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7 Assistência à necessidade de Transporte dos Trabalhadores

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GESTÃO DE BENEFÍCIOS 
Autor: Ricardo Luz 
 
GESTÃO DE BENEFÍCIOS 
TEMA 7 
Assistência à necessidade de Transporte dos Trabalhadores 
OBJETIVO DA APRENDIZAGEM DA AULA 
Ao final da aula você será capaz de: 
Conhecer os diferentes tipos de benefícios que atendem à necessidade de locomoção dos trabalhadores, bem como a forma de gerenciá-
los. 
 
 
 
CONTEÚDO DA AULA 
Neste tema iremos conhecer os benefícios que as grandes empresas oferecem a fim de atender à necessidade de Transporte dos seus 
empregados. 
As empresas auxiliam os seus empregados de várias formas no tocante ao seu deslocamento de suas residências para o trabalho, e 
vice-versa. 
A forma mais comum é a que atende à exigência legal, através da concessão do vale-transporte. Algumas empresas fornecem ainda 
transporte coletivo, outras subsidiam as despesas que os empregados têm com os seus próprios veículos. Algumas concedem veículos 
a determinados colaboradores, outras fornecem estacionamento. Vejamos cada caso: 
1. Vale-Transporte: legislação; operacionalização e cuidados; 
2. Transporte coletivo: opções; vantagens; cuidados; gestão; 
3. Estacionamento. 
4. Auxílio-combustível; 
5. Automóveis; gestão; blindagem; 
6. Motorista particular; 
VALE-TRANSPORTE 
É um benefício obrigatório, que ajuda o trabalhador nas suas despesas de deslocamento da residência – trabalho – residência, garantindo 
que essa despesa não exceda a 6% do seu salário. 
Portanto, o trabalhador arca com até 6% do seu salário base e o que excede a esse limite deve ser assumido pelo empregador. 
A Lei no 7.418, de 16 de dezembro de 1985, instituiu o vale-transporte e a Lei no 7.619, de 30 de setembro de 1987, tornou obrigatória 
a sua concessão pelas empresas. Esta última lei foi regulamentada pelo Decreto 95.247, de 17 de novembro de 1987. 
O empregador deve adiantar para o empregado, na forma de vale-transporte, o montante que ele utilizará para cobrir as despesas de 
deslocamento no trajeto residência–trabalho–residência. Posteriormente, a empresa poderá descontar do salário do empregado o valor 
adiantado até o limite de 6% de seu salário básico. O que exceder a esse limite deverá ser assumido pela empresa. 
Na admissão, o funcionário preenche um termo de adesão ao VT, informando o endereço residencial; os meios de transporte que utiliza; 
o número de vezes utilizado no dia para o deslocamento residência–trabalho–residência e indica o valor pago. Informa também o 
endereço completo e assina o documento. A empresa deve exigir o comprovante de residência. 
 TEMA: Assistência à necessidade de Transporte dos 
 Trabalhadores 
Quando o funcionário é cadastrado no sistema da folha de pagamento, este já calcula quantos vales ele vai usar por tipo de tarifa, para 
efeito do pedido de VT 
A entidade que recebeu a concessão para emissão e comercialização do vale-transporte disponibiliza para as empresas uma rotina ou 
um software para geração das requisições de compra dos vales. Cabe às empresas requisitar e efetuar os pagamentos dos vales 
adquiridos. 
O empregado que falta ao trabalho por doença ou por outro motivo pode ter esses dias descontados na próxima concessão de seus 
vales. Da mesma forma a empresa não se obriga a conceder o VT ao empregado durante o período de seu afastamento. 
O empregador não pode pagar o VT em dinheiro, sob pena de esse pagamento se caracterizar como salário e sobre esse valor incidir 
os encargos trabalhistas. Ele deve ser fornecido na forma de cartões eletrônicos ou bilhetes de papel que possam ser utilizados no 
sistema de transporte coletivo público. 
Por se tratar de um benefício de natureza monetária, é recomendável que o setor responsável pelos vales-transporte realize uma auditoria 
regular a fim de prevenir ou coibir eventuais abusos na utilização dos mesmos, tais como a indicação equivocada ou falsa de endereço, 
itinerário ou tipo de condução. 
O empregado fica sujeito a demissão por justa causa na hipótese de agir de má-fé em relação às referidas informações. 
Nas diferentes hipóteses de ausência ao trabalho, inclusive nas legalmente abonadas, a empresa pode compensar os vales já concedidos 
para esses dias. 
A empresa que concede o “transporte coletivo” fica desobrigada de fornecer o vale-transporte, desde que cubra integralmente o trajeto 
dos empregados. 
O empregado não pode comercializar os vales que recebe, constituindo tal ato falta grave. 
Quem utiliza o seu carro ou não utiliza o transporte público, por exemplo, por morar perto da empresa, deve declarar-se não optante do 
benefício. 
O gasto da empresa com vale-transporte pode ser deduzido como despesa operacional e também do imposto de renda devido, em 
conformidade com as disposições legais. 
 
TRANSPORTE COLETIVO 
Algumas empresas concedem transporte coletivo aos seus colaboradores. Segundo a 12ª Pesquisa de Benefícios, realizada em 2019 
no Brasil, pela AON, empresa de Consultoria com atuação em vários países, com 640 empresas de vários segmentos econômicos, 47% 
das empresas pesquisadas oferecem transporte de fretado ou van como benefício. 
Trata-se de um benefício extremamente dispendioso, em função dos seus custos. Todavia, revela-se muito importante para as empresas, 
em função do seu impacto nas contratações e na fixação dos seus empregados. 
A localização da empresa é um fator determinante para a concessão desse benefício. Empresas situadas longe das áreas de maior 
densidade demográfica, costumam oferecer esse benefício, a fim de viabilizar a contratação de funcionários talentosos que residem 
longe dessas empresas. Portanto, a oferta do transporte coletivo constitui uma importante estratégia de atração e fixação de talentos 
para essas empresas. 
As empresas não compram veículos para oferecerem esse benefício, em função do alto investimento demandado, da depreciação desse 
ativo com o passar do tempo e em função desse capital ficar imobilizado. 
As empresas contratam ônibus ou vans para o transporte de seus funcionários. 
As empresas que atendem ao transporte coletivo público e as empresas de transporte turístico, costumam fretar alguns de seus veículos 
para as empresas que oferecem transporte para os seus funcionários. 
Outra alternativa muito utilizada é o uso de vans contratadas de cooperativas. 
Esse benefício proporciona para os empregados as seguintes vantagens: 
• Segurança: Nas grandes cidades, a segurança é uma preocupação dos trabalhadores. Lamentavelmente, os assaltos dentro de ônibus 
constituem uma prática muito comum. Portanto, o transporte privativo protege os empregados contra esse risco, já que só são 
transportados os funcionários da empresa. 
• Conforto: Nas grandes cidades os transportes coletivos andam lotados, especialmente nos horários de final dos expedientes normais 
de trabalho. Geralmente, os funcionários das empresas que proporcionam esse benefício viajam sentados em ônibus que respeitam a 
lotação de passageiros. 
• Pontualidade: Outra grande vantagem, tanto para os empregados quanto para as empresas, é a garantia da pontualidade. Esses 
veículos, contratualmente, ficam obrigados a chegar à empresa alguns minutos antes do início do expediente. 
• Comodidade: Nas grandes cidades, os trabalhadores perdem um tempo enorme nos deslocamentos de suas residências para o 
trabalho, e vice-versa, pois normalmente tomam duas conduções para chegarem ao trabalho e mais duas para retornarem às suas casas. 
Com o transporte oferecido pelas empresas, muitos empregados só utilizam esse único meio de transporte, já que os trajetos desses 
veículos procuram atender aos bairros onde residem uma maior densidade de trabalhadores, além de só utilizarem um ônibus. 
• Integração: As viagens diárias geram uma maior integração entre os passageiros. A seguir são listadas algumas empresas que 
oferecem transporte coletivo. 
O transporte coletivo atende aos funcionários dos diferentes níveis hierárquicos. 
Na escolha dos trajetos,
o critério geralmente adotado pelo RH é o de contemplar os bairros que atendam a um maior número de 
funcionários. 
O RH deve ainda exercer um controle sobre a prestação desse serviço, por parte da empresa contratada, Para isso, deve realizar 
pesquisas com os usuários sobre a ocorrência de eventuais irregularidades no trânsito; descumprimento dos trajetos estabelecidos pela 
empresa; paradas fora dos pontos pré-estabelecidos. 
Segundo a 12ª Pesquisa de Benefícios, realizada em 2019 no Brasil, pela AON, empresa de Consultoria com atuação em vários países, 
com 640 empresas de vários segmentos econômicos: 
- 47% das empresas oferecem transporte de fretado ou van como benefício. 
- Em 72% das empresas que oferecem esse benefício, ele é de livre escolha. 
- 72% das empresas que ofertam o benefício de fretado oferecem vale-transporte para locomoção até o ponto de parada mais próximo 
do mesmo. 
- Percentual de desconto do salário do colaborador: 74% das empresas descontam 6%; 10% delas descontam 3%; 7% delas descontam 
2%; 7% delas descontam 1%; 2% delas descontam 2%. 
- Em caso de ônibus/van fretados, 52% das empresas não descontam a parte do colaborador; 21% das empresas descontam um 
percentual de acordo com o salário; 19% das empresas descontam um valor fixo; 8% das empresas descontam um percentual do custo. 
A seguir algumas empresas que oferecem transporte coletivo. 
Na Springer Carrier, em Canoas, RS, o transporte é gratuito para os funcionários. 
Na Ouro Fino Agronegócio, fabricante de produtos farmacêuticos para a saúde animal, com sede em Cravinhos, SP, os funcionários 
possuem transporte subsidiado. 
Na Landis + Gyr, fabricante suíça de equipamentos de medição, cuja sede se localiza em Curitiba, o transporte e a alimentação são por 
conta da empresa. 
Na Brasken, empresa petroquímica fabricante de resinas termoplásticas, os empregados têm transporte gratuito. 
Na Tortuga, fabricante de insumos para ração animal, com sede em São Paulo, os funcionários dispõem de ônibus fretado para ir à 
fabrica. 
 
ESTACIONAMENTO 
Muitas empresas dispõem de estacionamento próprio. Nas grandes indústrias esse benefício ainda é mais comum, em função das 
grandes áreas que essas empresas necessitam para a instalação de seus parques fabris. 
Algumas empresas alugam vagas de estacionamentos próximos às suas instalações. Quando alugado, o benefício é concedido 
prioritariamente aos cargos executivos, mas também pode ser estendido a outros níveis hierárquicos. 
Quando o estacionamento é próprio e tem um número de vagas que não atende ao número de funcionários interessados, o critério 
geralmente utilizado para distribuir as vagas é o da hierarquia. Primeiro atende-se aos diretores, depois aos gerentes, assim seguindo a 
hierarquia, até completar as vagas. 
De modo geral, as vagas da diretoria da empresa ficam reservadas. 
Quando o estacionamento é próprio, as vagas que não são reservadas, são usadas por ordem de chegada. 
Segundo a 12ª Pesquisa de Benefícios, realizada em 2019 no Brasil, pela AON, empresa de Consultoria com atuação em vários países, 
com 640 empresas de vários segmentos econômicos: 
- 74% das empresas pesquisadas oferecem estacionamento como benefício. 
- 75% das empresas pesquisadas possuem estacionamento próprio. 
- 63% disponibilizam para todos os colaboradores; 32% disponibilizam somente para a alta direção e para gerência; somente 5% 
oferecem somente para a alta direção. 
- Apenas em 5% das empresas, há exigência de contribuição por parte dos colaboradores. 
- O custo médio mensal da vaga à época da pesquisa era de R$ 281,82. 
- O valor médio do reembolso era de R$ 230,03. 
Esse benefício oferece ao usuário algumas vantagens: 
 o empregado não perde tempo procurando vagas para estacionar; 
 segurança: não tem o risco do carro ser riscado ou amassado; 
 conforto: o carro não fica exposto ao sol, chuva, poeira. 
 
AUXÍLIO-COMBUSTÍVEL 
Segundo a 12ª Pesquisa de Benefícios, realizada em 2019 no Brasil, pela AON, com 640 empresas de vários segmentos econômicos, 
38% das empresas oferecem vale-combustível como benefício. 
Quem é elegível? 
- Alta Direção = valor médio R$ 1.410,15. 
- Cargos Gerenciais = valor médio R$ 826,75. 
- Coordenação/Supervisão = valor médio R$ 589,32. 
- Especialista/Analista = valor médio R$ 383,27. 
 
REEMBOLSO POR KM RODADO 
Segundo a Pesquisa realizada em 2019 no Brasil, pela AON, 42% das empresas pesquisadas oferecem reembolso/km como 
benefício. 
Quanto ao Critério de Elegibilidade: 
- 61% para todos os empregados; 
- 23% para determinados níveis hierárquicos; 
- 16% segundo critérios específicos. 
- O valor médio do reembolso/km é de R$ 0,91. 
CARRO 
Esse benefício é geralmente concedido para ocupantes de cargos executivos. Geralmente para presidentes, diretores e as vezes para 
gerentes. 
Segundo a 12ª Pesquisa de Benefícios, realizada em 2019 no Brasil, pela AON, com 640 empresas de vários segmentos econômicos, 
44% das empresas pesquisadas oferecem automóvel como benefício. 
 O valor do automóvel varia conforme o nível hierárquico: 
Diretores: valor médio do carro em 2019, R$ 145.057,94. 
Gerentes: valor médio do carro em 2019, R$ 71.642,17. 
Ainda segundo a pesquisa da AON, realizada em 2019 no Brasil, pela AON, 19% das empresas pesquisadas ofereciam carros para 
coordenadores/supervisores, no valor de R$ 55.199,88 e 3% dessas empresas ofereciam também para os Especialistas/Analistas, no 
valor de R$ 39.778,67. 
A cada ano cresce a blindagem de veículos. Segundo a pesquisa, 25% das empresas pesquisadas oferecem carro blindado somente 
para o Presidente.12% oferecem para presidentes e vice-presidentes. 10% para todos os cargos executivos. 1% dos carros é blindado 
para todos. 
Ainda segundo a pesquisa da AON, 86% das empresas pagam combustível e 59% delas possuem um limite de valor do combustível. 
- 73% das empresas adotam um Limite mensal em reais, no valor de R$ 1.235,57. 
- 18% das empresas adotam um limite em Km. 
- 9% das empresas adotam um limite em litros. 
Quanto ao subsídio concedido aos empregados contemplados: 
- 65% das empresas concedem o benefício através de Cartão Combustível; 
- 16% praticam o Reembolso; 
- 15% adotam o Cartão de Crédito Corporativo; 
- 2% adotam um valor fixo concedido em folha de pagamento; 
- 2% adotam outra modalidade. 
 
Quanto a outras despesas pagas pelas empresas: 
- 78% delas pagam o seguro; 
- 14% pagam IPVA e Licenciamento; 
- 5% pagam pedágio; 
- 3% pagam a lavagem do veículo. 
 
Em quais momentos as empresas assumem o custo do pedágio: 
- 67% delas pagam quando o empregado está à serviço; 
- 19% pagam no deslocamento casa-trabalho e quando à serviço; 
- 8% pagam no deslocamento casa-trabalho, quando à serviço e nos finais de semana; 
- Em 6% das empresas o custo é totalmente do empregado. 
 
Quanto à Periodicidade de renovação do veículo: 
- 51%, de 3 em 3 anos; 
- 16% de 4 em 4 anos; 
- 16% de 2 em 2 anos; 
- 11% anualmente; 
- 4% mais de 4 anos. 
66% das empresas oferecem aos colaboradores a opção de compra do veículo, com os seguintes percentuais de desconto: 
- 49% das empresas dão o desconto de 15,1% a 30%; 
-20% dão o desconto de 30,1% a 50%; 
- 20% dão o desconto até 15%; 
- 7% dão desconto de 50,1% a 70%; 
- 4% dão o desconto acima de 70,1%. 
Os carros concedidos aos executivos geralmente são alugados em vez de comprados pelas empresas. Isso por conta do alto investimento 
para a aquisição, e também em função da depreciação e do fato desse capital investido ficar imobilizado. 
 
MOTORISTA PARTICULAR 
Este benefício geralmente é extensivo aos presidentes ou principais executivos das empresas. 
Segundo a 12ª Pesquisa de Benefícios, realizada em 2019 no Brasil, pela AON, com 640 empresas de vários segmentos 
econômicos,14% das empresas pesquisadas oferecem o benefício. 
 
Quem é elegível a esse benefício? 
- Em 95% das empresas pesquisadas pela AON, esse benefício
é só para os presidentes. 
- Em 41%, para vice-presidentes. 
- Em 29% das empresas pesquisadas o benefício também é estendido aos diretores. 
 
52% das empresas pesquisadas permitem que os motoristas acompanhem os executivos nos finais de semana. 
O motorista é funcionário da empresa em 75% das empresas pesquisadas e em 25% delas, ele é terceirizado. 
INDICAÇÃO DE LEITURA 
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BIBLIOGRAFIA: 
Luz, Ricardo. Gestão de Benefícios: a experiência brasileira. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2011.

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