Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DESCRIÇÃO Apresentação da evolução do pensamento econômico até a formação da escola clássica de economia entre os séculos XVIII e XIX. PROPÓSITO Compreender os pontos centrais e as contribuições das correntes e dos pensadores mais importantes desde a Antiguidade até os clássicos. PREPARAÇÃO Você só precisa de lápis e papel para acompanhar este tema. OBJETIVOS MÓDULO 1 Descrever a evolução do pensamento econômico até Adam Smith MÓDULO 2 Listar as principais teorias dos pensadores clássicos após Adam Smith INTRODUÇÃO O estudo da história do pensamento econômico investiga as raízes e a evolução histórica de teorias econômicas ao longo do tempo. Tendo isso em vista, apresentaremos neste tema as principais escolas, teorias e pensadores desde a Antiguidade até os clássicos do início do século XIX. No primeiro módulo, estudaremos os “pré-clássicos”. Tendo isso em vista, destacaremos as importantes contribuições deles para a evolução do pensamento econômico. Em seguida, versaremos sobre Adam Smith, considerado o ponto inicial da chamada economia clássica. No segundo módulo, descreveremos os “clássicos” que lhe sucederam, dando destaque a cinco deles: Thomas Malthus, Jean-Baptiste Say, Jeremy Bentham, David Ricardo e John Stuart Mill. MÓDULO 1 Descrever a evolução do pensamento econômico até Adam Smith DOS PRÉ-CLÁSSICOS A ADAM SMITH O nascimento da economia política foi um processo complexo e longo. Os estudiosos da Antiguidade e da Idade Média refletiam bastante sobre questões como comércio, dinheiro, preços e taxas de juros, mas uma disciplina autônoma só foi desenvolvida entre o final do século XVII e o início do XVIII. Filósofos da Antiguidade clássica e teólogos da Idade Média tinham como tarefa primordial fornecer conselhos sobre comportamentos moralmente aceitáveis no campo das relações econômicas. Havia, portanto, uma preocupação maior com as consequências das práticas morais humanas do que propriamente com a própria prática econômica. A economia política nasceu da conjunção de dois problemas maiores: Questão moral Quais regras de conduta o ser humano deve respeitar no domínio da atividade econômica? Questão científica Como funcionaria uma sociedade baseada na divisão de funções de trabalho e na troca de mercadorias? A economia política floresceu, portanto, como uma ciência moral e advinda de anseios da própria sociedade. Um fator importante que contribuiu para a separação progressiva entre o campo de pesquisa da economia e o das demais ciências sociais foi a mudança de perspectiva estimulada por descobertas no campo das ciências naturais. EXEMPLO Descobertas como as de Galileu Galilei (1564-1642) no campo da astronomia e de Isaac Newton (1642-1727) no da física. Essas descobertas favoreceram o reconhecimento de que as questões científicas relativas à nossa compreensão do mundo físico deveriam ser abordadas independentemente daquelas de cunho moral, empregando, para isso, métodos de análise diferentes dos tradicionalmente aplicados. TROCAS Interpretado como troca de mercadorias por dinheiro, o mercado já existia desde a Atenas de Péricles ou a Roma de César. OS PRÉ-CLÁSSICOS Por volta do século XVII, observou-se uma grande mudança na forma como as questões econômicas eram tratadas devido, de certa forma, às alterações radicais que intervieram na organização da vida econômica e social. Em particular, podemos destacar o papel das trocas. Até então, as trocas representavam uma parcela relativamente limitada da produção social total, ocorrendo em condições de extrema irregularidade por conta de algumas questões. Destacaremos três delas a seguir: QUESTÃO 1 Incidência de fatores meteorológicos sobre as safras. QUESTÃO 2 Dificuldades de transporte. QUESTÃO 3 Insegurança sobre os direitos de propriedade privada. EXEMPLO Na economia feudal, as trocas por meio do mercado diziam respeito principalmente ao produto excedente. Por outro lado, já havia uma rede delas envolvendo produtos de luxo, como especiarias, rendas e metais preciosos. Em paralelo, houve o desenvolvimento de uma rede de relações, gradualmente conectando os principais centros comerciais. Nessa fase, pequenas comunidades rurais caracterizavam-se pela autoprodução – ou seja, pela produção para consumo direto. Coexistiam nela algum grau de especialização produtiva e pagamentos em moedas com trocas de mercadorias. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) QUANDO A AUTOPRODUÇÃO (SUBSISTÊNCIA) PERDEU ESPAÇO PARA A PRODUÇÃO VOLTADA PARA O MERCADO? RESPOSTA 1 RESPOSTA 2 RESPOSTA 1 Quando a propriedade privada se estendeu para a terra. RESPOSTA 2 Quando a produção manufatureira artesã cresceu. No novo sistema de mercado que vinha progressivamente se desenvolvendo, os trabalhadores não eram – nem na agricultura, nem na manufatura – proprietários dos meios de produção ou dos bens que produziam. Além disso, as manufaturas artesãs – e, no futuro, as chamadas plantas industriais – eram crescentemente caracterizadas pelo uso de meios de produção especializados cuja produção estava a cargo de firmas diferentes das que os utilizavam. javascript:void(0) javascript:void(0) Fonte: Shutterstock.com COMENTÁRIO A ausência de regularidade e uniformidade na atividade econômica pode ajudar a explicar as observações genéricas feitas ao longo da história sobre as condições de oferta e demanda como determinantes dos preços de mercado. Na presença de variações acentuadas em ambas e na ausência de indicações claras sobre os fatores que as determinam, essas observações genéricas não permitiram o alcance de uma teoria de preços totalmente desenvolvida. Os textos de filósofos da Antiguidade Clássica ou da Idade Média possuíam ideias ou observações de interesse para o desenvolvimento da economia política, mas estavam inseridos em um contexto incapaz de constituir uma análise sistemática das questões econômicas. A aceleração do debate econômico só ocorreu a partir do século XVI. Nas seções a seguir, destacaremos alguns pensadores e certas correntes que se destacaram no período chamado de pré-clássico. ESCOLÁSTICOS Nos séculos XII e XIII, um novo modelo cultural vinha sendo gradualmente solidificado. Fonte: Shutterstock.com Com base na vida intelectual das "escolas" – vem daí a origem de seu nome –, a escolástica foi caracterizada pela referência a alguns filósofos da Antiguidade. Seu objetivo principal, como aquele presente em toda a Antiguidade e Idade Média, era encontrar regras de conduta moral. Fonte: Shutterstock.com O método escolástico foi baseado na ideia de autoridade e na definição de regras de conduta com base em princípios de fé. Na Idade Média, a Igreja era vista como um "corpo místico", funcionando como uma realidade superior acima do cristão individual ou de qualquer outro grupo social. Bastava, a partir daí, apenas um pequeno passo para a ideia de que o Estado é superior à família e ao indivíduo. WILLIAM PETTY Fonte: Shutterstock.com William Petty (1623-1687) é comumente lembrado como o fundador da política aritmética. Seu objetivo é introduzir o método quantitativo na análise dos fenômenos sociais para permitir um tratamento mais rigoroso, embora ela também tente dar uma explicação racional aos dados reunidos. Para Petty, não bastava apenas registrar e descrever a realidade em termos de número, peso ou medida... A questão era expressá-la em tais termos a fim de que ela pudesse ser interpretada. QUE OUTRA CARACTERÍSTICA ESSENCIAL DA NOVA ABORDAGEM METODOLÓGICA TAMBÉM FOI ADOTADA POR PETTY? RESPOSTA RESPOSTA A separação nítida entre ciência e moral. O problema da moral não poderia ser um entrave à ciência (que é simplesmente um meio), e sim somente aos fins que os humanos buscam atingir por intermédio da utilização de seus resultados. A contribuição da moral reside em suas reflexões sobre questões econômicas institucionais e demográficas. RICHARD CANTILLON javascript:void(0)Fonte: Autor desconhecido/Wikimedia Commons/licença (CC BY 3.0... Richard Cantillon. Autor de Ensaio sobre a natureza do comércio em geral , Richard Cantillon (1680-1734) considerava os cálculos aritméticos ferramentas aproximadas com o objetivo de descrever a realidade e encontrar uma chave interpretativa, e não de – como fez Petty – revelar leis quantitativas subjacentes. Ainda assim, Cantillon utilizou uma série de elementos do fundador da política aritmética. Em particular, a ideia de que há um "corpo político" capaz de obter uma produção excedente além das necessidades dos meios de produção e subsistência. No entanto, há diferenças na abordagem de ambos. William Petty Para Petty, a conexão entre as diferentes partes do “corpo político” residia principalmente no fato de elas estarem submetidas a um único poder estatal. Richard Cantillon Cantillon via a conexão entre as diferentes partes do “corpo político” como decorrente de um processo de circulação de mercadorias explicitamente ligado ao processo de produção. Quanto à teoria do valor, ele também retomou as ideias de Petty de que o valor intrínseco de uma mercadoria surge da medida da terra e do trabalho que entram em sua produção. FRANÇOIS QUESNAY Ele foi o autor do livro Quadro econômico (em francês, Tableau économique ), publicado em 1758. FRANÇOIS QUESNAY E OS FISIOCRATAS Os fisiocratas foram um grupo combativo de economistas franceses agrupado em torno de François Quesnay (1694-1774). Eles atribuíam um papel fundamental ao desenvolvimento da agricultura, que consideravam o único setor capaz de produzir excedente, ou seja, gerar valor. javascript:void(0) Fonte: Autor: Johann Georg Wille/Wikimedia Commons/licença (CC BY 3.0...) François Quesnay. François Quesnay foi o primeiro economista a representar em um esquema analítico as inter- relações produtivas que ligam os diferentes setores, os quais, em um sistema econômico baseado na divisão do trabalho, decorrem da heterogeneidade dos meios de produção em cada setor. SETOR ESTÉRIL Esse setor era assim denominado pelo fato de que essas atividades apenas transformavam em produtos processados determinado conjunto de matérias-primas (incluindo meios de subsistência para os trabalhadores do setor). A agricultura era considerada o único setor produtivo – ou seja, capaz de gerar excedentes – da economia. Quesnay presumiu que a tecnologia mais avançada era geralmente adotada nela. Outras atividades foram agrupadas sob a rubrica de “setor estéril” . O valor dos produtos processados mostrava-se igual ao dos meios de produção e de subsistência utilizados para obtê-los. javascript:void(0) Resultado: não havia a criação de valor no setor estéril. A subdivisão do sistema econômico em setores correspondia à da própria sociedade em classes sociais: CLASSE PRODUTIVA Fonte: Shutterstock.com Quem atua na agricultura (camponeses e agricultores). CLASSE ESTÉRIL Fonte: Shutterstock.com Artesãos (inclusive operários da indústria e comerciantes). CLASSE ARISTOCRÁTICA Fonte: Shutterstock.com Proprietários de terra (para a qual se acumulava o excedente obtido no setor agrícola). Incluía a nobreza e o clero. EXCEDENTE O excedente (o que resta do produto, uma vez descontados os meios de produção e de subsistência dos trabalhadores na economia) correspondia ao consumo da nobreza e do clero, os quais, nada produzindo, podiam comprar produtos agrícolas e manufaturados a cada ano apenas por receberem suas rendas do setor produtivo. O livro Quadro econômico contém vários gráficos que delineiam uma série de trocas de mercadorias por dinheiro entre os diferentes setores e as distintas classes sociais necessárias para permitir a sobrevivência e o desenvolvimento da economia. Isso foi possibilitado por um processo circular em que, a cada ano, as fases de produção, troca e consumo se sucediam. Ao final do ciclo produtivo, o processo de circulação era acionado pela nobreza, utilizando o dinheiro recebido com a renda do aluguel da terra para adquirir produtos agrícolas e manufaturados. No final, a classe produtiva vendia o excedente de sua produção, obtendo, javascript:void(0) assim, o dinheiro para pagar os aluguéis aos proprietários. Um novo ciclo de produção podia então ser iniciado. No processo circular descrito por Quesnay, os diferentes setores e classes sociais estão interligados: a distribuição do produto entre essas classes distintas ocorre simultaneamente ao processo de trocas que permite a cada setor reintegrar as dotações iniciais de meios de produção e de subsistência. Como o excedente fica para os proprietários, somente as rendas deles têm de arcar com toda a carga tributária. POR QUE AS TENTATIVAS DE FAZER COM QUE OS IMPOSTOS RECAÍSSEM SOBRE OUTRAS CLASSES NÃO SÓ ESTAVAM FADADAS AO FRACASSO, MAS TAMBÉM CUSTAVAM CARO PARA O SISTEMA ECONÔMICO COMO UM TODO? RESPOSTA 1 RESPOSTA 2 RESPOSTA 1 Por conta do desincentivo à acumulação. RESPOSTA 2 javascript:void(0) javascript:void(0) Por conta da mudança técnica: tributos sobre produtores distorcem decisões sobre uso de tecnologia. O desincentivo à acumulação e a mudança técnica decorriam dos impostos sobre os agricultores. ADAM SMITH Adam Smith (1723-1790) é normalmente considerado o fundador da economia como disciplina e o primeiro expoente dos chamados economistas “clássicos”. Sua obra A riqueza das nações estabeleceu os alicerces que se tornariam os princípios básicos da compreensão dos economistas a respeito de: Comportamento individual Mecanismo de mercado Papel dos mercados e suas relações com a política pública Smith foi o primeiro a, de maneira explícita, caracterizar o comportamento econômico individual como focado no “interesse próprio” (Self-interested behavior) , admitindo que o desejo das pessoas por ganhos é o responsável por explicar: 1 Trabalho 2 Produção 3 Existência de um sistema econômico LIVRO ANTERIOR Teoria dos sentimentos morais (em inglês, Theory of moral sentiments ), de 1759. Tal comportamento foi inicialmente considerado contraditório em relação a outro princípio desenvolvido por Smith em um livro anterior: a empatia (ou “sentimento de companheirismo”) entre os seres humanos, os quais, ao tentarem se imaginar no lugar dos outros, entendem seus sentimentos e suas expectativas, sendo instados a agir de acordo com eles. Um exemplo desse princípio era... Dar a aqueles que passam necessidade. Futuramente, essa aparente contradição foi resolvida ao se considerar que o “interesse próprio” e a empatia enfatizam diferentes aspectos da natureza humana, cujas importâncias relativas variam de acordo com a situação. Com isso, torna-se possível levar em consideração diferentes motivações e formas de comportamento, desde o comércio e as ações em busca de lucro até a filantropia. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) O entendimento desses dois aspectos do pensamento de Adam Smith justifica a expressão “o pai da economia” em um sentido amplo. Sua contribuição consistiu em ressaltar a complementariedade entre estas duas ações: Ação 1 Guiar-se pelo “interesse próprio”. Ação 2 Atribuir um papel central a regras morais para o funcionamento adequado da vida comum em sociedade. Enquanto a disciplina foi por muito tempo vista como uma análise sistemática do comportamento de indivíduos conduzidos por “interesse próprio”, a pesquisa atual tende a integrar formas de comportamento pró-social. Analisaremos a seguir quatro aspectos fundamentais da obra e do pensamento smithiano. TEORIA DOS SENTIMENTOS MORAIS Em Teoria dos sentimentos morais , conforme destacamos anteriormente, Adam Smith propôs o “princípio moral da empatia” (Moral principle of empathy) , isto é, a habilidade de compartilhar os sentimentos dos outros. Isso faz com que julguemos nossas ações tendo em vista tanto os efeitos sobre os outros quanto sobre nós mesmos. As visões liberais de Smith são baseadas em duas hipótesesrelacionadas: HIPÓTESE 1 Cada pessoa sabe melhor do que qualquer outra sobre os próprios interesses. A primeira hipótese incorpora a rejeição por uma gestão centralizada da economia, mesmo aquela feita por um príncipe esclarecido; logo, uma economia de mercado é melhor do que uma centralizada. javascript:void(0) HIPÓTESE 2 Entre esses interesses, está o desejo de “ser querido” e, portanto, o respeito pelo bem-estar dos outros. A segunda hipótese constitui, portanto, uma pré-condição para que a premissa de se guiar pelo “interesse próprio”, com inúmeros agentes econômicos em competição entre si, leve ao bem-estar da sociedade. Além disso, segundo Smith, os indivíduos avaliam as próprias ações tendo como referência um espectador externo dotado de conhecimento acerca de todos os elementos que eles mesmos conhecem. EXEMPLO As instituições jurídicas, cujo funcionamento é indispensável para garantir a segurança do mercado de trocas, encontram nesse princípio do comportamento moral o apoio concreto necessário. Desse modo, a famosa frase de Smith (1976) “não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que esperamos nosso jantar, mas sim de seus olhares para os próprios interesses” implica a hipótese – vital para o funcionamento de uma economia de mercado – de uma sociedade baseada na aceitação geral do princípio moral da empatia e dotada de instituições administrativas e jurídicas necessárias para lidar com as questões em que a moralidade comum é violada. Adam Smith propôs a linha de uma maior confiança na capacidade dos indivíduos de se “autogovernarem” (Self-governing) . Entretanto, a livre busca pelo interesse próprio enfrenta dois limites: Fonte: Autor/Shutterstock EXTERNO AO INDIVÍDUO Sistema jurídico, uma das funções fundamentais que ele atribui ao Estado. Fonte: Autor/Shutterstock INTERNO AO INDIVÍDUO Empatia pelos demais seres humanos. O recurso simultâneo a esses dois elementos mostra como Smith tinha uma visão positiva – ainda que não fosse idealizada – do homem. A RIQUEZA DAS NAÇÕES No original, esta obra se chamava An inquiry into the nature and causes of the wealth of nations. Publicada em 1776, ela é dividida em cinco livros: LIVRO 1 LIVRO 2 LIVRO 3 LIVRO 4 LIVRO 5 Divisão do trabalho (e, assim, progresso tecnológico) com a teoria do valor e da distribuição de renda. Moeda e acumulação. Uma breve digressão sobre a história das instituições e da economia desde a queda do Império Romano. Uma ilustração crítica de doutrinas mercantis e princípios fisiocráticos. Despesas e receitas públicas, assim como, de forma mais geral, o papel do Estado na economia. Adam Smith identificou como “riqueza das nações” o que hoje chamamos de renda per capita ou, essencialmente, o padrão de vida dos cidadãos do país em consideração. Com isso, ele abandonava as visões anteriores, que se concentravam na maximização da renda nacional total de um país como fonte de poder econômico e, portanto, de poderio militar e político. Tratava-se de uma visão que veria, por exemplo, a Suíça como menos “rica” do que a Índia. A renda nacional (Y) é igual à quantidade de produto obtido em média por cada trabalhador (ou produtividade do trabalho, π) multiplicado pelo número de trabalhadores empregados na produção (L): Se dividirmos a renda nacional pela população (N), obteremos a renda per capita. Como consequência, essa renda se mostra igual à produtividade do trabalho multiplicada pela participação dos trabalhadores ativos sobre o total da população: Mais especificamente, o padrão de vida da população depende de dois fatores: A proporção de cidadãos empregados em trabalho produtivo .L N A produtividade do seu trabalho (π). A divisão do trabalho entra em jogo aqui. Na verdade, de acordo com Smith: A produtividade do trabalho depende principalmente do estágio alcançado por essa divisão. Por sua vez, tal estágio é dependente do tamanho dos mercados. TESE Trata-se do efeito positivo da divisão de trabalho na produtividade Adam Smith ilustrou sua primeira tese com o conhecido exemplo da fábrica de alfinetes (que veremos abaixo). Três circunstâncias conectam essa divisão e a produtividade: CIRCUNSTÂNCIA 1 Melhoria nas habilidades do trabalhador quando ele regularmente realiza uma tarefa específica em vez de uma multiplicidade de tarefas. CIRCUNSTÂNCIA 2 Economia de tempo de trabalho geralmente perdido ao se mudar de uma tarefa para outra. CIRCUNSTÂNCIA 3 Progresso técnico facilitado pela possibilidade de concentrar a atenção em uma tarefa de trabalho específica. Consideraremos agora a conexão entre o crescimento do mercado e o desenvolvimento da divisão do trabalho. QUANDO UMA FIRMA SE EXPANDE PARA MELHORAR TAL DIVISÃO, ELA TEM DE javascript:void(0) COLOCAR NO MERCADO UM PRODUTO QUE TENHA AUMENTADO EM QUANTIDADE DEVIDO A UM AUMENTO DE... RESPOSTA 1 RESPOSTA 2 RESPOSTA 1 Número de trabalhadores empregados. RESPOSTA 2 Sua produtividade. No exemplo de Smith da fábrica de alfinetes, consideremos o seguinte cenário: javascript:void(0) javascript:void(0) Fonte: Shutterstock.com CENÁRIO 1 Um trabalhador que faz tudo sozinho produz cerca de dez alfinetes por dia. Fonte: Shutterstock.com CENÁRIO 2 Uma pequena fábrica com dez trabalhadores consegue cerca de 50.000 unidades por dia. A produção, como um todo, aumenta cinco mil vezes como resultado de um incremento de dez vezes no número de trabalhadores e um aumento de quinhentas vezes em sua produtividade. Portanto, a fim de absorver a produção da pequena fábrica, o mercado também precisa crescer cinco mil vezes na comparação com o tamanho do mercado suficiente para um único trabalhador produzindo alfinetes. Claramente, o tamanho do mercado constitui a principal restrição ao desenvolvimento da divisão de trabalho. Deriva disso o liberalismo econômico de Smith: o que quer que seja um obstáculo para o comércio também o será ao desenvolvimento da divisão de trabalho, travando, desse modo, aumentos na produtividade e no bem-estar dos cidadãos. Em outras palavras, isso afeta a riqueza das nações. Na esteira de Cantillon e Quesnay, Smith considerou uma sociedade dividida em três classes com diferentes tipos de renda: ETAPA 01 Salário ETAPA 02 Lucro ETAPA 03 Renda do uso da terra (aluguéis) No entanto, ela é diferente daquela estabelecida por seus predecessores, que incluía trabalhadores agrícolas, além de artesãos, nobreza e clero. Essa classificação reflete uma sociedade em transição do feudalismo ao capitalismo. A classificação de Smith já indica, portanto, uma sociedade capitalista. EXCEDENTE Conceito que Smith tomou de Petty, Cantillon e Quesnay, o excedente é igual à parte do produto que excede o necessário em termos de reconstituição dos estoques iniciais dos meios de produção e de subsistência para os trabalhadores empregados no processo produtivo. A esse respeito, aliás, Adam Smith ainda marca o surgimento do esquema conceitual responsável por caracterizar a ciência econômica subsequente. Por conta das diferenças no poder de barganha entre os capitalistas e os trabalhadores, estes recebem um salário apenas suficiente para manter a si e a suas famílias. A soma das rendas de trabalhadores, capitalistas e proprietários de terra é, desse modo, igual ao excedente obtido dentro da economia. A cada período, no decorrer do processo produtivo, as firmas utilizam os estoques iniciais dos meios de produção e os trabalhadores. No final, eles obtêm um produto a ser usado, em primeiro lugar, para reconstituir os estoques iniciais a fim de poder repetir esse ciclo produtivo. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) O que resta depois disso (o excedente) pode ser utilizado para: 1 2 1 Aumentar os estoques dos meios de produção ou do número de trabalhadores empregados, o que levaria, assim, ao aumento do produto. 2 Consumo “improdutivo” (consumo de luxo e o de subsistência dos desempregados ou daqueles cujotrabalho não gera resultados concretos, isto é, não dá origem a mercadorias que possam ser vendidas no mercado). Quanto ao tema do trabalho produtivo, Smith foi – novamente na questão da origem do excedente – além da visão tradicional de uma hierarquia dos setores produtivos. Em particular, ele criticou a ideia fisiocrática de que somente a agricultura é capaz de gerar excedentes. A parcela de trabalhadores produtivos na população total depende do estágio atingido pelo processo de acumulação. Eles dependem, dessa maneira, da quantidade de meios de produção disponíveis para empregar novos trabalhadores produtivos e de elementos institucionais, como as leis sobre a educação pública para todos ou sobre o trabalho infantil. Por sua vez, tais fatores institucionais são influenciados pelas escolhas políticas das autoridades públicas. A adoção de políticas com o propósito de eliminar os obstáculos ao livre comércio e de favorecer a expansão dos mercados pode colocar em movimento uma “espiral virtuosa”: Essa expansão favorece um aumento na divisão do trabalho e, como consequência, um incremento na produtividade. Isso, por sua vez, leva a um aumento da renda per capita e, consequentemente, a uma nova expansão dos mercados. Esses mecanismos dinâmicos constituem a essência da teoria smithiana da riqueza das nações. L N VALOR E PREÇOS O valor de uso, segundo Adam Smith, é um pré-requisito do valor de troca: Um bem que não tem uso e que não é desejado por ninguém não pode ter um valor positivo de troca. Mas, uma vez que essa condição seja satisfeita, o valor de troca de qualquer mercadoria será determinado com base nas condições de reprodução do sistema econômico – e não na utilidade da mercadoria em consideração. Os economistas clássicos não consideravam o valor de uso de uma mercadoria como uma quantidade mensurável; no máximo, eles falavam de um valor maior ou menor de uso, embora o fizessem de uma forma bastante genérica que não implicava uma ordenação completa das preferências dos agentes econômicos. Smith rejeitava explicitamente a ideia de que é possível explicar o valor de troca de duas mercadorias com base no seu maior ou menor valor de uso. Quando falavam sobre o valor de uma mercadoria, os economistas clássicos normalmente se referiam ao de troca. Inicialmente, eles se concentravam no trabalho. As teorias do valor- trabalho já eram comuns entre os filósofos da lei natural: o trabalho reapareceu, ao lado da terra, como um dos elementos que constitui o conteúdo de valor de uma mercadoria nas teorias de Petty e Cantillon. Contudo, as teorias do valor-trabalho assumiram significados distintos entre diferentes autores. FILÓSOFOS DA LEI NATURAL Concebiam o valor-trabalho como um índice do sacrifício feito pelas pessoas para obter a mercadoria desejada. PETTY E CANTILLON Por serem desprovidos dos traços metafísicos que caracterizavam a ideia de trabalho como um sacrifício, ambos estavam mais próximos de uma teoria dos custos da produção física: essencialmente, o valor-trabalho não era mais do que uma forma simplificada de se expressar a relativa dificuldade de produção da mercadoria em relação a outras. TRABALHO PRATICADO O trabalho praticado constitui um padrão particularmente adequado para comparações entre diferentes países ou períodos distintos dentro de um mesmo país; portanto, ele é apropriado para uma teoria dinâmica da riqueza das nações como a proposta por Adam Smith Para Smith, essas duas características estavam presentes. Além disso, sua teoria do valor- trabalho foi proposta tanto como uma teoria do trabalho necessário (aquele exigido para a produção da mercadoria) quanto uma do trabalho praticado. Tratava-se também de uma medida apropriada para uma sociedade baseada na divisão do trabalho, uma vez que a troca entre os produtos de diferentes setores conecta os trabalhadores que realizam tarefas distintas, juntando-os em uma única sociedade na qual cada pessoa depende do trabalho dos outros. javascript:void(0) Fonte: Shutterstock.com No entanto, o problema do valor em seu sentido usual permanecia aberto: como podemos identificar os fatores que determinam o valor de troca (ou seja, o preço) observado em diferentes mercadorias? Podemos obter a quantidade de trabalho praticado para a produção de determinada mercadoria dividindo o seu preço pela taxa salarial, embora isso pressuponha claramente o conhecimento tanto dele quanto dessa taxa. QUANDO SE CONSIDERA QUE UMA MERCADORIA FOI VENDIDA PELO SEU PREÇO NATURAL? RESPOSTA javascript:void(0) QUANDO SE CONSIDERA QUE UMA MERCADORIA FOI VENDIDA PELO SEU PREÇO NATURAL? Quando o preço da mercadoria não é nem mais, nem menos do que o suficiente para pagar o aluguel da terra, os salários dos trabalhadores e os lucros das ações empregadas na criação, na preparação e no fornecimento ao mercado de acordo com suas taxas naturais. Já o preço real pelo qual qualquer mercadoria é comumente vendida é denominado preço de mercado. Em outras palavras, o preço de mercado é aquele observado a partir dos atos de troca ocorridos de fato; o natural, em vez disso, é o preço teórico que expressa as condições de reprodução do processo produtivo. Em uma sociedade dividida em classes sociais, os valores de troca ou “preços naturais” devem cobrir os custos de produção e garantir adicionalmente um retorno igual ao obtido em outros setores para o capital investido na atividade produtiva. A referência aos custos de produção por si só é insuficiente para construir uma teoria de preços: se precisarmos de aço na produção do carvão e deste para produzir aquele, não poderemos determinar o preço do carvão se ainda não soubermos o do aço – e vice-versa. Os valores de troca permaneceram um problema em aberto na análise de Smith. Uma tentativa de resolução é a “teoria de soma dos componentes” (Adding-up-of-components-theory) . Trata-se da ideia de que o preço de cada mercadoria se resolve em uma ou mais de três partes: Renda da terra Trabalho Lucro O preço de uma mercadoria corresponde a salários, lucros e rendas da terra mais os custos dos meios de produção que não correspondem ao trabalho e à terra. Esses custos, por sua vez, também são decompostos em salários, lucros, rendas da terra e custos dos respectivos meios de produção. O procedimento é feito “para trás” (ou seja, cobrindo os meios de produção das etapas anteriores) até que reste apenas um resíduo irrelevante. Essa teoria propõe um princípio de contabilidade nacional no nível de uma mercadoria individual: O valor do produto nacional corresponde ao da renda nacional, ou seja, à soma das rendas das diferentes classes sociais. No entanto, isso ignora as dificuldades que surgem no nível da mercadoria individual devido: 1 2 À necessidade de assumir que as três variáveis distributivas são independentes entre si. Ao fato de que o resíduo dos meios de produção não pode, em geral, ser reduzido a um valor irrelevante. Essa teoria foi criticada por David Ricardo por conta de sua ideia implícita de que um aumento na taxa salarial causa um incremento no preço, enquanto a taxa de lucros permanece inalterada. Podemos concluir que Smith não forneceu uma base teórica totalmente adequada aos valores de troca: só com Ricardo a teoria do valor – em seu significado moderno de teoria de preços relativos – pôde se desenvolver. PREÇOS NATURAIS E PREÇOS DE MERCADO De acordo com Adam Smith, a economia de mercado funciona de forma bastante satisfatória: Para cada mercadoria, o fluxo de produção que sai das firmas corresponde aproximadamente ao da demanda proveniente dos compradores, mesmo que as trocas ocorram livremente e que as decisões sobre os preços e as quantidades a serem produzidas, vendidas e adquiridas sejam descentralizadas. O mercado articula as unidades produtivas em funcionamento nos diversos setores da economia por meio de: TROCA DE MERCADO COMPETIÇÃO TROCA DE MERCADO Em troca do próprio produto, cada unidadeprodutiva obtém das demais o que necessita para continuar sua atividade. COMPETIÇÃO Cada firma toma suas decisões separadamente, enquanto os consumidores escolhem os melhores preços e produtos em uma alocação descentralizada de bens e serviços. Smith considerou dois tipos de competição: TIPO 1 O primeiro tipo é interno ao mercado de cada mercadoria: cada comprador busca entre os vendedores aquele que vende a mercadoria desejada pelo menor preço possível. Quem pede um preço muito alto corre o risco de não conseguir vender. Da mesma forma, cada vendedor busca entre os compradores aquele que está disposto a pagar o mais alto. Compradores oferecendo um preço muito baixo correm o risco de ficar de mãos vazias. Fonte: Shutterstock.com Crédito editorial Jana Shea Em condições ideais, quando a competição tanto entre os vendedores quanto entre os compradores não encontra obstáculos, o preço de cada mercadoria é o mesmo para todos dos dois grupos. Trata-se da chamada “lei do preço único”. TIPO 2 O segundo tipo diz respeito aos capitalistas em busca do uso que oferece os maiores retornos para o seu capital. Quando eles são livres para mover seu capital de um setor para o outro, não é possível para um deles lhes oferecer um retorno superior ao obtido em outros setores, uma vez que, caso isso fosse possível, um novo capital fluiria para ele. Fonte: Shutterstock.com Como consequência disso, a produção aumentaria e o preço de mercado diminuiria. Dessa maneira, também diminuiriam os lucros e a taxa de retorno. Da mesma forma, não é possível que um setor ofereça um retorno aos capitalistas inferior ao obtido em outros setores, pois haveria uma saída de capital dele, causando uma queda na produção e o consequente aumento do preço de mercado – e, portanto, dos lucros e da taxa de retorno do setor. Portanto, sob competição livre, o retorno sobre o capital (taxa de lucros) tende a ser igual em todos os setores. Esses dois tipos de competição fundamentam o mecanismo de ajuste do mercado baseado na relação entre o preço natural e o de mercado. Quando a produção de uma mercadoria for superior à demanda “efetiva” (ou seja, à quantidade que os compradores estão preparados para absorver ao preço natural), a competição entre os vendedores impulsionará o preço de mercado para baixo do natural. Além disso, os produtores não conseguirão obter os lucros “naturais”. Uma saída de capitais desse setor ocorrerá, a produção diminuirá e o excesso de oferta será absorvido. METÁFORAS DE ADAM SMITH: GRAVITAÇÃO E MÃO INVISÍVEL Neste vídeo, nos aprofundaremos mais no pensamento de Adam Smith, entendendo suas metáforas sobre gravitação e mão invisível. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. NO QUE SE REFERE À CORRENTE DO PENSAMENTO ECONÔMICO CONHECIDA COMO “ESCOLÁSTICOS”, PODEMOS AFIRMAR QUE, ENTRE SEUS OBJETIVOS PRINCIPAIS, ESTÁ O DE: A) Encontrar regras de conduta moral a serem estabelecidas pelo Estado. B) Introduzir o método quantitativo rigoroso na análise dos fenômenos sociais. C) Estimular o debate do caminho do absolutismo político para o liberalismo. D) Refletir sobre as questões monetárias e a determinação da taxa de juros. E) Desenvolver e disseminar o método conhecido como política aritmética. 2. ) NO LIVRO A RIQUEZA DAS NAÇÕES , ADAM SMITH POSTULA QUE O PADRÃO DE VIDA DE UMA POPULAÇÃO DEPENDE DOS SEGUINTES FATORES: A) Da proporção da população empregada e da produtividade do trabalho. B) Da renda per capita e da produtividade. C) Da renda per capita e da divisão do trabalho. D) Dos salários e da divisão do trabalho. E) Da renda nacional e da taxa de lucros. GABARITO 1. No que se refere à corrente do pensamento econômico conhecida como “escolásticos”, podemos afirmar que, entre seus objetivos principais, está o de: A alternativa "A " está correta. A linha de pensamento dos escolásticos era bastante pautada no debate teológico e na centralização do Estado como definidor das condutas morais. 2. ) No livro A riqueza das nações , Adam Smith postula que o padrão de vida de uma população depende dos seguintes fatores: A alternativa "A " está correta. O padrão de vida é dado por , ou seja, a renda per capita. Como (produto igual ao número de trabalhadores multiplicado pela sua produtividade), temos isto: . Logo, o padrão de vida é proporcional à divisão do trabalho na população. MÓDULO 2 Listar as principais teorias dos pensadores clássicos após Adam Smith Y N Y = πL =Y N πL N OS ECONOMISTAS CLÁSSICOS APÓS ADAM SMITH Neste módulo, estudaremos os chamados economistas “clássicos” que surgiram após Adam Smith. Por isso, descreveremos a seguir a obra e o pensamento de cinco dos principais pensadores dessa época. OBRA MAIS FAMOSA Ensaio sobre a população , de 1798 THOMAS ROBERT MALTHUS Thomas Robert Malthus (1766-1834) teve uma visão baseada em A riqueza das nações , de Adam Smith. Sua obra mais famosa contém uma tese muitas vezes resumida em uma fórmula famosa: javascript:void(0) Fonte: Autor: Bevin Kacon /Wikimedia Commons/licença (CC BY 3.0...) Thomas Robert Malthus. A produção agrícola tende a crescer em proporção aritmética, enquanto a tendência é que a população faça isso em proporção geométrica, dobrando, mais precisamente, a cada vinte e cinco anos. O crescimento populacional, defendia Malthus, era necessariamente limitado pela disponibilidade de meios de subsistência. Quando eles se tornassem disponíveis além do estritamente necessário, a população tenderia a crescer mais rapidamente que a produção agrícola. Isso causaria um aumento dos preços agrícolas e uma piora das condições de vida das classes mais pobres, forçando para baixo a taxa de crescimento da população à medida que a mortalidade aumentasse e a natalidade caísse (ambas seriam efeitos determinados pela pobreza e pelas privações cada vez mais generalizadas). Ao lado desse mecanismo automático, Malthus apontou duas outras possíveis rotas para a preservação do equilíbrio entre a população e os meios de subsistência:re Caminho da “virtude” Ou seja, castidade no celibato e continência dentro do casamento. Caminho do “vício” Ou seja, a contracepção. A tese de Thomas Robert Malthus não era nova. No entanto, ela teve um impacto mais forte, concentrando sua atenção não apenas na relação entre o crescimento da população e o dos meios de subsistência, mas também nas implicações políticas e naquelas que impactavam a distribuição de renda. Vários economistas da época, incluindo David Ricardo, referiam-se ao princípio malthusiano da população como um apoio à chamada lei de ferro dos salários, segundo a qual a taxa salarial tenderia a oscilar em torno do nível de subsistência. EXEMPLO Suponhamos que o salário da grande massa de trabalhadores esteja acima do mero nível de subsistência. A população começaria a crescer, mas a produção agrícola não conseguiria acompanhar isso. Consequentemente, os preços de comida subiriam e o salário real diminuiria, voltando ao mínimo de subsistência. Se, pelo contrário, começássemos com uma taxa salarial inferior ao nível de subsistência, a população diminuiria. Portanto, a demanda por bens sofreria um decrescimento, seus preços cairiam e o salário real aumentaria. Adam Smith também sustentou a existência de uma tendência para salários de subsistência, porém a atribuiu ao poder de barganha distinto de trabalhadores e capitalistas. A tese de Smith parece mais sólida que a de Malthus. Basta lembrar que, se o aumento populacional devido a uma taxa salarial acima do nível de subsistência estivesse associado a um incremento na taxa de natalidade ou a uma diminuição na de mortalidade infantil, a pressão para baixo sobre os salários só poderia ser sentida no mercado de trabalho após um intervalo de 14 a 16 anos (tempo necessário para um bebê recém-nascido ingressar na força de trabalho). Além disso, o princípio da população malthusiana pressupõe a ausência de progresso tecnológico no setor primário. O principal objetivo daobra Ensaio sobre a população era, no entanto, afirmar a inutilidade de qualquer tentativa de melhorar a situação da grande massa de trabalhadores. Segundo Malthus, mesmo que essas tentativas fossem bem-sucedidas no curto prazo, a melhoria no padrão de vida, no entanto, seria imediatamente seguida por uma taxa mais rápida de aumento populacional que traria os salários de volta ao nível de subsistência. Desejos de melhoria não deveriam se basear em mudanças institucionais ou em políticas sociais em favor dos pobres: eles só poderiam ter como pressupostos, frisava Malthus, controles preventivos sobre o crescimento populacional que os trabalhadores apenas exerceriam com o espectro da pobreza pairando sobre eles. O pessimismo de Thomas Robert Malthus sobre as perspectivas de progresso social levou a opinião pública da época a identificar a economia política como a “ciência sombria”. No entanto, esse pessimismo se mostrou equivocado. JEAN-BAPTISTE SAY Alguns anos depois da obra mais famosa de Malthus, o economista francês Jean-Baptiste Say (1767-1832) enunciou o que veio a ser conhecido como a “Lei de Say”. Fonte: Shutterstock.com Jean-Baptiste Say. Em sua formulação mais simples, ele disse que a oferta cria a própria demanda. Esse conceito foi utilizado por muitos economistas clássicos com sutis diferenças, embora frequentemente elas fossem mais substanciais. Em Tratado de economia política (Traité d'économie politique) , Say propôs uma crítica de certos aspectos da doutrina fisiocrática utilizada por vários economistas da época para: 1 2 Opor-se ao papel central que Adam Smith atribuiu à poupança e à acumulação como base para o crescimento da riqueza das nações. Refutar a crítica de Smith ao consumo “improdutivo”. Cantillon e os fisiocratas atribuíram aos proprietários e à nobreza um papel ativo na configuração do processo de circulação em movimento. No entanto, se ambos decidissem não gastar parte de sua renda e se, por algum motivo, sua demanda falhasse, surgiria a possibilidade de uma situação de “superprodução geral” ou de falta de pontos de venda. Dado o papel ativo que desempenham na circulação processo, os gastos deles regulariam as trocas e o nível de produção. Em sua versão original, no entanto, o principal objetivo da “Lei de Say” era reafirmar duas teses já presentes em Smith: TESE 1 A possibilidade de o progresso tecnológico dar origem a um longo período de desenvolvimento da produção com a melhoria na qualidade de vida da população acompanhada por um crescimento paralelo da demanda. TESE 2 A ideia de que o crescimento seria favorecido pela poupança (e pelos investimentos) mais do que por um consumo improdutivo. Jean-Baptiste Say também desenvolveu outros argumentos. Não haveria demanda por moeda per se – ela seria apenas um meio de adquirir bens. Como consequência disso, a oferta agregada seria necessariamente igual à demanda agregada; além disso, nenhuma crise geral de superprodução seria possível. A última tese foi mais tarde batizada como “identidade de Say” por historiadores do pensamento econômico para distingui-la da que veio a ser conhecida como “igualdade de Say”, segundo a qual os desequilíbrios entre a oferta geral e a demanda por bens poderiam existir, embora os mecanismos de equilíbrio logo os superassem. Críticos das versões mais radicais da Lei de Say defendiam a possibilidade de crises de superprodução. COMENTÁRIO Outros economistas, como por exemplo John Stuart Mill, reconheceram a possibilidade da demanda por moeda “autônoma”, por exemplo, como forma de poupança. Essa linha foi posteriormente adotada por Karl Marx e, especialmente, por John Maynard Keynes, que apresentou suas teorias como diretamente opostas à Lei de Say. JEREMY BENTHAM Importante linha de pensamento, o utilitarismo de Jeremy Bentham (1748-1832) tomou forma e aumentou sua influência no período entre a publicação de A riqueza das nações , de Adam Smith, e de Princípios de economia política , de John Stuart Mill. Fonte: Shutterstock.com Jeremy Bentham. Sua “revolução utilitarista” entrou no campo da ética, cujo debate, que já durava séculos, testemunhou o confronto de duas visões: a abordagem deontológica e a consequencialista (que recebeu uma contribuição crucial de Bentham para seu desenvolvimento). A abordagem deontológica sustentava que as ações são “boas” ou “más” em si. A consequencialista defendia, em vez disso, que qualquer ação deveria ser julgada por suas consequências. Fonte: Shutterstock.com Em ética, as teorias deontológicas eram comumente baseadas no princípio da autoridade e associadas a mandamentos religiosos típicos das sociedades orientadas pelo respeito às tradições. Fonte: Shutterstock.com As teorias consequencialistas de ética, por outro lado, vieram à tona com a nova orientação racionalista do Iluminismo. CÁLCULO DA FELICIDADE Esse cálculo consistia na avaliação quantitativa e no somatório algébrico de prazeres e dores decorrentes de qualquer ação ou de um conjunto de ações (cujos prazeres teriam um sinal positivo e dores, um sinal negativo). De acordo com Bentham, a medida do certo e do errado seria a maior felicidade do maior número de pessoas. Esse princípio implicava dois elementos (“maior felicidade” e “maior número”) a serem maximizados simultaneamente. No entanto, seu cálculo da felicidade indicava apenas uma função a ser maximizada: a felicidade social total. Bom “Bom” seria tudo aquilo que desse como resultado uma magnitude de felicidade algebricamente positiva e, portanto, aumentasse a quantidade dela dentro de sociedades humanas. Ruim “Ruim” seria tudo aquilo que resultasse em uma magnitude de felicidade negativa e, como consequência, diminuísse a quantidade dela. O cálculo de felicidade poderia ser, portanto, direcionado para a avaliação do impacto social de ações individuais e das escolhas de políticas públicas. Bentham dedicou sua atenção a tais escolhas. TESE DA IDENTIDADE NATURAL DE INTERESSES” javascript:void(0) Esta foi a tese em que se apoiavam as ideias mais radicais do laissez-faire , sustentando que as condições sociais ideais seriam obtidas quando os indivíduos buscassem as próprias preferências pessoais. Os impactos privado e social das ações individuais coincidiriam se os indivíduos, enquanto buscassem os próprios interesses, não gerassem impactos sobre os de terceiros. Neste caso, o comportamento egoísta automaticamente também levaria ao bem comum, fazendo com que a chamada “tese da identidade natural de interesses” fosse válida. COMENTÁRIO A tese da identidade natural de interesses é diferente da posição mantida por Adam Smith: segundo ele, pelo fato de os indivíduos interagirem dentro de uma sociedade, suas ações individuais afetariam outros. Consequentemente, o comportamento individual deveria ser guiado por um conjunto adequado de normas legais e morais defendidas por órgãos públicos, como, por exemplo, a polícia e o sistema jurídico. A abordagem laissez-faire de Smith residia na convicção de que, em um mundo imperfeito, deveríamos abandonar o sonho do príncipe esclarecido, pois cada cidadão poderia cuidar dos próprios interesses de forma melhor que qualquer outra pessoa. PRÍNCIPE ESCLARECIDO Para quem seria atribuído o papel central de legislador. Jeremy Bentham, em vez disso, combinou a ideia do príncipe esclarecido e os pontos de vista do laissez-faire extremo. O objetivo orientador de Bentham era, na verdade, a construção de um código legal para alcançar a supremacia da razão nas sociedades humanas. Com o cálculo da felicidade, o legislador poderia intervir com as leis, definindo recompensas e punições com o propósito de modificar o comportamento individual de forma a obter a maior javascript:void(0) felicidade. As maiores ou menores quantidades de felicidade decorrentes de diferentes cursos de ação seriam computadas para a sociedade como um todo e avaliadas pelo próprio legislador. O cálculo de felicidadeimplicava dois pré-requisitos: PRÉ-REQUISITO 1 Os diferentes prazeres e as dores de cada indivíduo eram traduzidos em uma medição quantitativa ao longo de uma escala unidimensional. PRÉ-REQUISITO 2 As magnitudes de felicidade referentes a diferentes indivíduos podiam ser algebricamente somadas (se todos os indivíduos fossem considerados idênticos em sua capacidade de experimentar prazeres e dores). Bentham se limitou a ilustrar os elementos que influenciariam a “quantidade” de prazeres e dores. Isso foi o suficiente para seus propósitos. O propósito de Bentham era estabelecer que critérios as leis – especialmente aquelas relativas às punições, como ocorre nos debates sobre a pena de morte – deveriam seguir. O cálculo da felicidade foi introduzido por ele nesse contexto e, de forma mais geral, no de um debate sobre a ética – e não no contexto relativo a uma análise do comportamento dos consumidores, como seria feito mais tarde, por exemplo, na chamada revolução marginalista (cujos conceitos não abordaremos neste tema). DAVID RICARDO David Ricardo (1772-1823) foi um membro do setor empresarial reconhecido por seu trabalho no mercado de ações londrino. Fonte: Autor: Thomas Phillips/Wikimedia Commons/licença (CC BY 3.0...)] David Ricardo Essa experiência o estimulou a estudar sistematicamente a economia da Inglaterra. Sua inclinação analítica girou em torno de três elementos: Os eventos econômicos imediatos de seu tempo. O debate girando em torno deles. O livro A riqueza das nações , de Adam Smith. Suas publicações lidaram com questões monetárias, fiscais e de dívida pública, propondo, por exemplo, o uso de impostos sobre a riqueza para pagar a dívida pública acumulada durante as guerras napoleônicas – até hoje, o debate em torno de impostos sobre riqueza (ou herança) é polêmico. Ricardo tomou como ponto de partida a visão de Adam Smith a respeito do sistema econômico. Para isso, ele levou em consideração uma sociedade baseada na divisão de trabalho: DOIS SETORES AMPLOS1 TRÊS CLASSES SOCIAIS TRÊS CATEGORIAS DE RENDA CORRESPONDENTES Agricultura e manufatura. Trabalhadores, capitalistas e proprietários de terra. Salários, lucros e rendas pela propriedade da terra (ou seja, aluguéis). EXCEDENTE Parte do produto que permanece à disposição após o pagamento tanto das despesas iniciais com os meios de produção quanto das despesas de subsistência dos trabalhadores empregados na produção. Salários correspondiam a consumo de subsistência, constituindo, portanto, parte das despesas necessárias para a produção. Já as rendas pela propriedade da terra e os lucros dizem respeito ao excedente. Enquanto os proprietários de terra alocavam suas rendas com consumos de luxo, os capitalistas eram induzidos pela competição a investir praticamente todos os seus lucros. Dessa forma, o desenvolvimento econômico vinha da acumulação realizada pelos capitalistas a partir de seus lucros. javascript:void(0) DIFERENÇAS ENTRE SMITH E RICARDO Entenderemos neste vídeo as principais diferenças entre Adam Smith e David Ricardo. Descreveremos agora cinco aspectos da teoria ricardiana: DO MODELO DE MILHO À TEORIA DO VALOR- TRABALHO Ricardo atribuiu aos lucros um papel central no desenvolvimento da economia. No entanto, em vez do valor agregado dos lucros, era a taxa deles que estava no centro da sua construção analítica. Isso essencialmente se devia a duas razões: RAZÃO 1 Em uma sociedade capitalista movida pela competição, na qual os capitalistas eram livres para mover seu capital de um investimento para outro, o retorno dos recursos investidos nos diferentes setores (a taxa de lucros) deveria ser mais ou menos igual. Fonte: Shutterstock.com Portanto, essa taxa regulava o esforço que a sociedade colocava na produção das diferentes mercadorias. Baseado na tendência a uma taxa uniforme de lucros, tal mecanismo competitivo garantia que as quantidades de mercadorias distintas produzidas correspondessem aproximadamente àquelas vendidas na economia. RAZÃO 2 A taxa de lucros também era, sob as premissas adotadas por Ricardo, um indicador do ritmo potencial de crescimento da economia. Ela era, por definição, igual à relação entre os lucros e o capital investido. Presumindo que ambos fossem totalmente alocados em investimentos, essa taxa se mostraria igual à de acumulação. Fonte: Shutterstock.com Além disso, se deixarmos de lado as mudanças tecnológicas (e se, seguindo a Lei de Say, assumirmos a total utilização da capacidade produtiva), verificaremos que... A taxa de lucros é igual à taxa de crescimento da renda nacional. Ricardo não ilustrou explicitamente essas relações, mas elas expressam de forma analítica a essência de seu pensamento. DICA Para David Ricardo, explicar se e por qual motivo a taxa de lucros tendia a diminuir ao longo do tempo significava uma explicação sobre o próprio ritmo de desenvolvimento da economia. Por essas duas razões, a determinação da taxa de lucros constituía um aspecto central na construção analítica de Ricardo e, mais genericamente, de toda a tradição clássica. Nesse campo, ele conseguiu oferecer contribuições analíticas cruciais, indo além da ideia smithiana de uma taxa normal de lucros determinada pela pressão da competição entre os capitais disponíveis para investimento. A taxa de lucros é igual à relação entre lucros e capital investido. Para o cálculo dessa taxa, ambos devem ser expressos em termos de magnitudes homogêneas. MILHO Única mercadoria produzida no setor, assim como o único meio de produção, como a semente, e de subsistência para os trabalhadores empregados no cultivo da terra. Na primeira fase de sua pesquisa, David Ricardo alcançou isso interpretando os lucros e o capital investido no setor agrícola como diferentes quantidades da mesma mercadoria: o “milho”. De acordo com a teoria ricardiana sobre a renda da terra, a renda daquela menos fértil é nula e todo o excedente vai para os lucros. Fonte: Shutterstock.com Para entendermos o que significa uma terra “na margem”, consideremos agora o seguinte exemplo numérico: 100 toneladas de milho são produzidas utilizando 30 toneladas como sementes e 50 como subsistência para os trabalhadores (salários). O excedente, que vai inteiramente para os lucros, é igual a 20 toneladas de milho (100 – 30 – 50 = 20), enquanto a taxa de lucros é de 25% (20/80 = 0,25). javascript:void(0) PROBLEMA DO VALOR Trata-se da necessidade de determinar os preços relativos dos bens que entram no capital investido e no excedente com o objetivo de calcular o valor dos lucros e do capital investido – e, portanto, a taxa de lucros. Como, sob competição, a taxa de lucros deve ser a mesma nos diferentes empregos do capital, uma taxa igual à calculada para a terra “na margem” tem de prevalecer não apenas em todo o setor agrícola, mas também em todas as atividades de manufatura, enquanto os preços relativos se ajustam para garantir a uniformidade da taxa de lucro em todos os setores da economia. David Ricardo recebeu muitas críticas a respeito dessa conceitualização. Dessa forma, podemos contornar o problema do valor. O QUE DIZIAM AS CRÍTICAS? RESPOSTA 1 RESPOSTA Segundo elas, Ricardo não poderia contornar o problema do valor determinando a taxa de lucros como uma razão entre as diferentes quantidades físicas da mesma mercadoria, já que, em qualquer processo produtivo, são usados meios de produção heterogêneos entre si e em relação ao produto. David Ricardo surgiu com uma nova solução em seu livro Princípios de economia , adotando a teoria do valor incorporado pelo trabalho como explicação para os preços relativos. De acordo com essa teoria, a relação de troca entre duas mercadorias correspondia àquela havida entre javascript:void(0) javascript:void(0) as quantidades de trabalho direta e indiretamente necessárias para a produção de cada uma delas. Ele considerou que essa nova solução estava um passo à frente da anterior, embora não a considerasseperfeita, pois ela estava baseada em hipóteses drasticamente simplificadoras. COMENTÁRIO Smith já havia proposto essa teoria (também presente na tradição escolástica) como uma sustentação do “estado inicial e cru” que precedia a separação entre o trabalho e a propriedade do capital e da terra – e, portanto, entre os salários, os lucros e os alugúeis. David Ricardo estendeu a aplicação da teoria para cobrir também as economias capitalistas, supondo que, para cada mercadoria, a quantidade de lucros e rendas da terra que deve ser adicionada ao custo do trabalho de modo a se chegar ao preço é aproximadamente proporcional à quantidade de trabalho empregado em seu processo produtivo. Mais uma vez, tal hipótese claramente não é realista, mas isso não o preocupava muito. Seu objetivo principal era, na verdade, elaborar não tanto uma teoria dos preços relativos, e sim uma de distribuição e acumulação de renda que não dissesse respeito aos processos produtivos individuais. Essa teoria deveria, portanto, se ater às atividades econômicas de um país como um todo. Fonte: Shutterstock.com Graças à teoria do valor-trabalho, David Ricardo foi capaz de medir tanto o produto quanto os meios de produção e de subsistência em termos homogêneos, como, por exemplo, as quantidades de trabalho empregadas para a produção deles. Mais precisamente, o valor da produção de um sistema econômico em um ano era igual à quantidade de trabalho gasto como um todo no mesmo período. Calculado como a diferença entre o valor do produto e o dos meios de produção, o valor do excedente também surgia expresso como uma certa quantidade de trabalho. Quando o problema da renda da terra era resolvido, os lucros também acabavam sendo determinados. A taxa de lucros era igual então à relação entre os lucros e o capital investido. Ambos estavam expressos como diferentes quantidades físicas de uma mesma magnitude: tempo de trabalho. VALOR ABSOLUTO E VALOR DE TROCA: O PADRÃO INVARIÁVEL DO VALOR Em Princípios de economia , David Ricardo apontou os limites da teoria do valor-trabalho. Determinados como a razão entre as quantidades de trabalho direta e indiretamente necessárias para a produção de diferentes bens, os preços relativos violavam a condição de uma taxa uniforme de lucros em setores distintos da economia por três razões: RAZÃO 1 RAZÃO 2 RAZÃO 3 Durações diferentes dos processos produtivos. Razões variáveis entre capital fixo e circulante. Durações diferentes do capital fixo nos diferentes setores. CAPITAL FIXO E CIRCULANTE javascript:void(0) Se você ainda não conhece esses termos, faça uma busca rápida na internet! São conceitos básicos de contabilidade. A teoria do valor-trabalho podia, portanto, ser considerada, no máximo, uma teoria aproximada dos preços relativos. Para Ricardo, no entanto, o problema não era tanto o de estabelecer quão abrangente a margem de aproximação podia ser; em vez disso, ele girava em torno da possibilidade de encontrar um “padrão invariável” para os valores de troca. David Ricardo utilizou um termo tradicional de referência: O tempo de trabalho necessário para obter certa quantidade de produto. O uso da mão de obra como um padrão – ou seja, a escolha de usar como padrão uma mercadoria produzida por uma quantidade determinada e imutável de trabalho – tinha a vantagem de fornecer respostas precisas no confronto com as mudanças na tecnologia. Isso também satisfazia a necessidade de se opor à tese dos valores de troca com base na noção de um mecanismo baseado na demanda e na oferta – e em uma teoria baseada na dificuldade de produção. No pensamento de Ricardo, assim como já estava presente em Adam Smith, a inter-relação entre a oferta e a demanda dizia respeito apenas ao ajuste dos preços de mercado aos preços naturais, e não à determinação deles. Contudo, o padrão escolhido por David Ricardo mostrava-se inadequado quando confrontado com as mudanças na distribuição de renda entre os salários e os lucros. Na verdade, quando duas mercadorias produzidas com a mesma quantidade de trabalho eram obtidas em diferentes períodos ou com uma proporção distinta entre o capital fixo e o circulante, seus valores relativos mudavam quando a distribuição mudava – e nosso padrão invariável não poderia dar nenhuma indicação da origem dessa variação no valor de troca. Quando levamos em conta essas dificuldades, o caminho que Ricardo percorreu parece um beco sem saída. Vamos tentar entender o porquê disso. Como tantos economistas desde Petty, David Ricardo adotou uma teoria dos valores de troca baseada na dificuldade relativa de produção das várias mercadorias. O problema de valor seria então resolvido mediante o emprego dessa abordagem se fosse possível encontrar uma medida exata da dificuldade de produção. Para resolver essa tarefa, o padrão invariável de valor devia ter uma característica dupla: 1 Invariância em relação a mudanças na tecnologia. 2 Invariância em relação a modificações na distribuição de renda. O trabalho incorporado em uma mercadoria cumpre o primeiro requisito, mas não o segundo; dessa forma, ele contradiz a hipótese de uma taxa uniforme de lucros na presença de competição. David Ricardo percebeu que seus esforços nessa direção não o estavam levando a lugar algum, porém ele permaneceu convencido de que o tempo de trabalho devia ter algo a ver com o padrão invariável de valor. A busca por uma medida absoluta de dificuldade de produção correspondia ao desejo de isolar um aspecto “natural” na interpretação do funcionamento de uma sociedade baseada na divisão do trabalho. NO ENTANTO, QUALQUER TENTATIVA ERA DISTORCIDA POR UMA FALHA. VOCÊ SABERIA DIZER QUAL ERA? RESPOSTA RESPOSTA A divisão do trabalho só era possível na presença de uma rede de trocas conectando os diferentes setores da economia e os distintos agentes econômicos. Os mecanismos de troca, portanto, expressavam não apenas as dificuldades relativas da produção das várias mercadorias, mas também as instituições, os costumes e a estrutura da javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) sociedade sob consideração, que regulavam o funcionamento da rede de trocas e a distribuição de renda entre as classes sociais. MOEDA Aos economistas clássicos (inclusive David Ricardo) é geralmente atribuída a chamada teoria quantitativa da moeda. Fonte: Shutterstock.com VELOCIDADE DE CIRCULAÇÃO DE MOEDA Número de vezes que uma unidade de moeda troca de mãos – ou seja, o número de transações em que ela é utilizada. Segundo essa teoria, as variações – consideradas exógenas – na quantidade de moeda em circulação determinam o nível geral de preços e não influenciam: NÍVEL DE PRODUÇÃO: De acordo com a Lei de Say, esse nível depende da capacidade de produção disponível e, portanto, da acumulação de capital realizada ao longo do tempo. VELOCIDADE DE CIRCULAÇÃO DE MOEDA: Depende de fatores institucionais e de costumes, como a frequência no pagamento de salários. Vários elementos dessa teoria já tinham uma longa tradição nos tempos de David Ricardo. A noção de velocidade de circulação da moeda já era tratada por autores como Petty ou Locke, que também a consideravam relativamente estável. A ideia de que a quantidade de moeda em circulação influenciava os preços era comum nos séculos XVI e XVII, quando a Europa lidava com os fenômenos inflacionários decorrentes da descoberta de novas minas de ouro e prata nas Américas. Autor desconhecido. Fonte: Wikipedia / Licença: Domínio público. Forte em Saint Tropez ao por do sol No século XVIII, David Hume (1711-1776) considerou a relação entre moeda e preços um fato bem estabelecido em sua explicação dos mecanismos de ajuste automáticos da balança javascript:void(0) comercial. Os diferentes elementos que compõem a teoria quantitativa da moeda – da Lei de Say à ideia de uma velocidade relativamente estável de circulação – estavam todos presentes em David Ricardo. No entanto, ele também considerava que outros elementoscontribuíam para complicar esse cenário. 1 Havia a ideia de que o ouro ou, de maneira mais geral, os metais preciosos eram mercadorias produzidas; sendo assim, seria possível aumentar sua quantidade. Fonte: Shutterstock.com O preço do ouro em relação a outras mercadorias era determinado, de acordo com a teoria do valor-trabalho, pela razão entre as quantidades de trabalho direta e indiretamente necessárias para a produção dele e de outras mercadorias. 2 Existia o problema da relação entre o ouro e as notas emitidas pelos bancos. Este foi o ponto crucial da teoria da moeda de David Ricardo. autor/shutterstock autor/shutterstock Por moeda, Ricardo se referia ao conjunto de ativos financeiros padronizados comumente utilizados como meios de pagamento, como, por exemplo, as notas emitidas pelos bancos centrais. Foi com essa noção de moeda que ele aplicou o princípio central da teoria quantitativa: o valor das notas emitidas pelo Banco Central mudava em relação inversa à sua quantidade. Em outras palavras, o poder de compra da moeda (Notas bancárias) , na comparação com as mercadorias em geral, devia ser decomposto em duas relações distintas: uma relação de troca tanto entre a moeda e o ouro – isto é, o valor dela -, quanto entre o ouro e outras mercadorias. Essa última relação era apenas um caso particular da teoria geral do valor de troca para mercadorias produzidas e reproduzíveis, enquanto a relação anterior era tratada com o auxílio da teoria quantitativa. David Ricardo não considerou o problema de como se podia deduzir o nível de preços a partir da quantidade de moeda (bastante difícil de se observar e extremamente variável). Assim, na análise dele, a variável crucial para a política monetária não era o nível de preços das mercadorias, e sim o valor da moeda, que era sua relação de troca com o ouro: quando essa proporção era estável, a quantidade de moeda, que permanecia desconhecida, estava em seu nível natural. Graças ao uso do ouro como padrão da moeda, era possível determinar, sempre que o preço de uma mercadoria mudava, se isso ocorria por razões: REAIS MONETÁRIAS Elas podiam ser atribuídas à tecnologia e à distribuição de renda. Era a relação de troca entre as mercadorias e o ouro que variava. Possivelmente atribuídas a mudanças na quantidade de moeda. O valor da moeda variava em termos de seu padrão, ou seja, o ouro. Foi com essa estrutura analítica que David Ricardo abordou os debates monetários de sua época. COMÉRCIO INTERNACIONAL E A TEORIA DOS CUSTOS COMPARATIVOS O comércio internacional estava entre as questões mais debatidas do século XVII. No geral, a ideia de “vantagens absolutas” prevalecia: Cada país exportava os bens que conseguia produzir a um custo menor que o de outros países. A esse respeito, David Ricardo deu um passo decisivo para a solidificação de sua teoria acerca dos custos comparativos: Cada país, defendia a teoria, se especializaria na produção das mercadorias em que tivesse uma vantagem relativa no custo de produção. Isso significava a possibilidade de haver comércio internacional entre dois países mesmo que, em termos de dificuldade de produção (expressa, por exemplo, em horas de trabalho necessárias), todos os bens tivessem um custo mais alto em um país que no outro. EXEMPLO Se fossem necessárias 10 horas de trabalho para a obtenção de uma medida de tecido e 1 hora para a de um litro de vinho em Portugal, enquanto, na Inglaterra, ambos necessitassem respectivamente de 5 e 20 horas, os ingleses exportariam tecidos e importariam vinhos. Na verdade, o comércio internacional seria vantajoso quando permitisse... RESPOSTA Que uma nação obtivesse uma mercadoria de um país estrangeiro a um custo – em termos de trabalho incorporado nas mercadorias – mais baixo que o necessário para o produzir internamente. Os dois países ficariam mais ricos graças ao comércio exterior. Este é o ponto mais importante na teoria de David Ricardo. A teoria de custos comparativos dele foi baseada na existência de diferenças entre as estruturas tecnológicas dos diferentes países. MUDANÇA TECNOLÓGICA E EMPREGO A Lei de Say afirma, segundo uma variante adotada por David Ricardo, que... A oferta e a demanda são iguais para qualquer nível de renda; portanto, elas também o são para qualquer nível de emprego. Se isso for verdade, contudo, o progresso tecnológico não poderá ser fonte de dificuldades ocupacionais: um aumento na produtividade per capita se traduz em um incremento na produção absorvido por uma demanda maior (correspondendo a um padrão melhor de vida), e não em uma diminuição dos trabalhadores empregados, com a produção permanecendo inalterada. De acordo com aquilo que se conhece como teoria da compensação (proposta também aceita por Ricardo): 1 Quando introduzido em determinado setor, o progresso tecnológico gera desemprego nele próprio. Entretanto, em uma etapa posterior, os postos de trabalho perdidos no primeiro setor seriam compensados por novos empregos em outros setores. 2 3 Com isso, o padrão geral de vida melhoraria. Isso se deve ao fato de que o progresso tecnológico implicava uma redução de custos no setor em que ele era introduzido e, portanto, uma diminuição no preço do produto. Resultado: um aumento generalizado na renda real da economia, o que gerou um incremento na demanda. Por sua vez, isso induziria um aumento na produção e, portanto, no emprego. Em outras palavras, a diminuição do emprego no setor em que o progresso tecnológico ocorria era compensada por um aumento de empregos em outros setores. A tese oposta – progresso tecnológico gera desemprego – foi ilustrada por John Barton (1789- 1852) no texto Sobre as condições das classes trabalhadoras (On the conditions of the labouring classes, de 1817) . Nas condições da depressão após as guerras napoleônicas (início do século XIX), as argumentações de Barton – mais no nível de economia aplicada que no de natureza teórica – pareciam sensatas para muitos. No entanto, a autoridade de David Ricardo naqueles anos ajudou, em grande medida, a afirmar a teoria da compensação como parte integrante do corpo da economia política clássica. Na publicação da terceira edição de Princípios de economia em 1821, uma grande mudança ocorre: em um novo capítulo denominado “Sobre o maquinário” (On machinery) , David Ricardo abandona a teoria da compensação para desenvolver analiticamente a tese de que a introdução de máquinas em um setor pode implicar a redução do emprego na economia como um todo. O raciocínio de Ricardo pode ser resumido assim: 1 O capitalista introduz novas máquinas com o objetivo de gerar um aumento dos lucros. O produto líquido da economia – identificado como lucros e rendas da terra – aumenta. 2 3 No entanto, o investimento em máquinas implica a decisão de se empregar, na produção delas, certo número de trabalhadores anteriormente utilizados na produção de bens de subsistência. Há, portanto, uma menor produção de bens de subsistência. 4 5 Como consequência, o número de trabalhadores que a economia pode manter necessariamente diminui. A própria oferta de empregos passa a ficar mais escassa. 6 7 Embora esteja destinada a ser reabsorvida pela maior taxa de acumulação decorrente do crescimento da renda líquida, essa diminuição pode estar longe de ser insignificante, sendo capaz de persistir por um longo período. Nas décadas que se seguiram à morte de David Ricardo, sua argumentação foi simplesmente deixada de lado, enquanto os principais protagonistas do debate econômico expressavam, em seus textos, uma teoria de compensação que permanecia substancialmente inalterada. RADICALISMO FILOSÓFICO Linha de pensamento originada por Jeremy Bentham. JOHN STUART MILL Por mais importante que fosse como economista, John Stuart Mill (1806-1873) é conhecido como o principal nome da corrente política denominada “radicalismo filosófico”. Fonte: Shutterstock.com John Stuart Mill Na história da culturapolítica, Mill é a principal referência de uma visão progressista do liberalismo. Ele era o defensor de uma democracia na qual as minorias não seriam oprimidas pela maioria: ele defendia até a emancipação das mulheres, algo atípico em sua época. Aberto a sugestões de cooperativas socialistas, John Stuart Mill foi um dirigente de movimentos antiescravidão e antirracistas. Uma de suas principais contribuições dizia respeito ao utilitarismo. A visão dele, contudo, possuía diferenças substanciais em relação à de Bentham. O cálculo de felicidade de Bentham consistia em avaliar os prazeres e as dores decorrentes de determinada ação. Isso fornecia esta solução “consequencialista” para o problema da ética: BOA AÇÃO Um resultado algebricamente positivo para o cálculo da felicidade. MÁ AÇÃO Um resultado algebricamente negativo para esse cálculo. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) O cálculo dos prazeres e das dores envolvia implicações da ação em consideração para toda a sociedade. Mill criticou a ideia de que os sentimentos humanos pudessem ser reduzidos a diferentes quantidades de uma magnitude unidimensional (como o prazer, no positivo, ou a dor, no negativo). Abandonando a visão da natureza humana por trás das teorias de Bentham... John Stuart Mill estabeleceu uma distinção clara do utilitarismo como um critério moral e uma interpretação do comportamento dos indivíduos. Em vez do cálculo consciente da felicidade, o hábito era o responsável por uma grande parte das ações humanas. Além disso, quando se deseja realizar um julgamento moral, o critério utilitarista precisa ser aplicado não a algum senso imediato de prazer, e sim a uma mistura mais complexa de sentimentos e razão. Fonte: Shutterstock.com Para John Stuart Mill, a ideia de uma mistura complexa de sentimentos e razão se relaciona ao fato de que existem diferenças qualitativas entre os diferentes tipos de prazeres (e dores), o que não permitiria reduzi-los a uma avaliação apenas quantitativa. Ele enfatizou, portanto, a falha de Bentham em reconhecer esse aspecto. Mill rejeitava a imagem de um cálculo de felicidade unívoco e abrangente que pudesse ser aplicado com segurança pelos indivíduos como um critério de julgamento moral sem diferentes avaliações e controvérsias. O reconhecimento desse fato desempenhou um papel crucial na teoria política de Mill (centrada na noção de liberdade). O “utilitarismo modificado” dele não rejeitava a ética consequencialista, mas era distante da visão da teoria subjetiva de valor baseada em uma noção unidimensional de utilidade (em termos da qual as preferências individuais eram expressas). Essas preferências eram, além disso, consideradas independentes entre si e suficientemente estáveis para permitirem seu uso na análise do comportamento dos agentes econômicos. A visão de John Stuart Mill estava ligada à de Adam Smith em pelo menos dois aspectos importantes: ASPECTO 1 Ideia do “espectador imparcial”. ASPECTO 2 Visão dos seres humanos como “animais sociais”. Com isso, era possível perceber a existência de interesses comuns e não se limitar ao mero egoísmo, buscando, na verdade, um interesse próprio esclarecido. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA SOBRE A TEORIA DE JEAN- BAPTISTE SAY. A) A Lei de Say diz que a demanda cria a própria oferta. B) A Lei de Say rejeita teses defendidas por Adam Smith sobre o progresso tecnológico e a relação entre oferta e demanda. C) O progresso tecnológico pode dar origem a um longo período de melhoria da qualidade da vida em que o aumento da produção é acompanhado por um incremento da demanda. javascript:void(0) javascript:void(0) D) O crescimento é prejudicado pelo acúmulo de poupança. E) Não há relação entre poupança e investimento. 2. ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA SOBRE O PENSAMENTO DE DAVID RICARDO. A) O comércio internacional é determinado por vantagens comparativas na produção de diferentes bens e pode beneficiar todos os países. B) O volume de moeda em circulação afeta o nível de produção em uma economia. C) Novas tecnologias aumentam o número de postos de trabalho. D) O desenvolvimento econômico deriva apenas da capacidade de produção agrícola. E) A competição faz com que a taxa de lucro seja significativamente diferente entre os setores da economia. GABARITO 1. Assinale a alternativa correta sobre a teoria de Jean-Baptiste Say. A alternativa "C " está correta. A Lei de Say atesta que a oferta cria a própria demanda. Ela tinha como principal objetivo reafirmar duas teses já presentes em Smith, sendo uma delas a possibilidade de o progresso tecnológico dar origem a um longo período de desenvolvimento da produção, estabelecendo melhorias na qualidade de vida da população e estando acompanhada por um crescimento paralelo da demanda. 2. Assinale a alternativa correta sobre o pensamento de David Ricardo. A alternativa "A " está correta. O comércio internacional depende das vantagens comparativas de diferentes países na produção de cada bem, e não das vantagens absolutas. Todos os países podem se beneficiar do comércio ao obter mercadorias a um custo mais baixo do que teriam ao produzi-las internamente. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Procuramos abordar neste tema as principais escolas, teorias e pensadores desde a Antiguidade até os economistas clássicos. No primeiro módulo, estudamos os chamados “pré- clássicos”, destacando as contribuições mais significativas para a evolução do pensamento econômico. Em seguida, analisamos a obra e o pensamento de Adam Smith. No segundo módulo, apresentamos os principais economistas “clássicos” que surgiram na esteira de Adam Smith. Nosso escopo esteve voltado para cinco autores: Thomas Malthus, Jean-Baptiste Say, Jeremy Bentham, David Ricardo e John Stuart Mill. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS BLAUG, M. Economic theory in retrospect. 4. ed. Cambridge: Cambridge University Press, 1990. SMITH, A. The wealth of nations. Chicago: University of Chicago Press, 1976. SPIEGEL, H. W. The growth of economic thought. 3. ed. Durham: Duke University Press, 1991. EXPLORE+ Para saber mais sobre a evolução do pensamento econômico, além das referências bibliográficas listadas acima, acesse um site que compila as principais escolas de pensamento e seus expoentes: The history of economic thought website. CONTEUDISTA Flavio Luiz Alves Flores de Moraes CURRÍCULO LATTES javascript:void(0); javascript:void(0);
Compartilhar