Buscar

Grupos Reflexivos para Homens Autores de Violência Metodologia e Vivências Grupais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Atividade Avaliativa
	O presente estudo tem como objetivo apresentar os desafios teórico-práticos para a condução de grupos de homens autores de violência no contexto da justiça. Para construção deste, utilizou-se como base, reflexões adquiridas no decorrer das aulas do curso de capacitação para atuação no Programa Despertar e referenciais teórico-metodológicos desenvolvidos ao longo do curso.
 Diante do contexto, nota-se os possíveis desafios posto a condução de grupos, que é composto por indivíduos com personalidades distintas, que pode dificultar ou facilitar o desenvolvimento do mesmo. As situações complexas está em contribuir para prevenção e redução da violência de gênero, promovendo a responsabilização dos homens autores de violência doméstica, possibilitando o cumprimento de medidas e/ou penas alternativas.
 	Para contribuir com o estudo sobre a problematização de gênero, recorro aos estudos de Valeska Zanello (2018). Ao referir-se à violência de gênero, considera-se as influências masculinas e femininas, o que torna ainda mais necessária certa reflexão profunda sobre a construção de mulheres e homens em nossa sociedade. Essas definições, porém, foram feitas no âmbito de uma corporação basicamente patriarcal, na qual os homens recebiam um selo para estabelecer a conduta e o domínio do corpo, já a mulher considerada sexo frágil. Entender a dinâmica passa por entender a naturalização dos processos socioculturais que legitimam a vantagem masculina.
 	De acordo com a autora, as mulheres se subjetivariam a partir de dois dispositivos: o amoroso e o materno. Isso significa que a valorização feminina em nossa sociedade está atrelada ao reconhecimento da mulher por um homem que a veja como parceira e ao cumprimento da função materna.
 A verdadeira “mulher” deve encontrar um companheiro e a partir de certa idade, caso esteja solteira, passa a ser pressionada a estabelecer uma relação amorosa. Também deve estar disposta ao sacrifício por seus filhos, por seu marido e pela ordem doméstica.
Quanto à subjetivação masculina, a mesma também ocorre conforme dois dispositivos: o laboral e o sexual (ZANELLO, 2018). O “homem de verdade” deve ser reconhecido como um bom trabalhador e alguém que mantém o maior número de relações sexuais possíveis. Enquanto no imaginário masculino homossocial e homoafetivo, as mulheres são entendidas como objetos sexuais (ZANELLO, 2018).
Dentre os desafios os teórico-práticos para a condução de grupos de homens autores de violência no contexto da justiça, está a sensibilização dos participantes sobre a questão de gênero e as consequências da violência sobre as mulheres, a promoção das relações respeitáveis e equitativas entre os gêneros. Bem como o desenvolvimento de recursos e habilidades não violentas no âmbito das relações interpessoais, especialmente conjugais e familiares.
	Desnaturalização da conduta violenta contra a mulher, elevando o nível de consciência das consequências dos atos de violência, tanto para o autor quanto para a vítima. Observação na totalidade a participação dos homens integrante do grupo, refletir sobre as ações e consequências. 
 	Extinção do foco de postura de homem vitimizante, proporcionando reflexões acerca da temática. Observação ao homem que justifica a violência ou a minimiza, e não confrontar, mas, fazer com o que mesmo venha refletir com argumentos adequados. Apresentação de alternativas quando os participantes estão com fala continuas, ou sejam não param de falar, principalmente quando os assuntos não forem pertinentes ao grupo. 
	Existem possibilidades nos grupos reflexivos da participação de indivíduos que não conseguem se mostrar atraentes ou atraídos pelo movimento grupal. De acordo com Nery e Conceição (2012), caso isso ocorra, deve ao facilitador focar nessas pessoas, oportunizando mostrarem o que pensam e querem, em um esforço de as inseri-las no grupo. 
 	Destarte, Zanello (2018) propõe que os dispositivos de gênero podem atuar produzindo sofrimento psíquico a homens e mulheres, ao mesmo tempo em que servem como fatores de proteção em alguns casos, considerando que os dispositivos são privilegiados a cada gênero e, portanto, impelem a formas de ser e agir específicas, tomadas como “naturais”.
	Cabe mencionar que todo o conhecimento produzido nos grupos reflexivos para homens autores de violência, se dará de forma espontânea, com a participação de todos, sendo conduzido pelos facilitadores, composta por equipe de profissionais qualificados em realização de grupos reflexivos, capazes de enfrentar os desafios de trabalhar gênero, masculinidades, violência com um determinado público alvo, que frequenta esses grupos.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
NERY, Maria da Penha; CONCEIÇÃO, Maria Inês Gandolfo (org.). Intervenções grupais: o psicodrama e seus métodos. 1ª. ed. São Paulo: Ágora, 2012.
ZANELLO, Valeska. Saúde Mental, gênero e dispositivos. Cultura e processos de subjetivação. Curitiba: Appris, 2018.

Continue navegando