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Princípios e diretrizes do SUS

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Princípios e diretrizes do SUS 
 
Para compreender todo o funcionamento do SUS (Sistema Único de Saúde), é 
necessário entender seus princípios e diretrizes. Para isso, orquestraremos 
nosso resumo em três esferas: base conceitual, base normativa e base prática. 
1. A base conceitual refere-se à diferenciação entre princípios doutrinários e os 
organizativos. 
2. A base normativa cobra conceitos previstos nos marcos legais e na Política 
de Atenção Básica (PNAB). 
3. E, por fim, a base prática compreende o que significa cada um dos 
princípios, diretrizes e atributos, buscando identificar cada um pelos exemplos 
situacionais. 
 
Segundo o artigo 196 da Constituição Federal, a saúde é um direito de todos e 
um dever do Estado, devendo este ser garantido mediante políticas que visem, 
entre outros aspectos, o acesso universal e igualitário às ações e serviços para 
sua promoção, proteção e recuperação. Logo, identificamos na Carta Magna a 
presença da universalidade e da igualdade. 
Ademais, o artigo 198 descreve que as ações e os serviços públicos de saúde 
integram uma rede regionalizada e hierarquizada de acordo com as seguintes 
diretrizes: 
I – descentralização: com direção única em cada esfera de governo; 
II – atendimento integral: com prioridade para as atividades preventivas, sem 
prejuízo dos serviços assistenciais; 
III – participação da comunidade. 
Lei nº 8.080 de 1990 
Conhecida como Lei Orgânica da Saúde é umas das mais famosas e cobradas 
em provas. Seu 7º artigo estabelece alguns conceitos como: 
As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou 
conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são 
desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição 
Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios: 
 
I – universalidade de acesso aos serviços de saúde; 
II – integralidade de assistência; 
III – preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade 
física e moral; 
IV – igualdade da assistência à saúde; 
V – direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; 
VI – divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a 
sua utilização pelo usuário; 
VII – utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a 
alocação de recursos e a orientação programática; 
VIII – participação da comunidade; 
IX – descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera 
de governo: 
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; 
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde; 
X – integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e 
saneamento básico; 
XI – conjugação dos recursos financeiros: tecnológicos, materiais e humanos 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de 
serviços de assistência à saúde da população; 
XII – capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; 
XIII – organização dos serviços públicos; e 
XIV – “atendimento para mulheres e vítimas de violência doméstica em geral”. 
 
ATENÇÃO: a saúde das pessoas não depende apenas de ações voltadas para 
o setor de saúde, por isso essas ações devem estar integradas com outras 
relacionadas a intervenções no meio ambiente e no saneamento básico. Esses 
últimos também são considerados determinantes da saúde, em que as três 
esferas do governo (federal, estadual e municipal) precisam unir esforços, 
conjugando todos os recursos disponíveis para melhor atender às 
necessidades de saúde da população. 
 
 
Política nacional de atenção básica (PNAB) 
De acordo com o documento, os termos “Atenção Básica e Atenção Primária à 
Saúde” são equivalentes. Sua terceira portaria de 2007 estabelece os 
seguintes princípios e diretrizes do SUS: 
Princípios: universalidade, equidade e integralidade; 
e Diretrizes: regionalização, hierarquização, cuidado centrado na pessoa, 
territorialização, resolutividade, ordenação da rede, longitudinalidade do 
cuidado, participação da comunidade. 
Universalidade 
É um princípio doutrinário garantido na constituição, que visa assegurar a 
acessibilidade e o acolhimento das pessoas nos serviços de atenção à saúde. 
Equidade 
Define que os indivíduos são diferentes, possuindo características biológicas, 
psíquicas, culturais e sociais diversas. “De forma resumida, define tratar de 
forma desigual os desiguais”. Logo, grupos vulneráveis devem receber uma 
maior atenção, diminuindo assim a desigualdade. 
Integralidade 
É um princípio doutrinário que visa enxergar o ser humano como um todo, 
incluindo seus aspectos biopsicossociais, com ações em todos os níveis de 
prevenção e serviços dos mais variados níveis de atenção. Ou seja, é um 
conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, 
individuais e coletivos, em todos os níveis de complexidade do sistema, com 
prioridade em ações preventivas. 
Descentralização e comando único 
Com o processo de descentralização, ocorreu uma redistribuição dos poderes 
e das responsabilidades de saúde entre as três esferas do governo, com 
ênfase para os municípios. Entretanto, cada esfera do governo possui 
autonomia e soberania em suas decisões e atividades desde que respeitados 
os princípios e as diretrizes do SUS e a participação da sociedade. 
Regionalização 
São ações e serviços públicos integrados em uma rede regionalizada, com 
serviços organizados e circunscritos considerando uma área geográfica 
delimitada para atender às características de determinada região. Seu principal 
objetivo é facilitar o acesso da população à rede por organizá-la em regiões de 
saúde. 
Hierarquização 
A atenção primária é considerada o primeiro nível de atenção à saúde, logo 
deve funcionar como porta de entrada de todo o sistema de saúde. 
 
Atenção primária: menor densidade tecnológica. Ex: unidade básica de saúde; 
 
Atenção secundária: densidade tecnológica intermediária. Ex: serviços 
especializados em nível ambulatorial e hospitalar; e 
 
Atenção terciária: alta densidade tecnológica. Ex: hospitais de grande porte. 
 
Participação da comunidade 
Efetivada em 1988, no artigo 198 da Constituição Federal, e regulamentada 
pela Lei nº 8142, de 1990, no qual o controle social do SUS é garantido por 
meio dos Conselhos e Conferências de Saúde. Por meio dessas instituições 
representativas, a comunidade participa na formulação de estratégias e no 
controle da execução da política de saúde, podendo assim cobrar melhorias 
nos serviços, sugerir ações de promoção à saúde etc. 
 
Atributos da atenção primária à saúde 
No ano de 2002, Barbara Starfield definiu os cuidados primários à saúde ao 
nível mundial, sugerindo alguns princípios da atenção primária à saúde (APS), 
dividindo-os em: 
 
Atributos essenciais: acesso de primeiro contato, integralidade, 
longitudinalidade e coordenação da atenção. 
Atributos derivados: orientação familiar, comunitária e competência cultural. 
O acesso ao primeiro contato refere ao conceito na qual a APS deve funcionar 
como porta de entrada preferencial do sistema de saúde, com fácil acesso. 
 
 
Já a longitudinalidade pressupõe que a atenção à saúde seja regular e 
continuada com seguimento ao longo do tempo, fortalecendo assim o vínculo 
entre a equipe de saúde e o usuário ou a comunidade. Para uma 
longitudinalidade efetiva, devemos buscar uma comunicação adequada, escuta 
qualificada, aliada a uma construção do vínculo e negociação do plano 
terapêutico. 
A coordenação da atenção envolve a articulação do fluxo entre os diferentes 
pontos da rede de atenção à saúde com o objetivo de resolver a demanda de 
saúde da população. 
Muitas vezes demandam diferentes profissionais que precisam trabalhar em 
sincronia em benefício da saúde doindivíduo. As principais ferramentas que 
facilitam essa troca de informações entre profissionais é o sistema de 
referência e contrarreferência. 
Ademais, a orientação comunitária refere ao reconhecimento das necessidades 
em saúde da comunidade, além de suas potencialidades, por meio de dados 
epidemiológicos e mapeamento do perfil da população. Com isso, a relação 
entre comunidade e serviço de saúde é melhorada. 
Por fim, a orientação familiar leva em consideração o contexto familiar, 
mapeando possíveis fatores de origem do problema. Outra forma seria através 
do fortalecimento de vínculos, suporte e auxílio nos cuidados à saúde. Não 
menos importante, a competência cultural busca que o médico adote uma 
linguagem mais acessível para a realidade cultural do paciente, buscando 
compreender a linguagem da população e o desenvolvimento de habilidades 
de comunicação, facilitando assim sua aceitação na comunidade. 
 
ATUALIZAÇÃO: Telessaúde no Âmbito do SUS – Medicina Preventiva 
Após a regulamentação da Telemedicina no país, dia 3 de junho foi publicada 
no Diário Oficial da União a Portaria GM/MS nº1.348, de 2 de junho de 2022, 
que dispõe sobre as ações e serviços de Telessaúde no âmbito do SUS.

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