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GESTÃO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO Unidade 3 Planejamento estratégico e modelos de avaliação Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial ALESSANDRA FERREIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria PAULO HERALDO COSTA DO VALLE 4 GESTÀO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 A U TO RI A PAULO HERALDO COSTA DO VALLE Olá! Meu nome é Paulo Heraldo Costa do Valle. Sou formado em fisioterapia, com mestrado e doutorado em fisiologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com uma experiência técnico, profissional e acadêmica na área de saúde a mais de 25 anos. Trabalhei em várias como a Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ), Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUI), Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), Universidade Gama Filho (UGF), Universidade Ibirapuera (UNIb), Universidade Nove de Julho (UNINOVE) e Kroton Educacional. Já trabalhei como consultor AD HOC do MEC para autorização, reconhecimento e renovação de cursos de graduação durante 10 anos e fui membro da Comissão Assessora do Curso de Fisioterapia do Exame Nacional de Desempenho do Estudante – ENADE. Fui membro da Comissão de Qualificação de Cursos e da Comissão de Educação do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – COFFITO e membro da Comissão de Sindicância do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional - CREFITO. Fui Vice-Presidente da Associação Brasileira de Ensino em Fisioterapia e Presidente da Associação Brasileira de Ensino em Fisioterapia. Além da Telesapiens já produzi conteúdos para a Kroton Educacional, Editora Guanabara Koogam, 5G Educacional, Uninter, Delínea, Must, Campanha Nacional de Escolas da Comunidade e DPContent. 5GESTÃO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso trabalho junto com a Editora Telesapiens compondo o seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo sempre. 6 GESTÀO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 ÍC O N ES Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: OBJETIVO Para o início do desenvolvimento de uma nova competência. DEFINIÇÃO Houver necessidade de apresentar um novo conceito. NOTA Quando necessárias observações ou complementações para o seu conhecimento. IMPORTANTE As observações escritas tiveram que ser priorizadas para você. EXPLICANDO MELHOR Algo precisa ser melhor explicado ou detalhado. VOCÊ SABIA? Curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias. SAIBA MAIS Textos, referências bibliográficas e links para aprofundamento do seu conhecimento. ACESSE Se for preciso acessar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast. REFLITA Se houver a necessidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido. RESUMINDO Quando for preciso fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens. ATIVIDADES Quando alguma atividade de autoaprendizagem for aplicada. TESTANDO Quando uma competência for concluída e questões forem explicadas. 7GESTÃO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 Planejamento estratégico ...................................................... 11 Introdução ao planejamento estratégico ......................................................11 Processo de análise de todos os contextos .................................................12 Busca pela qualidade ........................................................................................13 Cultura organizacional ......................................................................................14 Programa qualidade total .................................................................................15 Custos de qualidade ...........................................................................16 Retorno da qualidade .........................................................................16 Indicadores de produtividade ...........................................................17 Relatórios e demonstrativos ............................................................................18 Qualidade como um processo em uma empresa .......................................19 Sistemas de avaliação de qualidade ...................................... 20 Introdução ao sistema de avaliação da qualidade ......................................20 Ciclo PDCA ...........................................................................................................21 Planejamento .......................................................................................22 Execução ...............................................................................................23 Checagem ............................................................................................23 Ação .......................................................................................................24 Eliminação de perdas ........................................................................................24 Eliminação das causas de perdas ...................................................................24 Otimização do processo ...................................................................................25 Variabilidade nos processos ............................................................................26 Técnicas e ferramentas de avaliação .................................... 28 Introdução as técnicas e ferramentas de avaliação ....................................28 Estratificação ......................................................................................................29 SU M Á RI O 8 GESTÀO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 Folha de verificação ...........................................................................................30 Gráfico de Pareto ...............................................................................................31 Gráficos de dispersão .......................................................................................33 Tipos de correlação ...........................................................................................34 Correlação positiva .............................................................................34 Correlação negativa ............................................................................34 Correlação nula ...................................................................................34 Certificação ISO ....................................................................... 36 Introdução a certificação ISO 9000 ................................................................36 Família ISO 9000 ................................................................................................38 ABNT NBR ISO 9000 ..........................................................................................38 ABNT NBR ISO 9001 ..........................................................................................39 ABNT NBR ISO 9004 ..........................................................................................39 ABNT NBR ISO 19011 ........................................................................................41 9GESTÃO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 A PR ES EN TA ÇÃ OOlá, meu caro estudante! Gostaria de convidar você neste momento para continuar este processo de conhecimento e aprendizagem, tenho certeza que será muito enriquecedor, repleto de desafios e estímulos para o seu o crescimento. Você é o nosso convidado especial para continuar esta viagem através do conhecimento, durante essa trajetória você irá se deparar com trilhas muito interessantese desafiadoras em todo este percurso. O tema desta terceira unidade é “Planejamento estratégico e modelos de avaliação”, o qual está dividido nos seguintes conteúdos: Planejamento estratégico, sistemas de avaliação de qualidade, técnicas e ferramentas de avaliação e Certificação ISO 9000. 10 GESTÀO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 O B JE TI VO S Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Entender os conceitos do Planejamento estratégico. 2. Estudar em detalhes os sistemas de avaliação de qualidade. 3. Compreender as técnicas e ferramentas de avaliação. 4. Analisar a Certificação ISO 9000. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conheci-mento? Ao trabalho! 11GESTÃO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 Planejamento estratégico OBJETIVO A partir de agora, você terá uma introdução ao planejamento estratégico, processo de análise de todos os contextos, busca pela qualidade, cultura organizacional, programa qualidade total, custos de qualidade, retorno da qualidade, indicadores de produtividade, relatórios e demonstrativos, qualidade como um processo em uma empresa. Ótima leitura! Introdução ao planejamento estratégico A estratégia de um hospital deve ser considerada como o fio condutor para todas as suas realizações, correspondendo, portanto, à forma como este hospital vai realizar todas as suas ações em função dos seus objetivos diariamente. A origem da palavra estratégia está relacionada com o exército, por meio de ações coordenadas através da utilização de forças e recursos de guerra para o combate ao inimigo. Este sentido começou a ser utilizado para referenciar a coordenação de qualquer atividade por meio de ações e recursos tendo como propósito atingir um certo objetivo. O grande objetivo de todas as empresas inclusive os hospitais é obter lucros em função da prestação de serviços ou o fornecimento de produtos para a sociedade sempre por meio da prestação destas atividades para toda a comunidade. 12 GESTÀO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 A liderança no mercado em um determinado segmento ou a sua posição competitiva está sempre diretamente relacionada com uma excelente qualidade. Para que este posicionamento possa ser atingido é necessário um esforço coletivo sempre em uma única direção. Portanto todos os processos do hospital devem ser definidos tendo como proposta atingir sempre um maior objetivo. É necessário que todos os setores do hospital atuem sempre em sinergia, para que este processo possa ser alcançado é imprescindível que todos os colaboradores tenham um conhecimento completo sobre todas as estratégias existentes na empresa, para que isso possa ser possível é necessário que seja elaborado um planejamento estratégico bastante detalhado. Figura 1 – Planejamento estratégico Fonte: pixabay Processo de análise de todos os contextos O planejamento estratégico corresponde ao processo de análise de todos os contextos tanto interno como externo, quanto ao potencial competitivo da empresa, oportunidades e os riscos. https://pixabay.com/pt/illustrations/homem-casais-masculino-e-feminino-1957067/ 13GESTÃO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 Após a construção deste importante documento todos os colaboradores precisam conhecer todo o seu conteúdo, tendo como objetivo direcionar para a tomada de decisões e todas as ações que se fizerem necessárias quanto a sua execução. No início do planejamento estratégico deve estar muito claro qual é o propósito da empresa ou seja a sua razão de existência, este é sempre considerado como um ponto fundamental. Com base no planejamento estratégico todos os setores devem fazer o seu planejamento departamental que vai servir de suporte para todo o processo. Busca pela qualidade Para assegurar que existe a qualidade nos hospitais é fundamental que a busca pela qualidade esteja presente sempre presente nas estratégias empresariais. É sabido que toda a empresa que estiver preocupada apenas com o lucro e não estiver atenta quanto à qualidade, vai acabar fracassando com o passar dos anos não conseguindo se sustentar no mercado. A sustentabilidade no mercado está diretamente relacionada com a capacidade para se manter no mercado de forma efetiva conseguindo se autoabastecer ao longo de toda a sua existência. Uma empresa que pretende ser sustentável ela precisa trabalhar de forma adequada todos os aspectos existentes a fim de garantir a sua existência principalmente em termos financeiros, utilizando todos os recursos naturais de forma conciente e constituir relações de trabalho e negócio sempre justas. 14 GESTÀO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 Infelizmente muitos hospitais que tinham o foco em uma certificação em função do programa qualidade não conseguem sustentar o título por muitos anos perdendo então a sua acreditação com o passar dos anos devido a má administração. Para estes casos específicos os resultados que seriam vistos inclusive os financeiros acabam não sendo percebidos ou vão apresentar um impacto muito pequeno em função do hospital não manter o padrão de qualidade por um tempo que seja considerado como suficiente para que os frutos do trabalho realizado possam ser colhidos e infelizmente neste caso todo o serviço é perdido. IMPORTANTE Para que a qualidade possa ser mantida é necessário que a empresa realize sempre vários esforços, todo sistema de qualidade dentro de uma empresa precisa sempre ser sustentável porém para que possa acontecer este processo é necessário que faça então parte da cultura organizacional da empresa. Cultura organizacional A cultura é definida como um conjunto de crenças, costumes, saberes, técnicas e práticas de um determinado grupo ao longo de um determinado tempo. A cultura é considerada como o fruto do desenvolvimento humano exercendo então um importante poder sobre ela. A cultura organizacional é considerada sempre como o resultado do ser, pensar e do fazer de todos os colaboradores que compõem o quadro de funcionários do hospital. A qualidade só pode ser sustentada quando é o modo de ser, pensar e agir de todos os colaboradores. 15GESTÃO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 Ao realizar a análise da influência japonesa com relação a qualidade nas empresas ocidentais, pode ser observado que a qualidade nas empresas foi desenvolvida em função da grande competitivida imposta em função da cultura da qualidade japonesa. Concomitantemente para que as empresas ocidentais fossem competitivas com o restante do mundo elas também tiveram que trabalhar a partir das suas culturas, buscando aliar os conhecimentos de qualidade trabalhados no japão. Programa qualidade total Ao instaurar um programa de qualidade ou receber um determinado processo de certificação, a empresa está buscando sempre atingir um certo retorno de todo o trabalho realizado quanto a sua produtividade e competitividade. Porém nem sempre os fatores que vão proporcionar este retorno são os mesmos, em alguns casos é observado a redução dos custos em outros a elevação das vendas em outra a fidelização dos clientes, melhora da imagem da empresa e muitas vezes sem ocorre um grande aumento nos lucros. Para que possa ser direcionado a utilização dos recursos e o programa de qualidade é necessário que se saiba quais foram os impactos quanto ao resultado da empresa. IMPORTANTE De acordo com alguns pesquisadores todos os investi- mentos em um determinado projeto de melhoria só vai valer a pena quando o capital que foi investido em todo o projeto é considerado como muito menor do que os resultados, ou seja, todos os benefícios devem sempre serem bem maiores do que os custos relacionados com a excecução de todo o projeto. 16 GESTÀO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTOU ni da de 3 Existem dois métodos que podem ser utilizados para avaliar os resultados dos programas de qualidade que são: • custos de qualidade; • retorno da qualidade. Custos de qualidade Este método é considerado como o precursor quanto a avaliação dos resultados para os programas de qualidade. Está relacionado com a soma de dois tipos de custos envolvidos com a implantação de controles e os programas de qualidade e também os custos que estão envovidos com a falta de qualidade ou seja os exageros, retrabalhos e os problemas ligados ao processo produtivo de uma forma geral. A mensuração de todos os custos envolvidos com a qualidade vão possibilitar que eles sejam paupáveis tanto em termos financeiros como também orçamentários. Através desta importante atividade de mensuração é possível encontrar pontos muito importantes como: • Possíveis oportunidades de reduções dos custos; • Melhoramento das receitas; • Aumento na satisfação de todos os clientes/pacientes. Retorno da qualidade O retorno de qualidade também é conhecido pela sigla ROQ sendo originado da sigla inglesa return on quality. 17GESTÃO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 A proposta deste modelo é realizar a avaliação por meio de duas variáveis que são a redução dos custos e a retenção dos clientes. Deve ser avaliado primeiramente qual é o impacto de retenção dos clientes nas próximas receitas da empresa, precisa ser somado as economias de todos os custos em função do programa de qualidade e deduzidos todos os custos que foram gerados pelo programa o valor resultante desta conta corresponde ao chamado retorno de qualidade. Indicadores de produtividade Além dos dois métodos estudados o programa de qualidade pode ser avaliado por meio de indicadores de produtividade que estão relacionados com os processos tanto de qualidade como também de satisfação dos clientes. Portanto para descobrir se a melhoria que foi efetivada realmente provocou uma otimização nos processos deve ser estudado a produtividade antes e depois da sua implementação. VOCÊ SABIA? Para saber se houve aumento da satisfação dos clientes deve ser avaliado a satisfação antes e depois da melhoria no produto ou no serviço. É considerado com algo relativamente fácil medir a produtividade com relação a satisfação dos clientes. O aumento da produtividade e a satisfação dos clientes pode ser traduzido por meio do retorno financeiro positivo na empresa, o que é necessário neste caso é que seja encontrado quais são os números que vão indicar que a empresa realmente 18 GESTÀO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 está lucrando com todas as melhorias que foram implantadas ao longo de todo o período. Em muitos casos a fidelização dos clientes por meio da sua maior satisfação não vai garantir uma maior receita imediatamente, mais será traduzida por meio de uma maior solidez e maior longevidade da empresa, o que é normalmente considerado como muito positivo quanto a competividade com as outras empresas do mesmo segmento. Figura 2 – Indicadores Fonte: pixabay Relatórios e demonstrativos Todas as decisões em uma empresa devem ser baseadas sempre em dados concretos, principalmente com relação aos investimentos financeiros, todos estes dados são sempre fornecidos através de relatórios e demonstrativos bem detalhados. De igual maneira todos os investimentos relacionados com qualidade precisam estar sempre presentes por meio de relatórios e demonstrativos que vão dar base para toda as tomadas de decisão que se fizerem necessárias. https://pixabay.com/pt/illustrations/homem-casais-masculino-e-feminino-1957067/ 19GESTÃO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 Figura 3 - Relatórios Fonte: pixabay Qualidade como um processo em uma empresa Qualquer ação que seja isolada ou pontual em uma empresa não vai trazer a qualidade desejada ou seja é necessário uma implantação de forma sistêmica, levando sempre em consideração a totalidade da empresa e é claro sempre fazendo parte do planejamento estratégico. Todos os investimentos com qualidade precisam sempre serem avaliados de forma contínua. Neste item, você estudou o planejamento estratégico por meio de uma introdução ao planejamento estratégico, processo de análise de todos os contextos, busca pela qualidade, cultura organizacional, programa qualidade total, custos de qualidade, retorno da qualidade, indicadores de produtividade, relatórios e demonstrativos, qualidade como um processo em uma empresa. https://pixabay.com/pt/illustrations/homem-casais-masculino-e-feminino-1957067/ 20 GESTÀO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 Sistemas de avaliação de qualidade OBJETIVO Agora será estudado em detalhes um assunto muito importante por meio da introdução ao sistema de avaliação da qualidade, Ciclo PDCA (planejamento, execução, checagem e ação) e a variabilidade nos processos. Introdução ao sistema de avaliação da qualidade É necessário que seja criado um sistema de avaliação contínua através do desempenho por meio da inclusão de recursos para a coleta e propagação de todos os indicadores de qualidade. Todos estes indicadores vão mostrar o que realmente está ocorrendo na empresa de forma real e concreta e o que realmente precisa ser realizado para a sua melhoria. Quanto aos procedimentos de avaliação e medição podem ser utilizados métodos e ferramentas estatísticas, uma vez que vão possibilitar a sua aceitação com relação à política e todos os critérios que foram escolhidos pela empresa. Existem alguns modelos de avaliação que são muito utilizados em outros países, apresentando grandes resultados e sendo capazes de levaram a vários prêmios de qualidade entre eles: • Excellence Award (EFQM); • Malcon Baldrige National Qualitiy Award (MBNQA); 21GESTÃO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 • Prêmio Deming; • Prêmio Nacional de qualidade. Este último da lista é considerado como o reconhecimento máximo quanto a excelência em gestão das empresas no Brasil. A metodologia de todos estes prêmios de qualidade permite que as empresas consigam realmente alcançar um importante patamar de qualidade esperado em comparação com as empresas que atuam na área. Este é um ponto considerado como comum e com critérios bastante regulares e confiáveis que ajudam quanto a identificação de toda as oportunidades para os avanços possíveis para as empresas que estão preocupadas com a qualidade. Portanto todo o processo de avaliação de qualidade deve sempre ser realizado de forma periódica quanto ao grau de qualidade para que realmente possa ser efetivo. Para que seja alcançado este objetivo pode ser utilizado o ciclo PDCA que é considerado como um importante método de análise e solução dos problemas em uma empresa. Ciclo PDCA O ciclo PDCA é capaz de fazer uma estruturação do sistema que está em processo de avaliação, possibilitando que existam procedimentos com a finalidade de medirem e monitorar de forma periódica todo o desempenho do sistema de gestão. Para que este processo seja possível de ser concretizado é necessário que o gestor possa identificar quais realmente as ações que precisam ser estabelecidas. 22 GESTÀO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 O PDCA é dividido nas seguintes etapas: • planejamento; • execução; • checagem; • ação. Observe a Figura 4. Figura 4 – Ciclo PDCA Fonte: pixabay Planejamento A primeira etapa que deve ser realizada no PDCA é o planejamento (P – Plan) englobando neste caso a avaliação do método que está sendo utilizado. Por meio da identificação do foco da pesquisa, o planejamento vai compreender a identificação de todos os dados que precisam ser coletados os quais vão possibilitar a aquisição de informações bastante significativas e concretas. https://pixabay.com/pt/illustrations/homem-casais-masculino-e-feminino-1957067/ 23GESTÃO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTOU ni da de 3 Através de todas estas informações em mãos pode ser formulado um plano de ação para auxiliar no desempenho além de constituir objetivos e processos fundamentais para a criação dos resultados de acordo com as imposições dos clientes/ pacientes e também com relação à política da empresa. Com o plano de ação em mãos é necessário que o mesmo passe pela aprovação dos gestores do hospital para posteriormente ser colocado em operação. Execução A segunda etapa do ciclo PDCA está relacionada com a fase de execução (D – Do), antes de iniciar esta segunda etapa é fundamental que exista um treinamento de todos os envolvidos que vão colocar este plano em prática para que possa ser executada da forma correta. Para que possa ser realizado a avaliação é essencial que seja conhecido todo o processo e as atividades que estão relacionadas, além das atividades chave possilitando que seja identificado o que é mais essencial tendo como base o que é mais importante e colocar então em prática. Checagem A terceira etapa do ciclo PDCA corresponde a checagem (C – Check), neste momento a primeira etapa do ciclo que é o planejamento já está implantada na empresa. Todos os processos inseridos devem ser avaliados, monitorados e medidos com relação as políticas da empresa, objetivos e as condições necessárias para o produto ou o serviço. 24 GESTÀO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 O objetivo deve estar centrado quanto a observação do que realmente ocorreu, sendo sempre esperado uma grande melhora quanto ao desempenho. Ação A última etapa do ciclo PDCA é chamada de ação (A – Action) toda mudança que for considerada com bem realizada deve ser padronizada por toda a empresa. É nesta etapa que deve sempre ser realizada todas as ações necessárias para estimular de forma contínua e correta a melhora quanto ao desempenho. Existe um roteiro muio bem elaborado que pode ser utilizado para auxiliar quanto a avaliação dos processos sendo constituido por três elementos básicos entre eles: • eliminação de perdas; • eliminação das causas de perdas; • otimização do processo. Eliminação de perdas É considerado como um passo inicial de todo o processo, sempre quando aparece um problema, devendo ser avaliado qual é o motivo que está ocasionando o problema. Este processo inicial deve ter uma ação mais corretiva, sempre esperado neste momento os resultados em curto prazo, porém acaba não agregando nenhum valor ao processo. Eliminação das causas de perdas Esta fase compreende o reconhecimento de todos os motivos que levaram as perdas e o que deve ser realizado para que isso não aconteça mais na empresa. O processo 25GESTÃO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 quanto a eliminação das causas de perdas deve estar sempre presente no planejamento, onde é preciso a observação por meio do reconhecimento de todas as características que são fundamentais com relação ao problema, além da observação onde são encontradas as principais causas. Otimização do processo A otimização do processo em o objetivo de consolidar todas as ações que foram realizadas anteriormente e oferecer todas as melhoras formas para um processo contínuo. A obtenção de todos os resultados ocorre sempre a longo prazo sendo que esta fase vai reunir um grande valor ao processo, neste etapa é fundamental que seja criado os importantes mecanismos de redução da perda de tempo. Figura 5 – Otimização dos processos Fonte: pixabay Como já abordado anteriormente o principal elemento de qualidade que deve ser avaliado deve sempre ser o cliente, uma que é quem realiza sempre a compra, sendo o principal neste processo, ou seja, vai consumir o produto ou o serviço. Para que o cliente possa realmente ficar satisfeito é necessário que exista um excelente procedimento por isso é tão necessário que seja realizado sempre a avalição. https://pixabay.com/pt/illustrations/homem-casais-masculino-e-feminino-1957067/ 26 GESTÀO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 Também deve ser avaliado quem vai executar este procedimento, a forma como vai ocorrer todo o atendimento, política da empresa e a qualidade do pós-venda, o que significa saber qual é a atenção que é oferecida ao cliente. Os principais elementos da avaliação são os seguintes: • cliente; • procedimento (manufatura ou serviço); • pessoas (mão de obra); • política da empresa; • serviço pós-venda. Para avaliar o desempenho é fundamental que seja utilizado uma ferramenta que trabalhe com as técnicas mais eficazes que estão disponíveis. O PDCA pode ser considerado como um marco quanto à qualidade, porém existem outras ferramentas que podem ser utilizadas tanto para avaliação e diagnóstico que são consideradas como muito eficientes também em todo o processo. Variabilidade nos processos Na maioria de todos os processos persiste uma variabilidade que pode estar correlacionada com as causas normais ou ainda com as causas que são consideradas como especiais. As causas normais são as que fazem parte do dia a dia da empresa e normalmente existe com uma grande frequência de casos, porém por mais que seja realizado um planejamento estas causas costumam sempre ocorrer nas empresas. Por meio do investimento na inovação, tecnologia e qualidade vai ocorrer uma diminuição na variabilidade. 27GESTÃO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 Quando a variação é muito pequena ou quase zero poucos serão os prejuizos. Neste item, você estudou o sistema de avaliação de qualidade por meio da introdução ao sistema de avaliação da qualidade, Ciclo PDCA (planejamento, execução, checagem e ação) e a variabilidade nos processos. Todos estes conteúdos são fundamentais para garantirem uma excelência em qualidade em qualquer hospital que esteja interessado em aplicar esta ferramenta muito importante que é o PDCA. 28 GESTÀO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 Técnicas e ferramentas de avaliação OBJETIVO Agora será estudado em detalhes a introdução as técnicas e ferramentas de avaliação, estratificação, folha de verificação, gráfico de Pareto, gráficos de dispersão e tipos de correlação (Correlação positiva, correlação negativa e correlação nula. Introdução as técnicas e ferramentas de avaliação Através das técnicas e ferramentas que são utilizadas para a avaliação da de qualidade pode ser fornecido a análise dos fatos e dos dados o que acaba ajudando com relação a uma melhor tomada de decisão. Todos os avanços nos processos vão criar uma estabilidade e previsibilidade, portanto as capacidades podem ser medidas permitindo um maior acompanhamento de todos os processos. A seguir será apresentado estas técnicas e ferramentas entre elas: • Estratificação. • Folha de verificação. • Gráfico de Pareto. • Gráficos de dispersão. 29GESTÃO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 Figura 6 – Instrumentos de avaliação Fonte: pixabay Estratificação A estratificação tem o objetivo de verificar quais são os melhores elementos de um determinado processo, de forma a representar a sua essência, possibilitando que exista neste caso um maior direcionamento para a análise dos dados. Esta ferramenta é importante principalmente no caso de existir uma série de dados os quais são registrados por meio de diferentes formas ou por meio de várias fontes. Para que a análise seja realizada de forma precisa é necessário que sejam estratificados buscando a união das várias opiniões com relação a ação que precisa ser realizada. A estratificação é considerada como uma ferramenta muito importante estando diretamente relacionada tanto com a observação e a análise do ciclo PDCA. Através dela podem ser visualizados uma determinada situação por meio de vários ângulos diferentes, detectando as várias partes ou subgrupos que fazem parte dentro de um grupo maior. https://pixabay.com/pt/illustrations/homem-casais-masculino-e-feminino-1957067/30 GESTÀO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 Folha de verificação A folha de verificação é um instrumento muito importante que possibilita constituir os dados e as informações que vão ser analisadas através de uma planilha. Este instrumento de avaliação pode ser muito bem utilizado como um ponto de partida para a avaliação estatística de um problema presente na empresa. A planilha deve sempre ser estruturada de acordo com qual objetivo se quer atingir. É necessário que seja realizado um planejamento para que o instrumento possa ser utilizado sempre de forma correta, é preciso que seja definido então quais são os elementos que vão ser avaliados de uma forma bem simples e clara para que não fique nenhuma dúvida quanto à forma de utilização. Figura 7 – Folha de verificação Fonte: pixabay Para que a folha de verificação possa ser construída existem alguns passos que devem ser levados em consideração entre eles: https://pixabay.com/pt/illustrations/homem-casais-masculino-e-feminino-1957067/ 31GESTÃO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 • definição do objetivo quanto a coleta de dados; • demarcar onde vai ocorrer a coleta de dados; • criar um modelo que seja compatível para quem for utilizar; • criar uma estrutura de fácil preenchimento; • determinar a quantidade e o tamanho da amostra; • determinar a frequência da coleta de dados; • aprovar a folha de verificação; • inserir o logo da empresa, setor, data da aprovação, nome do colaborador que aprovou todo o projeto além de todas as informações necessárias para a prática do controle quanto a sua utilização. • conduzir o treinamento para quem for realizar a coleta dos dados. Gráfico de Pareto Este método foi desenvolvido pelo italiano Vilfredo Pareto, através de suas pesquisas ele verificou que 20% da população possui 80% da riqueza de todo o mundo. O método também ficou conhecido como Lei 80/20 ou ainda Princípio de Pareto, sendo indicado para várias possibilidades de aplicação entre elas a gestão de qualidade. Esta aplicação da gestão da qualidade possibilita que os indivíduos que vão tomar as decisões saibam com mais segurança quais são os itens que precisam realmente ser privilegiados quanto as atividades de melhoria ou ainda para que seja possível a identificação do elemento responsável pelo problema de qualidade. 32 GESTÀO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 Todos os problemas são classificados através de duas categoriais que podem ser: • pouco vitais; • muito triviais. Os que fazem parte da primeira categoria apresentam uma baixa representação com relação ao número dos problemas, porém reproduzem grandes perdas para a empresa. Já os que estão dentro da segunda categoria possuem uma maior representatividade com relação aos problemas, mas possuem um menor custo para a empresa. O gráfico de Pareto é uma estruturação dos dados de forma organizada por categoria, possibilitando que o observador consiga identificar qual é o tipo de fenômeno (problema). Este gráfico apresenta dois eixos sendo que um apresenta a quantidade dos fenômenos de cada categoria já o outro é constituido através da porcentagem acumulada de todos os fenômenos. Para a construção do Gráfico de Pareto existem alguns passos que precisam ser seguidos entre eles: • deve ser calculado o valor acumulado dos problemas; • os dados devem estar através de uma tabela, devendo ser inseridos a ordem decresente do valor acumulado, ou seja, do maior para o menor. • deve ser realizado a soma do valor acumulado de consumo; • deve ser calculado todo os percentuais do valor acumulado do consumo. 33GESTÃO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 Figura 8 - Gráfico de Pareto Fonte: pixabay Gráficos de dispersão Estes gráficos de dispersão são considerados como fundamentais para a avaliação quanto a presença de correlações entre duas variáveis. Possibilitando identificar como as duas variáveis vão se relacionar, podendo ser de forma positiva ou negativa ou ainda se não existe algum tipo de relacionamento. Alguns pesquisadores afirmam que posteriormente ao desen-volvimento do diagrama de causa e efeito, deve ser identificado quantita-tivamente os relacionamentos entre as variáveis através dos gráficos de dispersão, visto que é possível a compreensão quanto aos tipos de ligações existentes entre as variáveis que estão ligadas ao processo e auxiliando na identificação dos problemas para o planejamento de toda as ações de melhoria. https://pixabay.com/pt/illustrations/homem-casais-masculino-e-feminino-1957067/ 34 GESTÀO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 Tipos de correlação Existem três tipos de correlação que são: 1. Correlação positiva. 2. Correlação negativa. 3. Correlação nula. Acompanhe cada uma delas. Correlação positiva Onde os eixos x e y vão crescer no mesmo sentido, sendo considerado como uma correlação positiva entre as variáveis, a qual vai tornar-se maior quanto menor for a dispersão dos pontos. Correlação negativa É quando o x e y vão crescer em sentidos opostos, neste caso vai existir uma correlação negativa entre as duas variáveis, se tornado maior quanto menor será a dispersão dos pontos. Correlação nula É quando o x cresce e o y vai variar ao caso, significando que a correlação entre as duas variáveis é nula. Figura 9 - Tipos de correlação Fonte: Chiroli, 2016, p. 242. 35GESTÃO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 Outra questão que precisa ser avaliada no gráfico de dispersão e se existem aspectos que estão muito fora do contexto, são os chamados outliers. Estes pontos podem ter sido coletados incorretamente, portanto precisam ser corrigidos ou então retirados da amostra. Para a elaboração de um gráfico de dispersão é necessário levar em consideração os seguintes pontos: • coletar os dados das variáveis, ambas as variáveis precisam ter um número igual de observações, de forma que entre elas existe uma relação, sendo criado uma hipótese do problema que deve ser avaliado. • Posteriormente, colocar todos os dados no diagrama com o objetivo de avaliar de forma visual a relação entre as variáveis; • deve-se fazer o cálculo do coeficiente de variação; • e, por último, deve-se acrescentar todas as informações complementares como por exemplo o nome das variáveis, período da coleta e o tamanho da amostra. Além da observação visual é importante que fique claro que a correlação entre as variáveis está mesmo correta, o ideal é que seja realizado o cálculo do coeficiente de correlação. Neste item, você estudou as técnicas e ferramentas de avaliação por meio da introdução as técnicas e ferramentas de avaliação, estratificação, folha de verificação, gráfico de Pareto, gráficos de dispersão e tipos de correlação (Correlação positiva, correlação negativa e correlação nula. Ficou muito claro a importância da utilização de todas as técnicas e ferramentas de avaliação para medir a qualidade nas empresas. 36 GESTÀO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 Certificação ISO OBJETIVO Neste item será estudado em detalhes a introdução a certificação ISO 9000, família ISO 9000, ABNT NBR ISO 9000, ABNT NBR ISO 9001, ABNT NBR ISO 9004 e ABNT NBR ISO 19011. Introdução a certificação ISO 9000 A Organização Internacional para Padronização ou International Organization for Standardization (ISO), é uma organização não governa-mental, fundada no ano de 1947 em Genebra na Suíça. É considerado atualmente como o instituto de padronização mais importante em mais de 189 países em todo o mundo. No Brasil a ISO é representada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O padrão ISO está relacionado com um padrão universal de gestão de qualidade utilizado em todo o mundo para padronizar e melhorar o atendimento a todos os clientes. https://pt.wikipedia.org/wiki/International_Organization_for_Standardization37GESTÃO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 Figura 10 - Qualidade Fonte: pixabay A obtenção do título é buscada por todas as empresas dos mais diversos setores, o período de validade do título é de 3 anos. Quanto a área da saúde esta norma confirma que o hospital está otimizando todos os processos internos colocando o foco nos resultados quanto a satisfação dos seus clientes, indicando também a credibilidade e a excelência quanto a todos os procedimentos escolhidos pela empresa. No Brasil a edição e a tradução das normas estão a cargo da ABNT, sendo por isso que todas as normas brasileiras vão ser então chamadas de ABNT NBR ISO, sendo que o significado de NBR é Norma Brasileira. Quem é o responsável pelas normas que estão relacionadas com a qualidade na ABNT é o Comitê Brasileiro de Qualidade sendo conhecido por ABNT/CB-25. https://pixabay.com/pt/illustrations/homem-casais-masculino-e-feminino-1957067/ 38 GESTÀO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 Família ISO 9000 As primeiras normas com foco na gestão que foram lançadas pela ISO são da família 9000 que estão relacionadas com a gestão da qualidade. Desde o lançamento da gestão de qualidade ocorreram algumas alterações por exemplo a ISSO 9002 e a ISO 9003 foram revogadas no ano 2000, entre todas as normas a ISO 9001 é a mais difundida e utilizada de todas. ABNT NBR ISO 9000 Esta norma descreve todos os fundamentos relacionados com os sistemas de gestão e terminologia que são utilizados. Ela não tem por finalidade a certificação mas sim servir de base para a ISO 9001. Os pontos principais estão relacionados com a gestão de qualidade tendo como principais pontos: • foco no cliente; • liderança; • envolvimento dos indivíduos; • abordagem do processo; • abordagem sistêmica para gestão; • melhoria contínua; • abordagem factual para a tomada de decisão; • benefícios mútuos na relação com os fornecedores. 39GESTÃO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 ABNT NBR ISO 9001 Esta norma estabelece quais são os requisitos do sistema de gestão de qualidade. A última atualização ocorreu no ano de 2008, é considerada como a principal norma utilizada para a certificação. Os pontos principais estão relacionados com: • determinação da abordagem do processo; • apontar os requisitos gerais e toda a documentação para o sistema de gestão. • determinar as responsabilidades da direção; • tratar da gestão de recursos; • está relacionado com a gestão de recursos. • está relacionado com a realização do produto. • determina a medição, análise e melhoria. ABNT NBR ISO 9004 É referente a sustentabilidade do sucesso da empresa através da gestão de qualidade. A última atualização ocorreu no ano de 2010 e é utilizada para apoiar a norma ISO 9001. Os pontos principais para atingir o sucesso a empresa vai precisar de: • planejamento a longo prazo; • monitoração e análise regular do ambiente; • identificar quem são os colaboradores para poder avaliar quais são os impactos com relação ao desempenho organizacional. 40 GESTÀO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 • manter os colaboradores informados sobre todos os planos da empresa; • criar relações de benefícios mútuos com todos os parceiros, fornecedores e todos os outros interessados; • utilizar várias abordagens até mesmo a mediação e a negociação, tendo como objetivo atingir ou equiparar as necessidades e as expectativas que em muitos casos podem ser conflitantes. • identificar os riscos tanto a curto como a médio prazo e procurar desenvolver uma estratégia que possa minimizar os mesmos. • prever todos os recursos que vão ser necessários no futuro. • criar processos que são considerados como apropriados e de fácil adaptação para as mudanças para que possa ser realizado a estratégia organizacional. • avaliar de forma regular e de acordo com os planos e procedi-mentos e ter atitudes de prevenção ou correção quando não estiverem de acordo; • garantir que os indivíduos da empresa tenham a possibilidade de aprender para beneficiarem-se a si próprios, além de manterem o dinamismo da empresa; • estabelecer e manter os processos tanto de inovação como de melhoria contínua. 41GESTÃO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 ABNT NBR ISO 19011 Esta relacionada com as auditorias dos sistemas de gestão da qualidade. Esta norma contempla os principais pontos que são: • princípios da auditoria; • gestão de programas de auditoria; • realização de auditorias dos sistemas de gestão da qualidade; • competência dos auditores dos sistemas de gestão da qualidade; Além das normas da família 9000 existem outras normas e alguns guias que estão relacionados com a gestão da qualidade sendo editados através da ABNT/CB-25, conforme pode ser observado no Quadro 1. Quadro 1 – Normas referentes a gestão da qualidade editada pela ABNT/CB 25 Norma Descrição ABNT NBR ISO 10002 Gestão de qualidade – satisfação dos clientes. Diretrizes para o tratamento das reclamações nas empresas ABNT NBR ISO 10005 Gestão da qualidade – Diretrizes para os planos de qualidade ABNT NBR ISO 10006 Sistemas de gestão de qualidade – Diretrizes para a gestão da qualidade em empreendimentos ABNT NBR ISO 10007 Sistemas de gestão de qualidade: diretrizes para a gestão da configuração ABNT NBR ISO 10012 Sistemas de gestão de mediação – requisitos para o processo de medição e equipamento de medição ABNT NBR ISO 10013 Diretrizes para a documentação dos sistemas de gestão da qualidade ABNT NBR ISO 10013 Diretrizes para a gestão de aspectos econômicos de qualidade 42 GESTÀO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 ABNT NBR ISO 10015 Gestão da qualidade – diretrizes para o treinamento ABNT ISO TR 10019 Diretrizes para a seleção de consultores do sistema de gestão de qualidade e utilização dos serviços Fonte: Mello, 2011, p. 173. Todas estas normas relacionadas com o sistema ISO são fundamentais para garantirem o sucesso em uma empresa e no caso aqui em todos os hospitais que estão preocupados com a obtenção cada vez maior de qualidade e excelência em todos os serviços prestados. Neste item, você estudou um assunto muito importante que é a Certificação ISSO, por meio da introdução a certificação ISO 9000, família ISO 9000, ABNT NBR ISO 9000, ABNT NBR ISO 9001, ABNT NBR ISO 9004 e ABNT NBR ISO 19011. 43GESTÃO HOSPITALAR E QUALIDADE NO ATENDIMENTO U ni da de 3 RE FE R ÊN CI A SBURMESTER, H. Manual de gestão hospitalar. Editora FGV, 2012. BURMESTER, H. Gestão da qualidade hospitalar. Editora Saraiva, 2013. CHIROLI, DMG. Avaliação de sistemas de qualidade. Editora Intersaberes; 2016. MELLO, CHP. Gestão da qualidade. São Pauo, Editora Pearson. 2011. NASCIMENTO, AB. Gestão hospitalar e qualidade do atendimento. São Paulo, Editora Pearson, 2017. SALU, EJ. Administração hospitalar no Brasil. Barueri, Editora Manole, 2012. Planejamento estratégico Introdução ao planejamento estratégico Processo de análise de todos os contextos Busca pela qualidade Cultura organizacional Programa qualidade total Custos de qualidade Retorno da qualidade Indicadores de produtividade Relatórios e demonstrativos Qualidade como um processo em uma empresa Sistemas de avaliação de qualidade Introdução ao sistema de avaliação da qualidade Ciclo PDCA Planejamento Execução Checagem Ação Eliminação de perdas Eliminação das causas de perdas Otimização do processo Variabilidade nos processos Técnicas e ferramentas de avaliação Introdução as técnicas e ferramentas de avaliação Estratificação Folha de verificação Gráfico de Pareto Gráficos de dispersão Tipos de correlação Correlação positiva Correlação negativa Correlação nula Certificação ISO Introdução a certificação ISO 9000 Família ISO 9000 ABNT NBR ISO 9000 ABNT NBR ISO 9001 ABNT NBR ISO 9004 ABNT NBR ISO 19011