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Indaial – 2022 em mídias digitais Prof. Marcio Rodolfo Paasch 1a Edição Criação e Produção Elaboração: Prof. Marcio Rodolfo Paasch Copyright © UNIASSELVI 2022 Revisão, Diagramação e Produção: Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI Impresso por: P113c Paasch, Marcio Rodolfo Criação e produção em mídias digitais. / Marcio Rodolfo Paasch – Indaial: UNIASSELVI, 2022. 192 p.; il. ISBN 978-85-515-0502-1 1. Marketing digital. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 658.8 Saudação, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Criação e Produção em Mídias Digitais. Neste material, você vai encontrar o conhecimento necessário para colocar em prática as estratégias de comunicação para alcançar seus objetivos de comunicação. Você verá que este livro didático está dividido em três unidades, que percorrem os pontos fundamentais, conteúdos bases para a compreensão do processo de criação e produção de mídias digitais, seguidos pelos conhecimentos do planejamento e produção, proporcionando um aprendizado importante para pôr em prática as estratégias de marketing digital. Na Unidade 1, abordaremos conceitos e perspectivas das teorias que embasam o processo de criação e circulação das mídias digitais alinhadas aos fundamentos comunicação e ambientes móveis e digitais. Iremos percorrer os conceitos-chave de um processo de comunicação e sua evolução, assim como as definições de ferramentais e teorias. Todo este conhecimento irá permitir a compreensão e o entendimento de como os métodos de criação de conteúdo potencializam o resultado das estratégias de marketing digital. Em seguida, na Unidade 2, dedicaremos atenção especial ao planejamento. Serão observados os principais formatos e linguagens de mídias digitais, as características dos aplicativos ambientes e plataformas na qual desenvolveremos os produtos digitais, assim como as estratégias para gerar engajamento do consumidor quanto ao conteúdo apresentado. Por fim, na Unidade 3, aprenderemos como conectar o que assimilamos nas unidades anteriores ao processo de criação e produção de mídias digitais. De forma estratégica, iremos aprender a criar conteúdos para os diferentes meios digitais, assim como o gerenciamento das diversas ferramentas. Ao final, com o conteúdo deste livro didático, você compreenderá que a criação e produção de mídias digitais é um processo racional, que deve ser desenvolvido alinhado aos objetivos estratégicos da organização e do planejamento de marketing. Bons estudos! Prof. Marcio Rodolfo Paasch APRESENTAÇÃO Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos. GIO QR CODE Olá, eu sou a Gio! No livro didático, você encontrará blocos com informações adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender melhor o que são essas informações adicionais e por que você poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto estudado em questão. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um novo visual – com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada também digital, em que você pode acompanhar os recursos adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Preparamos também um novo layout. Diante disso, você verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os seus estudos com um material atualizado e de qualidade. ENADE LEMBRETE Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conheci- mento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa- res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confi ra, acessando o QR Code a seguir. Boa leitura! SUMÁRIO UNIDADE 1 - FUNDAMENTOS DA MÍDIA DIGITAL ................................................................. 1 TÓPICO 1 - CONCEITOS DE COMUNICAÇÃO E CULTURA DIGITAL ......................................3 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3 2 PRINCÍPIOS DA COMUNICAÇÃO ........................................................................................3 3 EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO ......................................................................................... 7 4 CULTURA DIGITAL ..............................................................................................................8 RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................................... 13 AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................14 TÓPICO 2 - CRIATIVOS – DESIGN E TEXTOS ...................................................................... 17 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 17 2 DEFINIÇÕES ..................................................................................................................... 17 3 SEMIÓTICA ....................................................................................................................... 24 4 CRIAÇÃO DE CONTEÚDO ................................................................................................. 26 5 DESIGN .............................................................................................................................. 31 5.1 CONTRASTE ..........................................................................................................................................32 5.2 MÍDIA ......................................................................................................................................................325.3 CORES ...................................................................................................................................................33 5.4 TIPOLOGIAS ..........................................................................................................................................39 6 TEXTO ............................................................................................................................... 42 6.1 TÉCNICA DE REDAÇÃO SEO .............................................................................................................42 6.1.1 Palavra-chave .............................................................................................................................43 6.1.2 Organização ................................................................................................................................43 6.1.3 Escaneabilidade .........................................................................................................................43 6.1.4 Tags ...............................................................................................................................................44 RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 45 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 46 TÓPICO 3 - MOBILIDADE E COMUICAÇÃO ........................................................................ 49 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 49 2 MIDIAS DIGITAIS .............................................................................................................. 49 2.1 FORMATO DE MIDIAS DIGITAIS .........................................................................................................52 2.1.1 Mídia paga ...................................................................................................................................52 2.1.2 Mídias digitais próprias ............................................................................................................53 2.1.3 Mídia espontânea .....................................................................................................................53 3 MOBILIDADE .................................................................................................................... 54 4 TRANSMÍDIA .................................................................................................................... 55 5 BRANDING ....................................................................................................................... 56 5.1 IDENTIDADE DE MARCA .................................................................................................................... 57 5.2 IMAGEM DE MARCA ............................................................................................................................61 6 COMPORTAMENTO CONSUMIDOR DIGITAL .................................................................... 61 6.1 PROSUMER ..........................................................................................................................................62 LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 64 RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 66 AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................67 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 69 UNIDADE 2 — PLANEJAMENTO DE MÍDIAS DIGITAIS........................................................ 71 TÓPICO 1 — TIPOS DE MÍDIA ................................................................................................73 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................73 2 VANTAGENS DO USO DE MÍDIAS DIGITAIS .....................................................................73 3 TIPOS DE MIDIAS DIGITAIS ..............................................................................................75 3.1 WEBSITE................................................................................................................................................. 76 3.2 E-MAIL MARKETING ...........................................................................................................................78 3.3 BLOGS ................................................................................................................................................... 81 3.4 PODCAST ..............................................................................................................................................82 3.5 ADVERGAMES .................................................................................................................................... 84 3.6 STREAMING ..........................................................................................................................................85 3.7 REDES SOCIALS ON-LINE .................................................................................................................85 3.7.1 Facebook ......................................................................................................................................87 3.7.2 Youtube ........................................................................................................................................87 3.7.3 WhatsApp Business ................................................................................................................. 88 3.7.4 Instagram ....................................................................................................................................90 3.7.5 Facebook Messenger ...............................................................................................................90 3.7.6 Linkedin .......................................................................................................................................92 3.7.7 Pinterest .......................................................................................................................................93 3.7.8 Twitter ..........................................................................................................................................94 3.7.9 Tik Tok ...........................................................................................................................................94 3.7.10 Snapchat ...................................................................................................................................95 RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................96 AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................97 TÓPICO 2 - PESQUISA EM ESTRATÉGIAS DIGITAIS ..........................................................99 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................99 2 PESQUISA DE MARKETING COM FOCO EM MÍDIA DIGITAL ............................................99 2.1 TIPOS DE PESQUISA ..........................................................................................................................101 2.2 ETAPAS DE PESQUISA.....................................................................................................................103 3 PESQUISA NETNOGRÁFICA ..........................................................................................104 4 FERRAMENTAS DE PESQUISA ON-LINE E MARKETING DIGITAL ................................108 4.1 GOOGLE ANALYTICS .........................................................................................................................108 4.2 GOOGLE TRENDS ..............................................................................................................................109 4.3 BUZZSUMO .........................................................................................................................................110 4.4 SEMRush ..............................................................................................................................................111 RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................... 113 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 114 TÓPICO 3 - CONTEÚDO E ENGAJAMENTO ........................................................................117 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................117 2 PLANEJAMENTO MÍDIA DIGITAL ...................................................................................117 3 PLANEJAMENTO PARA CRIAÇÃO DE MÍDIAS DIGITAIS ............................................... 119 3.1 BRIEFING ............................................................................................................................................120 3.2 OBJETIVOS ........................................................................................................................................121 3.3 ESTRATÉGIA ........................................................................................................................................121 3.3.1 Persona ..................................................................................................................................... 122 3.3.2 Canais ........................................................................................................................................ 125 3.3.3 Conteúdo .................................................................................................................................. 126 3.4 CRONOGRAMA .................................................................................................................................. 126 3.5 APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................... 126 3.6 EXECUÇÃO ......................................................................................................................................... 126 3.7 MONITORAMENTO ............................................................................................................................. 127 LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................129 RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................... 131 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................132 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................133 UNIDADE 3 — CRIAÇÃO E APROVAÇÃO ............................................................................135 TÓPICO 1 — COLETA DE DADOS E GESTÃO DA INFORMAÇÃO ......................................... 137 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 137 2 PROJETO CRIAÇÃO E PRODUÇÃO MÍDIAS DIGITAIS ................................................... 137 3 JORNADA DO CONSUMIDOR .......................................................................................... 141 4 FREQUÊNCIA DE PUBLICAÇÃO .....................................................................................146 RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................148 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................149 TÓPICO 2 - PLANO DE CRIAÇÃO E PRODUÇÃO MÍDIA DIGITAL ............................................ 151 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 151 2 DEFINIÇÃO E CRITÉRIOS PARA DESENVOLVIMENTO DE UM PLANO DE MÍDIA ........... 151 2.1 ALCANCE ............................................................................................................................................ 152 2.2 FREQUÊNCIA ..................................................................................................................................... 152 2.3 IMPRESSÃO ........................................................................................................................................ 152 2.4 COM ...................................................................................................................................................... 152 2.5 CPA ....................................................................................................................................................... 153 2.6. CTR ..................................................................................................................................................... 153 3 ESTRATÉGIA DA DIVERSIFICAÇÃO ...............................................................................153 4 ANÁLISE DO MERCADO ..................................................................................................154 5 IMAGENS PARA OS CRIATIVOS ...................................................................................... 157 5.1 TWITTER ...............................................................................................................................................158 5.2 FACEBOOK ..........................................................................................................................................160 5.3 INSTAGRAM .........................................................................................................................................161 5.4 PINTEREST ......................................................................................................................................... 162 RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................164 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................165 TÓPICO 3 - CRIAÇÃO E PRODUÇÃO CONTEÚDO DIGITAL ............................................... 167 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 167 2 CRIANDO A PRESENÇA DIGITAL .................................................................................... 167 3 CRIAÇÃO DO INSTAGRAM .............................................................................................. 173 3.1 FEED HARMÔNICO ............................................................................................................................ 175 3.2 CRIAÇÃO PINTEREST ........................................................................................................................176 LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................183 RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................189 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................190REFERÊNCIAS ....................................................................................................................192 1 UNIDADE 1 - FUNDAMENTOS DA MÍDIA DIGITAL OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • compreender os princípios da comunicação; • conhecer a evolução e a cultura digital; • identifi car conceitos norteadores da criação de conteúdo; • caracterizar de aplicativos e plataformas móveis. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – CONCEITOS DE COMUNICAÇÃO E CULTURA DIGITAL TÓPICO 2 – CRIATIVOS – DESIGN E TEXTOS TÓPICO 3 – MOBILIDADE E COMUNICAÇÃO Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 CONFIRA A TRILHA DA UNIDADE 1! Acesse o QR Code abaixo: 3 CONCEITOS DE COMUNICAÇÃO E CULTURA DIGITAL 1 INTRODUÇÃO Em nosso primeiro tópico, nós vamos tratar dos conhecimentos prévios acerca dos conceitos iniciais, que dão base ao processo de Criação e Produção em Mídias Digitais. Os conhecimentos aqui estudados servem para compreender como a transformação digital e a digitalização dos processos de comunicação criaram oportunidades para empresas e profissionais desenvolverem negócios alinhados com a necessidade e desejo do mercado. Vamos estudar comunicação, design e redação, assim como compreender o impacto da tecnologia na comunicação. Com esses conhecimentos bases, você vai ter mais clareza como iniciar o processo de criação de mídias digitais. 2 PRINCÍPIOS DA COMUNICAÇÃO Comunicação é um ato comum em nosso dia a dia, é uma atividade difícil de precisar, pois trata-se de um processo subjetivo. Você percebeu que neste momento estamos nos comunicando, você está lendo esse material, nossa comunicação está acontecendo por meio deste livro didático. Um conhecimento, que está em minha “cabeça” neste momento, está sendo escrito em forma de informação e durante a sua leitura esta informação é decodificada por você, se juntando a outras informações que já possui, criando um conhecimento novo e único. Podemos dizer que a comunicação é um processo com características subjetivas, como ações estratégicas e intencionais, cujo objetivo é a transmissão de uma mensagem, uma ideia (FISKE, 1998). Para entender melhor este conceito vamos utilizar a Teoria Matemática da Comunicação proposta em 1940 por Caude Shannon. Esta teoria sofreu inúmeras modificações no decorrer do tempo, porém é um ótimo ponto de partida. TÓPICO 1 - UNIDADE 1 4 A teoria matemática da comunicação traz em sua base o entendimento de que precisamos de no mínimo um transmissor, um meio e um receptor. Vamos lá, eu professor Márcio, que escrevo este livro, sou o emissor, o livro é o meio e você é o receptor. Observe a Figura 1. FIGURA 1 – ESQUEMA TEORIA MATEMÁTICA DA COMUNICAÇÃO FONTE: Shannon e Weaver (1964, p. 7, tradução nossa) Na Figura 1, nós podemos observar, de forma esquemática, o exemplo de que falamos anteriormente. Observe que o esquema de Shannon e Weaver (1964) foi desenvolvido em estudos que tomavam como base a comunicação da época, digamos tradicional e unilateral, apenas como um processo de transmissão de dados que era característica da tecnologia como rádio, televisão, revistas etc. Os autores desenvolveram esse modelo para melhorar o processo de comunicação, sua efi cácia durante a Segunda Guerra Mundial, transmitindo o maior número de informações com menor erro, erros causados, principalmente, pelas fontes de ruídos. Este entendimento irá seguir diversas falas no decorrer no nosso estudo, fi que atento que o princípio proposto pela teoria matemática da comunicação serve como base para as mais modernas estratégias de criação e produção de mídia. ATENÇÃO Refl ita, como seria esse esquema atualmente? Faça o desenho em um papel como você representaria o processo de comunicação mediado pelas tecnologias digitais. NOTA 5 O objetivo da comunicação, para nosso estudo, é o ponto central para o marketing. Podemos considerar esses os pontos mais importantes a serem identificados e analisados antes mesmo de desenvolvermos o planejamento, pois é por meio deste entendimento que sabemos em qual “terreno” iremos correr para chegar ao nosso consumidor. FIGURA 2 – A ARTE DE COMUNICAR FONTE: <https://shutr.bz/3NTPVlo>. Acesso em: 16 out. 2021. Para entender melhor, vamos voltar ao esquema de Shannon e Weaver (1964), quando falamos que vamos criar uma estratégia de marketing para uma empresa, vamos usar como exemplo a “Padaria Pãopar”. A Padaria quer fazer uma promoção de pães, este é o objetivo, quando criamos um post no Instagram. A “Padaria” é a fonte de informação; a “Mensagem” é, o “Criativo” (arte criada pelo designer para informar sobre a promoção) é o transmissor e o “Instagram”, o canal é a “Tela do celular” e por fim o receptor é o “Cliente”, destinatário para o qual a estratégia foi criada. Podemos agora extrapolar a definição de comunicação como diferentes formas de interação, passagem de dados ou informação de um ponto ao outro e podemos incluir aqui marcas, pessoas, personagens, organizações, enfim, qualquer elemento que tenha algo a ser transmitido. A comunicação é toda forma de troca de informação entre comunidade ou indivíduos com o objetivo de expor ideias, posicionamentos, experiências, informações etc., potencializando, assim, a evolução de uma sociedade. Nesse sentido, vamos entender os pontos básicos, que são muito importantes para que realmente a criação de mídias digitais seja assertiva. Iniciaremos pelo canal, ele é o meio pelo qual a mensagem é transmitida, carregada. Assim, surge uma grande verdade da comunicação, o meio é a mensagem, que dá suporte ao que queremos comunicar. Para que a mensagem seja eficaz e eficiente é necessária a escolha do canal que tenha sentido e tenha aderência técnica ao objetivo proposto pelo plano de marketing, esta decisão é de extrema importância visto que a mensagem é um código na qual o emissor codifica a informação e o canal acrescenta ou tira significado, ruído, a informação. 6 Vamos a um exemplo de escolha de canal, continuamos com a “Padaria Pãopar”, que quer comunicar aos seus consumidores que possui um ambiente com características retrô, quer atingir um público que gosta de decoração, consome a experiência do local. Como estratégia podemos criar um conteúdo para a rede social Pinterest, com uma construção estética que possa contribuir para o branding da padaria. A escolha do canal Pinterest, neste caso, se dá, pois, é conhecido como sendo uma rede social que traz em suas publicações conteúdos criativos e refi nados que exploram diversas temáticas, sendo referência para o consumidor defi nido como alvo na estratégia de branding. FIGURA 3 – ILUSTRAÇÃO PADARIA PÃOPAR, NOSSO CLIENTE NESTE ESTUDO FONTE: <https://bit.ly/3jic0fx>. Acesso em: 12 out. 2021. Então, o fato de a “Padaria Pãopar” estar no Pinterest ajudar a criar/transmitir a mensagem de que não é apenas um local para vender pão, mas um espaço com estilo. Este exemplo fundamenta a ideia de que o meio é a mensagem ou pelo menos ajuda a compor a imagem da marca na mente do consumidor. Na sequência destaca-se a mensagem. Ainda estudando o esquema proposto TMC (Teoria Matemática da Comunicação), a mensagem é o principal elemento de comunicação de uma mídia digital, aqui entra o trabalho do profi ssional responsável pela criação e produção de mídias digitais. A mensagem é construída em forma de códigos. O código é o conjunto de signifi cados comuns aos membros de um determinado grupo, segmento, nicho etc. Os signifi cados são elementos culturais que podem ser signos, regras ou convenções (FISKE, 1998). Não basta apenas o canal ter audiência, ele precisa fazer parte da estratégia de comunicação.ATENÇÃO 7 Na sequência, nós vamos aprofundar mais nesse assunto, você irá perceber como a tecnologia impactou o processo de comunicação gerando desafi os, mas, principalmente, oportunidades para que, por meio da comunicação, as organizações possam desenvolver e potencializar a entrega de seus produtos e serviços. 3 EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO A evolução da comunicação acompanha a evolução da sociedade, quanto mais a comunicação evolui mais a sociedade evolui e podemos dizer que quanto mais a sociedade evolui mais a comunicação evolui. Você sabe o que tornar isso tudo mais “legal”? A tecnologia que é um catalizador de muitas mudanças. Você se lembra da teoria de Shannon e do esquema estudado no subtópico anterior? A teoria foi desenvolvida com o mesmo objetivo que nós profi ssionais de comunicação, design e marketing temos atualmente, que é de melhorar o processo de comunicação dos nossos clientes para seu mercado. A grande diferença daquela época para a de hoje, é que o processo de comunicação não é mais um processo de transmissão unilateral, processo limitado pela tecnologia de comunicação da época, hoje vivemos a era da colaboração na qual a informação transita em todos os sentidos (diálogo), assim como diferentes pontos de emissão e recepção e por meio de diferentes canais. Se pegarmos o esquema de Shannon e Weaver (1964) como base e fi zermos uma atualização, hoje o consumidor de uma determinada marca, vamos supor a “Padaria Pãopar”, ele é considerado o receptor e o emissor ao mesmo tempo, pois os clientes da padaria recebem as mensagens por meio das redes sociais da padaria sobre uma determinada promoção, eles podem comentar, compartilhar, curtir, enfi m interagir de forma positiva, negativa e até mesmo cocriar os produtos e serviços com suas opiniões e desejos. Diante do que foi exposto, nós podemos evoluir o conceito de comunicação para um processo de diálogo, de construção de ideias e não somente de transmissão de uma mensagem. Para Kotler e Armstrong (2006) os profi ssionais de marketing precisam compreender de forma profunda os processos e funcionalidades da comunicação por meio de diferentes modelos e métodos que têm como ponto central a transmissão de mensagens de um emissor a um receptor. IMPORTANTE 8 Portanto, para nós profissionais de marketing, a definição base de comunicação é evoluído para comunicação em Marketing, termo que agrega em seu escopo conceitos estratégicos e de ação mercadológica. Além da comunicação com o mercado e consumidores, a comunicação em marketing ainda se destina a atender a diferentes stakeholders (indivíduos e organizações impactados pelas ações da sua empresa), como o público interno das organizações, comunidade em geral, fornecedor, acionistas e diretores, enfim, qualquer público que direta ou indiretamente está listado com objetivos estratégicos. Como podemos perceber, comunicação em marketing evolui para um conjunto de instrumentos de comunicação que auxilia as organizações no diálogo junto aos diferente públicos criando uma relação com o mercado. 4 CULTURA DIGITAL Se você nasceu depois de 2001, segundo o escritor Marc Prensky, você é considerado nativo digital, pois já nasceu inserido em um ambiente digital, agora se você nasceu antes como eu, por exemplo, em 1980 e sou classificado como “geração X”. Dessa forma passamos pela revolução digital no decorrer de nossas vidas. No meu caso, a revolução digital aconteceu quando já estava trabalhando, inclusive troquei de área e de emprego por causa da evolução digital, ela abriu portas para explorar novos mercados. Na época fui um dos primeiros web-designer na minha cidade. E você, caro acadêmico, em qual momento percebeu uma mudança significativa no seu dia a dia causado pela revolução digital? Converse com amigos e familiares de diferentes idades, escute suas histórias. Este pequeno e agradável exercício auxilia a compreender os impactos da cultura digital na sociedade e pode ajudar e identificar oportunidades futuras. Vamos entender melhor a cultura digital. As mudanças ocorridas na sociedade e em todos os seus níveis, quando olhamos para o contexto cultural e econômico, foram os propulsores das evoluções culturais a partir de 2000. Estas mudanças são tratadas dentro da perspectiva do marketing por Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017), quando trazem o conceito do marketing 4.0. Observe no Quadro 1 que a evolução do No vídeo a seguir, a empresa BOX 1824 traz uma explicação sobre as gerações e seu comportamento. Acesse em: https://vimeo.com/44130258. INTERESSANTE 9 marketing passa principalmente pela retirada do poder das marcas e passa para a mão do consumidor, esse consumidor que é objeto de diálogo em nossas estratégias de comunicação. Lembra-se, o foco principal não é mais a empresa e seus produtos, mas as necessidade e desenhos dos consumidores. QUADRO 1 – EVOLUÇÃO MARKETING 1.0 AO 4.0 Marketing 1.0 Marketing 2.0 Marketing 3.0 Marketing 4.0 Centrado no Produto Centrado no Consumidor Centrada nos Valores Centrada no Humano Objetivo Vender produtos Satisfazer os clientes e fidelidade à marca Fazer do mundo um lugar melhor Consumidores interagindo com os produtos Forças Propulsoras Revolução Industrial Tecnologia da Informação Conexão dos consumidores (novas tecnologias) Era digital (Ubiquidade) Como as organizações enxergam o mercado Compradores de massa com necessidades físicas Consumidores mais inteligentes, dotado de coração e mente Ser humano pleno, com coração, mente e espírito Conversações entre pessoas conduzidas em uma voz humana Conceito- chave de marketing Desenvolvimento de produto Diferenciação Valores Proposição de valor e personalidade Proposição de Valor Funcional Funcional e emocional Funcional, emocional e spiritual Funcional, emocional, espiritual e afetivo Diretrizes de Marketing da Empresa Especificação do produto Posicionamento da empresa e do produto Missão, visão e valores da empresa Campos humanitários Interação com os Consumidores Transação do tipo um para um Relacionamento um para um Colaboração um para muitos Conversas pessoais com os clientes FONTE: Adaptado de Kotler (2016); Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017) Como você pôde observar, na última coluna no quadro, os consumidores ganharam o status de “donos” das marcas, pois com base em seu diálogo os consumidores na era digital se tornam cocriadores da marca, dos produtos e dos serviços. Devido à revolução digital e do seu impacto no processo de comunicação faz com que, nós criadores, quando estamos desenvolvendo uma estratégia de marketing que passa pela criação de conteúdo para mídias digitais precisamos criar um diálogo com o consumidor e este diálogo se torna uma ferramenta estratégica. 10 Dentro do ambiente da cultura digital, as organizações passam por diferentes momentos, da mesma forma que nós pessoas físicas passamos por essas transformações, de carreira, de comportamento. As organizações enfrentam esses mesmos dilemas que passam pela reformulação das estruturas organizacionais. Conceitualmente podemos usar dois termos, que ao primeiro momento parecem similares, porém trazem diferentes perspectivas. Conhecer esses termos pode ajudar a compreender em qual momento a organização em que você está desenvolvendo suas criações está inserida e pensar estrategicamente como desenvolver o seu trabalho. Os termos comumente utilizados são: transformação digital e digitalização das empresas. De forma objetiva, digitalização signifi ca passagem de informações, ferramentas e processos do analógico para o digital. Como exemplo, a Padaria Pãopar pode substituir suas comandas, de papel, por App com Qrcode. FIGURA 4 – CONSUMIDOR COMO RESPONSÁVEL PELA COCRIAÇÃO DAS MARCAS FONTE: <https://bit.ly/3xiDg5B>. Acesso em: 16 out. 2021. Já o termo transformação digital recebe maior peso, ele é defi nido como a aplicaçãoestratégica de tecnologia para otimizar processos, tornando a comunicação, processos, controles, decisões entre outros, mais efi cientes e efi cazes. Vamos ao exemplo da Padaria, com a digitalização das comandas, o gerente de marketing consegue saber em tempo real quais produtos estão sendo consumidos, em quais dias e horários e por qual público, assim como a combinação deles, munidos desta informação, os criadores podem, por exemplo, em suas postagens impulsionar os criativos com os temas e imagens que fazem mais sentidos para os clientes. Observe a Figura 4, pense e dialogue com seus amigos e familiares como nós consumidores estamos cocriando as marcas que usamos. ATENÇÃO 11 Temos que entender que a transformação digital é diferente de criar uma presença digital em uma rede social. Quando criamos uma página na web ou um atendimento por uma ferramenta digital para a nossa empresa nós criamos uma estratégia de digitalização de um processo, exemplo digitalização do atendimento. Para que aja realmente uma transformação digital a empresa precisa digitalizar, conectar e analisar as informações, portanto, transformação digital é um processo de gestão que quando bem-feita é utilizada pelo marketing em suas estratégias de comunicação como exemplo anterior. Agora, convidamos você a entender na prática os conceitos abordados até este momento do nosso estudo, vamos praticar? Nosso cliente Padaria Pãopar, diante da transformação digital que impactou os processos organizacionais, mesmo sendo um comércio “tradicional”, precisa se transformar e vamos auxiliar iniciando pelas estratégias de marketing digital, por meio de criação de conteúdo para mídias digitais, e para isso vamos desenvolver ações alinhadas com o que aprendemos até agora: • Já sabemos que o branding da padaria segue um estilo retrô, e este estilo tem elementos estéticos característicos. Como a padaria está passando por uma transformação digital, ela possui diversas redes sociais e pontos de contato digital com o cliente, está presente em diferentes aplicativos como os de pedido de comida. Portanto, a padaria está se tornando uma marca com presença em vários ambientes e por isso os conteúdos precisam fazer sentido (combinar), precisamos cuidar para que os mesmos elementos da loja física estejam alinhados com os ambientes digitais. Esta observação e cuidado passa desde a aplicação da marca, cores, fotografia, iluminação, texto, enfim, qualquer informação, incluindo emojis 😉 e # hashtags, assim como nome dos produtos, os produtos propriamente ditos e objetos de cena, todos devem fazer sentido com o branding estilo retrô que foi escolhido como estratégia de posicionamento da padaria. • A padaria possui ainda sua visão que é “ser a padaria mais acolhedora e “amiga” do sul do país”, portando, os textos dos criativos e as imagens precisam trazer uma personalidade, uma voz acolhedora, precisamos identificar frases e expressões que aproximam o leitor da personalidade da marca. • Ainda diante da estratégia do acolhimento e por possuir um público distinto que consome experiência, o diálogo e a interação em suas redes sociais precisam ser estimulados por meio de postagens, postagens estas que estimulem os usuários a uma ação, uma colaboração e para isso podemos usar estratégias com perguntas, por exemplo, neste caso, qual o seu café perfeito? Assim, a estratégia estimula a participação e a sensação de pertencimento dos clientes gerando assim sensações positivas. • O posicionamento da marca segue temáticas humanas, o alinhamento da marca da padaria com práticas sustentáveis e de valorização das pessoas por trás do produto oferecido se torna uma estratégia de aproximação com o consumidor e 12 Criativo é um termo utilizado pelos profi ssionais de marketing, se refere a um conjunto de diretrizes para a criação de conteúdos digitais, como anúncio ou post, é uma extensão de um Brand Book ou da identidade visual de uma marca. NOTA isso pode ser desenvolvido com a criação de conteúdos com a própria imagem dos colaboradores apresentando suas receitas e seu toque mágico nos produtos, assim como criar receitas personalizadas com uma narrativa. 13 Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como: • Comunicação é um processo de troca de informação entre emissor e receptor, portanto, quando estamos desenvolvendo a criação de mídias digitais, precisamos pensar como este diálogo pode ser desenvolvido. • O Canal é tão importante quanto a informação a ser transmitida, pois ele interfere diretamente na mensagem. A escolha de um canal na qual a mídia, no nosso caso digital, será transmitida, tem um peso significativo em seu resultado, pois o ambiente digital traz signos diferentes que interferem diretamente na decodificação de uma mensagem. • A cultura digital transformou o relacionamento entre organizações e consumidores e o marketing 4.0 traz a ubiquidade e o diálogo como característica de uma estratégia eficiente, resultado da evolução digital e, conseguintemente, a aproximação do consumidor com as respectivas marcas. • Transformação digital é um processo de gestão que, por meio da digitalização, torna as organizações mais eficientes. Quando uma organização decide se transformar digitalmente, todas as pessoas, fornecedores, colaboradores e clientes são impactados de forma positiva, permitindo, assim, a sustentabilidade do negócio em um ambiente competitivo. RESUMO DO TÓPICO 1 14 1 Ao observamos a Teoria Matemática da Comunicação percebemos que ela traz a comunicação como um processo de transmissão de uma mensagem, como evolução da teoria e principalmente devido à transformação digital este processo ficou mais complexo com a adição de diferentes canais e diálogos entre os envolvidos. Com base no entendimento de como a transformação digital impactou no processo de comunicação, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Por meio da transformação digital, a comunicação entre organizações e consumidores saiu de uma simples transmissão de mensagens para um diálogo que traz a oportunidade de cocriarão entre diferentes pontos. b) ( ) Por meio da transformação digital a comunicação ficou mais rápida, permitindo que as organizações enviem suas propagandas por meios tradicionais. c) ( ) Teoria Matemática de Comunicação explica como as mídias digitais impactam de forma unilateral os consumidores e trazem o entendimento de que a comunicação segue uma linha única de transmissão, sendo uma teoria atual e pode ser usada com estratégia de marketing digital. d) ( ) Teoria Matemática da Comunicação foi desenvolvida por Kotler (2017) e demostra como funciona o processo de criação de marketing digital. 2 Com base na evolução cultural potencializada pela tecnologia, diferentes possibilidades são criadas, assim como desafios. Além do âmbito pessoal, as organizações precisam evoluir quanto a este novo cenário. Com base na cultura digital, analise as sentenças a seguir: I- Cultura digital impacta tanto as pessoas, em suas relações sociais, carreiras e consumo quanto as organizações em seus processos de gestão e entrega de valor aos consumidores. II- A transformação cultural acontece somente para as pessoas, e as organizações apenas utilizam dessas ferramentas como oportunidade de vender mais os seus produtos. III- A transformação digital é um conceito maior que a digitalização, pois a digitalização é a ação de tornar-se um processo analógico em digital e a transformação digital é a aplicação estratégica das tecnologias. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I e II estão corretas. b) ( ) Somente a sentença II está correta. c) ( ) As sentenças I e III estão corretas. d) ( ) Somente a sentença III está correta. AUTOATIVIDADE 15 3 O Marketing 4.0 tem como característica estar presente em diversos momentos da jornada do consumidor, como no diálogo promovido pelas redes sociais entre marcas e consumidores. De acordo com estas características,quais pontos os criadores de mídias digitais precisam observar? Classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Os criadores de conteúdos digitais precisam observar em suas estratégias o entendimento de que o consumidor dialoga, cocria com as organizações. ( ) A cocriação acontece somente no momento da compra, quando o consumidor gera feedback e emite opinião. ( ) Ubiquidade do marketing 4.0 acontece quando uma estratégia é desenvolvida alinhada como diferentes canais. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – F – F. b) ( ) V – F – V. c) ( ) F – V – F. d) ( ) F – F – V. 4 Com o entendimento de como o marketing vem evoluindo potencializado pela tecnologia, quais pontos devem ser observados pelos designers responsáveis pela criação de conteúdo para mídias digitais? Com base no que estudamos sobre o marketing 4.0, liste quatro pontos a serem observados. 5 Como estudado, neste tópico, a comunicação mudou drasticamente com a interferência positiva da tecnologia. Antigamente, a comunicação era unilateral, as marcas transmitiam as informações aos consumidores, hoje temos o diálogo, os consumidores podem cocriar junto à marca. Diante deste cenário, explique por que as mídias digitais se tornaram ferramentas importantes para o sucesso das organizações? 16 17 CRIATIVOS – DESIGN E TEXTOS 1 INTRODUÇÃO Neste segundo tópico, vamos aprofundar mais nosso conhecimento sobre Criação e Produção em Mídias Digitais, mais especificamente, nos criativos, orientações e cuidados para criação de mídias que entreguem ao consumidor a mensagem certa, no momento certo, seguindo as diretrizes estratégicas das organizações, assim como a escolha das cores, fontes e construção dos textos. Um ponto importante que não podemos descuidar e vamos aprofundar neste tópico é que todas as criações devem ser orientadas por um objetivo e as organizações, quando bem estruturadas, desenvolvem mecanismos e documentações que trazem um direcionamento decisório para cada etapa. Todo esse cuidado se faz necessário para que ao final os objetivos propostos sejam mensurados e principalmente alcançados. Também iremos aprender como a compreensão dos elementos culturais, os signos e seus significados devem ser observados, identificados e compreendidos para que a mensagem construída seja interpretada de forma correta e a imagem da marca, assim como sua estratégia, sejam assertivas alcançando os objetivos definidos. 2 DEFINIÇÕES Muito se fala em criação, em design e em redes sociais. Quando estamos do lado profissional o que precisamos saber é que a criação de conteúdos deve seguir uma orientação, uma construção lógica alinhada ao objetivo estratégico da organização. Para que haja coerência em todos os níveis de criação existem diferentes materiais e documentos que podem nortear o processo de criação, vamos conhecê-los na sequência. Mas antes, vamos refletir. Por que um criador não pode ser livre para criar? Se o meu trabalho é criar e fazer o design inovador que chame a atenção dos consumidores em uma campanha, ou criar um texto comemorativo de lançamento de produto eu não tenho total liberdade? Pense a respeito! UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 18 Vamos apontar o problema que temos quando criamos os criativos para o ambiente digital com total liberdade. Imagine que a Padaria Pãopar resolva expandir e crie franquias em diversas cidades, em cada cidade os gerentes das lojas vão contratar diferentes profi ssionais de criação para diferentes ações. Se não existir um alinhamento, um direcionamento a marca “Pãopar” não será uma marca, não fará sentido aos olhos dos consumidores. Imagine você entrando em uma rede de fastfood e em cada loja as estratégias de comunicação forem diferentes, será que daria certo? A marca perderia a força de rede e se tornaria um negócio local. A criação de uma comunicação de marca tem como premissa muito importante a concepção de que ela tenha uma identidade, o famoso branding, e isso requer um alinhamento de todos os pontos de contato da marca com o mercado. Certo, mas você ainda deve pensar, como ser criativo se não posso ser criativo? Calma, a resposta é simples, podemos ser criativos dentro de um funil de direcionamentos. Profi ssionalmente falando, as estratégias fazem com que todos os decisores olhem para o mesmo lado, para a mesma direção, fazendo com que todo o esforço leve a organização e sua marca para a mesma direção, imagine uma equipe de remo, com cada atleta remando para lados diferentes? FIGURA 5 – EQUIPE DE REMO COM O MESMO OBJETIVO FONTE: <https://pixabay.com/pt/photos/barco-drag%c3%a3o-barco-441885/>. Acesso em: 27 out. 2021. Não esqueça, branding se preocupa com o cuidado de todos os pontos de contato com o mercado. NOTA 19 Destaca-se, portanto, os documentos norteadores do processo, aqui já fica um grande ensinamento, para todos os projetos em que você estiver envolvido solicite esses documentos, se a organização para quem você está desenvolvendo as criações não possuir a documentação, avalie junto à equipe a criação desses documentos norteadores antes de iniciar o projeto. Mas você deve se perguntar, quais seriam esses documentos? Vamos conhecê-los na sequência que são criados, pois a criação do primeiro interfere na criação do segundo e assim por diante. Normalmente, uma organização que tenha sua cultura organizacional definida, suas estratégias alinhadas possuem três pilares clássicos e fundamentais, eles servem para direcionar estrategicamente as decisões e as equipes: • Missão: sua razão der ser, propósito, o que ela faz. • Visão: em um período definido de tempo é aonde a empresa quer chegar, visão futuro. • Valores: são as ideias e atitudes que a empresa quer entregar ao mercado, colaboradores, cliente e fornecedores. Vamos a dois exemplos, observe as declarações no Quadro 2: QUADRO 2 – DECLARAÇÃO MISSÃO, VISÃO E VALOR Missão Visão Valor Empresa 01 Trazer a melhor experiência em computação pessoal para estudantes, educadores, profissionais criativos e consumidores ao redor do mundo, com inovação em hardware, software e ofertas de internet. Proporcionar momentos em que uma palavra vale mil imagens. Acessibilidade; inovação; qualidade; excelência; responsabilidade social e ambiental. Empresa 02 Ser o banco líder em performance sustentável e em satisfação dos clientes. Estimular o poder de transformação das pessoas. A centralidade no cliente é a peça central suportada por três alavancas: transformação digital, pessoas e eficiência. FONTE: O autor Ao ler as declarações, quais empresas passaram pela sua mente? Aqui temos um exemplo da declaração de duas grandes empresas, uma tecnológica e outra financeira. Vamos ver se você acertou, a primeira é a Appel e a segunda o Banco Itaú. 20 Vamos entender mais, entre nas redes sociais e plataformas dessas marcas, observe se você encontra elementos visuais ou textuais que fazem aderência às declarações. Você vai perceber que, em alguns momentos, está bem óbvia a declaração e em outros momentos o direcionamento é apresentado de forma implícita ou subjetiva, o que não pode acontecer é ser o oposto. Ex.: Itaú traz na sua declaração de valor a transformação digital, portanto, você não pode encontrar na comunicação do banco alguma afirmação do tipo, o “tradicional é confiável”. Perceba aqui que temos um direcionamento, se temos que criar algo para uma organização podemos começar por estas três declarações “Missão”, ”Visão” e “Valores”. Outro documento muito importante é o brandbook, que na tradução livre é o livro da marca, ficam registrados nele todos os elementos que descrevem a organização como um todo. É uma importante ferramenta para o processo de criação, pois funciona também como um guia, trazendo todas as informações estratégicas da marca, suas diretrizes, tudo isso para que os pontos de contato da empresa com o mercado sejam feitos da mesmaforma tanto verbal como visual. Alguns profissionais e autores chegam a dizer que o brandbook é a bíblia da marca, pois traz diretrizes de personalidade, de voz, narrativas, posicionamento, assim como elementos técnicos e exemplos de aplicação. Segue um exemplo de brandbook da marca Twitch, empresa de streaming com foco em Games. FIGURA 6 – EXEMPLO BRANDBOOK EMPRESA TWITCH – LOGO FONTE: Adaptada de <https://brand.twitch.tv/>. Acesso em: 2 nov. 2021. 21 FIGURA 7 – EXEMPLO BRANDBOOK EMPRESA TWITCH – APLICAÇÃO FONTE: Adaptada de <https://brand.twitch.tv/>. Acesso em: 2 nov. 2021. FIGURA 8 – EXEMPLO BRANDBOOK EMPRESA TWITCH – VOZ DA MARCA FONTE: Adaptada de <https://brand.twitch.tv/>. Acesso em: 2 nov. 2021. Nas Figuras 6, 7 e 8 são apresentados, como exemplos, algumas partes do direcionamento do brandbook da marca Twitch no que diz respeito à construção do logo, sua aplicação quanto ao design e a voz da marca, seu propósito. Observe que esta construção nos traz novamente mais um direcionamento importante e que precisa ser seguido em todos os pontos de contato com o mercado, incluindo os físicos e os digitais. 22 Outro direcionamento que precisamos observar para a criação de mídias digitais é a própria estratégia de marketing. As estratégias de marketing, normalmente, são desenvolvidas de acordo com o comportamento do consumidor, demanda do mercado, oportunidades etc. Tudo isso acontece identifi cando demandas, necessidades e desejos do momento, no qual o mercado e o público-alvo estão vivendo e a organização consegue atender. Ao colocar ações em prática devem-se considerar contextos e objetivos diferenciados, assim como as métricas de avaliação KPI (Key Performance Indicator), ou seja, Indicador-chave de Performance. Por fi m, temos a Campanha que é uma ação com prazo e meta estabelecida com objetivos claros e principalmente mensuráveis. Dentro de uma estratégia de marketing podem existir diferentes companhas. Na campanha é que os criativos são desenvolvidos, as decisões aqui defi nidas são as que materializam os objetivos da organização e criam por meio de elementos visuais, textuais, auditivos a imagem da marca na mente do consumidor, transmitindo, assim, a mensagem para persuadir ou seduzir o consumidor para uma ação defi nida na etapa anterior do marketing estratégico. FIGURA 9 – DIRECIONAMENTO PARA CRIAÇÃO DE CRIATIVOS FONTE: O autor Não esqueça, uma marca tem uma cara, personalidade e posicionamento no mercado, se em cada criativo, estratégia de marketing ou comunicação os pontos de contato com o mercado forem diferentes, a marca não é reconhecida e difi cilmente irá atingir o público-alvo. IMPORTANTE 23 Observe que a Figura 9, demostra o que discutimos. Nesse exemplo, o criativo é resultado de um processo de desenvolvimento estratégico. Esse desenvolvimento, dependendo da organização, acontece em diferentes momentos e por diferentes níveis de decisores. De forma objetiva, vamos trazer a Padaria Pãopar para o modelo da Figura 9. A missão, visão e valores são decisões tomadas em nível de direção, quando a empresa é criada ou quando sofre um reposicionamento, uma decisão estratégica que deve ser revista em tempos. Vamos avançar em nosso exemplo, se a visão da padaria for “ser a padaria mais aconchegante e saudável do Brasil” esta visão deve ser levada para todos os níveis de ação, desde a escolha dos ingredientes dos produtos até mesmo as hashtags e emojis nos diálogos com o consumidor. Na sequência, entram os profi ssionais de criação, que com base em diversas técnicas de criação junto com o direcionamento da organização são desenvolvidas todas as diretrizes do Branding da padaria e que devem ser seguidas em todos os projetos e estratégias de comunicação futuras. Nesta etapa, é defi nido o posicionamento, a voz etc. Como exemplo, as receitas são criadas seguindo o estilo retrô, já vimos que o branding da padaria Pãopar deve seguir este estilo como forma de gerar a sensação de acolhimento, e os talheres e decoração, assim como a logo deve remeter a estas características. Agora no nível estratégico, os gestores de marketing desenvolvem um planejamento. Esse, diferente das etapas anteriores, pode apresentar uma ou mais estratégias acontecendo ao mesmo tempo, estratégias de lançamento de novas lojas, aumentar o valor percebido, busca por novos clientes, lançamento de produtos, entre outros. Para exemplifi car a padaria Pãopar pode ter uma ação estratégica de cucas orgânicas “estilo feito pelas avós”, às segundas-feiras para atrair um público específi co para um dia com baixo movimento em uma região e ações de fi delidade para clientes que fazem compras recorrentes e não são fi éis a marca neste momento. Ainda dentro de cada estratégia, podem novamente existir uma ou mais campanhas e por fi m, um ou mais criativos dentro da campanha. A diversidade de ações com o mercado gera inúmeros pontos de contato e isso reforça a necessidade de uma ação coordenada. Fique atento que as decisões orientativas tomadas nas etapas anteriores seguem para a próxima, construindo, assim, uma marca forte. ATENÇÃO 24 3 SEMIÓTICA Um conceito muito importante que auxilia aos criadores a compreender o processo de comunicação é a semiótica. Como defi nição, semiótica é o estudo dos signos, que são elementos que representam algum signifi cado ou sentido para o observador. O estudo da semiótica busca compreender como o ser humano interpreta as coisas, como ele dá signifi cado a ícones, palavras e suas representações. Estrategicamente, quando criamos uma arte, por exemplo, usamos símbolos e elementos gráfi cos não verbais, para ajudar a construir uma mensagem. Da mesma forma, acontece com as palavras e a sequência delas, para que os símbolos escolhidos cumpram o seu objetivo. O receptor, público-alvo da mensagem, precisa decodifi car e compreender a mensagem, essa compreensão deve ser a mesma que motivou a escolha por parte do criador. Como exemplo simples, mas que representa essa questão da escolha de um signo correto, seria caso eu quisesse representar uma decepção amorosa em um elemento simples. Posso escolher a representação de um coração, estilizado, romantizado e quebrá-lo conforme a Figura 10. Caso minha escolha fosse a imagem de uma correção com uma fl echa, esta mensagem poderia ser decodifi cada da forma oposta, como um coração apaixonado. Como podemos observar, culturalmente, os consumidores possuem referências e aplicam sua percepção quando expostos aos sibilos. FIGURA 10 – IMAGEM REPRESENTANDO UM CORAÇÃO PARTIDO FONTE: O autor O nome Semiótica, segundo Santaella (1983), vem da raiz grega semeion, que quer dizer signo. IMPORTANTE 25 Lembra a Padaria Pãopar, que tem como branding o estilo retrô? Como podemos representar este estilo, que elementos podemos utilizar? Para compor a representação gráfi ca de uma marca, mantendo o estilo retrô, podemos incluir junto ao nome Padaria Pãopar uma cor, forma, textura e movimento que lembram aos clientes da padaria uma atmosfera retrô. Como exemplo, observe a Figura 11, podemos usar o rolo de abrir massa (elemento comum na cozinha das casas no passado), o trigo (remetendo ao principal ingrediente) posicionado como um abraço envolvendo a escrita manual do nome (remete ao artesanal) e cores terrosas que tragam a sensação de acolhimento. Quando desenvolvemos a construção da imagem da marca de forma correta não precisamos de muitas explicações, é o famoso ditado, uma imagem vale mais que mil palavras. FIGURA 11 – PROPOSTA LOGO DA PADARIA PÃOPAR FONTE: Adaptada de <https://www.shutterstock.com>. Acesso em: 12 out. 2021 Outro exemplo muito legal é que os símbolos e seus signifi cados podem variar em diferentes culturas. Quando você olha a imagem de uma pomba (pássaro) conforme a Figura 12, quais são as cinco palavras que vêm em sua cabeça? Escreva-as em um rascunho. FIGURA 12 – IMAGEM DE UMA POMBA E SUA REPRESENTAÇÃO SEGUNDO O AMBIENTECULTURAL FONTE: <https://shutr.bz/3v1KZSN>. Acesso em: 12 out. 2021. O estilo retrô se caracteriza pela utilização de objetos inspirados nas décadas de 1970 a 1980, traz como objetivo a inspiração no passado, uma conexão afetiva entre o espectador e o ambiente. NOTA 26 Agora escreva em quais produtos você colocaria essa ave, exemplo: em uma embalagem ou na criação de uma marca? Será que você pensou nas palavras leveza, suavidade ou limpeza? Existe uma marca de beleza que usa essa ave em suas embalagens e em seus nomes, lembrou? Você deve conhecer a marca DOVE, uma marca que faz sucesso a anos no Brasil e no mundo. Agora perguntamos, e se traduzirmos DOVE para o português e colocar na embalagem o nome pomba, em sua opinião, o produto iria ter o mesmo sucesso? Aproveite esse momento e converse com familiares a amigos, veja que observações eles fazem quanto ao assunto, como a tradução da palavra DOVE para pomba (espécie de ave) traz diferentes percepções. Estas diferentes percepções são consideradas como ruídos, pois quando escolhemos um elemento para representar algo podemos levar o observador a compreender a mensagem de forma errada. Você entendeu o que é semiótica e como seu estudo é importante para a criação de uma comunicação eficaz? A semiótica é uma área de estudo que possibilita analisar e compreender as relações entre um elemento e seu significado. Ela tem como objetivo, o estudo de diferentes fenômenos que geram significações distintas, de acordo com cada momento histórico e social, ligados a todas as formas de expressão, enquanto linguagem (SANTAELLA, 1983). Portando, compreender os conceitos e olhares que a semiótica nos proporciona é um exercício de compreensão, de identificação de todos os elementos que trazem sentindo a uma determinada cultura. 4 CRIAÇÃO DE CONTEÚDO Quando falamos que vivemos na era da informação não é algo novo, de que a informação precisa ser mais relevante para o consumidor também não é nada novo, o que temos de novo é o que informar, quais conteúdos o consumidor gostaria de receber ou até mesmo qual conteúdo ele busca? Vamos incluir ainda os motivos, o usuário busca conteúdo para se informar? Para passar o tempo? Para o prazer? Para melhorar o seu trabalho? O marketing de conteúdo é uma estratégia utilizada pelas organizações para atrair os consumidores com a criação de conteúdos que, quando bem desenvolvidos, ajudam a resolver problemas do consumidor. O marketing de conteúdo utiliza de 27 diferentes recursos como vídeos, e-books, postagens em redes sociais, textos e tantos outros, para entregar ao seu público-alvo informações que ajudam a conectar seus produtos e serviços com as necessidades desses usuários. Voltamos ao nosso cliente, a Padaria Pãopar, se ela quiser construir uma estratégia com a utilização de conteúdo ela pode criar um blog e nele publicar receitas, ensinar a preparar combinações e montar uma mesa de café com produtos que são ofertados pela padaria. Esta ação, além de melhorar a imagem da marca da padaria, consegue destaque nos sistemas de buscas como da empresa Google, ganhando, assim, engajamento de forma orgânica, novos clientes podem encontrar a padaria sem que tenha que investir em anúncios. As ferramentas de busca, em conjunto com os blogs, transformaram as pesquisas por produtos em pesquisas por informações. Elas se especializaram cada vez mais em encontrar sites, capturar seu conteúdo e relacionar o conteúdo a palavras-chave, a fi m de apresentar um resultado muito mais rico e útil para quem pesquisa (TORRES, 2009, p. 83). Todo conteúdo criado “precisa ser útil de alguma forma para o cliente, para além do que você pode oferecer como produto ou serviço” (PULIZZI, 2016, p. 84). IMPORTANTE Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017) aponta que o conteúdo criado não deve sobressair o produto ou serviço e sim agir em simbiose, como um convite à experiência da empresa. Neste caso, a Padaria Pãopar não deve ensinar a fazer os produtos que vendem, mas direcionar os clientes a adquirirem seus produtos e serviços e desenvolverem receitas a partir dele. ... a arte de se comunicar com seus clientes atuais e futuros sem vender. É o marketing que não interrompe. Em vez de vender seus produtos ou serviços, você entrega informações que faz os seus compradores fi carem mais inteligentes ou, então, os diverte para construir uma conexão emocional. A essência desta estratégia é a crença de que se Os conteúdos criados devem ser atraentes para o consumidor, ter relevância com o produto ou serviço ofertado, representar a marca, devem ainda apresentar perguntas e respostas convidando à interatividade. ATENÇÃO 28 nós, como empresas, fornecermos informações valiosas, consistentes e contínuas aos compradores, eles acabarão nos recompensando com mais negócios e lealdade (PULIZZI, 2016, p. 6). Não esqueça, a criação de conteúdos deve estar alinhada às demais documentações estratégicas conforme já estudado. Para auxiliar no processo de identifi cação de temas para a criação de conteúdo existem profi ssionais especializados, técnicas desde entrevistas com o consumidor, utilização de infl uenciadores e a identifi cação de termos mais buscados pelos consumidores que têm aderência a sua organização. FIGURA 13 – TELA GOOGLE TRENDS FONTE: <https://trends.google.com.br/trends/?geo=BR>. Acesso em: 25 out. 2021. A criação de conteúdo pode ser desenvolvida de diferentes formas, porém o seguinte passo a passo pode ser utilizado como um guia, observe que ele traz uma construção lógica que vai do planejamento até o resultado: • Planejamento: trabalho multidisciplinar envolvendo a equipe de decisores, com base na documentação e diretrizes estratégicas identifi car macro temas a ser desenvolvido. Como exercício existe uma ferramenta gratuita o Google Trends. Nele, você faz uma busca por palavras-chave; pode ser estratifi cado por região e a ferramenta permite identifi car insights por termos similares e, principalmente, se esses termos estão tendo crescimento em suas buscas. Vale a pena conferir! Acesse em: https://trends.google.com.br/ ESTUDO FUTUROS 29 • Persona: com base na persona identifi cada no planejamento de marketing e no brandbook defi nir quais macrotemas podem ser abordados, identifi cando microtemas que tenham aderência com o negócio e a persona. O tema escolhido precisa contemplar três pontos, temas de interesse do consumidor, que tenham relevância de busca nos portais e redes sociais e que ajudem a conectar a marca ao consumidor. • Criação de conteúdo: os conteúdos podem ser feitos em diversos formatos respeitando suas particularidades técnicas e que sejam pertinentes ao seu público (por exemplo: vídeos, e-books, postagens e redes sociais, textos etc.). • Publicação: a escolha do canal, de lista de transmissão por e-mail, da frequência de publicação. • Resultados: para ter certeza de que as ações estão funcionando, é preciso analisar os resultados referentes ao tráfego, interações sociais, networking e SEO (Search Engine Optimization –Otimização para mecanismos de busca). Quando estamos falando em criação e produção de mídia, foco de nosso estudo, somos parte de um planejamento maior e a criação de conteúdo deve estar alinhada diretamente com os objetivos norteadores da organização, ao fi m a mídia criada é o meio pela qual a mensagem é transmitida e dialogada perante os diferentes públicos-alvo. Neste site, você pode compreender mais sobre o assunto estudado. Acesse: https://neilpatel.com/br/blog/producao-de-conteudo/. INTERESSANTE No Quadro 3 temos exemplos de conteúdos gerando uma infi nidade de possibilidades para o desenvolvimento das estratégias. Segundo Gabriel (2020) esta escolha é defi nida pelo consumidor, quem escolhe o tipo ou a forma de conteúdo é o consumidor, precisamos identifi car quais as fontes de informação fazem mais sentido. QUADRO 3 – TIPOS E FORMAS DE CONTEÚDO Postagens em blog: o blog da empresa pode e deveser usado para promover conteúdo. Alie a estratégia de conteúdo com a estratégia de SEO, pois isso te ajudará a manter as postagens em uma programação consistente. Os profi ssionais de marketing que priorizam o conteúdo do blog têm uma probabilidade 13 vezes maior de obter um ROI positivo (HUBSPOT, 2019). • E-books: o conteúdo do e-book deve seguir algum tipo de estrutura narrativa e ter um bom design visual. O objetivo de um e-book é educar, mas é importante manter o texto consistente com a voz da sua marca. Semelhante a um post de blog, os e-books também têm um melhor resultado de leitura ao organizar o texto com subtítulos que dividem o assunto em seções específi cas. Um e-book pode ser salvo em PDF, ePUB (Electronic Publication é o formato de 30 e-book mais flexível para dispositivos móveis) e AZW (específico para o dispositivo Kindle, da Amazon). Um e-book relevante deve refletir algum ponto de dor do público-alvo, seja para ajudá-lo a comprovar algo de forma mais profunda, seja para ensiná-lo a fazer algo com base na sua especialidade. São algumas ideias de e-book: estudos de casos, pesquisas, demonstração do produto (como extrair valor do seu produto e não uma brochura de propaganda), playbook (algo replicável para se atingir determinado objetivo com boas práticas sobre um assunto), curso rápido (educação sobre algum assunto). • White papers e relatórios: esses materiais são semelhantes aos de um e-book, pois são principalmente educacionais, mas os relatórios e documentos técnicos geralmente são menos visuais graficamente e usam uma linguagem mais profissional. Em termos estratégicos, esse tipo de conteúdo pode criar oportunidades de parceria com outras organizações. • Vídeo: para usar efetivamente o vídeo como parte de uma estratégia de conteúdo, tente mantê-lo o mais atemporal possível, para que você consiga extrair o máximo de valor ao longo do tempo. Caso você queira focar no YouTube como canal de distribuição de vídeos, uma recomendação estratégica seria criar vídeos sobre assuntos que as pessoas já estão procurando em seu segmento. Use o Google Trends para isso ou ferramentas como o SEM Rush para entender quais são as palavras-chave mais buscadas em torno do seu segmento de negócio. Os tipos mais comuns de conteúdo usando o formato vídeo são: webinars (seminário transmitido pela Internet), stories (vídeos verticais curtos em redes sociais 9:16), posts de vídeo em redes sociais, publicações 16:9 no YouTube. • Infográficos: é uma forma de comunicação visual destinada a capturar a atenção e melhorar a compreensão das pessoas sobre um assunto de forma rápida. Geralmente, um infográfico contém dados de pesquisa, texto curto, esquemas de como algo funciona etc. Idealmente, um infográfico deve ter o mínimo de texto possível, ser visualmente atraente, deixar as imagens contar a história, conter um assunto atraente para seu público-alvo e ser apoiado por um conteúdo de análise em seu blog e canais sociais. Adicionar um infográfico em seu blog ou Pinterest pode ser uma das estratégias mais eficazes para gerar tráfego e autoridade de domínio para o seu site, já que muitas pessoas podem replicar o infográfico em seus próprios sites, fazendo referência ao seu. • Podcasts: os podcasts são episódios de conteúdo em áudio, todos focados em um tópico ou tema específico. O objetivo é fazer as pessoas seguirem o programa, como se fosse um canal no YouTube, com um aplicativo como o Spotify ou Deezer, e ouvir episódios sempre que quiser, mas principalmente em momentos de deslocamento ou quando se está fazendo alguma outra coisa rotineira. Os podcasts podem ter de um minuto a três horas, dependendo do conteúdo e da jornada do seu público-alvo. Se ele se desloca muito, porém são deslocamentos curtos, o recomendado é fazer episódios de 15 minutos, por exemplo. Em relação à frequência de publicação, você pode distribuir diariamente, semanalmente ou mensamente; mais do que isso descaracteriza o formato de episódios. Geralmente, os podcasts de distribuição diária são mais curtos, com conteúdo mais perecível, como notícias ou fatos. Já os podcasts distribuídos mensalmente são mais perenes. No Brasil, mais de 31 milhões de brasileiros escutam podcasts mensalmente (IBOPE, 2019). Os principais canais de distribuição de podcasts são: Spotify, Google Podcasts, Apple Podcasts, Deezer e SoundCloud. • Apresentações, decks e slides: as apresentações são um ótimo formato para dividir ideias complexas em poucos slides. Para quem é palestrante, uma das principais estratégias de capturar leads e entender a satisfação da plateia é disponibilizar a apresentação para download em alguma landing page, resguardada por uma pesquisa de satisfação como condição da 31 liberação do link. Você também pode distribuir a sua apresentação no Slideshare, maior site de apresentações comprado pelo LinkedIn em 2012, no qual há ferramentas de captura de lead. • Estudos de caso e casos de sucesso: crie estudos de caso com números reais e histórias de cada persona do seu público-alvo. Isso ajudará a manter o conteúdo focado no valor e nos resultados, não na marca, além de fazer o lead ou cliente se identificar com a persona da história. Geralmente, esse tipo de conteúdo é distribuído no site da empresa, em fluxo de e-mail no inbound (fundo de funil) ou em conversas diretas com algum vendedor. Os principais formatos usados para compilar esse conteúdo são os PDFs e os vídeos. Os casos de sucesso são excelentes para ajudar a quebrar algum tipo de objeção do lead no estágio de conversão. • Demonstrações: é uma avaliação em vídeo que pode ser gravado ou ao vivo. Esse tipo de conteúdo funciona bem para iniciar o diálogo e começar a qualificar melhor seus leads. Se você possui um produto baseado em SaaS (Software as a Service), pode usar a demonstração como conteúdo de “on-boarding” (processo de familiarização do usuário com o produto) no período de teste. • E-mail: esse é um dos tipos de conteúdo mais antigo e difundido da Internet. O e-mail está contido na estratégia de e-mail marketing, que contempla newsletter (boletins informativos periódicos), promoções, informações transacionais (e-commerce, por exemplo), cold e-mails (e-mails personalizados de automação, usados na estratégia de inbound marketing). O e-mail é uma excelente forma de manter seu público informado sobre seu conteúdo, além de divulgar seu negócio. • GIF (Graphics Interchange Format): esse é um dos tipos de conteúdo mais viralizados da Internet, pois atualmente tem sido usado para expressar algum sentimento ou humor. Os GIFs são excelentes para comunicação, pois são fáceis de consumir e levam pouquíssimo tempo para serem interpretados, oferecem capacidade de “call to action” e proporcionam um impacto emocional que pode conectar sua empresa ao seu público. FONTE: Gabriel (2020, p. 342) 5 DESIGN A partir dessa fala temos um direcionamento de como os conceitos do design precisam ser empregados. Como vimos, todo o projeto de conteúdo deve ser alinhado e desenvolvido conforme os norteadores estratégicos e o mais importante para esta fase é o brandbook “como vimos, ele mantém um direcionamento criativo”, com diretrizes para a criação da identidade de marca, se preocupando com todas as formas de contato com o mercado. Como exemplo da importância do design, vamos pegar uma campanha de marketing da padaria Pãopar. Para entregar a campanha ao mercado você vai precisar de algumas ferramentas como uma landing page, rede social, e-mails marketing, um anúncio, estratégia SEO etc., e o design fica responsável de chamar a atenção do público-alvo e encaminhá-lo para uma ação, seja conversão, compra, reconhecimento etc., portanto, os designers precisam estar atentos a tudo que acontece no mercado e com a tecnologia. 32 A seguir, vamos conhecer os principais pontos a serem observados quando criamos o design de algum criativo. Importante, não são regras, são recomendações, em um mundo criativo a
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