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Neurologia: Nervos Cranianos
Existem doze nervos cranianos, sendo que dois saem do mesencéfalo, quatro saem da ponte e quatro saem
do bulbo – entenda por “saem” como ponto de origem.
I par: olfatório: seu ponto de origem é da própria base do encéfalo
Mesencéfalo
● II par: óptico
● III par: oculomotor
Ponte
● IV par: troclear
● V par: trigêmeo
● VI par: abducente
● VII par: facial
Bulbo
● IX par: glossofaríngeo
● X par: vago
● XI par: acessório
● XII par: hipoglosso
Nervo Olfatório – I
Não tem origem no tronco encefálico, mas na base encefálica e não é restado rotineiramente; pode
apresentar-se alterado em algumas doenças neurodegenerativas como Parkinson – como essa doença
ascende do sistema nervoso periférico em direção ao SNC, uma das teorias afirma que esses estímulos
entram no SNC pelo nervo olfatório.
Também pode ser alterado em decorrência da COVID-19 (anosmia/hiposmia). Para testar esse nervo é
possível usar “tubos” com cheiros específicos em cada narina separadamente.
Nervo Óptivo – II
Não tem origem no tronco encefálico, mas no mesencéfalo. É testado de três formas:
1. Acuidade visual
Feito com o Teste de Snellen – o cartaz grande – ou Teste de Rosenbaum – o cartãozinho pequeno – em
cada olho separadamente: o paciente deve ser capaz de identificar as letras em uma distância de 6 metros
(ou 20 pés). Se o déficit do paciente for muito acentuado, pedir para ele contar seus dedos ou mesmo
identificar a presença/ausência de luz.
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Campo visual
O lobo responsável por processar a visão é o occipital. As fibras oriundas do lobo occipital cruzam no
quiasma óptico, cada uma indo para um olho. A retina nasal enxerga o campo visual lateral e a retina lateral
enxerga o campo visual nasal. Dependendo da localização da lesão haverá um tipo diferente de hemianopsia.
Lesão quiasmática – hemianopsias heterônimas [Pode cair na prova]
Comumente causada por macroadenoma de hipófise – um tumor – comprime o quiasma e gera uma lesão
característica: como as duas fibras centrais cruzam (as fibras nasais) o quiasma, uma compressão nessa
região resultará em hemianopsia heterônima bitemporal, isto é, o indivíduo perde a visão periférica.
Lesão occipital (pós-quiasmática) – hemianopsias homônimas
Hemianopsia homônima esquerda – decorrente de uma lesão completa da radiação óptica direita.
Lesão nervo óptico (pré-quiasmática) – amaurose [Pode cair na prova]
Também existem as quadrantanopsias homônimas, decorrentes de lesões pré-quiasmáticas de menor
extensão: por isso é importante testar o campo de visão superior, médio e inferior.
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2. Campimetria – exame de confrontação
A campimetria é um exame oftalmológico utilizado para avaliar a função visual do campo visual de um
paciente. Esse teste mede a capacidade do olho em ver objetos localizados nas bordas da visão, em
diferentes posições e direções.
3. Fundo de olho – fundoscopia
É o único jeito de olhar a microvasculatura do paciente. No exame normal a papila encontra-se sem
borramentos de borda.
Nervo Oculomotor, Troclear e Abducente – III, IV e VI
O Nervo Oculomotor é responsável pela inervação parassimpática da pupila – devemos avaliar o formato,
diâmetro, simetria (se forem assimétricas, diz-se anisocoria) e reflexos:
● Reflexo Oculomotor Direto – luz direto em um olho e a pupila contrai
● Reflexo Oculomotor Consensual – tapar o centro do rosto com a mão e o outro olho contrai
indiretamente
● Reflexo de Acomodação – quando faz-se a convergência dos olhos (estrabismo) acompanhando um
dedo que se aproxima do rosto, também ocorre miose
Em todas essas situações testa-se a motilidade ocular intrínseca e deve haver contração pupilar – pupilas
mióticas (as pupilas aumentadas são chamadas de midriáticas).
● Motricidade ocular extrínseca
Testar seguindo o dedo do examinador sem mexer a cabeça, fazendo formato de “marcha de carro”: do lado
esquerdo (para cima e para baixo), no centro (para cima e para baixo) e do lado direito (para cima e para
baixo). O examinador também pode perguntar se o paciente está enxergando 1 ou 2 dedos quando está em
uma posição específica.
● Nervo troclear: inerva o músculo oblíquo superior, movimentando o olho para baixo
● Nervo abducente: inerva o músculo reto lateral, movimentando o olho para lateral (em direção à têmpora)
○ Se houver lesão do VI, há estrabismo convergente
● Nervo oculomotor: inerva todos os outros músculos dos olhos
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Nervo Trigêmeo – V
É um nervo misto – sensitivo e motor: responsável pela sensibilidade da face, dividindo-se em 3 ramos:
oftálmico, maxilar e mandibular. Testa-se com um algodão ou com os próprios dedos de cada lado da face,
pedindo para o paciente apontar onde o médico tocou, e em seguida tocar dos dois lados ao mesmo tempo,
perguntando se o paciente sente de forma semelhante.
Também é responsável pelo reflexo corneopalpebral, que consiste em uma súbita oclusão de ambas as
pálpebras ao estimular uma das córneas com fina mecha de algodão. Nesse caso, o estímulo aferente é do
trigêmeo e o estímulo eferente (de efetivamente fechar os olhos), do facial.
Em relação a parte motora, pedir para o paciente morder um palito de sorvete – porém raramente isso é feito.
Nervo Facial – VII
Também é um nervo misto: a sensibilidade está atrelada aos ⅔ da gustação anterior da língua (diferenciar
doce, salgado, azedo e amargo) – raramente testado, uma vez que a gustação também é afetada pelo olfato,
fator confundidor do teste.
Inervação parassimpática da glândula lacrimal e glândulas salivares (sublingual e submandibular) – menos
importante.
Inervação da face (mímica facial): a parte mais importante do teste. O médico pede para o paciente fazer
diversas “caretas”, como: franzir a testa, fechar os olhos com força (o examinador pode tentar abrir os olhos
contra a força do paciente), sorriso forçado, etc.
Lesão Central x Lesão Periférica [Pode cair na prova]
As lesões centrais preservam a região da testa, isto é, o paciente tem a capacidade de franzir toda a testa; já
na lesão periférica (paralisia de Bell), o paciente fica com a hemiface acometida completamente, incluindo a
metade da testa desse lado, que o paciente fica incapaz de franzir.
Nervo Vestibulococlear – VIII
Responsável pela inervação da cóclea e dos canais semicirculares, garantindo o equilíbrio do indivíduo –
lesões desse nervo podem levar a surdez e perda do equilíbrio. O equilíbrio é testado com a avaliação de
Romberg (estático) e Marchas (dinâmico); o Nistagmo é analisado durante a inspeção da movimentação
ocular.
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A função auditiva pode ser avaliada adequadamente através da audiometria; os testes clínicos possuem baixa
sensibilidade e podem ser feitos através do questionamento de surdez e zumbidos, assim como de um teste
que consiste roçar os dedos no ouvido do paciente de olhos fechados, perguntando se esse consegue ouvir o
som produzido em ambos lados de forma igual. Ainda pode ser feito o teste com diapasão:
● Teste de Rinne [Pode cair na prova prática]
○ Com o diapasão vibrando, encostar no processo mastóide; ele deve deixar de ouvir quando
encostado no osso, mas ainda ouvir quando o diapasão é aproximado do ouvido – a condução
óssea é inferior a condução aérea
● Teste de Weber [Pode cair na prova prática]
○ Com o diapasão vibrando, encostar no vértex e questionar se o indivíduo ouve da mesma
forma dos dois lados
■ Se um lado for mais alto, é possível que haja alguma lesão, como otite (locais com pus
conduzem melhor o som)
Nervo Glossofaríngeo, Vago, Acessório e Hipoglosso – IX, X, XI e XII
Pede-se para o paciente abrir a boca enquanto você observa se os pilares amigdalianos são simétricos e se a
língua é simétrica; além disso, testar o estímulo nauseoso, e pedir para o paciente colocar a língua para cima,
para baixo, para esquerda e direita. Dessa forma você estará testando todos os nervos desse grupo – a
movimentação para cima/baixo/esquerda/direita é especialmente usada para testar o hipoglosso.
O nervo acessório particularmente também inerva o músculo trapézioe esternocleidomastóideo – além da
língua:
● Trapézio: pedir para o paciente elevar os ombros – o médico pode adicionar resistência, forçando
para baixo.
● ECM: peça para o paciente olhar para um lado e faça uma resistência contrária; o ECM do lado oposto
de onde o paciente está tentando virar se torna evidente. Repita do outro lado.

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