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Aula 1 - Questão rural e urbana

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Questão rural e urbana
Profª Alícia Cavalcante – CRP 15/5688
Objetivos da aula
Explicar a importância do papel do povo no processo político nacional.
Relacionar a participação popular com as transformações políticas que ocorreram no Brasil.
Conceituar o neoliberalismo e o papel do terceiro setor nesse modelo econômico.
Sociedade e Estado
Sociedade: soma dos indivíduos que a compõe.
O Estado deve gerar condições de vida equilibradas e estar atento à vontade popular.
Nas sociedades democráticas, a participação ativa do povo no processo político impõe limites aos governantes, freia ímpetos ditatoriais, inibe grandes desigualdades sociais e deve ter como meta o bem-estar comum.
Conceito de política
O conceito de política remete à Grécia Antiga, em razão da expressão pólis, que significa cidade.
No contexto tradicional da Grécia, política se referia a uma convergência de esforços coletivos para promover uma vida boa harmoniosa em sociedade.
Ao longo da trajetória humana, o termo política passou a ser confundido com a administração do Estado e seus poderes, e o termo político ficou conhecido como aquele que exerce tais funções.
Atualmente, o termo política está relacionado ao exercício de poder estatal por uns, à participação por meio do voto por outros e, não raras vezes, à corrupção. 
Importância da política
Política é a atividade desempenhada pelo cidadão quando exerce seus direitos em assuntos públicos através da sua opinião e do seu voto.
O cidadão precisa ser cada vez mais consciente de seus deveres e seus direitos para, assim, saber cobrá-los. 
Viver em comunidade implica, por si só, um gesto político. Em nosso bairro ou nossa casa, sempre há demanda de reunir vizinhos ou familiares para propor soluções para os problemas cotidianos. É um ato que precisa ser levado para além do espaço familiar, estendê-lo para o poder legislativo.
Há a necessidade de uma troca contínua de experiências entre a população e o seu representante. Não se faz política apenas com um dos lados envolvidos, é preciso agir em conjunto. 
Política
A expressão política que deveria representar algo positivo (vida boa para a coletividade) atualmente está relacionada a algo, em geral, negativo, ligado a: 
má-gestão; 
imposição de grupos detentores de poder sobre os grupos sem poder; 
corrupção; 
esquemas; 
nepotismo; 
desvio de verbas públicas; 
enriquecimento ilícito de poucos; 
usurpação das riquezas de uma nação
Participação política
Nas primeiras sociedades, a teocracia marcava presença na organização política. 
O chefe político era visto como um representante direto de alguma divindade, como por exemplo os faraós que eram considerados deuses vivos.
O poder era inquestionável e aprovado por toda a população. Um soberano não estava sujeito à lei, pois era ele quem a fazia e aplicava, estando acima dela.
Atualmente, diferente da antiguidade, todos estão sujeitos à lei, inclusive os próprios detentores do poder. 
Participação popular na política
O sufrágio universal por meio do voto é a expressão mais clara e exata do exercício de cidadania no processo político.
A participação popular na política é presente nos regimes democráticos, servindo de diretriz para que os escolhidos por meio do voto exerçam o poder em sintonia com a vontade popular. 
Além do voto, a sociedade civil pode realizar manifestações populares ou pressões legítimas junto a seus representantes.
Transformações políticas no Brasil
Na época que Portugal iniciou a exploração no Brasil, o país era uma monarquia e, portanto, não havia participação política efetiva. 
Em Portugal, havia nítida distinção social por origem e nascimento, com consequente diferença de direitos. 
Com a família real no Brasil, a participação política popular ainda era restritiva, mantendo o direito ao voto exclusivamente aos homens com renda (voto censitário) e alfabetizados.
Transformações políticas no Brasil
O movimento das Diretas Já reivindicou entre os anos 1983 e 1984, eleições presidenciais diretas no Brasil com participação popular.
A democracia é o modelo político que melhor representa os interesses de uma sociedade em desenvolvimento, ressaltando os valores e direitos de cada cidadão. 
Um dos grandes problemas da democracia é a falta de conscientização e conhecimento popular sobre os seus direitos e deveres, pois só assim ocorrerá uma transformação política efetiva na sociedade brasileira.
Política, direitos humanos e democracia
A democracia, de fato, ainda não é presente no Brasil, pois para a existência efetiva e real da democracia, todas as vertentes sociais têm que ser ouvidas e ter representatividade. 
A política pressupõe a participação do indivíduo na sociedade, seja de modo direto ou indireto (por meio de representantes). 
Os direitos humanos traz a política como um direito do ser-humano exercê-la. 
O regime de governo que espelha tal participação de forma mais abrangente é a democracia.
Dar voz política ao indivíduo é buscar, de forma coletiva, as soluções para alcançar o bem viver, a boa vida ou, como é atualmente chamado, bem-estar social.
Política, direitos humanos e democracia
Infelizmente, vários países deturpam a democracia através de:
Manipulação de eleições; 
Domínio do Poder Legislativo e Judiciário; 
Publicação leis de censura e de controle da imprensa; 
Impedimento da existência de partidos políticos com ideologias distintas; 
Decreto de prisões políticas; 
Impedem as manifestações populares; 
Usam a força bélica do Estado (polícias e Forças Armadas) contra a própria população.
Portanto, a democracia preconiza liberdade: a liberdade de ir, vir e permanecer; a liberdade de expressão; a liberdade de manifestação; a liberdade política (votar e ser votado); a liberdade de associação.
Neoliberalismo e terceiro setor
Neoliberalismo: Consolidou-se no governo de FHC. Esse modelo econômico se pauta na redução de investimentos públicos e privatização de empresas estatais.
Consequências deste modelo econômico: 
O Estado não se mostra capaz de oferecer serviços sociais no nível da exigência apresentada pela realidade e de forma “gratuita”.
Mercantilização dos serviços sociais – o que devia ser gratuito e acessível, transforma-se em mercadoria.
Transfere-se do Estado para à sociedade civil a responsabilidade de prover para a população que não pode pagar os serviços. As instituições de caridade, filantropia, voluntariado compõe o Terceiro Setor.
Neoliberalismo e terceiro setor
A população tende a aceitar benevolentemente e naturalmente a retirada estatal de suas responsabilidades sociais.
A filantropia e o voluntarismo tendem a ser transformadas em medidas emergenciais e pontuais. São tratadas com caráter de assistencialismo e de forma isolada, sem que haja espaço para constituir direitos ou garantias, uma medida tão somente curativa. 
Instaura-se uma suposta ineficiência do Estado e desesperança na população em buscar por serviços estatais que lhes assistam, na medida que as ações do “terceiro setor” lhes têm “assistido”.
Exemplo de atuação do Terceiro Setor – 
ONG CAVIDA
O CAVIDA – Centro de Promoção à Saúde, Educação e Amor à Vida – é uma Organização Não-Governamental (ONG), sem fins lucrativos, que oferece serviços de apoio psicossocial à população e a seus familiares e de formação para profissionais da área da saúde.
Apesar de ter o suporte de alguns Centros de Assistência Psicossocial (CAPS), postos de saúde e hospitais psiquiátricos, foi identificado que não havia nenhum centro especializado em suicídio.
O CAVIDA atua com atendimentos psicológicos, psiquiátricos, atendimentos sociais, grupos de apoio, oficinas terapêutica, palestras e cursos.
Vale ressaltar que o Estado disponibiliza gratuitamente todos esses serviços.
Questão social: origem e contemporaneidade
A questão social é considerada como o conjunto de problemas políticos, sociais e econômicos emergidos pela sociedade capitalista historicamente resultante da constituição do operariado.
Ela se fundamenta na relação capital-trabalho, na tomadade consciência do operariado acerca da expropriação e alienação de sua força de trabalho do processo de produção, reconhecendo, a partir de então, novos problemas vinculados às novas condições de trabalho.
Questão social e o mundo do trabalho
Terceirização - terceirizados recebem, em média, 24% a menos que empregados diretos, trabalham 3 horas a mais por semana, têm uma média de permanência no emprego inferior aos contratados diretos e representam aproximadamente 80% dos acidentes de trabalho.
Desigualdade entre homens e mulheres no mundo do trabalho;
Trabalhador polivalente/multifuncional;
O desemprego passa a ser justificado pela ausência de qualificação da população frente às exigências do contexto capitalista produtivo. O desemprego, que é uma expressão da questão social, tem dimensão pública e política, entretanto, o sistema o trata muitas vezes como um problema individual (GUILDARELLI, 2014).
Movimentos sociais que visam reduzir os impactos da questão social
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – luta pela reforma agrária. Consiste na ocupação de propriedades de terra em situação irregular/ilegal. Nessa propriedade, as famílias que fazem parte do Movimento instalam acampamento, ou seja, passam a viver ali como forma de exercer pressão pela desapropriação daquela propriedade que está irregular. 
Movimento Feminista – busca a igualdade de gênero, direito ao voto, ao estudo, inserção no mercado de trabalho, divórcio e outras, consolidando uma maior participação feminina na sociedade; 
Movimentos sociais que visam reduzir os impactos da questão social
Movimento de Igualdade Racial: possui em suas principais pautas o combate ao genocídio negro e o fim do racismo religioso. Algumas conquistas desse movimento são: Demarcação de terras quilombolas; obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira no ensino fundamental e médio, lei de cotas nas universidades; lei que define como crime aqueles resultantes de preconceito de raça ou de cor;
Movimento LGBT: algumas conquistas - despatologização de homossexuais e transexuais; proibição de práticas de cura gay; cirurgia de redesignação sexual; casamento entre pessoas do mesmo gênero, nome social; criminalização da homofobia; liberação da doação de sangue.
Movimento das pessoas com deficiência: A maior conquista foi o Estatuto do Deficiente que preconiza acessibilidade (transportes, rampas, banheiros, elevadores), educação especializada, Lei de Cotas, prioridade no atendimento de pessoas com deficiência.
Vulnerabilidade e risco social 
A vulnerabilidade e o risco social são condições vivenciadas por muitos indivíduos usuários da Política Nacional de Assistência Social. Os termos “vulnerabilidade” e “risco” substituíram o termo “pobreza”, já que este é mais simples e limitado à questão econômica.
A Política Nacional de Assistência Social propõe um padrão de proteção social destinado a atender a situações de vulnerabilidade e risco social, oferecendo programas, projetos e serviços específicos.
Vulnerabilidades sociais se relacionam com a situação de empobrecimento da classe trabalhadora e com sua dificuldade em manter a sobrevivência. Isso interfere na forma de viver dos indivíduos e de suas famílias, manifestando-se concretamente no território onde vivem
A vulnerabilidade se caracteriza como a precariedade no acesso à garantia de direitos e proteção social.
17,5 milhões de famílias brasileiras vivem com renda per capita mensal de até R$ 105 reais.
.
Quem são considerados indivíduos em vulnerabilidade e risco social?
São pessoas ou famílias com perda ou fragilidade de vínculos de afetividade, pertencimento e sociabilidade; 
Identidades estigmatizadas em termos étnico, cultural e sexual;
Desvantagem pessoal resultante de deficiências; 
Excluídos pela pobreza e/ou no acesso às demais políticas públicas; 
Pessoas em uso de substâncias psicoativas; 
Quem sofre diferentes formas de violência advinda do núcleo familiar, grupos e indivíduos; 
Indivíduos em inserção precária ou não inserção no mercado de trabalho formal e informal; 
Quem usa de estratégias e alternativas diferenciadas de sobrevivência que podem representar risco pessoal e social.
As políticas de proteção social na atualidade
A Política Nacional de Assistência Social (PNAS) busca assegurar:
Segurança de rendimentos: trata-se da garantia de que todos tenham uma forma monetária para viabilizar a sua sobrevivência, independentemente de limitações para o trabalho ou desemprego. São exemplos de sujeitos afetados: pessoas com deficiência, idosos, desempregados e famílias numerosas e/ou desprovidas de recursos. 
Segurança de acolhida: Trata-se da provisão das necessidades humanas, como alimentação, vestuário, abrigo e ainda prevê a autonomia na provisão dessas necessidades básicas. Ex:  serviços de acolhimento e abrigo diante existência de pessoas em situação de rua, ou de abandono e/ou vínculo familiar rompido. Importância dos profissionais atuarem com escuta qualificada, informações atualizadas e resolutividade.
Segurança da vivência familiar ou segurança do convívio: pressupõe a não aceitação de situações de reclusão, de situações de perda das relações. As barreiras relacionais criadas por questões individuais, grupais, sociais por discriminação ou múltiplas intolerâncias estão no campo do convívio humano. 
O que faz parte da Proteção social básica (CRAS)?
Todos os programas executados no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS):
Programa de Atenção Integral à Família (PAIF): envolve a escuta qualificada e o conhecimento dos processos de vida e relações sociais em que uma família está inserida. A partir dessa atividade são realizadas ações para que a família fique em uma condição mínima de proteção. Esse serviço consiste em visitas e atendimentos domiciliares, palestras, campanhas socioeducativas, encaminhamentos, eventos comunitários, orientação jurídico-social, construção do Plano de Atendimento, concessão de benefícios visando a segurança alimentar, acompanhamento das famílias etc.
Programa de inclusão produtiva e projetos de enfrentamento da pobreza: estímulo para ingresso no mercado de trabalho, cursos técnicos de capacitação e incentivos para empreendedorismo. Ex: economia solidária, SEBRAE, Pronatec.
O que faz parte da Proteção social básica (CRAS)?
Centros de convivência para idosos: Tem por foco o desenvolvimento de atividades que contribuam no processo de envelhecimento saudável, no desenvolvimento da autonomia e de sociabilidades, no fortalecimento dos vínculos familiares e inserção do idoso na comunidade. Exemplo: oficinas (pintura, fotografia, corte e costura, dança, música etc) campanhas educativas e preventivas, excursões, festas temáticas, palestras, etc.
Beneficio de Prestação Continuada (BPC)
Referências
GUIRALDELLI, Reginaldo. Trabalho, trabalhadores e questão social na sociabilidade capitalista. Cad. psicol. soc. trab. [online]. 2014, vol.17, n.1, pp. 101-115. ISSN 1516-3717.
MONTAÑO, Carlos. O projeto neoliberal de resposta à questão social e a funcionalidade do terceiro setor. In: Lutas sociais, n. 8, 2002.

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