrogênio), 1 D 2 (deutério) e 1 T 3 (trítio) O carbono tem três isótopos importantes: 6 C 12 (99,8%), 6 C 13 (0,1%) e 6 C 14 (0,1%) Átomos isóbaros: são átomos de elementos diferentes com o mesmo número de massa. Átomos isótonos: são átomos de elementos diferentes com o mesmo número de nêutrons. Átomos isoeletrônicos: são átomos neutros e íons que tem o mesmo número de elétrons. Íon: átomo ou conjunto de átomos que perdeu sua condição de neutralidade e que onúmero de prótons difere do número de elétrons. Cátion: íon que possui maior quantidade de prótons do que de elétrons e é assim carregado positivamente. Ânion: íon que possui maior quantidade de elétrons do que de prótons e é assim carregado negativamente. Nota: todo elemento químico neutro tem número de prótons igual ao número de elétrons. 4. Mecânica Quântica: breve história e números quânticos A Mecânica Quântica é a ciência que explica a natureza e as propriedades microscópicas (propriedades elétricas, magnéticas, eletrônicas, espectroscópicas etc.) da matéria. Ela surge a partir da teorização de uma série de experimentos físicos importantes. O primeiro deles foi o corpo negro. O corpo negro é um objeto que absorve toda radiação eletromagnética que incide nele quando este objeto está frio. Contudo, um corpo negro emite um espectro de luz dependente da temperatura. Planck deduziu a equação matemática para explicar o fenômeno do corpo negro e concluiu que havia energia quantizada, ou seja, a energia não variava de forma contínua e sim em determinados ‘pacotes’ de magnitudes específicas. A partir daí, ele chegou à importante constante h (chamada constante de Planck). O experimento do efeito fotoelétrico foi outro importante experimento em que Einstein obteve uma constante com o mesmo valor da constante de Planck em um experimento totalmente distinto, provando a existência da quantização da energia e dando origem à fórmula E=h.n, em que n representa a frequência de uma determinada onda eletromagnética. Outro experimento importante Química para Engenharia 1918 Caio Lima Firme foi o experimento da dupla fenda, em que foi provada a natureza ondulatória do elétron cujo cálculo experimental do comprimento de onda (l) foi equivalente àquele obtido pela fórmula de De Broglie (l=h/p, em que p é o momento linear do fóton ou elétron). O experimento de Stern e Gerlach, em que um feixe átomos de prata ou sódio passa por dois magnetos de pólos opostos, mostrou que o elétron desemparelhado desses átomos possuía um momento magnético spin de valores -1/2h e +1/2h de acordo com o desvio do eixo de emissão do feixe de átomos. A equação de Schroedinger (HY=EY) resulta da combinação de uma propriedade de uma partícula (energia cinética e potencial de uma partícula) e de uma característica de uma onda (uma função de onda), seguindo o princípio da dualidade partícula-onda, em uma autoequação. Uma autoequação é aquela em que um operador (equação matermática) atua em uma função e gera um valor real associado àquela função. O operador Hamiltoniano, H, tem duas equações matemáticas ou operadores: operador da energia cinética e o operador da energia potencial. No caso do átomo de hidrogênio, o Hamiltoniano e a autoequação envolvidas são: ( ) ( ) 2 2 2 2(r) r r (r) 2 2r r r H E V E H V m m Y = Y∴ − ∇ + Y = Y ∴ = − ∇ + onde o primeiro termo do Hamiltoniano é o operador da energia cinética e o segundo termo, V(r), é o operador da energia potencial. A autoequação HY=EY é transformada em uma equação diferencial envolvendo certas condições de contorno. Procura- se encontrar a melhor função de onda associada àquela equação diferencial e àquelas condições de contorno, e, a partir daí, chega- se aos números quânticos (resultados da autoequação desenvolvida como equação diferencial). Os números quânticos relacionados aos átomos correspondem ao resultado da equação de Schroedinger aplicada ao átomo de hidrogênio. Os números quânticos e suas definições, geralmente apresentadas em livros introdutórios de Química, são: 1 – n (número quântico principal): indica em qual camada está o elétron 2 – l (número quântico secundário): indica em qual subnível está o elétron 3 – ml (número quântico magnético): indica em qual orbital está o elétron 4 – s (spin): indica o momento angular spin do elétron. Na verdade, existem cinco números quânticos para o átomo de hidrogênio e suas designações corretas são mostradas na tabela abaixo: Número quântico Símbolo Valores permitidos Especificações Principal n 1, 2,3.. Associado à energia do elétron Momento angular or- bital l 0, 1, 2,... Magnitude, [l(l+1)]1/2ħ Momento angular mag- nético ml l, l-1,..., -l Componente no eixo z de magnitude mlħ Momento angular spin s ½ Magnitude, [s(s+1)]1/2ħ Momento angular spin magnético ms ±½ Componente no eixo z de magnitude msħ A seguir, será mostrada uma forma simplificada acerca dos números quânticos do átomo de hidrogênio, e que é usado, de forma aproximada, para todos outros átomos da tabela periódica: A eletrosfera se divide em 7 camadas basicamente. São chamadas de camadas: K, L, M, N, O, P, Q. Cada camada tem um número específico de subníveis. Existem quatro tipos de subníveis: s, p, d e f. Cada subnível tem um número específico de orbitais. De forma simplificada, podemos entender que o orbital é o espaço geométrico descrito pelo movimento do elétron. Cada orbital tem uma geometria específica. Em cada orbital só podem existir no máximo dois elétrons, de acordo com o princípio de exclusão de Pauli. Química para Engenharia 2120 Caio Lima Firme O subnível s tem apenas um orbital. Este orbital tem geometria esférica. O subnível s só pode ter dois elétrons no máximo. O subnível p tem três orbitais com geometria semelhante (em forma de hastes), mas cada um ocupando um eixo do espaço diferente. O subnível p tem no máximo 6 elétrons, visto que tem três orbitais. O subnível d tem cinco orbitais, consequentemente, o subnível d pode ter no máximo 10 elétrons. O subnível f tem sete orbitais, e consequentemente, o subnível f pode ter no máximo 14 elétrons. Cada camada tem um número quântico específico Camada K L M N O P Q Número quântico (n) 1 2 3 4 5 6 7 Cada subnível tem um número quântico específico: Subnível s p d f Número quântico (l) 0 1 2 3 Os orbitais de cada subnível podem ser representados por um retângulo. Subnível s: Subnível p: Subnível d: Subnível f: Cada retângulo representa um determinado orbital ou número quântico magnético, ml, e, consequentemente, cada retângulo tem um número quântico específico. Subnível s: ml: 0 Subnível p: ml: -1 0 1 Subnível d: ml: -2 -1 0 1 2 Subnível f: ml: -3 -2 -1 0 1 2 3 A cada camada é associado um determinado número de subníveis, como mostrado abaixo: Camada Subnível Subnível Subnível Subnível K s L s p M s p d N s p d f O s p d f P s p d Q s O número de elétrons existentes em um subnível é representado por um número localizado acima e a direita da letra que representa aquele subnível. A camada que ocupa o subnível é representada por um número a esquerda da letra. Veja o quadro a seguir: Química para Engenharia 2322 Caio Lima Firme Camada Subnível Subnível Subnível Subnível K 1s2 L 2s2 2p6 M 3s2 3p6 3d10 N 4s2 4p6 4d10 4f14 O 5s2 5p6 5d10 5f14 P 6s2 6p6 6d10 Q 7s2 Cada camada e subnível têm certa quantidade de energia específica. As camadas inferiores têm menor energia que as camadas superiores. Ordem crescente de energia dos subníveis é mostrado a abaixo e é conhecida como distribuição de Pauling: 1s2 < 2s2 < 2p6 < 3s2 < 3p6 < 4s2 < 3d10 < 4p6 < 5s2 < 4d10 < 5p6 < 6s2 Em termos práticos, a distribuição de Pauling pode ser facilmente visualizada a partir do quadro anterior usando linhas diagonais que unem os subníveis de cima para baixo. Camada Subnível Subnível Subnível Subnível K 1s2 L 2s2 2p6 M 3s2 3p6 3d10 N 4s2 4p6 4d10 4f14 O 5s2 5p6 5d10 5f14 P 6s2 6p6 6d10 Q 7s2 O número quântico spin não surge naturalmente do desenvolvimento da Equação de Schroedinger para o átomo de hidrogênio. O spin do elétron foi observado no experimento de Stern e Gerlach. Na física clássica, podemos entender que o spin representa o sentido de rotação do elétron ao redor de seu próprio eixo. Na mecânica quântica, o spin nãoé associado a nenhum movimento. O spin é uma propriedade intrínseca do elétron. Classicamente, pode-se associar um determinado spin do elétron a um ‘sentido de sua rotação’. Contudo, na verdade, não é provado que o elétron tem rotação, apesar de possuir dois valores distintos de spin. A seguir é mostrada as duas representações em seta para o spin. Uma forma simplificada de entender a consequência do Princípio de exclusão de Pauli é que cada elétron se difere de outro elétron, em um mesmo átomo, em pelo menos um dos números quânticos, ou seja, nenhum elétron, em um mesmo átomo, tem todos os números quânticos iguais. É importante saber que o elétron de diferenciação é o elétron de maior energia do átomo, contudo, o último elétron de um átomo não é necessariamente o elétron de diferenciação. Exemplo: Quais são os números quânticos do último elétron e do elétron de diferenciação do elemento ferro? Ferro tem Z=26 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d6 4s2 O elétron mais afastado se encontra no subnível 4s e possui os seguintes números quânticos: n = 4, l = 0, ml = 0, s = + ½ O elétron de diferenciação se encontra no subnível 3d. Química para Engenharia 2524 Caio Lima Firme De acordo com a regra de Hund, para o preenchimento dos elétrons em um determinado subnível, primeiramente, colocamos os elétrons com mesmo spin de forma a preencher pela metade todos os orbitais do mesmo subnível, a seguir, colocamos os elétrons de spin contrário em cada um dos orbitais semipreenchidos até preencher todos os orbitais do mesmo subnível. 3d6 Os números quânticos do elétron de diferenciação do átomo de ferro são: n = 3, l = 2, ml = -2, s = + ½ Outra definição importante é a de elétrons de valência. Os elétrons de valência são os últimos elétrons de um átomo, e por isso, são facilmente desprendidos do mesmo para fazerem ligações. Classificações dos elementos, subníveis de maior energia e massa ponderal Obs.: n é o número do período (da tabela) em que está o elemento. P E R Í O D O Grupos (elementos do mesmo grupo têm características em comum) IA IIA IIIA IVA VA VIA VIIA VIIIA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 1 A L C A L I N O ns1 A L C A L I N O T E R R O S O ns2 Elementos representativos ns2np1-3 C A L C O G Ê N I O ns2 np4 H A L C O G Ê N I O ns2 np5 G A S N O B R E ns2 np6 2 3 Elementos de transição (n-1)d1-10ns2 4 5 6 7 Subníveis de maior energia Série dos lantanídeos (n-2)f1-14(n-1)d10ns2 Série dos actinídeos (n-2)f1-14(n-1)d10ns2 Núméro atômico, Z: representa a identidade do elemento químico Z elemento A Massa atômica, A: média ponderal das massas atômicas dos isótopos de um determinado elemento Nota: o período em que se encontra um elemento representa o número de camadas que este elemento possui. O grupo em que se encontra o elemento representa o subnível de maior energia dele. Química para Engenharia 2726 Caio Lima Firme Distribuição eletrônica geral da camada de valência: arranjo dos elementos químicos dentro da tabela e exceções ao diagrama de distribuição dos elétrons de Pauling Nota: esta tabela mostra a distribuição eletrônica da camada de valência dos elementos. A diagramação da tabela periódica moderna e a compreensão da origem de muitas propriedades físicas e químicas deve-se a essa distribuição eletrônica na camada de valência. Obs.: n é o número do período (da tabela) em que está o elemento e também representa o número de camadas que este elemento possui. Se, por exemplo, um elemento está no 4o período da tabela, ele possui 4 camadas. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 n s1-2 n s2 p1-6 He 1s2 Li 2s1 Be 2s2 B 2s2p1 C 2s2p2 N 2s2p3 O 2s2p4 F 2s2p5 Ne 2s2p6 Na 3s1 Mg 3s2 (n-1) d1-10/ n s1-2 Al 3s2p1 Si 3s2p2 P 3s2p3 S 3s2p4 Cl 3s2p5 Ar 3s2p6 K 4s1 Ca 4s2 Sc 3d14s2 Ti 3d24s2 V 3d34s2 Cr 3d54s1 Mn 3d54s2 Fe 3d64s2 Co 3d74s2 Ni 3d84s2 Cu 3d104s1 Zn 3d104s2 Ga 4s2p1 Ge 4s2p2 As 4s2p3 Se 4s2p4 Br 4s2p5 Kr 4s2p6 Rb 5s1 Sr 5s2 Y 4d15s2 Zr 4d25s2 Nb 4d45s1 Mo 4d55s1 Tc 4d65s1 Ru 4d75s1 Rh 4d85s1 Pd 4d105s0 Ag 4d105s1 Cd 4d105s2 In 5s2p1 Sn 5s2p2 Sb 5s2p3 Te 5s2p4 I 5s2p5 Xe 5s2p6 Cs 6s1 Ba 6s2 Lu 5d16s2 Hf 5d26s2 Ta 5d26s2 W 5d46s2 Re 5d56s2 Os 5d66s2 Ir 5d76s2 Pt 5d96s1 Au 5d106s1 Hg 5d106s2 Tl 6s2p1 Pb 6s2p2 Bi 6s2p3 Po 6s2p4 At 6s2p5 Rn 6s2p6 Fr 7s1 Ra 7s2 Observe que os elementos representativos seguem um padrão de distribuição eletrônica diferente dos elementos de transição. Nos elementos representativos, o preenchimento dos elétrons ocorre no último subnível e nos elementos de transição ocorre no penúltimo (ou antepenúltimo) subnível. Observe também que os elementos Cu, Ag e Au (metais nobres) removem um elétron do subnível s para ficar com o subnível d totalmente preenchido, estabilizando ainda mais estes átomos. 5. Origem dos elementos químicos e suas propriedades Nome; símbolo; ano de descoberta Origem Nome; símbolo; ano de des- coberta Origem Ouro (Au) Aurum (latim) de hari (sânscrito) = amarelo. Au- rora é deusa do amanhecer. Antimônio (Sb) 1450 Anthemonium (grego) originado de Stibium (latim) (Sb2S3) = mar- ca. Nome dado porque este mineral faz mar- cas na pele. Cromo (Cr) 1797 Khroma (grego) = cor Diferentes compostos de cromo têm cores diferentes. Bromo (Br) 1826 Bromos (grego) = fe- der. Nome dado por causa do cheiro ruim da substância. Prata (Ag) Argentum (latim) vem de argunas (sânscrito) = bri- lhar. Hidrogênio (H) 1766 Hydros (grego) = água, gen (grego) = produtor. Quando o hidrogênio queima produz água. Enxofre (S) Sulveri (sânscrito) = inimi- go do cobre. Quanto mais enxofre menos metálico o metal (alquimia). Oxigênio (O) 1774 Oksys (grego) = áci- do. gen (grego) = pro- dutor. Para Lavoisier, todos os ácidos conti- nham oxigênio. Estanho (Sn) Stannum conectado a stag- num (hindú-europeu) = gotejante devido à facilida- de do estanho se derreter. Fósforo (P) 1669 Phos (grego) = brilho. Phero (grego) = ali- mentador. Descoberto por Hen- nig Brand (1670) ao procurar pela ‘pedra- -filosofal’. O fósforo branco emite luz no escuro. Cloro (Cl) 1774 Kloros (grego) = verde- -amarelo. Nome dado por causa da cor do gás. Arsênico (As) 1250 Arsenikos (grego) = corajoso(alquimia). Materiais de cobre com arsênico ficavam mais duros e fortes. Química para Engenharia 2928 Caio Lima Firme Mercúrio (Hg) Em homenagem ao deus romano dos mensageiros. Hydrargyrum de hydri- -argyros (grego) significa água prateada. Tântalo (Ta) 1802 Tantalus, filho de Jú- piter, foi condenado a ficar até o pescoço na água, mas ela afunda- va quando ele tentava bebê-la. Ta2O5 não se dissolve em água. Potássio (K) 1807 O mineral é cinza. Quando as plantas são aquecidas um resíduo cinza aparece. O sólido era extraído com água e depois evaporado em um pote de ferro. O sólido era chamado potash (cinza do pote).Potássio é chamado Kalium em ale- mão e o nome vem de ‘al- -quali’ (árabe) = o cinza. Tungstênio (W) 1783 Tung (sueco) =pesado, sten (sueco) = pedra. Nome usado para in- dicar a alta densidade dele. W, wolfram, de wolf (alemão) = lobo, rahm (alemão) = sujo. Assim chamado por- que era difícil obter es- tanho sem tungstênio. Bário (Ba) 1808 Barys (grego) = pesado. Bário era o metal na barita o qual é muito denso. Hélio (He) 1868 Helios (grego) = sol. Deduzido do exame espectroscópico da co- roa solar durante um eclipse em 1868. 6. Usos dos principais elementos Hidrogênio H Combustível de foguete; agente redutor. Hélio He enchimento de balões; gás refrigerante. Lítio Li combustível para fogue- te; bateria para marca- -passo. Carbono C grafite para lápis; eletrodo; diamante; constituinte do aço. Nitrogênio N líquido refrigerante; preparação do amoníaco; adubos; combustível para foguetes.Oxigênio O reagente da combustão; constituinte dos óxi- dos; agente oxidante. Sódio Na Sal de cozinha; soda cáustica; vidro. Magnésio Mg rodas de liga leve; tijolo refratário; fogos de sinalização. Alumínio Al utensílios domésticos; folhas, tubos e cabos; agente floculante. Enxofre S Fogos de artifício, pólvo- ra; ácido sulfúrico; vulcanização de borra- cha; conservantes. Cloro Cl desinfetante; branqueador; plástico PVC. Titânio Ti constituinte de ligas; catalisador; pigmento para tinta. Cromo Cr proteção a superfícies metálicas; fita de áudio e vídeo ferramentas. Ferro Fe aço; imãs; catalisador. Cobalto Co constituinte do aço; catalisador de gás de escape; pigmentos. Cobre Cu arame; cabo elétrico; medalhas; panelas; caldeiras; hélice para navio. Zinco Zn proteção para metais; acumulador; calha; peça para automóvel; aditivo para borracha. Nióbio Nb ferramentas de corte; tubulação; eletrodo de solda elétri- ca; superimã. Rutênio Ru contato elétrico; resistência elétrica. Platina Pt coroa de dente; catalisador; cunha para fundição. Flúor F aditivo para pasta den- tal; propelente para aeros- sol; gravação em vidro. Prata Ag espelho e vidro cortante; bateria; catalisador; papel fotográfico. Cádmio Cd bateria recarregável; porcas e parafusos; fotômetro; proteção anticorrosiva. Lantânio La pedra para isqueiro; eletrodo de bateria; lente de câmara foto- gráfica. Química para Engenharia 3130 Caio Lima Firme Tungstênio W eletrodo de solda; fio de lâmpada e TV; material para granada, bala; ferramenta de perfuração. Cálcio Ca constituinte dos ossos; adubo químico; gesso; cimento; concreto; carga para papel e tinta. Neônio Ne iluminação de letreiros; tubo de TV, laser líqui- do; refrigerante. Iodo I tintura de iodo; lâmpada de iodo; pigmento de tinta; sal iodado; Bactericida. Mercúrio Hg indicador do barômetro e termômetro; lâmpadas; amálgamas odontológicas. Potássio K adubo químico; vidro e lente; fósforo e pólvora. Silício Si chip eletrônico; ferramentas; vidro, cimento; borracha de silicone. Selênio Se fotômetro; lente da copiadora; célula solar; xampu anticaspa. Bromo Br purificador de água; gás lacrimogênio; papel fotográfico, filme; desinfetante. Estrôncio Sr fonte de radiação beta; tinta fosforescente; fogos de artifício; fonte de luz. Índio In célula solar; fotocélulas; solda para vidro. Estanho Sn lata, moeda, solda; tinta antiadesiva; vidro fosco, esmaltado. Chumbo Pb acumulador; solda; secante para tinta; proteção contra radiação. Níquel Ni moeda; catalisador; constituinte do aço; bateria recarregável. Fósforo P fogos de artifício; adubo químico; cerâmica; ATP e ADP. 7. Estado físico dos elementos químicos (T= 293oK) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 AM H gás AM He gás met Li sol met Be sol AM B sol AM C sol AM N gás AM O gás AM F gás AM Ne gás met Na sol met Mg sol met Al sol SMT Si sol AM P sol AM S sol AM Cl gás AM Ar gás met K sol met Ca sol met Sc sol met Ti sol met V sol met Cr sol met Mn sol met Fe sol met Co sol met Ni sol met Cu sol met Zn sol met Ga sol SMT Ge sol SMT As sol SMT Se sol AM Br liq AM Kr gás met Rb sol met Sr sol met Y sol met Zr sol met Nb sol met Mo sol art Tc met Ru sol met Rh sol met Pd sol met Ag sol met Cd sol met In sol met Sn sol met Sb sol SMT Te 128 AM I sól AM Xe gás met Cs sol met Ba sol met Lu sol met Hf sol met Ta sol met W sol met Re sol met Os sol met Ir sol met Pt sol met Au sol met Hg liq met Tl sol met Pb sol met Bi sol SMT Po sol rad At sol rad Rn gás rad Fr sol rad Ra sol met Lr sol met Rf art Db art Sg art Bh art Hs art Mt art Uun art Uuu art Uub art Uut metais nobres met La sol met Ce sol met Pr sol met Nd sol rad Pm sol met Sm sol met Eu sol met Gd sol met Tb sol met Dy sol met Ho sol met Er sol met Tm sol met Yb sol rad Ac sol rad Th sol rad Pa sol rad U sol art Np art Pu art Am art Cm art Bk art Cf art Es art Fm art Md art No met-metal; SMT-semimetal; AM-ametal; líq-líquido; sol-sólido; art-artificial; rad-radioativo Características dos tipos de elementos: 1) Metal: conduz eletricidade e calor; tem brilho e maleabilidade. 2) Ametal: não conduz eletricidade nem calor. 3) Semimetal: são semicondutores elétricos e térmicos. 4) Elemento radioativo: tem núcleo instável que emite constantemente radiações. 5) Elemento artificial: tem núcleo tão instável que não existe na natureza; deve ser sintetizado pelo homem. Química para Engenharia 3332 Caio Lima Firme 8. Raio atômico (covalente), em Angstroms (10-10m) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 H 0,37 Li 1,23 Be 0,89 B 0,80 C 0,77 N 0,74 O 0,74 F 0,72 Na 1,57 Mg 1,36 Al 1,25 Si 1,17 P 1,10 S 1,04 Cl 0,99 K 2,03 Ca 1,74 Sc 1,44 Ti 1,32 V 1,22 Cr 1,17 Mn 1,17 Fe 1,17 Co 1,16 Ni 1,15 Cu 1,17 Zn 1,25 Ga 1,25 Ge 1,22 As 1,21 Se 1,14 Br 1,14 Rb 2,16 Sr 1,91 Y 1,62 Zr 1,45 Nb 1,34 Mo 1,29 Tc - Ru 1,24 Rh 1,25 Pd 1,28 Ag 1,34 Cd 1,41 In 1,50 Sn 1,40 Sb 1,41 Te 1,37 I 1,33 Cs 2,35 Ba 1,98 Lu 1,69 Hf 1,44 Ta 1,34 W 1,30 Re 1,28 Os 1,26 Ir 1,26 Pt 1,29 Au 1,34 Hg 1,44 Tl 1,55 Pb 1,46 Bi 1,52 Po - At - O raio atômico representa o raio do átomo. O aumento do raio atômico ocorre nas seguintes situações: 1) Dentro de um mesmo grupo: de cima para baixo. Como o período em que se encontra um elemento representa o número de camadas que ele possui, à medida que vamos de cima para baixo em um mesmo grupo, aumenta-se o número de camadas do átomo e também seu raio atômico. Este é um aumento pronunciado. 2) Dentro de um mesmo período: da direita para esquerda. Quando vamos da esquerda para direita dentro de um período, aumenta-se o número de prótons e número de elétrons sem aumentar consideravelmente a distância entre núcleo e elétrons (mais externos), porque o número de camadas não é alterado. Valendo-se da fórmula da força elétrica, F = K Qq / d2 (sendo Q = carga total dos prótons, q = carga total dos elétrons e d = distância entre as cargas), à medida que vamos da esquerda para direita da tabela periódica, aumenta- se Q e q sem aumentar d. Consequentemente, a força de atração aumenta ao ir da direita para a esquerda na tabela periódica, dentro do mesmo período, e ocorre uma contração do raio atômico. Então, quando vamos da direita para esquerda na tabela periódica, dentro de um mesmo período, ocorre uma ligeira diminuição do raio atômico. |Q1| = |q1|<|Q2| = |q2|; d1 = d2; Fel(1)<Fel(2) 9. Eletronegatividade de Pauling 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 H 2,1 Li 1,0 Be 1,5 B 2,0 C 2,5 N 3,1 O 3,5 F 4,1 Na 1,0 Mg 1,2 Al 1,5 Si 1,7 P 2,1 S 2,4 Cl 2,8 K 0,9 Ca 1,0 Sc 1,2 Ti 1,3 V 1,5 Cr 1,6 Mn 1,6 Fe 1,6 Co 1,7 Ni 1,8 Cu 1,8 Zn 1,7 Ga 1,8 Ge 2,0 As 2,2 Se 2,5 Br 2,7 Rb 0,9 Sr 1,0 Y 1,1 Zr 1,2 Nb 1,2 Mo 1,3 Tc 1,4 Ru 1,4 Rh 1,4 Pd 1,4 Ag 1,5 Cd 1,5 In 1,5 Sn 1,7 Sb 1,8 Te 2,0 I 2,2 Cs 0,9 Ba 1,0 Lu 1,1 Hf 1,2 Ta 1,3 W 1,4 Re 1,5 Os 1,5 Ir1,6 Pt 1,4 Au 1,4 Hg 1,4 Tl 1,4 Pb 1,5 Bi 1,7 Po 1,8 At 1,9 Química para Engenharia 3534 Caio Lima Firme Eletronegatividade: é a capacidade que têm os elementos de receberem elétrons (de ficarem negativos), ou seja, de terem excesso de elétrons em relação ao número de prótons. Elementos pequenos (menor raio atômico) têm maior capacidade de receber elétrons (maior eletronegatividade) do que os elementos grandes (maior raio atômico). Consequentemente, os ametais são muito mais eletronegativos que os metais. A eletronegatividade é inversamente proporcional ao raio atômico, pois quanto menor o raio atômico, maior a eletronegatividade Raio atômico eletronegatividade A eletropositividade é a capacidade que têm os elementos de doarem elétron (de ficarem positivos), ou seja, de ficarem com falta de elétrons em relação ao número de prótons. Elementos grandes têm maior facilidade para doar elétrons do que os elementos pequenos. A eletropositividade é diretamente proporcional ao raio atômico, ou seja, quanto maior o raio atômico, maior é a eletropositividade. Raio atômico eletropositividade 10. Energia de ionização e primeira energia de ionização (kJ.mol-1) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 He 2372 Li 520 Be 899 B 801 C 1086 N 1043 O 1410 F 1681 Ne 2080 Na 496 Mg 737 Al 577 Si 786 P 1012 S 999 Cl 1255 Ar 1521 K 419 Ca 590 Sc 631 Ti 656 V 650 Cr 652 Mn 717 Fe 762 Co 758 Ni 736 Cu 745 Zn 906 Ga 579 Ge 760 As 947 Se 941 Br 1142 Kr 1351 Rb 403 Sr 549 Y 616 Zr 674 Nb 664 Mo 685 Tc 703 Ru 711 Rh 720 Pd 804 Ag 731 Cd 876 In 558 Sn 708 Sb 834 Te 869 I 1191 Xe 1170 Cs 376 Ba 503 Lu 541 Hf 760 Ta 760 W 770 Re 759 Os 840 Ir 900 Pt 870 Au 889 Hg 1007 Tl 589 Pb 715 Bi 703 Po 813 At 912 Rn 1037 Energia de ionização é a energia necessária para retirar um ou mais elétrons de um átomo no seu estado fundamental e gasoso. O primeiro potencial de ionização é a energia necessária para retirar o último elétron da camada mais externa ao qual ele pertence. O segundo potencial de ionização corresponde à retirada do penúltimo elétron da camada mais externa ao qual ele pertence. E por aí vai. Química para Engenharia 3736 Caio Lima Firme À medida que os elétrons vão sendo retirados, o íon vai assumindo cargas positivas maiores (+1, +2, +3 etc.), o que aumenta a atração do núcleo pelos elétrons remanescentes, causando uma retração do raio atômico e levando-se a uma maior dificuldade para a retirada do elétron remanescente mais externo. Com isso, faz-se necessário um dispêndio de maior quantidade de energia para se retirar esses elétrons do átomo. A energia de ionização é inversamente proporcional ao raio atômico. Quanto maior o raio do átomo, menor a energia de ionização. Quanto menor o raio atômico maior a energia de ionização. 11. Densidade (g.cm-3) d = m / v sendo m = massa e v = volume. A densidade é função da estrutura cristalina do átomo. Quanto mais organizada a estrutura cristalina, mais densa será a estrutura cristalina daquele elemento. Quanto maior forem as interações interatômicas na estrutura cristalina, mais densa será a estrutura cristalina do elemento também. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 Li 0,54 Be 1,85 B 2,35 C 2,65 N - O - F - Na 0,97 Mg 1,74 Al 2,70 Si 2,34 P 1,82 S 2,1 Cl - K 0,86 Ca 1,55 Sc 3,0 Ti 4,50 V 6,11 Cr 7,14 Mn 7,43 Fe 7,87 Co 8,90 Ni 8,91 Cu 8,95 Zn 7,14 Ga 5,90 Ge 5,32 As 5,77 Se 4,19 Br 3,19 Rb 1,53 Sr 2,63 Y 4,5 Zr 6,51 Nb 8,57 Mo 10,3 Tc 11,5 Ru 12,4 Rh 12,4 Pd 12,0 Ag 10,5 Cd 8,65 In 7,31 Sn 7,27 Sb 6,70 Te 6,25 I 4,94 Cs 1,90 Ba 3,62 Lu 6,17 Hf 13,3 Ta 16,6 W 19,3 Re 21,0 Os 22,5 Ir 22,6 Pt 21,4 Au 19,3 Hg 13,5 Tl 11,8 Pb 11,3 Bi 9,81 Po 9,14 At - 12. Estrutura cristalina dos elementos Um cristal é um objeto sólido que possui um padrão básico de inúmeras repetições nas três dimensões do espaço. A fim de descrever a estrutura cristalina, é necessário conhecer apenas a unidade repetitiva mais simples dessa estrutura, conhecida como célula unitária, para descrever sua repetição no espaço. Abaixo, são mostradas as figuras representativas das células unitárias primárias. Alguns átomos metálicos têm mais de uma célula unitária. Mesmo os halogênios flúor e cloro, quando sólidos, formam estruturas cristalinas organizadas. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 Li b Be h B - C d/gf N - O - F cm F2 Na b Mg h Al cp Si d P cov S anéis Cl cm Cl2 K b Ca c/ h Sc c / h Ti h / b V b Cr h / b Mn cp Fe c / b Co c / h Ni c / h Cu c Zn hd Ga cp Ge d As cov Se cprl Br cm Br2 Rb b Sr c Y h Zr h / b Nb b Mo h / b Tc h Ru c / h Rh c Pd c Ag c Cd hd In cd Sn d/cp Sb cp Te cprl I cm I2 Cs b Ba b La c / h Hf h / b Ta b W b / cp Re h Os c / h Ir c Pt c Au c Hg cp Tl cp Pb cp Bi cd Po cp At - b-cúbico de corpo centrado; c-cúbico; h-hexagonal; cp- estrutura complexa; d- diamante; gf- grafite; hd- hexagonal distorcida; cd- cúbica distorcida; cm- camada de; cov- covalente; cprl- cadeia paralela Química para Engenharia 3938 Caio Lima Firme Exercícios 1) Os elementos I, II e III têm as seguintes configurações eletrônicas em suas camadas de valência: I) 3s2 3p3 II) 4s2 4p5 III) 3s2 Com base nestas informações, assinale a afirmação errada. a) O elemento I é um não metal. b) O elemento II é um halogênio. c) O elemento III é um metal alcalino-terroso. d) Os elementos I e III pertencem ao terceiro período da tabela periódica. e) Os três elementos pertencem ao mesmo grupo da tabela periódica. 2) Responda à questão seguinte com base na análise das afirmativas abaixo: I) Em um mesmo período os elementos apresentam os mesmos números de níveis. II) Os elementos do grupo 2A apresentam, na última camada, a configuração geral ns2. III) Quando o subnível mais energético é do subnível s ou p o elemento é de transição. IV) Em um mesmo grupo os elementos apresentam o mesmo número de camadas. Conclui-se que, com relação à estrutura de classificação da tabela periódica dos elementos, estão corretas as afirmativas: a) I e II. d) II e IV. b) I e III. e) III e V. c) II e III. 3) Um elemento que apresenta número atômico Z = 16 pertence: a) Ao grupo IIA (metais alcalino-terrosos). b) Ao grupo 0 (gases nobres). c) Ao grupo VIA (calcogênios). d) Ao grupo VIIA (halogênios). e) Ao grupo IA (metais alcalinos). 4) Das alternativas indicadas abaixo, qual é constituído de elementos da tabela periódica com características químicas distintas? a) He; Ne; Ar. d) F; Cl; Br. b) Mg; Ca; Sr. e) Li; Na; K. c) Li; Be; B. 5) As famílias de elementos químicos cujos átomos têm elevada energia de ionização são: a) Halogênios e gases nobres. b) Alcalinos e alcalino-terrosos. c) Alcalinos e halogênios. d) Alcalinos e gases nobres. e) Alcalino-terrosos e elementos de transição. 6) Ao consultar a tabela periódica localizamos um elemento que pertence à família 7A e ao 3º período, com o número de massa igual a 35. Podemos afirmar que o átomo desse elemento, no estado neutro, possui: a) 7 prótons, 7 elétrons, 7 nêutros. b) 11 prótons, 11elétrons, 11 nêutrons. c) 17 prótons, 17 elétrons, 17 nêutrons. d) 17 prótons, 17 elétrons, 18 neutrons. e) 17 prótons, 18 elétrons, 17 nêutrons. Química para Engenharia 4140 Caio Lima Firme 7) Qual dos átomos abaixo requer o menor fornecimento de energia para que perca um elétron? a) Cs. d) F. b) Ba. e) Br. c) Ne. 8) Dois elementos, A e B, possuem como maiores subníveis energéticos 3p5 e 3p3, respectivamente. Com relação à eletronegatividade e ao raio atômico podemos afirmar que: a) A é maior que B nas duas propriedades. b) A tem maior eletronegatividade e menor raio atômico que B. c) A e B têm a mesma eletronegatividade. d) A tem menor eletronegatividade e menor raio atômico que B. 9) Para cada item, envolvao átomo que apresenta a maior eletronegatividade. a) Na, Al b) C, O c) F, Br d) P Cl 10) Para cada item, envolva o átomo que apresenta a maior energia de ionização. a) K, Br b) Si, Ar c) Ca, Mg d) B, N 11) Correlacione a configuração eletrônica do átomo com a sua posição na tabela. a) 1s2 2s1 ( ) gases nobres b) 1s2 2s2 2p6 ( ) halogênios c) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p4 ( ) alcalinos d) 1s2 2s2 2p5 ( ) calcogênios 12) Dê os números quânticos do elétron de diferenciação do Si (silício). a) n=3, l=2, ml=0, s=+1/2 b) n=3, l=1, ml=0, s=+1/2 c) n=4, l=1,ml=0, s=+1/2 d) n=4, l=2, ml=0, s=+1/2 13. Ligações químicas Com exceção dos átomos do grupo dos gases nobres, todos outros átomos tendem ficar unidos com outro(s) átomo(s) do mesmo elemento químico ou de elementos químicos diferentes. Essa união entre os átomos ocorre por interações eletrostáticas atrativas entre prótons de um átomo e elétrons de outro átomo que formam uma determinada ligação química. As ligações químicas se dividem em ligações iônicas, metálicas e covalentes. Como dito antes, todas essas ligações são de natureza eletrostática, porém se diferem na distribuição dos elétrons de valência entre os átomos ligantes. No caso da ligação iônica, um ou mais elétrons de valência migra(m) de um átomo para outro átomo, formando cátions e ânions. No caso da ligação metálica, os elétrons de valência formam uma banda de condução em que os elétrons de valência transitam aleatoriamente entre todos os átomos do metal. E, no caso da ligação covalente, os elétrons, ou melhor, a densidade de carga eletrônica é compartilhada entre dois átomos ligantes. Essa densidade eletrônica localizada na região da ligação gera uma força estabilizante atrativa entre os átomos da ligação. A tendência do elétron migrar totalmente para outro átomo (ligação iônica), ou de ficar numa banda de condução (ligação metálica) ou de ficar na região da ligação entre dois átomos (ligação covalente) depende da natureza dos átomos ligantes, e esta depende Química para Engenharia 4342 Caio Lima Firme principalmente da eletronegatividade ou eletropositividade desses átomos. Quando há união entre um átomo muito eletropositivo (metal dos grupos 1 ou 2) e um átomo muito eletronegativo (ametal dos grupos 16 e 17), tende-se haver a transferência total de um ou mais elétrons do átomo mais eletropositivo para o átomo mais eletronegativo, formando a chamada ligação iônica. Quando há união entre átomos eletropositivos (metais, em geral), há tendência de se formar uma banda de condução em que os elétrons de valência passam a transitar entre todos os átomos metálicos aleatoriamente, formando a ligação metálica. Quando ocorre a união entre átomos eletronegativos (ametais), há uma transferência parcial de elétrons para a região da ligação entre os ametais, formando a ligação covalente. Vale à pena ressaltar que a natureza de todas essas ligações químicas é a mesma, ou seja, interação eletrostática e que os gases nobres são os elementos menos reativos da tabela periódica, pois eles têm o último subnível eletrônico (ns2 np6) totalmente preenchido. Isto confere uma ótima estabilidade a eles. Também é importante enfatizar que a força de uma única ligação iônica é mais fraca do que a força de uma única ligação covalente (simples). Contudo, isso não pode ser confundido com o fato do ponto de fusão de um composto iônico (sal de cozinha, por exemplo) ser maior do que o ponto de fusão de um composto covalente (glicose, por exemplo). Isto ocorre porque no caso do NaCl sólido, há seis interações eletrostáticas entre cada átomo de Na+ com seis átomos de Cl- e seis interações eletrostáticas de um átomo de Cl- com seis átomos de Na+ para serem quebradas para cada conjunto de 12 átomos de NaCl. No caso da glicose, as interações a serem quebradas de modo a levar o sólido covalente se fundir são interações mais fracas entre cada molécula de glicose. 14. Ligação iônica A ligação iônica ocorre entre um átomo muito eletropositivo (grupos 1 e 2) e um átomo muito eletronegativo (grupos 16 e 17). Consequentemente, as ligações iônicas se formarão entre átomos com grande diferença de volume atômico (ou raio atômico). Mostre quais das ligações abaixo são ligações iônicas a) C C b) H C c) H Cl d) Na O e) K H f) Cl Cl g) S O h) P H i) K I Esquema da formação de uma ligação iônica antes, durante e depois de sua formação. Química para Engenharia 4544 Caio Lima Firme A carga positiva (+) representa a falta de um elétron, ou seja, há um próton a mais no elemento químico. A carga negativa (-) representa o excesso de um elétron, ou seja, há um elétron a mais no elemento químico. Regra do octeto: os elementos mais próximos aos gases nobres tendem a adquirir a configuração eletrônica do gás nobre (principalmente se a ligação for iônica), respeitando a regra do octeto (oito elétrons na camada de valência). Então, os metais alcalinos e alcalinos terrosos, quando reagem com os calcogênios e halogênios, tendem a formar ligação iônica, ambos adquirindo a configuração do gás nobre mais próximo. 10 Ne - 1s 2 2s2 2p6 11Na – 1s 2 2s2 2p6 3s1 17Cl - 1s 2 2s2 2p6 3s2 3p5 18Ar - 1s 2 2s2 2p6 3s2 3p6 Considerando as configurações eletrônicas acima, o Na deve doar um elétron para adquirir a configuração do Ne e o Cl deve receber um elétron para adquirir a configuração do Ar. Quando Na e Cl eles se unem, reagem espontaneamente e formam uma ligação iônica. Na(s) + 1/2 Cl2 (g) NaCl (s) 11Na + - 1s2 2s2 2p6 = [ Ne ] 17Cl - - 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 = [ Ar ] 15. Composto sólido iônico O sólido iônico é um composto formado por ânions e cátions unidos numa rede cristalina (cristal). Nesta rede, um cátion está unido a vários ânions e um ânion está unido a vários cátions (formando uma rede cristalina) através de uma geometria organizada. Os átomos possuem cargas opostas (cátion e ânion) e se mantêm unidos por ligação eletrostática. No caso do NaCl, temos uma rede cristalina em forma de cubo em que um Na+ está cercado por 6 Cl- e um Cl- está cercado por 6 Na+. Isto confere ao sólido iônico alto ponto de fusão e ebulição. Para cada composto sólido iônico existe uma rede cristalina com uma geometria específica e um número de coordenação específico. Para o NaCl Química para Engenharia 4746 Caio Lima Firme Para o CsCl Obs.: as linhas unindo os íons não representam as ligações iônicas, e sim a geometria do cristal sólido. 16. Ligação metálica e metais Ligação metálica é a ligação entre metais do mesmo elemento ou metais de elementos diferentes (ligas metálicas). Os metais formam sólidos de estrutura cristalina semelhante ao dos sólidos iônicos. No caso das ligações metálicas, ocorre exclusiva formação de cargas positivas. Os átomos metálicos são elementos volumosos com um, dois ou mais elétrons de valência. A ligação metálica é a interação entre os elétrons livres e deslocalizados da banda de condução do metal e cátions metálicos da estrutura cristalina. Esta banda de condução é que confere a capacidade dos metais de conduzirem calor e eletricidade. As interações eletrostáticas entre os elétrons da banda de condução e os cátions metálicos conferem a estabilidade ao metal. Exemplo de ligações metálicas: Na - Na Fe - Fe (ferro) Cu - Sn (bronze) Cu - Zn (latão) Os metais alcalinos e alcalinos terrosos são moles e os metais de transição são mais duros e mais densos, pois têm também ligações covalentes entre os cátions. A estrutura cristalina dos metais e a banda de condução é que conferem o brilho e refletividade aos metais. 17. Ligação covalente e compostos covalentes A ligação covalente ocorre a partir de uma transferência parcial densidade de carga entre os átomos ligantesde modo a gerar uma densidade eletrônica entre estes átomos. É a interação eletrostática entre os elétrons compartilhados de valência na região da ligação e os prótons dos átomos ligantes que confere a estabilidade da ligação covalente. É importante enfatizar que elétrons se repelem eletrostaticamente e que a força magnética de spins contrários não compensa a repulsão eletrostática dos mesmos elétrons, pois a força magnética é muito menor que a força eletrostática. Portanto, a idéia de compartilhamento de elétrons não implica em uma interação atrativa entre os elétrons, e sim em uma interação atrativa entre prótons e elétrons compartilhados. A ligação covalente ocorre entre dois ametais (elementos eletronegativos). Átomos que não têm muita facilidade para doar elétron(s) fazem ligação covalente. Neste caso, não ocorre uma efetiva transferência de elétron(s) como ocorre na ligação iônica. De acordo com o modelo de Lewis, uma ligação covalente sempre envolve dois elétrons. Estes dois elétrons da ligação covalente Química para Engenharia 4948 Caio Lima Firme ocupam a região da ligação entre os núcleos dos dois átomos. Uma ligação covalente é representada por um segmento de reta entre os dois átomos ligantes. C H Então, um traço [ ____ ] indica uma ligação covalente em que há presença de dois elétrons de valência na região da ligação entre os dois átomos. A ligação covalente homogênea é uma ligação covalente entre átomos do mesmo elemento químico. O O C C Neste tipo de ligação, não há diferença de eletronegatividade entre os átomos da ligação covalente. Consequentemente, a densidade eletrônica é igualmente distribuída entre os átomos ligantes e, por isso, a ligação covalente homogênea é dita ser apolar, porque não gera momento dipolo na ligação. A ligação covalente heterogênea ocorre entre átomos de elementos químicos diferentes. Na ligação covalente heterogênea há uma diferença de eletronegatividade entre os átomos envolvidos. Consequentemente, há uma desigual distribuição da densidade eletrônica entre os átomos ligantes, gerando um momento dipolo na ligação (a nuvem eletrônica é desigualmente distribuída). Por causa da distribuição desigual da densidade eletrônica (ou nuvem eletrônica) na ligação covalente heterogênea, o átomo mais eletronegativo adquire uma carga parcialmente negativa (d-) e o átomo menos eletronegativo fica com uma carga parcialmente positiva (d+). C O C H d+ d- d- d+ O H P O d- d+ d+ d- S O S H d+ d- d- d+ N O N C d+ d- d- d+ Como no caso da ligação heterogênea há formação de uma carga parcial positiva e uma carga parcial negativa nos átomos ligantes, a ligação covalente heterogenia é dita ser uma ligação polar porque possui momento dipolo. Química para Engenharia 5150 Caio Lima Firme Sendo conhecidas as cargas parciais nos átomos da ligação heterogênea, é possível calcular um momento dipolo (m). O momento dipolo é o produto da carga elétrica (q) e a distância (r). A unidade do momento dipolo é 1D = 10-18 esu.cm, em que “esu” significa unidade eletrostática. Por exemplo, a carga de um elétron ou próton é 4,8 x10-10 esu. Em uma ligação que tem 0,2 de carga positiva e negativa nas terminações da ligação com uma separação de 1,54Å (1Å=10- 8cm), teria um dipolo associado de (0,2)(4,8 x10-10 esu)(1,54x10-8 cm)=1,47x10-18 esu.cm = 1,47D. Na ligação heterogênea, usa-se uma seta para indicar o elemento mais eletronegativo. S O S H d+ d- d- d+ N O N C d+ d- d- d+ No caso da ligação homogênea, não surge uma polaridade entre os átomos, e a ligação é chamada de apolar. Resumindo: - Ligação covalente polar: ocorre entre átomos de elementos diferentes. - Ligação covalente apolar: ocorre entre átomos do mesmo elemento. A ligação covalente simples ocorre apenas quando há uma ligação covalente entre os átomos envolvidos. S H - Ligação covalente dupla ocorre quando há duas ligações covalentes entre os átomos envolvidos. C O - Ligação covalente tripla ocorre quando há três ligações covalentes entre os átomos envolvidos. C C Características dos compostos covalentes Nos compostos covalentes sólidos ou líquidos há dois tipos de ligação: as ligações interatômicas em uma mesma molécula (ligação covalentes) e as interações intermoleculares (interações de van der Waals e dipolo-dipolo) entre mais de uma molécula. Neste ponto, é importante entender que a análise em questão não se limita a somente uma molécula, mas a um conjunto de moléculas que interagem entre si por meio de ligações intermoleculares. As ligações intermoleculares são muito mais fracas que as ligações covalentes porque a sua força eletrostática é bem menor. Por causa da fraca interação intermolecular existente nas moléculas covalentes, os compostos covalentes têm baixos pontos de ebulição e fusão. É importante enfatizar também que ponto de ebulição e ponto de fusão são propriedades macroscópicas que dependem diretamente das interações intermoleculares entre um conjunto de várias moléculas, neste caso, moléculas covalentes. Não é possível analisar o ponto de fusão e ebulição de uma molécula sem levar em conta as interações intermoleculares. As moléculas covalentes podem ser polares ou apolares. Moléculas polares são aquelas que apresentam um dipolo bem definido, ou seja, em uma parte da molécula concentra-se a carga positiva e na outra parte da molécula concentra-se a carga negativa. Uma molécula apolar não possui dipolo, ou seja, as cargas positiva e negativa não se concentram em pontos distintos e separados. A molécula da água (H2O) é polar enquanto a molécula do dióxido de carbono (CO2) é apolar. As moléculas covalentes são isolantes elétricos, ou seja, não conduzem eletricidade (ver primeiro experimento da parte 2). A maioria dos compostos covalentes são gases ou líquidos, contudo há vários compostos covalentes sólidos (e.g. vários produtos naturais). Química para Engenharia 5352 Caio Lima Firme Dentre os ametais, o carbono pode formar cadeias longas (inclusive polímeros) devido à alta energia de suas ligações e a estabilidade proporcionada pela geometria de suas cadeias. O silício, elemento abaixo do carbono, possui parcialmente esta característica de formar cadeias longas (polímero de silicone). Polaridade dos compostos covalentes Como visto anteriormente, as ligações covalentes heterogêneas apresentam polaridade, ou seja, apresentam cargas parciais entre os átomos da ligação. Contudo, uma molécula pode ter mais de uma ligação covalente polar, e a molécula ainda assim ser apolar, ou seja, não ter momento dipolo. O momento dipolo diferente de zero da molécula indica que a molécula tem duas regiões distintas e separadas, uma de carga positiva e outra de carga negativa. A polaridade de uma molécula é medida pela equação do ‘momento dipolo’ (m). A separação de cargas na molécula depende de dois fatores: da existência de ligações covalentes heterogêneas e de um arranjo espacial (geometria da molécula) que possibilite a separação nítida de duas regiões de carga. Consequentemente, toda molécula diatômica simples (ex.: Cl2) é apolar, pois tem apenas ligação covalente homogênea. CCl4 (não forma dipolo = molécula apolar) NH3 (forma dipolo = molécula polar) PCl5 (não forma dipolo = molécula apolar) Obs.: o Cl é mais eletronegativo que o P SF6 (não forma dipolo = molécula apolar) Obs.: o F é mais eletronegativo que o S Química para Engenharia 5554 Caio Lima Firme Exercícios 1) CO2 e SO3 são polares? explique. 2) H2O é polar? explique. 18. Interações intermoleculares As moléculas dos compostos covalentes (líquidos e sólidos) são unidas entre si por interações intermoleculares conhecidascomo ‘interação de van der Waals’. Existem dois tipos: (1) interação dipolo- dipolo e (2) dispersão de London (ou dipolo-dipolo induzido). Interação dipolo-dipolo van der Waals Dispersão de London A interação dipolo-dipolo é mais forte que a dispersão de London. As interações intermoleculares são responsáveis por algumas propriedades macroscópicas das moléculas covalentes como pontos de ebulição e de fusão e solubilidade das moléculas. Ou seja, pontos de ebulição e fusão não são propriedades de uma só molécula e sim de um conjunto de moléculas do mesmo composto covalente. Quando avaliamos essas propriedades, devemos levar em conta as interações intermoleculares em um conjunto de moléculas do mesmo composto covalente. 1) Interação dipolo-dipolo A interação dipolo-dipolo ocorre entre moléculas que possuem momento dipolo diferente de zero (moléculas polares). A interação dipolo-dipolo também é uma interação eletrostática entre a região de carga positiva de uma molécula com a região de carga negativa da molécula vizinha. Moléculas como H2O, HF e NH3 (polares) são representadas pela figura acima. Em um líquido de água, ácido fluorídrico e amônia existem inúmeras moléculas covalentes polares (dipolos). Cada dipolo interage com seus dipolos vizinhos através da atração entre cargas parciais opostas existentes nas moléculas vizinhas. Líquido de ácido fluorídrico (HF) 2) Dispersão de London A dispersão de London ocorre entre moléculas covalentes apolares. As moléculas apolares formam dipolos momentâneos pela movimentação dos elétrons da ligação covalente ao redor da molécula. Estes dipolos momentâneos induzem a polarização de moléculas apolares vizinhas e assim têm-se dipolos induzidos. Os dipolos induzidos são atraídos pelas cargas opostas momentâneas dos dipolos vizinhos. Este tipo de interação só ocorre com moléculas apolares (CO2, CCl4, Br2 e N2) Química para Engenharia 5756 Caio Lima Firme Observações: 1) As interações intermoleculares em compostos covalentes são mais fracas em relação às interações dos compostos iônicos e metálicos no retículo cristalino. 2) Os compostos covalentes têm pontos de fusão menores que aqueles dos compostos iônicos. 3) Os compostos covalentes (sólidos e líquidos) não conduzem calor e eletricidade. 19. Dissolução de composto sólido A dissolução é um processo termodinâmico que depende da interação entre as moléculas do soluto e do solvente. Quanto mais forte for essa interação, mais facilmente um soluto se dissolve em um solvente. A força da interação entre soluto e solvente depende, principalmente, da afinidade em termos de polaridade entre eles, ou seja, um sólido ou um líquido (soluto) dissolve-se em um solvente quando há certa afinidade por polaridade entre o soluto e o solvente. Assim, podemos dizer que um solvente muito polar só dissolve (completamente) um soluto muito polar; solvente de polaridade média só dissolve (completamente) um soluto de polaridade média; e solvente apolar só dissolve soluto apolar. A dissolução de um composto sólido iônico ou covalente por um determinado solvente consiste na capacidade do solvente de se inserir na estrutura do soluto iônico ou molecular de modo que certa quantidade de moléculas de solvente coordene cada íon ou molécula do soluto. No caso da dissolução de um composto iônico, quando ele é dissolvido por um solvente, ele forma íons dispersos na solução. No caso da dissolução de um composto covalente, ele mantém sua unidade molecular porque o solvente não quebra as ligações covalentes da molécula. O solvente quebra apenas as ligações intermoleculares. NaCl(s) + H2O Na + (aq) + Cl - (aq) Mecanismo de dissolução do NaCl sólido pela água. 20. Compostos químicos e ligações químicas Compostos iônicos Óxidos iônicos Compostos covalentes entre si Óxidos covalentes Hidretos iônicos Hidretos covalentes 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 Li Be B C N O F Na Mg Al Si P S Cl K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Cs Ba La Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tl Pb Bi Po At Química para Engenharia 5958 Caio Lima Firme Exercícios 1) Explicar porque o íon sódio (Na+) é muito estável que o átomo de sódio (Na0). 2) O cloreto de amônio (NH4Cl) possui: a) 2 ligações iônicas e 3 covalentes. b) 1 ligação iônica e 4 covalentes. c) 1 ligação iônica e 1 covalente. d) 1 ligação iônica e 3 covalentes. 3) Os átomos X e Y apresentam configurações eletrônicas 1s2 2s2 2p6 3s1 e 1s2 2s2 2p5, respectivamente. Entre estes átomos forma-se um composto a) Iônico, de fórmula XY2. b) Molecular, de fórmula XY2. c) Molecular, de fórmula XY4. d) Iônico, de fórmula XY4. e) Iônico, de fórmula XY. 4) O elemento “X”, do terceiro período, que tem maior afinidade eletrônica, combina-se com o elemento “Z”, do quarto período, que possui menor energia de ionização. A fórmula do composto resultante será a) ZX. b) ZX2. c) Z3X. d) ZX3. e) Z2X3. 5) No CO2, a polaridade da molécula e a polaridade das ligações são, respectivamente: a) Apolar e polares. b) Apolar e apolares. c) Polar e apolares. d) Polar e polares. 6) Os tipos de ligações dos compostos LiF, SCl2 e Cl2 são, respectivamente: a) Covalente apolar, covalente polar, iônica. b) Iônica, covalente apolar, covalente polar. c) Covalente polar, iônica, covalente apolar. d) Covalente apolar, iônica, covalente polar. e) Iônica, covalente polar, covalente apolar. 7) Diga que tipo de ligação ocorre entre os átomos das moléculas KF, Br2, CaCl2, SO2: a) Iônica; iônica; covalente; covalente. b) Covalente; iônica; covalente; iônica. c) Covalente; covalente; iônica; iônica. d) Iônica; covalente; iônica; covalente. 8) Qual das moléculas abaixo é polar? a) H2 b) CO2 c) NH3 d) SO3 21. Funções inorgânicas As funções inorgânicas são: ácidos, bases, sais, óxidos, hidretos. Os hidretos e óxidos são sempre compostos binários. Compostos binários são compostos constituídos de apenas dois elementos químicos. Ácidos são compostos que diminuem o pH de uma solução aquosa, ou seja, aumentam a concentração de íons hidrônio (H3O +). Bases: são compostos que aumentam o pH de uma solução aquosa, ou seja, diminuem a concentração de íons hidrônio. Sais são produtos da reação de uma base com um ácido. Óxidos são compostos binários cujo elemento pertinente a todos é o oxigênio. Hidretos são compostos binários cujo elemento pertinente a todos é o hidrogênio. Química para Engenharia 6160 Caio Lima Firme Função Fórmula geral Ácidos (Bronsted) HX / HXO Bases (Bronsted) XOH Hidreto HX / XH Óxido XO Sal XY Ácidos Classificação dos ácidos I) Ácido de ARRHENIUS É um ácido que contém hidrogênio e que produz íons H+ em uma solução aquosa. Ex.: HCl, HF II) Ácido de BRONSTED - LOWRY É um ácido que doa um próton (H+) para qualquer solvente. O ácido de Bronsted-Lowry é um ácido em qualquer solvente ou mesmo isoladamente. Cátions hidrogenados (NH4 +, HSO4 -, H2PO4 -, H3O +) são considerados ácidos porque tendem a doar prótons. Ácidos fortes De forma simplificada, um ácido forte pode ser entendido como aquele que, dentro de qualquer conjunto de moléculas deste ácido, todas as moléculas, doam seus prótons (H+) para o solvente. Os ácidos inorgânicos fortes são: HBr, HCl, HI, HNO3, HClO4, H2SO4 HBr + H2O H3O + + Br - HI + H2O H3O + + I - HNO3 + H2O H3O + + NO3 - HClO4 + H2O H3O + + ClO4 -- Ácidos fracos Em uma abordagem simples, um ácido fraco pode ser entendido como aquele que, dentro de um conjunto de moléculas daquele ácido, uma parte do conjunto destas moléculas doa prótons para o solvente e a outra parte do conjunto fica na sua forma molecular (não desprotonada). Por exemplo, considerando um conjunto de dez moléculas de um ácido fraco,suponhamos que apenas três doam prótons para o solvente e o resto não doa prótons. Esta situação é representada por uma reação em equilíbrio entre o ácido e o solvente (água, por exemplo). Nesta reação em equilíbrio (reação de dissociação do ácido no solvente), pode-se entender, de forma simplificada, que num conjunto com certa quantidade de moléculas de ácido (reagente), apenas parte deste conjunto vai para a forma desprotonada (produto). Veja o exemplo abaixo para o ácido acético (CH3COOH). O ácido acético é um ácido fraco. Quando o adicionamos à água, forma-se um equilíbrio entre reagentes e produtos. Este equilíbrio ocorre porque apenas parte das moléculas de CH3COOH doam o seu próton H+ para a molécula de água. Esta situação é representada pela equação química abaixo, em que as duas setas indicam uma reação (de dissociação do ácido acético na água) em equilíbrio. No equilíbrio, temos as espécies CH3COO -, H3O +, CH3COOH, H2O presentes na solução. CH3COOH + H2O CH3COO - + H3O + Tipos de ácidos 1) Hidrácidos: são ácidos sem oxigênio (HCl) 2) Oxiácidos: são ácidos com oxigênio (H2SO4) Química para Engenharia 6362 Caio Lima Firme Bases Classificação das bases I) Bases de ARRHENIUS São substâncias que produzem o íon hidróxido (HO-) em solução aquosa. Ex.: NaOH, Ca(OH)2 II) Bases de BRONSTED-LOWRY Base é uma espécie que tende a receber um próton. Ânions (Cl-, SO4 -2, F-) são considerados bases, pois podem receber prótons. Ex.: NH3, NH2CHCHNH2, RNH2, sendo R=-(CH2)nCH3, HSO4, CH3COO -, etc. Bases fortes Em analogia ao conceito simplificado de ácidos fortes, uma base forte é um composto que, em qualquer conjunto de moléculas da base em questão, todas as moléculas doam completamente o íon hidróxido para o solvente ou todas as moléculas recebem o próton H+ do solvente. Importante: todas as bases fortes de Arrhenius são hidróxidos de natureza iônica (bases iônicas). São elas: NaOH, Ca(OH)2, KOH e Ba(OH)2. H2O NaOH Na+(aq) + HO - (aq) Bases fracas Em analogia com a definição simlificada de ácidos fracos, uma base fraca é um composto que, a partir de qualquer conjunto de moléculas, apenas parte das moléculas da base em questão doa o hidróxido para o solvente ou recebe próton H+ do solvente. Então, a dissociação da base fraca em um solvente forma uma reação em equilíbrio, como mostrada no exemplo abaixo. Importante: todas as bases fracas de Arrhenius são hidróxidos de natureza covalente (bases covalentes). H2O Al(OH)3 Al +3 (aq) + 3HO - (aq) Propriedades dos ácidos e bases A maior parte dos ácidos é solúvel em água e são substâncias covalentes. Afora as bases dos metais alcalinos e alcalinos terrosos, todas as outras bases são insolúveis em água e são moléculas covalentes. Sais Definição São compostos que podem ser formados na reação de um ácido com uma base. HCl + NaOH NaCl + H2O 2HNO3 + Ca(OH)2 Ca(NO3)2 + 2H2O Os sais são compostos iônicos que possuem, pelo menos, um cátion diferente do H+ e um ânion diferente do OH-. Os sais são formados pela ligação iônica de um cátion com um ânion. Ex.: NaHSO4, CaCl2, KI, AlF3 Propriedades Os sais têm diferentes solubilidades em água. Sua solubilidade varia de acordo com o pH da solução. Quase todos os sais são solúveis Química para Engenharia 6564 Caio Lima Firme em água. As exceções são os sulfatos de metais alcalinos terrosos, sulfetos de metais alcalinos e alcalinos terrosos, e cloretos, brometos e iodetos de prata e chumbo. Os sais sólidos têm diferentes tipos de cores. PbCl2 branco Sb2S3 laranja HgS preto Cr(OH)3 verde Bi2S3 castanho MnS rosa CuS amarelo BaCO3 branco Classificação dos sais a) Hidrogeno-sais São sais derivados de reações incompletas entre ácidos polipróticos e bases, cujo hidrogênio do sal deriva destes ácidos (H2SO4, H3PO4). NaOH + H2SO4 NaHSO4 + H2O NaHSO4 + NaOH Na2SO4 + H2O NaOH + H3PO4 NaH2PO4 + H2O b) Hidroxi-sais São sais derivados de reações incompletas entre ácidos monopróticos e bases poli-hidróxidas (Ca(OH)2, Al(OH)3 ), cujo hidróxido do sal deriva destas bases. Ca(OH)2 + HCl Ca(OH)Cl + H2O Al(OH)3 + 2 HCl Al(OH)Cl2 + 2H2O c) Sais duplos São sais derivados de um ácido com duas bases diferentes ou de uma base com dois ácidos diferentes. I) duas bases mais um ácido KOH + NaOH + H2SO4 KNaSO4 + 2 H2O II) dois ácidos mais uma base HBr + HCl + Ca(OH)2 CaBrCl + 2 H2O Tipos de íons I) Íons simples: são íons de apenas um elemento: Cl-, F-, Na+, O-2, Mg+2 II) Íons complexos: são ânions ou cátions derivados de ácidos ou bases, respectivamente. São íons contendo vários átomos unidos por ligações covalentes. Íons complexos mais comuns: HIPOCLORITO ClO- BISSULFITO HSO3 - PERMANGANATO MnO4 - NITRITO NO2 - HIPOIODITO IO- FOSFITO HPO3 -2 HIPOBROMITO BrO- FOSFATO PO4 -3 CLORATO ClO3 - HIPOFOSFITO H2PO2 - CLORITO ClO- CIANETO CN- IODATO IO3 - NITRATO NO3 - BROMATO BrO3 - BICARBONATO HCO3 - PERCLORATO ClO4 - CARBONATO CO3 -2 SULFATO SO4 -2 DICROMATO Cr2O7 -2 TIOSSULFATO S2O3 -2 CROMATO CrO4 -2 BISSULFATO HSO4 - MANGANATO MnO4 -2 SULFITO SO3 -2 AMÔNIO NH4 + Química para Engenharia 6766 Caio Lima Firme Óxidos São compostos binários nos quais o oxigênio é o elemento pertinente a todos e o mais eletronegativo. Os óxidos constituem um grupo muito numeroso, visto que todos os elementos químicos formam óxidos. Existem óxidos gasosos e sólidos, sendo, a grande maioria, sólidos. Os óxidos gasosos são: SO2, CO2, NO2, CO, NO, SO3. Os óxidos sólidos são todos os outros: Fe2O3, MnO2, SiO2, CrO3, Al2O3, etc. Os óxidos sólidos formam retículos cristalinos parecidos com aqueles dos compostos iônicos e metais. Nota: os óxidos desempenham importante papel em várias indústrias, como a indústria do cimento, de gases industriais e nas metalúrgicas. O conhecimento de suas propriedades e reações é determinante para a compreensão desses processos industriais. Classificação I) Óxidos básicos São compostos de oxigênio e um metal. São compostos iônicos sólidos. Exemplos: Na2O, CaO, FeO, Fe2O3, CuO, Cu2O3 • Os óxidos básicos reagem com a água formando base (veja os exemplos no tópico ‘indústria de cimentos’): Na2O + H2O 2NaOH • Os óxidos básicos reagem com ácido formando sal e água Na2O + 2HCl 2NaCl + H2O II) Óxidos ácidos São compostos do oxigênio com ametal ou semimetal. São compostos covalentes de estado gasoso. Os óxidos ácidos reagem com água produzindo ácido: SO3 + H2O H2SO4 Os óxidos ácidos reagem com base produzindo sal e água (veja os exemplos no tópico ‘indústria de cimentos’): SO3 + 2NaOH Na2SO4 + H2O III) Óxidos anfóteros Os óxidos anfóteros vêm dos elementos anfóteros. Os óxidos anfóteros podem se comportar como oxido ácido ou como óxido básico. São eles: Be, B, Al, Ga, Sn, Sb, Bi, Pb, Zn, Cd, Hg, As (semimetais e metais de transição) * Os óxidos anfóteros são moléculas covalentes no estado sólido e são insolúveis em água. * Os óxidos anfóteros só reagem com ácidos ou bases fortes. ZnO + 2 HCl ZnCl2 + H2O 2 NaOH + ZnO Na2ZnO2 + H2O Propriedades Os minérios, na grande maioria, são óxidos ou sulfetos de um determinado elemento. A maioria dos minérios encontrados na crosta terrestre é constituída de óxidos. Existem também alguns minérios constituídos de sulfetos. Sulfetos são compostos binários em que o Química para Engenharia 6968 Caio Lima Firme enxofre é o elemento pertinente a todos e o mais eletronegativo. A grande maioria dos metais utilizados pelo homem vem da redução de minerais (óxidos e sulfetos) com carvão (carbono). Exemplo: 2Fe2O3 + 3C 4Fe + 3CO2 Nota: veja mais exemplos no tópico ‘metalurgia’ e
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