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10 Centro Universitário Leonardo Da Vinci Educacional Leonardo Da Vinci Adrielly de Melo da Silva (2524216) PROJETO DE ESTÁGIO Baião-PA 2022 SUMÁRIO 1 PARTE I: PESQUISA 3 1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA: ÁREA DE CONCENTRAÇÃO E JUSTIFICATIVA 3 1.2 OBJETIVOS 3 1.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3 2 PARTE II: PROCEDIMENTOS DO ESTÁGIO 8 2.1 METODOLOGIA 8 2.2 CRONOGRAMA 9 REFERÊNCIAS 9 1 PARTE I: PESQUISA 1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA: ÁREA DE CONCENTRAÇÃO E JUSTIFICATIVA O desenvolvimento e aprendizagem dos alunos não dependem exclusivamente deles, mas sim dos métodos propostos em sala de aula e como é apresentada a disciplina. O processo de alfabetização e letramento é muito sério e apresentado de forma inadequada pode traumatizar o individuo e atrapalhar seu desenvolvimento integral, por isso a necessidade de compreender tais processos. 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 OBJETIVOS DE ENSINO O objetivo geral deste projeto é descrever a importância da alfabetização e letramento nas séries iniciais. Objetivos específicos: · Compreender a totalidade da alfabetização e letramento para construção pessoal e coletiva dos alunos; · Conhecer os conceitos de alfabetização e letramento; · Analisar os métodos adequados de tais processos. 1.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 História da alfabetização no Brasil A educação brasileira foi marcada no período de colonização e em 1549, com a chegada dos padres jesuítas e seu método de ensino o Ratio Studiorum. Naquele período a leitura e a escrita era de cunho religioso e com a expulsão dos jesuítas (1759) a educação passou a ser dever do estado, com isso começou a elaboração de leis para assegurar a educação no Brasil e assim a leitura e a escrita passou a vista como um instrumento para formar cidadãos para o desenvolvimento do país, para promover a moral e valorização patriótica (SILVA et al., 2007 p.22). O termo analfabetismo passou a ser reconhecido no século XIX com a proibição do voto de pessoas que não sabiam ler e escrever, naquela época pessoas alfabetizadas era aquelas capazes de escrever seu próprio nome e somente elas tinham o direito de voto. [...] um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado; alfabetizado é aquele indivíduo que saber ler e escrever, já o indivíduo letrado, indivíduo que vive em estado de letramento, é não só aquele que sabe ler e escrever, mas aquele que usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a escrita, responde adequadamente às demandas sociais de leitura e de escrita. (SOARES 1998, P.39,40) No período de 1920 a 1970, a alfabetização no Brasil “[...] era entendida como o aprendizado da leitura e escrita, sendo o método de ensino subordinado ao nível de maturidade alcançada pelas crianças. A medida do seu nível de maturidade levava à classificação das crianças e agrupamento em classes homogêneas para a alfabetização” (SGANDERLA; CARVALHO, 2010). Ao falar da historia da alfabetização, as cartilhas devem ser citadas, afinal por muitos anos elas estiveram presentes neste processo. A Cartilha Sodré, Caminho Suave, Cartilha da infância etc., segundo Cagliari (1996), elas apresentam a mesma estrutura, ou seja, são compostas por letras, sílabas, palavras e frases curtas para facilitar a aprendizagem da leitura e da escrita. Presente desde há muito tempo na prática da alfabetização Barbosa (1990), a cartilha é um recurso didático que foi incorporado ao processo de ensino da leitura e da escrita como algo natural. Usada como único recurso ou apenas como material complementar, ela tem sido instrumento indispensável em sala de aula para a grande maioria dos professores (Amâncio, 2002, p. 14). A cartilha por ser um ótimo recurso didático e se adequar a alguns métodos acaba gerando uma acomodação por parte de alguns professores, o ensino passa a ser sistematizado e mecanizado e isso acaba restringindo a leitura e escrita global e o aluno passa a reproduzir palavras e letras de forma superficial e sem muito significado. A história da alfabetização brasileira está ligada aos métodos de ensino, desde o final do século XIX e isso certamente gera varias teorias a um sério problema: a dificuldade das crianças em aprender a ler e a escrever, principalmente em escolas públicas. 2.2 Alfabetização e letramento A alfabetização é um dos estágios mais importantes do aprendizado, se não for o mais importante. Não apenas porque o aluno passará a ler e escrever, mas porque todos os aspectos envolvidos neste processo são importantes. A alfabetização precisa ser vista de outra maneira e não apenas como um processo de memorização para aprender ler e escrever, o aluno precisa construir seu conhecimento baseado na natureza conceitual. O processo de alfabetização desempenha um papel de extrema importância na vida do estudante e uma vez que é realizado de forma ineficaz pode acarretar sequelas que irão prejudicar o desempenho do aluno nas séries finais. Alfabetização escolar é entendida como um processo de ensino e aprendizagem da leitura e escrita em língua materna, na fase inicial de escolarização da criança - é um processo complexo e multifacetado que envolve ações especificamente humanas e, portanto, políticas, caracterizando-se como dever do Estado e direito constitucional do cidadão (MORTATTI 2010, p.329). A alfabetização é o ensino e o aprendizado de uma tecnologia de representação da linguagem humana, ou seja, a escrita. O letramento amplia o conceito da alfabetização, ele é uma prática que abrange os usos e as funções sociais da leitura e da escrita. Segundo Soares (2003) a alfabetização é a aprendizagem da técnica, domínio da escrita, da leitura e da relação que existe entre grafemas e fonemas, assim como dos diferentes instrumentos de escrita. Ou seja, é um processo que vai muito além de decodificação de letras e sílabas, é aprender ler e escrever para fazer parte do meio social. Enquanto a alfabetização é o processo de aquisição do sistema de escrita alfabético, ou seja, da aprendizagem da leitura e da escrita, de forma mais específica, o letramento refere-se às capacidades e às habilidades do sujeito em utilizar essas aprendizagens nos diferentes contextos sociais das práticas de leitura e escrita (SOARES, 2001). O letramento transmite as habilidades de compreensão leitora e os usos reais e significativos da língua escrita. Ele deve ser introduzido muitos antes do processo formal de alfabetização. Segundo Magda Soares (2003), “Letrar é mais que alfabetizar, é ensinar a ler e escrever dentro de um contexto onde a escrita e a leitura tenham sentido e façam parte da vida do aluno”. É necessário entender que a alfabetização tem inicio, meio e fim, trata-se de uma fase em que a criança passa e ela só faz sentindo quando é trabalhada junto com o letramento, pois é a continuação do processo de alfabetização. Tfouni (2006) define letramento como algo contínuo do processo de ensinar a ler e escrever, e está além do ser alfabetizado, é o mesmo sinônimo de alfabetização. A alfabetização e o letramento são conceitos frequentemente confundidos e sobrepostos, é importante distingui-los, ao mesmo tempo em que é importante também aproximá-los: a distinção é necessária porque a introdução, no campo da educação, do conceito de letramento tem ameaçado perigosamente a especificidade do processo de alfabetização; por outro lado, a aproximação é necessária porque não só o processo de alfabetização, embora distinto e específico, altera-se e reconfigura-se no quadro do conceito de letramento, como também este é dependente daquele. (SOARES, 2003, p. 90). Nesta visão, dar-se a compreender que a alfabetização e o letramento são processos distintos, porém interligados. Freire (1987, p. 7) aponta para o conceito de alfabetização numa perspectiva de letramento quando afirma que “[...] aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se é, antes de qualquer coisa, aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, não numa manipulação mecânica de palavras, mas numa relaçãodinâmica que vincula linguagem e realidade”. 2.3 Métodos de alfabetização O processo de alfabetização é bem complexo, a partir da necessidade de saber como ocorre a aprendizagem da leitura e escrita surgiu alguns métodos de alfabetização que evoluem de acordo necessidades sociais, pois a sociedade se encontra em constate evolução. Ao iniciar o processo de alfabetização, o professor deve ter um compromisso com a qualidade de ensino que irá propor, é necessário ter conhecimento das necessidades dos alunos e entender que cada um tem sua individualidade, por isso a escolha do método que será aplicado é importante, pois a metodologia deve se adaptar com as crianças. Os métodos de alfabetização são: método tradicional que se associa ao método sintético e analítico e o método construtivista. Alguns desses métodos ainda não passam segurança para os professores e alunos, pois estes métodos integram a memorização dos conteúdos ensinados, dificultando o processo e a capacidade de aprendizagem do individuo. O método sintético impõe uma correspondência entre o som e a grafia, entre o oral e o escrito, através do aprendizado por letra por letra, ou sílaba por sílaba e palavra por palavra. O método baseia-se na associação de estímulos visuais e auditivos, valendo-se apenas na memorização como recurso didático – o nome das letras é associado à forma visual, as sílabas são apresentadas de cor e com elas se formam palavras isoladas. Não se dá atenção ao significado, pois as palavras são trabalhadas fora do contexto. Trata-se de processo árido, com poucas possibilidades de despertar o interesse para a leitura, que pressupõe uma separação radical entre alfabetização e letramento (CARVALHO, p. 22. 2011). Segundo Visvanathan (2019) o método analítico, também conhecido como “método olhar-e-dizer”, defende que a leitura é um ato global e audiovisual. Partindo deste princípio, os seguidores do método começam a trabalhar a partir de unidades completas de linguagem para depois dividi-las em partes menores. Por exemplo, a criança parte da frase para extrair as palavras e, depois, dividi-las em unidades mais simples, as sílabas. Conhecer e respeitar as necessidades e interesses da criança; partir da realidade do aluno e estabelecer relações entre a escola e a vida social são diretrizes do pensamento escolanovista. Métodos ativos – aprender fazendo, liberdade para criar e participação da criança no planejamento do ensino são algumas estratégias recomendadas. (CARVALHO, p. 32, 2011). Os métodos de alfabetização devem ser questionados por professores e estudiosos, pois mesmo que a educação passe por tantos avanços ainda sim existem muitas dificuldades para se alfabetizar, ou seja, mesmo que uma criança esteja na idade para iniciar o processo, muitos estudantes chegam às séries finais do ensino fundamental e até mesmo ao ensino médio sem o domínio pleno da leitura e escrita. Tabela 1: Significado dos métodos de alfabetização MÉTODOS SINTÉTICOS MÉTODOS ANALÍTICOS ALFABÉTICO: Aprender os nomes das letras; reconhecer fora da ordem alfabética; redescobri-las em palavras ou textos, a partir da soletração. PALAVRAÇÃO: A unidade linguística é a palavra que deve ser reconhecida graficamente sem a necessidade de decompô-la em sílabas, letras ou mesmo fonemas e grafemas. A proposta é de que se forme um repertório antes de construir frases e pequenos textos. SILÁBICO: Considera a sílaba a unidade linguística fundamental, já que, na prática, só se pode pronunciar a consoante juntamente com a vogal. Começa-se pelas sílabas formadas por uma consoante e uma vogal, até chegar às mais complexas. SENTENCIAÇÃO: A proposta é partir de uma unidade de significado mais completa que é a frase. O estudante deve reconhecer e compreender o sentido de uma sentença para só depois analisar as suas partes menores (palavras e sílabas). FÔNICO: Prioriza o ensino dos sons e grafemas do alfabeto, começando dos mais simples para os mais complexos (vogais e consoantes). GLOBAL: Parte-se de um texto, trabalhado por certo tempo, no qual o aluno memoriza e entende o sentido geral do que é “lido”. Só depois se analisam as sentenças e se identificam as palavras, comparando as suas composições silábicas. Fonte: Nova Escola (2010) Os métodos de alfabetização auxiliam e fornece informações aos professores que atuam neste processo, são importantes e precisam ser investigados para que seja utilizado o método mais adequado para os alunos, atendendo então as necessidades dos indivíduos. (...) O processo de alfabetização e letramento é relacionada às atividades lúdicas, ou seja, com foco no brincar. Tais atividades devem ser pensadas e projetadas para que as crianças até seis anos de idade desenvolvam suas habilidades linguística sem grandes pressões, de forma natural e leve (CENTRO DE ESTUDO E FORMAÇÃO, 2007). A ludicidade deve estar presente na rotina escolar, às atividades lúdicas são convenientes para o processo de alfabetização e letramento, pois não existe lugar especifico para se alfabetizar. Através do jogo a criança aprende resolver problemas sociais, intelectuais e morais, desenvolve o raciocínio e a reflexão. A atividade lúdica deve fazer parte do programa escolar, pois, é só através desta atividade que a criança realmente conseguirá trabalhar espontaneamente. A linguagem, a história, as artes plásticas e a música oferecem os meios para a criança satisfazer sua necessidade de ação, de movimento e jogo. (FEIL, 1983.p. 35) Sendo assim, atribuir a ludicidade para algum método do processo de alfabetização e letramento tem um grande valor para a aprendizagem dos alunos, diferente do que muitos professores imaginam o lúdico não atrapalha o entendimento e a percepção dos alunos, mas ajuda a desenvolver habilidades importantes. 2 PARTE II: PROCEDIMENTOS DE ESTÁGIO 2.1 METODOLOGIA Para que o presente projeto fosse concluído em sua plenitude, as atividades que foram aqui desenvolvidas foram amparadas por uma ampla pesquisa da literatura, a fim de coletar dados e informações que amparam e validam as informações apresentadas no presente projeto. Ao se basear em uma metodologia de revisão bibliográfica, a qual por meio de leituras críticas, reflexões e avaliações dos artigos científicos selecionados como ferramenta de pesquisa, possibilita uma melhor compressão da temática escolhida, “A pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses etc.” (SEVERINO, 2007, p. 122). Desta forma, o presente projeto buscou realizar as pesquisas em sites conceituados no mundo acadêmico como Scielo, Núcleo do conhecimento e Google acadêmico. O estágio curricular obrigatório de educação infantil foi realizado na escola municipal de educação infantil Pequeno Príncipe, localizada na zona urbana da cidade de Baião, Rua Lauro Sodré, centro. A turma observada foi a do jardim II, na qual pude fazer a observação para conhecer a escola como: infraestrutura, funcionários, funcionamento, relação entre família e escola. 2.2 CRONOGRAMA DATA TURNO E HORÁRIO ATIVIDADE 10/11/2022 Matutino Carta de apresentação 11/11/2022 Matutino Ficha de frequência 14/11/2022 Matutino Acompanhamento do professor 15/11/2022 Matutino Observação para o roteiro 16/11/2022 Matutino Elaboração dos planos de aula REFERÊNCIAS CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e letrar: Um diálogo entre teoria e a pratica. 8 ed. Rio de Janeiro : Vozes, 2011. FEIL, Iselda Teresinha Sausen. Alfabetização: Um desafio para um novo tempo. 3ª ed. Rio Grande do Sul: Vozes, 1983. 167p. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 20. ed. São Paulo: Cortez, 1987. _________. Magda, Letramento: Um tema em três gêneros/ Magda Soares, Belo Horizonte: Autêntica, 1998, 12. MORTATTI, M. R. L. Alfabetização no Brasil: conjecturas sobre as relações entre políticas públicas e seus sujeitos privados. Revista Brasileira de Educação, v. 15, n. 44, p. 329-341, maio/ago.2010. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2007. SMOLKA, Ana Luiza B. A criança na fase inicial da escrita: a alfabetização como processo discursivo. São Paulo: Cortez, 1988. SOARES, M. Alfabetização e letramento. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2004. SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. SOARES, Magda Becker. Letramento e alfabetização: as muitas facetas. Disponível em: http//www.anped.org.br//26/outros-textos//semagdsoares.doc>______, Magda Becker. Leitura e escrita. 26ª Reunião Anual da ANPED, Poços de Caldas, 2003. _1156253328.bin _1156253328.bin
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